LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Levítico 20.1-10 “Falou mais o SENHOR a
Moisés, dizendo: 2 Também dirás aos filhos de Israel: Qualquer que, dos filhos
de Israel ou dos estrangeiros que peregrinam em Israel, der da sua semente a
Moloque, certamente morrerá; o povo da terra o apedrejará com pedras. 3 E eu
porei a minha face contra esse homem e o extirparei do meio do seu povo,
porquanto deu da sua semente a Moloque, para contaminar o meu santuário e
profanar o meu santo nome. 4 E, se o povo da terra de alguma maneira esconder
os olhos daquele homem que houver dado da sua semente a Moloque e o não matar, 5
então, eu porei a minha face contra aquele homem e contra a sua família e o
extirparei do meio do seu povo, com todos os que se prostituem após ele,
prostituindo-se após Moloque. 6 Quando uma alma se virar para os adivinhadores
e encantadores, para se prostituir após eles, eu porei a minha face contra
aquela alma e a extirparei do meio do seu povo. 7 Portanto, santificai-vos e
sede santos, pois eu sou o SENHOR, vosso Deus. 8 E guardai os meus estatutos e
cumpri-os. Eu sou o SENHOR que vos santifica. 9 Quando um homem amaldiçoar a
seu pai ou a sua mãe, certamente morrerá: amaldiçoou a seu pai ou a sua mãe; o
seu sangue é sobre ele. 10 Também o homem que adulterar com a mulher de outro,
havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e
a adúltera.”
INTRODUÇÃO
O livro de Levítico foi entregue a
Israel para que este, separando-se de entre todos os povos da Terra, viesse a
adorar, a servir e a santificar-se a Deus. A santidade, por conseguinte, tanto
naquele tempo quanto hoje, continua a ser a marca distintiva dos filhos de
Deus. Nesta lição, veremos que Israel, através das leis e ordenanças levíticas,
tinha a obrigação de apresentar-se a Deus e ao mundo como a nação santa, zelosa
e servidora por excelência. Que aprendamos, com os israelitas, a adorar e a servir
ao Senhor na beleza de sua santidade.
O tema principal de Levítico é a
santidade. A natureza Divina exige santidade do Seu povo; Deus é perfeito, Ele
não tem falha nem erro algum. Santidade é a pureza perfeita de Deus, que não
tem mancha alguma de pecado. A santidade deve ser mantida diante de Deus, e ela
só pode ser alcançada através de uma adequada expiação. Depois de um cativeiro
que durou 400 anos, os judeus receberam uma influência egípcia pagã e
politeísta, o conceito de Deus tinha sido distorcido. Moisés redige este Livro
para fornecer instruções e leis a fim de orientar o povo pecador, mas redimido,
em seu relacionamento correto com um Deus que é caracterizado por Sua natureza
santa. E de fato, os termos “santo” ou “sagrado” aparecem mais de cem vezes
neste livro, mais vezes do que em qualquer outro livro da Bíblia. Há uma ênfase
em Levítico na necessidade de santidade pessoal em resposta a um Deus santo. O
pecado deve ser expiado através da oferta de sacrifícios próprios (capítulos
8-10). Outros temas abordados no livro são dietas (alimentos puros e impuros),
o parto e doenças que são cuidadosamente regulamentadas (capítulos 11-15). O
capítulo 16 descreve o Dia da Expiação, neste dia um sacrifício anual é feito
pelo pecado cumulativo de todas as pessoas. Além disso, o povo de Deus deve ser
discreto na sua vida pessoal, moral e social, em contraste com as práticas
atuais e pagãs ao seu redor (capítulos 17-22). Dito isto, convido-o a pensarmos
maduramente a fé cristã!
I.
SANTIDADE, A MARCA DO POVO DE DEUS
Em Ur dos Caldeus, Abraão não passava de
um gentio entre os demais gentios quando foi chamado por Deus (Gn 11.31). Mas,
intimado novamente por Deus em Harã, obedeceu-o de imediato. Ele creu em Deus,
e foi justificado (Rm 4.3). Foi exatamente aí que começou a história de Israel
como o povo santo do Senhor (Gn 12.1-8).
