TEOLOGIA EM FOCO: setembro 2022

terça-feira, 27 de setembro de 2022

A MULHER E O DRAGÃO - APOCALIPSE 12

 


O capítulo 12 de Apocalipse descortina a história por trás da história. A visão da mulher e do dragão, destaca o papel da nação de Israel, e não o papel de um indivíduo. 

Neste contexto se destacam cinco personagem: 1. A mulher; 2. Satanás; 3. o menino; 4. O arcanjo Miguel; 5. A descendência da mulher. 

1. Uma mulher. “E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. Ela estava grávida e gritava com as dores de parto, sofrendo tormentos para dar à luz” (Ap 12. 1-2).

O primeiro dos sinais que João vê no é uma mulher. O texto nos diz que ela está adornada pelos astros.

Nas Escrituras o povo de Israel e também a Igreja são comparados a uma mulher (Jr 4.31; 6.2; 2ª Co 11.2; Gl 4.26; Ef 5.25-27, 32). Aqui, porém, refere-se precisamente a Israel, porque foi Israel que deu o berço a para a vinda do Messias. O Senhor Jesus veio da genealogia do povo judeu. 

A mulher vestida de sol (v. 1). Significa que ela é gloriosa e exaltada, e reflete o brilho da glória de Cristo. A nação de Israel, está na luz do Sol, isto é, Cristo mesmo, quando vier em glória aparecerá em poder supremo, como o Sol da justiça (Ml 4.2). O povo de Deus serve desde o princípio para iluminar o mundo (Mt 5.14, 16; Fp 2.15).

“Ela tem a lua debaixo de seus pés”. Israel exercerá domínio e autoridade outorgada pelo próprio Cordeiro no governo milenar de Cristo. As nações dependerão exclusivamente de Israel.

Ela tem uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça. Naturalmente referem-se às doze tribos de Israel, ou seja, ela é vitoriosa, ela é vencedora.

“Estava grávida, e com dores de parto, e gritava com ânsias de dar à luz” (v. 2). O dar à luz um filho”, sempre traz dores e ânsias, também no sentido espiritual (Gl 4.19). A mulher tem uma grande missão: dar à luz a Cristo segundo a carne (Rm 9.5). 

2. O Dragão vermelho. “E viu-se outro sinal no céu, e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete diademas.” (V. 3).

João vê mais um novo acontecimento no céu, um Dragão. O dragão simboliza Satanás a antiga serpente (Ap 20.2). “Ele é um ser pessoal, ele não é um mito, uma figura lendária ou folclórica. Ele não é um ser impessoal, etéreo. Ele não é uma energia negativa. Ele é um anjo caído, um ser que tem vontade, planos e estratégias. Ele tem sentimentos, pois está cheio de cólera (v. 12) e permanentemente irado contra a igreja (v. 17). Ele tem inteligência, pois é capaz de seduzir (v. 4). Ele tem objetivos claros, perseguir o Messias (v. 4) e sua igreja (v. 13). [Hernandes Dias Lopes. Estudos no Livro de Apocalipse pg. 88]. Ele é chamado grande, porque pertence a uma das ordens mais altas de todas as criaturas: “Um querubim ungido” (Ez 28.15). Era de uma classe de tão grande honra e poder, que o arcanjo Miguel, quando contendia com ele por causa do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele (Jd 6).

O Dragão é vermelho cor de sangue e de fogo. Isso significa que ele é o autor de toda guerra e homicídio (Jo 8.44). Ele possui sete cabeças coroadas, que simbolizam seu domínio mundial em todas as épocas da história (Dn 2.38-40; 7.4-7; 8.1-27). Os dez chifres simbolizam o seu poder destrutivo. O próprio Jesus disse que o dragão “veio para matar, roubar e destruir” (Jo 10.10). Ele receberá pleno poder para reinar sobre todo o mundo na Grande Tribulação (Ap 13.1-18). E sete diademas, é uma referência a poder real, não são coroas de glória e de vitória, mas coroas do poder usurpado, pois ele tenta ser um imitador do Cordeiro. 

A queda de Lúcifer. “E a sua cauda levou a terça parte das estrelas do céu e lançou sobre a terra.” (V. 4).

João está narrando a queda de Lúcifer e dos anjos que ele arrastou consigo no dia da grande rebelião contra Deus (Ez 28.15). Isso revela a verdadeira personalidade de Satanás (comparando Ez 28.12-19), onde ele aparece como “Luz”, o querubim protetor que habitava no Éden de Deus e entre as pedras afogueadas andava, mas agora é visto furioso por terem sido frustrados os seus primeiros planos (Is 14.13-14) e arrasta após si a terça parte das estrelas dos céus (anjos caídos que lhe foram desobedientes (Dn 8.10). E lançou-os sobre a Terra (na conquista pelo mundo). Isto prova mais o seu orgulho e sua presunção. 

3. O Filho Varão. Vs. 4b -6 “...e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho. E deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.” 

O propósito principal do dragão é destruir o filho da mulher (Cristo). Por conta disso, a mulher é perseguida por ele, a fim de que o nascimento do menino fosse evitado.

A mulher vestida de sol refere-se a nação de Israel. Jesus veio da genealogia do povo judeu. Deus levantou a nação de Israel (a mulher) como povo escolhido, e através desta nação faz vir o Messias, a semente da mulher, prometida em Genesis 3.15. “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.”

A promessa do Senhor feita a Abraão para cumprir-se nos seus descendentes, na nação de Israel, ou seja, não foi feita uma promessa a Maria. Embora o Cristo foi gerado no ventre de Maria, a visão não se refere a ela. Portanto, a visão da mulher e do dragão neste capítulo destaca o papel da nação de Israel, e não o papel de um indivíduo.

Satanás usou toda sua astúcia contra Israel, para evitar o cumprimento da promessa de Deus. Ele, dominado pela fúria, permaneceu “parado diante da mulher”, procurando por toda sorte dominar a nação, mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a Lei, para remir os que estão debaixo da Lei, a fim de receberem a adoção de filhos (Gl 4.4-5).

Portanto, nascido Jesus (Is 9.6-7), conforme a promessa (Is 7.14; Lc 1.26-38), o Diabo mobilizou todos os seus ardis para destruir o menino e prejudicar o plano de Deus. Primeiro usou Herodes, o Grande (Mt 2.16); foi levado pelo Espírito Santo ao deserto, para sofrer a tentação do maligno e provar a Sua idoneidade para a obra (Mt 4.1-11) mas, venceu Satanás usando as Sagradas Escrituras.

