TEOLOGIA EM FOCO: março 2022

terça-feira, 29 de março de 2022

A CHAMA DOS DISCÍPULOS DE JESUS

  


Mateus 4.18 “E Jesus, andando junto ao mar da Galileia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores.”

 Jesus tinha uma missão preciosa no momento desse chamado, era justamente de escolher homens que fossem capazes de após a sua morte continuar pregando o evangelho da salvação. Com essa missão, ele chamou cada um de forma diferente, mas todos para o mesmo propósito.

O mesmo chamado existe hoje em dia nas nossas vidas, a todos os momentos, Cristo está dizendo: “Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens”. Este chamado é tão grandioso que se estende até nós nos dias de hoje.

Jesus busca as pessoas para acompanha-lo e trabalhar com Ele, ou seja, compartilha a sua missão com a humanidade, isso revela seu desejo de comunhão conosco.

 1. Jesus chama ensina e capacita Seus discípulos. Lucas 8.9,10 “E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Que parábola é esta? 9- E ele disse: A vós vos é dado conhecer os mistérios do reino de Deus, mas aos outros por parábolas, para que vendo, não vejam, e ouvindo, não entendam.”

 As parábolas de Jesus podiam ocultar e revelar verdades. Suas narrações alegóricas transmitiam ensinamentos recentes — mistérios — acerca do Reino de Deus. Ele ensinava separadamente. Só Seus discípulos tinham o privilégio de aprenderem as verdades das parábolas. Para outros ouvintes, as narrações serviam como julgamentos que ocultavam a verdade, como a referência de Isaías 6.9 indica. De vez em quando, uma parábola era compreendida por um estranho, mas não era aceita. Deste modo, ela ainda funcionava como uma mensagem de julgamento (Lc 20.9-19).

 2. Ministério é renúncia. Mateus 16.24,25 “Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me; 25- Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.”

 No texto acima, Jesus estabelece um importante princípio para todos aqueles que desejam segui-lo e se tornarem seus discípulos.

 Para ser discípulo de Jesus, é necessário:

 1. Negar a si mesmo. Lucas 14.33 “Assim, pois, todo aquele dentre vós que não renuncia a tudo quanto possui, não pode ser meu discípulo.”

Primeiro é necessário entender o que é a cruz. A sua cruz não é seu cônjuge, seu pai, seu filho, nem uma doença ou problema qualquer. Mas consiste em estar no centro da vontade de Deus.

Todos nascemos com uma tendência natural para o pecado e a destruição. A Bíblia chama esse lado da nossa natureza de “a carne”. Quando seguimos Jesus, somos chamados a negar nossa carne e a viver para agradar a Deus. Isso significa negar a parte de nós que ainda quer pecar e escolher viver no Espírito, obedecendo a Deus (Gl 5.16-17).

Negar a si mesmo para seguir Jesus significa abandonar o pecado (1ª Jo 2.16), e submeter sua vontade à vontade de Deus, estando pronto a se sacrificar por amor a Jesus. Seguir Jesus implica largar mão de tudo que não está dentro da vontade de Deus para nós: “E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (1ª Jo 2.17).

Jesus tem como foco que aquele que deseja segui-lo precisa estar alinhado com Sua vontade.

Para seguir a Cristo, devemos não somente abandonar alguns pecados específicos, como também renunciar aos nossos desejos egoístas, que se encontram na raiz de todos os nossos pecados. Seguir a Cristo é entregar a Ele os direitos sobre a nossa própria vida. É também abdicar ao trono do nosso coração e reverenciá-lo como nosso Rei. Jesus descreve vividamente, em três frases, essa renúncia.

 2. Perder a sua vida. A terceira expressão usada por Jesus para descrever a renúncia ao eu é perder a vida: “Quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará.” (Mt 16.25), A palavra “vida” aqui não denota a existência física, nem a alma, mas o nosso eu. A psique é o ego, a personalidade humana, que pensa, sente, planeja e escolhe. De acordo com um ditado semelhante preservado por Lucas, Jesus simplesmente usou o pronome reflexivo para falar sobre o homem perder “a si mesmo”. O homem que assume um compromisso com Cristo perde a si mesmo. Isso não significa que ele perde a sua individualidade. A sua vontade é, de fato, submetida à vontade de Cristo, mas a sua personalidade não é absorvida pela personalidade de Cristo. Ao contrário, quando o cristão se perde, ele encontra a si mesmo e descobre a sua verdadeira identidade.

 2.1. A condição de “negar-se a si mesmo” inclui muita coisa, como por exemplo:

·         Negar-se a si mesmo é amar ao Senhor acima de todas as coisas, e ser fiel à causa do Evangelho acima de qualquer aspiração pessoal.

·         Negar-se a si mesmo é dizer não a natureza humana decaída, ou seja, o velho “eu” que tenta nos desviar para as concupiscências das obras da carne.

·         Negar-se a si mesmo é renunciar toda confiança em sua própria natureza, religiosidade, capacidade e obras, e entender que a salvação depende exclusivamente de Deus, e que os méritos pertencem tão somente a Cristo.

 3. “...tome a sua cruz e siga-me....”, quer dizer: estar disposto a morrer para seguir o Salvador, que é Jesus. No entanto, é chamado isso de “morrer para si mesmo”.

Na versão de Lucas dessas palavras de Cristo, a expressão “dia a dia” é acrescentada. Isto significa que o cristão deve morrer diariamente. Todos os dias ele renuncia à soberania de sua própria vontade. Todos os dias ele renova a sua entrega incondicional a Jesus Cristo.

