O capitulo 14 é a continuação
do grande parêntese que começou no capitulo 12 e se encerra no capitulo 14.20,
pois o 15 já é a preparação para os anjos derramarem suas taças, o que ocorre
em 16.2. A sétima trombeta, que teoricamente introduz a última sequência das
pragas que é as sete taças, é tocada em Ap 11.15, e as taças são introduzidas
em 16.2, sendo do 12 ao 14 um parêntese de narração, e o
No capítulo 14, João vê uma série de anjos no céu que aparecem de forma harmônica e cada um com uma mensagem especifica. Na verdade, se trata no total de seis anjos, que agora têm a proclamar uma mensagem desde o céu. Eles passam anunciando recados importantes de advertência e de terrível juízo de Deus, porém de outra perspectiva: “a pregação do evangelho eterno”.
1. O primeiro anjo anuncia o evangelho eterno.
A voz, das duas testemunhas e o testemunho dos cento e
quarenta e quatro mil calou-se agora sobre a terra, e o evangelho eterno é
então anunciado por um anjo, que voa pelo meio do céu. Portanto, quando não
houver mais nenhuma língua humana para anunciar o evangelho, o céu fala. Então
os anjos, que o Anticristo não pode atingir, pregarão o evangelho e todas as
nações, tribos e línguas serão obrigadas a escutar, mesmo que não queiram
ouvir. A Palavra de Deus não está algemada, mas eternamente viva e tem que ser
ouvida.
A palavra evangelho no hebraico
é “besorah” e no grego é “evangelion”. Em ambos os casos
significam “Boas Novas” para a humanidade, porém aqui são as boas novas
do reino de Deus que acontecerão em breve.
A palavra evangelho é a boa notícia de que Jesus Cristo foi
crucificado na Cruz do Calvário pelo pecado do mundo e que aquele que aceita
isto pessoalmente na fé, é justificado pela ressurreição de Jesus Cristo. Esse
é o chamado “evangelho de Deus” (Rm 1.1) e “evangelho de Cristo” (2ª Co 10.14).
Trata-se também do “evangelho da graça de Deus” (At 20.24), porque salva os que
são malditos pela lei. Além disto, a Escritura fala também do “evangelho da
glória” (1ª Tm 1.11) e do “evangelho da vossa salvação” (Ef 1.13). Mas é também
o “evangelho do reino” (vs. 6-7). O próprio Senhor Jesus pregou o evangelho do
reino, antes de ir para a cruz: “Percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas
sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e
enfermidades entre o povo” (Mt 4.23). Antes de subir ao céu, Ele comissionou a
Sua Igreja para dar continuidade na pregação do evangelho (At 1.8). Na primeira
fase da Tribulação as duas testemunhas anunciaram o evangelho (Ap 11.3-6 e 144
mil Judeus irão se converter mas, no final da Grande Tribulação os anjos darão
continuidade à pregação deste evangelho, cumprindo as palavras preditas por
Jesus quando declarou: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo,
para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim” (Mt 24.14).
O apelo do primeiro anjo contém três ordens: 1. Temer a
Deus; 2. Dar-Lhe glória; e 3. adorá-Lo por ser o Criador.
Temer a Deus...”. A palavra temei no grego é phobeo.
Ela não é usada aqui com sentido ter medo, mas chagar na presença do Eterno com
reverência e respeito.
Dar-Lhe glória...” Dar glória é honrar a Deus. Ele
merece toda a glória por causa de quem é e o que fez. Deus nos criou para Sua
glória. Nós fomos criados para glorificar a Deus. Todo o universo dá glória a
Deus (Sl 66.4). O único ser no céu e na terra que merece toda honra e toda
glória é somente Yawwh. É fácil esquecer isso na vida diária e
glorificar a criação em vez do Criador. Podemos nos maravilhar com a natureza e
com tudo que as pessoas já fizeram, mas não devemos glorificar a natureza, nem
as pessoas como deuses, pois caímos no pecado da idolatria.
Adorá-Lo por ser o Criador.” A voz do primeiro anjo,
anuncia o evangelho no céu e também convida o mundo à adoração ao Criador. Seu
evangelho é: “adorem e temam a Deus”. Isto é o contrário da mensagem da besta,
que exige adoração da imagem da besta. Ao mesmo tempo esse primeiro anjo anuncia
também o juízo.