Abraão nasceu por volta do ano 2000 a.C.
na cidade de Ur, antiga Mesopotâmia, entre a Arábia e a Pérsia. Ur dos caldeus,
na Mesopotâmia, próximo ao rio Eufrates, era um centro cultural e, também,
centro de uma religião pagã que cultuava o deus Sin, simbolizado pela lua
crescente, que formava uma tríade com Xamaxe, o deus-sol e Ishtar, deusa da
fertilidade, amante ou consorte de Tamuz. Sugiro que faça um tour virtual pelo
Museu do Iraque: http://www.virtualmuseumiraq.cnr.it/homeENG.htm. (aumente o
som).
1.
O estado de santidade. No exato instante de sua chamada a uma nova
realidade espiritual, Abraão, e com ele todo o Israel, foram elevados ao posto
de herança particular e santa do Senhor (Êx 19.5). Essa dignificação, porém,
não levou ao aperfeiçoamento imediato dos hebreus. Tanto o patriarca quanto
seus descendentes tiveram de submeter-se a um longo e doloroso processo de
santificação (Gn 17.1). O mesmo pode-se dizer da Igreja de Cristo. Os irmãos
coríntios foram tratados como santos pelo apóstolo Paulo (2ª Co 1.1), mas ainda
estavam longe da perfeição (1ª Co 3.1).
A família de Abraão era idólatra (Js
24.2). A Bíblia não revela o grau de conhecimento de Deus que Abraão possuía antes
de sua chamada. Mais de 350 anos haviam-se passado desde o Dilúvio, quando Noé,
o homem que andava com Deus (Gn 6.9), era o pregoeiro da justiça (2ª Pe 2.5).
Noé viveu depois do Dilúvio 350 anos (Gn 9.28). Embora a Bíblia silencie sobre
isto, é possível que Noé tenha continuado a falar do grande Deus, de cuja
justiça ele havia experimentado de modo singular. É possível que conhecimento
de Deus fosse mantido entre as famílias por meio de tradições transmitidas de
pais a filhos. Desse modo, pode ser que Abraão tenha tido conhecimento de Deus
e de sua vontade, apesar de viver em uma sociedade idólatra. A obediência é um
aspecto do caráter cristão indispensável ao cumprimento da vontade Deus na vida
do homem. Não obstante às suas fraquezas, Abraão foi chamado de “O Amigo de
Deus”. O versículo-chave da biografia desse personagem é: “E creu Abraão em
Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus” (Tg
2.23; Gn 15.6). O cristão que deseja fazer a vontade de Deus deve estar
preparado para mudanças profundas em todas as áreas da sua vida. Isso aconteceu
com Jonas, o profeta; com o apóstolo Paulo, Pedro e com muitos outros ao longo
da história.
2.
O processo de santificação. O processo de santificação de Israel,
que teve início com Abraão, foi interrompido e recomeçado diversas vezes. Haja
vista o conturbado período dos juízes (Jz 2.18-20). Mas, para que o seu povo
viesse a atingir o ideal de uma nação santa, profética e sacerdotal, o Senhor
entrega-lhe o livro da Lei (Êx 19.6; Js 23.6). Se lermos atentamente os livros
de Êxodo e Levítico, verificaremos que o processo de santificação, na vida de
um crente hebreu, tinha início com o amor que ele tributava a Deus (Dt 6.5). A
partir desse momento, o fiel passava a cumprir todos os mandamentos do Senhor,
pois já não os achava pesados (cf.1ª Jo 5.3). Portanto, não existe processo de
santificação sem o forte, comprovado e excelente amor a Deus. Quanto mais o
amamos, mais nos tornamos santos. E, assim, cumpre-se, em nossa biografia, o
que escreveu o sábio (Pv 4.18). Que a recomendação do apóstolo Paulo seja
aplicada na íntegra em cada etapa de nossa existência neste mundo (1ª Ts 5.23).