É o que nos ensina o apóstolo Paulo: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” (Gl 2.20).

Assim, para seguir a Cristo, temos que negar a nós mesmos, crucificar a nós mesmos e perder a nós mesmos. Isso é o que Jesus requer de cada um de seus seguidores. Ele não nos chama para segui-lo de forma displicente, mas através de um compromisso forte e absoluto. Ele nos chama para que façamos dele o Senhor de nossas vidas.

Em João 12.24 está escrito “Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo caindo na terra não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.”

Em Filipenses 2.5 diz “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.”

3.1. “Tende” (φρονεῖτε). Tanto um apelo como uma exortação a se imitar a Cristo, por ser esta a regra da vida cristã. “Em vós” (ἐνὑμῖν): o apóstolo tem em mente a comunidade cristã.

 3.2. “Mesmo sentimento”. “Em seu ser interior continuem a pôr sua mente nisto, que também (está) em Cristo Jesus” ou “isto esteja constantemente posto em sua mente e em seu interior, aquilo que também está em Cristo Jesus”: a unidade, a humildade e a solicitude (cf. Fp 2.1-4).

 3.3. “Em Cristo Jesus” (ἐν χριστῶ ἰησοῦ). Significa o drama da salvação, em que os crentes foram “inseridos” em sua conversão e batismo, quando os eventos salvadores da história de Cristo adquiriram significado pessoal, e os crentes passaram do domínio da velha natureza para a “nova vida” inaugurada pela vitória de Cristo sobre os poderes das trevas.

Um dos nossos maiores desafios enquanto cristãos é imitar o estilo de vida do Senhor Jesus, mas precisamos ser intencionais nesse sentido. Esse sentimento é a atitude de esvaziar-se. Mas você pode se perguntar, esvaziar-se do quê? E a resposta é: de tudo, absolutamente TUDO.

 O discípulo verdadeiro não deseja fugir, não deseja correr para longe, ele deseja apenas combater o bom combate (2ª Tm 4.7). Tomar a sua cruz significa aceitar irremediavelmente a aflição, a dor, a vergonha e a perseguição por amor a Cristo e ao seu Evangelho.

 3.4. O que é tomar a cruz a cada dia? Carregar a cruz significa:

·         Negar a si mesmo, dizendo não aos desejos da carne (v. 24);

·         Seguir o exemplo de Jesus;

·         Não ter medo de perder para o mundo (v. 25);

·         Responder a duas perguntas: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? “Que daria um homem em troca de sua alma?” (v. 26).

Em nosso dia a dia enfrentamos situações que nos levam a tomar uma decisão entre tomar a cruz ou deixá-la. O caminho da cruz sempre vai ser mais difícil enquanto deixar é algo aparente fácil.

Judas deixou sua cruz por querer ganhar algo de valor e por isso se tornou escravo do pecado, deixando-se enganar pelo mundo e buscando seus interesses. Não reconheceu que sua cruz seria seguir a Jesus até o fim sendo fiel ao seu Mestre.

 4. Seguir a Jesus. Seguir Jesus é fácil quando a vida corre sem problemas. O nosso verdadeiro compromisso com Ele é revelado durante as provações. Jesus assegurou-nos que as provações viriam a Seus seguidores (Jo 16.33). O discipulado exige sacrifício, e Jesus nunca escondeu esse custo.

Quem ama Jesus segue Jesus! Seguir a Jesus é dedicar sua vida a ele, deixando para trás a velha vida dominada pelo pecado. Seguir é andar nos passos de Jesus, tentando ser mais como Ele e obedecendo seus mandamentos.

Jesus afirma que o esvaziamento/renúncia é sacrificial e que aos homens é impossível, mas para Deus tudo é possível.

Ao que Pedro disse que eles tinham deixado tudo para seguir a Jesus ao que respondeu: “E Jesus, respondendo, disse: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do Evangelho, que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições; e no século futuro a vida eterna.” (Mr 10.29-30).

Seguir a Jesus é orientar as nossas vidas pelos Seus ensinos, desde aquele ensino que nos convida a aceitar o perdão que Ele oferece a todos até aquele ensino que pede que busquemos seguir os Seus passos tanto em direção à cruz quanto em direção à glória.

Seguir a Jesus, portanto, é ser liberto da condenação do pecado para viver livre no caminho da graça. O resumo do Evangelho, numa palavra digna de toda a aceitação, é: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais sou eu o principal (1ª Timóteo 1). Por isto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (Romanos 8.1).

Para seguir a Cristo, devemos não somente abandonar alguns pecados específicos, como também renunciar aos nossos desejos egoístas, que se encontram na raiz de todos os nossos pecados. Seguir a Cristo é entregar a ele os direitos sobre a nossa própria vida. É também abdicar ao trono do nosso coração e reverenciá-lo como nosso Rei. Jesus descreve vividamente, em três frases, essa renúncia.

Seguir a Cristo é renunciar ao eu e seguir Seu exemplo.

Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau - SC

quarta-feira, 16 de março de 2022

O MINISTÉRIO DE GLÓRIA

 


Êxodo 24.12-15 “Então disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim ao monte, e fica lá; e dar-te-ei as tábuas de pedra e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para os ensinar. 13- E levantou-se Moisés com Josué seu servidor; e subiu Moisés ao monte de Deus. 14- E disse aos anciãos: Esperai-nos aqui, até que tornemos a vós; e eis que Arão e Hur ficam convosco; quem tiver algum negócio, se chegará a eles. 15- E, subindo Moisés ao monte, a nuvem cobriu o monte.”

