TEOLOGIA EM FOCO: SISTEMA SABÁTICO

quinta-feira, 13 de junho de 2013

SISTEMA SABÁTICO




I.  INTRODUÇÃO

Ao estudar o assunto de acordo com o Pentateuco e os profetas observa-se que o sábado era um sistema composto de várias facetas conforme Levítico 23.32: “Duma tarde a outra celebrais o vosso sábado”. Examinaremos a guarda deste mandamento à luz da evidência lógica e racional em duplo aspecto:

O sábado pode ser considerado preceito cerimonial também. Leviticos 23.2 e 3 informa que o sábado do sétimo dia é uma “solenidade”, considerada como “santa convocação” entre as festas fixas do SENHOR, no mesmo nível dos outros preceitos também cerimoniais, mas que os sabatistas não observam.

Diz o texto: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: As solenidades do SENHOR, que convocareis, serão santas convocações; estas são as minhas solenidades: Seis dias trabalho se fará, mas o sétimo dia será o sábado do descanso, santa convocação; nenhum trabalho fareis; sábado do SENHOR é em todas as vossas habitações.

O que é mais importante na Lei: Guardar o sábado ou ser santo por que Deus é Santo? (Lv 19.2).
Antes que torçam o sentido da pergunta acima, a “santidade” advém porque Deus é santo, não porque eu guardo o sábado e isto me tornaria santo. A parte mais importante da lei, no entanto, não é o decálogo, ao qual os sabatistas chamam lei moral.

Nenhum dos dois mandamentos de Mateus 22.35-40 proferidos por Jesus se acha no decálogo.
O primeiro está em Deuteronômio 6.5 e o segundo, em Levítico 19.18.
Jesus afirmou que toda a lei dependia desses dois mandamentos!
Não há outro mandamento maior do que estes (Marcos 12.31).

1.  Aspecto cerimonial.
Lei cerimonial é aquela que impõe e disciplina as cerimônias e rituais do culto judaico, como a circuncisão, a páscoa, o pentecoste, as primícias, as luas novas e o sábado de descanso.

Os sabatistas afirmam que a lei que Cristo aboliu e cravou na cruz, deixou de existir ou perdeu seu valor, foi a lei por eles denominada “cerimonial”, inclusa entre as leis constantes de Levítico, o manual de santidade do ritual judaico. Esse livro que regulamenta todo o cerimonialismo do culto judaico dos tempos da vigência da lei.

A celebração do sábado semanal deve ser efetuada duma tarde até a outra tarde, os judeus começam a celebrar o sábado às 18 horas da sexta-feira e encerram a celebração às 18 horas de sábado, e este ritual é obedecido até hoje pelos sabatistas. Não podemos condená-los porque estão dentro do figurino judaico conforme Levítico 23.32.

2.    Aspecto temporal.

À respeito do início e encerramento da celebração do sábado semanal observamos o seguinte:
Todo o território do reino de Israel na época das doze tribos sob o governo de Davi, era de apenas 29.250 Km².

A guarda do sábado semanal era de fato aplicável e lógica a Israel porque além de ser um sinal eterno entre Israel e Deus (Êx 31.16-17), era cem por cento aplicável à sua vida nacional de acordo com o mandamento regulamentador de Levítico 23.32, devido a esse pequeno território ter apenas um fuso horário.

Mas hoje, à semelhança do Brasil, em que, legalmente, há três fusos horários, embora, a rigor, haja mais que isso como é possível, observar a guarda do sábado semanal de acordo com Levítico 23.32, a saber, das 18 horas de sexta-feira às 18 horas de sábado, para que todos a celebram ao mesmo tempo.

II. AS FESTAS SOLENES DO SENHOR

Ao estudar o assunto de acordo com o Pentateuco e os profetas, observa-se, que o sábado era um sistema composto de várias facetas e não apenas um dia de 24 horas, e que encerrava um o cerimonial relativo ao culto hebraico.

Cada um respeitará a sua mãe e o seu pai e guardará os meus sábados. Eu sou o SENHOR, vosso Deus” (Levítico 19.3).

“Tu, pois, falarás aos filhos de Israel e lhes dirás: Certamente, guardareis os meus sábados; pois é sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o SENHOR, que vos santifica (Êxodo 31.13).

“Guardareis os meus sábados e reverenciareis o meu santuário. Eu sou o SENHOR” (Levítico 19.30).