O patriarca deixou sua cidade natal e
foi para uma terra que Deus o mostraria. Abraão foi conduzido pela fé. Embora
demonstrasse ter uma fé viva, ele teve que enfrentar muitos impedimentos em sua
jornada até a Terra Prometida. Ter fé não significa que não teremos obstáculos
em nossa marcha. Mas, sem fé não conseguiríamos transpor as barreiras. Em nossa
caminhada neste mundo também temos que enfrentar muitos entraves, muitas
crises. Contudo, não estamos sozinhos. O Deus que guiou e abençoou Abraão está
conosco. Não tema as crises e não permita que venham impedi-lo de caminhar. Veja
as crises como uma oportunidade para fortalecer a sua fé e conduzi-lo a uma
experiência ainda maior com o Deus de toda a provisão. Abraão fazia parte de um
projeto divino de salvação. A partir dele surgiria uma família que se tornaria
um povo especial do qual, no tempo próprio, sairia o Salvador do mundo, Jesus
Cristo. Deuteronômio 6.5 é a consequência direta do versículo 4, o Shemá
Israel, o credo de Israel. Para o cristão, Jesus nunca prometeu que lhe
obedecer seria fácil. Mas o árduo trabalho e a disciplina de servir a Cristo
não é uma carga para quem ama a Deus. E se nossa carga começa a ser pesada,
sempre podemos confiar em que Cristo nos ajudará a levá-la (Mt 11.28-30). O
amor a Deus é o primeiro e o maior dos mandamentos (Dt 6,5; Js 22,5; Mc 12,28-30).
É a resposta do ser humano à iniciativa de Deus, que nos amou primeiro (Os
9,10; 11,1-4; Jr 2,2-4; 31,3; Is 63,9; Gl 2,20; 1ª Jo 4,19). O amor imenso de
Deus se manifesta na cruz de Cristo (Jo 3,16s; 1ª Jo 3,1-16; 4,7-19; Rm 5,8;
8,32).
3.
A santidade como marca. O livro de Levítico tinha como alvo fazer de Israel
uma nação distinta por sua pureza e santidade (Êx 19.6). E, de fato, nenhum
outro povo jamais alcançou as excelências de Israel (Rm 9.4,5). Usufruir de
todos esses privilégios, todavia, acarreta-lhe ainda grande responsabilidade
(Rm 2.17-29). Em alguns períodos de sua história, Israel de fato destacou-se
como herança peculiar do Senhor, haja vista os elogios tecidos pela rainha de
Sabá ao rei Salomão (2º Cr 9.1-8). Todavia, a maior parte de sua história foi
marcada pela apostasia. Mas, chegará o tempo, em que todo o Israel será
redimido e salvo (Rm 11.26). Se o povo hebreu deveria sobressair-se pela
santidade, o que não esperar da Igreja de Cristo? Por essa razão, o apóstolo
exorta-nos a andar continuamente em novidade de vida (Rm 6.4). Sem a santidade
requerida por Deus nenhum de nós chegará à Jerusalém Celeste (Hb 12.14; Ap
21.8).
Já vimos que o livro de Levítico é
diferente do que os outros livros do Pentateuco porque relata quase
exclusivamente o sistema das leis para governar Israel na sua vida religiosa,
civil, dietética e diária. Não encontraremos nele a história de Israel, mas as
leis dadas por Deus àquela nação. Seu conteúdo é tópico em vez de ser
cronológico. O tema central do livro é a santidade de Deus na separação e na
santificação, logo, a palavra chave é santidade em suas várias formas:
santificar, santíssimo, santo, santuário, limpo e santidade (veja 19.2; 11.44).
Este livro é atualíssimo para a Igreja, nele aprendemos que é necessário
pregarmos tanto a expiação pelo sangue de Cristo quanto a vida de santidade
baseada na expiação feita pelo sangue de Cristo. O salvo tem que saber como
andar com Deus na comunhão! Merece uma explicação a afirmativa do comentarista
citando Romanos 11.26: Os dispensacionalistas têm adotado uma posição onde
somente aqueles judeus que sobreviverão à Grande Tribulação serão salvos.
Romanos 11.26 é interpretado por Zacarias 13:8, onde “dois terços” de Israel
serão “eliminados e perecerão”, enquanto somente “a terceira parte restará
nela”. O entendimento dispensacional de “todo Israel” é restringido para
significar “somente alguns de Israel”.