Nos versos 12 ao18 formam a introdução para o momento extraordinário do encontro de Deus com Moisés, quando esse recebe as tábuas da lei. 

1. A chamada. “Então o Senhor disse a Moisés: Sobe a mim no monte e espera aí” (v. 12a). Conforme declarado acima, Aarão, Nadabe, Abiú e setenta anciãos acompanharam Moisés até este ponto (24.9-11). Agora Yahweh diz a Moisés para continuar escalando sozinho. 

1.2. Josué o servo de Moisés sobe junto. V. 13 “E levantou-se Moisés com Josué seu servidor; e subiu Moisés ao monte de Deus.” Neste trecho, o vocábulo servidor (hb. misharet) é geralmente traduzido como ministro. Josué foi a primeira pessoa mencionada durante a batalha de Israel com os amalequitas (Êx 17.9-14;32.17;33.11). Ele era o servo de Moisés.

Josué serviu como auxiliar direto de Moisés quando ele recebeu a Lei no Monte Sinai. Ele também acompanhou Moisés em todas as vezes que ele foi à tenda onde encontrava e ouvia o Senhor (Êx 24.13; 32.17; 33.11; Nm 21:28).

Certamente esse foi um período de muito aprendizado para Josué. Ele entendeu como esperar no Senhor e aprendeu a ser um adorador fiel. Além disso, ele pôde adquirir traços do comportamento de Moisés e adicionar ao seu próprio valor pessoal, como a paciência, mansidão e liderança. 

1.3. Ele pede ao povo que o aguarde, deixando Arão e Hur na liderança de tudo. “...e eis que Arão e Hur ficam convosco; quem tiver algum negócio, se chegará a eles.” (v. 14). Levando Josué consigo, ele subiu e a glória de Deus cobriu o monte e permaneceu lá por quarenta dias e quarenta noites. 

1.4. Deus chama Moisés para que ele suba ao monte. “Sobe a mim ao monte...”. O comando sobe a mim demonstra que apenas Moisés pôde chegar perto de Deus naquela hora. Hoje, todos nós somos chamados a ter uma viva comunhão com Ele por intermédio de Jesus (Hb 4-14-16). 

2. Quietude. Esperai-nos aqui, até que tornemos a vós... (v. 14).

Moisés precisou aguardar a chamada divina, após seis dias no monte, Moisés foi chamado pelo Todo-poderoso. É possível que o sétimo dia de espera fosse também o sétimo dia da semana, o sábado (Shabat). 

2.1 A quietude produz encorajamento. 1ª Timóteo 1.18 “Este mandamento te dou, meu filho Timóteo, que, segundo as profecias que houve acerca de ti, milites por elas boa milícia.”

Ao que parece, no início do ministério de Timóteo, foram feitas profecias sobre seu futuro papel na Igreja. Paulo o encoraja a que combata o bom combate (2ª Tm 4.7). O ministério cristão é uma incessante guerra espiritual contra os inimigos de Deus.

1ª Timóteo 4.14,15 “Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério. 15- Medita estas coisas; ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos.” 

Paulo incentiva Timóteo a ser diligente. O dom é a dádiva espiritual que Timóteo recebeu de Cristo (Ef 4.7,8) por profecia. O dom de Timóteo foi dado por meio de uma mensagem profética (1ª Tm 1.18) e com a imposição das mãos, provavelmente em Listra (At 16.1). A imposição de mãos significava a comissão, com o reconhecimento por parte de Paulo da obra de Deus na vida de Timóteo (2ª Tm 1.6). 

3. A glória de Deus revela-se na nuvem. 24.15,16 “16 “E a glória do Senhor repousou sobre o monte Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias; e ao sétimo dia chamou a Moisés do meio da nuvem. Por fim, Deus chama Moisés para subir ao monte mais uma vez. O objetivo é lhe dar instruções mais precisas sobre Israel. 17- E o parecer da glória do Senhor era como um fogo consumidor no cume do monte, aos olhos dos filhos de Israel. 18- E Moisés entrou no meio da nuvem, depois que subiu ao monte; e Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta noites.”

Nesta passagem, o emprego da palavra glória (hb. kabôd) faz referência à relevância, importância e influência do Altíssimo (Êx 16.7,10;33.18,22;40.34,35). 

Essa nuvem é o sinal grandioso da presença do Todo-Poderoso. O Deus de Israel era o centro do culto e da adoração do seu povo.

Quando se refere a Deus, a palavra “glória” designa o esplendor e a majestade do Todo-Poderoso entre o seu povo. A grande lição a ser apreendia, aqui, é que a aprovação divina quanto ao nosso ministério é necessária e imprescindível. No estudo da nuvem de glória, percebemos claramente que Deus deseja operar no meio do seu povo. Ele ainda confirma e promove a sua Obra! 

3.1. A nuvem e o monte evidenciam a presença de Deus. Moisés testemunhou o aparecimento do Senhor no meio de uma nuvem (Êx 19.9), a qual é intimamente associada à glória de Deus, como em Êxodo 33.9.

A “glória de Deus”, isto é, sua grandeza, sua excelência, sua majestade, sua imponência, é exclusiva, propriedade apenas de Deus, embora ela preencha toda a criação (Is 6.3) e esteja presente nas revelações de Deus. 