“Porque assim diz o SENHOR: Aos eunucos que guardam os meus sábados, escolhem aquilo que me agrada e abraçam a minha aliança, Isaías” (56.4).

“Cada um respeitará a sua mãe e pai e guardará os meus sábados” (Lv 19.3, 31). “Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: As festas fixas do SENHOR, que proclamareis, serão santas convocações; são estas as minhas festas” (Lv 23.2).

Ao observarmos os cuidados de Deus com Israel, notamos que essas solenidades se encontram discriminadas em Levítico capítulo 23 e 25.

Aqui temos a realidade do sistema sabático, que consiste do pleno sinal entre Deus e Israel (Êx 31.18), pois, segundo a lei, tal sinal não consistia apenas do sétimo dia da semana como acima estudado e sim de vários outros sábados que figuravam como elos duma corrente, com seu fechamento conclusivo, e como tais são referidos no plural, nada menos de 17 vezes na lei e nos profetas. Devemos notar que estão no plural “Os Meus sábados”.

Dias como Yom Kippur e Rosh HaShanna são um shabat no qual Deus ordena que o povo israelita cesse de todo o trabalho e se reúna para esperar Nele e adorá-lo. Até mesmo os primeiros dias da semana da Páscoa e Tabernáculo são os sábados cerimoniais. As festas do Shabat é a convocação santa mais falada no Velho Testamento. Até os dias de hoje, os judeus consideram o Yom Kippur, o dia mais santo do ano para o povo judeu, o shabat de todos os shabats.

1.      O Sábado com sentido cerimonial.

São vários os tipos de sábados legais no sistema mosaico, e estão vinculados ao sistema cerimonial do culto judaico; era sempre um dia especial destinado ao repouso do povo ou da terra, para que se dedicassem plenamente ao culto do sistema sacrificial judaico. Todo o sistema sabático, e não apenas o sétimo dia da semana, constituía um sinal entre Deus e Israel, porque não fora outorgado senão unicamente ao povo descendente de Abraão (Gn 17.9-14) e de todas as promessas feitas por Deus a ele (Êx 12.43-48; 31.12-18).

O sábado era um sinal, como o foi a circuncisão, entre Deus e os filhos de Israel, assim como o arco era um sinal do pacto com Noé. Vejam a similitude que há nessas ordenanças:

Arco: “Este é o sinal da aliança que ponho entre mim e vós, e entre toda a alma vivente, que está convosco, por gerações eternas... será por sinal entre mim e a terra” (Gn 9.12-13).

Circuncisão: “Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós, e a tua descendência depois de ti... e circundareis a carne do vosso prepúcio, e isto será por sinal da aliança entre mim e vós. E o homem incircunciso... será extirpado do seu povo” (Gn 17.10, 11, 13).

Sábado: “Tu, pois, fala aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis meus sábados, porquanto isso é um sinal entre mim e vós nas vossas gerações, para que saibais que eu sou o Senhor, que vos santifica. Portanto, guardareis o sábado... aquele que o profanar, certamente morrerá” (Êx 31.13-14).

A instituição do sábado está associada à lembrança da libertação da escravidão egípcia (Dt 5.15; Ez 20.10-20).

Com essas características, guardar o sábado seria até um mandamento inferior porque, infringindo qualquer um dos outros, a consciência do infrator ficava ferida, devido ao valor moral que todos encerram em si. Enquanto, que, infringindo a guarda do sábado (o 4º mandamento), perturbava apenas a mente do judeu que estava sujeito à sua observância, por constar esse preceito do concerto mosaico que lhe fora imposto. Se o leitor consciente quer fazer uma experiência pessoal daquilo que afirmamos, tente adorar um ídolo, profanar o nome de Deus, adulterar, ou jurar falso, caluniar, roubar, matar, insurgir-se contra seu pai e sua mãe e verá como lhe sobrevirão de imediato sérios problemas de consciência, que perdurarão até que você, arrependido, repare o erro que cometeu, confesse o pecado a Deus, e abandone a prática má. Só então receberá o perdão de Deus (Pv 28.13). Mas se você não guardar o sábado nem qualquer outro reservado para o repouso, quando muito, depois de passar algum tempo, sentirá cansaço físico e indisposição orgânica; nunca, porém, a consciência a condenará, porque ela jamais ficará ferida por você não guardar o sétimo dia. No entanto, você poderá repor-se fisicamente qualquer dia da semana, sem nenhum prejuízo de consciência, porque para tal repouso qualquer dia serve, bem como para adoração a Deus. Você será sempre aceito do mesmo modo como era o judeu ao guardar o sábado semanal de acordo com a lei, pois na atualidade, Deus quer e deve ser adorado em espírito e em verdade. Portanto, lhe é agradável aquele que em qualquer nação e lugar assim o adore (Jo 4.23-24).