“.... é chegada a hora do seu juízo...”. O tempo do
verbo nessa passagem indica que começou o juízo. Esse juízo ocorre antes da
vinda de Jesus em glória. O juízo precede o advento.
O resultado da pregação do evangelho eterno será então o
juízo sobre o mundo das nações, por ocasião da volta do Senhor Jesus Cristo. A
respeito o próprio Senhor fala em Suas palavras sobre os tempos finais: “Quando
vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se
assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua
presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as
ovelhas” (Mt 25.31-32).
O evangelho do reino é a mensagem que Deus vai estabelecer nesta terra o reino do Cristo, do Filho de Davi, como cumprimento da aliança com Davi.
2. O segundo anjo anuncia a queda Babilônia. “Um
segundo anjo o seguiu, dizendo: Caiu a grande Babilônia que fez todas as nações
beberem do vinho da fúria da sua prostituição.” (V. 8).
O profeta Habacuque também emprega os dois sentidos do
cálice. “A Babilônia seduziu seus companheiros com o cálice da mão direita do
Senhor.”
Precisamos compreender esta mensagem angélica, pois não se
trata da Babilônia literal, mas sim da Babilônia espiritual e apostata que se
propagou no meio do cristianismo.
Esse anjo anuncia a queda da Babilônia. Aqui se trata de
alguém ou algo muito abominável, pois esta Babilônia não é somente objeto da
ira de Deus, mas objeto do “furor” da sua ira.
A Babilônia, também é chamada de meretriz e se torna uma das principais personagens nos capítulos 17 18. E sobre este assunto, estudaremos nestes dois capítulos.
3. O terceiro anjo tem uma mensagem de Juízo. “Seguiu-se a estes, outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do seu nome” (Ap 14.9-11).
No capítulo 13 versos 13 a 16, o Anticristo ordena todos os
habitantes da terra a receber a marca do seu nome, ou seja, a marca da besta. “Seriam
mortos todos os que se recusassem adorar a Besta e a sua imagem, e não
recebessem o sinal na testa e na mão”. Por isso o terceiro anjo traz uma
mensagem de condenação e castigo eterno, que nunca acabará, da realidade do
inferno. Embora, muitos negam a eternidade do inferno, o apóstolo escreve no
verso dizendo: “A fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre, e não têm
descanso algum, nem de dia nem de noite.” (V. 11).
A palavra eternidade no grego aion e transmite a
ideia de que algo durará para sempre. Portanto, para esses que reformulam o
amor Deus, ensinando que um Deus de amor não lançará ninguém no inferno. Por
três vezes Jesus falou a Seus discípulos sobre o inferno: “é melhor entra na
vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que
nunca se acaba” (Mc 9.43; veja os versículos seguintes, 45,47).
A segunda morte (separação eterna de Deus), “no lago que
arde com fogo e enxofre” (Ap 21.8), lugar onde serão atormentados para sempre (sheol),
os adoradores da Besta e os pecadores de todas as épocas. Para os russelitas
que não creem no inferno será tarde demais. “O fumo do seu tormento sobe para
todo sempre”. O fumo produzido pelo fogo e o enxofre daquele lago é eterno, ou
seja, dura para sempre (Is 34.10). Seu suplício é sem fim e nunca terão
repouso. Só em Cristo está o descanso para a alma aflita (Mt 11.28), graças a
Deus. Porém, “horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31).
Esta sentença saiu do Trono, com dura manifestação do juízo
de Deus contra os adoradores da Besta. Não haverá desculpa para aqueles que
aceitaram a marca da besta e o adoraram o Anticristo, nenhum culpado poderá
evitar o juízo de Deus (Sl 75.8; Is 51.17; Nm 14.18; Ne 1.3).
Agora os infiéis “beberão o cálice do vinho da ira de Deus”.
O vinho é derramado puro, isto é, o juízo será sem misericórdia. “Serão
atormentados com fogo e enxofre” “...para todo o sempre, sem repouso de dia e
de noite.”
