TEXTO
ÁUREO
“Do SENHOR é a terra e a sua plenitude,
o mundo e aqueles que nele habitam.” (Sl 24.1)
VERDADE
PRÁTICA
Tudo quanto existe pertence ao Senhor e
ao Senhor deve ser consagrado, principalmente o nosso ser.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Levítico
9.1-14:
“E aconteceu, ao dia oitavo, que Moisés chamou a Arão, e a seus filhos, e aos
anciãos de Israel 2 e disse a Arão: Toma um bezerro, para expiação do pecado, e
um carneiro, para holocausto, sem mancha, e traze-os perante o SENHOR. 3 Depois,
falarás aos filhos de Israel, dizendo: Tomai um bode, para expiação do pecado,
e um bezerro e um cordeiro de um ano, sem mancha, para holocausto; 4 também um
boi e um carneiro, por sacrifício pacífico, para sacrificar perante o SENHOR, e
oferta de manjares, amassada com azeite; porquanto hoje o SENHOR vos aparecerá.
5 Então, trouxeram o que ordenara Moisés, diante da tenda da congregação, e
chegou-se toda a congregação e se pôs perante o SENHOR. 6 E disse Moisés: Esta
coisa que o SENHOR ordenou fareis; e a glória do SENHOR vos aparecerá. 7 E
disse Moisés a Arão: Chega-te ao altar e faze a tua expiação de pecado e o teu
holocausto; e faze expiação por ti e pelo povo; depois, faze a oferta do povo e
faze expiação por ele, como ordenou o SENHOR. 8 Então, Arão se chegou ao altar
e degolou o bezerro da expiação que era por si mesmo. 9 E os filhos de Arão
trouxeram-lhe o sangue; e molhou o dedo no sangue e o pôs sobre as pontas do
altar; e o resto do sangue derramou ŕ base do altar. 10 Mas a gordura, e os
rins, e o redenho do fígado de expiação do pecado queimou sobre o altar, como o
SENHOR ordenara a Moisés. 11 Porém a carne e o couro queimou com fogo fora do
arraial. 12 Depois, degolou o holocausto, e os filhos de Arão lhe entregaram o
sangue, e ele espargiu-o sobre o altar em redor. 13 Também lhe entregaram o
holocausto nos seus pedaços, com a cabeça; e queimou-o sobre o altar. 14 E
lavou a fressura e as pernas e as queimou sobre o holocausto no altar.
OBJETIVO
GERAL
Explicar que tudo quanto existe pertence
ao Senhor e ao Senhor deve ser consagrado, principalmente o nosso ser.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Saber que a Terra é do Senhor
Mostrar que os animais e vegetais são do
Senhor;
III. Compreender que o ser humano é do
Senhor.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
Professor (a), na lição de hoje
estudaremos três princípios bíblicos expostos no capítulo 9 do livro de
Levítico que todo israelita deveria observar:
1) tudo quanto existe foi criado por
Deus;
2) sendo Ele o Criador de todas as
coisas, somente Ele deve ser adorado; e
3) tudo quanto há deve ser consagrado ao
Deus Único e Verdadeiro. Embora o livro de Levítico tenha sido escrito na
Antiga Aliança, num tempo e contexto social diferente do nosso, tais princípios
também devem ser observados pela Igreja e crentes da atualidade. Que venhamos
como filhos de Deus, alcançados pela graça, consagrar tudo a Ele e em especial
todo o nosso ser.
INTRODUÇÃO
No livro de Levítico, há uma teologia
sublime e altamente devocional, cujo objetivo é levar o crente israelita a
reconhecer três verdades:
1) tudo quanto existe foi criado por
Deus;
2) sendo Ele o Criador de todas as
coisas, somente Ele deve ser adorado; e
3) tudo quanto há deve ser consagrado ao
Deus Único e Verdadeiro.
Se observasse esse princípio, o povo de
Israel ver-se-ia livre dos resquícios da idolatria do Egito, prevenindo-se
didaticamente quanto às abominações de Canaã.
Nesta lição, veremos que a essência do
culto levítico é conduzir o crente a adorar a Deus e a consagrar-lhe tudo
quanto tem. Porque tudo pertence ao Senhor, pois Ele tudo criou e tudo
preserva. Essa consagração, porém, só terá eficácia se começar pelo nosso
próprio ser (Rm 12.1-3).
PONTO
CENTRAL
Deus é o Criador e somente Ele merece
ser adorado.
I.
A TERRA É DO SENHOR
O livro de Levítico reafirma, através de
suas ações litúrgicas, as mensagens do Gênesis e do Êxodo. Ele mostra que Deus,
sendo o Criador dos Céus e da Terra, tem de ser adorado por tudo quanto existe
e por tudo que temos.
1.
Deus é o Criador dos Céus e da Terra.
Se o Gênesis mostra que Deus criou tudo
quanto existe, o Levítico reivindica dos israelitas que consagrem tudo ao
Senhor (Gn 1.1; Lv 1.17). Ao mesmo tempo, exorta-os didaticamente, por meios
das ofertas e dos sacrifícios, que nenhum ídolo pode ser honrado como o nosso
Deus (Lv 19.4; Is 42.8).
2.
Deus é o libertador de Israel.
O livro de Levítico patenteia aos filhos
de Israel que Deus é o libertador de seu povo. Por esse motivo, nenhum
israelita poderia comparecer diante do Senhor de mãos vazias (Êx 23.15; 2ª Co
9.7).
3.
Israel é o templo de Deus.
A teologia de Levítico tinha por
objetivo também conscientizar Israel de sua vocação divina (Lv 20.26). Logo,
toda a nação israelita era (e no futuro o será) um templo de adoração ao Senhor
(Lv.10.3). Isso significa que o povo hebreu não se limitava a ser uma mera
teocracia, mas a comunidade de adoração por excelência ao Senhor (Lv 9.23).
SÍNTESE
DO TÓPICO I
A Terra foi criada pelo Senhor, por isso
pertence a Ele.
SUBSÍDIO
BÍBLICO-TEOLÓGICO
Levítico 9.1-24
Para preparar o aparecimento de Deus,
Arão ofereceu por si e seus filhos uma expiação de pecado e um holocausto
(7,8). A oferta pelo pecado de Arão era um bezerro (2,8), e seu holocausto, um
carneiro. Esta é a única ocasião na qual a legislação sacrificial exigia um
bezerro. Rashi comenta a respeito do bezerro: ‘Este animal foi escolhido como
oferta pelo pecado para anunciar ao sacerdote [Arão] que o santo, bendito seja
Ele, lhe concedeu expiação por meio deste bezerro por causa do incidente do bezerro
de ouro anteriormente feito’.
O pensamento judaico tradicional sempre
vê significação em cada detalhe deste processo. Snaith ressalta que o carneiro
era lembrança da obediência de Abraão em amar Isaque. Cita também a
significação relacionada a estas ofertas que o Targum de Jerusalém menciona: o
bode é visto como lembrança do bode que os irmãos de José mataram (Gn 37.31,
ARA); o bezerro lembra o bezerro de ouro; e o cordeiro recorda o fato de Isaque
ter sido amarrado como cordeiro para o sacrifício. A própria sofreguidão em ver
significado em cada detalhe sugere a importância que estes eventos
representavam para antigo Israel. Segundo o rito significa ‘de modo regular’ ou
‘de acordo com as prescrições’.
O fato de Arão apresentar a oferta pelo
pecado e o holocausto a favor de si mesmo e de seus filhos mostra o
autoentendimento que o Antigo Testamento tinha das limitações de seu próprio
sistema sacrificatório. Ninguém, nem mesmo o sumo sacerdote Arão, estava
preparado para servir a Deus ou adorar a Deus sem que primeiro fosse feita
expiação por ele. O escritor aos Hebreus (Hb 7.27) aceita esta realidade como
prova da superioridade do novo concerto e de Cristo, o verdadeiro Sumo
Sacerdote.