Satanás, muito embora vencido, não se deu por derrotado. Tudo fez (usando os judeus) para tentar Jesus (Mt 21.23-27). Usou até Pedro para dificultar os passos de Jesus (Mt 16.22-23). Também usou Judas Iscariotes para tentar o Senhor e vendê-lo (Mt 26.14-16). Por fim, Cristo foi entregue à morte de cruz, ato que Deus traria vitória para a humanidade perdida, e derrota para Satanás. Este vinga-se, impondo a mais bárbara e cruel tortura a Cristo (conf. Sl 22; Sl 129.3; Is 50.6; Is 53). Depois de Jesus morrer e ser sepultado, Satanás inspira os judeus a porem uma guarda escolhida no sepulcro, como o último esforço para evitar a ressurreição do Senhor (Mt 27.63-66). Mas, na manhã do terceiro dia Ele ressuscitou e permaneceu por 40 dias entre Seus discípulos, despois foi arrebatado e assentou-se a destra de Deus Pai.

O filho varão é Jesus Cristo, Ele regerá as Nações com vara de ferro, isto acontecerá na implantação do Milênio, o Seu arrebatamento refere-se a sua ascensão, quando ressuscitou na manhã do terceiro dia, voltando ao céu, ficando ao lado do Pai. 

4. O arcanjo Miguel. “E houve batalha no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão; e batalhavam o dragão e os seus anjos, mas não prevaleceram; nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.” (Ap 12.7-9). 

O que acontece no céu é uma guerra espiritual. Miguel é o protetor de Israel (Dn 12.1), para guardar a nação na Grande Tribulação. Ele e seus anjos lutaram contra o dragão e seus anjos, mas serão derrotados, expulso do céu e lançados à terra. Por isso o Senhor Jesus disse-lhe: “Eu via Satanás, como raio, cair do céu.” (Lc 10.18). Somente um viu Satanás cair como um raio, com rapidez e como um relâmpago que cai na Terra: Jesus o Pai da eternidade (Is 9.6; Jo 1.1).

“Satanás não conseguiu destruir Cristo na terra, agora ele procura invadir a própria gloria celestial para continuar sua luta contra o Filho de Deus, mas acaba sendo derrotado, isso aumenta o ódio contra Cristo, o qual se lança contra a mulher que deu à luz o Cristo. [Russel Shedd].

Essa luta no céu requer ser justaposta com uma segunda luta aqui na terra, em Apocalipse 19:19. Ambas as lutas terminam com a precipitação de Satanás. No presente texto é Satanás que cai do céu para a terra (v. 9), lá ele cai da terra para o abismo (20:3). Em ambos os casos o juízo é executado por meio de um anjo.

“....mas não prevaleceram...”. O diabo mais uma é derrotado. Não devorou o filho varão. Não alcançou a mulher quando fugiu para o deserto. E agora, perdeu a sua batalha contra Miguel. 

5. O Filho é Jesus. “E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora chegada está a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derribado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite.” (Ap 12.10).

O versículo 5 mostra que Filho foi arrebatado ao céu para assentar-se no trono. Mas, no 10 deixa claro que o Filho da mulher se trata de Jesus, ao dizer que “agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo”.

Vozes celestiais proclamam a vitória do povo de Deus sobre todas as tentativas do diabo. Alcançam vitória por causa de sua fidelidade ao Cristo redentor; ainda que essa fidelidade lhes acarrete a morte, eles permanecem fiéis. 

O apóstolo João ouviu uma grande voz que anuncia um novo tempo. “E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram a sua vida até à morte. Pelo que alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar! Porque o diabo desceu a vós e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.” (Ap 12.11,12).

Pelo sangue do Cordeiro, os santos venceram a batalha por meio da vitória de Cristo. Os vencedores são que creem em Cristo e na Sua morte na cruz do Calvário. Quem crê em Cristo não ama a sua própria vida, antes abriram mão dela “Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará” (Lc 9.24).

Enquanto que os salvos nos céus exaltam o Cordeiro, é lançado mais um ‘Ai’ sobre os moradores da terra. “Ai dos que habitam na terra e no mar! Porque o diabo desceu a vós e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.” (Ap 12.12). Os homens que vivem na terra sofrerão devido à grande ira do diabo derrotado.

“....sabendo que já tem pouco tempo.” Qualquer poder que o diabo possui é limitado. O tempo para exercer seu poder é, também, limitado. Tudo está chegando ao fim, quando não terá mais condições de derramar a sua cólera sobre os homens na terra. 

6. A mulher fugiu para o deserto. “A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias” (v. 6). Quando, pois, o dragão se viu atirado para a Terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão; e foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até ao deserto, ao seu lugar, aí onde é sustentada durante um tempo, tempos e metade de um tempo, fora da vista da serpente” (Ap 12.6,13,14). 

Mesmo depois de Jesus ter sido assunto ao Céu (At 1.9-11), a perseguição contra a mulher (Israel) continuou e será muito intenso na segunda metade da Grande Tribulação, quando o Diabo terá maior liberdade com a permissão de Deus, através do Anticristo, para atacar Israel: “Quando o dragão viu que fora lançado na terra, perseguiu a mulher [...] E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para fazer que ela fosse arrebatada pela corrente” (Ap 12.13,15). 

João continua o relato da fuga da mulher para o deserto, onde parou no versículo 6. A mulher representa Israel quando figura ante a perseguição do Anticristo na Grande Tribulação. Mesmo depois de Jesus ter sido assunto ao Céu (At 1.9-11), a perseguição contra a mulher (Israel) continuou. Estes fiéis de Israel, tementes a Deus que se converterão pela mensagem das duas testemunhas, opor-se-ão contra a religião do Anticristo, assim ele irá declarar guerra contra os santos (Ap 13.7), porém serão socorridos por Deus (Dn 12.1).

Deserto significa lugar de isolamento. “Lugar preparado por Deus”, para guardar da fúria do Dragão isso significa o cuidado de Deus pelo Seu povo (Rm 11.1-4), e terá a duração de três anos e meio, ou seja, os últimos dias da Grande Tribulação, ou Angustia de Jacó onde o Anticristo não poderá vencê-los.

“....e foram dadas à mulher as duas asas da grande águia”. A águia é um pássaro que voa rápido e alto. Aqui a mulher é representada como uma águia que voa rápido para escapar da fúria do Dragão para um lugar seguro, onde estarão guardados e alimentados por Deus e fora do alcance do Anticristo. Essas asas de águia representam a direção de Deus (Êx 19.4), através da qual Israel será levado a um lugar seguro (cf. Sl 27.5; 91:1,4).

“...durante um tempo, tempos e metade de um tempo...”. Após Israel romper o pacto com o Anticristo, serão duramente perseguidos, mas fugirão para o deserto e lá ficarão por dois anos e meio, isto é, quarenta e dois meses. No verso 6, ela está no deserto por 1.260 dias. (Veja também Ap 11.2; Dn 7.25). O profeta Daniel 7.25, fez a mesma referência e que a verdadeira explicação deve ser feita da mesma maneira. 

E a serpente lançou como um rio para destruir a mulher. “E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar. E a terra ajudou a mulher; e a terra abriu a boca e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca. (Ap 12.15-16).

Diante de Deus todos os planos do diabo são frustrados. Não conseguiu devorar Jesus. Perdeu na batalha contra Miguel e foi expulso do céu. Não conseguiu destruir o povo de Deus como um todo. Portanto, o Dragão não alcança a mulher, seus planos (mentiras, acusações e falsas doutrinas) estão sendo frustrados, seu engano não surge mais efeito diante dela e em desespero, ele lança água da sua boca, tentando destruí-la, será o período da mais negra tribulação.