4. As vestes dos sacerdotes. Títulos não produz identidade. Êxodo 35.19 “As vestes do ministério para ministrar no santuário, as vestes santas de Arão o sacerdote, e as vestes de seus filhos, para administrarem o sacerdócio.” 

4.1. A consagração dos sacerdotes. Enquanto Moisés estava no Monte Sinai por 40 dias, o Senhor revelou como Aarão e os sacerdotes deviam ser consagrados, vestidos e ungidos para servir no tabernáculo. O Senhor prometeu que Ele permaneceria com os israelitas se eles cumprissem Suas leis e ordenanças. Também reiterou a importância de santificar o Dia do Senhor e deu a Moisés duas tábuas de pedra contendo a lei. 

4.2. As vestimentas sacerdotais foram especificadas. Um éfode (v. 5-14), um peitoral (v. 15- 30), um manto (v. 31-35), uma túnica (v. 39), uma mitra (v. 36-38) e um cinto (v. 39). Outras vestes foram feitas para os filhos de Arão (v. 40-43).

As vestes santas se tornavam santas por sua consagração no culto a Deus, da mesma forma que acontecia com a mobília e os utensílios do tabernáculo. É provável que as magníficas vestes dos sacerdotes representassem o conceito da justiça imputada perante o Senhor (Zc 3.1-5), para glória e ornamento (Êx 28.2). 

4.3. Os sacerdotes deviam se consagrar antes de entrar no tabernáculo. Os sacerdotes deviam se purificar, consagrar e ser designados em uma cerimônia especial antes de começar a servir no tabernáculo. Depois que o cordeiro era sacrificado, a fase seguinte da cerimônia de purificação simbolizava que os sacerdotes poderiam fazer uso ou ter acesso ao poder purificador da Expiação de Jesus Cristo.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

segunda-feira, 7 de março de 2022

AS TRÊS FASES DO MINISTÉRIO CRISTÃO

 


Efésios 4.12,14 “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo. 13- Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo. Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” 

INTRODUÇÃO. Neste estudo vamos elucidar as três fases para o ministério de Cristo e as três fase do ministério de Moisés. 

I. TRÊS ETAPAS DE CRESCIMENTO PARA O MINISTÉRIO 

O propósito de Deus em estabelecer o ministério foi “para que o corpo de Cristo seja edificado”. Deus quer que essa unidade seja fortalecida e realizada de forma ainda mais completa. Para esse fim, Ele estabeleceu os cargos do ministério listados no versículo 11 o qual já estudamos.

Paulo enumera três componentes que compõem o objetivo para o qual todos devemos nos esforçar. Mas eles não são três coisas separadas. Todos falam da “edificação” desejada, que deve ocorrer quando os cristãos se ajudam mutuamente através do uso fiel da Palavra. 

Paulo primeiro descreve este edifício como algo que ocorre “até todos nós alcançarmos a unidade na fé e no conhecimento do Filho de Deus.” Conhecer a Cristo e crer nele são os ingredientes-chave para trazer o crescimento que Deus procura em sua igreja. 

À medida que a fé e o conhecimento sobre Cristo crescem, os crentes “amadurecem”. Esse processo, no entanto, nunca é completo aqui na terra. Foi dito, com razão, que a vida cristã é um constante “devir”. O próprio Paulo ainda não atingira a plena maturidade espiritual - como ele admite francamente aos filipenses (3.12-15). Para uma declaração franca de sua frustração com seus frequentes lapsos e falta de maturidade, leia Romanos capítulo 7, particularmente os versos 14 a 25. A maturidade espiritual não é totalmente alcançável aqui, mas é o que todo cristão luta pessoalmente e procura ajudar os outros a alcançar.

O terceiro componente de Paulo no objetivo pelo qual estamos nos esforçando é que todos nós “alcancemos toda a medida da plenitude de Cristo”. Podemos parafrasear essa expressão dizendo: “Até alcançarmos a plena estatura de Cristo”. não vai acontecer deste lado do céu. 

As três fases do ministério. 

1. Instruídos. Líderes instruídos são responsáveis pelo aperfeiçoamento dos santos. Os santos precisam de homens sábios para guiá-los (“presbítero” refere-se a essa pessoa madura); precisam de homens justos que os influencie (“imitai a fé que tiveram”); precisam de homens prestativos que cuidem de suas almas (“pastor” e “supervisor” sugerem isso). 

2. Preparados. Estes, estando bem preparados, fazem a obra do ministério e, consequentemente, o corpo de Cristo e edificado. 

3. Maturidade espiritual. O objetivo final e a maturidade cristã, a verdade e o amor.

Para não ser mais meninos. 4.14 Os meninos são ingênuos, vulneráveis e tornam-se vítimas fáceis. A Igreja precisa trabalhar com diligencia no sentido de conduzir a maturidade os que são crianças em Cristo (1ª Pd. 2.2).

Há uma nítida distinção entre uma criança e um adulto na fé cristã (1ª Pe 2.2). O recém-nascido na fé requer cuidado especial por ser mais vulnerável às heresias. Tal pessoa quer experimentar tudo que lhe é oferecido e acreditam em tudo que dizem sem o parâmetro das Sagradas Escrituras. 

Quando o crente não procura crescer, tem uma vida cristã superficial. Será presa fácil nas mãos dos que se opõem à verdade. Neste versículo Paulo está mostrando os perigos a que estão sujeitos aqueles que não buscam o crescimento. Duas coisas são mencionadas como risco do não crescimento cristão: 

3.1. A permanência no estado de crianças espirituais. Uma criança pensa como criança e age como criança (1ª Co 13.11): “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino...”