As ofertas de Arão pelo povo formavam um
padrão para o culto de Israel ao Senhor. Arão ofereceu a expiação do pecado, o
holocausto, o sacrifício pacífico e a oferta de manjares. A omissão da oferta
pela transgressão (culpa) confirma o fato de que esta oferta era primariamente
para ocasiões em que ocorresse o dano e a reparação estivesse sendo feita.
A ordem dos sacrifícios revela o
entendimento levítico acerca da aproximação apropriada a Deus na adoração
(Comentário Bíblico Beacon. Vol. 1. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp. 275,
276).
II.
OS ANIMAIS E OS VEGETAIS SÃO DO SENHOR
A teologia do Levítico mostra a criação
como serva do Criador. Por essa razão, os animais e os vegetais, em Israel, não
eram adorados, mas serviam para adorar a Deus.
1.
No Egito, os animais eram deuses.
Os egípcios não faziam distinção entre o
Criador e a criação, nem estavam preocupados em distinguir os animais limpos
dos impuros. Por isso, adoravam o boi, o crocodilo, o falcão, o gato, etc (Rm
1.25). Eis porque Deus, ao punir o Egito com as dez pragas, mostrou quão
inúteis eram aqueles deuses.
2.
Os animais e a adoração a Deus.
Ao contrário dos egípcios, os israelitas
não se davam ao culto dos animais, mas entregava-os em sacrifício ao Senhor (Lv
1.2). Além disso, faziam distinção entre os animais limpos e impuros (Lv cap.
11). Nesse sentido, o povo de Israel sabia que os animais não são deuses, e,
sim, criaturas do Deus, que, bondosamente, o sustenta (Sl 104.14).
3.
Os vegetais e a adoração a Deus.
Se por um lado, a Lei de Deus preconiza
a preservação da natureza, por outro, condena a idolatria da natureza como
acontecia em algumas antigas culturas cananeias e no período de apostasia dos
judeus (1º Rs 14.23). Em Israel, os
frutos da terra serviam para louvar e enaltecer a Deus (Lv 23.10).
SÍNTESE
DO TÓPICO II
Os animais e vegetais foram criados pelo
Senhor e pertencem a Ele.
SUBSÍDIO
DIDÁTICO
Professor (a), inicie o segundo tópico
fazendo a seguinte indagação: “Por que os animais e os vegetais são do Senhor?
Incentive a participação de todos os alunos. Eles são do Senhor porque Ele os
criou. Mas como saber a verdade a respeito do relato da criação? Explique que o
relato da criação não é uma alegoria. A narrativa da criação é um fato
histórico, ou seja, algo que aconteceu exatamente como a Palavra de Deus narra.
Quando o assunto é a criação do universo, sabemos que existem várias teorias
que tentam explicar a origem da vida, como por exemplo, a teoria do Big Bang e
a teoria da Evolução. Porém, como crentes, sabemos que o universo e a vida não
são produtos de uma evolução como alguns cientistas tentam afirmar ou o
resultado da explosão de uma partícula. Deus é o grande Criador. Ele Criou os
animais e vegetais, por isso pertencem a Ele. Os israelitas precisavam ter a
consciência de que o Deus que eles adoravam no Tabernáculo era o único e que
tudo foi criado por Ele. Enfatize também que os sacrifícios de animais
apontavam para o sacrifício vicário de Jesus e que segundo a Bíblia de Estudo
Pentecostal, “quando um sacrifício era oferecido com fé e obediência a Deus, Deus
se aprazia no ato do adorador e, deste modo, outorgava ao penitente a graça e o
perdão almejados”.
III.
O SER HUMANO É DO SENHOR
A teologia do Levítico preconiza a
sacralidade da vida humana como imagem e semelhança de Deus. Em Israel, ao
contrário das culturas cananeias, estava proibido o sacrifício humano, pois o
verdadeiro sacrifício a Deus é um coração humilde e contrito (Is 57.15).
1.
O ser humano é a imagem de Deus.
