TEOLOGIA EM FOCO: 2021

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

AS QUALIFICAÇÕES DE UM MINISTRO

 

ESBOÇO PARA SERMÃO

1º Timóteo 3.1 “Fiel é a palavra: se alguém almeja o episcopado, excelente obra almeja”.

Tito 1.7-11 “Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível como despenseiro de Deus, não arrogante, não irascível, não dado ao vinho, nem violento, nem cobiçoso de torpe ganância; 8 antes, hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso, que tenha domínio de si, 9 apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem.

1. Os líderes de uma igreja devem espelhar-se nas características do “Sumo Pastor” (1ª Pe 5.4).

2. E deve possuir qualificações que o credenciem para tão importante missão.

3. O pastor deve ser um servo da igreja local, e não seu mandatário ou proprietário.

A seguir, algumas dessas qualificações, conforme 1ª Timóteo 3.1-7 e Tito 1.7, relativas ao bispo, que é sinônimo de pastor. 

I. AS CARACTERÍSTICAS DE UM BOM MINISTRO 

1. Irrepreensibilidade moral. Do grego anepileptos, que significa “não apreendido, que não pode ser repreendido, não censurável, irrepreensível”, “de caráter impecável”, “que ninguém possa culpar de nada”.

Refere-se a uma vida de integridade, de que não tenha de que se envergonhar ou causar escândalo. 

2. Vida conjugal ajustada. (“marido de uma mulher”). Note-se que é prioridade o cuidado com a vida conjugal; no Novo Testamento, não é prevista a tolerância com bigamia ou a poligamia; a regra é a monogamia, como plano original de Deus para o matrimônio; e o pastor como esposo deve ser exemplo para os demais esposos, na igreja, amando sua esposa e cuidando dela (Ef 5.25).

Um presbítero, à semelhança de qualquer outro cristão não pode ter um caso ou relações extraconjugais. Por outro lado, também não pode ser alguém casado de novo, fora dos padrões bíblicos (Mt 19.9; 1ª Co 7.39) Por outro lado, também não pode ser alguém casado de novo, fora dos padrões bíblicos (Mt 19.9; 1ª Co 7.39). 

3. Sóbrio. Do grego sophron, significa “de mente sã, equilibrado, que freia os próprios desejos e impulsos, autocontrolado, moderado”. Fala de autocontrole – não só quanto à bebida, mas também com relação a cada aspecto da vida espiritual, emocional e física (2 Tm 4.5). A NVI traduziu o termo como “sensato”. 

4. Vigilante. O pastor é o guarda do rebanho. Deve estar atento ao que se passa ao seu redor; vigiando, primeiro, a sua vida pessoal e ministerial (1ª Tm 4.16). Depois, vigiando o rebanho para alertar e livrar dos “lobos devoradores”.

Ser vigilante significa ser “atento, cauteloso, cuidadoso, precavido” quanto aos perigos que o rodeiam. Para assumir a função de liderança, na igreja local, o obreiro deve ser muito cuidadoso quanto à sua vida espiritual, moral, social, familiar e em todos os aspectos. Isso porque o Diabo “anda rugindo como leão, buscando a quem possa tragar” (1ª Pe 5.7). O presbítero, bispo ou pastor deve obedecer o que Jesus disse: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41). Ele precisa ser “exemplo dos fiéis” (1ª Tm 4.12; 1ª Pe 5.3).

Neemias colocou guardas para vigiar a cidade “de dia e de noite” (Ne 4.9). 

5. Modesto. Do grego kosmios, significa “bem organizado, conveniente, modesto”. Fala de características como organização (pessoal e de trabalho), comportamento agradável e humildade. Versão Corrigida de Almeida traduziu como “honesto” e a Tradução Brasileira, “circunspecto”. Já a NVI, “respeitável”. 

6. Sóbrio. (Simples, moderado). O pastor ou bispo deve zelar pela simplicidade, no ministério; o luxo, a ostentação material, a exibição de riqueza não convêm a um homem de Deus; Jesus disse: “sede símplices como as pombas” (Mt 10.16). 

7. Honesto. Tem o significado de ser “honrado, digno, correto, íntegro; decoroso, decente, puro, virtuoso”. Todas essas qualificações podem resumir-se numa expressão: ser “santo em toda a maneira de ver” (1ª Pe 1.15). O homem de Deus não é perfeito em si mesmo, por mais que se esforce para ser santo. Mas, cuidando de sua vida pessoal, ministerial e como cidadão, pode ser muito bem visto pelos crentes como uma pessoa honesta. O seu falar deve ser “sim, sim; não, não” (Mt 5.37). Honestidade é sinônimo de integridade. O pastor ou bispo deve ser uma pessoa assim, fiel, sincera, verdadeira. Deve ser alguém que vive o que prega ou ensina (Tg 2.12). 

8. Hospitaleiro. Do grego philoxenos, significa “hospitaleiro, generoso para as visitas”. Esta palavra vem de hospital, na sua origem. Não havia casas de saúde como hoje. Uma hospedaria era um hospital, um lugar onde os viandantes podiam pousar, e também os enfermos, uma hospedaria ou estalagem (Lc 10. 34,45). Mas o pastor não tem obrigação de transformar sua casa em hospedaria. No sentido do texto, hospitaleiro é sinônimo de acolhedor, que sabe tratar bem as pessoas, sem fazer acepção de ninguém; é pecado (Dt 16.19; Ml 2.9; 1ª Tm 2.11; Tg 2.9). O pastor tem um coração aberto e amoroso que permite que o próprio lar seja um lugar de acolhida. Essa característica revela alguém que se importa com os outros e não é egoísta (Hb 13.2). 

9. Apto a ensinar. Do grego didaktikos, significa “apto e hábil no ensino”. Como o pastor é o que alimenta ou apascenta o rebanho, o pastor deve saber fazer uso da Palavra de Deus, ministrando mensagens, estudos e reflexões que edifiquem o rebanho sob seus cuidados. Há um entendimento bíblico necessário para viver e ensinar a Palavra de Deus em todos os aspectos, o que inclui a capacidade de correção e refutação do erro (Tt 1.9-11). Se não tiver essa aptidão, deve estar no lugar errado (2ª Tm 2.15).

 II. UM EXEMPLO PARA OS FIÉIS E OS INFIÉIS 

1. Não dado ao vinho. A palavra grega é paroinos e significa “dado ao vinho, bêbado”. Nos tempos de Paulo, o vinho era já uma bebida alcoólica que podia causar dependência química ou psicológica. Seria uma tristeza um pastor ficar embriagado pelo uso constante do vinho. Se fosse escrito hoje, o texto talvez dissesse: “não dado à cerveja, à champanhe, ao licor ou a outra bebida alcoólica”. O pastor ou bispo deve dar exemplo de abstinência desse tipo de bebida para o seu bem, de sua família e do rebanho sob seus cuidados. 

