TEOLOGIA EM FOCO: OS SETE ANJOS E A CONSUMAÇÃO DAS ÚLTIMAS PRAGAS - Apocalipse 15

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

OS SETE ANJOS E A CONSUMAÇÃO DAS ÚLTIMAS PRAGAS - Apocalipse 15

 


Apocalipse 15.1 “E vi outro grande e admirável sinal no céu: sete anjos que tinham as sete últimas pragas, porque nelas é consumada a ira de Deus.” 

A última trombeta evoca os sete anjos com as sete taças da ira de Deus (Ap 11.15-19; 15.1-8). Os capítulos 15 e 16, formam um paralelo do livro do Apocalipse. Eles relatam a mesma história, porém de ângulos diferentes. Eles marcam o fim dos juízos de Deus” derramado sem misericórdia sobre os ímpios (Ap 14.10).

No capítulo 15 é anunciada as últimas sete pragas, isto é as sete taças da ira de Deus.

“porque nelas é consumada” A palavra consumada no original grego τελεστές telestai que significa: “totalmente pago”, sendo estas a última palavra que Jesus disse momentos antes de morrer na cruz. A palavra “consumado” vem do termo hebraico “nishlem” que em sua raiz significa “estar completo, sadio, pleno”. No dicionário português “está terminado”.

João declara agora, que a ira de Deus é consumada com as sete últimas pragas, ou seja, com o retorno de Cristo em glória termina a última semana de Daniel, os sete anos de Grande Tribulação.

“E vi um como mar de vidro misturado com fogo e também os que saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome, que estavam junto ao mar de vidro e tinham as harpas de Deus. E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor, Deus Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos santos!” (Ap 15.2,3).

João novamente menciona uma espécie de mar de vidro (Ap 4.6), simbolizando a graça de Deus, porém dessa vez esse mar está mesclado de fogo (v. 2), sinal das aflições pelas quais passaram os vencedores da besta, da sua imagem e do número do seu nome” e estavam com harpas nas mãos. Enquanto que os ímpios estão nas turbulentas águas desse mundo e com arrogância dizem: “quem é semelhante a besta” (13.4), no céu os vencedores estão sob o mar de vidro, descansando na paz, louvando com cânticos ao Cordeiro (v. 3).

“E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor, Deus Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos santos! Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu és santo; por isso, todas as nações virão e se prostrarão diante de ti, porque os teus juízos são manifestos.” (Vs. 15.3,4).

Esses vencedores estavam entoando cânticos numa grande adoração a Deus (Ap 15:3,4). João faz referência ao cântico de Moisés e ao cântico do Cordeiro. Esse cântico de Moisés é uma alusão ao cântico registrado no capítulo 15 do livro do Êxodo, que fala sobre a libertação do povo de Israel do Egito atravessando o mar vermelho. Já o cântico do Cordeiro é uma referência à obra expiatória de Cristo na cruz, ou seja, Seu sofrimento e Sua vitória.

Em continuação do cântico vemos uma pergunta interessante: “Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu és santo; por isso, todas as nações virão e se prostrarão diante de ti, porque os teus juízos são manifestos.” (V. 4). “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Pr 9.10). Temer ao Senhor é admirá-lo de forma amorosa, reverente e submissa.

“E, depois disto, olhei, e eis que o templo do tabernáculo do testemunho se abriu no céu. E os sete anjos que tinham as sete pragas saíram do templo, vestidos de linho puro e resplandecente e cingidos com cintos de ouro pelo peito. E um dos quatro animais deu aos sete anjos sete salvas de ouro, cheias da ira de Deus, que vive para todo o sempre. E o templo encheu-se com a fumaça da glória de Deus e do seu poder; e ninguém podia entrar no templo, até que se consumassem as sete pragas dos sete anjos. (Vs. 5-8).

Prosseguindo João vê que o templo do tabernáculo do testemunho se abriu no céu. O Santuário aqui é o céu, a morada de Deus; João vê novamente o culto ao redor do Trono de Deus já mencionado nos capítulos 4 e 5 do Apocalipse. Os sete anjos saíram do Santuário, ou seja, procederam da presença de Deus. Eles estão vestidos de linho fino e resplandecente e com cintos de ouro no peito e um dos quatro seres viventes deu as sete taças da ira de Deus aos anjos, e o santuário se encheu com a fumaça da glória e do poder de Deus. Agora os anjos recebem a ordem de derramar as suas taças, trazendo uma série de sete flagelos para castigar os adoradores da besta e os servos do dragão.

No final da Grande Tribulação, não havendo mais arautos do evangelho, também não há mais possibilidade de arrependimento. Embora as nações gentias não fossem herdeiras da aliança de Deus, seriam julgadas de acordo com os padrões éticos do Senhor. “Derrama a tua indignação sobre as nações que não te conhecem e sobre os povos que não invocam o teu nome; porque devoraram a Jacó, devoraram-no, consumiram-no e assolaram a sua morada” (Jr 10.25).

Chega ao fim à última série de juízos de Deus sobre a Terra, isto ocorrerá ainda dentro da Grande Tribulação, e antes da volta do Senhor em Glória com seus santos.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

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