Este tormento terrível será individual, cada um padecerá eterno sofrimento (Ap 20.10; 21.8). Ao fogo, para tornar-se mais quente, é adicionado enxofre. Em Romanos, Paulo fala sobre a ira de Deus descendo dos céus (Rm 1.18) contra os infiéis. Deus permite que eles recebam justo juízo, pela consequência dos seus pecados. Em Apocalipse 6.17, o grande Dia da sua ira foi anunciado (Ap 11.18). Agora, será experimentado em toda a sua extensão por aqueles que seguiram a besta.
4. A ceifa da terra. “Olhei, e eis uma nuvem branca, e sentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro e na mão uma foice afiada. (Ap 14.14).
Cristo o Filho do Homem. A revelação que João vê é extraordinária.
Ele vê um semelhante a Filho de Homem sentado sobre uma nuvem branca. A nuvem
que o Senhor está assentado não é negra ou cinza, mas branca. Em grego a
palavra usada é “leukos”, traduzido
por “luminosa” ou “lúcida”. Poderia se dizer: “portanto... uma nuvem luminosa”.
João tenta descrever esta nova visão, a beleza que ele vê, a glória shekinah do Senhor.
O que João descreve
é o mesmo Filho do Homem que séculos antes, foi visto por Daniel igualmente
sobre as nuvens (Dn 7.13). A revelação de Daniel capítulo 7, assim como de João,
ambos veem “um semelhante ao Filho do Homem”, são senas da segunda vinda de Jesus como rei e Juiz da terra. As profecias estão
coligadas uma a outra. Quando Senhor Jesus falava do Seu retorno a esta terra
Ele disse: “Então, aparecerá no céu o sinal do filho do homem; todos os povos
da terra se lamentarão e verão o filho do homem vindo sobre as nuvens do céu,
com poder e muita glória. Ele enviará os seus anjos, com grande clamor de
trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a
outra extremidade dos céus” (Mt 24.30-31). Jesus diante do julgamento do
sacerdote Caifás, Ele declara: Desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à
direita do Todo Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.” (Mt 26.64).
João contempla Jesus que vem julgar com juízo a humanidade
anticristã e as duas bestas (o Anticristo e o falso profeta). “Pelejarão eles
contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o
Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele
(Ap 17.14).
“tendo na cabeça uma coroa de ouro”. A palavra coroa no grego é stephanon que significa grinalda da vitória. Não é uma coroa que enfeita a cabeça d’Aquele que vem sobre a nuvem, mas uma coroa de ouro trata-se do rei das nações rei do mundo. O Rei dos reis coroado, que vem em grande poder e glória, tem na mão uma foice. A foice erguida está afiada para realizar a ceifa. Esta expressão nunca é utilizada para descrever o recolhimento de bons frutos. De modo que ela significa algo terrível, Ele vem aqui como Juiz do mundo. A terra tem que ser limpa das más plantas pelo trabalho de juízo da vingança divina. Esta é a razão da foice ser “afiada”.
O quarto anjo. “Outro anjo saiu do santuário, gritando em grande voz para aquele que se achava sentado sobre a nuvem: toma a tua foice e ceifa, pois chegou a hora de ceifar, visto que a seara da terra já amadureceu! E aquele que estava sentado sobre a nuvem passou a sua foice sobre a terra, e a terra foi ceifada (Vs. 15-16).
A mensagem do terceiro anjo é: “toma a tua foice e ceifa...”.
A ferramenta básica na antiga ceifa de grãos, era usada uma foice aguda de
pedra ou de ferro. Juntamente com o grito do anjo começa a ceifa, a seara está
madura, e a terra foi ceifada. Agora Jesus vem como um Juiz para os adoradores
da besta. O próprio Jesus usou esta analogia para ensinar os Seus discípulos
acerca do castigo junto da promessa da redenção.
Jesus Cristo está assentado, portanto sobre esta nuvem luminosa, pronto para executar o juízo. Então “outro anjo grita em alta voz “do santuário” dirigindo-se “Aquele que está assentado sobre a nuvem” (v. 15). O anjo não comanda o Filho do Homem, mas é o mero mensageiro anunciando a vontade de Deus Pai, em cujas mãos são mantidos os quatro ventos (estações). O anjo sai do santuário, ele vem diretamente da presença de Deus para transmitir a ordem para o Filho do Homem (3.12; 7.15; 11.19). Qualquer ordem dada a Jesus teria que vir do Pai, pois somente o Pai tem autoridade sobre o Filho (cf. Jo 14.28; Mt 26.39,42; 28:18; 1ª Co 11.3; 15.27).
O quinto anjo. “Então, saiu do santuário, que se
encontra no céu, outro anjo, tendo ele mesmo também uma foice afiada.” (V. 17).
O quarto anjo também sai do santuário, mas, ao invés de
trazer uma mensagem, ele tem uma foice aguda, assim como o Filho do Homem que
está assentado no Trono. Porém, ele aguarda a ordem d’Aquele que está assentado
no Trono, para fazer a colheita.
Vemos aqui o mesmo procedimento que nos versículos 15 e 16,
mas referindo-se agora à vindima. O anjo que vem do céu, entretanto, é outro,
não com relação à sua natureza, mas quanto à sua missão. Isso significa que
João vê a volta do Senhor em diferentes aspectos.
Este anjo também saiu do santuário. Só que, ao invés de trazer uma mensagem, ele trazia uma foice aguda, assim como Jesus. Ou seja, isto indica que, após o arrebatamento da Igreja, chegou o momento determinado pelo Eterno para as uvas da maldade serem ceifadas.
O sexto anjo. 14.18, 20 “Saiu ainda do altar outro anjo, aquele que tem autoridade sobre o fogo, e falou em grande voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: toma a tua foice afiada e ajunta os cachos da videira da terra, porquanto as suas uvas estão amadurecidas! 19- Então, o anjo passou a sua foice na terra, e vindimou a videira da terra, e lançou-a no grande lagar da cólera de Deus. 20- E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios.”
O sexto anjo, tem autoridade sobre o fogo. O fogo é símbolo
de juízo e agora ele clama em grande voz ao que tinha a foice afiada...”. O
anjo tem uma foice afiada, mas precisa da autorização de Deus para agir. É Deus
quem determina a hora do juízo. Seus anjos são ministros que executam as Suas
ordens.
Outro anjo é designado para a colheita dos cachos da vinha
que também estão maduros, significando serem merecedores de juízo. O outro
anjo, citado como tendo poder sobre o fogo, pode ser o anjo no altar em
Apocalipse 8.3-5. Talvez o fogo queime o joio ou a palha separada na colheita
(Mt 13.38-43).
Primeiro João viu chegando com a foice afiada, para a ceifa
das nações; agora ele vê chegando outro anjo para realizar a vindima, o juízo
sobre Israel. Pois a “videira da terra” simboliza Israel. É o que se conclui,
por exemplo, do Salmo 80.8: “Trouxeste uma videira do Egito, expulsaste as
nações e a plantaste” (outras ref. Is 5.1-7; Os 10.1-2). Mas não disse o Senhor
Jesus de si mesmo em João 15.1, que ele é a “videira verdadeira”? Como pode
então Israel ser a videira se Jesus Cristo é? Este é justamente o fato
maravilhoso, pois exatamente este fato duplo mostra a identificação do Senhor
com Seus irmãos segundo a carne.
A figura da ceifa tem duas partes. 1º O Senhor vem para
julgar as nações e separar as ovelhas dos bodes (Mt 25.40-45; Jl 3.2; 12.14; Ap
19.15); 2º Ajuntar os cachos da videira da terra (os remanescentes de Israel),
e coloca-los no grande lagar da ira de Deus” (vs. 18b-19).
O anjo lança a foice e colhes e colhe os cachos de uvas
amadurecidas, ou seja, ajunta os filhos de Israel e lança-os “no grande lagar
da cólera de Deus. O lagar é usado para espremer as uvas. Agora as uvas maduras
são lanças no lagar sob o peso da ira de Deus.
Um lagar era uma tina na qual os trabalhadores pisavam as
uvas com os pés descalços, fazendo com que o suco escoasse para um barril. Esse
sinal da ira e juízo de Deus (Is 63.3), comum no Antigo Testamento,
aparentemente explica também como o vinho da ira de Deus (v. 10) é produzido. A
imagem do lagar é simbólica para uma quantidade inacreditável de sangue
derramado. Essa descrição de um rio de sangue indica uma carnificina sem
paralelo.
Mil e seiscentos estádios são, aproximadamente, 32 km. Esse
grande derramamento de sangue provavelmente é o resultado da vitória de Cristo
sobre os exércitos humanos reunidos (Ap 19.17-19), já que Ele retorna antes da
ceia do grande Deus (v. 17), que alguns associam à batalha do Armagedom (Ap 16.16).
E o lagar foi pisado fora da cidade, isto é, a batalha do Armagedom acontecerá fora da cidade santa, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estágios aproximadamente, 32 km. (v. 20). Esse grande derramamento de sangue provavelmente é o resultado da vitória de Cristo sobre os exércitos humanos reunidos (Ap 19.17-19). Toda a maldade existente no mundo será espremida fora da cidade de Jerusalém (no vale de Jeosafá), de modo que caia sobre Jerusalém todo o sangue derramado sobre a terra (Mt 23.35; Ap 18.24).
O que é este terrível
juízo que atingirá Israel? Para compreendermos esta pergunta, faz-se
necessário ler Isaías 63.1-4: “Quem é este que vem de Edom, de Borza, com
vestes de vivas cores, que é glorioso em sua vestidura, que marcha na plenitude
da sua força? Sou eu que falo em justiça, poderoso para salvar. Por que está
vermelho o traje, e as tuas vestes, como as daquele que pisa uvas no lagar? O
lagar, eu o pisei sozinho, e dos povos nenhum homem se achava comigo; pisei as
uvas na minha ira; no meu furor, as esmaguei, e o seu sangue me salpicou as
vestes e me manchou o traje todo. Porque o dia da vingança me estava no
coração, e o ano dos meus redimidos é chegado”.
No lagar foram salpicadas as vestes de Cristo. Lá cumpriu-se
aquilo que Israel exclamou, quando acusou Jesus diante de Pilatos “Caia sobre
nós o seu sangue, e sobre nossos filhos” (Mt 27.25). Quando Israel for lançado
no lagar da cólera de Deus, então entrará em contato com o Homem de Gólgota.
“Eles verão a quem transpassaram” (Ap 1.7). Então o sangue do Cordeiro terá
efeito para eles, para seus próprios irmãos. Vendo que o Senhor está voltando,
com Sua foice afiada, eles humilhar-se-ão sob o Seu juízo. “Porque o dia da
vingança me estava no coração (vingança contra as nações), e o ano dos meus
redimidos é chegado (redenção de Israel)”. Quando Israel estiver no lagar da ira
de Deus, eles lamentarão, chorarão e se converterão. O capítulo 14 versos 20, descreve
de maneira tão comovente o que acontecerá fora da cidade também para Israel: “E
o lagar foi pisado fora da cidade”. Ali foi derramado o sangue do Filho de
Deus.
O anjo que tem poder sobre o fogo, isto é, sobre o juízo,
exclama: “Senhor, ajunta Israel, lança-o agora no teu grande lagar, lava-o pelo
teu precioso sangue”.
Devo dizer que aqui não são os cento e quarenta e quatro mil
selados, pois eles são as primícias de Israel e já estarão na glória (Ap
14.1-2).
O restante que não aceitar a pregação das duas Testemunhas e
dos 144.000 mil, serão levados para o lagar da ira de Deus (Armagedom). Ali
Israel será pisado, oprimido e angustiado pelo Anticristo, mas quando Israel se
converter e reconhecer que o Jesus que eles crucificarão é o verdadeiro Messias,
aparecerá em glória para socorrer Israel entre o monte das oliveiras. Esta é
sua vinda para Israel, que se converterá ao ver Seu Messias e Sumo-Sacerdote. É
o que diz o profeta Zacarias. Antes Israel será atingido por duros juízos
através da besta e então reconhecerá que o Senhor que está voltando realmente é
o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo. Estas experiências e conclusões levarão
Israel à conversão.
Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau -SC
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