Deus estabeleceu exatamente 7 Festas para serem comemoradas anualmente por Israel: 3 no primeiro mês (= Páscoa, Pães Asmos e Primícias); 3 no 7.º mês (=Trombetas, Dia da Expiação e Tabernáculos) e uma no meio (= Pentecostes).

A.    O SÁBADO DO SENHOR

Em Lv 23 encontro o sábado semanal incluído entre as solenidades do Senhor: “estas são as MINHAS solenidades” (v. 2).

“Seis dias trabalhareis, mas o sétimo será o sábado do descanso solene, santa convocação; nenhuma obra fareis; é sábado do SENHOR em todas as vossas moradas” (Lv 23.3).

A cada 7.º dia, os judeus guardavam um dia de descanso o Sábado. O Sábado que é a plenitude da semana de trabalho que o homem israelita fazia de sol a sol; esse descanso servia para repousar e dar ao corpo a oportunidade de se refazer do cansaço, e era usado com dupla finalidade:
a) Para o repouso semanal físico.
b) Para a celebração do complexo sistema sacrificial judaico.

Ao contrário do judeu, que tem o dever contratual de guardar o sétimo dia da semana, os gentios, podem guardar qualquer dia da semana com o mesmo proveito!

É notável a inclusão do sábado semanal (v. 3) entre as solenidades cerimoniais. Solenidades sombras e figuras da Verdadeira Realidade. E entre as sombras e figuras, já na instituição das solenidades, o sábado é incluído como pré-figurativo.

Estas solenidades todas, inclusive o sábado semanal, nos vv. 3 e 37 são chamadas de “solenidades do Senhor”.

No v. 2 Deus designa todas as solenidades: o sábado semanal e as festas anuais com o pronome possessivo na primeira pessoa “MINHAS solenidades”.

Os sábados pré-figurativos (as festas anuais) foram também cognominadas por Deus de propriedade d’Ele, valendo-se da primeira pessoa no possessivo.

Se as festas anuais são pré-figurativas e, portanto, cerimoniais, o sábado semanal também o é. Por conseguinte também ele é cerimonial e sujeito à caducidade, à abolição como sombra dentre as outras sombras ritualística judaica.

A guarda do sábado era o quarto mandamento do decálogo. Das festas solenes que constituía, o sábado era mencionado em primeiro lugar para as festas mensais e anuais, servindo assim de introdução à enumeração das festas em geral. O sétimo dia ocupava o primeiro lugar entre estas ordenanças de Deus.

B.     O SÁBADO PASCAL SEGUIDO À FESTA DOS PÃES ASMOS

“São estas as festas do Senhor, as santas convocações, que proclameis no seu tempo determinado. No mês primeiro, aos catorze do mês, no crepúsculo da tarde, é páscoa do Senhor.” (Lv 23.4-5).

Este sábado era o primeiro da série e consistia do cerimonial descrito em Êxodo 12, que era uma ordenança permanente para Israel, enquanto se mantivesse sob o regime da lei. A Páscoa era celebrada no dia 14 do mês Nisã.

A festa do sábado pascal durava sete dias. Os hebreus cultuavam o Senhor e ofereciam ofertas queimadas, e ao sétimo dia haveria a santa convocação para todos os israelitas.

Ao cumprir o ritual estabelecido por Deus, na lei dos sábados, apenas o dia de repouso e não cumprir a lei sabatina, que diz serem sete dias, falha no comprimento da lei do Senhor.

Mas, nada temos a ver com o sábado-pascal, atualmente celebrados também pelos católicos romanos, quando comem apenas cereais, ao invés de celebrarem com carne de cordeiro assado, como determina a lei, evidenciando, com isso, a falsidade do sistema adotado; mas alguns fariseus dos dias atuais fazem pior; esquecem voluntariamente a determinação da lei sobre o sábado-pascal, limitando-se falsamente ao sábado semanal.

As duas primeiras festas (= Páscoa junto com os Pães Asmos) duravam 7 dias e a última (= dos Tabernáculos), também durava 7 dias.

E aos quinze dias deste mês é festa dos pães asmos do Senhor: sete dias comemorareis pães asmos. No sétimo dia tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis. Mas sete dias oferecereis oferta queimada ao Senhor; ao sétimo dia, haverá santa convocação” (Lv 23.6-8).

Esta festa guardava-se separada da Páscoa, apesar de estas festas terem intima conexão uma com a outra. A festa dos pães asmos era comemorada no dia 15 do mês Nisã, e continuava durante sete dias. Juntas formavam uma festividade dupla. Nos dias de Jesus, as festas da páscoa e dos pães Asmos já eram comemoradas como uma só (Mc 14.1, 12; Lc 22.1).

C.    O SÁBADO DAS PRIMÍCIAS

“Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando entrares na terra, que vos dou, e segares a sua messe, então, trareis um molho das primícias da vossa messe ao sacerdote; Este moverá o molho perante o Senhor, para que sejais aceitos. No dia imediato ao sábado, o sacerdote o moverá. No dia em que moverdes o molho oferecereis um cordeiro sem defeito, de um ano, em holocausto ao Senhor” (Lv 23.10-12).

Os israelitas sempre que faziam à colheita traziam um molho para ofertar ao Senhor, no dia de sábado, e no dia seguinte ou imediato como diz o verso doze, traziam um cordeiro sem defeito para oferecer ao Senhor Deus. Que acontece a quem cumpre parte das cerimônias guardando apenas o sábado? O apóstolo São Tiago 2.10 diz em sua carta: “Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos”.

D.    O SÁBADO DO PENTECOSTES

7 semanas após a festa da Páscoa, havia a festa de Pentecostes (= ou festa das semanas), e mais um descanso. A palavra “Pentecostes” significa “QUINQUAGÉSIMO”, ou 50.º.

Pentecoste, que é a palavra grega usada no N.T., e que significa justamente “cinqüenta dias”, ou seja, sete semanas após a festa da páscoa e das primícias, era o dia do oferecimento dos molhos das primícias dos frutos da colheita israelita. Este sábado festivo era aquele que caía, pelo calendário judaico, sete semanas depois da comemoração do sábado-pascal (Levítico 23.15-25).

E.     O SÁBADO DA EXPIAÇÃO - A FESTA DOS TABERNÁCULOS - Lv 23.27-44.

Expiação:
“Mas, aos dez deste mês sétimo, será o dia da expiação; tereis santa convocação e afligireis a vossa alma; trareis oferta queimada ao Senhor. Toda alma que, nesse dia, se não afligir será eliminada do seu povo. Sábado de descanso solene vos será; então, afligireis a vossa alma; aos nove do mês, de uma tarde a outra, celebrareis o vosso sábado” (Lv 23.27-32).

Aqui há um resumo da descrição do Dia da Expiação, que agora completava a lista de festas de “descanso solene” (v. 3, cf 16.1-10). A festa da Expiação e a festa dos Tabernáculos também eram comemoradas juntas.

Consistia do dia da expiação nacional judaica, celebrado no décimo dia do sétimo mês do ano. “Aos dez dias deste mês sétimo é o dia da expiação”.

O Dia Expiação era mais propriamente um dia de jejum do que uma festa e assim é chamado no Novo Testamento (At 27.9).

Muito do simbolismo do Dia da Expiação é aplicado a Cristo pela epístola aos Hebreus. Muitas das funções do sacerdócio de Jesus são descritas nos termos do ritual do Antigo Testamento.

Tabernáculo:
“Fala aos filhos de Israel, dizendo: Aos quinze dias deste mês sétimo, será a Festa dos Tabernáculos ao Senhor, por sete dias. Sete dias oferecereis ofertas queimadas ao Senhor; ao dia oitavo, tereis santa convocação e oferecereis ofertas queimadas ao Senhor; é reunião solene, nenhuma obra servil fareis. Fala aos filhos de Israel, dizendo: Aos quinze dias deste mês sétimo, será a Festa dos Tabernáculos ao SENHOR, por sete dias. Ao primeiro dia, haverá santa convocação; nenhuma obra servil fareis. Sete dias oferecereis ofertas queimadas ao SENHOR; ao dia oitavo, tereis santa convocação e oferecereis” (Lv 23.34, 36).

Nos tempos do AT, DEUS ordenou que, cada sétimo ano, na festa dos Tabernáculos, todos os israelitas se reunissem para a leitura pública da lei de Moisés (Dt 31.9-13). O exemplo mais patente desse elemento do culto no AT, surgiu no tempo de Esdras e Neemias (8.1-12). A leitura das Escrituras passou a ser uma parte regular do culto da sinagoga no sábado (ver Lc 4.16-19; At 13.15). Semelhantemente, quando os crentes do NT reuniam-se para o culto, também ouviam a leitura da Palavra de DEUS (1ª Tm 4.13; cf. Cl 4.16; 1ª Ts 5.27) juntamente com ensinamento, pregação e exortação baseados nela (1ª Tm 4.13; 2ª Tm 4.2; cf. At 19.8-10; 20.7).

Comemorava a jornada dos israelitas pelo deserto depois da saída do Egito. Exigia-se que os israelitas viessem por sete dias em cabanas a festa das colheitas, uma vez que vinham no final da sega.

Na Festa dos Tabernáculos os judeus se reuniam no sétimo mês para participar desta festa, pois eram sete dias de oferendas ao Senhor, sem fazer trabalho algum. A Festa dos Tabernáculos era um estatuto perpétuo, conforme v. 41, que diz: “Celebrareis esta festa ao Senhor, por sete dias cada ano; é estatuto perpétuo pelas vossas gerações; no mês sétimo, a celebrareis”.

O que chama atenção, é que o Senhor Deus outorgou para os hebreus, um estatuto perpétuo; e os observadores do sábado devem também seguir este mandamento, que também é perpétuo!

Observe o que diz o versículo 38: “Além dos sábados do Senhor” O Senhor Deus está falando no plural além “dos sábados”; isto mostra que havia mais de um sábado. Mas, guardar só o sábado do descanso e esquecer-se dos outros, estamos pecando perante o Senhor? Note que no verso 29 o Senhor diz; “... que a alma que não afligir, ou seja, que não fizer conforme seu mandamento será eliminado. E no versículo 30 diz: “a esse destruirei do meio do Meu povo”.

Se alguém guarda apenas o sábado de descanso, pois também deve guardar todo o cerimonial sabático ou estará pecando contra a “lei judaica”. E se este pecar diz o Senhor: “a esse destruirei”.

F.     O SÁBADO ANUAL

“Seis anos semearás o teu campo, e seis anos podarás a tua vinha, e colherás os teus seus frutos. Porém, no sétimo ano, haverá sábado de descanso solene para a terra, um sábado ao Senhor; não semearás o teu campo, nem podarás a tua vinha” (Lv 25.1-7).

A cada 7 anos, havia o ano sabático, quando a terra ficava de descanso. Nenhuma semeadura, nem colheita ou poda de vinhedos. Deus prometia dar bastante no 6.º ano, que sobrava para o 7.º, e todos descansavam durante um ano.

Este sábado tinha, além do descanso físico e das funções religiosas, também a prática do descanso dado a Terra. Todo o agricultor que é cumpridor do sábado deve cumprir também esta lei, se não fizer assim estará infringindo a lei do Senhor, ou seja, segundo seus ensinamentos, estará pecando contra o Senhor.

G.    POR FIM HAVIA O ANO SABÁTICO DO JUBILEU LV 25.8-13.

A cada 49 anos (7 x 7), havia o ano do Jubileu, após o 7.º ano sabático. Isto significava dois anos seguidos de descanso.

Pois, também fazia parte das festas solenes dos judeus. Com este ano, culminava o sistema sabático legal, pois nele, além das comemorações litúrgicas segundo a lei, também havia outras coisas notáveis.

1        O escravo era alforriado (Lv 25.25).
2        O antigo dono voltava possuir a propriedade que vendera e não pudera resgatar (Lv 25.13-18).
3        A terra tinha mais um repouso (Lv 25.19-22).
4        A nação como um todo também repousava (Lv 25.8-34).

III. O NÚMERO DO SÁBADO ENVOLVIA, COMO SISTEMA, TODA A VIDA RELIGIOSA E SOCIAL DO POVO JUDEU

1        Na consagração sacerdotal, o sangue era aspergido sete vezes (Lv 8.10-11).

2        O sacerdote consagrado era obrigado a permanecer sete dias completos no santuário (Lv 8.33-35).

3        A mulher que dava à luz a um filho ficava sete dias separada (Lv 12).

4        O judeu suspeito de lepra era encerrado pelo sacerdote sete dias (Lv 13.4, 21, 31, 33, 34).

5        Para a purificação da lepra era necessário a aspersão de água lustral sete vezes, e, depois, o ex-leproso ainda ficava sete dias fora da própria tenda (Lv 14.5-9).

6        A purificação do sumo sacerdote implicava na aspersão do sangue sete vezes diante do propiciatório (Lv 16.1-14), etc.

7        Nas duas primeiras festas eram sacrificados 14 cordeiros (7 + 7) diariamente; no Pentecostes 7 cordeiros eram sacrificados; na 7.ª festa (= dos Tabernáculos), eram sacrificados 98 cordeiros (7 + 7 x 7), 70 novilhos (10 x 7), 14 carneiros (7 + 7) e 7 bodes. Observe que tudo segue o padrão 7.

De todas as festas, a dos Tabernáculos mais se destacava, pelo fato de ser a festa do descanso sabático. Observem bem: Essa festa era a 7.ª, durava 7 dias e acontecia no 7.º mês. Nos próximos capítulos estudaremos detalhadamente a profecia oculta nessas 7 festas.


Esses exemplos são mais que suficientes para evidenciar serem os sabatistas os maiores transgressores da lei, em todos os tempos, desde que existem, pois se dizem guardadores do Decálogo e, especialmente, o 4º mandamento, ou seja, do sétimo dia da semana, mas desprezam todo o sistema sabático legal que foi dado como sinal eterno entre Deus e Israel, sendo, portanto, obrigatório a todo aquele que se submete à guarda da lei, inclusive, assim, aos sabatistas. Dizendo-se guardadores da lei e do sábado, por considerá-lo o sinal entre Deus e Israel, e desprezando nada menos de noventa e nove por cento do sistema sabático a que Israel, por dever, se submete ainda hoje, os sabatistas se tornaram perturbadores do Evangelho de Cristo e da graça já caíram (Gl 1.6).

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

Um comentário:

  1. O Apostolo Paulo deixa bem claro que não precisamos observar os dias santos e cerimônias judaicas ( Col.2.16, Gal. 4.9-11).

    As leis cerimoniais judaicas foram abolidas por Cristo na cruz (o significado de cada uma delas se cumpriu em Cristo). Por esse motivo, mesmo os judeus que se convertem hoje ao cristianismo estão dispensados da lei cerimonial judaica. Por isso, não fazemos sacrifícios de animais, não guardamos o sábado, não celebramos as festas judaicas, etc.

    Se alguém quiser observar algum costume judaico, isso não constituirá problema, desde que a pessoa não veja nisso uma condição para a salvação e nem prometa através destas coisas tornar alguém mais espiritual. (Rm 14.-8)

    “Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões, veja que não estou colocando uma opinião e sim um estudo teológico e sério para esclarecimento e estou aberto a um diálogo inteligente dentro da bíblia...

    "Um crê que de tudo pode comer, mas o débil come legumes; quem come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come, porque Deus o acolheu. Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster. Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente. Quem distingue entre dia e dia para o Senhor o faz; e quem come para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come para o Senhor não come e dá graças a Deus. Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor ”.

    O problema é justamente a conotação dada a essas festas e aos costumes judaicos por pessoas de movimentos judaizantes. Por exemplo, dizem que se não celebrarmos as festas estaremos sendo devedores ao Senhor e que celebrar seria repreender o “espírito de Roma” da Igreja, que o Evangelho estaria de volta a Jerusalém, etc.

    Celebrar uma festa judaica na igreja como representação simbólica do período vetero-testamentário nada tem de mais, no entanto, colocar isso como obediência de mandamento é certamente abandonar a graça de Deus e voltar a Lei.

    Já há gente se vestindo de pano de saco e banhando-se de cinzas para mostrar arrependimento, o que denota tremenda infantilidade.

    Em certos ambientes, para se aproximar do púlpito é preciso que os crentes tirem os calçados, pois estariam pisando em “lugar santo”. Com isso, a obra de Cristo estará sendo colocada em segundo plano, como algo incompleto e insuficiente, como fica claro em Gálatas 5.4-6 “De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes. Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé. Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor”.

    Além de tudo isso, é bom que citemos as palavras de Paulo: "..não estais debaixo da lei mas debaixo da graça." (Rm.6.14).

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