“A terra ajudando a mulher...” (v. 16). A terra representa povos e nações. A mulher terá ajuda de alguns governantes da terra. Naquele dia as nações amigas irão socorrer os Judeus frustrando os esforços da serpente”.

Essa “corrente de água” (o exército favorável) será absorvida antes de ter alcançado o lugar de “refúgio” preparado por Deus (Is 16.4). 

O Dragão persegue a semente da mulher. “E o dragão irou-se contra a mulher e foi fazer guerra ao resto da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo.” (V. 17).

O Dragão não tendo êxodo contra a mulher, inicia uma perseguição contra o resto da semente dela identificado como os justos seguidores de Cristo, já que são eles que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo, ou seja, os “descendentes” da mulher são os que continuam a existir na Grande Tribulação, e que, continuam sob a fúria temporária do dragão. E esta é a razão concreta pela qual eles estão sofrendo tantas perseguições. Não devemos aplicar o presente texto à Igreja do Senhor, pois ele já está ao lado de Cristo, nas bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9).

Esta perseguição se dará nos últimos três anos e meio e será o martírio dos crentes que ficaram na Grande Tribulação.

Esta perseguição se dará nos últimos três anos e meio e será o martírio dos crentes que ficaram na Grande Tribulação.

Pr. Elias Ribas 

Assembleia de Deus 

Blumenau - SC 

 

 

 

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

AS DUAS TESTEMUNHAS NA GRANDE TRIBULAÇÃO Apocalipse 11

 


Apocalipse 11.1-6 “E foi-me dada uma cana semelhante a uma vara; e chegou o anjo e disse: Levanta-te e mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram. 2- E deixa o átrio que está fora do templo e não o meças; porque foi dado às nações, e pisarão a Cidade Santa por quarenta e dois meses. 3- E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco. 4- Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus da terra. 5- E, se alguém lhes quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca e devorará os seus inimigos; e, se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto. 6- Estas têm poder para fechar o céu, para que não chova nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue e para ferir a terra com toda sorte de pragas, quantas vezes quiserem.” 

Depois dos acontecimentos exibidos pelo toque da 6ª trombeta, antes de se iniciar o toque da 7ª trombeta, Deus faz uma pausa na história dos acontecimentos para enviar a Terra às duas testemunhas que irão anunciar o evangelho em Jerusalém.

“Levanta-te e mede o templo...”. João recebe a ordem para medir o templo, o altar e local dos adoradores. Mas que templo? Note que João escreveu o livro de Apocalipse no ano 95 d.C., Jerusalém e o templo tinham sido destruídos no ano 70. Portanto, a medição do templo (v. 1,2) refere-se à reconstrução do templo em Jerusalém na Grande Tribulação onde será profanado pelo Anticristo (Mateus 24.15; 2ª Tessalonicenses 2.4).

Quando o texto diz: “deixa o átrio que está fora do templo...”, refere-se do átrio exterior, porque era aberto para os estrangeiros adorarem no templo (Ezequiel 42.14 e 44.19). Jesus disse que Jerusalém seria pisada pelos gentios (Lucas 21.24), se referindo ao tempo em a cidade seria tomada por outros povos por séculos. 

1. A mensagem das testemunhas. Quando o Anticristo estiver com as nações mundiais sobre seu domínio e os judeus o adorando-o como seu “messias tão aguardado, então aparecerá em Jerusalém duas grandes testemunhas. Deus enviá-lo-ás para anunciar o evangelho do Reino de Cristo e profetizar a respeito do futuro. Terão grande poder sobrenatural (Ap 11.1-14). Essas testemunhas do Senhor irão pregar num período de 1.260 dias (que são três anos e meio). Vestidos se saco: “Darei às minhas duas testemunhas que profetizem por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco” (Ap 11.3).

O Evangelho do Reino começou a ser pregado por João Batista, que estava preparando o caminho do Senhor Jesus, e ainda será pregado na primeira fase da Grande Tribulação pelas duas testemunhas procurando converter o coração dos pais aos filhos (Ml 4.6). Este evangelho é o mesmo que João Batista pregava na primeira vinda de Cristo, há quase dois mil anos dizendo: “arrependei-vos porque é chegado o reino de Deus” (Mt 3.2), este não é o mesmo evangelho que pregamos nos dias de hoje, existem duas formas de pregar o evangelho:

1. O Evangelho da graça (Mc 16.15): O Evangelho que é pregado hoje para a salvação.

2. O Evangelho do Reino (Mt 24.14): As duas testemunhas irão pregar na grande tribulação, anunciando que está próximo o reino de Cristo.

Enquanto o falso profeta estará apresentado Anticristo ao mundo como o verdadeiro messias, as duas testemunhas irão pregar que o reino de Cristo está próximo e Ele virá com poder e grande glória para reinar por mil anos e isto irá acontecer no mundo todo, e assim aqueles que aceitarem esta palavra serão mortos pelo Anticristo por aceitarem o Reino de Cristo no milênio. 

2. Quem são as duas testemunhas? A palavra testemunha no original grego é μάρτυς mártir que significa testemunhas.

A Bíblia não diz quem são as duas testemunhas. Apenas diz o que vão fazer quando forem reveladas. Provavelmente surgirão um pouco antes da besta, que as matará. Não sabemos quando isso será. Esse é um mistério que ainda não foi revelado.

Uma das perguntas polemica do apocalipse é: Quem são as “Duas Testemunhas”. Há neste texto Bíblico, muitas divergências teológicas, para saber com precisão quem serão as duas testemunhas.

Alguns pensam em dois profetas: Elias e Moisés com o poder que exerceram ninguém poderia tocá-los e porque apareceram na transfiguração com Jesus. Outros acham que seria Enoque por que foi arrebatado para Deus e precisa voltar para morrer. Entretanto, não será Moisés, Elias, Enoque ou outro personagem bíblico. Os sinais realizados pelas Duas Testemunhas são semelhantes aos de Moisés e Elias, mas isso não significa que sejam literalmente estas pessoas.

Muitos usam a referência de Malaquias 4.5, onde diz que Elias virá antes do grande dia do Senhor. Jesus disse que a profecia sobre a vinda de Elias (Zc 4.5) se cumpriu através do ministério de João Batista (Mt 17.11-13), o precursor do Messias. Ele veio para pregar o evangelho do reino.

Existem muitas razões para afirmar que não serão nenhum destes personagens bíblicos:

Primeiro, não será Enoque, porque está escrito em Hebreus 11.5: “Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte”. Portanto se Enoque foi translado para não ver a morte então não será ele.

Segundo, não será Elias e nem Moisés, porque eles aparecem em um corpo glorifica no monte da transfiguração junto com Jesus.

Terceiro, o apóstolo Paulo afirma “que carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção. (1ª Co 15.50). Paulo está falando do corpo que é corruptível de herdar o céu; “Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade.” 1ª Co 15.53).