O livro de Levítico corrobora a teologia
do Gênesis, ao mostrar que o ser humano foi criado por Deus (Gn 1.26).
Portanto, há vários dispositivos, visando promover o ser humano como a obra
prima das mãos divinas. Por esse motivo, o crente israelita era intimado a
cuidar de seu corpo tanto exterior quanto interiormente (Lv 20.7). Nem marcas nem
tatuagens eram admitidas (Lv 19.28). Ou seja, o ser humano só agradará a Deus
se buscar a excelência divina em toda a sua maneira de ser, existir e pensar.
2.
A vida humana é sagrada.
O crente israelita é exortado a ver a
vida humana como sagrada. Por isso mesmo, não poderia, sob hipótese alguma,
consagrar sua descendência aos ídolos (Lv 18.21). Portanto, toda a nação de
Israel, como propriedade exclusiva do Senhor, ao Senhor tem de ser consagrada.
3.
O ser humano é servo e adorador a Deus.
Sendo Israel o povo do Senhor, deve, por
conseguinte, dedicar-se totalmente ao serviço divino, oferecendo-lhe
sacrifícios, celebrando seus grandes feitos e adorando-o na beleza de sua
santidade (Lv 1.2; 23.2).
4.
O sacrifício pacífico.
A teologia do livro de Levítico tinha
por objetivo, antes de tudo, levar o israelita a servir voluntária e
amorosamente a Deus. Esse ideal é realçado pelo salmista (Sl 100.2). A síntese
desse ensinamento está no sacrifício pacífico com que Israel mostrava a sua
gratidão ao Senhor (Lv 7.11-17). Quanto a nós, somos exortados a oferecer a
Deus, na pessoa de Jesus Cristo, por mediação do Espírito Santo, sacrifícios de
louvores (Hb 13.15).
SÍNTESE
DO TÓPICO III
Os seres humanos foram criados por Deus
e pertencem a Ele.
SUBSÍDIO
BÍBLICO-TEOLÓGICO
Sobre o homem.
Cremos, professamos e ensinamos que o
homem é uma criação de Deus: ‘E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e
soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente’ (Gn
2.7). A palavra ‘homem’ no relato da criação em Gênesis 1 e 2 é Adam, que
aparece depois como nome próprio do primeiro homem. O ser humano foi criado
macho e fêmea: ‘E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou;
macho e fêmea os criou’ (Gn 1.27). Trata-se de um ser inteligente e que foi
capaz de dar nome aos animais; feito à semelhança de Deus: ‘os homens, feitos à
semelhança de Deus’ (Tg 3.9); um pouco menor do que os anjos; coroado de honra
e de glória e dotado por Deus de livre-arbítrio, ou seja, com liberdade de
escolher entre o bem e o mal. Mediante a graça, essa escolha continua mesmo
depois da Queda no Éden: ‘Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma
doutrina, conhecerá se ela é de Deus ou se falo de mim mesmo’ (Jo 7.17). Mais
de uma vez, Israel teve a liberdade de escolha quando foi chamado por Deus.
Podemos afirmar que nenhuma criatura foi feita como o homem, que é considerado
a coroa da criação. Adão é o primeiro homem, e dele e Eva veio toda a geração
dos seres humanos que vivem sobre o planeta terra (SILVA, Esequias Soares da (Org.).
Declaração de Fé das Assembleias de Deus. 3.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.
77,78).
CONCLUSÃO.
Nós somos o templo do Espírito Santo (1ª
Co 6.19). E, como tais, somos intimados a andar em novidade de vida,
consagrando tudo ao Senhor, a começar por nós mesmos (1 Ts 5.23). Se não nos
ofertarmos amorosa e incondicionalmente a Deus, e usarmos o nosso corpo para o
pecado, como estaremos diante de Deus? Seremos réus diante d’Ele (1ª Co
6.18-20).
A essência da teologia do Levítico
continua válida ainda hoje. O Deus que exortou Israel à santidade requer, de
igual modo, a nossa santificação (Lv 19.2; 1ª Ts 4.3).
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