“O retorno de Israel ao Senhor é certo
(Zc 12.7-10; Rm 11.26). Paulo recorre às profecias para confirmar a declaração
de que todo o Israel será salvo (Rm 11.26,27; cf. Is 59.20,21). Isto ocorrerá
quando se “completar o tempo dos gentios” no final da Grande Tribulação (Jr
30.7; Ez 20.34-38; Jo 19.37). Israel verá a Jesus como o Messias e se
arrependerá por havê-lo rejeitado (Jo 1.11; Lc 13.34). Nesse período, os
israelitas, como ramos naturais, serão enxertados na própria oliveira, que é
Cristo. E, assim, os descendentes de Abraão receberão novamente a plenitude das
bênçãos divinas (Zc 2.10). A revelação do plano divino da salvação levou o
apóstolo a adorar a Deus. Paulo reconhece o controle providencial de Deus na
história da salvação e da justificação através de Cristo (Rm 10.33-36). Quanto
à eleição, a aliança divina concernente a Israel é imutável. Deus, em sua
soberania, escolheu a Israel dentre todos os povos e fez-lhe promessas por meio
de seus patriarcas: Abraão, Isaque e Jacó (Gn 12.1-3; 15.1-21; 17.1-22). Da
mesma maneira que Deus cumpriu e cumprirá suas promessas a Israel, assim também
tem feito e o fará com a sua Igreja”.(O futuro glorioso de Israel. Disponível
em: http://avivamentonosul21.comunidades.net/romanos-estudo-e-comentario.
Acesso em: 23 Jul, 2018).
No capítulo 5.12-21, Paulo descreve a
libertação do crente a partir da ação salvífica e graciosa de Jesus Cristo. Na
desobediência de Adão, o pecado abundou, mas na obediência de Jesus, a graça
superabundou (v.20). Cristo, pelo seu ato, garante a justificação ao que crê
(5.1). No capítulo 6.1-23, entretanto, a salvação graciosa de Deus é
apresentada ao fiel, mas este precisa corresponder à realidade da nova vida em
Cristo. O crente regenerado, cuja graça de Deus manifestou-se em sua vida, deve
rejeitar o pecado e produzir frutos santos (v.22).
II.
A SANTIDADE NO MINISTÉRIO LEVÍTICO
Os sacerdotes deveriam ser uma
referência perfeita à nação de Israel no que tange à santidade e à pureza.
Afinal, eram os responsáveis pela santificação do povo, a fim de torná-lo
propício diante de Deus.
1.
Santidade exterior.
Aos ministros do altar, o Senhor impôs uma série de restrições, para que não
viessem a comprometer o santo ministério. O sumo sacerdote, por exemplo, não
poderia desposar uma mulher que não fosse virgem (Lv 21.7,14). Até mesmo com
respeito ao luto, deveriam os ministros do altar ser precavidos e cuidadosos
(Lv 21.1-3). Tendo em vista o emblema da santidade divina que estava sobre a
classe sacerdotal de Israel, nenhum descendente de Levi poderia ser admitido no
serviço divino se portasse alguma deficiência física (Lv 21.17-21).
A santidade de Deus deveria estar
presente na vida do sacerdote de forma muito acentuada e destacada porque ele
era o representante de Deus diante do povo e falava em nome de Deus e também
era o representante do povo diante de Deus, que falava pelo povo e oferecia
pelo povo os sacrifícios para expiação dos pecados desse povo. Estas exigências
de conduta para os sacerdotes objetivavam conscientizá-los da imensa
responsabilidade que lhes pesava; A função sacerdotal não podia ser vista como
corriqueira, rotineira ou ingrata. Os deveres sacerdotais deveriam ser vistos
como extrema importância, a ponto de que, se o sacerdote agisse com
negligência, ele traria sobre si a morte.
2.
Santidade interior.
O sumo sacerdote deveria portar uma lâmina de ouro, que, posta em sua mitra,
trazia esta advertência: “Santidade ao Senhor” (Êx 28.36). Portanto, a
santidade do ministro não poderia ser apenas exterior; sua pureza externa
deveria ser um perfeito reflexo de sua santidade interior (Ml 2.7).
Infelizmente, a classe sacerdotal deixou-se levar por um culto formal, o que
ocasionaria a destruição de Jerusalém (Jr 5.31; 23.11).