2. Não violento. Do grego plektes, significa “brigão, pronto para um golpe, contencioso, pessoa briguento”. A Tradução Brasileira traduziu como “não espancador: Trata-se de quem se domina emocionalmente e não é pavio curto” (2ª Tm 2.24). Por que Paulo fez referência a esse tipo de comportamento? Sem dúvida, porque observou que algum obreiro tinha o costume de “espancar” as pessoas a seu redor. Sempre houve pastores grosseiros, prepotentes, alguns que cometeram “assédio moral” contra pessoas a seu redor. Isso é reprovável sob todos os aspectos. O pastor deve ser ordeiro, humilde, de bom trato para com todos, não cobiçoso nem ganancioso. Ordeiro quer dizer que mantém a ordem, na casa de Deus.  

3. Cordato - Moderado. Do grego epieikes, significa “aparente, apropriado, conveniente, equitativo, íntegro, suave, gentil”. É sinônimo de suave, brando, comedido, prudente, contido. É qualidade sem a qual o pastor pode sofrer sérios revezes em sua vida, no relacionamento com outras pessoas, em seus hábitos, costumes, etc. Ele não pode ser um desequilibrado mental, sem controle de suas emoções. Para ser moderado, precisa ter o fruto da temperança e da longanimidade (cf. Gl 5.22). 

4. Não contencioso. O pastor ou bispo não deve viver em contenda, nem com a família, nem com os crentes, nem com os de fora. Contenda é o mesmo que porfia, dissensão, peleja, que são “obras da carne” (Gl 5.2,1). Diz um ditado: a melhor maneira de ganhar uma contenda é evitá-la. Com oração e vigilância é possível viver em paz. 

5. Inimigo de contendas. Do grego amachos, significa “irresistível, invencível, pacífico, que se abstêm de lutar”. A Versão Corrigida de Almeida traduziu como “não contencioso”, enquanto que a NVI optou por “pacífico”. Fala de alguém que não tem a briga (ainda que só verbal) ou a intriga como opção. 

6. Não avarento. Do grego aphilarguros, significa “que não ama o dinheiro, não avarento”. O pastor ou bispo não deve ser sovino, mesquinho, e não deve ter amor ao dinheiro (avareza), que é “a raiz de toda espécie de males” (1ª Tm 6.10). O pastor não deve viver em função de dinheiro ou de bens materiais. Sua missão é elevadíssima, e deve focar-se no amor às almas ganhas para Cristo, que ficarão aos seus cuidados ministeriais. A Tradução Brasileira utiliza “não cobiçoso” e a NVI, “não apegado ao dinheiro”. Refere-se a contentamento (Fl 4.11; Hb 13.5) e ausência de ganância (1ª Pe 5.2). 

III. EXEMPLO PARA A FAMÍLIA 

1. Que governe bem a sua casa. “…criando os filhos com disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?)”. A família do líder deve ser referência e modelo ao rebanho. A principal razão de Deus ter eliminado a casa de Eli do exercício do sacerdócio foi justamente a desestrutura familiar (1ª Sm 3.12-14). 

Esta é uma qualificação de grande importância, pois as pessoas ouvem as mensagens dos pastores, mas olham para ele e como se relaciona com a família, notadamente com os filhos. Ele é o cabeça (líder) da esposa e do lar (Ef 5.22). Ao lado da esposa, que também governa a casa (1ª Tm 5.14), deve criar seus filhos “com sujeição” (1ª Tm 3.4). Porque, diz Paulo: “se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus? (1ª Tm 3.5). 

2. Experiente (“não neófito”). “…para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo”. A palavra “neófito” significa “novo na fé” e foi traduzida pela NVI como “recém-convertido”. A maturidade advinda do tempo de caminhada cristã é essencial, uma vez que a palavra “presbítero” significa “ancião” e fala, como já vimos não de maturidade cronológica, mas espiritual (1ª Tm 4.12).

Nem todo presbítero (ancião) é pastor. Mas todo pastor deve ser presbítero. Pedro, um dos pastores líderes da Igreja Primitiva, exortou aos colegas de ministério, sobre como liderar a igreja local, dizendo: “Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar...” (1ª Pe 5.1).

Aqui, temos base para dizer que presbítero é termo equivalente a pastor ou bispo. Assim, o pastor não deve ser um obreiro muito novo (neófito), pois, a missão de pastor exige capacidade para aconselhar em situações que só a experiência mostra as lições a serem indicadas. 

2.1. Homem de (com) Maturidade.

“Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo”. Esta é advertência contra a promoção muito rápida à liderança de “recém-convertidos” ou pessoas “recentemente batizadas”. Embora a igreja efésia já tivesse muitos anos de existência e, provavelmente, não devesse ter carência de líderes maduros, havia indícios de que candidatos imaturos ao ministério estavam sendo postos em serviço. Paulo acreditava em maturidade e preparação de candidatos para este cargo santo, e por uma boa e suficiente razão. Existia o perigo de que, para alguém inadequadamente preparado, a tentação ao orgulho espiritual se tornasse grande demais para ser resistida. Isso é tragédia na certa, tragédia descrita pelo apóstolo nos seguintes termos: Cair na condenação do diabo.

A tradução de Phillips expressa o que o apóstolo quis dizer: “Para que não se torne orgulhoso e participe da queda do diabo” (CH).

O ministro cristão tem de estar atento para que o orgulho não o compila a participar desta condenação. 

3. Ter bom testemunho dos de fora. O pastor deve ser um proclamador do evangelho transformador de Cristo. A vida cristã deve primeiro ganhar o respeito dos que o conhecem no dia a dia, para depois servir de referência à igreja, caso contrário você será envergonhado e preso pelo inimigo. Seu testemunho deve ser uma pregação viva de que Jesus converte e transforma o pecador. Esse testemunho deve ser demonstrado, primeiramente, em sua vida pessoal; depois, em sua casa, na igreja e, por fim, perante todas as pessoas que o conhecerem. 

4. De uma só palavra. A Tradução Brasileira usa expressão “não dobres em palavras” e a NVI, “homens de palavra”. Fala de compromisso com aquilo que se diz (Sl 15.4; Mt 5.37; Tg 5.12). Aqueles que têm a língua dobre dizem uma coisa a certas pessoas, mas depois dizem algo diferente a outras, ou dizem uma coisa, mas querem dizer outra. Eles têm duas faces e são insinceros. As suas palavras não podem ser confiadas, então eles carecem de credibilidade.

Pr. Elias Ribas

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

OS MINISTROS A SERVIÇO DE SATANAS DESPREZAM O ENSINO BÍBLICO

 


2ª Coríntios 11.13 “Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo.” 

INTRODUÇÃO

Advertência de Jesus. Mateus 24.23,24 “Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, não lhe deis crédito. 24 - Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.” 

Cristo deu uma advertência nefasta, de que muitos viriam em Seu nome, ensinariam uma mensagem diferente e enganarão a muitos. Eles iriam criar uma imitação do “verdadeiro cristianismo”, iniciando uma religião que em grande parte suplantaria a verdadeira Igreja. 

