O sábado em Jesus e na
Nova Aliança não é relacionado ao legalismo. É relacionado com entrar no
repouso e viver desfrutando da presença de Cristo, o Senhor do sábado. No
contexto do sábado, Jesus que é o Senhor e Criador do sábado disse:
“Vinde a mim, todos os que
estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu
jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis
descanso para a vossa alma. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim,
porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma”
(Mt 11.28-29).
Os judeus estavam
sobrecarregados pelo fardo dos fariseus, as exigências da lei e as tradições
judaicas para serem salvos. O generoso convite de Jesus destina: “a todos os
que estais cansado, aflitos e oprimido”.
Jesus é o Senhor do
sábado, Ele, portanto, oferece o verdadeiro descanso e o verdadeiro repouso.
Quem vem a Jesus e torna-se Seu servo e faz a sua vontade, Ele o alivia de suas
insuportáveis aflições e lhe dará descanso, paz, e seu Espírito Santo como
guia. Deste modo podemos suportar as provações e inquietações da vida, com o
auxílio e a graça de Deus.
Jesus chamou a todos para
virem diante d’Ele encontrar e terem verdadeira libertação do sábado e descanso
Nele, o Senhor do Sábado.
Em Deus repousamos: “Nós,
porém, que cremos, entramos no descanso...” (Hb 4.3). Este repouso existe
porque Deus repousa em nós através de Seu Filho Jesus Cristo. Viver no descanso
do Senhor, é encontrar aceitação, paz, conforto e plenitude nos braços de amor
do nosso amado Jesus, o Senhor e Criador do sábado. Este descanso é viver
continuamente na presença do Senhor.
A plenitude do descanso em
Cristo, é através do seu sangue, é o cessar do nosso esforço para realizar
obras, ritos e dias que paguem o preço por nossos pecados. É depender do sangue
de Jesus para cobrir a divida que o nosso pecado tem feito, e nos justificar
diante de Deus. A Divida foi paga, fomos lavados, limpos, purificados e
novamente aceitos diante de Deus (Efésios 2.8-9).
A obra para assegurar a
nossa permanência diante de Deus foi terminada através da obediência de Cristo,
e Sua obra na Cruz. Por causa disso, nós temos o verdadeiro descanso. Devemos
descansar somente em sua obra, através da fé, confiar apenas nela como meio de
justificação, redenção, salvação e aceitação.
I.
O DESCANSO SEGUNDO HEBREUS
“Ora, quais os que, tendo
ouvido, se rebelaram? Não foram, de fato, todos os que saíram do Egito por
intermédio de Moisés? E contra quem se indignou por quarenta anos? Não foi
contra os que pecaram, cujos cadáveres caíram no deserto? E contra quem jurou
que não entrariam no seu descanso, senão contra os que foram desobedientes?
Vemos, pois, que não puderam entrar por causa da incredulidade (Hb 3.16-18).
Os judeus israelitas “não
puderam entrar” no descanso de Jeová porque a “incredulidade” deles impediu de
usufruir da Terra Prometida de Canaã. O pecado de rebelião e incredulidade
impediu a entrada no descanso de Deus. A possibilidade de o crente do Novo
Testamento não entrar no repouso prometido por Deus é ilustrada pelos
israelitas que deixaram de entrar na Terra Prometida após Moisés conduzi-los
para fora do Egito (Nm 14.29; Dt 1.26). O escritor salienta duas coisas:
A.
Os israelitas experimentaram o poder redentor de Deus
(v.16), viram a obras poderosas de Deus (Hb 3.9), porém se tornaram
desobedientes (v.18) porque não queriam crer nas promessas de Deus, nem acatar
as suas advertências (v.19). Por isso, morreram no deserto (v.17) e deixaram de
entrar na Terra Prometida.
B.
As experiências iniciais que os israelitas tiveram com Deus não garantiram sua
chegada em paz a Canaã. Ao deixarem de perseverar, desprezaram sua única fonte
de segurança: a graça, misericórdia e a presença do Deus vivo (v.12).
II.
REPOUSO DA FÉ, HEBREUS 4
“A palavra descanso” neste
trecho é aplicada a três coisas, a saber:
a)
Ao descanso do sábado, instituído na criação (vv. 3-4).
b)
Ao descanso da Terra Prometida (v.5).
c)
Ao descanso que Davi previu: o descanso do Evangelho,
que se encontra somente em Cristo (vv.7-8).
Destes três descansos
aprendemos:
a) Que o sábado é
figurado (Cl 2.16-17), um tipo de descanso do coração que se acha em Cristo.
b) Que o descanso
na terra era também típico, pois Josué tivesse dado o descanso final que Deus
propusera, Davi não teria falado de outro descanso (v. 8):
“Portanto, resta um
repouso para o povo de Deus”. Que repouso é este? O repouso da criação resultou
de uma obra consumada. O repouso na obra de Cristo, este glorioso descanso de
Deus, resultou de “Esta consumado” e n’Ele entraram aqueles que repousam das
suas obras (Hb 4.10).
“Temamos, portanto, que,
sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de Deus, suceda parecer que
algum de vós tenha falhado” (Hb 4.1).
Se os antigos israelitas
fracassaram em entrar no descanso, todos devem tomar cuidado para que também
não falhem na entrada da benção. A exortação “temamos”, enfaticamente adverte
os leitores a não serem complacentes. A geração de israelitas, para as quais o
descanso estava prometido, o perdeu. Devemos prestar atenção a fim de não
cometermos o mesmo engano e perdermos o prêmio eterno.
“Porque também a nós foram
anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não
lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram”
(Hb 4.2).
Deixar de perseverar na fé
e na obediência a Jesus, resulta em deixar de alcançar o prometido repouso
eterno no céu (cf. 11.16; 12.22-24). A expressão “parece que algum de vós” é
falado à luz dessa possibilidade terrível e do juízo de Deus. A perseverança na
fé exige que continuemos a nos aproximar de Deus, por meio de Cristo (o nosso
descanso), com sinceridade resolução (v.16; 7.25).
“Nós, porém, que cremos,
entramos no descanso, conforme Deus tem dito: Assim, jurei na minha ira: Não
entrarão no meu descanso. Embora, certamente, as obras estivessem concluídas
desde a fundação do mundo” (Hb 4.3).
Somente nós, que temos
crido na mensagem salvadora de Cristo, entraremos no repouso espiritual de
Deus. Isso é, Cristo carrega nossos fardos e nossos pecados, e nos dá o
“repouso” do Seu perdão, da sua salvação e do Espírito Santo (Mt 11.28). Mesmo
assim, nesta vida, o nosso repouso é apenas parcial, (Mq 2.10) porque somos
peregrinos que caminhamos com dificuldade na penosa estrada deste mundo. Ao
morrermos no Senhor, entraremos no Seu repouso perfeito no céu.
“Porque, em certo lugar,
assim disse, no tocante ao sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia, de
todas as obras que fizera” (Hb 4.4).
No sentido etimológico a
palavra “descansou Deus” que significa: cessou sua obra; parou; terminou a obra
da Sua criação.
No Velho Testamento, o
Senhor Jeová santificou o sétimo dia e deu como Aliança perpetua a Israel (Êx
20.8) e reservou este dia para que os israelitas cultuassem e adorasse ao
Senhor Deus (Êx 16.27; 31.12-17). Porém a Igreja primitiva recebeu o descanso
em Cristo e passou a cultuar o Senhor no primeiro dia da semana “O Dia Do
Senhor” (Ap 1.10).
O sábado, que era sombra
dos bens futuros em Cristo, foi abolido com a chegada do Novo Testamento (Hb
8.7-13; Os 2.11). Portanto, é Jesus quem nos propicia o verdadeiro repouso:
“Portanto, resta um repouso para o povo de Deus” (Hb 4.9). O repouso prometido
por Deus não é somente o terrestre, mas também o celestial (vv. 7-8; cf 13.14).
Para os crentes, resta ainda o repouso eterno no céu (Jo 14.1-3; cf. Hb 11.10,
16). Entrar nesse repouso final significa cessar o labor, dos sofrimentos e da
perseguição, tão comuns em nossa vida nesta terra (Ap 14.13); significa
participar do repouso do próprio Deus e experimentar eterna alegria, deleite,
amor comunhão com Deus e com os santos redimidos. Será um descanso sem fim (Ap
21.22).
“Porque aquele que entrou
no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das
suas” (v.10).
O autor aos hebreus
definiu a entrada no descanso de Deus para o crente como “descanso de suas
obras, exatamente como Deus fez”. Em certo sentido, receber salvação significa
parar de se basear nas próprias obras e descansar no que Cristo fez (Ef 2.8-9).
Também, em outro sentido, as obras realizadas no Senhor incorporam a plenitude
e o cumprimento que provém somente da entrada no descanso em Deus. A perícope
deste contexto não é a guarda do sábado ou e algum mandamento neste sentido,
mas trata-se da plenitude do verdadeiro descanso em Cristo Jesus.
Pr. Elias Ribas
Muitoooooo bom!
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