Não eram os trajes e muito menos os
rituais que faziam o sacerdote, antes, cada sacerdote deveria ser homem
irrepreensível moralmente e sem qualquer, por mínimo que fosse, defeito físico.
Todo o ritual do sacerdócio levítico, evidencia que Deus não recebe um culto
oferecido de qualquer maneira. Tanto a oferta quanto o ofertante devem cumprir
com as exigências divinas. Nosso Deus por ser Santo, não aceita diante de Si,
algo que não venha de um santificado (separado) e o que é ofertado tem que
estar nas mesmas condições de santificação. Deus exigia de Seus sacerdotes, o
mesmo que espera de cada um de nós hoje em dia – santidade (Lv 21.6,8,15,23).
3.
Santidade e glória.
A glória que acompanhou Israel em sua peregrinação, no deserto, tornou-o
conhecido como a herança peculiar do Senhor (Êx 13.21,22; 16.10). Atemorizados,
os gentios sabiam que era impossível amaldiçoá-lo (Nm 23). Mas, para que os
israelitas continuassem a usufruir a glória divina era-lhes imprescindível
obedecer a Palavra de Deus (Lv 9.6). O mesmo não requer o Senhor de cada um de
nós? (Hb 12.14).
Santificação, não significa que o pecado
está morto no crente, mas sim que, o crente está definitivamente morto para
ele. Santificação significa que uma mudança radical deve ser efetuada nos
crentes no que diz respeito ao pecado. Antes vivíamos no pecado e amávamos o
pecado, e concordávamos com o pecado, agora estamos mortos para o pecado de
forma que não mais apresentamos nossos membros para servirem à imundícia e à
maldade, mas para servirem à justiça para a santificação. A glória que
acompanhou Israel em sua peregrinação, no deserto, tornou-o conhecido como a
herança peculiar do Senhor só permaneceria presente desde que o povo fosse
obediente. Santidade implica em obediência.
“O que vemos aqui é Arão e os seus
filhos, seguindo tudo o que Moisés instruíra eles da parte do Senhor,
completando as cerimônias com êxito e segundo tudo o que lhes fora ordenado.
Era assim que doravante deveria de ser
feito para sempre, embora todos saibamos que esse sacerdócio estava marcado par
falhar por causa da imperfeição tanto do sacerdote que ministrava quanto da
oferta que era insuficiente para expiar todos os pecados de todo o mundo.
Dos vs. 1-7, vemos Moisés ordenando os
sacrifícios, mas não ordenando de si mesmo, antes porque Moisés seguia o que
Deus instruíra ele primeiro. Veja que primeiro Deus fala com o sacerdote e
depois com o povo, por meio do seu escolhido.
Dos vs. 9-23a, vemos Arão e os seus
filhos oferecendo os sacrifícios conforme suas instruções, sem nada de
invencionices, nem acréscimos, nem decréscimos, mas exatamente como instruído.
Finalmente, do 23b-24, a conclusão do
capitulo com Deus se manifestando maravilhosamente, em reconhecimento a tudo
quanto foi feito, segundo tudo o que lhes fora ordenado e instruído”. (Levítico
9:1-24 – O Senhor hoje vos aparecerá. Disponível em:
http://www.jamaisdesista.com.br/2013/11/levitico-9-1-24-segmentado-e-comentado.html.
Acesso em: 23 Jul, 2018)
III.
A SANTIDADE DO POVO DE DEUS
O Senhor exige, de cada um de nós, a
santificação de nossos filhos e de nossa vida conjugal, pois a nossa pureza
expressa a sua vontade.
1.
A santificação dos filhos. Deus proíbe aos israelitas, expressa e
energicamente, apresentarem seus filhinhos como oferenda a Moloque (Lv 20.1-4).
A razão é simples: cada um de nossos meninos e meninas é herança do Senhor (Sl
127.3). Hoje, há pais cristãos, que, sem o saberem, estão entregando seus
filhos a “Moloque”, quando, por exemplo, adotam a política criminosa do aborto
e quando não os educam conforme recomenda a Palavra de Deus (1ª Co 5.8).