Jesus predisse que alguns clamariam Seu nome, mas O negariam por suas ações. Ele disse que O chamaria de “Senhor, Senhor”, mas não fariam o que Ele manda (Lucas 6.46). 

Cristo e Seus apóstolos falavam sobre os falsos profetas, falsos apóstolos e falsos irmãos. Eles revelaram que duas religiões opostas iriam surgir; ambas reivindicando cristãs. A verdadeira Igreja fundada por Jesus é guiada pelo Espírito de Deus e permaneceria fiel aos Seus ensinamentos. A outra (a falsa igreja), é guiada e influenciada por um espírito diferente; aceitaria o nome de Cristo, mas distorcer Seus ensinamentos para criar uma falsificação convincente da verdadeira Igreja de Deus. 

1. Os falsos ministros torcem as Escrituras.

Na tentação de Jesus. Mateus 4.5-6 O diabo coloca mal as Escrituras para Jesus dizendo: “Se tu és o Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e eles te sustentarão nas mãos, para não tropeçar nalguma pedra”. (Está escrito no Salmo 91.12). 

Satanás cita as Escrituras, mas usa o Sl 91.11-12 de um modo exatamente oposto ao do sentido original.

Jesus pôde resistir a todas as tentações do Diabo porque não apenas conhecia as Escrituras, mas também as obedecia. Em Efésios 6.17, é dito que a Palavra de Deus ó uma espada que devo ser usada no combate espiritual. Conhecer os versículos bíblicos é um importante passo para nos ajudar a resistir aos ataques do Diabo, mas também devemos obedecer á Palavra de Deus.

Note que Satanás conhecia as Escrituras, mas falhara em obedecê-las. Conhecer e obedecer à Palavra nos ajuda a fazer a vontade de Deus, ao invés de satisfazer a vontade do Diabo.

O Salmo 91 é uma exortação para se confiar em Deus; Satanás tenta substituir a confiança por um teste, lançando dúvida sobre a fidelidade de Deus. Não há lugar para a presunção em uma grande fé. Fé e presunção são incompatíveis. Bíblia de Genebra. 

Na tentação do Éden. Gênesis 3.1-5 “Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? 2- E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos. 3- Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. 4- Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. 5- Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” 

Neste texto vemos que Satanás distorce e acrescenta os mandamentos de Deus, mente, engana e ilude; ele é considerado o pai da mentira (Jo 8.44). Observemos como ele atuou na tentação de Jesus (Mt 4.1-11). Nos versos 2 e 3 do capitulo 4 de Mateus, percebemos que ele foi paciente, aguardou o momento de maior fragilidade de Jesus para agir. Ele não agiu com precipitação. Satanás esperou concluírem os quarenta dias de jejum para iniciar seus ataques. 

Na igreja primitiva. “Então alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se não vos circuncidardes conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos.” (Atos 15.1).

Os apóstolos do primeiro século, foram os primeiros a refutar os falsos ensinos que os fariseus estavam acrescentado no evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

Com o passar do tempo e o crescimento naturalmente começaram a surgir os conflitos. O primeiro deles consequência da conversão dos judeus.

A igreja agora não é mais um povo, ela é universal, porém os cristãos judeus começaram a pregar por conta própria que a salvação só estaria completa após a circuncisão.

Isso naturalmente gerou uma grande confusão. Para resolver os apóstolos se reuniram em Jerusalém para discutir a questão.

Em Atos 15.7-11, o parecer de Pedro diante da questão é de que a circuncisão é algo totalmente irrelevante após a morte e ressurreição de Jesus Cristo.

Pedro argumenta que agora somos salvos somente pela fé, mediante a graça de Deus, ou seja, não há mais nada que possamos fazer, além de crer em Jesus que seja capaz de nos salvar. 

Os fariseus estavam perturbando os apóstolos, em Atos dos Apóstolos 15.24 “Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, e transtornaram as vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a lei, não lhes tendo nós dado mandamento.”

Atos 15.12-21: Tiago irmão do Senhor Jesus concorda com Pedro, e diz que é desnecessário impor o pesado julgo da Lei aos gentios.

Atos 15.24 “Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, e transtornaram as vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a lei, não lhes tendo nós dado mandamento.”

Os fariseus da era apostólica estavam acrescentando algo mais no evangelho de Cristo, mas neste concílio o Espírito Santo estava presente e orientava os apóstolos para que eles pudessem entender o verdadeiro sentido da graça de Cristo e não impor nem um encargo (leis) além do que já haviam aprendido com Cristo.

Atos 15.28,29 “Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: 29- Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação, das quais coisas bem fazeis se vos guardardes. Bem vos vá.” 

A independência da igreja é respeitada. As conclusões do concílio apostólico são escritas e enviadas como mandamentos de uma hierarquia, mas como conselhos importantes. O selo do Espírito Santo adiciona peso e harmonizaria possíveis divergências.

Encontramos neste contexto a narrativa que demonstra a importância para aqueles que têm o ministério do ensino ficar atentos a certos ensinos que contrariam a fé cristã. São muitas as fontes que ameaçam a Igreja.

O homem não tem a liberdade de escolher partes da Palavra de Deus que lhe agradam e rejeitar outras, ou ele obedece ou não. 

2. Desestimulando os irmãos ao estudo da Palavra. 1ª Jo 2.26-27 “Estas coisas vos escrevi acerca dos que vos enganam. 27- Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou”. 

Este verso já produziu (e produz) várias interpretações erradas, heresias e conceitos errôneos. Por quê? Porque falsos irmãos (a maioria) são preguiçosas intelectualmente, não pesquisam, preferem ancorar em seu juízo ético, desprovido de lógica e razão. 

A Primeira Epístola de João não é endereçada a uma pessoa específica, mas por seus escritos podemos supor que ele escreveu aos fiéis (ver 1ª João 1.3–4; 2.12–14), talvez àqueles que habitavam a Ásia Menor (atual Turquia), onde, segundo fontes históricas, João pode ter vivido e ministrado no final do primeiro século d.C. 

“...Dos que vos enganam.” (no verso 26), refere-se aos falsos mestres, ou anticristos. O pronome indica que é possível os cristãos serem enganados por ensinamentos falsos. Nessa época, falsos mestres haviam criado uma divisão entre os santos na região (ver 1ª João 2.18–19, 22, 26; 4.1) e a apostasia estava se disseminando na Igreja. Uma filosofia, em particular, que estava ganhando popularidade era o Docetismo. O Docetismo fazia parte de um movimento maior conhecido como Gnosticismo. Um dos principais ensinamentos das muitas formas de Gnosticismo era que o espírito era absolutamente bom, e que a matéria, incluindo o corpo físico, era totalmente má.

Os seguidores do Gnosticismo acreditavam que a salvação não era alcançada ao nos libertarmos dos pecados, mas ao libertarmos o espírito da matéria, em outras palavras, do corpo físico. Eles também acreditavam que a salvação era alcançada por meio de um conhecimento especial (gnose) e não pela fé em Jesus Cristo. 

“...e não tendes necessidade de que alguém vos ensine...”. O apóstolo João escreveu está carta para combater os falsos ensinos que os gnósticos estavam disseminado entre os irmão novos convertidos. Ao escrever “...e não tendes necessidade de que alguém vos ensine...”, ele está dizendo que não há necessidade que eles (os falsos mestres) vos ensinem, ou seja, venham vos enredar com ensinos falso. 

Unção. A unção que Dele recebestes... do Espírito Santo no dia do pentecoste (At 1.8; 2.1-5), permanece em vós e Ele vos ensinará todas as coisas (João 14.15-26), e não há necessidade que ele os falsos mestre vos ensine, e o Espírito do Senhor é quem concede este ministério de ensino a Igreja para o aperfeiçoamento dos santos (Efésios 4.11, 12).

Deus estruturou muito bem a igreja em todos os sentidos, levantando mestres para esta função. Os cristãos não precisavam de mestres gnósticos e orientadores sobre temas espirituais (pois tinham a verdade) fora da Igreja, como estava sucedendo nos dias de João. Muitos crentes estavam ignorando o ministério do mestre cristão, que é oficializado por Deus. 

Contudo, existe outra distorção deste versículo. São seguimentos (seitas) que ignoram e não aceitam este ministério instituído pelo Senhor. Pensando que os mesmos não necessitam de ensinadores, acreditando receber diretamente do Espírito Santo o verdadeiro ensino. É evidente que às vezes, o Espírito do Senhor nos ensina algo sem intermédio de um mestre, não se questiona isto! Porém, esta orientação recebida pelo Espírito da verdade, não pode entrar em choque com outra verdade bíblica! Por exemplo, às vezes, o Espírito Santo nos ensina diretamente, porém não posso ignorar a existência do ministério de um mestre, que foi constituído pelo próprio Senhor Jesus Cristo: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.  Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo (Efésios 4.11, 12). Enumeras seitas ignoram esta lógica que é tão clara! 

3. Serão castigados os que aborrecem o ensino. Pv 1.27-29 “Em vindo o vosso terror como a tempestade, em vindo a vossa perdição como o redemoinho, quando vos chegar o aperto e a angústia. 28- Então, me invocarão, mas eu não responderei; procurar-me-ão, porém não me hão de achar. 29- Porquanto aborreceram o conhecimento e não preferiram o temor do SENHOR; 30- não quiseram o meu conselho e desprezaram toda a minha repreensão. 31- Portanto, comerão do fruto do seu procedimento e dos seus próprios conselhos se fartarão. 32- Os néscios são mortos por seu desvio, e aos loucos a sua impressão de bem-estar os leva à perdição. 33- Mas o que me der ouvidos habitará seguro, tranquilo e sem temor do mal.

Observe que o conhecimento e o temer ao SENHOR estão intimamente relacionados. Provérbios 1.7 “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.” Segundo a versão NVI, “não quiseram aceitar o meu conselho e fizeram pouco caso da minha advertência,”.

“...comerão do fruto do seu próprio caminho...”. Tal como eles semeiam, assim colherão, de acordo com a lei eterna da justiça (ver Gal 6.7-8). Este é o resultado daqueles que rejeitaram a sabedoria e a instrução, serão ridicularizados quando chegar a hora de enfrentarem o juízo inevitável de sua insensatez (Sl 2.4). Ainda assim, a Sabedoria da risada de júbilo diante da obra de Deus e deleita-se por causa do povo de Deus (Pv 8.30,31). 

4. Não serão ouvidos pelo Senhor quem despreza o ensino. Pv 28.9 “O que desvia os ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável”.

Quem despreza a Palavra de Deus, está fora do contato com Deus, e a sua oração então já é desprezada. Quem não quer ouvir não merece ser ouvido.

A quem você tem dado ouvidos? Não foi sem razão que Cristo nos advertiu: “Vede que ninguém vos engane” (Mateus 24.4).

5. Sofrerão maior juízo os que ensinam mal. Tg 3.1 “Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo”

Tiago dá um conselho a alguns irmãos: não sejam muitos de vós mestres. Por que ele dá esse conselho? Alguns queriam ser mestre, porém não tinham recebido tal capacitação (Ef 4.10-11)

As pessoas que aspiravam a posição de mestre não atinavam que os mestres receberão juízo na condição de mestre e nem da necessidade de estar enquadrado em alguns quesitos conforme o apóstolo Paulo ensinou seu filho na fé (1ªTm 3.1-10). 

Mt 23.14 “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque devorais as casas das viúvas e, para o justificar, fazeis longas orações; por isso, sofrereis juízo muito mais severo”!

O aí de Jesus para os falsos mestre de Sua época, é um aí de juízos porque haviam O rejeitado bem como Seus ensinos, assim também aqueles que rejeitam a verdade de nosso Senhor Jesus Cristo. Paulo é bem claro ao escrever aos Romanos: “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça.” (Rm 1.18). 

6. Não sejas negligente e não despreze o ensino. Pv 5.11-14 “E gemas no fim de tua vida, quando se consumirem a tua carne e o teu corpo, 12- e digas: Como aborreci o ensino! E desprezou o meu coração a disciplina! 13- E não escutei a voz dos que me ensinavam, nem a meus mestres inclinei os ouvidos! 14- Quase que me achei em todo mal que sucedeu no meio da assembleia e da congregação”.

A frase: “O meu povo perece por falta de conhecimento” traz em seu significado o princípio de que a falta do conhecimento de Deus leva o homem à ruína. As pessoas que desprezam a revelação de Deus através de Sua Palavra não podem ter comunhão com Ele, pois nem mesmo sabem quem Ele é. Separadas de Deus, essas pessoas não encontram outra coisa se não o sofrimento. 

O Senhor nos deixou em Sua Palavra tudo o que precisamos conhecer a fim de vivermos felizes e plenamente realizados, ainda que as coisas pareçam não ir muito bem. 

7. Ouça e guarde as palavras do sábio.

Pv 22.17-21 “Inclina o ouvido, e ouve as palavras dos sábios, e aplica o coração ao meu conhecimento. 18- Porque é coisa agradável os guardares no teu coração e os aplicares todos aos teus lábios. 19- Para que a tua confiança esteja no SENHOR, quero dar-te hoje a instrução, a ti mesmo. 20- Porventura, não te escrevi excelentes coisas acerca de conselhos e conhecimentos, 21- para mostrar-te a certeza das palavras da verdade, a fim de que possas responder claramente aos que te enviarem?” 

Salomão orienta seu ouvinte para que “preste atenção e ouça os ditados dos sábios”. Mas não basta ouvir conselhos, sendo preciso “guardá-los no íntimo e tê-los todos na ponta da língua”, o que quer dizer que é necessário estudar o ensino sábio a ponto de poder repeti-lo e pô-lo em prática no dia a dia. É claro que a sabedoria pode vir de muitos lugares, mas Salomão se apresenta como alguém apto para instruir e portar “palavras dignas de confiança”. É bom lembrar que a sabedoria desse mestre foi proporcionada pelo próprio Deus, o qual também o tornou um dos escritores da sua Palavra inspirada. Assim, atender aos conselhos de Salomão e de todos os demais escritores bíblicos é dar ouvidos à sabedoria. 

Conclusão.

Deus precisa de obreiros aprovados, que não tem de que se envergonhar e que maneje bem a palavra da verdade.

Para finalizar quero fazer minha as palavras do grande sábio Salomão: “Dize à sabedoria: Tu és minha irmã; e ao entendimento chama teu parente”.

O obreiro do Senhor deve ter a certeza da vocação (Ef 4.1-3);

Manejar bem a Espada (2ª Tm 2.15);

Examinar a Palavra (Jo 5.3);

Deve adquirir habilidade (Pv 1.1-3).

Jesus venceu o Diabo usando a majestosa Palavra de Deus dizendo está escrito, está escrito... (Mt 4.11). Por esta razão o mestre Jesus diz: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam.” (João 5.39).

Os líderes religiosos judeus deviam procurar cuidadosamente nas Escrituras, mas não viram que Jesus era o Messias nem creram nele (v. 38). Também há aqueles que hoje conhecem as Escrituras, mas não permitem que elas os guiem. A promessa de Deus é abençoar não aqueles que leem a Bíblia, mas aqueles que vivem segundo os princípios nela ensinados (Ap 1.3; Tg 1.22-25).

Muitos líderes estão errando por não conhecerem as Escrituras, por não compreenderem a Palavra de Deus corretamente, ou não fazerem por onde compreendê-la. Mateus 22.29 “Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus”.

Pr. Elias Ribas

domingo, 26 de dezembro de 2021

O ENSINO BÍBLICO

 

ESBOÇO PARA SERMÃO

2ª Timóteo 3.16,17 “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça. Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.

INTRODUÇÃO. Apesar de Paulo aqui se referir especificamente ao AT, sua declaração também é verdadeira quanto ao NT.

As Escrituras Sagradas é um livro inspirado por Deus aos homens. Ela é o pensamento do Senhor comunicado aos homens (2ª Pe 1.21). A vitalidade das Escrituras deve-se à vida nelas soprada pelo próprio Deus.

Ela Útil. Aqui, Paulo se estende, apresentando quatro funções que correspondem às Sagradas Escrituras. Revela com detalhes precisos como a Bíblia faz com que os seres humanos se tornem “sábios para a salvação.

A Bíblia é um livro de doutrinas e é o único livro que ensina a salvação ao ser humano. Só Deus pode oferecer salvação, portanto, só Deus pode revelar sua natureza e seu alcance. A Bíblia não só repreende o pecador, também serve para refutar os ensinos pervertidos, como aqueles que Timóteo tinha que enfrentar. 

Correção. Desde que suas primeiras palavras foram escritas, a Bíblia tem demonstrado seu poder para recriar e transformar a vida das pessoas. Assim como se ensina a uma criança as responsabilidades básicas da vida adulta, o cristão encontra nas Escrituras esses princípios que o ajudam a crescer até a “perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4.13). Esse processo de crescimento para ser semelhante a Cristo é conhecido como santificação, o qual continua ao longo da vida.

I. COMO DEUS SE COMUNICA COM O HOMEM?

O ensino é um meio de comunicação que o Criador sempre uso para ensinar e dirigir o homem nos caminhos de retos. Sem a orientação divina o ser humano desvia-se para um caminho errante.

1. Nos dias de Adão.

1.1. O Criador se comunicava através do diálogo.

Gênesis 1.26,27,29,30 “Então disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os grandes animais de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão. 27 Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.

 

1.2. Deus ensinou o primeiro homem o caminho certo. Gn 1.29-30 Disse Deus: Eis que dou a vocês todas as plantas que nascem em toda a terra e produzem sementes, e todas as árvores que dão frutos com sementes. Elas servirão de alimento para vocês. 30 E dou todos os vegetais como alimento a tudo o que tem em si fôlego de vida: a todos os grandes animais da terra, a todas as aves do céu e a todas as criaturas que se movem rente ao chão”.

Gn 2.7-15-17O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo.16 E o Senhor Deus ordenou ao homem: Coma livremente de qualquer árvore do jardim, 17 mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá”.

 

1.3. A desobediência do homem. Gn 3.8-13 “Ouvindo o homem e sua mulher os passos do Senhor Deus, que andava pelo jardim quando soprava a brisa do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus entre as árvores do jardim.9 Mas o Senhor Deus chamou o ho­mem, perguntando: "Onde está você? 10 E ele respondeu: Ouvi teus passos no jardim e fiquei com medo, porque estava nu; por isso me escondi. 11 E Deus perguntou: Quem disse que você estava nu? Você comeu do fruto da árvore da qual o proibi de comer? 12 Disse o homem: Foi a mulher que me deste por companheira que me deu do fruto da árvore, e eu comi. 13 O Senhor Deus perguntou então à mulher: Que foi que você fez? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi”.

 

2. Vem agora o período patriarcal e Deus fala através dos anjos.

Gênesis 18.1-3,10Apareceu o SENHOR a Abraão nos carvalhais de Manre, quando ele estava assentado à entrada da tenda, no maior calor do dia. 2 Levantou ele os olhos, olhou, e eis três homens de pé em frente dele. Vendo-os, correu da porta da tenda ao seu encontro, prostrou-se em terra 3 e disse: Senhor meu, se acho mercê em tua presença, rogo-te que não passes do teu servo. 10. Disse um deles: Certamente voltarei a ti, daqui a um ano; e Sara, tua mulher, dará à luz um filho. Sara o estava escutando, à porta da tenda, atrás dele.

3. Nos tempos dos profetas Deus se comunica através de revelação, sonhos e visões.

Números 12.6 Ouvi agora as minhas palavras: se entre vós houver profeta, eu, o Senhor, a ele me farei conhecer em visão, em sonhos falarei com ele”.

Amós 3.7 “Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas”. 

4. Nos tempos que Jesus esteve na terra, Deus falava através de Cristo. Jesus se fez carne e habitou entre os homens (Jo 1.14); ele podia ser visto pelo olho humano, tocado e sua voz podia ser ouvida de forma audível; as pessoas viram seus milagres e todos seus feitos. “Ele nos falou pelo seu Filho” (Hb 1.1). Porém depois ele subiu para o céu e assentou a direita do Pai. 

5. Como Deus fala conosco hoje?

5.1. Através do Espírito Santo. Quando Jesus subiu nos deixou o Espírito Santo para ficar conosco até a consumação dos séculos (Mt 28.20).

João 14.16, 26 “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro consolador, para que fique convosco para sempre”. V. 26 “Mas o Ajudador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito”. 

“O Espírito Santo vos ensinará todas as coisas”.

Romanos 8.26 “Do mesmo modo também o Espírito nos ajuda na fraqueza; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inexprimíveis”.

O Espírito Santo ministra na mente daqueles que já tem comunhão com Deus através da fé a vontade de Deus, o Espírito fala ao coração o propósito de Deus, sua vontade para entendermos o querer do Senhor. Deus ainda fala, ele ainda se comunica com o homem. 

5.2. Deus fala pela Palavra Escrita - A Sagradas Escrituras. O meio de comunicação mais claro pelo qual Deus fala ao coração do homem são Escrituras.

2ª Timóteo 3.14-17 “Que desde a infância sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra”. 

As Escrituras nos dão uma clara revelação do conhecimento de Deus, nos apontam o caminho certo da salvação, nos mostram quem é Deus e a sua vontade para o nosso viver.

Deus também nos fala pelos pregadores do evangelho.

Efésios 6.18-19 “Orem por mim para que me seja dada a Palavra da fé ao abrir de minha boca”. 

5.4. Deus fala por visões, sonhos, e por profecias.

Atos 2.17-18 “E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos mancebos terão visões, os vossos anciãos terão sonhos; e sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão”. 

II. O EMSINO NO VELHO TESTAMENTO 

1. Moisés recebe a Lei do Senhor. Em hebraico a Lei é chamada de Torá, que pode significar lei como também instrução ou doutrina. O conteúdo da Torá são os cinco livros de Moisés, mas o termo Torá é aplicado igualmente ao Antigo Testamento como um todo.

Deuteronômio 4.11-14 “E vós vos chegastes, e vos pusestes ao pé do monte; e o monte ardia em fogo até ao meio dos céus, e havia trevas, e nuvens e escuridão; 12 Então o SENHOR vos falou do meio do fogo; a voz das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes figura alguma. 13 Então vos anunciou ele a sua aliança que vos ordenou cumprir, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra. 14 Também o SENHOR me ordenou ao mesmo tempo que vos ensinasse estatutos e juízos, para que os cumprísseis na terra a qual passais a possuir.

V. 11 A manifestação da presença de Deus geralmente é descrita acompanhada de fogo e escuridão (Êx 19.18). O fogo alude à santidade, à majestade e à transcendência divina, mas também ao julgamento de Deus sobre a perversidade (v. 24). A escuridão faz referência ao impedimento imposto a nós de aproximarmo-nos da natureza santa do Senhor, a qual não permite que Ele conviva com o pecado, às nossas transgressões e à possibilidade do julgamento iminente. Um grande estudioso diz que essa linguagem remete à “elusiva [imprecisa] presença” de Yahweh. O fato de a presença de Deus ser percebida por nós é um sinal de Sua condescendente graça, e de Ele ser reconhecido por Seus feitos no passado é uma lembrança da comunhão entre o Todo-poderoso e Suas criaturas.

V. 12 Além da voz, não vistes semelhança nenhuma. O Senhor revelou Sua glória aos israelitas, mas eles não puderam ver nenhuma imagem além da escuridão e do fogo. Entretanto, ouviram a voz de Deus (v. 15). Este versículo nos lembra que Deus é espírito (Jo 4.24).

V.13 A obediência aos comandos de Deus era uma expressão de lealdade e amor àquele que estabeleceu o concerto com Israel mediante os Dez Mandamentos, revelados e impressos em duas tábuas de pedra (Êx 31.18). Uma ideia antiga, popularizada em obras de arte, é a de que uma parte dos mandamentos foi grafada na primeira tábua (talvez aqueles que tinham relação com os deveres do povo para com Deus) e a outra, os mandamentos restantes (relativos aos deveres do homem para com seu próximo), foi escrita na segunda tábua.

V. 14 O Senhor me ordenou que vos ensinasse. Moisés entregou a revelação de Deus ao povo. Na condição de “instrutor” dos israelitas, ele aplicou a Lei (Êx 20.19). 

Êxodo 19.1-3Ao terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no mesmo dia chegaram ao deserto de Sinai, 2 Porque partiram de Refidim e entraram no deserto de Sinai, onde se acamparam. Israel, pois, ali se acampou em frente ao monte. 3 E subiu Moisés a Deus, e o SENHOR o chamou do monte, dizendo: Assim falarás à casa de Jacó, e anunciarás aos filhos de Israel: 4 Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim; 5 Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha. 6 E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel. 7 E veio Moisés, e chamou os anciãos do povo, e expôs diante deles todas estas palavras, que o SENHOR lhe tinha ordenado. 8 Então todo o povo respondeu a uma voz, e disse: Tudo o que o SENHOR tem falado, faremos. E relatou Moisés ao SENHOR as palavras do povo. 9 E disse o SENHOR a Moisés: Eis que eu virei a ti numa nuvem espessa, para que o povo ouça, falando eu contigo, e para que também te creiam eternamente. Porque Moisés tinha anunciado as palavras do seu povo ao SENHOR. 10 Disse também o SENHOR a Moisés: Vai ao povo, e santifica-os hoje e amanhã, e lavem eles as suas roupas, 11 E estejam prontos para o terceiro dia; porquanto no terceiro dia o SENHOR descerá diante dos olhos de todo o povo sobre o monte Sinai. 

Vs. 9.1,2 A chegada da comunidade de Israel ao monte Sinai foi o importante acontecimento que moldaria a história subsequente. O narrador (Moisés) ficou tremendamente impressionado com a sincronia de tempo do Senhor (Êx 12.41,51). Provavelmente, mesmo dia indica exatamente dois meses após o êxodo, o décimo quarto dia do terceiro mês (Êx 12.2,18; 13.4; 16.1). A primeira vez que Moisés se encontrou com Deus foi diante de um monte. Naquela época, o Senhor prometeu que israelitas adorariam a Deus nesse lugar (Êx 3.12). Esta promessa divina estava para ser cumprida. 

V. 3 E subiu Moisés a Deus, e o Senhor o chamou do monte. O profeta era o único que tinha acesso pessoal ao Senhor (Êx 33.9-11; Nm 12). Moisés era o intermediário entre Deus e o povo. 19.4 — A expressão poética sobre asas de águia é uma maravilhosa forma de descrever a libertação dos israelitas da escravidão egípcia. O Senhor resgatara Seu povo do cativeiro e levara-o até Ele. Esse tipo de linguagem não apenas representa a salvação de Israel dos egípcios, como também retrata nossa salvação do pecado. 

Vs. 5-8 Pela primeira vez em Êxodo, o termo concerto (hb. berit) é usado para descrever o acordo solene entre o Senhor e os israelitas no monte Sinai, algumas vezes chamado de aliança mosaica (Êx 24-1-8; 31.12-18; 34.27,28). Em passagens anteriores no livro de Êxodo, esse termo foi usado para a aliança abraâmica (Êx 2.24; 6.3-5). A mesma palavra é utilizada em referências aos tratados que ligavam Israel a outras nações (Êx 23.32; 34.12,15).

V. 9 Deus planejou revelar uma parte de Seu esplendor a um povo que estava despreparado para uma revelação completa. Assim, Ele apareceu em uma nuvem espessa. Um grande estudioso chama este fenômeno de “Sua elusiva presença”, indicando que a santidade de Deus requer Seu caráter quando se trata da revelação de Suas maravilhas ao povo. 

Vs. 10,11 As pessoas seriam instruídas de forma que estivessem preparadas para a visita do Deus vivo. Elas deveriam ser santificadas, isto é, passar por ritos de purificação para que ficassem cerimonialmente prontas para o encontro.

Êxodo 20.20-22E disse Moisés ao povo: Não temais, Deus veio para vos provar, e para que o seu temor esteja diante de vós, afim de que não pequeis. 21. E o povo estava em pé de longe. Moisés, porém, se chegou à escuridão, onde Deus estava. 22. Então disse o SENHOR a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: Vós tendes visto que, dos céus, eu falei convosco”.

Êx 24.3Veio, pois, Moisés, e contou ao povo todas as palavras do SENHOR, e todos os estatutos; então o povo respondeu a uma voz, e disse: Todas as palavras, que o SENHOR tem falado, faremos”.

Palavras [...] estatutos. Este é um trecho em que percebemos claramente duas das várias formas nas quais a Palavra do Senhor chegou a Moisés (Êx 13.1).

Êx 24.7 “E tomou o livro da aliança e o leu aos ouvidos do povo, e eles disseram: Tudo o que o SENHOR tem falado faremos, e obedeceremos”.

O livro do concerto provavelmente continha as instruções e as sentenças de Êxodo 20.22—23.33 que foram registradas por Moisés (v. 3,4). Embora o livro (mais precisamente, o rolo) existisse em sua forma escrita, este era lido para as pessoas. Os documentos escritos não estavam amplamente disponíveis para todos, e a literatura ficava restrita a poucos. Assim, a Lei era disseminada oralmente. Quanto à obediência a ela, pela segunda vez (v. 3) o povo fez um pronunciamento solene a respeito disso, como se verifica na declaração faremos e obedeceremos. 

2. Deus ordena Moisés a ensinar os Seus mandamentos.

Deuteronômio 6.1-9ESTES, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o SENHOR vosso Deus para ensinar-vos, para que os cumprísseis na terra a que passais a possuir; 2. Para que temas ao SENHOR teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida, e que teus dias sejam prolongados. 3. Ouve, pois, ó Israel, e atenta em os guardares, para que bem te suceda, e muito te multipliques, como te disse o SENHOR Deus de teus pais, na terra que mana leite e mel. 4. Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. 5. Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças. 6 - E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; 7. E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. 8. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. 9 - E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.” 

3. É obrigação solene dos pais (gr. pateres) dar aos filhos a instrução e a disciplina condizente com a formação cristã. Salmo 127.3 “Herança do SENHOR são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão”.

3.1. “E as intimarás”. Essa palavra vem do hebraico “sanan”, e significa “inculcar, ensinar, afiar e aguçar”. Ela possui algumas aplicações, mas nesse texto a ideia é a de que, assim como as palavras são gravadas em tábuas de pedra com um objeto agudo, assim também a Lei deveria ser impressa no coração dos filhos a cada geração, e isso de forma contínua, incansável e incondicional; para isto se fazia necessário que os pais a ensinassem: “e delas falarás”.

3.2. “Falarás assentado em tua casa”. A palavra “casa” nesse texto vem do hebraico “bayth”, e significa “casa, habitação ou edificação na qual vive uma família” (Dt 20.5), mas também “pode se referir à própria família” (Gn 15.2; Js 7.14; 24.15).

O que Deus está dizendo é que o principal local de ensinamento das verdades espirituais é o seio familiar, é o lar. Eis a importância do culto doméstico. É nele que as verdades da Palavra de Deus serão inculcadas nas crianças, que jamais esquecerão dos momentos devocionais que desfrutaram com os pais. É através do culto doméstico que brechas espirituais são fechadas na família e toda e qualquer atuação maligna é repreendida pelo Senhor. 

O EMSINO NO NOVO TESTAMENTO

1. O apóstolo Paulo e o ensino. Paulo, nome romano de Saulo, nasceu em Tarso, na Cilícia (At 16.37; 21.39; 22.25). 

2. Quem era Paulo.

2.1. Um perseguidor dos cristãos.

At 26.10 “E assim procedi em Jerusalém. Havendo eu recebido autorização dos principais sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e contra estes dava o meu voto, quando os matavam”. 

2.2. Um fariseu.

Filipenses 3.5-8 “Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu; 6. Segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível. 7. Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo.

E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo”.

 2.3. Paulo foi aluno do rabino Gamaliel.

Atos 22.1-3 “Eu sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas educado nesta cidade, aos pés de Gamaliel, instruído segundo o rigor da Lei ancestral, zeloso por Deus, assim como todos vós sois neste dia.”

2.4. A conversão de Paulo - Atos 9.3-6 “E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer”. 

IV. PAULO E O ENSINO 

1ª Co 11.23Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão”. 

1. Os discípulos aprenderam com Jesus na forma física.

Mateus 4.18-22 “E Jesus, andando junto ao mar da Galiléia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores; 19 E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. 20 Então eles, deixando logo as redes, seguiram-no. 21 E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com seu pai, Zebedeu, consertando as redes; 22 E chamou-os; eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no”. 

Jesus chamou os primeiros quatro seguidores:

Simão Pedro, André, Tiago (filho de Zebedeu), João (filho de Zebedeu). Eles deixaram as redes (eram pescadores) e foram imediatamente com Jesus para se tornarem pescadores de homens.

**Obs.: Quando estudamos os quatro relatos do evangelho, é interessante colocar algumas coisas na sequência da história. Dá para ver como João preparou o caminho de Jesus, até o apresentando aos discípulos dele. Depois, quando Jesus chamou, eles estavam prontos a seguir. 

2. Paulo aprendeu com Jesus ressuscitado - Gálatas 1.12 Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.

Revelação. Essa palavra significa “desvendamento”. Em vista do vers. 16, parece provável que o sentido seja “um desvendamento de Jesus Cristo”. O véu que oculto Cristo da visão dos mortais, foi tirado para um lado. 

3. O início do ministério do Apóstolo Paulo.

Após o encontro que teve com Cristo, o Apóstolo Paulo chegou em Damasco e recebeu a visita de Ananias, o qual também o batizou.

At 9.17,18 “E Ananias foi, e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o SENHOR Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo. 18 E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado”. 

4. Passou um tempo na Arábia.

Paulo alega que seu ministério “não tem parte com homens” e “nem por intermédio de homens”. Com isso, ele se defende de uma acusação (1.10). É necessário que Paulo utilize da autoridade do nome de Cristo e de Deus Pai, que são formulações de fé, para combater seus os inimigos do evangelho.

É comum: “apóstolo de Jesus Cristo” ou “apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus” (1ª Co 1.1), ou “como servo de Jesus Cristo” (Fl 1.1). Sua fé está totalmente baseada no sacrifício de Jesus Cristo (1.34), chamando a todos que entender os benefícios desse sacrifício a dar-LHE “Glória pelos séculos dos séculos”.

Paulo começa a defesa de seu ministério, apresentando a defesa de sua fé. Paulo tem certeza que o seu ministério é bem sucedido porque está totalmente fundamentado no sacrifício vicário de Jesus: Ele agrada a Deus por ser servo de Cristo (1.10).

A grande maioria dos líderes labuta para defender seus cargos, seus interesses, suas tradições. Os ministros foram chamados para uma vocação santa e digna, mas para ministrar as Verdades da Santa Palavra de Deus e defender a Noiva de Cristo contra os ataques do diabo e de seus ministros. Todavia, isto não é priorizado se as mensagens são apenas bajulações de comodismo, deixando de lado a pregação genuína do Evangelho. 

Gálatas 1.11-21 “Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. 12 Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo. 13 Porque já ouvistes qual foi antigamente a minha conduta no judaísmo, como sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a assolava. 14 E na minha nação excedia em judaísmo a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais. 15 Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, 16 Revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue, 17 Nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia, e voltei outra vez a Damasco. 18 Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro, e fiquei com ele quinze dias. 19 E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor. 20 Ora, acerca do que vos escrevo, eis que diante de Deus testifico que não minto. 21 Depois fui para as partes da Síria e da Cilícia”.

1. O Bispo deve ser apto para o ensino.

1ª Tm 3.1-2 “Esta afirmação é digna de confiança: Se alguém deseja ser bispo, deseja uma nobre função. É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, moderado, sensato, respeitável, hospitaleiro e apto para ensinar”.

2ª Timóteo 2.24 “Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e sim deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente”.

Aqui Paulo fala aos que aspiram a excelente obra, ou seja, o episcopado. Ele enumera uma série de virtudes que devem ser característicos do homem de Deus que vai ficar à frente da obra de Deus. Ele enumera uma série de virtudes que devem ser característicos do homem de Deus que vai ficar à frente da obra de Deus.

As exortações de Paulo a Timóteo para suportar as aflições, ser diligente, manejar bem a Palavra e ser um vaso adequado e útil ao Senhor são dadas no contexto de tempos difíceis e até trabalhosos.

Neste estudo vamos destacar a doutrina do ensino prescrito nas Escrituras Sagradas em todos os tempos.

III. JESUS E O ENSINO 

1. O ensino é uma ordenança.

1.1. Pregai o evangelho. Mc 16.16 “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura”.

1.2. O que é evangelho? É uma palavra de origem grega que significa “Boas novas; boas notícias”. Evangelizar é o ato de divulgar a mensagem de Cristo.

Essa boa notícia é a mensagem de salvação e esperança trazida por Jesus Cristo ao mundo e depois proclamada pelos apóstolos e outros discípulos, e após eles, proclamada por centenas de gerações até o dia de hoje. 

1.3. Jesus falou das boas notícias e as mostrou para as pessoas.

Lucas 4.18-19 O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor”. 

2. Jesus escolheu doze homens e fê-lo discípulo.

Mateus 4.19-21 E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. 20 Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram. 21 Passando adiante, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco em companhia de seu pai, consertando as redes; e chamou-os. 22 Então, eles, no mesmo instante, deixando o barco e seu pai, o seguiram. 

3. Jesus enviou Seus discípulos.

Mt 10.1-24 “Tendo chamado os seus doze discípulos, deu-lhes Jesus autoridade sobre espíritos imundos para os expelir e para curar toda sorte de doenças e enfermidades. 5 A estes doze enviou Jesus, dando-lhes as seguintes instruções: “Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos; 6 mas, de preferência, procurai as ovelhas perdidas da casa de Israel; 7 e, à medida que seguirdes, pregai que está próximo o reino dos céus. 8 Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai. 9 Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre nos vossos cintos; 10 nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de sandálias, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento. 11 E, em qualquer cidade ou povoado em que entrardes, indagai quem neles é digno; e aí ficai até vos retirardes. 12 Ao entrardes na casa, saudai-a; 13 se, com efeito, a casa for digna, venha sobre ela a vossa paz; se, porém, não o for, torne para vós outros a vossa paz. 14 Se alguém não vos receber, nem ouvir as vossas palavras, ao sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés. 15 Em verdade vos digo que menos rigor haverá para Sodoma e Gomorra, no Dia do Juízo, do que para aquela cidade. 16 Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas. 17 E acautelai-vos dos homens; porque vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas; 18 por minha causa sereis levados à presença de governadores e de reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios. 19 E, quando vos entregarem, não cuideis em como ou o que haveis de falar, porque, naquela hora, vos será concedido o que haveis de dizer, 20 visto que não sois vós os que falais, mas o Espírito de vosso Pai é quem fala em vós. 21 Um irmão entregará à morte outro irmão, e o pai, ao filho; filhos haverá que se levantarão contra os progenitores e os matarão. 22 Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo. 23 Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do Homem. 24 O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo, acima do seu senhor. 

3. Jesus pregava e ensinava - fez missão urbana.

Mt 19.23-24 Percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo. 24 E a sua fama correu por toda a Síria; trouxeram-lhe, então, todos os doentes, acometidos de várias enfermidades e tormentos: endemoninhados, lunáticos e paralíticos. E ele os curou.

Porque não acontecem milagres como nos tempos da igreja primitiva? Jesus mudou?

Não! Nós que mudamos, nós que se distanciamos da igreja primitiva.

Mateus 9.35-38 “E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades. 36 Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. 37 E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38 Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara”. 

4. Fazer discípulo é uma ordenança. Jesus fez discípulo e mandou fazer discípulo.

Lucas 24.49 “Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder”.

Atos 1.8 “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”.

Marcos 16.15-17 “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.  Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado. Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados”.

Mt 28.19-20 “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.

Tiago 4.17 “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando”. 

5. A igreja primitiva pregava o evangelho. Os apóstolos e outros discípulos de Jesus deram sequência na anunciação das boas notícias:

Atos 2.42-47 “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. 43 Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. 44 Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. 45 Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. 46 Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, 47 louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”.

Atos 14.21 “E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio, e Antioquia…”.

CONCLUSÃO. O verdadeiro discípulo segue seu mestre:

João 8.31 “Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos”.

João 15.8 Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos”.

A proposta de Jesus, para se obter uma vida plena, é muito simples. “Se vós permanecerdes na minha palavra.... em que deis muito fruto... sois verdadeiramente meus discípulos...”.

A proposta de Jesus, para se obter uma vida plena, é muito simples. “Se vós permanecerdes na minha palavra.... em que deis muito fruto... sois verdadeiramente meus discípulos...”.

Pr. Elias Ribas