TEOLOGIA EM FOCO: abril 2020

quarta-feira, 29 de abril de 2020

A CONDIÇÃO DO GENTIOS SEM DEUS


LEITURA BÍBLICA
Efésios 2.11-12: “Portanto, lembrai-vos de que vós, noutro tempo, éreis gentios na carne e chamados incircuncisão pelos que, na carne, se chamam circuncisão feita pela mão dos homens; 12 - que, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo.”

Romanos 4.12-13: E fosse pai da circuncisão, daqueles que não somente são da circuncisão, mas que também andam nas pisadas daquela fé que teve nosso pai Abraão, que tivera na incircuncisão. 13 - Porque a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo não foi feita pela lei a Abraão, ou à sua posteridade, mas pela justiça da fé. 14 - Pois, se os que são da lei são herdeiros, logo a fé é vã e a promessa é aniquilada.

INTRODUÇÃO
Na presente lição, veremos que o autor de Efésios lembra aos gentios de que, antes da regeneração, eles eram incircuncisos e haviam experimentado cinco formas de privação: estavam sem Cristo, separados de Israel, alienados quanto à promessa, sem esperança e sem Deus no mundo (2.11,12).

Algo que precisa ser ensinado em nossos dias é a verdade que está descrita em Romanos 3.23-24: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.” Portanto, todos os homens, antes da operação da graça redentora em seus corações vivem segundo as inclinações da carne, fazendo segundo a vontade do “príncipe deste mundo”.

Porém, quando aceitamos Jesus Cristo, passam a desfrutar as riquezas da misericórdia divina e grandeza do seu amor e sua graça!

I. CHAMADOS INCIRCUNCISÃO

Na era antes de Cristo, além de mortos espiritualmente, os gentios eram desprezados pelos judeus e identificados como incircuncisos (2.11).

1. O conceito de circuncisão.
Circuncisão é a remoção cirúrgica do prepúcio do órgão sexual masculino. Era prescrito na lei como o sinal externo de quem pertencia ao povo da aliança com Deus (Gn 17.10,11). O procedimento era realizado no oitavo dia de vida dos nascidos em Israel ou estrangeiros comprados a dinheiro (Gn 17.12). Quem não era circuncidado era tido como “incircunciso” e, portanto, excluído da aliança (Gn 17.14). A circuncisão tornou-se um sinal que distinguia os judeus dos demais povos gentílicos.

2. O significado religioso da circuncisão.
Seu significado religioso apontava para a santificação (Êx 19.5,6). Como a corrupção e as práticas idólatras estavam fortemente relacionadas com a sexualidade depravada, a circuncisão simbolizava a aliança de purificação requerida ao povo escolhido (Jr 5.7; Os 4.14; Gl 5.19). Era algo tão sério que os judeus recusavam-se até mesmo a comer com os incircuncisos (At 11.3).

3. Circuncisão e a fé são coisas excludentes.
“Eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. De novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei. De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes. Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé. Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor” (Gl 5.2-6).

O ex-fariseus Paulo estava cônscio de que a circuncisão era o selo da fé de seu povo (Rm 4.11). Ele circuncidou a Timóteo, para não escandalizar os judeus (At 16.3), mas se recusou circuncidar Tito por duas razões:
1º Ele não era judeu.
2º Era necessário não ceder às exigências legalistas dos judaizantes (Gl 2.3-5).

Uma pequena cirurgia numa parte do corpo era de somenos importância. Mas os fariseus exigiam que os cristãos praticassem essa cerimônia da circuncisão como condição para a salvação (At 15.1-5). Porém, a sentença para os que deixam circuncidar a fim de salvar é: “Cristo de nada vos aproveitará (v.2); “está obrigado a guardar toda lei” (v.3); “separado a guardar lei” (v. 3); “separados estais de Cristo... da graça tendes caídos” (v. 7).
Os gálatas caíram da graça e aceitaram um evangelho anátema espúrio, misturado com a lei.

4. A circuncisão exalta a maneira e práticas religiosas.
O apóstolo refuta os judaizantes usando nomes pejorativos, e por fim, desqualifica a circuncisão da carne, recomendando um novo tipo de circuncisão feita no Espírito e não mais na carne.

“Porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne. Bem que eu poderia confiar também na carne. Se qualquer outro pensa que pode confiar na carne, eu ainda mais” (Fl 3.3-4).

Segundo Werner de Boor a palavra “carne” aqui representa toda a religião produzida pessoalmente nas profundezas do coração e do estado de espírito. Essa “carne” pode ser sempre reconhecida no fato de que o ser humano continua voltado sobre si mesmo, confia em si mesmo e se gloria em si mesmo. “Carne” é sua natureza centrada em si mesma. Mesmo quando exerce a moral e a religião, o ser humano fica preso a seu eu, cultiva e gloria-o, até mesmo quando cita o nome de Deus.

“Tentando mostrar o erro de “confiar na carne”, Paulo refere-se a sua própria vida. Se fosse possível obter salvação através do cumprir regras, Paulo certamente teria sido bem-sucedido. Deste modo, ele não teria necessitado de Cristo. Enfatizando sua linhagem impressionante, Paulo afirma que ele era “irrepreensível” no que concernia à justiça legalista (Fl 3.6). Mas Paulo chegou à importante conclusão que ele era um pecador sem nenhuma esperança de salvação, até ao momento em que ele renunciou seus próprios esforços para receber a justiça pela fé em Cristo Jesus (Fl 3.7).

Está claro que Paulo no início de sua vida teve somente um motivo para servir a Deus: Egoísmo. Tudo que ele fazia era para preencher um único propósito: o de fazer a si mesmo aceitável aos olhos de Deus. Ele estava preocupado somente consigo próprio e em sua justiça a ponto de consentir na morte de Estevão. Mas, depois de passar anos lutando para se fazer aceitável aos olhos de Deus através de uma obediência egocêntrica, ele desistiu de tudo em troca da justiça que pode vir somente através de um relacionamento com Cristo (Fl 3.8).

5. A circuncisão do coração.
O apóstolo reconhece que os gentios não faziam parte da circuncisão, mas com uma ressalva: o sinal dos judeus era apenas físico e realizado por mãos humanas (2.11b). A boa nova que Paulo traz é a de que a verdadeira circuncisão não se tratava de uma operação externa na carne realizada pelos homens, mas a que foi feita “no interior, a que é do coração... cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Rm 2.29). Assim, em Cristo, o sinal de quem pertence a Deus não é a circuncisão nem a incircuncisão, mas sim “o ser uma nova criatura” (Gl 6.15).

Primeiro precisamos entender o termo empregado por Paulo. A palavra coração no Hebraico é leh. A raiz verbal significa “ganhar compreensão, criar juízo”. Quando Paulo fala de coração refere-se ao espírito onde está o controle do ser humano e a consciência. Paulo usa esta alegoria “coração” para mostrar que a salvação depende primeiramente da transformação do interior (espírito e mente) do homem.

O coração representa a força espiritual (Lm 3.41), como intimo da pessoa (Jr 17.10). Emprega a palavra para indicar a percepção (Jr 4.9); o pensamento (Ec 2.20); a memória (Sl 31.12) e a consciência (Jó 27.6).

O coração (consciência) é onde o homem toma todas as decisões da vida; o corpo é o invólucro da alma e do espírito, onde Paulo classifica como o “templo do Espírito Santo” (1ª Co 6.19; cf 1ª Co 3.16), e seremos julgados por meio do corpo, bem ou mal (2ª Co 5.10). Porém, nos dias de Jesus os fariseus se preocupavam mais com a exterioridade do que a pureza do coração (Mt 15.8-20). Portanto, exterioridade não é símbolo de salvação.

Esta passagem é uma advertência solene contra os perigos da presunção (soberba), confiança na justiça própria, e contra o formalismo que confia no batismo ou a ceia, nos dízimos como garantia em si mesmo da salvação daqueles que o recebem.

Judeu é aquele que o é interiormente no original grego kruptos ou kruphaios; que significa: (oculto; escondido; secreto; ocultar aquilo que não deve tornar-se conhecido).

Note que a circuncisão na Velha Aliança era no prepúcio do homem, ou seja, era na carne, mas, ficava escondida – era um sinal entre Deus e o homem. Da mesma forma a circuncisão no coração é um sinal entre o servo e o Seu Senhor. Ninguém pode ver por que é no secreto do seu coração.

Os fariseus pensavam que um judeu circuncidado não podia ser condenado ao inferno. A salvação para eles era no exterior e no cumprimento de suas tradições, porém Paulo diz que não a circuncisão é no oculto do coração, ou seja, na mente do cristão. É algo divino é do Espírito e o crente.

“Porque não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne. Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus” (Rm 2.28-29).

Existem pregações que a glórias é sempre para o homem. Os seus argumentos são infundados, e sem base bíblica ou pseudo revelação. Isto é perigoso, pois corremos o risco de voltarmos os rudimentos do mundo.

A circuncisão é um ato exterior e traz louvor dos homens e não de Deus. Os judeus que se convertiam a Cristo estavam colocando como meio de salvação a circuncisão e Paulo repreende severamente dizendo que a salvação não é o exterior, mas a circuncisão no coração. Judeu verdadeiro é o que é no interior, circuncisão válida é a que é feita no coração (Rm 2.25-29). Qualquer rito, sinal ou obra que fizemos se não for resultado da operação da graça de Deus em nossa vida, não tem nenhuma validade.

Os judaizantes ensinavam que a salvação era um processo longo e contínuo, dependente da realização de rituais específicos, e cada um deles trazia a pessoa mais perto de Deus. Paulo contradiz esta teoria enfatizando que a salvação é completa em Cristo; uma vez que em Cristo, nada mais é necessário. Paulo ainda usa o exemplo da circuncisão para explicar este ato. Mostrando que ela simboliza a circuncisão mais importante, que é no coração.

A salvação é mérito somente de Jesus: “Sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus. A quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos” (Rm 3.24-25).

“Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam” (Is 64.6).

Ninguém nunca alcançará o padrão divino de absoluta perfeição moral e será digno de sua glória. Portanto, se houver alguma salvação, ela deverá acontecer pela graça e não as justiças humanas. Por isto Davi pede a Deus um coração puro: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e remove dentro de mim um espírito inabalável” (Sl 51.10). Enquanto que os fariseus exigiam exterioridade Deus pede o coração. Davi preocupa-se em ter um coração limpo e puro diante de Deus.

O Senhor não se contenta apenas com nossos lábios, mas quer nosso coração e toda a nossa confiança. “Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradam dos meus caminhos” (Pv 23.26).

6. A circuncisão e o cristianismo.
O Dr. William Barclay (professor da Universidade de Glasgow, Escócia) nos oferece um bom exemplo para ilustrar o ensino sobre a circuncisão. Ele diz que: se alguém se submete a cumprir alguns requisitos para adquirir a cidadania de um país, significa estar ele disposto a aceitar a demais leis daquele país. O que Paulo está dizendo é, que se alguém se submete à circuncisão, ou algum requisito da lei como meio de salvação, obrigatoriamente está assumindo o compromisso de observar toda lei. Quem pratica tal coisa já tem caído da fé, e a morte de Jesus não significa nada para tal pessoa: “De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes”.

4. A circuncisão na Nova Aliança.
O assunto da circuncisão gerou discussões acaloradas entre judeus e gentios (Gl 5.2,3; Fp 3.2). Em Antioquia a questão ganhou muita dimensão, provocou intensos debates e culminou na convocação do Primeiro Concílio da Igreja em Jerusalém (At 15.1,2,5,6). A deliberação dos apóstolos sobre o assunto, sob a orientação do Espírito Santo (At 15.28,29), passou a enfatizar que na nova aliança “a circuncisão somos nós, que servimos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne” (Fp 3.3).

A igreja primitiva do primeiro século enfrentou problemas com os fariseus. Alguns cristãos de tradição judaica insistiam que todos os cristãos obedecessem a lei judaica. Os gentios deveriam ser todos circuncidados. As igrejas orientadas por Paulo e Barnabé, porém, ensinavam que o caminho da salvação era um só para todos os homens. Eles salientavam que a fé em Jesus Cristo, e não a lei judaica era o caminho para a vida eterna. Como consequência disso, houve dissensão na igreja.

No ano 49 d.C os apóstolos reuniram-se em Jerusalém para resolver um problema doutrinário, a saber: a salvação ocorre pela fé, não por obras ou pela observância da lei.

Os apóstolos tiveram muita preocupação de não permitir que as heresias, os falsos ensinos, penetrassem na Igreja. O primeiro ataque doutrinário lançado contra a igreja foi o legalismo. Alguns judeus convertidos ao cristianismo estavam instigando os novos convertidos á prática das leis judaicas, principalmente a circuncisão.

Em Antioquia havia uma igreja constituída de pessoas bem preparadas no estudo das Escrituras (At 13.1). Esses crentes perceberam a gravidade do ensino de alguns que haviam descido da Judeia e estavam ensinando certas heresias.

Os ensinamentos daquelas pessoas eram uma ameaça á Igreja. Então foi necessário constituir-se um Concílio para apreciar tais questões e tomar uma posição diante delas.

“Então, alguns que tinham descido da Judeia ensinavam assim os irmãos: Se vos não circuncidardes, conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos. Alguns, porém, da seita dos fariseus que tinham crido se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés” (Atos 15.1, 5, 19).

Os judeus nunca se julgaram capazes de julgar a lei perfeitamente, mas queriam colocar um jugo sobre os discípulos, um jugo segundo Pedro que nem seus pais puderam levar, anulando a graça de Cristo.

“Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos- um jugo que nem nossos pais nem nós podemos suportar? Mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como eles também” (At 15.10-11).

Os fariseus convertidos ao cristianismo estavam perturbando os apóstolos e os gentios novos convertidos:

“Pelo que julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus. Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras e transtornaram a vossa alma (não lhes tendo nós dado mandamento” (At 15.19, 24).

Devemos saber que:
·         Que nenhum rito em si tem valor espiritual; o valor está no seu significado.
·         Que é muito freqüente as pessoas entusiasmarem-se por rito (prática religiosa) e serem exigentes para esse rito seja observado do mesmo modo que eles mesmos o praticam.
·         Que procurem estudar a Bíblia para obter base escriturística para combater os ritos legados do passado.
·         Que o amor de Deus reine em nossos corações, para que as divergências internas desapareçam.

4.1. O parecer de Tiago neste concílio foi o seguinte.
“Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais: que vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos, bem como do sangue, da carne de animais sufocados e das relações sexuais ilícitas; destas coisas fareis bem se vos guardar” (At 15.28-29).

Mesmo que alguns desses movimentos tenham surgido com objetivos nobres, buscando a restauração espiritual da Igreja, quase sempre finda por trilhar o caminho dos desvios doutrinários. Neste ponto, cabe uma rápida apreciação de um dos textos clássicos no Novo Testamento relativo ás fontes e aos perigos dos desvios da fé, explicitado pelo apóstolo Pedro (2ª Pe 2.1-3).

Os fariseus da era apostólica estavam acrescentando algo mais no evangelho de Cristo, mas neste concílio o Espírito Santo estava presente e orientava os apóstolos para que eles pudessem entender o verdadeiro sentido da graça de Cristo e não impor nem um encargo (leis) além do que já haviam aprendido com Cristo.

A independência da igreja é respeitada. As conclusões do concílio apostólico são escritas e enviadas como mandamentos de uma hierarquia, mas como conselhos importantes. O selo do Espírito Santo adiciona peso e harmonizaria possíveis divergências.

Encontramos neste contexto a narrativa que demonstra a importância para aqueles que têm o ministério do ensino ficar atentos a certos ensinos que contrariam a fé cristã. São muitas as fontes que ameaçam a Igreja.

Em muitas epístolas do apostolo Paulo, expressa abertamente o terrível combate contra o ferrenho farisaísmo, que ainda hoje, continua sendo, talvez, o maior problema das igrejas cristãs.

Os judaizantes tentavam arrastar os novos crentes para as práticas cerimoniais judaicas como prerrogativa para uma vida justa. Se pudéssemos ser salvos e levados a uma relação correta e legitima com Deus através do cumprimento de determinadas normas e regras, por melhor que sejam então Jesus nem precisaria ter morrido por nós.

Qualquer pessoa ou religião que ignora ou nega o sacrifício de Jesus como elemento único e suficiente para a salvação não pode ser considerado cristã.

4.2. Os judeus gloriam-se na religião.
“Se, porém, tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus; que conheces a sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído na lei; que estás persuadido de que és guia dos cegos, luz dos que se encontram em trevas, instrutor de ignorantes, mestre de crianças, tendo na lei a forma da sabedoria e da verdade; tu, pois, que ensinas a outrem, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?” (Rm 2.17-21).

Justamente quando os líderes pensavam que ganhariam elogios, foram denotados. Paulo disparou: “Vocês, judeus, confiam na lei, em vez de confiar no Legislador, e ufanam-se de ter o monopólio de Deus. Vocês estão convencidos de que são uma parte dos eleitos privilegiados que “sabem” (sem sombra de dúvidas) o que Deus quer que se faça. E se isso não fosse ruim bastante, vocês “pensam” que são uma dádiva de Deus para os loucos e confusos. De fato, vocês “pensam” que sabem tudo, no entanto não sabem nada.

4.3. Os gentios não faziam parte do pacto da circuncisão e, por isso, estavam excluídos da aliança com Deus.
A ideia aqui é explicar o conceito espiritual que tais termos apresentam na Epístola. Nesse sentido, ao explicá-lo, atente para o seguinte texto: “No verso 11, Paulo lembra aos seus leitores gentios a condição desvantajosa de seu estado anterior ao evangelho. Gênesis 1–2 revela a unidade fundamental da raça humana em seu início. Após a queda (Gn 3) e o grande dilúvio (Gn 6–8), ocorreu a desintegração e a humanidade foi dividida em diferentes nações, Deus escolheu Abraão e seus descendentes judeus para serem o povo do pacto divino (Gn 12–50). A circuncisão dos homens judeus tornou-se um sinal exterior para lembrá-los de sua identidade e das responsabilidades que tinham neste pacto” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.414).

A respeito da circuncisão  no AT e NT.
“O Antigo Testamento efatiza a circuncisão tanto no sentido espiritual quanto no sentido carnal. O Novo Testamento valoriza somente o sentido espiritual ao atribuir-lhe um significado mais profundo, relacionando-a com a crucificação e a ressurreição de Cristo.”  Para saber mais: (Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, p.423).

II. ESTRANHOS AO CONCERTO DA PROMESSA

Nessa parte, o apóstolo Paulo aponta a situação dos gentios: “Naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa” (2.12).

1. Uma vida sem Cristo.
Ao descrever a história passada dos gentios, o apóstolo traz à memória que “naquele tempo”, isto é, antes da regeneração, eles viviam imersos no paganismo e, portanto, “sem Cristo”. Isso indica que a religiosidade dos gentios era incapaz de inseri-los na promessa messiânica de salvação (Jo 4.22). Também significa que eles desconheciam a Cristo, como também eram indiferentes às promessas acerca d’Ele e de sua obra (Hb 8.8-10).

1.1. O ministério sacerdotal de Cristo pertence ao Reino celestial. Ele ministra no céu, e não no tabernáculo de Moisés (vs. 1, 2, 5). Seu sacrifício foi algo eterno, não oferecido como dons segundo a lei (v. 3,4). Pois Ele é o Mediador de um novo concerto (v. 6). Esses tópicos são desenvolvidos mais adiante (Hb 8.7;10.18).

A citação de Jeremias 31.31-34 demonstra que mesmo no Antigo Testamento já era reconhecido que haveria de vir um outro ou segundo (v. 7) concerto.

1.2. O novo concerto é o mesmo melhor concerto do versículo (Hb 8.6). Esse pacto foi feito com os antigos Israel e Judá, mas é a Igreja que desfruta das bênçãos espirituais desse concerto. O concerto abraâmico, feito com Abraão e seus descendentes (Gn 17.7), que herdariam a terra (Gn 12.7; 13.14,15), continha também promessas espirituais (Gn 12.3), das quais a Igreja participa (Rm 11.11-27; G1 3.13,14). O novo concerto é, de fato, o cumprimento da redenção espiritual, prometida nos pactos de Deus com Abraão e Davi (Mt 26.26-29; Lc 22.20).

1.3. Existem quatro pontos característicos no novo concerto (Hb.8.10-12).
(1) A lei de Deus ser escrita na mente e no coração dos cristãos, em contraste com a lei de Moisés, escrita em tábuas de pedra;
(2) Os cristãos terem um relacionamento com Deus, em cumprimento à promessa em Levítico 26.12 (2ª Co 6.16);
(3) Todos conhecem a Deus - os fariseus e escribas não precisariam mais ensinar a complexidade da Lei ao povo;
(4) Deus perdoaria os pecados dos remidos e de seus pecados não se lembraria mais. O contínuo sacrifício de animais para expiação dos pecados cessaria.

1.4. Uma aliança melhor. A presença de um novo e melhor concerto (Hb 8.13), demonstra não só que o primeiro concerto não era mais suficiente (Hb8.7), mas também que foi tornado velho e perto de acabar. Na época em que o autor de Hebreus escreveu essas palavras, é possível que as leis cerimoniais ainda fossem observadas no templo em Jerusalém. Em 70 d.C., no entanto, o general romano Tito destruiria o templo, cumprindo essas palavras.

2. Separados da comunidade de Israel.
Ainda no versículo 12 o apóstolo salienta a desvantagem de os gentios não pertencerem à comunidade de Israel (2.12). Eles estavam excluídos não só dos símbolos externos, mas também não faziam parte do povo escolhido, e, consequentemente, não podiam usufruir dos privilégios da aliança de Abraão (Rm 9.4). A constatação cruel era a de que Deus não havia se revelado aos gentios, pois a chamada divina fora feita somente a Abraão e a sua descendência (Gn 17.17). Nessa perspectiva, a lei e as promessas pertenciam somente aos judeus e, desse modo, os gentios estavam fora do alcance das bênçãos prometidas a Abraão, a Isaque e a Jacó (Mt 22.32). Entretanto, o que os gentios precisavam saber era que por meio de Cristo, eles também se tornariam descendência de Abraão (Gl 3.29).

3. Alienados aos pactos das promessas.
Uma vez separados da comunidade de Israel, os gentios desconheciam totalmente os vários pactos que Deus estabelecera com os patriarcas israelitas. Esses pactos giravam em torno da grande promessa do advento do Messias (At 13.32-37). Dentre eles: o “pacto abraâmico” (Gn 12.1-3), o “pacto mosaico” (Dt 28.1-14) e o “pacto davídico” (2ª Sm 7.13-16). Esses pactos eram reiterações da promessa messiânica. Os gentios não tinham noção deles e, por conseguinte, estavam alienados de qualquer promessa ou esperança messiânica. Agora, uma vez regenerados em Cristo, é revelada a grandeza do amor divino.

4. De alienados da promessa, por meio do sangue de Jesus, os gentios tornaram-se herdeiros da maravilhosa promessa (Gl 3.29).
Os judeus consideravam Abraão como seu pai e fonte de suas bênçãos espirituais. Eles acreditavam que a simples ascendência física de Abraão os tornava justo. Paulo mostra que Abraão agradou a Deus pela fé e não por realizar obras da lei, uma vez que a lei não existia na época de Abraão. Ele também insiste que os verdadeiros filhos de Abraão, e herdeiros da bênção prometida, são aqueles que vivem pelo princípio da fé. Paulo apresenta as alternativas da fé (v. 11), e da lei (v. 12) como formas de justificação. Entretanto, ao invés de justificar, a lei mal diz (v. 10), pois faz exigências que ninguém pode cumprir.

4.1. O direito de estar diante de Deus vem somente pela fé. “Não foi por intermédio da lei que a Abraão ou a sua descendência coube a promessa de ser herdeiro do mundo, e sim mediante a justiça da fé. Pois, se os da lei é que são os herdeiros, anula-se a fé e cancela-se a promessa, porque a lei suscita a ira; mas onde não há lei, também não há transgressão” (Rm 4.13-15).

Abraão recebeu à promessa de Deus pela fé, muito antes que a lei de Moisés fosse enviada. A salvação não é obtida mediante a observação da lei. O legalismo muda o foco do poder de Deus, transferindo-o para a habilidade de alguns indivíduos em observar a lei. Com a lei surgiu um crescimento de consciência de pecado e ira de Deus. Por meio da fé é que se concretiza a promessa de Deus (2ª Co 4.6).

Os verdadeiros herdeiros de Abraão são os que recebem a promessa de Deus pela fé, assim como Abraão. Todos os que têm fé em Jesus Cristo são herdeiros da promessa de Deus. Os verdadeiros descendentes de Abraão não são aqueles que estão debaixo da lei, mas aqueles que têm fé (Rm 4.16-25).
A antiga condição dos gentios era desoladora: viviam sem Cristo, estavam separados de Israel e eram estranhos ao concerto da promessa.

“Falando mais especificamente sobre a alienação dos gentios, o apóstolo enumera as tragédias espirituais envolvidas neste estado. Primeiramente, estes efésios estavam sem Cristo (12; ‘separados de Cristo’, NTLH). Antes de ouvirem e responderem à palavra da graça, eles não tinham ‘parte ou parcela no povo messiânico’, fato que significava que eles não possuíam a esperança do Messias ou qualquer benefício que viesse junto com isto. Sua história era sem Cristo. Não há tragédia maior para o ser humano. Em segundo lugar, eles estavam separados da comunidade de Israel (12). A alienação é expressa aqui por apallotrousthai, que significa essencialmente ‘excluído da’ (BJ) e não mero afastamento temporário de uma agregação anterior.

Comunidade (politeia) tem dois sentidos: 1) estado ou nação; e, 2) ‘cidadania’, ou direitos de cidadão. O primeiro significado está de acordo com a exclusividade nacional dos judeus. Os gentios estavam fora da comunidade do povo de Deus, com exceção de alguns prosélitos” (HOWARD, R. E.; TAYLOR, Willard H.; KNIGHT, John A. (et al). Comentário Bíblico Bacon: Gálatas a Filemom. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.139).

4.2. A lei nos serviu de aio.
“De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo para que pela fé fôssemos justificados. Mas depois que a fé veio já não estamos debaixo do aio. Porque todos são filhos de Deus pela fé em Cristo. Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa” (Gl 3.24-29).

A lei de Deus nunca teve o propósito de justificar pecadores. Como “aio”, (gr. paidagogos), a lei foi dada como padrão para revelar a iniqüidade e a imperfeição humana.

O “aio” representa uma função única nas antigas famílias gregas e romanas. O aio, ou paidagogos, “tutor”, não era mestre, mas o guia e guardião que disciplinava a criança. No mundo romano, um escravo de confiança da família era encarregado de tomar conta do menino entre seis e dezesseis anos; levá-lo á escola e trazê-lo de volta para sua casa, supervisionando sua conduta. Semelhantemente, a Lei exercia apenas um papel disciplinar, servindo de aio para conduzir-nos a Cristo. Isso mostra a sua inferioridade em relação ao Evangelho. Sua função terminou com a vinda do Messias (Gl 3.25). Agora, somos livres da Lei, mas dependentes da graça de Deus.

Paulo descreve o poder do Evangelho em contraste com a lei. A lei conduziu Israel ao Messias, e Ele os tirou dessa maldição. Somos justificados pela fé, ficamos livres da lei, tornamo-nos filhos de Deus, somos um em Cristo, as divisões desaparecem, e somos também herdeiros da promessa, descendentes de Abraão. Depois que a fé veio não estamos mais debaixo do aio, ou seja, debaixo da lei.

A lei mosaica funcionou como tutor do povo de Deus até que viesse a salvação pela fé em Cristo. Agora que Cristo já veio, acabou a função da lei como supervisora. Por isso, já não se deve buscar a salvação através das provisões do Antigo Concerto, nem pela obediência às suas leis ou sistema de sacrifícios.

“E por isso é mediador de um Novo Testamento, para que, intervindo a morte para a remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro Testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna. Porque onde há testamento necessário é que intervenha a morte do testador. Porque um testamento tem força onde houve morte; ou terá ele algum valor enquanto o testador vive”? (Hb 9.15-17).

A salvação agora tem lugar de conformidade com as provisões no Novo Concerto, a saber: a morte expiatória de Cristo, Sua ressurreição gloriosa e o privilégio de sermos chamados filhos de Deus por adoção. Na velha aliança não houve morte, e por isso não deixou de ter valor, mas no Novo Testamento houve morte, por isso tem validade.

A lei continua sendo o mestre, mas somente Cristo é o Salvador. A lei determina as justas exigências de Deus e revela que todas as pessoas são culpadas por serem incapazes de cumprir perfeitamente todas as exigências da lei. Aqueles que creem em Cristo não são mais considerados culpados, mas são contados como justificados perante de Deus.

A Lei impediu que a Fé fosse vivida na sua plenitude, para Paulo essa fé estava latente e haveria de revelar-se (3.23) em Cristo Jesus. O que nos justifica perante Deus é a Fé (3.24) e não o cumprimento da Lei. AIO significa Pedagogo ou alguém que educa até um determinado momento, após adquirirmos maturidade espiritual (Experimentar a fé) o AIO pode ser dispensado (3.25).

O sacrifício de Jesus e a fé que é contemplada diante do seu ato Vicário transforma todos, exatamente todos “UM EM CRISTO” (3.28). Cristo é o unificador de todas as raças, é aquele que destruiu a muralha da desigualdade tornando todos iguais perante Deus. Paulo finaliza o capítulo lembrando que todos que são descendentes de Deus em Cristo, são participantes naturais da Promessa feita a Abraão (3.29).

III. SEM ESPERANÇA E SEM DEUS

Agora Paulo passa a descrever a situação dos gentios que viviam “não tendo esperança e sem Deus no mundo” (2.12).

1. Desprovidos de esperança.
A palavra esperança traz a ideia de “confiança” e, nas Escrituras, o seu principal uso está ligado à confiança nas promessas divinas (Sl 130.5; Jr 17.7). Podemos afirmar que os gentios eram desprovidos dessa esperança por causa de parte da filosofia grega, que descartava a possibilidade de uma vida além-túmulo (At 17.18,32), e que, consequentemente, pudesse ser ditosa. Além dessa questão, embora Deus tivesse decretado incluir os gentios no plano da salvação, eles mesmos ignoravam essa promessa, e, por isso, não tinham em que sustentar qualquer esperança (1 Co 9.10). Como a esperança é a âncora para a alma, os gentios desprovidos dela padeciam de medo e incertezas (Hb 6.18,19; 2ª Co 7.10). Por conseguinte, a falta de esperança e de paz revelava a ausência de Deus.

2. Sem Deus no mundo.
A expressão “sem Deus” não significa que os gentios não serviam ou não acreditavam numa divindade (1ª Co 8.4; Gl 4.8). Ao contrário, eles eram politeístas e idólatras, pois acreditavam e adoravam a muitos “deuses”. Assim, por meio de seu paganismo, estavam alienados do Deus que havia se revelado a Israel (Êx 19.1-16). Isso significa dizer que suas vidas eram regidas pela falsa ideia de divindades pagãs que as mantinham escravizadas em densas trevas espirituais. Trata-se de uma descrição de um quadro calamitoso. Entretanto, e felizmente, esse quadro foi alterado pela intervenção dos desígnios eternos do verdadeiro Deus (Jo 17.3).

A antiga condição dos gentios era lamentável, desprovidos de esperança e sem Deus na vida caminhavam a passos largos para a perdição e ao inferno.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“A quarta tragédia espiritual, em consequência da anterior, é que estes efésios não possuíam esperança e estavam sem Deus (12). A ruína moral e espiritual de tais gentios era completa. Eles não tinham esperança do ‘triunfo final da justiça e amor divino; para eles, as questões finais da história do mundo eram sombrias, preocupantes e incertas. A época de ouro deles estava no passado e irremediavelmente perdida, ao passo que a época de ouro do povo judeu estava no futuro’. Alguém observou que precisamos de uma esperança infinita, que só a fé em Deus pode dar. Westcott repara no patético da estranha combinação sem Deus (atheoi, ‘ateus’) e sem esperança. Eles enfrentavam a natureza e a vida sem esperança, porque não tinham relação com o Intérprete da natureza e da vida. Wescott afirma que ‘os gentios tinham ‘muitos deuses’ e ‘muitos senhores’, e um Deus como ‘causa primeira’ nas teorias filosóficas, mas nenhum Deus que amasse os homens e a quem os homens pudessem amar” (HOWARD, R. E.; TAYLOR, Willard H.; KNIGHT, John A. (et al). Comentário Bíblico Bacon: Gálatas a Filemom. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.139).

CONCLUSÃO
Noutro tempo éramos incircuncisos e estávamos excluídos da aliança com Deus. Separados de Cristo e de Israel vivíamos alienados ao concerto da promessa, desesperançados e longe de Deus. Um dia, porém, a magnitude do amor divino circuncidou os nossos corações, aproximou-nos de Cristo e de Israel, incluiu-nos na esperança da promessa e revelou a nós o único e verdadeiro Deus. Bendito seja o seu santo nome para sempre!

FONTE PESQUISA

1. ALMEIDA, Trad. João Ferreira. Bíblia Sagrada BÍBLIA SHEDD.

2. ANDRADE, Claudionor Correia de. Dicionário Teológico – CPAD – RJ.
3. ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol.2. CPAD – RJ.
4. BAPTISTA, Douglas. Lições Bíblicas do 2° trimestre de 2020 – CPAD – RJ.
5. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
6. HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD – RJ.

sexta-feira, 24 de abril de 2020

COMO SER VENCEDOR EM TEMPO DE CRISE




2º Crônicas 7.12-16 “E o Senhor apareceu de noite a Salomão, e disse-lhe: Ouvi a tua oração, e escolhi para mim este lugar para casa de sacrifício. 13 - Se eu fechar os céus, e não houver chuva; ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra; ou se enviar a peste entre o meu povo; 14 - E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. 15 - Agora estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração deste lugar. 16 - Porque agora escolhi e santifiquei esta casa, para que o meu nome esteja nela perpetuamente; e nela estarão fixos os meus olhos e o meu coração todos os dias. Deus está falando do seu povo, um povo que o conhece e que sabe o Seu nome, Ele não está falando de um povo que o chama “o cara lá de cima, o homem lá de cima ou aqueles que o chama de João, Maria, Aparecida, Pedro, Paulo, Jeremias ou outro qualquer”.

ESBOÇO DE 2º Crônicas 7
1. Deus dá testemunho da oração de Salomão (vs. 1-3).
2. Sacrifícios de Salomão (vs. 4-11).
3. Deus aparece para Salomão (vs. 12-22).

INTRODUÇÃO.
- Deus está falando de um povo que o chama de Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, um povo que o chama de o Criador, o Provedor, o Todo Poderoso, o Grande Eu Sou, o único Senhor, o Senhor dos senhores, o Rei dos reis, o povo que o chama de Papai. Ele está falando para o seu povo, povo este que tem o privilégio de ser um povo escolhido e separado por Ele, um povo que tem a missão de anunciar as grandezas daquele que o chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1ª Pd 2.9).

- Este grande versículo, o mais conhecido de todo o fino das Crônicas, expressa mais do que qualquer outra passagem das Escrituras, as exigências divinas para uma bênção nacional, quer na terra de Salomão, na de Esdras, ou em nossa própria. Aqueles que creem devem abandonar seus pecados, abandonar a vida que se centraliza no ego e submeter-se à Palavra e vontade de Deus. Então, e somente então, os céus enviarão o reavivamento.

- Este povo no Brasil é um povo grande, só que o Brasil é um país ferido, ferido pela violência, pela tragédia, pelas drogas, ferido pela pedofilia, pela prostituição, ferido pela corrupção, pelo materialismo, ferido pelo preconceito, pela fome, pela miséria, pelas epidemias, ferido pela feitiçaria, pela idolatria, ferido pela incredulidade (Jr 23.10).

I. O SIGNIFICADO CRISE

1. Origem da palavra crise.
A palavra grega krísis era usada pelos médicos antigos com um sentido particular. Quando o doente, depois de medicado, entrava em crise, era sinal de que haveria um desfecho: a cura ou a morte. Crise significa separação, decisão, definição.

O substantivo crise vem latim crisis, “momento de decisão, de mudança súbita, crise usado especialmente acepção medicina.

A palavra crise vem do grego κρίσις que significa primeiramente “decisão, determinação, julgamento”, mas poderíamos pensar crise como “separação, passagem estreita, afastamento”. “A palavra crise é da mesma origem a palavra “crivo” que separa o duto de água em jatos menores. O crivo separa. Na peneira estão os bons e os que não devem continuar. Ao peneirar é feita a separação. Quem é bom fica, quem não deve ficar é lançado fora. Assim é a crise que estamos vivendo. Ficará quem for bom”.

“Crise” é realmente um momento de mudança. Pode não saber bem, pode custar, mas é sempre necessária para haver um reajustamento, neste caso social. As coisas têm de mudar... Se não mudam, há uma crise. Até a terra tem de se ajustar, daí os sismos.
Crise é um ponto de partida... De fazer algo, seguir nova direção.

Do grego krísiseōs, “ação ou faculdade de distinguir, decisão”, por extensão, “momento decisivo, difícil”, derivação do verbo grego krínō, “separar, decidir, julgar”.

II. ALIANÇA DE DEUS COM SALOMÃO

1. Deus aparece a Salomão.
- Este é um dos versículos mais conhecidos da Escritura Sagrada, foi dito pelo próprio Deus a Salomão quando este acabou de construir o templo de Jerusalém.

- A construção do templo era um sonho de Davi e que Deus não permitiu construir, dando a seu filho Salomão este privilégio e responsabilidade.

2ª Cr 7.11-12: “Assim, Salomão acabou a Casa do SENHOR e a casa do rei; tudo quanto Salomão intentou fazer na Casa do SENHOR e na sua casa, prosperamente o efetuou. 12 - De noite, apareceu o SENHOR a Salomão e lhe disse: Ouvi a tua oração e escolhi para mim este lugar para casa do sacrifício.”

- Agora observe que este versículo tão famoso da Bíblia vem amarrado com uma advertência:

1ª Cr 7.13 “Se eu cerrar os céus de modo que não haja chuva, ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra, ou se enviar a peste entre o meu povo;”

- O templo era uma bênção e um marco na história da vida de Israel como nação importante e fiel a Deus, no entanto, jamais seria garantia de tratamentos privilegiados da parte de Deus.

Toda garantia estaria vinculada à obediência aos mandamentos e mandatos de Deus.

Os vários pedidos mencionados na oração de Salomão – 6.14-42 – encontram suas respostas aqui em 2ª Crônicas 7.13-15, especialmente àqueles relevantes para o público pós-exílio do cronista.

2. A aliança de Deus com Salomão.
- Essa era a segunda vez que Deus tinha se manifestado para Salomão. Deus deu, uma resposta à oração de Salomão prometendo bênçãos pela obediência, mas também advertiu acerca das calamidades decorrentes da desobediência.

- Esses dois temas se referiam diretamente aos primeiros leitores que haviam sofrido as consequências da transgressão ostensiva da aliança por Israel.

- Era preciso que mantivessem suas esperanças voltadas para a fidelidade do seu Deus que havia santificado o templo por meio de sua presença.

É verdade que o governo dos descendentes de Davi sobre Israel dependia de sua fidelidade à Torá (2.2-4; 8.25). No entanto, mesmo que os filhos de Davi fossem exilados, sua dinastia não seria rejeitada (2ª Sm 7.14-17).

- No verso 14, há uma promessa especial de Deus de forma condicional, muito utilizada por todos os que atualmente fazem grandes campanhas de orações, principalmente para terem suas regiões – vilarejos, cidades, estados, países – conquistadas para Deus.

- Naquela situação, em especial, Deus prometeu que a nação receberia alívio das dificuldades causadas pelo pecado se o povo se voltasse para ele numa atitude de humildade e oração.

Dentro desse parâmetro geral, Deus manteve a prerrogativa de abençoar a quem lhe aprouvesse. Essa promessa divina se aplicava diretamente à situação pós-exílio.

- O alívio das privações enfrentadas pela comunidade restaurada viria somente se os exilados que haviam regressado cumprissem essas condições.

- Vários dos acontecimentos ocorridos no reino dividido e reunificado trazem à memória os princípios dessa passagem (12.6-7,12; 13.14; 14.8-15; 18.31; 20.12,15; 30.18-20; 32.20; 33.12-13).

3. Deus é amor, mas também é justiça.
- Ele tem o direito de abençoar e também de retirar a sua benção. Se o povo se desviasse do caminho do Senhor ele iria cerrar os céus, enviar os gafanhotos e as pestes. Podemos lembrar do coração duro de Faraó que só foi amolecido quando as consequências (pragas) atingiram sua cidade, seu povo e especialmente sua família.

- Deus aqui vai ensinar a Salomão o que eles devem fazer para se reconciliarem quando as consequências do pecado começarem a atingir a nação de Israel.

III. QUEM SOMOS

1. E se o meu povo, que se chama pelo meu nome.
- Em primeiro lugar Deus diz para quem é a promessa do versículo, ou seja, o povo de Deus. Você deve ser chamado de povo de Deus, por direito.

- No Antigo Testamento, em virtude da eleição divina (Dt 7.6ss; Is 48.12) e da aliança (Êx 24.1-11), Israel se compreende como Povo de Deus (Dt 29.12; Jr 7.23), povo santo, povo consagrado a Deus (Dt 7.6; 14.2; Êx 19.6), sua propriedade (Êx 19.5), seu filho (Êx 4.22), sua esposa (Os 2.4; Jr 2.2), reino de sacerdotes (Êx 19.6), povo mediador e testemunho para os outros povos (Is 44.8; Gn 12.3). Israel é o Povo; os outros povos são nações estrangeiras. Na sua história, Israel vive a expectativa de uma nova aliança (Jr 31.31; Ez 37.26) e dessa nova aliança nascerá um novo povo (Is 2.2; Jr 4.2) e sobre este povo Deus infundirá o seu espírito (Ez 36.27).

- A nova aliança, prometida e esperada pelo povo de Israel, se realiza no sangue de Cristo (1ª Co 11.25). Os fiéis a Cristo, regenerados pela Palavra de Deus viva e eterna (1ª Pd 1.23), não da carne, mas da água e do Espírito (Jo 3.5-6).

- O povo de Deus é “a raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido por Deus, para proclamar as obras maravilhosas daquele que chamou das trevas para a sua luz maravilhosa” (1ª Pd 2.9).

João 1.12 “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome.”

Somos o povo de Deus e carregamos o poderoso nome do Senhor Jesus. O nosso Deus é Aquele que tem poder em seu nome (Atos 4.12).

A Igreja precisa conhecer a si mesma. Cada cristão deve saber qual o seu papel no Reino de Deus e exercer sua missão de sal da terra e luz do mundo.

IV. DESOBEDIÊNCIA, A CAUSA DA MALDIÇÃO

“Se eu fechar os céus, e não houver chuva; ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra; ou se enviar a peste entre o meu povo.”

- No Antigo Testamento existem muitas promessas para Israel como também existem muitas advertências, as quais não podem ser desprezadas pela igreja, pois são princípios universais (Dt 27 e 28), mesmo que tenham sido direcionadas exclusivamente aos israelitas. Tanto a bênção quanto a maldição sempre fizeram parte daquela nação.

- Quando Israel firmou a aliança com Deus logo ficou ciente das condições que garantiriam a autenticidade deste acordo. As bênçãos estavam condicionadas a observância a voz do Senhor (Êx 15.26; 19.5; Lv 26.14-39; Dt 28.1), mas também dependeriam do correto relacionamento com Deus.
- No livro de Levítico 26.1-46, o Senhor Deus trata da bênção para a obediência e maldição para a desobediência, quando faz a aliança com Israel no Sinai. As bênçãos eram demonstradas em uma lista, seguidas de outra lista de punições que condenavam a rebeldia e a desobediência de Israel. A lista das maldições era tipicamente longa, seguindo o padrão adotado na época. Nessa aliança, Yhwh e Seu povo tinham feito votos de felicidade e de lealdade, um para com o outro.

- O castigo seria para o bem do Seu povo, porque produziria o resultado almejado: o verdadeiro arrependimento e a consequente volta às benções a Yhwh.

1. Consequências da desobediência de Israel (Dt 28).
1.1. A obediência resulta em maravilhosas bênçãos.
• Chuvas e colheitas fartas (vs. 1-5).
• Paz (vs. 6-10).
• Presença de Deus (vs. 11-13).

1.2. A desobediência resulta em desastrosas maldições.
• Doenças, escassez e fracassos (vs. 14-17).
• Seca e colheitas magras (vs. 18-20).
• Presença de predadores (vs. 21-22).
• Sufoco pela pilhagem de pessoas cruéis (vs. 23-26).
• Despejo ou deportação (vs. 27-39).
- Deuteronômio vinte e oito, fala sobre as bênçãos de ser obediente, esta palavra foi proferida ao povo de Israel. Se o povo obedecesse a Deus seriam exaltados entre as nações e a benção de Deus acompanharia todas as áreas da vida daquele povo.
Em Deuteronômio 28 encontramos quatorze versículos que apresentam as promessas de bênçãos e cinquenta e quatro alertam quanto a maldição pela desobediência (Dt 28.1-68).

• 1º grupo: Escassez, esterilidade, perdas, seca, derrota nas batalhas, opressão, escárnio, loucura, medo, adversidade, calamidade, vulnerabilidade, céu de bronze (fim das bênçãos espirituais), terra de ferro (fim das bênçãos materiais) e cegueira espiritual (15-31).

• 2º grupo: Cativeiro em terras estranhas (32-37). Seriam levados todos, inclusive o rei posto sobre eles (Jr 52.9-34; 1º Sm 8.5).

• 3º grupo: Colheitas amaldiçoadas, minguadas e escassas, problemas econômicos da nação, inversão de senhorio, a cabeça viraria cauda (38-46).

• 4º grupo: Invasões estrangeiras, horrores nunca visto entre eles, fome, canibalismo (Is 9.20; Jr 19.9; Lm 4.10) e falta de tudo. Não serviram a Deus na abundancia então serviriam ao inimigo (47-57).

• 5º grupo: Pragas, enfermidades graves e duradouras, dispersão, redução do povo, insegurança e servidão novamente no Egito, ou pelo menos os que tivessem ainda forças para serem escravos (58-68).

2. Esperança para Israel (Lv 26.40-46).
2.1. Se confessasse seus próprios pecados (v. 40).
2.2. As iniquidades de seus pais (v. 40).
- Esta é uma promessa do Senhor de não abandonar Israel para sempre. O objetivo de Deus ao lançar sobre Seu povo todos esses desastres não era destruir Israel, mas levá-lo ao arrependimento e recolocá-lo na terra.

3. Hoje nós podemos ver a triste situação do Brasil e do mundo.
- Temos ouvido falar acerca da pobreza crescente, da exploração aviltante, das desigualdades sociais, das mortes encomendadas, das guerras sanguinárias, das catástrofes ecológicas e da miséria no mundo. O ser humano está cada vez mais corrompido e menos compassivo. Parece que, a cada dia, os reflexos da glória de Deus no homem têm se tornado menos perceptíveis: ele está menos parecido com Deus. A sociedade está, instante após instante, mais deformada. Muitos projetos, propostas de melhoras e planos de emergência têm sido apresentados, mas nenhum sinal de restauração – isso, porque apenas a Igreja pode trazer restauração ao mundo. Existe um clamor! Até mesmo “… a natureza criada aguarda com ardente expectativa a revelação dos filhos de Deus” (Rm 8.19).

- Os olhos de todo o universo estão colocados na Igreja, e o mundo aguarda uma solução. A Igreja precisa ocupar a posição que o próprio Deus lhe deu. É tempo da Igreja se humilhar, orar, buscar a face de Deus e se converter dos maus caminhos. É tempo de cada membro da Igreja se vestir de pano de saco e cinza, rasgar o seu coração e apregoar um santo jejum em favor de cada nação. É tempo da Igreja brasileira acordar do seu mórbido sono, deixar de lado as desavenças, arrepender-se da sua inatividade e suplicar a graça de Deus com orações e jejuns. É tempo de acordar!

4. O caminho da benção.
- O Senhor Deus houve as petições, quando chamamos pelo seu nome, porque sabemos que no nome d’Ele há poder. E não existe outro nome em que podemos chamar se não ao Senhor Deus por Jesus Cristo através da pessoa bendita do Espírito Santo.

- Deus tem firmes propósitos de bênçãos para a sua vida, sempre. Mas existem alguns caminhos que o povo de Deus tem que trilhar para ser abençoado por Deus, e um desses caminhos está citado em 2º Crônicas 7.14.

- Em primeiro lugar você deve se lembrar que Deus jamais abençoará um pecador, pois o pecado destitui o homem da presença de Deus e da sua glória.
Romanos 3.23 “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.”

- Então para você ser abençoado por Deus, você deve estar no centro da vontade dele, não praticante de pecados.

- Você deve ser fiel a Jesus e, portanto, ser chamado de filho de Deus ou povo de Deus, pois Deus tem promessas de bênçãos para os fiéis e promessas de maldições para os infiéis.

2. Porém, a benção é condicional; logo então temos que:
Nos humilhar, orar, buscar à face do Senhor, se desviar dos maus caminhos.

V. QUATRO ATITUDES QUE DEVEM ESTAR NA MENTE DOS CRENTES, EM TODO TEMPO

1. Se humilhar. A palavra humilhar significa tornar-se humilde, e uma pessoa humilde nela há humildade.

- A palavra que originou “humildade” foi a grega HUMUS, que significa “terra”. Este mesmo vocábulo da antiga Grécia também deu origem as palavras “homem” e “humanidade”. ... “Humilde“, obviamente tem a mesma origem em HUMUS, e vem do grego HUMILIS, que significava literalmente “aquele/aquilo que fica no chão”.
- Humildade vem do latim humilitas, e é a virtude que consiste em conhecer as suas próprias limitações e fraquezas e agir de acordo com essa consciência.

Humildade significa:
1º Virtude que nos dá o sentimento da nossa fraqueza.
2º Ausência de vaidade.
b) Simples, simplicidade: forma natural de viver, falar, agir.
c) Despretensioso, sem pretensões.
 3º Submissão:
a) Ato ou efeito de submeter-se a uma autoridade, à uma lei.
b) Aceitação de um estado de dependência.

- A humildade é uma característica ou qualidade que possui uma pessoa que age com simplicidade, sem arrogância, soberba ou prepotência em suas atitudes ou palavras.

- A humildade é uma virtude, o que quer dizer que é algo positivo. Uma pessoa humilde reconhece suas limitações, não usa de falsa modéstia para receber elogios, não se deixa levar pelo orgulho e não acredita ser mais importante que o restante.

- Israel estava vivendo agora um tempo de grande prosperidade com o reinado de Davi e Salomão. O reinado de Salomão seria o mais próspero de toda história. O avanço da agricultura, a expansão bélica, o acúmulo de riquezas.

- Deus já havia alertado o povo quando saíram do Egito, para que eles não se esquecessem de Deus:
Dt 6.10 “Havendo-te, pois, o SENHOR, teu Deus, introduzido na terra que, sob juramento, prometeu a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó, te daria, grandes e boas cidades, que tu não edificaste; 11 - e casas cheias de tudo o que é bom, casas que não encheste; e poços abertos, que não abriste; vinhais e olivais, que não plantaste; e, quando comeres e te fartares, 12 - guarda-te, para que não esqueças o SENHOR, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão. 13 - O SENHOR, teu Deus, temerás, a ele servirás, e, pelo seu nome, jurarás. (Dt 6.10-13).

Qual é o cuidado de Deus aqui? É que eles não se esquecessem da fonte das bênçãos. Que eles não se esquecessem de manter a dependência de Deus.

Tg 4.10 “Humilhai-vos perante o Senhor, e Ele vos exaltará”.

- A soberba é a porta de entrada da ruína. Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.
Sl 51.17: “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus”.

Davi disse isso depois que reconheceu seu pecado de adultério. O salmo 51 foi escrito neste momento.

- Davi era rei, rico, poderoso, famoso, teria dinheiro para oferecer sacrifícios, holocaustos, mas tem consciência que o que Deus quer é seu arrependimento. O sacrifício que Deus quer é o coração quebrantado:
Sl 51.16: “Pois não te comprazes em sacrifícios; do contrário, eu tos daria; e não te agradas de holocaustos.”
Sl 51.17: “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus.”

O Senhor Deus nos deu o maior exemplo de humilhação:
Isaias 7.14 “Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel (Deus conosco).”

Joao 1.14 “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.”

Ou seja: O Senhor Deus se despiu de sua glória, e veio habitar em nós, humilhou-se a si mesmo, nos dando o exemplo de que é necessário nos esvaziarmos do nosso “eu” e nos vestirmos de Deus, para verdadeiramente sermos vencedores.

Filipenses 2.5-11 “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, 6 - Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, 7 -Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; 8 - E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. 9 - Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; 10 - Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, 11 - E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.”

Mateus 8.20 Jesus serviu humildemente seus discípulos por estabelecer o modelo para eles.
João 13.14-16 “Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. 15 - Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. 16 - Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou.”

Mateus 23.12 “E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado.”

A falta de humildade é um pecado para os seguidores da doutrina cristã, sendo esta essencial para a construção de uma "vida santa" e isenta de outros pecados.

2. Orar. O verbo orar no hebraico (pãlal), traz o sentido de: “orar, interferir, mediar, julgar”. Esta palavra ocorre 84 vezes no Antigo Testamento hebraico. No Novo Testamento Grego encontramos o verbo (euchomai), “orara a Deus”, é usado com este significado em (2ª Co 13.7) “rogo”; (2ª Co 13.9) “desejamos”; (Tg 5.16; 3ª Jo 2).

2.1. O que é orar? Orar é conversar com Deus. É contar para Ele tudo que sentimos, tudo que pensamos, o que acontece durante o dia e também pedir a sua ajuda quando precisamos, porque Ele se importa com o que acontece conosco.
Orar significa dizer ou fazer súplicas.

2.2. Oração é:
A. Suplicar.
B. Pedir com humildade.
C. Rogar, rogatória. Solicitação feita a juiz ou tribunal de outro país para que determine o cumprimento de certos atos que fogem à jurisdição de quem solicita.
D. Súplice. A palavra súplice é derivada de suplicar e significa: prostrar-se pedindo.
Todos nós estamos convencidos dos benefícios da oração. Mas porque oramos tão pouco? É verdade que existem crentes que passam dias sem orar, ou só oram e leem suas Bíblias no culto de domingo.

2.3. Quando podemos falar com Deus? Podemos, a qualquer hora, falar com Deus, pois Ele está sempre pronto e ansioso para nos ouvir e ser nosso melhor amigo! (1ª Ts 5.17 Lc 18.7,8).

2.4. Mas é possível ser um crente fiel, e dispensar a prática da oração? É claro que não!

- Jesus (O verbo que se fez carne e habitou entre nós), tinha uma vida de oração, nos deixando o exemplo que neste mundo que vivemos precisamos seguir seu exemplo:

Mateus 14.23 “Tendo-as despedido, subiu ao monte para orar à parte. Ao anoitecer, estava ali sozinho.”

Mateus 26.36 “Então foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse aos discípulos: Sentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar.”

Mateus 26.44 “Deixando-os novamente, foi orar terceira vez, repetindo as mesmas palavras.”
- No Getsêmane, Jesus fez claramente esta advertência aos discípulos: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito na verdade está pronto, mas a carne é fraca” (Marcos 14.38).
- Orar não pode ser visto como ato de penitência para meramente subjugar a carne. Em nenhum momento a Bíblia traz esta ênfase. Oração não é castigo (assim como a leitura das Escrituras), ideia que alguns pais equivocadamente passam para os filhos, quando os ordena a orar como disciplina por alguma desobediência. Eles acabam criando uma verdadeira repulsa à vida de oração, desconhecendo o verdadeiro valor que ela representa para as suas vidas, por terem aprendido pela prática a reconhecê-la apenas como meio de castigo pessoal. Ao contrário, se aprenderem que orar é ato que eleva o espírito e brota de maneira espontânea do coração consciente de sua indispensabilidade, como ensina a Bíblia, saberão cultivar a oração como exercício de profunda amizade com Deus que resulta em crescimento espiritual.

Cl 1.9: “Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual;"). De igual modo, o mesmo acontecerá conosco.”

A oração é o nosso meio de defesa face às tentações, seja para evitá-las, seja para vencê-las.

3. Buscar a Face do Senhor.
- O versículo diz: “orar e me buscar”. O que significa buscar a face de Deus? É desejar conhecê-lo mais a cada dia. É reconhecer a Deus como a melhor companhia, é saciar-se da presença Dele.
Salmo 105.4 “Buscai o Senhor, e a sua força; buscai a sua face continuamente”.

Buscar significa:
1. Descobrir. Tirar cobertura que ocultava.
2. Encontrar: se deparar com alguém ou algo.
3. Conhecer.
4. Ter conhecimento de algo ou alguém.
5. Saber muito bem sobre algo ou alguém.

3.1. Buscando o Senhor significa buscar sua presença. “Presença” é uma tradução comum da palavra hebraica “face”. Literalmente, nós devemos buscar sua “face”. Mas esta é a maneira hebraica de se ter acesso a Deus. Para estar diante de sua face é estar na sua presença.

E, segundo, sim, ele está sempre presente com seus filhos no sentido da sua promessa da aliança a sempre estar do nosso lado e trabalhar por nós e transformar tudo para o nosso bem. “Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.20).

3.2. Mas há um sentido em que a presença de Deus não está conosco sempre. Por esta razão, a Bíblia repetidamente nos convoca a “buscar o Senhor … buscai a sua presença continuamente”. A manifestação de Deus, consciente, presença confiável não é a nossa experiência constante. Há épocas em que nos tornamos negligentes ao Senhor e nem sequer pensamos nele e não colocamos a confiança nele e nós o encontramos “imanifestado”, isto é, despercebido como grande e belo e valioso pelos olhos dos nossos corações.

Seu rosto - o brilho de seu caráter pessoal está escondido atrás da cortina de nossos desejos carnais. Esta condição está sempre pronta para nos alcançar. É por isso que nos é dito para “buscar a sua presença continuamente.” Deus chama-nos a desfrutar da consciência continua de sua suprema grandiosidade e beleza e valor.

Isto acontece através da “busca”. Busca contínua. Mas o que isso significa na prática? Tanto o Antigo e Novo Testamentos dizem que é um “ajuste da mente e do coração” em Deus. É a fixação consciente ou foco de atenção da nossa mente e a afeição do nosso coração em Deus.

1º Cr 22.19: “Disponde, pois, agora o vosso coração e vossa alma para buscardes ao Senhor vosso Deus.”.

Cl 3.1-2: “Portanto, se já, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que que são da terra.

4. Se Desviar (converter) dos maus caminho. “...e se converter dos seus maus caminhos...”.

4.1. O que é converter dos seus maus caminhos?
Desviar (converter) vem a ser:
- Mudar de direção, mudar de destino.
- Afastar-se de lugar onde se encontrava.
- Conversão é transformação, alteração de sentido ou direção - mudança de rumo.
- Converter-se pela ótica bíblica é abandonar práticas que não agradam a Deus.

Perceba que este texto é voltado para o povo de Deus. Este versículo não está direcionado para um ateu.

- Mas Deus na sua misericórdia, está pronto a perdoar o homem pecador, e isto porque Ele é piedoso e misericordioso, tardio em irar-se e de grande benignidade. O homem, portanto, tem a possibilidade de escapar ao juízo e à condenação divina. Mas para que o homem pecador possa obter o perdão dos seus pecados, ele deve arrepender-se e converter-se conforme está escrito:

Atos 3.19 “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados”.
Is 55.7 “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele, torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar”.
- Arrepender-se significa sentir desgosto e dor pelo mal feito e converter-se significa abandonar os maus caminhos e encaminhar-se para o caminho santo e justo, ou melhor, pôr-se a servir o Deus vivo e verdadeiro com uma vida cheia de frutos de justiça. Quando os Ninivitas creram em Jonas que anunciava o iminente juízo de Deus sobre eles por causa das suas iniquidades, eles se converteram do seu mau caminho e de facto Deus ao ver isso “se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria, e não o fez” (Jonas 3.10). Como se pode ver Deus teve piedade dessas almas porque viu que se arrependeram e se converteram das suas iniquidades.

- É bom precisar, porém, que esta conversão a Deus implica passar a crer em Jesus Cristo. O que significa isto? Isto é, o que significa crer em Jesus Cristo? Significa que o pecador quando se arrepende e decide converter-se a Deus, para obter a remissão dos seus pecados, deve crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus, morto na cruz pelos nossos pecados e ressuscitado dentre os mortos ao terceiro dia para a nossa justificação (cf. Rm 4.25).

- Ele deve fazer seus estes factos, aceitá-los por fé, ainda que não tenha sido testemunha ocular deles tendo acontecido muitos séculos atrás. Estes factos são perfeitamente verazes, a Escritura fala deles, e a Escritura é digna de ser crida, seja qual for a coisa que diga, porque é inspirada pelo Deus que não pode mentir. De Jesus Cristo “todos os profetas dão testemunho de que todo o que nele crê receberá a remissão dos pecados pelo seu nome” (Atos 10.43).

É somente mediante a fé em Cristo que se pode obter a remissão dos pecados. As boas obras, não importa de que género elas sejam, quantas sejam, e qual seja a religião a prescrevê-las, não podem de nenhuma maneira fazer obter ao homem a remissão dos seus pecados. Se pudessem fazer isto, Cristo teria morrido inutilmente, ou seja, o seu sacrifício não teria servido para nada.

A remissão dos pecados é uma experiência maravilhosa que todos aqueles que se converteram a Deus mediante Cristo Jesus, experimentaram exatamente no preciso momento em que se arrependeram e se converteram. É uma experiência que marca a vida, que permanece indelével na memória, e que o homem ou a mulher que a experimentou se sente na obrigação de contar aos outros para que outros possam experimentá-la pela graça de Deus.

4.2. Não podemos andar de qualquer maneira.

4.3. Ele quer que andemos na Sua presença.
- E se desviar: tomar um desvio; deixar a estrada em que está; converter-se; dar meia-volta.

- Desviar-se de quê?
1) Dos maus caminhos.
2) Do mau comportamento.
3) Péssimo padrão de vida.
4) Conduta ruim.
5) Deixar o pecado.
6) Deixar a vida de compromisso com o mundo.

- Se desviar – Deus não obriga, não coage, não força.

4.4. Nós precisamos romper com o pecado e voltar-nos a Deus. Confessemos o pecado. Endireitemos nossa vida. Precisamos responder ao Senhor com as palavras do Salmo 139:23 e 24.
- Isso significa que o povo de Deus muitas vezes se extravia do caminho, e precisa voltar.

Hoje pouco se ouve falar de arrependimento. Há uma tendência de a igreja moderna esquecer o arrependimento. Hoje temos o evangelho da prosperidade, da autoajuda.

- Hoje vemos florescer um falso evangelho, o evangelho da prosperidade, e não o evangelho da cruz. Esse evangelho promete conforto, e não sacrifício; sucesso, e não renúncia; riquezas na terra, e não bem-aventurança no céu. Esse evangelho coloca o ser humano no centro, em vez de Deus. E antropocêntrico, e não teocêntrico. Nesse evangelho é Deus quem está a serviço do homem, e não o homem a serviço de Deus. Nesse evangelho é a vontade do homem que deve ser feita no céu, e não a vontade de Deus que deve ser feita na terra.

João Batista disse: “Arrependam-se”. Jesus diz a mesma coisa depois.
A igreja que leva a Palavra de Deus a sério, ela sempre pregou a mensagem e arrependimento.

4.5. Buscar o Meu rosto, minha presença.
a) Comunhão diária com Deus.
b) Colocar a Deus em primeiro lugar.
c) Sobre todas as coisas.
d) Depender absolutamente d’Ele.

O Senhor Deus conhece os que se desviam dos caminhos tortuosos.
Jó 1.8 “Disse o Senhor a Satanás: Notaste porventura o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal?”

Jó 2.3 “Disse o Senhor a Satanás: Notaste porventura o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal? Ele ainda retém a sua integridade, embora me incitasses contra ele, para o consumir sem causa.”

Jó foi um homem vitorioso em Deus e tinha o nome comentado no céu, por se desviar dos maus caminhos aqui na terra.

Nós também poderemos desfrutar da mesma benção que Jó desfrutou, se procurarmos seguir este exemplo de Jó na presença de Deus.

VI. AS RESPOSTAS DIVINAS ÀS ATITUDES DO POVO

1. Então eu Ouvirei dos Céus.
Deus ouve quando falamos com Ele.
Ouvir significa:
3.1. Escutar ou estar atento para ouvir.

3.2. Prestar atenção para ouvir alguma coisa.
João 9.31 “Sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém for temente a Deus, e fizer a sua vontade, a esse ele ouve.”

A melhor coisa que existe é podermos abrir o coração para alguém e lhe falar o que estamos sentindo, sejam alegrias, sejam tristezas, etc. O Senhor Deus está sempre aberto a ouvir quem é temente a Ele.

2. Perdoarei os seus pecados.
Possuímos uma natureza pecaminosa infelizmente, e quando passamos da lei da inocência (criança, pré-adolescente, adolescente) para a lei da consciência (adolescentes, jovem, adulto), nos deparamos com este conhecimento. E o único que pode perdoar e nos livrar dos nossos pecados é Jesus Cristo.

Romanos 3.23 “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.”

Romanos 5.12 “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram.”

Romanos 8.1-2 “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. 2 Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.”

3. E Sararei a sua terra.
Sarar: Significa curar: restituir a saúde de quem estava doente física ou espiritualmente.
O Senhor Deus nunca nos deixará a nossa própria sorte, se procurarmos sempre buscar a ele, e termos uma vida de renúncia, e colocarmos a nossa Fé em prática sempre.

Hebreus 11.1 “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem”. 2 - “Porque por ela os antigos alcançaram bom testemunho”. 3 - “Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê”.

CONCLUSÃO.
Para que a bênçãos do Pai cheguem até nós, é necessário nos humilhar, orar sem cessar e com fé, buscar Sua face com temor, se arrepender e se converter de todos os nossos pecador, para que as misericórdias do Senhor nos alcance.

Quando o povo de Deus entender que não é pela nossa força humana, pelo nosso conhecimento, pela placa ou nome das denominações, ou pelo nome de um pregador famoso.

Que a história deste país vai mudar, mas só vai mudar quando entendermos que sem Jesus não somos nada, sem a Palavra de Deus nós nada somos, sem Deus nós não somos nada, sem o Senhor não podemos fazer nada (Sl 33.12-18; Jr 17.5-8).

1. Este é o preço do reavivamento e da reforma.
a) “Se meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a Minha face, e se converter dos seus maus caminhos...” – Este é o preço exigido por Deus.

b) “...Então, Eu ouvirei dos Céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua Terra” – é a bênção consequente.

2. Deus está hoje esperando que estejamos dispostos a pagar o preço para que Ele possa derramar as copiosas chuvas de um reavivamento – um dos últimos que a humanidade experimentará antes da volta de Cristo.

3. Está você disposto a pagar o preço? Estamos nós dispostos a pagar o preço? Que ouçamos a voz do Espírito Santo falando ao nosso coração. Amém!