O escritor da carta aos Hebreus fala de certos tipos de crentes que permanecem no estado infantil por longos e longos anos. Não desenvolveram as suas faculdades para discernir entre o bem o mal. 

3.2. O interesse para com doutrinas várias e estranhas. Existem muitos crentes que ficam procurando novidades, para satisfazerem sua curiosidade espiritual. A Palavra de Deus nos alerta quanto aos perigos de tais procedimentos. “Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios”. A falta de crescimento cristão, pode levar o crente a não reconhecer o que é uma “doutrina de demônio”, que muitas vezes aparece para seduzir e enganar os crentes. (1ª Tm 4.1). 

A criança só pode ser alimentada de leite; e aquele que se alimenta de leite é “inexperiente na Palavra da justiça, por que é criança” (Hebreus 5.12-14). Tendes novamente necessidade de alguém que vos ensine os princípios elementares dos oráculos de Deus. Quem pratica a Palavra de Deus cresce; e quem cresce pode receber um alimento sólido forte, porque se tornou adulto, então tem suas faculdades para discernir não somente o bem, mas também o mal.

III. AS TRES FASES DA VIDA DE MOISÉS 

1. Deus tem um jeito especial de agir para cumprir seus propósitos. Quando alguém é escolhido por Deus para uma missão específica há todo um processo de preparação estabelecido por Deus. Moisés é exemplo de alguém chamado por Deus que necessitou ser preparado antes de cumprir a sua missão (Êx 2.11-14; 4.1-7). 

1ª Fase vida de Moisés. Até os 40 anos Moisés aprendeu ser príncipe na Casa de Faraó. Nesse período ele se considerava importante até o dia em que ele foi punido por seu crime. As maiores conquistas da sua vida se resumem aos conhecimentos seculares adquiridos.

Deus queria usar Moisés como libertador dos Hebreus, mas não do jeito de Moisés, vestido com vestes reais egípcios tentando fazer justiça com as próprias mãos. Moisés olhou para os lados para assegurar que ninguém estava olhando, mas esqueceu de olhar para Deus.

O jeito egípcio de Moisés falhou, o seu crime foi descoberto. A sua experiência e jeito de agir só lhe trouxe confusão, logo ele iria aprender a duras penas onde, quando e de quem receber as ordens. Para Moisés salvar um hebreu era uma boa ação e matar um egípcio poderia ser o primeiro passo para novas conquistas.

A verdade que aprendemos nesse episódio é que os resultados alcançados através da nossa vontade são inferiores aos alcançados sob a intervenção de Deus. Enquanto Moisés agiu do seu modo a única coisa que conseguiu foi derrotar um egípcio, mas quando ouviu e obedeceu a voz de Deus ele venceu milhares de egípcios de uma única vez no mar vermelho. 

2ª Fase vida de Moisés. Dos 40 aos 80 anos, Moisés aprendeu ser pobre e depender de outros para alcançar seus objetivos. As suas maiores conquistas foram as experiências verdadeiras sobre caminhar e sobreviver no deserto e constituir uma família. Ele descobriu o significado das palavras renúncia e humildade.

Ninguém conseguirá se encher de Deus enquanto não se esvaziar de si mesmo. Nós podemos escolher o caminho das facilidades e correr o risco de ser derrotados no final ou o caminho de Deus, que embora pareça derrotista, no final nos faz vencedor.

A vida de Moisés se transformou a partir do momento em que ele renunciou seus títulos, seus conhecimentos e a sua própria vida e entendeu que ele sozinho não era capaz de realizar algo tão grandioso.

A obra de Deus é completa na vida da pessoa quando ela renúncia o seu ego para viver a plenitude de Deus.

A vida de Moisés mudou radicalmente depois do tempo de aprendizado no Egito e no Deserto. A melhor fase aconteceu depois dele ter experimentado a riqueza do Egito e a pobreza do Deserto. Algumas experiências que passamos na vida contribuem para o nosso aprendizado, amadurecimento e realização de grandes conquistas.

Pode parecer estranho a maneira de Deus agir. Por 40 anos Moisés aprendeu cuidar de ovelhas, conheceu caminhos no deserto que nunca imaginara, enfrentou de perto o sofrimento de um povo que vivia às margens do reino faraônico, etc. Toda essa experiência negativa, do ponto de vista humano, daria a Moisés experiência necessária para no futuro cumprir os planos de Deus. 

3ª Fase vida de Moisés. A terceira fase começa quando Moisés teve a visão da sarça ardente, a sua maior preocupação era com relação a sua falta de credibilidade, ele disse a Deus: “Mas os israelitas não vão acreditar em mim, nem vão dar atenção ao que eu falar e vão dizer que o SENHOR não me apareceu.” (Êx 4.1).

Era chegado o momento de Deus restaurar a credibilidade de Moisés. O Senhor confirmou o seu chamado através de dois sinais:

·         Do bastão que se transformou em cobra;

·         Da mão colocada no peito que ficou leprosa e depois curada. Apesar dos sinais que Deus lhe mostrara, Moises continuou inseguro.

·         O Senhor lhe disse que se o povo não o ouvisse, Moisés deveria transformar as águas do rio Nilo em sangue, mas a insegurança continua dominando o coração de Moisés.