Quarto, Elias e Enoque foram arrebatados para céu, tipificando a Igreja de Cristo que será arrebatada. Portanto, eles foram transformados e arrebatados. Elias deixou cair sua capa (2ª 2.12-14), simbolizando que despiu-se dos seus andrajos humanos. O que vai acontecer com o arrebatamento ou a transladação da Igreja é a mesma coisa. Todos os crentes fiéis serão tomados pelo Espírito Santo e elevados aos céus. No momento de serem tomados (num abrir e fechar de olhos) serão transformados, isto é, deixaram os seus andrajos e serão capacitados de entrarem no céu, diante do Trono de Deus, sem mais a necessidade de morrer. Conforme o ensino paulino a igreja de Tessalônica ele diz: “Os mortos ressuscitarão primeiro e depois nós, os que estivermos vivos, seremos transformados num corpo glorificado e levados nas nuvens, junto com eles, para nos encontrarmos com o Senhor nos ares” (1ª Ts 4.16-17).

“Se admitirmos que Moisés, Elias ou Enoque, volte viver em corpo mortal para ser uma das duas testemunhas, estaremos concordando plenamente com a doutrina espirita da reencarnação, a qual Deus condena ao longo do texto bíblico (Hb 9.27).” [Valdemar Pereira Paixão, livro apocalipse, pg 83]. 

3. As duas testemunhas são as duas oliveiras. “São estas as duas Oliveiras (testemunhas), e os dois candeeiros que se acham em pé diante do Senhor da terra” (Ap 11.4).

“Junto a este, duas Oliveiras...”. Quando estudamos a luz da hermenêutica podemos ter uma ideia de quem serão as duas testemunhas comparando com o profeta Zacarias.

“E disse-me: Que vês? E eu disse: Olho, e eis que vejo um castiçal todo de ouro, e um vaso de azeite no seu topo, com as suas sete lâmpadas; e sete canudos, um para cada uma das lâmpadas que estão no seu topo. E, por cima dele, duas oliveiras, uma à direita do vaso de azeite, e outra à sua esquerda. E respondi, dizendo ao anjo que falava comigo: Senhor meu, que é isto?” (Zc 4.3-4).

Não sabendo responder o significado da revelação o anjo continua lhe perguntando e lhe explicando:

“Respondi mais, dizendo-lhe: Que são as duas oliveiras à direita e à esquerda do castiçal? E, respondendo-lhe outra vez, disse: Que são aqueles dois ramos de oliveira, que estão junto aos dois tubos de ouro, e que vertem de si azeite dourado? E ele me falou, dizendo: Não sabes tu o que é isto? E eu disse: Não, senhor meu. Então ele disse: Estes são os dois ungidos, que estão diante do Senhor de toda a terra” (Zc 4.11-14).

“As Duas Testemunhas são chamadas de duas oliveiras e dois candelabros como um símbolo de frutos e luz, lembrando da profecia sobre a reconstrução do templo após sua primeira destruição, quando o sacerdote Josué e o governador Zorobabel foram chamados de duas oliveiras perto do candelabro (Zc 4.3 e 11-14). A oliveira produz o azeite para acender o candelabro. O poder das palavras destas duas testemunhas é representado pelo fogo (Jr 5.14).” [Fonte de pesquisa https://www.esbocosermao.com/2020/11/apocalipse-11-as-duas-testemunhas.html].

“Os dois ungidos”, portanto, nesta visão representam Josué e Zorobabel (Zc 3.1; 4.9). Josué era o sumo sacerdote e Zorobabel o herdeiro do trono Judá (1º Cr 3.17-19). Zorobabel era no seu tempo representante da monarquia de Davi (Ag 2.20-23), e está na linhagem direta de Cristo (Mt 1.12). Foi nomeado por Ciro rei da Pérsia para ser o condutor do e governador do povo Judeu no regresso para Judá (Ed 1.8; cap. 11; 5.11-14).

As duas oliveiras nesta revelação dada a Zacarias são Josué e Zorobabel uma autoridade política e outra religiosa nos dias deste profeta. Mas as duas testemunhas de apocalipse 11, tipificam duas autoridades desconhecidas (política e religiosa da nação israelita), ungidos por Deus para profetizar aos Judeus na Grande Tribulação. Portanto, não será nenhum personagem bíblico do V.T., ou seja, nem Josué, Zorobabel outro. Eles apenas tipificam as duas testemunhas. Se as testemunhas fossem Moisés e Elias, ou Enoque e Elias, por que a Escritura ficaria em silêncio sobre suas identidades? 

4. As duas testemunhas serão chios do Espirito Santo. “Se alguém pretende causar-lhes dano, sai fogo da sua boca e devora os inimigos; sim, se alguém pretender causar-lhes dano, certamente, deve morrer. Elas têm autoridade para fechar o céu, para que não chova durante os dias em que profetizarem. Têm autoridade também sobre as águas, para convertê-las em sangue, bem como para ferir a terra com toda sorte de flagelos, tantas vezes quantas quiserem” (Ap 11.5-6).

Como Moisés no Egito e Elias no monte Carmelo, as duas testemunhas serão revestidos de poder, autoridade e dotados com o dom de maravilha pelo Espírito Santo. Eles têm poder para trazer seca sobre a terra, para transformar as águas em sangue, e para ferir a terra com todas as pragas. E se alguém desejar causar o mal, serão devorados com fogo procedente de sua boca.

5. O que acontecerá com as duas testemunhas? Ap 11.7-11 “E, quando acabarem o seu testemunho, a besta que sobe do abismo lhes fará guerra, e as vencerá, e as matará. 8- E jazerá o seu corpo morto na praça da grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, onde o seu Senhor também foi crucificado. 9- E homens de vários povos, e tribos, e línguas, e nações verão seu corpo morto por três dias e meio, e não permitirão que o seu corpo morto seja posto em sepulcros. 10- E os que habitam na terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão, e mandarão presentes uns aos outros; porquanto estes dois profetas tinham atormentado os que habitam sobre a terra. 11- E, depois daqueles três dias e meio, o espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles; e puseram-se sobre os pés, e caiu grande temor sobre os que os viram.12- E ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: Subi cá. E subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram. 13- E naquela mesma hora houve um grande terremoto, e caiu a décima parte da cidade, e no terremoto foram mortos sete mil homens; e os demais ficaram muito atemorizados, e deram glória ao Deus do céu”.

Por três anos e meio, ou seja, na primeira fase da Grande Tribulação, as testemunhas serão preservadas do mal. Mas, quando eles terminarem de realizar a obra a que foram designados por Deus, a besta que sobe do mar (Ap 13), o Anticristo, que unido com o falso profeta (Ap 13.12), virar-se-á contra as duas testemunhas e os matará na praça da cidade e depois de três dias e meio o Senhor ressuscitará e subirão ao céu numa nuvem diante dos olhos de todos (Ap 11.6-12) até que os dias da tribulação se completem.

“A grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito” (v. 6). Jerusalém é aqui chamada de Sodoma por causa de seu orgulho, indulgência, facilidade próspera e indiferença às necessidades dos outros (veja Ez 16.49). E é chamado Egito por causa de sua idolatria, perseguição e escravidão ao pecado e injustiça.

Depois do arrebatamento das duas testemunhas haverá um grande terremoto e a décima parte da cidade (Jerusalém) será destruída e morrerão sete mil pessoas. Após o julgamento divino, o remanescente de Israel aceitará a mensagem das duas testemunhas e dará glória a Deus.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC


sábado, 17 de setembro de 2022

OS MÁRTIRES DA GRANDE TRIBULAÇÃO

 


Apocalipse 6.9-11 “E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. 10- E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? 11- E a cada um foi dada uma comprida veste branca e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos que haviam de ser mortos como eles foram.” 

Abrindo o quinto selo, João vê o lamento dos mártires no céu. O apóstolo declara que eles vêm de todas as nações, tribos, povos e línguas que há sobre a terra. Ele descreve o martírio dos cristãos que sofreram perseguições, passaram por torturas, foram mortos e cujas almas suplicam o juízo de Deus contra a vida daqueles que martirizaram milhares de cristãos. Estes são os salvos que vieram da Grande Tribulação porque guardaram sua fé em Cristo, por seu testemunho e amor à Palavra de Deus e não aceitaram o sinal da besta e nem o seu nome (Ap 7.9-14). Muitos que distanciaram da fé e pessoas com o conhecimento do Evangelho que ficarem no arrebatamento da Igreja, sofrerão no governo ditatorial da besta. Suas almas ficarão debaixo do altar do Senhor no céu, serão salvos, mas terão de dar a própria vida (Ap 6.9-11).

Neste tempo o Anticristo, no final dos desfeches, levantará uma grande perseguição qual nunca houve, mesmo em meio aos horrores, ao engano e às grandes dificuldades da Tribulação, muitas pessoas rejeitarão o Anticristo e aceitarão a Jesus, passando a segui-lo. Portanto, todos os que não negarem a Jesus, não professam a religião do falso profeta e não aceitam o sistema da Besta serão decapitados (Ap 20.4), Mas serão salvos.

Essas almas debaixo do altar não é a Igreja de Jesus. Essas almas, cujo corpo está na terra e ainda não foram ressuscitados, são completamente distintos da Noiva. Os que morreram em Cristo no tempo da graça, já foram ressuscitados e arrebatados, são vistos coroados no céu representados pelos vinte quatro anciãos, e estão livres da Grande Tribulação (Ap 4.4, 10,11).

João vê as almas desses que foram martirizados, receberem vestes brancas que simbolizando justiça, pureza, santidade e alegria. Eles esperam descansando de suas fadigas terrenas, até que o número dos mártires se complete. Duas coisas ainda devem ser ditas aqui, que mostra a diferença entre estes santos e a Igreja: 1. A igreja é vista coroada (2ª Tm 4.8; Ap 2.10; Ap 4.4, 10,11). 2. Estes santos são vistos com palmas em suas mãos (Ap 7.9).

É importante entender que essas almas não estavam inconscientes, mas estavam lúcidas e pedindo vingança, não pessoal, mas da justiça divina. Isso mostra que após a morte a alma não dorme como alguns “líderes” ensinam, mas continuam conscientes e tem memória do que ocorreu na Terra. Eles clamam por vingança contra os “que habitam sobre a terra” (Ap 6.10).

Nesta altura dos acontecimentos, nós que subirmos no arrebatamento, estaremos participando das bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9), enquanto que estes crentes que deram suas vidas para serem salvos estarão debaixo do altar do Senhor, serão salvos, mas terão de dar a própria vida (Ap 6.9-11), permanecerão lá até que termine a Grande Tribulação, e o Senhor retorne a Terra para vingará o sangue deles derramado.

No capítulo 7, o apóstolo João da continuidade a revelação que vê: Apocalipse 7.9,10,13-15 “Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; 10- e clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro. 13- E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde vieram? 14- E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. 15- Por isso estão diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra.” 

Esta multidão não é a Igreja, como também os selados não são, pelos seguintes motivos: Primeiro, é um dos anciãos que representam a Igreja que faz a pergunta a João (v. 3). Se fossem a Igreja teriam sido arrebatados antes da Grande Tribulação com coroas em suas cabeças.

De quem é composta está multidão? De todas as nações que creram pelo trabalho dos 144.000. De muitos crentes que ficaram, mas creram.

Estes mártires são aqueles que conheciam o evangelho, mas nunca tomaram uma posição diante de Deus e não se desligaram do pecado. Estes são os que vão ficar na terra depois do arrebatamento da Igreja. O anticristo e o falso profeta (Ap 13) que é o ditador do Império Romano ressuscitado, moverá grande e tremenda perseguição contra todos os que são cristãos. Essa multidão, que terão de enfrentar cara a cara a Satanás e sujeitar-se a decapitação. Muitos como uma multidão incontável em todo o mundo, permanecerão fiéis, preferindo morrer pelo testemunho de Jesus.

“Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar. Vi ainda as almas dos decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, tantos quantos não adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos” (Ap 20.4).

João vê as almas daqueles que foram decapitadas por amor a Cristo e que guardaram Sua Palavra. Mas aqueles que não irão se dobrar diante da Besta, adorar sua imagem e aceitar a sua aliança, então serão salvos na Grande Tribulação.

Note-se a diferença entre os cento e quarenta e quatro mil selados (Ap 7.1-8), e os mártires da Grande Tribulação (v. 9). O primeiro está na terra e estão selados por Deus; o segundo são os gentios, inumeráveis, que completa o número daqueles que “estavam debaixo do altar”, visto por João na abertura do quinto selo, agora tirados da Grande Tribulação, e estão no céu perante o Cordeiro, trajando vestidos brancos, significando que as pessoas tinham alcançado, não somente a justiça e a pureza, mas também a vitória e gozo; e com palmas nas mãos. Estas palmas simbolizam os mártires. A Igreja representada pelos anciões está coroada, e os fiéis receberam o galardão após o arrebatamento, no Tribunal de Cristo (2ª Co 5.10; Ap 22.12). Mas os mártires receberão palmas que simboliza louvor.

João estava observando aquela cena de adoração e compartilhando daquela magnífica alegria, sem entender perfeitamente a visão:

“E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde vieram? (V. 13).

“E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de Grande Tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.”

Os cento e quarenta e quatro mil de Israel foi dado um sinal na testa para que ficassem isentos dos sofrimentos da Grande Tribulação. Os gentios deixados na terra após o arrebatamento da Igreja, depois de despertados e de reconhecerem Jesus como Seu Senhor e Salvador, foram oferecidos como mártires, sendo decapitados no período da Grande Tribulação. Não “tribulação” ou apenas “de muitas tribulações” (At 14.22), mas “da Grande Tribulação”. Da tribulação sem igual durará três anos e meios (Dn 9.24-27), ou seja, a última metade da septuagésima semana de Daniel. Este é um período de tribulação como nunca houve, nem haverá jamais (Jr 30.4-7; Dn 12.1; Mt 24.21, 22).

O intenso sofrimento na Grande Tribulação não é suficiente para purificar os homens dos seus pecados. Somente o sangue do Cordeiro nos purificará de todo o pecado: “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1ª Jo 1.7). Jamais alcançariam qualquer vitória pelos seus próprios méritos ou porque tenham passado por provas duras e terríveis e até mesmo pelo fogo da Grande tribulação. Para provar a sua fé em Jesus e a confiança inabalável em seu Deus, eles não amaram as suas vidas até a morte.

Deus mostra o Seu precioso carinho para as criaturas que lhe são fiéis. Carinho de pai e mãe, que quer bem aos seus filhos (Is 44.15-16). Esta é a grande e sublime promessa que alcançarão todos os vencedores.

Estes mártires fazem parte dos rabiscos da colheita. No contexto bíblico, “os rabiscos” eram as sobras de uma colheita do tipo: Trigo, Cevadas, Uvas no Velho Testamento. Esses mártires serão ou últimos a ser a arrebatados e isso só acontecerá na vinda de Jesus em glória. Incluem nesta colheita todos os crentes, perseguidos e maltratados até a morte por causa da Palavra de Deus e aqueles que não negaram Jesus e que ficaram fiéis ao Senhor testemunhando que eram de Cristo (Ap 20.4-6). Esses mártires reinarão com o Senhor no Milênio. 

Palavra de encorajamento. Ap 14.12-13 “Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus. E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam.”

Uma voz do céu, a voz de Cristo (10.4), ordena a João escrever, especialmente para encorajar aos que recusaram aceitar o sinal da besta. Esta mensagem de consolo será então especialmente necessária, pois os muitos homens que tornarem-se crentes, aqui não falo mais dos cento e quarenta e quatro mil que já estarão na glória com o Senhor (Ap 14.3-4), mas daqueles que estarão diante da alternativa de adorar a besta ou morrer. Sua decisão por Jesus Cristo terá consequências terríveis. Por não negarem a fé e guardarem os mandamentos de Deus, haverá uma terrível perseguição até a morte.

Bem-aventurado os mortos (v. 13). Por sete vezes é pronunciado a palavra bem-aventuranças no Apocalipse. Isso se refere aos remidos que já estão na glória com o Cordeiro. Em contraste com os adoradores da besta, que são atormentados com os juízos apocalípticos. Os salvos na Grande Tribulação já estarão na gloria aguardando o Senhor fazer justiça a essa terra. O sangue e a justiça de Cristo são seu adorno e suas vestes de honra.

A voz celestial anuncia-lhes que ganharão muitíssimo através do martírio: “Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor”. Há uma promessa especial para aqueles que lavam suas vestiduras no sangue do Cordeiro. Através do seu martírio eles tornam-se participantes de algo muito melhor do que se continuasse com a vida. Eles participaram dos rabiscos da colheita (Ap 6.9 e 11). Entretanto os santos salvos na Grande Tribulação não pertencem à Igreja-noiva, eles têm parte na promessa que foi dada a nós.

O mundo caminha para o fim. Esse é último prazo antes do arrebatamento, importa uma entrega completa a Jesus Cristo. Quem atualmente não permanece na Palavra e a comunhão com na Igreja, este acaba se desviando dos caminhos do Senhor. Mas agora ainda tem tempo para entregar teu coração a tua vida completamente ao Senhor. Aproveite o tempo e a oportunidade, e não endureça teu coração, pois a vida nesta terra é curta.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

AS SETE TROMBETAS Apocalipse 8

 

Apocalipse 8.1-2 “E, havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora. 2 E vi os sete anjos, que estavam diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas.” 

No capítulo 6, estudamos sobre os seis selos que foram abertos pelo Cordeiro. O intervalo do capítulo 7 nos assegurou da proteção dos fiéis. Quando se abre o sétimo selo surgem sete anjos com trombetas prontos para tocar. Antes acontece um momento de silêncio no céu, um suspense, preparando para grandioso que irá acontecer.

Em primeiro lugar precisamos entender o significado do uso das trombetas. A palavra trombeta, vem do termo hebraico shophar e significa chifre, ou chifre de carneiro. Foi um instrumento instituído por Deus para ser tocado em uma infinidade de momentos da vida nacional de Seu povo no Antigo Testamento. As trombetas eram usadas para chamar o povo à batalha (Nm 10.9), levantar o acampamento (Nm 10.2), derrubar os iníquos (Js 6.13-16), proclamar as festas solenes (Nm 10.10) e manifestar a terrível majestade de Deus (Êx 19.16).

As trombetas anunciam uma série de juízos contra a humanidade (Ap 8.13). Elas são advertências aos habitantes da Terra, a fim de que eles sejam levados ao arrependimento antes que seja tarde, pois o dia do juízo final chegará.

As quatros primeiras trombetas (vs. 7-12), trazem castigos sobre os quatro aspectos mais importantes da criação: a terra, o mar, as águas e os corpos celestiais. As três últimas trombetas falam de sofrimentos impostos diretamente aos homens. Elas são chamadas também de AIS. 

1ª Trombeta. “O primeiro anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo de mistura com sangue, e foram atirados à terra. Foi, então, queimada a terça parte da terra, e das árvores, e também toda erva verde” (Ap 8.7).

Esse castigo é semelhante à sétima praga derramada sobre o Egito na época de Moisés que devastou a agricultura (Êx 10.21-25). Trata-se de uma chuva de saraiva (granizo), misturado com fogo e sangue que desce do céu. Esta chuva queimará um terço de toda terra fértil, das árvores e de todas as plantas. O julgamento é limitado a uma terça parte da terra, porque o propósito do julgamento é advertir as pessoas a trazê-las ao arrependimento (Ap 9.20-21). 

2ª Trombeta. “O segundo anjo tocou a trombeta, e uma como que grande montanha ardendo em chamas foi atirada ao mar, cuja terça parte se tornou em sangue, e morreu a terça parte da criação que tinha vida, existente no mar, e foi destruída a terça parte das embarcações” (Ap 8.8-9).

Essa grande montanha em chamas demonstra ser uma descrição de vulcões, que ao explodir causam terremotos e tsunamis nunca visto antes na Terra. As cidades a beira mar serão totalmente destruídas e muitos acidentes marítimos com um grande número de mortes.

Quando este grande monte for lançado sobre o mar, as águas tornam-se em sangue assim como aconteceu no rio Nilo do Egito. Morrerá a terça parte da vida marinha e destruirá muitas embarcações; isso agravará ainda mais a crise de fome (Ap 6.5-6). Esse julgamento se mostra ainda mais severo que o primeiro. 

3ª Trombeta. “O terceiro anjo tocou a trombeta, e caiu do céu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas uma grande estrela, ardendo como tocha. O nome da estrela é Absinto; e a terça parte das águas se tornou em absinto, e muitos dos homens morreram por causa dessas águas, porque se tornaram amargosas” (Ap 8.10-11).

João descreve o que vê, uma grande estrela que cai do céu e recebe o nome de Absinto, que significa amargor. Esta estrela pode se referir a um meteoro e ao cair sobre as águas contamina um terço das águas do planeta. Está grande estrela é símbolo da ira divina derramada sobre as águas potáveis.

Absinto é uma erva de sabor intensamente amargo e aroma forte. Na Bíblia, o absinto é usado simbolicamente para descrever os efeitos amargos da imoralidade, idolatria, escravidão, injustiça e da apostasia (Dt 29.18; Pv 5.4; Jr 9.15; Am 5.7). Aqui em Apocalipse 8.11, indica uma substância amarga e venenosa.

Ao cair esta grande estrela, as águas dos rios e das fontes tornam-se contaminadas “e muitos dos homens morreram por causa dessas águas, porque se tornaram amargosas”. Com o apodrecimento das águas iniciará uma crise, e a água será vendida por alto preço assim como aconteceu com a nação de Israel (Is 19.5). Que fará o mundo quando estiverem vários dias sem água? O mundo inteiro clamará por água. 

4ª Trombeta. “O quarto anjo tocou a trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas, para que a terça parte deles escurecesse e, na sua terça parte, não brilhasse, tanto o dia como também a noite. Então, vi e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia em grande voz: Ai! Ai! Ai dos que moram na terra, por causa das restantes vozes da trombeta dos três anjos que ainda têm de tocar!” (Ap 8.12-13). 

A quarta trombeta atinge o firmamento na sua totalidade. Agora os quatro elementos da Terra foram fortemente atingidos: terra, mar, água e firmamento. 

Um terço do sol, lua e estrelas deixaram de brilhar. Haverá trevas na terça parte do dia e as noites serão mais escuras, pois a lua e estrelas também foram atingidos, dificultando ainda mais a situação do mundo. Com respeito a volta de Cristo em glória o Senhor Jesus diz: “E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas” (Mt 24.29). 

O texto bíblico declara que a segunda vinda de Cristo seria precedida por um grande terremoto, bem como por sinais cósmicos no Sol, na Lua e nas estrelas (ver Jl 2.31; Mt 24.29; Mc 13.24, 25; Lc 21.25; Ap 6.12, 13). 

Em seguida João vê uma águia no céu gritando três vezes “aí”. Os aís exprimem a cena de horror e de terror que está por vir, pois serão ainda mais terríveis do que as anteriores. 

As quatro primeiras trombetas atingem a natureza e uma águia avisa que as próximas três serão para a humanidade, chamando-as de “três ais”.

5ª Trombeta (Ap 9.1-11). “E o quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela que do céu caiu na terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abismo. 2- E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como a fumaça de uma grande fornalha e, com a fumaça do poço, escureceu-se o sol e o ar. 3- E da fumaça vieram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder como o poder que têm os escorpiões da terra. 4- E foi-lhes dito que não fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não têm na testa o sinal de Deus. 5- E foi-lhes permitido, não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem; e o seu tormento era semelhante ao tormento do escorpião quando fere o homem. 6- E naqueles dias os homens buscarão a morte e não a acharão; e desejarão morrer, e a morte fugirá deles. 7- E o aspecto dos gafanhotos era semelhante ao de cavalos aparelhados para a guerra; e sobre a sua cabeça havia umas como coroas semelhantes ao ouro; e o seu rosto era como rosto de homem. 8- E tinham cabelos como cabelos de mulher, e os seus dentes eram como de leão. 9- E tinham couraças como couraças de ferro; e o ruído das suas asas era como o ruído de carros, quando muitos cavalos correm ao combate. 10- E tinham cauda semelhante à dos escorpiões e aguilhão na cauda; e o seu poder era para danificar os homens por cinco meses. 11- E tinham sobre si rei, o anjo do abismo; em hebreu era o seu nome Abadom, e em grego, Apoliom.” 

As primeiras trombetas atingiram os elementos da natureza física. Mas, a partir da 5ª trombeta, podemos observar que os julgamentos passam a atingir os infiéis e incrédulos de forma direta, ou seja, eles passam a sofrer em seu próprio corpo.

No sopro da sétima trombeta João vê uma estrela cai do céu. Simboliza um anjo decaído (Is 14.12). Jesus disse: “Eu via a Satanás cair do céu como relâmpago” (Lc 10.18). Satanás receberá poder na Grande Tribulação para abrir o poço do abismo (v. 1). Junto com a fumaça saem também do abismo demônios personificados de cor verde.

O termo abismo no grego é ἄβυσσος, abysos e significa inferno, mundo dos mortos. No grego clássico, a palavra é sempre um adjetivo e é usada literalmente, como algo “muito profundo”, “sem fundo”. No Novo Testamento esta palavra é usada para prisão, onde uma classe de demônios é mantida em cadeias (Lc 8.31; 1ª Pe 3.19; 2ª Pe 2.4 Jd 6). É também o lugar de origem da besta (Ap 11.7; 17.8). Além disso, será o lugar onde Satanás será aprisionado durante o reinado de Cristo (Ap 20.2,3).

Satanás receberá poder na Grande Tribulação para abrir o poço do abismo. Junto com a fumaça saem também do abismo terrível exército de gafanhotos de cor verde. Não são gafanhotos normais, mas demônios personificados que receberão ordens para não causar danos à “erva da terra, mas somente aos homens”, ou seja, gafanhotos normais causam danos a erva, mas não causam este tipo de dor aos homens. Portanto, eles representam um exército de demônios que serão soltos do abismo (com a permissão de Deus), com um propósito especifico: E tinham cauda semelhante à dos escorpiões e aguilhão na cauda; e o seu poder era para danificar os homens por cinco meses.” (V. 10).

“Hoje existe Ufólogos, pessoas que se dedicam ao estudo da ufologia, ou seja, aqueles que estudam os fenômenos relacionados à presença de discos voadores, aparição de extraterrestres e demais elementos que podem ser indícios da existência de vida em outros planetas. Os ufólogos estudam os relatos das pessoas que dizem ter presenciado essas aparições, verificam a descrição de eventos semelhantes em livros antigos e analisam documentos, fotos e vídeos.” [O que é Ufologia? https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/carreira/o-que-e-ufologia. Acesso dia 7/09/2022].

Naquele dia as pessoas ímpias, iram dizer que os ETs (extraterrestres) invadiram a Terra para destruir a humanidade, mas esses ETs são demônios personificados e enganadores. Eles terão o poder como de escorpiões (Lc 4.10) para ferir os homens e causar dores e grande sofrimento. Os gafanhotos atacarão os ímpios na terra num período de 5 meses, mas não lhes será permitido atormentar aqueles que têm o selo de Deus (as 144 testemunhas - Ap 7.4). A dor provocada pelos gafanhotos demoníacos será tão severa que os infiéis buscarão a morte, e não a acharão. A morte será tirada da terra por cinco meses.

O aspecto dos gafanhotos era semelhante: (vs. 7-10).

·         Cavalos: nos fala de força.

·         Coroas: são como reis.

·         Rostos de homens: nos fala de inteligência.

·         Cabelos de mulheres: nos fala de sedução, sujeição completa a Satanás.

·         Dentes de leão: símbolo de destruição cruel.

·         Couraças de ferro: símbolo de impiedade.

·         Asas com estrondos iguais a muitos cavalos nos carros de guerra, barulho infernal e aterrador.

·         Picadas semelhantes às de escorpiões: esta é semelhante ao estar queimando-se no fogo. 

“E tinham sobre eles, como seu rei, o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em grego, Apoliom” (v. 11).

Abadom e Apoliom são os nomes que designam o anjo do abismo. Estes gafanhotos são referências a demônios porque servem ao Abadom que significa destruidor em hebraico e Apoliom tem o mesmo sentido grego. Destruição é a missão e a especialização deste grupo e do seu rei, que é Satanás, ou anjo (estrela) que recebe o poder para abrir o abismo (v. 1). 

6ª Trombeta. Ap 9.13-21. “E tocou o sexto anjo a trombeta, e ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro que estava diante de Deus, 14- a qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos que estão presos junto ao grande rio Eufrates. 15- E foram soltos os quatro anjos que estavam preparados para a hora, e dia, e mês, e ano, a fim de matarem a terça parte dos homens. 16- E o número dos exércitos dos cavaleiros era de duzentos milhões; e ouvi o número deles. 17- E assim vi os cavalos nesta visão; e os que sobre eles cavalgavam tinham couraças de fogo, e de jacinto, e de enxofre; e a cabeça dos cavalos era como cabeça de leão; e de sua boca saía fogo, e fumaça, e enxofre. 18- Por estas três pragas foram mortas a terça parte dos homens, isto é, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre, que saíam da sua boca. 19- Porque o poder dos cavalos está na sua boca e na sua cauda, porquanto a sua cauda é semelhante a serpentes e tem cabeça, e com ela danificam. 20- E os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras de suas mãos, para não adorarem os demônios e os ídolos de ouro, e de prata, e de bronze, e de pedra, e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar. 21- E não se arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem das suas ladroíces.” 

Enquanto na quinta trombeta pessoas sofrem, mas não morrem e a praga dura cinco meses, nesta trombeta, em apenas um momento, numa data marcada e num momento exato a terça parte dos homens serão mortos. 

O rio Eufrates localiza-se na Região do Iraque, ele flui do lugar onde era o Jardim do Éden e onde os eventos futuros serão culminantes.

João ouve a voz que vinha do altar de ouro que estava diante de Deus dizendo: “Solta os quatro anjos que estão presos junto ao grande rio Eufrates.” (V. 14b). Esses quatro anjos que foram soltos estavam amarrados, o que significa que eles eram anjos decaídos, pois os anjos de Deus não ficam amarrados ou presos, mas eles se encontram soltos. Portanto, agora, estes anjos foram soltos especialmente para este momento na história. Eles comandam um exército de duzentos milhões de cavaleiros para matar a terça parte dos habitantes sobre a terra.

Trata-se de uma cavalaria infernal, assim como os da quinta trombeta; é uma nova onda de demônios com poder de matar as vítimas. Na quinta trombeta as forças malignas apenas podiam torturar as suas vítimas, porém agora, elas podem matar a saber “Por meio destes três flagelos, a saber, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre que saíam da sua boca, foi morta a terça parte dos homens”. (V. 18).

Esses demônios expressam a ferocidade de um leão, mas eles não precisam correr atrás de suas vítimas, pois espalharão fogo, fumaça e cheiro de enxofre por toda a parte. O veneno que ferirá o povo será mortal, diferente de Satanás, pois o veneno que ele lança sobre as pessoas hoje em dia é espiritual, o qual pode afastá-las de Deus. Porém, naqueles dias, o veneno físico que será lançado contra a terça parte da humanidade, fará com que esta se afaste para sempre da presença do Eterno.

Apesar dos homens estarem diante dos grandes sofrimentos, não se arrependerão e continuarão a pecar contra Deus, servindo aos demônios e aos ídolos, a se prostituírem, a praticarem a feitiçaria, e também com os homicídios (Ap 9.20-21). Esses demônios são comissionados a destruir a terça parte da humanidade, e apesar de multidões deles terem sido destruídos, o restante continuou seu apego sem sentido a ídolos idiotas feitos por mão de homens. 

7ª Trombeta. Ap 11.15-19 “E tocou o sétimo anjo a trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre. 12- E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seu trono, diante de Deus, prostraram-se sobre seu rosto e adoraram a Deus, 13- dizendo: Graças te damos, Senhor, Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras, e que hás de vir, que tomaste o teu grande poder e reinaste. 14- E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra. 15- E abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca do seu concerto foi vista no seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos, e grande saraiva.” 

No capítulo 11 dos versos 1-14, são um interlúdio antes do juízo final. Quando o anjo tocar a sétima trombeta, não haverá mais chance para os pecadores. Então, será tarde demais, pois a sétima trombeta aponta para o juízo final.

O último dos sete anjos (Ap 8.2) toca a sua trombeta e João ouve grandes vozes no céu, mas não identifica quem são. Nesta trombeta João ouve os seres espirituais dizendo que os reinos do mundo vieram a ser no nosso Senhor e do seu Cristo. Quando todos reconheceram que o perfeito reino do Senhor e de Seu Cristo duraria para sempre, os vinte e quatro anciãos se prostraram sobre seus rostos para adorar a Deus e lhe dar graças por aquilo que Ele havia feito. Eles se dirigem a Deus como “Senhor Deus Todo-Poderoso” (Ap 11.17). A grande consumação havia chegado, o período há tanto tempo desejado quando Deus deveria reinar na terra havia chegado, e isso lança os alicerces da alegria e ação de graças no céu.

Os dois verbos “tomado” e “começaste” estão em tempos diferentes. O contexto seria “tomaste o reino” e “começaste a reinar”. Com a entrada do pecado no mundo, “o deus deste século” (2ª Co 2.4) (referindo-se a Satanás), instalou seu império entre as nações, por isso João diz: “o mundo jaz no maligno” (1ª Jo 5.19). Porém, o reino do pecado a onde atua Satanás só existiu pela permissão divina com o propósito de que se revelasse aos seres criados a verdadeira natureza do mal. Quando se cumprir este propósito, então, o Senhor retornará a Terra com grande poder e Glória e uma vez mais reinará de forma soberana (1ª Co 15.24-28). Cristo se sentará no trono de Davi e governará sobre todas as nações da Terra (Is 2.1-55) e Seu governo será eterno (Is 9.6).

De certa forma, este reino já está presente (Lc 17.21), o Senhor Jesus Cristo já está reinando na vida daquele que o receberam (Ap 3.20); porém, um dia este reino se manifestará de uma forma visível.

Pr. Elias Ribas Dr. em teologia

Assembleia de Deus

Blumenau -SC