Ensine, pois, seus pequeninos na admoestação do Senhor, para que sejam pessoas
de bem (Ef 6.4). Finalmente, que seus filhos venham a honrá-los como a pais e
mães; somente assim poderão ser abençoados (Êx 20.12; Lv 20.9; Ef 6.2).
A santificação tem sido um elemento
essencial na relação entre Deus e seu povo ao longo de toda a Bíblia e Levítico
não é diferente, ele aponta para esta qualidade de ser separado do pecado como
uma característica fundamental da santidade de Deus, que tem que ser
desenvolvida como parte do caráter de seus filhos. Em 2ª Coríntios 6.14 – 7.1,
Paulo ensinou que o pecado não tem lugar na vida do cristão. Uma das importantes
afirmações do Salmo 127 é o valor dos filhos que Deus nos dá. O versículo
citado (3) trata da construção do lar, e especificamente da atitude sobre
filhos. Como presentes de Deus, os filhos devem ser protegidos, alimentados e
instruídos no caminho que Deus traçou para cada um de nós (Provérbios 22:6;
Efésios 6:4). Pais que cumprem bem seu papel acham conforto em saber que seus
filhos, por sua vez, vão protegê-los. Se inimigos baterem à porta, os filhos se
levantam em defesa do pai. A palavra grega usada em Efésios 6.4 para
“disciplina” transmite a ideia de correção que resulta em educação. É um
esforço positivo e altamente valioso.
“O autor de Hebreus enfatiza esse ponto
citando Provérbios 3.11-12 para encorajar seus leitores que não se fatiguem ou
desmaiem em meio ao sofrimento. Ele pede a eles (e a nós) que nos lembremos de
que Deus nos trata como filhos nessa passagem quando ele diz: “Filho meu, não
menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és
reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem
recebe” (Hb 12.5-6). Da mesma maneira, Deus chama os pais a serem como ele,
amando os próprios filhos o suficiente a ponto de discipliná-los
apropriadamente. Ele faz isso expondo os benefícios positivos que derivam da
disciplina das crianças. “Corrige o teu filho, e te dará descanso, dará
delícias à tua alma” (Pv 29.17). Não apenas os pais se beneficiam, mas a
criança também se beneficiará. “A estultícia está ligada ao coração da criança,
mas a vara da disciplina a afastará dela” (Pv 22.15). Uma criança bem
disciplinada terá a sua insensatez exposta e corrigida de forma tão regular e
consistentemente que a beleza e a bondade da sabedoria se tornarão cada vez
mais atrativas a ela”. (Thomas K. Ascol. A Disciplina e A Instrução do Senhor
na Criação dos Filhos. Disponível em:
http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/654/a_disciplina_e_a_instrucao_do_senhor_na_criacao_dos_filhos.
Acesso em: 23 Jul, 2018)
2.
A santificação conjugal. Deus sempre teve um forte compromisso com a
família, pois Ele próprio instituiu-a no Éden (Gn 2.24,25). A fim de preservar
a integridade familiar, o Senhor proíbe terminantemente a infidelidade conjugal
e o adultério (Lv 20.10). Seu objetivo era tornar a família israelita um
exemplo para os gentios, conforme descreve-a o Salmista (Sl 128). Hoje, a nossa
responsabilidade não é menor. Temos de observar o sétimo mandamento: “Não
adulterarás”, e manter o leito conjugal sem mácula (Êx 20.14; Mt 5.28; Hb
13.4). O Deus que inspirou o Levítico não mudou.
Adultério é toda relação sexual
extraconjugal do homem ou da mulher casados. No Antigo Testamento, a mulher é
considerada propriedade do marido e a virgem, antes do noivado, propriedade do
pai. Por isso o adultério da mulher e a defloração duma virgem são um crime
contra a lei e contra o direito da propriedade (Êx 20.14; 22.15-16), punível
com a morte (Dt 22.22-29). O povo eleito, infiel a Deus, é comparável à mulher
adúltera (Os 1–3; Jr 2–3; Ez 16). Jesus condenou o adultério, até o simples
desejo de cometê-lo (Mt 5.27s; 19.3-9), mas perdoou à mulher adúltera (Jo
8.1-11). O cristão é membro de Cristo, templo do Espírito Santo e vive uma vida
nova na luz; por isso não deve profanar-se com o adultério e a fornicação (1ª Cor
5; 6,12-19; Ef 4.17–5.20). Os atos detestáveis mencionados aqui (Lv 20.10-21)
eram muito comuns nas nações pagãs do Canaã; suas religiões estavam infestadas
com deusas sexuais, prostituição no templo e outros pecados graves. As práticas
religiosas imorais dos cananeus refletia uma cultura decadente que tendia a
corromper tudo o que entrasse em contato com ela. Ao contrário, Deus estava
formando uma nação que fora uma influência positiva no mundo. E não queria que
os israelitas adotassem as práticas cananeias e derivassem para a libertinagem.
Dessa maneira preparou ao povo para o que teriam que enfrentar na terra
prometida lhes ordenando que evitassem (tudo o que fora pecado sexual.)
(Comentário da Bíblia Diário Viver).
3.
A santificação e a vontade de Deus. A santificação é um processo que exige
disciplina, esforço e um profundo amor a Deus (1ª Co 9.27). Nesse processo,
lento e doloroso, todo o nosso ser tem de estar envolvido (Fp 3.12-15;1ª Ts
5.23). O santificar-se não é uma opção na vida do salvo; é uma ordenança divina
(Lv 20.7; Js 3.5). A nossa santificação é da vontade de Deus (1ª Ts 4.3). Sem
ela, como veremos o Senhor? (Hb 12.14).
Santidade não é uma opção! Deus é santo
e ele nos salvou para tornar-nos como ele é. Impureza e toda forma de injustiça
faz parte de nossa vida pregressa. Agora, devemos nos revestir do nosso novo
“eu”, criado segundo Deus em justiça e santidade. Deus nos chamou em santidade.
Ele nos concede seu Espírito Santo para fazer-nos santos.
“Vimos então que o lema da reforma de
Lutero era Justificação pela Fé. Foi um passo fundamental no processo de
restauração. Depois John Wesley trouxe a doutrina da santificação, mostrando
que justificação não é tudo que Deus quer fazer nas nossas vidas. Entretanto,
apesar da restauração da importância de santificação através de Wesley, e do
derramamento do Espírito Santo no século XX, a igreja hoje não vive a realidade
de uma vida santa na presença de Deus. Por um lado, temos as igrejas que mantêm
a doutrina da santificação, mas sem manifestação genuína de Jesus nas suas
vidas. Outras enfatizam a experiência da santificação, de acordo com a teologia
de Wesley, que seria uma outra experiência depois da salvação, em que a pessoa
é liberta da raiz do pecado na sua vida. E ainda existem muitas outras que se
esqueceram quase totalmente da santificação, por causa da grande ênfase que
veio no século passado sobre o batismo no Espírito Santo. Infelizmente, a consequência
disso tem sido uma idéia totalmente falsa sobre o que Deus realmente espera de
nós.” (Justificação Sem Santificação Não é Salvação! Disponível em:
https://www.revistaimpacto.com.br/biblioteca/justificacao-sem-santificacao-nao-e-salvacao/.
Acesso em: 23 Jul, 2018)
CONCLUSÃO
Num momento de emergência nacional, o
rei Ezequias convocou os levitas, e ordenou-lhes: “Ouvi-me, ó levitas!
Santificai-vos, agora, e santificai a Casa do SENHOR, Deus de vossos pais, e
tirai do santuário a imundícia” (2º Cr 29.5). Foi naquela hora que teve início
um grande avivamento em Israel. Se nos santificarmos, como requer o Senhor de
cada um de nós, em breve experimentaremos uma grande visitação dos céus em
nosso país. Amém!
Santificação não é um conjunto de normas
ou regras; é amar. Não é uma doutrina, nem uma experiência; é um caminho, é
andar com Deus. A Abraão Deus falou: “Anda na minha presença e sê perfeito”.
Enoque andava na presença de Deus e foi levado aos céus. Noé andava com Deus e
foi salvo do dilúvio universal. Esse é o nosso destino: andar com Deus.
“Achando-se as tuas palavras, logo as
comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo
teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
CLAUDIONOR CORREA DE ANDRADE. 3ª Trimestre/2018.
Lição 4. CPAD.
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