Apocalipse 15.1 “E vi outro grande e admirável sinal no céu: sete anjos que tinham as sete últimas pragas, porque nelas é consumada a ira de Deus.”
A última trombeta evoca os sete anjos com as sete taças da
ira de Deus (Ap 11.15-19; 15.1-8). Os capítulos 15 e 16, formam um paralelo do
livro do Apocalipse. Eles relatam a mesma história, porém de ângulos diferentes.
Eles marcam o fim dos juízos de Deus” derramado sem misericórdia sobre os
ímpios (Ap 14.10).
No capítulo 15 é anunciada as últimas sete pragas, isto é as
sete taças da ira de Deus.
“porque nelas é consumada” A palavra consumada no
original grego τελεστές telestai que significa: “totalmente pago”, sendo
estas a última palavra que Jesus disse momentos antes de morrer na cruz. A
palavra “consumado” vem do termo hebraico “nishlem” que em sua raiz
significa “estar completo, sadio, pleno”. No dicionário português “está
terminado”.
João declara agora, que a ira de Deus é consumada com as
sete últimas pragas, ou seja, com o retorno de Cristo em glória termina a
última semana de Daniel, os sete anos de Grande Tribulação.
“E vi um como mar de vidro misturado com fogo e também os
que saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do
seu nome, que estavam junto ao mar de vidro e tinham as harpas de Deus. E
cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo:
Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor, Deus Todo-Poderoso! Justos e
verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos santos!” (Ap 15.2,3).
João novamente menciona uma espécie de mar de vidro (Ap 4.6),
simbolizando a graça de Deus, porém dessa vez esse mar está mesclado de fogo (v.
2), sinal das aflições pelas quais passaram os vencedores da besta, da sua
imagem e do número do seu nome” e estavam com harpas nas mãos. Enquanto que os
ímpios estão nas turbulentas águas desse mundo e com arrogância dizem: “quem é
semelhante a besta” (13.4), no céu os vencedores estão sob o mar de vidro,
descansando na paz, louvando com cânticos ao Cordeiro (v. 3).
“E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico
do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor, Deus
Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos santos!
Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu és santo;
por isso, todas as nações virão e se prostrarão diante de ti, porque os teus
juízos são manifestos.” (Vs. 15.3,4).
Esses vencedores estavam entoando cânticos numa grande
adoração a Deus (Ap 15:3,4). João faz referência ao cântico de Moisés e ao
cântico do Cordeiro. Esse cântico de Moisés é uma alusão ao cântico registrado
no capítulo 15 do livro do Êxodo, que fala sobre a libertação do povo de Israel
do Egito atravessando o mar vermelho. Já o cântico do Cordeiro é uma referência
à obra expiatória de Cristo na cruz, ou seja, Seu sofrimento e Sua vitória.
Em continuação do cântico vemos uma pergunta interessante:
“Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu és
santo; por isso, todas as nações virão e se prostrarão diante de ti, porque os
teus juízos são manifestos.” (V. 4). “O temor do Senhor é o princípio da
sabedoria” (Pr 9.10). Temer ao Senhor é admirá-lo de forma amorosa, reverente e
submissa.
“E, depois disto, olhei, e eis que o templo do tabernáculo
do testemunho se abriu no céu. E os sete anjos que tinham as sete pragas saíram
do templo, vestidos de linho puro e resplandecente e cingidos com cintos de
ouro pelo peito. E um dos quatro animais deu aos sete anjos sete salvas de
ouro, cheias da ira de Deus, que vive para todo o sempre. E o templo encheu-se
com a fumaça da glória de Deus e do seu poder; e ninguém podia entrar no
templo, até que se consumassem as sete pragas dos sete anjos. (Vs. 5-8).
Prosseguindo João vê que o templo do tabernáculo do
testemunho se abriu no céu. O Santuário aqui é o céu, a morada de Deus; João vê
novamente o culto ao redor do Trono de Deus já mencionado nos capítulos 4 e 5
do Apocalipse. Os sete anjos saíram do Santuário, ou seja, procederam da
presença de Deus. Eles estão vestidos de linho fino e resplandecente e com
cintos de ouro no peito e um dos quatro seres viventes deu as sete taças da ira
de Deus aos anjos, e o santuário se encheu com a fumaça da glória e do poder de
Deus. Agora os anjos recebem a ordem de derramar as suas taças, trazendo uma
série de sete flagelos para castigar os adoradores da besta e os servos do
dragão.
No final da Grande Tribulação, não havendo mais arautos do
evangelho, também não há mais possibilidade de arrependimento. Embora as nações
gentias não fossem herdeiras da aliança de Deus, seriam julgadas de acordo com
os padrões éticos do Senhor. “Derrama a tua indignação sobre as nações que não
te conhecem e sobre os povos que não invocam o teu nome; porque devoraram a
Jacó, devoraram-no, consumiram-no e assolaram a sua morada” (Jr 10.25).
Chega ao fim à última série de juízos de Deus sobre a Terra,
isto ocorrerá ainda dentro da Grande Tribulação, e antes da volta do Senhor em
Glória com seus santos.
Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau - SC
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