A desculpa de Moisés para Deus: Moisés respondeu ao SENHOR: – Ó Senhor, eu nunca tive facilidade para falar, nem antes nem agora, depois que começaste a falar comigo. Quando começo a falar, eu sempre me atrapalho. (Êx 4.10).

A resposta de Deus para Moisés: Porém o SENHOR lhe disse: “Quem dá a boca ao ser humano? Quem faz com que ele seja surdo ou mudo? Quem lhe dá a vista ou faz com que fique cego? Sou eu, Deus, o SENHOR. Agora vá, pois eu o ajudarei a falar e lhe direi o que deve dizer.” (Êx 4.11,12).

Moisés mudou radicalmente entre a primeira e segunda fase da sua vida. Nos primeiros anos ele era tão confiante, desafiou a Lei mantando um egípcio e o escondendo, mas depois de 40 anos no deserto ele descobriu o significado da palavra renúncia. Ele se desfez de todo o seu ego, esvaziou-se de si a ponto de depender unicamente de Deus. 

2. O cajado nas mãos de Moisés representa autoridade delegada por Deus. O Senhor perguntou para Moisés: O que você tem nas mãos? Ele não tinha um cetro real, não tinha um anel ou sinete real, não tinha um diploma de PHD ou doutorado nas ciências egípcias ou uma credencial de pastor de ovelhas. Ele não tinha ouro ou pratas, poder ou riquezas. A única coisa que Moisés tinha era um cajado, o suficiente para Deus usar e fazer maravilhas aos olhos do povo.

O cajado nas mãos de Moisés era apenas uma vara, mas sob a ordem de Deus se transformou em serpente, fez brotar águas nas rochas e abriu o mar vermelho. O cajado foi o que restou para Moisés, era tudo o que Deus precisava para cumprir o seu propósito através de Moises.

Quando estava no Egito Moisés tinha um cetro que representava autoridade, no deserto lhe restou um cajado que conferia autoridade sobre as ovelhas. Deus não usou um cetro, mas o cajado para conferir autoridade à Moises. 

3. As mãos leprosas e purificadas de Moisés representam o perdão de Deus. A insegurança de Moisés é justificada pelo seu passado. Ele sabia que no Egito haviam pessoas que conheceram o seu passado e quando o vissem iriam desacreditá-lo. As mãos de Moisés estavam sujas de sangue. Por isso o Senhor lhe ordenou que colocasse a mão no peito e quando ele a tirou estava leprosa – era assim que Moisés se via e pensava que as pessoas o veriam do mesmo modo.

Pela segunda vez Moisés coloca a mão no peito e quando tira ela estava limpa. Deus estava lhe ensinando duas lições:

Ninguém pode controlar a sua carne, o que está em seu coração é que o tornará limpo ou impuro. Ao colocar a mão no peito ele a vê exatamente como imagina, o seu pecado oculto no coração é revelado na carne.

A segunda lição é que Deus não pode agir e fazer milagre na vida de alguém que acha que está no controle. Ao colocar a mão impura no peito e retirá-la limpa, Deus está mostrando para Moisés que o poder para perdoar pertence a Deus, Ele está no controle de tudo.

A honra de Moisés seria restaurada e o Egito seria envergonhado a partir do momento em que Moisés aceitasse a sua rendição ao Senhor e permissão para que Deus estivesse no controle da sua vida e da sua história.

O que mudou na vida de Moisés entre a primeira fase envolvendo a morte de um egípcio e a terceira fase em sua vida onde os milagres acontecem e o mar vermelho se abre?

Na primeira fase ele estava cheio de si.

Na segunda fase ele descobre que não é nada.

Na terceira fase ele estava cheio de Deus.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

terça-feira, 1 de março de 2022

PROPÓSITO PARA SERVIR A CRISTO



Efésios 5.17, “Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.”

Propósito é aquilo que você propõe em teu coração. Precisamos entender que Deus tem um propósito para Seus filhos, assim como um pai tem com seus filhos. Mas como filho de Deus qual o propósito do teu coração? 

I. PROPÓSITO DE EXISTÊNCIA 

Quem não entender o alvo provavelmente terá dificuldades de alcançá-lo. É necessário saber para que o Pai celestial criou o homem e o que Ele espera de cada um de Seus filhos. Sem essa clareza, como saber que direção tomar na vida espiritual? 

Romanos 8.29 “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.” 

O texto fala tanto da Sua presciência divina como de Seu propósito. Predestinar significa destinar de antemão. Portanto, temos aqui o alvo estabelecido pelo Criador: que nos tornássemos conformes (com a forma de amoldados) à imagem de seu Filho. Cristo não é apenas o referencial de conduta, mas o alvo. Devemos tornar-nos parecidos com Ele, esse é o objetivo. Crescer até a Sua estatura perfeita -a estatura de Jesus. Consideremos outros textos bíblicos que enfatizavam as mesmas verdades. 

1ª Pd 2.21 “Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos.” 

1ª Jo 2.6 “Aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou.” 

O ensino apostólico era enfático: cada cristão deveria reproduzir a natureza e o comportamento do Senhor Jesus. Deveria ser um imitador de Cristo. Além de Pedro e João, Paulo também ensinava isso às igrejas:

1ª Co 11.1 “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.” 

II. DISPOSIÇÃO 

Você precisa disposição para o serviço do Pai. O Senhor tem um propósito e onde você se encaixa nele?

Romanos 8.27,28 “E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos. 28- E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” 

O Espírito, intercede pelos santos, segundo a vontade de Deus. Como o Examinador de corações, Ele observa as emoções que surgem deles em oração, e sabe perfeitamente o que o Espírito quer dizer pelos gemidos que Ele produz dentro de nós, porque aquele abençoado Intercessor implora por eles apenas pelo que o próprio Deus planeja doar.

Tudo o que acontece na nossa vida, boas e ruins, é para o bem. Esse encaminhamento de todas as coisas para o bem é feito com naturalidade para os “que amam a Deus”, porque tais almas, estão convencidas de que Aquele que deu seu próprio Filho por eles não pode deixar de prover o bem em todo o Seu proceder; seja o que for que Ele lhes envie, seja aflição na carne e sangue: e para aqueles que são chamados, de acordo com “seu propósito”, todas as coisas funcionam da mesma maneira compreensível: “contribuem para o bem”; porque, mesmo quando “Ele tem o seu caminho na tormenta”, eles veem “Sua carruagem coberta com amor” (Ct 3.10).

Quando você entende o teu propósito, nada vai fazer você parar. O bem ou o mal que acontece na tua vida vai tirar você do teu propósito. 

III. QUE SÃO OS QUE ELE ESCOLHE PARA O PROPÓSITO 

Efésios 1.4,5 “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.” 

1. O Pai nos elegeu antes da fundação do mundo. Deus tem um plano na nossa vida. E neste plano tem um propósito e vontade. 

1.1. Fomos eleitos pela Sua presciência (1ª Pe 1.2). Predestinar é conhecer de antemão.

1.2. O Pai nos elegeu Nele (em Jesus, no amado). Antes da eleição não há pessoas na posição de eleitas, só há candidatos. Após a eleição haverá os eleitos, ou seja, em Cristo Jesus fomos eleitos.

João 3.17,18 “Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.”

Marcos 16.16 “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” 

2. Nos elegeu para um propósito. “Para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor.”

A eleição foi realizada com um objetivo pré-definido: a santidade e irrepreensibilidade dos cristãos! 

3. Nos elegeu louvor de Sua glória. Efésios 1.6 “Para louvor da glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado.”

Paulo demonstrou que Deus nos elegeu para sermos santos e irrepreensíveis e nos predestinou para filhos por adoção, segundo a sua vontade. Este versículo aponta o motivo pelo qual Deus abençoou os cristãos com as bênçãos da eleição e predestinação. 

Por que Deus elegeu? Por que Deus predestinou? Para louvor e glória da sua graça! 

3. Revelou o mistério. Efésios 1.9 “Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo.”

Efésios 1.10 “De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra.”

Conclui-se que a salvação é por meio da graça, e não o resultado de uma escolha. Deus trouxe salvação a todos os homens de maneira graciosa, sem qualquer referência a uma ‘predestinação’ de alguns ‘privilegiados’ à salvação. 

V. 7 Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça.”

A salvação foi realizada por meio de Cristo (Amado), conduzindo muitos filhos a Deus (para si mesmo). 

IV. O PROPÓSITO DE JESUS 

1. Fazer a vontade do Pai. João 6.38,39 “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia.”

João 4.34 “Jesus disse-lhes: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra.”

João 17.18 “Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.” 

2. Ser servo de Deus. Filipenses 2.7,8 “Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” 

A expressão humilhou-se a si mesmo pode ser traduzida como esvaziou-se a si mesmo. Cristo fez isso ao assumir a forma de servo, um simples homem. Ele não se esvaziou de alguma parte de Sua essência como Deus. Pelo contrário, assumiu a existência como homem. Embora ainda fosse completamente divino, Ele se tornou completamente humano. Jesus acrescentou à Sua essência divina (v. 6) a essência de um servo, a forma, ou seja, as características essenciais de um ser humano, procurando cumprir a vontade de outro. Paulo não diz que Cristo trocou a forma de Deus pela forma de servo, implicando uma perda da deidade ou dos atributos da deidade. Em vez disso, na encarnação, Cristo continuou com a mesma natureza de Deus, mas acrescentou a si mesmo a natureza de um servo. Neste contexto, o termo servo se refere à posição mais baixa na progressão social (Hb 10.5), exatamente o oposto do termo Senhor, um título pelo qual todos, um dia, reconhecerão o Cristo ressurreto e exaltado (v. 11). É surpreendente, portanto, que o Deus que criou o universo (Jo 1.3; Cl 1.16) e reina sobre toda a criação (Cl 1.17) escolheria acrescentar à Sua pessoa a natureza de um servo. A palavra semelhante não significa que Cristo apenas parecia um homem. Antes, o termo enfatiza a identidade. Ele era um homem, com todos os aspectos essenciais de um ser humano, embora, ao contrário de todos os outros, não tivesse nenhum pecado.

Hebreus 11.24-26 “Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó. 25- Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado; 26- Tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa.” 

3. Para seguir o exemplo de Cristo. 1ª Pedro 2.21 “Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas.”

Você nunc a vai encontrar o propósito se você é o centro. 

4. Para anunciar o evangelho aos perdidos. 1ª Pedro 2.9 “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” 

V. ELE ESCOLHEU ANTES DA FUNDAÇÃO DO MUNDO 

1. Antes de nascer. Jeremias 1.5 “Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta.” 

2. Para ser filhos. João 1.12 “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome.” 

3. Porque o nosso nome está escrito no livro da vida do cordeiro. Apocalipse 13.8 “E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” 

4. Para ser cooperador. Filipenses 4.3 “E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os meus outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida.” 

5. Para ter intimidade com o Pai. Para falar com o Pai. Mateus 6.6 “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.” 

5. Para cumprir o ide. Marcos 16.15,16 “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. 16- Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” 

V. ELE ESCOLHEU VOCÊ ANTES DA FUNDAÇÃO DO MUNDO, MAS VOCÊ ESTÁ NESTA VIDA PARA UM FUTURO ETERNO 

Jeremias 23.18 “Porque, quem esteve no conselho do Senhor, e viu, e ouviu a sua palavra? Quem esteve atento à sua palavra, e ouviu? 

O profeta Jeremias pergunta:

1. Quem esteve no conselho. Apocalipse 21.10 “E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu.”

Salmos 24.3-4 Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo? 4- Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente.”

O que significa “estar no conselho”? Jeremias formula: “viu, e ouviu a sua palavra… esteve atento à sua palavra e a ela atendeu?”. A única prova essencial de um profeta — que precedia sua capacidade de entregar uma mensagem divina — era que o profeta tinha que ver e ouvir Deus em Seu conselho. 

Precisamos ver. Atos 26.18 “Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus; a fim de que recebam a remissão de pecados, e herança entre os que são santificados pela fé em mim.” 

Quando um profeta “estava no conselho”, ele tinha um encontro direto com Deus em sua sala do trono. Esta ideia principal de “estar no conselho” é um padrão repetido na Bíblia. 

No caso de Isaías, o profeta foi transportado para a sala do trono de YHWH (Is 6.1-6) para receber seu chamado ao serviço (Is 6.8-9). Para Ezequiel, as circunstâncias foram inversas com o trono do Senhor vindo a ele (Ez 1.1-14, 26-28). Jeremias também foi comissionado através de um encontro direto com Deus. No início de seu ministério, a “palavra do Senhor” veio a ele (Jeremias 1.4) e designou-o um profeta. A “palavra” é identificada como YHWH (Jeremias 1.6-7) que veio em forma humana. Ele estende a mão para tocar a boca de Jeremias (Jeremias 1.9). Foi esse encontro que distinguiu Jeremias de falsos profetas. 

3. Quem ouviu Sua Palavra. Que esteve atento à Sua Palavra? 

3.1. Precisamos ouvir e ver para ser transformados.

Isaías 6.1-9 “No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e a cauda do seu manto enchia o templo. 2- Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam. 3- E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. 4- E os umbrais das portas se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça.5- Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos. 6- Porém um dos serafins voou para mim, trazendo na sua mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; 7- E com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e expiado o teu pecado. 8- Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim. 9- Então disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis.” 

No ano que morreu o rei Uzias foi o marco da história na visão de Isaías:

·         Isaías vê a glória de Deus sendo manifestada

·         Isaías vê a necessidade de reconhecer e abandonar os seus pecados.

·         Isaías é purificado pela glória de Deus, pois reconhece seus pecados.

·         Isaías está envolvido com a glória de Deus, e é totalmente quebrantado e com desejo imenso de atender a vontade de Deus. 

Todo encontro com Deus gera quebrantamento dentro de nosso coração, ou seja, nos faz ter sensibilidade a voz de Deus. Entendemos que primeiro, Deus nos mostra coisas sobrenaturais, e essas coisas geram em nós um desejo de transformação, para viver aquilo que estamos vendo.

Isaías agora totalmente transformado declara: “Eis-me aqui envia-me a mim.” 

3.2. Ouvir e obedecer.

Mateus 7.24-29 “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; 25- E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.26- E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia;

E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.” 

Todos nós estamos construindo: nossa própria vida é uma construção. Todos os dias acrescentamos tijolos na nossa edificação. A estrutura da nossa vida vai sendo edificada em cada palavra, em cada pensamento, em cada desejo, a cada atitude e a cada realização. Porém, nem todos são iguais, alguns são prudentes, outros são insensatos.

Devemos ser praticantes e não apenas ouvintes do Evangelho: muitas pessoas apenas ouvem a Palavra de Deus, e acham que isso já é o suficiente. Entretanto, o próprio Jesus adverte que é preciso praticá-la. O construtor prudente ouve as palavras de Jesus, e entende que Ele é o único fundamento seguro sobre o qual se deve construir. O apóstolo Paulo fala exatamente sobre esse princípio:

1ª Coríntios 3.10,11 “Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. 11- Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” 

3.3. Ouvir e profetizar.

Ezequiel 37.1 “Veio sobre mim a mão do SENHOR, e ele me fez sair no Espírito do SENHOR, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos.”

Em Ezequiel 37, o Senhor Deus coloca o profeta Ezequiel em visão, diante de um grande vale de ossos secos. A intenção era mostrar como estava o ânimo e a esperança de Israel e Judá após o cativeiro e o juízo de Deus. O Senhor Deus nos mostra que não há situação que ela não possa resolver. Basta uma única Palavra de Deus e tudo está resolvido. 

O que está morto passa a viver e o que está sem forma, recebe contorno. O diálogo entre Deus e o profeta é o seguinte: “Filho do homem, estes ossos poderão tornar a viver?” Eu respondi: “Ó Soberano Senhor, só tu o sabes”. 

Há muitas situações em nossas vidas que aos nossos olhos estão perdidas. O comando de Deus ao profeta é o mesmo que Ele comunica a nós, os que cremos: “Profetiza!”. 

A Palavra de Deus em nossos lábios tem poder. Precisamos profetizar bênção, crescimento, salvação, esperança, prosperidade, cura, não importa o que a situação diga.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC