TEOLOGIA EM FOCO: novembro 2022

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

AS TAÇAS DA IRA DE DEUS - APOCALIPSE 16

 


Enquanto as trombetas causam sofrimentos parciais acompanhado do convite ao arrependimento, as taças mostram que não há mais oportunidade de se arrepender. As trombetas atingem apenas um terço da natureza e dos homens, as taças agora trazem em uma destruição completa sem mistura de misericórdia. Enquanto nos selos e nas trombetas há um intervalo antes da cena do juízo, agora não há mais interlúdio, as taças são derramadas sem interrupção. 

1ª Taça - Chaga má e maligna. “Ouvi, vinda do santuário, uma grande voz, dizendo aos sete anjos: Ide e derramai pela terra as sete taças da cólera de Deus. E foi o primeiro e derramou a sua taça sobre a terra, e fez-se uma chaga má e maligna nos homens que tinham o sinal da besta e que adoravam a sua imagem.” (Ap 16.1-2).

Esta primeira praga é semelhante à que Deus enviou para castigar os egípcios quando Moisés foi libertar o povo de Israel (Êx 9.9-11). Aqui são castigados todos os selados pela besta e adoradores da sua imagem, com úlceras malignas e perniciosas, ou seja, é algo terrível e doloroso.

Para o mundo que achava ter encontrado a paz e tinha privilégio em servir à besta e o falso profeta, agora, começa a ser derrota e sofrimento por uma chaga má e maligna a atormentar as suas vidas. Essa praga será pior do que o câncer. Será uma epidemia mundial, não haverá recursos médicos para tal enfermidade. Aqui João descreve a dor e o sofrimento do homem sem Deus nos últimos dias. 

2ª Taça - As águas do mar apodrecem-se totalmente. “Derramou o segundo a sua taça no mar, e este se tornou em sangue como de morto, e morreu todo ser vivente que havia no mar” (Ap 16.3).

Lembra-se aqui a primeira praga do Egito (Êx 7.19-24). O mar fica tão contaminado que toda criatura dentro dele morre. Na segunda trombeta tocada à terça parte das águas do mar tornam-se sangue, mas com a segunda taça da ira de Deus, todo o mar ficará morto, sem vida.

A presunção do homem em opor se ao verdadeiro Deus e sua Palavra, leva-o a receber o castigo que sua própria culpa merece. 

3ª Taça - As águas dos rios e das fontes tornar-se-ão em sangue. “Derramou o terceiro a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue. Então, ouvi o anjo das águas dizendo: Tu és justo, tu que és e que eras, o Santo, pois julgaste estas coisas; porquanto derramaram sangue de santos e de profetas, também sangue lhes tens dado a beber; são dignos disso. Ouvi do altar que se dizia: Certamente, ó Senhor Deus, Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos” (Ap 16.4-7).

Na terceira trombeta as águas dos rios e das fontes se tornarão amargas, mas com a 3ª taça derramada elas ficarão em sangue.

Deus é louvado pelos justos juízos. Assim como eles derramaram o sangue dos santos e dos profetas, Deus lhes retribui da mesma maneira, dando-lhes sangue a beber.

João ouve uma voz vinda do altar; Aqui Deus julga as almas daqueles que não aceitaram a marca da besta e foram mortos por amor a Cristo. 

4ª Taça - Calor solar. “O quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe dado queimar os homens com fogo. Com efeito, os homens se queimaram com o intenso calor, e blasfemaram o nome de Deus, que tem autoridade sobre estes flagelos, e nem se arrependeram para lhe darem glória” (Ap 16.8-9).

Hoje já estamos sentidos os efeitos solares sobre o nosso planeta, causados pelo efeito estufa e desmatamento. Se nas trombetas, quando o sol escureceu os homens não se arrependeram, agora o castigo vem por meio de um terrível calor pelo sol, a situação será crítica, o sol queimará os homens infiéis com fogo. As pessoas não terão água potável para beber (16.4-7).

No Egito, quando Faraó tinha que se arrepender e confessar a Deus depois das pragas, (Êx 8.18-19), ele endurecia mais o coração. Da mesma forma são os adoradores da besta e do falso profeta; depois de conhecerem que as pragas são de Deus, não se arrependerão para lhe dar glória. 

5ª Taça - O reino da besta (Anticristo) se faz tenebroso. “Derramou o quinto a sua taça sobre o trono da besta, cujo reino se tornou em trevas, e os homens remordiam a língua por causa da dor que sentiam e blasfemaram o Deus do céu por causa das angústias e das úlceras que sofriam; e não se arrependeram de suas obras” (Ap 16.10-11).

Na quinta taça, a ira do Senhor é derramada sobre “o trono da besta”, ferindo a sede de seu poder. Portanto, agora, o sistema mundial do Anticristo entra em colapso, e os homens incrédulos se desesperam, são tomados de angústias e pavor. Porém, mais uma vez os seguidores da besta blasfemarão contra Deus e ao invés de se arrependerem de seus pecados eles mordem suas próprias línguas de dor, tal é o sofrimento produzido pelas chagas em consequências das primeiras quatros pragas.

João descreve o sistema humano, que é governado sob a influência satânico e parecia invencível, agora é destruído pelo cálice da ira de Deus. 

6ª Taça - Preparação para o Armagedom. “Derramou o sexto a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas águas secaram, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol” (Ap 16.12).

João descreve agora o Arrmagedom, onde o exército da Besta se reúne para a batalha final. Com o derramar da sexta taça, o rio Eufrates seca abrindo caminho para que as nações do oriente venham para a guerra do Armagedom que acontecerá no Vale do Megido, com rio Eufrates seco, formar-se-á caminho no deserto, e ficará muito mais fácil para chegar até Israel.

Israel será a única nação no mundo que não aceitará a marca da besta, portanto, o Anticristo tem como objetivo destruir definitivamente a nação de Israel que até esse tempo permanecerá como testemunho vivo da presença de Deus na terra.

“E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta vi saírem três espíritos imundos, semelhantes a rãs, porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo para os congregar para a batalha, naquele grande Dia do Deus Todo-Poderoso.” (Vs. 13,14).

João vê sair da boca da trindade satânica a saber: O Dragão (Satanás) usará a besta que sobe do mar (chefe do Império Romano ressurgido) e o falso profeta a besta da terra (líder da religião mundial), três espíritos imundos semelhantes a rãs. Sabemos que tudo que sai da boca deles é mau e imundo, pois o diabo é o pai da mentira (Jo 8.44). Rãs são mencionadas aqui e nas referências à segunda praga no Egito (Êx 8.1-15). No Antigo Testamento, foram consideradas imundas e, por isso, abominações (Lv 11.9-10).

A trindade satânica com sinais e prodígios enganarão os povos sobre o seu invencível potencial bélico e os atrairão para a batalha do Armagedom com o objetivo de destruir os remanescentes de Israel, a fim de cumprir-se Isaías 63.4: “Porque o dia da vingança me estava no coração, e o ano dos meus redimidos é chegado”.

A grande batalha do Armagedom acontecerá no final da Grande Tribulação, quando Jesus estiver retornando com Seus santos (Ap 19.11-16). Estes espíritos enganarão as pessoas persuadindo e fazendo-os pensar que podem lutar contra Cristo e prevalecer. 

7º Taça - Haverá terríveis transtornos geológicos. “Então, derramou o sétimo anjo a sua taça pelo ar, e saiu grande voz do santuário, do lado do trono, dizendo: Feito está! E sobrevieram relâmpagos, vozes e trovões, e ocorreu grande terremoto, como nunca houve igual desde que há gente sobre a terra; tal foi o terremoto, forte e grande. E a grande cidade se dividiu em três partes, e caíram as cidades das nações. E lembrou-se Deus da grande Babilônia para dar-lhe o cálice do vinho do furor da sua ira. Todas as ilhas fugiram, e os montes não foram achados; também desabou do céu sobre os homens grande saraivada, com pedras que pesavam cerca de um talento; e, por causa do flagelo da chuva de pedras, os homens blasfemaram de Deus, porquanto o seu flagelo era sobremodo grande” (Ap 16.17-21). 

A última taça é a descrição detalhada da cena de maior terror nunca visto sobre a face da Terra. Será o último flagelo antes do fim.

O juízo começa nos ares. A morada de Satanás é no espaço, por isto ele é chamado o príncipe das potestades do ar (Ef 2.2), e o “deus deste século” que cega os incrédulos (2ª Co 4.14). Cremos que “as hostes espirituais da maldade” (Ef 6.12), foram atingidas, pois o propósito de Deus é extinguir completamente o mal de toda a sua criação.

João ouviu uma grande voz que sai do santuário, vinda do Templo. Deus está no santuário, e ninguém mais podia entrar até que se cumprissem os sete flagelos (15.8). Agora João ouve o próprio Deus dizer: “Feito está”. O mundo então recebe a taça final do vinho do furor de sua cólera (Ap 14.10).

Essa voz anuncia que tem chegado o fim de todos os impérios anticristão e de toda oposição e da destruição das obras humanas feitas sem Deus (Is 2). É o final do Império do Anticristo, é a “pequena pedra” de Daniel 2, quando bate nos pés da grande estátua, destruindo-a completamente. O mundo então recebe a taça final do vinho do furor de sua cólera (Ap 14.10). A sétima taça resulta vozes,

Os trovões, relâmpagos, é a continuação de julgamento manifestado no céu, que virão explodir na terra. Assim será quando for derramada a sétima taça da cólera. Agora, portanto, João descreve a destruição do mundo, com um grande terremoto, como nunca houve desde que há homens sobre a terra, toda a natureza será afetada e todas as cidades e nações são destruídas. O mundo tornar-se-á um verdadeiro caos, porque todas as cidades e nações ficarão em completa ruína. As ilhas são inundadas e as montanhas desaparecem (v. 20).

A grande Babilônia, a capital do mundo e mãe das prostituições e da idolatria (Ap 17.5, 18; Ap 19.18, 19 e 21), será fendida em três partes virando em ruína.

Nessa hora, Anticristo estará com seu o exército no vale do Megido. O profeta Joel diz: “Lançai a foice, porque já está madura a seara; vinde, descei, porque o lagar está cheio, os vasos dos lagares transbordam; porquanto a sua malícia é grande. Multidões, multidões no vale da Decisão! Porque o dia do Senhor está perto, no vale da Decisão.” (Jl 3.13,14). 

Porém, agora, os Judeus estarão cercados e sem saída, mas Cristo vem e salva os remanescentes de Israel. Em seguida uma grande chuva de granizo “também desabou do céu sobre as pessoas….”, cujas as pedras que pesam, cada uma, um talento, mais de trinta quilos” (v. 21). Aqueles sob julgamento “blasfemaram contra Deus, porque esse flagelo do granizo era terrível” (v. 21). Essas serão as últimas pragas que surgirão na terra antes do retorno do Senhor Jesus, para implantação do Milênio. Jesus Cristo então retorna em glória para derrotar os exércitos do Anticristo no Armagedom (Ap 19.11–21) e estabelecer Seu reino na terra (Ap 20.1–6).

Terminando os 7 anos de Grande Tribulação, nunca devemos nos esquecer de que os crentes nos céus estarão com Jesus neste período, quando já estiver na hora do Senhor voltar à Terra para implantar o Milênio, haverá algo de muito importante no céu.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

OS SETE ANJOS E A CONSUMAÇÃO DAS ÚLTIMAS PRAGAS - Apocalipse 15

 


Apocalipse 15.1 “E vi outro grande e admirável sinal no céu: sete anjos que tinham as sete últimas pragas, porque nelas é consumada a ira de Deus.” 

A última trombeta evoca os sete anjos com as sete taças da ira de Deus (Ap 11.15-19; 15.1-8). Os capítulos 15 e 16, formam um paralelo do livro do Apocalipse. Eles relatam a mesma história, porém de ângulos diferentes. Eles marcam o fim dos juízos de Deus” derramado sem misericórdia sobre os ímpios (Ap 14.10).

No capítulo 15 é anunciada as últimas sete pragas, isto é as sete taças da ira de Deus.

“porque nelas é consumada” A palavra consumada no original grego τελεστές telestai que significa: “totalmente pago”, sendo estas a última palavra que Jesus disse momentos antes de morrer na cruz. A palavra “consumado” vem do termo hebraico “nishlem” que em sua raiz significa “estar completo, sadio, pleno”. No dicionário português “está terminado”.

João declara agora, que a ira de Deus é consumada com as sete últimas pragas, ou seja, com o retorno de Cristo em glória termina a última semana de Daniel, os sete anos de Grande Tribulação.

“E vi um como mar de vidro misturado com fogo e também os que saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome, que estavam junto ao mar de vidro e tinham as harpas de Deus. E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor, Deus Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos santos!” (Ap 15.2,3).

João novamente menciona uma espécie de mar de vidro (Ap 4.6), simbolizando a graça de Deus, porém dessa vez esse mar está mesclado de fogo (v. 2), sinal das aflições pelas quais passaram os vencedores da besta, da sua imagem e do número do seu nome” e estavam com harpas nas mãos. Enquanto que os ímpios estão nas turbulentas águas desse mundo e com arrogância dizem: “quem é semelhante a besta” (13.4), no céu os vencedores estão sob o mar de vidro, descansando na paz, louvando com cânticos ao Cordeiro (v. 3).

“E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor, Deus Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos santos! Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu és santo; por isso, todas as nações virão e se prostrarão diante de ti, porque os teus juízos são manifestos.” (Vs. 15.3,4).

Esses vencedores estavam entoando cânticos numa grande adoração a Deus (Ap 15:3,4). João faz referência ao cântico de Moisés e ao cântico do Cordeiro. Esse cântico de Moisés é uma alusão ao cântico registrado no capítulo 15 do livro do Êxodo, que fala sobre a libertação do povo de Israel do Egito atravessando o mar vermelho. Já o cântico do Cordeiro é uma referência à obra expiatória de Cristo na cruz, ou seja, Seu sofrimento e Sua vitória.

Em continuação do cântico vemos uma pergunta interessante: “Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu és santo; por isso, todas as nações virão e se prostrarão diante de ti, porque os teus juízos são manifestos.” (V. 4). “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Pr 9.10). Temer ao Senhor é admirá-lo de forma amorosa, reverente e submissa.

“E, depois disto, olhei, e eis que o templo do tabernáculo do testemunho se abriu no céu. E os sete anjos que tinham as sete pragas saíram do templo, vestidos de linho puro e resplandecente e cingidos com cintos de ouro pelo peito. E um dos quatro animais deu aos sete anjos sete salvas de ouro, cheias da ira de Deus, que vive para todo o sempre. E o templo encheu-se com a fumaça da glória de Deus e do seu poder; e ninguém podia entrar no templo, até que se consumassem as sete pragas dos sete anjos. (Vs. 5-8).

Prosseguindo João vê que o templo do tabernáculo do testemunho se abriu no céu. O Santuário aqui é o céu, a morada de Deus; João vê novamente o culto ao redor do Trono de Deus já mencionado nos capítulos 4 e 5 do Apocalipse. Os sete anjos saíram do Santuário, ou seja, procederam da presença de Deus. Eles estão vestidos de linho fino e resplandecente e com cintos de ouro no peito e um dos quatro seres viventes deu as sete taças da ira de Deus aos anjos, e o santuário se encheu com a fumaça da glória e do poder de Deus. Agora os anjos recebem a ordem de derramar as suas taças, trazendo uma série de sete flagelos para castigar os adoradores da besta e os servos do dragão.

No final da Grande Tribulação, não havendo mais arautos do evangelho, também não há mais possibilidade de arrependimento. Embora as nações gentias não fossem herdeiras da aliança de Deus, seriam julgadas de acordo com os padrões éticos do Senhor. “Derrama a tua indignação sobre as nações que não te conhecem e sobre os povos que não invocam o teu nome; porque devoraram a Jacó, devoraram-no, consumiram-no e assolaram a sua morada” (Jr 10.25).

Chega ao fim à última série de juízos de Deus sobre a Terra, isto ocorrerá ainda dentro da Grande Tribulação, e antes da volta do Senhor em Glória com seus santos.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC