TEOLOGIA EM FOCO: fevereiro 2012

sábado, 25 de fevereiro de 2012

USOS E COSTUMES



Antes de tudo, queremos deixar claro que não pretendo ser um reformador de igreja, mas como um simples ministro do evangelho, estou revestido de coragem para dizer as verdades que a Bíblia diz, visando diminuir a divisão espiritual que de forma sutil e equivocada, adentraram dentro das igrejas evangélicas pela má interpretação bíblica.

Neste tópico, veremos alguns desvios doutrinários, com relação a uso e costumes. Embora a seita dos fariseus não exista formalmente, mas o sistema farisaico ainda continua devastando muitas igrejas, e com isso estreitando as portas do Reino e desviando-as do verdadeiro evangelho.

[...] No 5º Encontro de líderes das Assembleia de Deus (ELAD), realizado em 1994, o pastor Antônio Gilberto afirmou que o assunto precisa ser tratado com equilíbrio, para que se evite cair no sectarismo, farisaísmo e exclusivismo [Revista Obreiro, p. 30].

I.       ÉTICA

Origem da palavra ética, vem do grego ethos, que significa costume, disposição, hábito. No latim, vem de mos, com o significado de costume, uso, regra.

Ao estudarmos o tema sobre usos costume, é importante sabermos que este assunto está relacionado à ética. Pois ela relaciona-se aos costumes ou práticas sociais de um povo. Na Igreja, ela consiste nos conceitos que determinam o certo e o errado, de acordo com as Escrituras. A ética cristã tem por finalidade moldar a vida do crente dentro dos princípios que levam a um viver pleno de virtudes, valores morais e espirituais, segundo as Escrituras e a ação do Espírito Santo em nosso ser (2ºª Co 3.17-18; Gl 5.22-23).

Portanto, a ética na igreja baseia-se no caráter de Deus, segundo o que está revelado na Bíblia. No Antigo Testamento, estão os princípios divinos que norteiam o comportamento humano. Jesus confrontou o legalismo hipócrita dos fariseus quanto a Lei, a espiritualidade e a vida material.

A ética perfeita é inerente ao caráter de Deus. Ele não precisa nem depende de regras, pois é a fonte da ética. Os vários nomes de Deus, expressos na Bíblia, revelam que o Altíssimo é perfeito em santidade por si mesmo. As qualidades morais que revelam o caráter de Deus, tais como justiça, retidão, perfeição, santidade, misericórdia e amor. Sua justiça é atributo moral que revela seu perfeito julgamento. A Igreja de Cristo apregoa a justiça, segundo a justiça de Deus que se manifestou em Cristo, o qual cumpriu toda a justiça (Rm 1.17). Por isso, Cristo se tornou da parte de Deus sabedoria, justiça, santificação e redenção (1º Co 1.30). A misericórdia de Deus é expressão da sua justiça (Êx 34.6-7; Sl 145.8). Finalmente, aludimos ao infinito e eterno amor de Deus revelado a obra-prima da Sua criação, ao homem (Jr 31.3; 1ª Co 13.7).

Nenhum sistema ético do mundo, mesmo o mais depurado, assemelha-se ao sistema que Jesus implantou, pois se trata da ética como elemento do Reino dos céus.


A Igreja de Cristo na terra deve expressar, no seu comportamento, a ética que Cristo viveu e ensinou em relação a vida particular.

II.    COSTUME
[....] A palavra costume deriva do latim com (totalmente) e suescere (acostumar-se com), ou seja, algo com o que alguém fica acostumado. “Na Pequena Enciclopédia Bíblia, Orlando Boyer define costume como “uso, prática geralmente observada” (p.169). As palavras gregas usada para costume são ethos (Lc 2.42 e Hb 10.25 e synetheia (Jo 18.19; 1ª Co 8.7; 11.16). A primeira, de onde vem a palavra “ética”, significa costume de lei, uso (Lc 1.9). [EZEQUIAS SOARES. Manual do Obreiro, ano 22 – nº 11 - 2000. P. 55].

[....] Tanto a tradição quanto os usos e costumes são objetos de estudo da Sociologia.
Segundo o sociólogo Maciver, os usos e costumes são procedimentos, maneiras de agir, que surgem gradualmente, sem que nenhuma autoridade constituída os imponha [Revista Obreiro, p. 36].

[...] Raimundo de Oliveira afirma que a coletivização dum costume decorrente da frequência com que ele é praticado não o legitima e nem faz inquestionável como lei ou mandamento para todas as pessoas.

Os costumes em si são sociais, humanos, regionais e temporais, porque ocorrem na esfera humana, sendo inúmeros deles gerados e influenciados pelas etnias, etariedade, tradições, crendices, individualismos, humanismos, estrangeirismos e ignorância [Revista Obreiro, p. 37].

[...] A doutrina bíblica é a base sólida, eterna, indispensável e indiscutível da Igreja. Quanto aos costumes, eles são relativos e passageiros [Jorge Vaz de Oliveira. Revista Obreiro, p. 5].

[....] Não é biblicamente correto usar doutrina e costume como se fosse a mesma coisa. O costume é “prática habitual; uma lei oral, modo de proceder, comportamento trajes e regras. Jurisprudência baseada em uso; modo vulgar; particularidade; moda; traje característico. Procedimento; modo de viver.

O costume é “pratica habitual. Moda de proceder. Jurisprudência baseado em uso; modo vulgar; particularidade; moda traje característico, procedimento; modo de viver”.

Os costumes, vistos pela ótica cristã, são linhas recomendáveis de comportamento. Estão ligados ao bom testemunho do crente perante o mundo. Estão colocados no contexto temporal, não estão comprometidos diretamente com a salvação. [EZEQUIAS SOARES. Manual do Obreiro, ano 22 – nº 11 - 2000. P. 55].

[...] As pessoas agem de determinada forma, não por ter fundamento bíblico, ou porque foi ensinada a fazer, ou por ser a única maneira de fazê-la, mas porque viu alguém fazer, ou se acostumou assim [LINHARES. Usos e costumes. P. 37].

“Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homem” (Mateus 15.8-9).

[...] Nessa passagem, Jesus nos alerta do perigo que corremos ao valorizar os costumes. Anulamos a benção de Deus ao rotularmos os sinais divinos de acordo com nossos costumes. Foi o que aconteceu com os fariseus: eles, como algumas igrejas do Brasil, limitavam o poder de Deus aos seus costumes [LINHARES. Usos e costumes. P. 46].

Muitas pessoas dão mais importância ao costume do que a própria doutrina bíblica. Nesse caso elas não se desenvolveram intelectualmente, (ainda são imaturos na Palavra de Deus), não procuram se aperfeiçoar – estão estagnados.

É óbvio que o padrão moral da igreja deve ser diferente do mundo, porque a Igreja é um “povo Seu especial”, “puro”, “imaculado”, (Tt 2.14). A igreja deve ter um padrão, mas sem esquisitice. O povo de Deus deve ser diferente do mundo, no sentido espiritual e moral. A Bíblia não fixa o tipo minucioso da moda e porte da igreja, mas trata e fixa os princípios, os limites bíblicos para quem gosta de agradar a Deus nesse assunto (1ª Tm 2.9-10). A observância rigorosa de usos e costumes na igreja, sem o ensino da doutrina bíblica, leva o crente ao fanatismo, ao legalismo da salvação pelas obras, ao fanatismo religioso e à falsa santidade [JOSÉ APOLÔNIO. Revista Obreiro. P. 63].

O ministro é o porta vós de Deus para ensinar a verdadeira doutrina e deve saber que o novo nascimento é uma mudança de opinião e de coração produzido pelo Espírito e pela Palavra. A santificação é uma separação do pecado tendo uma vida exclusiva para Deus e os costumes são hábitos do ser humano na vida cotidiana.

Costume é a forma de expressão do porte, postura e comportamento social, religioso e moral do cristão confirmando ou comprometendo a doutrina bíblica e a ética cristã.

O comportamento dos homens é, sobretudo, feito de hábitos e sempre foi difícil modificar aquilo que acaba por ser confortável, mesmo que esse conforto crie às vezes erros funestos.

[...] As doutrinas da Bíblia são divinas, imutáveis e universais. Os costumes, em si mesmos, são sociais, humanos, regionais e temporais. A doutrina dá origem aos bons e santos costumes, hábitos e práticas. Porém, eles também podem ser em grande parte gerados, influenciados e mantidos pelas etnias, tradições, culturas, crendices populares, individualismos excentricidades, estrangeirismos, ignorâncias, fanatismos e carnalidade do cristão (segundo este termo do Novo Testamento - 2ª Co 3.1-3) [Antonio Gilberto. Mensageiro da Paz ano 2004].

Segundo o pastor Raimundo de oliveira no seu livreto “Doutrina e Costumes e Tradições” publicado em 1987, escreve: “apesar da doutrina bíblica gerar bons costumes, nem mesmo os bons costumes devem ser confundidos com doutrina bíblica. Doutrina não é simplesmente aquilo que o ministro estabelece como ensino para a sua igreja. De momento, o ministro poderá estar pregando a favor do que gosta, e contra o que não gosta, e no seu zelo passar a admitir que está a ensinar essencialmente doutrina bíblica”. [...] “Não me consta que Deus tenha delegado a nós pastores o poder exclusivo de determinar o que compete à igreja fazer ou não fazer [Revista Obreiro, p. 32-33].

[....] O pastor Antônio Gilberto escreveu, no seu livreto “Doutrina, usos e costumes”, o seguinte: È sabido por todos nós que em muitas igrejas nossas tem havido distorções, exageros e extravagâncias, principalmente na área dos costumes, com abusos, intolerância e inversão de valores, por parte de quem, por não ter o devido embasamento bíblico e ministerial, criou por si mesmo um sistema de costumes, chamando-os de “doutrina”, quando na realidade o tal costume virou ‘lei’ [Revista Obreiro, p. 32].

1.      As más atitudes corrompem os bons costumes.
Segundo o pastor Antônio Gilberto no seu livreto “Doutrinas, Usos e Costumes”, os costumes, do ponto de vista bíblico, são classificados entre duas modalidades: maus costumes e bons costumes [Revista Obreiro, p. 37].

“Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes. Vigiai justamente e não pequeis; porque alguns não têm conhecimento de Deus; digo para vergonha vossa” (1ª Co 15.33-34).

No contexto deste versículo, Paulo combate certos irmãos que estavam no convívio da igreja, mas viviam na prática do pecado e não tinham o conhecimento de Deus. Os tais estavam ligados com o mundo conforme ele relata. As más conversações, as más atitudes, as más conversas corrompem os bons costumes. O apóstolo está falando dos costumes morais, pois se trata do caráter e da santidade do cristão.

Paulo deseja ensinar que na medida em que estamos detendo-nos no caminho de nossa vida com aqueles que não possuem o conhecimento das verdades de Deus, gradativamente vamos flexionando nossos padrões, condutas e posições acerca de tudo o que temos aprendido de Deus. Andar com os que não possuem a mente de Cristo é perigo alertado desde o Velho Testamento quando o livro dos Salmos:

“Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores” (Sl 1.1).
Seremos bem aventurados ou felizes se não pararmos nas rodas suspeitas e que não obedecem a Deus. Mais do que nunca, precisamos que os crentes em Jesus Cristo estejam alerta sobre as “más conversações” que tem como objetivo fundamental destruir os bons costumes. Palavras de desapreço ao irmão, insinuações maldosas, críticas aos trabalhos da igreja, sugestões de flexionar os padrões cristãos e claramente ensinados na Bíblia, convites a deixar o culto para estar em casa.

Nunca devemos idealizar o ambiente cristão conforme nossos padrões, falhos, limitados e tendenciosos. Precisamos sim, amoldar nossa vida ao que Cristo quer fazer em nossa vida e em nosso meio. Para tanto, precisamos trabalhar com a Bíblia na mão para que nossa vida seja instrumento da construção de um ambiente coerente e desejado por Deus.

Não devemos usar este versículo em nossas homilias para falar sobre usos e costumes num sentido negativo em vez de usarmos a interpretação correta. Precisamos entender o que realmente o autor quer dizer sobre bons costumes.

Bons costumes são tudo aquilo que é bom e não fere o caráter espiritual e moral. Por exemplo: o homem que convive na prática do pecado tem um mau costume. Tem uma vida dissoluta e impura; ele mente, mata, rouba, prostitui-se, adultera, fala mal dos outros, não cumpre suas obrigações, seu caráter é mau, corrupto e, destrói seu corpo com bebidas, drogas, tabaco, sexo, etc..., mas quando ele se converte a Deus, há uma mudança de vida, de mente, uma regeneração, ou seja, uma mudança de costumes e hábitos. Antes de conhecer Deus ele estava na prática do pecado, mas ao aceitar Cristo como seu Salvador, houve uma mudança de vida e de hábitos.

[...] Há igrejas que têm um grande número de costumes (e às vezes maus costumes), mas pouca doutrina bíblica. A simples observação de usos e costumes na igreja, de modo legalista, sem o lastro e prática da doutrina bíblica, leva o crente ao farisaísmo, ao legalismo da salvação pelas obras; ao fanatismo e a falsa santidade” [Antônio Gilberto. Livreto Usos e costumes].

Por outro lado, o conhecimento e o ensino da doutrina bíblica na igreja, sem a sua prática através da vida santa do crente, do seu testemunho cristão, dos bons costumes, da conduta irrepreensível e da honestidade, é inoperante, é infrutífera, é contraditória, é um tropeço perante o mundo.

A Doutrina Bíblica leva-o a praticar bons costumes, agora ele ora, canta louvores, lê a Bíblia diariamente e bons livros, é fiel a Deus, vem à Casa de Senhor, dá bom testemunho, tem um padrão moral irrepreensível e honesto. Agora demonstra misericórdia, amor ao próximo, é generoso, benigno, faz a obra do Senhor e vive em paz com todos. Estes atributos é o que chamamos de bons costumes.

“Temo, pois, que, indo ter convosco, não vos encontre na forma em que vos quero, e que também vós me acheis diferente do que esperáveis, e que haja entre vós contendas, invejas, iras, porfias, detrações, intrigas, orgulho e tumultos” (2ª Co 12.20).


Lendo a lista acima, nem parece tratar-se de uma igreja com tantos dons. Contudo, isto significa que a espiritualidade de uma igreja não pode ser avaliada pela qualidade de dons, mas pelo seu caráter e amor a Deus e ao próximo. Tais pecados estavam corrompendo os bons costumes, anulando a ética cristã e promovendo dissensões e divisões entre os santos.

III. TRADIÇÃO
[....] A tradição deve ser encarada da mesma forma que os costumes, por ser um objeto de estudo da sociologia.

Por tradição, a sociologia mostra que é aquela parte da herança social valorizada pelo que representou no passado. Há na atitude tradicionalista um apego ao antigo, pelo que significou.
Existe a tradição oral, tradição por imitação e a tradição consciente. A tradição pode sofrer, ao longo dos anos, maior enfraquecimento.

Segundo as Escrituras o rei Davi transgrediu a tradição quando entrando no santuário comeu do pão da proposição, só permitido ao sumo sacerdote.

Da mesma forma Jesus transgrediu a tradição dos anciãos ao comer sem lavar as mãos (Mt 15.1-9).

“Por aquele tempo, em dia de sábado, passou Jesus pelas searas. Ora, estando os seus discípulos com fome, entraram a colher espigas e a comer. Os fariseus, porém, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer em dia de sábado” (Mt 12.1-2).

Embora os fariseus acusem Jesus de violar o sábado, Ele, na realidade, apenas não observou a interpretação exagerada que eles davam a respeito. Jesus declara que a observância do sábado não deveria transformar-se num ritual mantido à custa das necessidades essenciais do homem.

O apóstolo Pedro anulou a tradição segundo um judeu não podia se congregar com um gentio (At 10.28).

As tradições evangélicas hodiernas são um obstáculo para a pregação do Evangélico. Assim como os fariseus fechavam o reino de Deus com suas tradições, muitos “ministros” procedem da mesma forma.

Por issoo mestre Jesus diz: “Ai de vocês, mestres da Lei e fariseus, hipócritas! Pois vocês fecham a porta do Reino do Céu para os outros, mas vocês mesmos não entram, nem deixam que entrem os que estão querendo entrar” (Mt 23.13).


Jesus declara um aí de juízo contra os mestres da Lei que fecham o reino de Deus pelas suas tradições orais e denominacionais que leva o cristão ao farisaísmo, radicalismo e ao fanatismo religioso.

IV. USOS
O costume é o habito de cada ser humano, podendo ser mau ou bom. Devemos ter o bom senso e o discernimento para entender o agradável e o desagradável. O costume é aquilo que usamos habitualmente; fazer uso de alguma coisa; portar-se; ter costume; trajar; vestir-se. O costume também pode ser bom ou ruim dependendo do modo que nos vestimos. Porém muitos “evangélicos” fazem dos usos e costumes, regras para meio de salvação adulterando o evangelho de Cristo. Bem como nos dias de Jesus os fariseus usavam das suas tradições para purificação, certos evangélicos hoje usam de seus costumes para a santificação e meio de salvação.

As igrejas tradicionais seguem uma cultura tradicional transmitida pela autoridade dos anciãos. O costume é a base da autoridade. São igrejas estagnadas e não há, entre os primitivos, um conceito de progresso. Isto não quer dizer que nada muda, porém o ritmo da mudança é lento. Resumindo, eles vivem em sociedades tradicionais caracterizadas pelo isolamento e pelo forte controle grupal.

A igreja cristã começou a crescer após o dia do pentecoste, onde foram todos revestidos da plenitude do Espírito Santo (At 1.8). Mas o que atribuímos o crescimento desta igreja? Atos 5.14 diz: “E crescia mais e mais a multidão de crentes, tanto homens como mulheres, agregados ao Senhor”.

Analisando Atos 2.41-47 a luz da Palavra, a Igreja primitiva estava firmada na verdadeira doutrina (v. 42); nos fundamentos que Jesus havia ensinado Seus discípulos, praticavam comunhão e perseveravam na oração (v.42); em cada alma havia temor (v.43); Tinham tudo em comum; praticavam o verdadeiro amor; pois vendiam suas propriedades e distribuíam entre todos (v.43-44) Tinham unidade (v. 46); praticavam o verdadeiro louvor e adoração (v. 47). Estas são as razões do crescimento e dos milagres.

Mas o que vemos hoje é um equívoco quando muitos atribuem o crescimento de suas igrejas aos usos e costumes. Isto é um descaso com o sacrifício de Jesus no Calvário, com os ensinos que Ele deixou aos Seus discípulos. É de suprema importância estudar este assunto a luz da Palavra.



Uma espécie de túnica usada sobre a camisola que no homem ia até o tornozelo, e na mulher, até os pés, com um largo cinto sobre a cintura, era a roupa comum do povo. As vestes femininas tinham diferenças nos enfeites e nos tipos de fazenda (Dt 22.5), ceroulas compridas eram usadas por baixo da camisola. As crianças pobres andavam nuas até a puberdade. As mulheres e as moças protegiam a cabeça com véus coloridos. O povo andava descalço a maior parte do tempo. Apenas nas viagens longas usavam uma sandália de couro com finas tiras de pele que iam até os tornozelos.

Dada à poeira das estradas, era comum entre os judeus o lava-pés. As famílias mais abastadas tinham até um servo para esse trabalho (ref. Mc 6.11; Jo 11.2; 13.5; 1ª Tm 5.10).


O texto de Marcos 1.16 indica que as roupas de João Batista, tecidas com pelos de camelos, eram baratas e próprias de um personagem como ele, proveniente da seita dos essênios.

III. AS ROUPAS SACERDOTAIS DO VELHO TESTAMENTO

Os sacerdotes daqueles dias vestiam-se de modo muito distinto aos dos padres e pastores de hoje. As vestes sacerdotais eram detalhadamente descritas por Deus. As vestimentas consistiam em: calções curto desde os rins até as coxas; uma camisa estreita, tecido de alto a baixo e sem costura, descendo até os artelhos e apertada na cinta por um cíngulo bordado, simbolicamente ornamentada; As túnicas que revestiam mantas eram adornadas com bordados, multicoloridas e de uma simbologia riquíssima; o linho representava a pureza; as cores, a multiforme graça de Deus; o ouro, a realeza; as pedras preciosas, as diversas tribos de Israel (Êx 28.4, 5; 40-42). Os sacerdotes eram obrigados a usar barba não podiam sequer contornar (Lv 19.27).

Os sacerdotes também se penteavam com muito cuidado. Além de inúmeros adereços e ornamentos nas roupas, colocavam tiaras de linho na cabeça (Êx 35. 9; 39.27-28). “Tiaras de linho lhes estarão sobre a cabeça, e calções de linho sobre as coxas; não se cingirão a ponto de lhes vir suor” (Ez 44.18).

O suor simboliza trabalho penoso e talvez fosse necessário evitar qualquer sugestão de que o culto a Deus fosse algo penoso. Jeremias pronuncia-se contra os que consideravam a mensagem de Deus como uma “sentença pesada” (Jr 23.33-37), e foram justamente estes que foram destruídos na queda de Jerusalém. E por esta razão Jesus nos oferece seu fardo dizendo: “Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt 11.28-30).

Deus mandou os sacerdotes que se vestissem de forma meticulosa e bonita, pois as vestes sacerdotais representariam um sinal da benção do Senhor. Os artesãos convocados para elaborá-las esmeravam-se nos detalhes e na riqueza de sua confecção (Êx 39.1-31).

As mulheres não tinham ofício sacerdotal em Israel. Os sacerdotes eram proibidos de raspar suas cabeças ou barbas, dilacerar seus corpos ou arrancar suas vestes (Lv 21.5-6; 10.11), um sinal de luto.
Mas hoje como podemos nos vestir? É notório ao leitor que as roupas sacerdotais do V.T., eram descritas por Deus. Mas, no tempo da graça Deus não estipulou um critério de roupas para pregadores ministrar o Seu evangelho. Conforme a nossa cultura vai evoluindo também devemos evoluir e por seguinte cada ministro deve se vestir e andar dentro da cultura da sua geração. Nos dias de Jesus e dos apóstolos eles usavam vestidões e roupas compridas. Mas hoje como tomar como modelo?


Estes eram costumes do povo israelita, mas não são nossos. Naqueles dias eram aceitáveis, mas hoje não são mais, pois como já vimos costumes mudam de povo para povo e de época para época. Portanto, ao ler a Bíblia Sagrada devemos saber diferenciar o que é costume local, (que é permitido e aceitável pela sociedade, e o que não é aceitável em nossa sociedade).

IV. COSTUMES NOS DIAS DE HOJE

A postura da igreja em determinados assuntos tem causado certa confusão no meio do povo. Sempre é extremista, ou de um ponto de vista ou de outro. Na questão de costumes, muitos não sabem definir biblicamente o seu significado, daí, interpretam todo tipo de regras como se fossem doutrinas.

O costume é relativo, como lembra o Pr. Geremias do Couto: [...] Ao insistirmos nos absolutos, não queremos afirmar que não haja também conceitos relativos. Essa diversidade se manifesta, por exemplo, nas comidas típicas de cada país, nos estilos da arquitetura, no estilo da vestimenta e até mesmo em relação à hora de dormir, que depende do fuso horário. Mas tais circunstâncias relativas acabam apontando para princípios biológicos absolutos; todos precisam alimentar-se, todos precisam dormir. [COUTO, Geremias do. E agora, como viveremos? Lições Bíblicas, Rio de Janeiro, p. 39, 4. trimestre de 2005].


Talvez nem todos conheçam o pastor William J. Seymour fundador do movimento pentecostal nos EUA.

[....] William Joseph Seymour foi um pastor dos EUA, iniciador do movimento religioso denominado de Pentecostalismo.

Filho de escravos libertos, Seymour resgatou a crença em glossolalia (mais conhecido como dom de línguas) como provas do batismo com o Espírito Santo, uma referência à manifestação do batismo com o Espírito Santo que ocorreu pela primeira vez no dia de Pentecostes (Atos cap. 2). Como consequência de sua experiência, foi expulso da paróquia de Los Angeles onde havia se tornado pastor. Na procura de um lugar para continuar seu trabalho, ele fundou sua igreja no ano de 1906 em Los Angeles, localizada na Azusa Street (Rua Azusa) nº 312, e incluiu suas crençasdoutrinárias ali. (Atos cap. 2). [pt.wikipedia.org/wiki/William_Seymour - 21k pesquisa dia 28/11/2008].

[...] O avivamento da Rua Azusa durou apenas três anos, mas foi instrumental na criação do movimento Pentecostal, que é o maior segmento da igreja evangélica hoje. William H. Durham recebeu seu batismo no Espírito Santo em Azusa, formando missionários na sua igreja em Chicago, como E. N. Bell (fundador da Assembleia de Deus dos EUA), Daniel Berg e (fundador da Assembléia de Deus no Brasil) e Luigi Francescon (fundador da Congregação Cristã no Brasil).[ Azusa Street & Beyond por Grant McClung].

Do avivamento da rua azusa, em primeiro de Janeiro de 1910 rumo ao Brasil o italiano Loius Franscesco, sua esposa e amigos fundaram duas igrejas pentecostais da américa latina, Assembléia Cristã na Argentina e a Congregação Cristã no Brasil.

Também da rua azusa para o Brasil os missionários batistas os suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren, que fundaram no ano de 1911 a Assembleia de Deus, hoje o maior movimento pentecostal do mundo.
Em 2011 a Congregação Cristã e a Igreja Assembléia de Deus completaram 100 anos no Brasil.
Da rua azusa, os três missionários fundaram juntos as primeiras igrejas pentecostais da América do sul. Disponível: [Wikipédia, a enciclopédia livre. William Joseph Seymour. http://pt.wikipedia.org/wiki/William_Seymour acesso dia 07/08/20012].

Notemos na foto acima que as roupas do pastor William Seymour sofreram pequenas modificações comparadas aos nossos dias. O tecido hoje é um dos melhores, veio também o uso da gravata que é apenas um acessório.

As barreiras, discriminações raciais que o pastor Seymour enfrentou para iniciar o movimento pentecostal, foram derrubadas, porém, outras barreiras foram aparecendo no meio do caminho evangélico.

Na igreja primitiva o diabo usou as torturas e arenas para os cristãos desistirem da fé. Na idade média ele usou as heresias e desvio doutrinário. Nos dias Seymour ele usou o racismo e também homens que o tacharam de herético. Embora o diabo seja o propagador das heresias em todo o nosso planeta, aqui no Brasil ele dissemina um evangelho desprovido da graça de Deus através dos usos e costumes radicais, ou seja, ele usa as tradições humanas como meio de salvação transformando o evangelho de Cristo num evangelho anátema (Gl 1.8).

Concernente a usos e costumes, jamais poderá criar um modelo bíblico no tempo da graça, pois nem Jesus fez isso. Sempre vai existir controvérsia, pois o ministro que fixa seus olhares para aparência e o manequim das pessoas acaba perdendo o brilho do verdadeiro evangelho.

Se Jesus ou um dos apóstolos entrasse em uma das nossas igrejas será que deixaríamos ocupar um lugar no púlpito? Ou William J. Seymour por ser negro e com toda aquela barba teria um lugar distinto em nossas igrejas? Muitos iriam recriminar dizendo:- Olha só o nosso pastor deixou esse barbudo subir no púlpito e ainda deu uma oportunidade para dar uma palavra. A mensagem muito boa, mas a barba despregou tudo o que ele ensinou.

Muitos confundem santidade com exterioridade. Se um pastor estiver com barba, cavanhaque ou bigode é para muitos um falso pastor. Deus não nos julga pela exterioridade ou pelo figurino. Para Samuel disse o Senhor Deus: Tu vês o exterior, mas eu vejo o coração.

Devido certos costumes habituais inserido na igreja, muitos não podem cultuar ao Senhor. Não conseguem abrir o entendimento e compreender que Deus está muito mais com o homem interior do que com barba.

Alguém poderia citar uma passagem bíblica que proíbe o uso da barba ou de bigode para homens?

Certo costume que deveriam ser restritos, opcional, passa ser uma lei. E isso gera divisões no meio cristão.

1.      Modernidade é realmente pecado?
“Mas, se vocês tratam as pessoas pela aparência, estão pecando, e a lei os condena como culpados” (Tg 1.9).

Usar certas frases e dizer que o cristão não pode andar na moda, primeiro devemos saber o que é realmente moda. Moda significa costume e provém do latim modus. É composto pó diversos estilos que podem ter sido influenciado pela cultura, de cada país. Moda é como a gente apresenta-se, para as outras pessoas. Isso inclui roupas (ternos, camisa, calça, gravata, sapatos, chapéus, meia, cinta, fivela...). È, ainda, o jeito como você usa seus óculos, corta, pinta ou penteia seus cabelos.

A moda é tudo isso e junta e se compõe em você, em cada um de nós. Ela varia de região para região, de país para país. Por exemplo, na Escócia os homens andam de saia, na África os homens andam de vestidões, no sul os gaúchos andam de bombachas e os políticos e pastores de ternos, etc.

Jesus Cristo nunca usou paletó e gravata. Era uma pessoa comum, ou seja, se vestia de modo semelhante aos demais, a ponto de Judas precisar beijá-lo para identificá-lo. Paletó e gravata não podem ser adotados como roupas de santos. Em primeiro lugar, é uma roupa utilizada em solenidade em ocasiões sociais por autoridades políticas, religiosas e pessoas da sociedade. Portanto, não se pode atribuir paletó e a gravata uma exclusividade, ou um requisito de quem é crente, pois é um traje social, de uso comum de todas as pessoas da sociedade.

Moda dos tempos de Jesus era diferente com as de hoje. Jesus usava vestidões, e nós usamos calças compridas. Ninguém consegue viver neste mundo sem estar na moda, ou seja, seu jeito de vestir. O que realmente precisamos entender é que todos acompanham a moda e a cultura da época. Entretanto, o que for extravagante, principalmente sensual, deve ser corrigido e ensinado pela Palavra de Deus sem usar o radical e o autoritarismo.

Alguns classificam o pecado de forma errada e até pensam que a modernidade é pecado e até mesmo nos usos e costumes.

A história geral de nosso mundo está dividida em: História Antiga, Medieval, Contemporânea, Moderna, e Pós-Moderna. Em cada época os homens tinham seus usos e costumes próprios. Com a evolução dos tempos chegamos à história moderna.

A Era Moderna, por exemplo, teve como característica o avanço do conhecimento humano, o advento da industrialização, a predominância da luta ideológica, a expansão da fé cristã ao redor do mundo, a proliferação das seitas e a aceitação das religiões orientais pelo ocidente.

A Era Pós-Moderna trata da atualidade, dos homens de hoje. Modernizar é tornar atual, acomodar os usos modernos. A modernização pode ser na área social e tecnológica. Tecnologia trata da área da ciência, arte, indústria, aeronáutica etc. Social é o modo de viver em sociedade. Com as novas tecnologias o homem vem se desenvolvendo e acompanhando as invenções humanas. O profeta Daniel prediz que nos últimos dias a ciência se multiplicaria (Dn 12.4).

Com o passar dos tempos; os cristãos e não cristãos tornaram-se modernos nas áreas: social, engenharia, saúde, energia, agricultura, genética, etc.

Nos tempos de Jesus e dos apóstolos os homens usavam vestidos, ceroulas, turbantes, véus, calções etc. Hoje com o aperfeiçoamento tecnológico as roupas foram sendo produzidas de acordo com o clima de cada lugar. Ex: É impossível no Pólo Norte, que tem frio intenso, usar crepe ou outros tecidos finos, com certeza morreria de frio, assim como nós brasileiros, que temos clima tropical, usarmos peles ou lãs o ano inteiro, além de inconveniente, ficaríamos doentes. Para o cristão tudo isto é bom e agradável e aprovado pelo Criador, pois é ele que dá a sabedoria para todos os seres humanos.

Usar computador, internet, celular, iPhone, carro, roupas de acordo com a estação é bom e não desagradam a Deus. A modernização tem ajudado nossos pregadores a propagar o evangelho ao mundo inteiro através dos meios de comunicação como rádio, jornal, televisão computador e internet, etc.

[....] Conforme HERMES C. Fernandes “as roupas são para o corpo. Hoje são novas, amanhã envelhecem, hoje estão na moda, amanhã serão consideradas antiquadas. Como tais, devem estar sempre bem apresentáveis, lavadas, passadas, e cheirosas. Porém, não são insubstituíveis. Como bem sinaliza Jesus, o corpo é muito mais do que as vestes. Ainda que as vestes resplandeçam com a glória do Corpo, como aconteceu na Transfiguração, não deixarão de ser apenas roupas. Mas o Corpo tem glória permanente” [Disponível: http://www.hermesfernandes.com/2010/05/estaria-igreja-em-estado-terminal.html].

Já ouvi ministros dizerem que: o cristão não deve ser moderno, mas deve ser quadrado porque o céu é quadrado. Ora, se nós crentes da atualidade não podemos ser modernos então não podemos andar com os melhores carros e camionetas modernas e do ano, e as melhores roupas. E aqueles pastores que pregam pelo Brasil e até fora dele devem andar de ônibus e de navio e não de avião! Se não podemos ser modernos, então não podemos ter computadores e usar celular em nossas igrejas, devemos voltar ao tempo antigo e usar as máquinas de datilografia. Mas, não é isso que acontece, todos querem estar bem e tudo isso é bom e agradável. Jesus foi moderno na sua época andou com o melhor veículo: uma jumenta que ainda não tinha sido montada. Agora usar certas frases dizendo que o crente não pode ser moderno para levar a Igreja de Cristo para o farisaísmo é perigoso demais. Pois os fariseus não irão poder entrar no céu, porque lá tudo é moderno e luxuoso. As ruas são de ouro, os muros de cristais e de jaspe e a riqueza que existe lá são incalculáveis. Como um fariseu quadrado e radical poderá entrar lá?

Podemos ver que os hábitos e costumes mudaram com o passar dos tempos, acompanhando a modernidade sem sequer desagradar a Deus. A modernidade não afeta a santidade de um cristão. Pecado como já vimos é ferir a santidade de Deus. O que feriu a santidade divina na idade antiga e o que fere hoje não é a modernização, mas o pecado e suas concupiscências. Os desejos carnais como: imoralidades, sensualidades, luxúrias e avareza, transgredem a lei moral instituída por Deus (1ª Jo 2.16; Gl 5.19-21).

Para muitos, o pecado é a desobediência das tradições e costumes adotados pelas denominações (as regras que podem e que não podem ser feitas ou usadas).

O que levou Eva a pecar no Jardim do Éden, foi “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida”. A Bíblia diz que: “Vendo a mulher que a árvore era boa para comer, agradável aos olhos e desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto, comeu e deu também ao seu marido” (Gn 23.6).

E no palácio do rei Davi o que fez com que o rei pecasse? A concupiscência dos olhos, a ociosidade e a concupiscência da carne (2º Samuel 11.1-5).

Quando uma pessoa está na ociosidade, que também é pecado, e deixa que os outros façam suas obrigações, passando o seu tempo a dormir e passear começa ver coisas que não devem ser vistas, a cobiçar coisas proibidas, conforme a determinação de Deus em Êxodo 20.17.

Davi era o rei da nação de Israel, já era casado, o seu exercito estava em guerra, mas ele estava dormindo e quando acordou muito despreocupado com sua responsabilidade e saiu até a sacada olhando para uma mulher casada e fez com que ela viesse à sua presença e deitou-se com ela, cometeu adultério.

O que levou Lúcifer a pecar contra Deus? Estava no paraíso, numa terra coberta de ouro e pedras preciosas e era o ser mais perfeito em sabedoria! Afirmo que foi a soberba (Ez 28.119; Is 14.11-15).

O pecado de Adão e Eva, o rei Davi e do próprio Lúcifer, e muitos outros que a Bíblia relata, não são de usos e costumes, mas dá concupiscência da carne, da concupiscência dos olhos e da soberba da vida (1ª Jo 2.16). A Bíblia nunca tratou de pecado os usos e costumes. Nem Jesus e nem os apóstolos. Mas, de onde vem este monte de proibições? Dos falsos pregadores que torcem as Escrituras para sua própria condenação.

Quando não entendemos as coisas espirituais é porque ainda somos meninos. E isto aconteceu com a igreja de Corinto, quando Paulo escreve no capítulo três dizendo:

“Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo. leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais. Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem? (1ª Co 3.1-3).

Carnais do grego sakinois, que significa “humanos” – crianças na fé, imaturos e não tinham estrutura espiritual suficiente para entenderem os mistérios de Deus.

2.      Tais costumes possuem ou nos trazem santificação?

Nenhuma e, infelizmente, estimulam a hipocrisia. Exteriormente há dois tipos de crentes: os que se fantasiam de crentes para poder ir a Igreja, atendendo aos ditames da instituição; além desses, há os que também se fantasiam apenas para irem a igreja mas ao saírem dela, imediatamente tiram a fantasia e vivem como se não houvesse conduta alguma a ser obedecida.

O que é mais eficaz na vida do cristão: o ensino do texto bíblico e o cumprimento do mesmo pelo fiel ou a imposição institucional dos costumes religiosos? Indubitavelmente, somente a Palavra tem poder para transformar. As regras sociais ou normas institucionais, por melhor propósito que tenham, não têm o poder de transformar o ser humano. Infalivelmente, só a Palavra o conduz ao senhorio de Cristo.

Um dos objetivos da igreja é ensinar. Ensinar a gloriosa Palavra de Deus genuína, ensinar que o cristão precisa sim ser transformado por ela, ensinar o rebanho a crescer na graça, no conhecimento, ser liberto das corrupções deste mundo, se tornar uma nova criação em Cristo, um imitador de Cristo e certamente seria muito mais proveitoso para a fé, a fim de que o fiel produza frutos bons.

[....] No Brasil, existe diversidade de costumes, mas infelizmente quando inserido no seio da igreja como doutrina, traz divisão. As pessoas, em vez de abrirem mão daquilo que não é essencial, que não faz parte da doutrina bíblica, passam a defender seus costumes e tradições, como se fosse padrão de santidade como padrão de espiritualidade.


O Espírito de Deus não se deixa limitar por costumes. Ele age no mundo inteiro e quer nos usar. Precisamos ter a visão do reino e os padrões do reino que são: “amor, santidade, justiça”. Muitos pregadores estão com seus ministérios infrutíferos porque ainda não adquiriram a visão do reino. As pessoas passam a exigir que os outros tenham o mesmo comportamento, os mesmos costumes. E isso nós denominamos como Normose - uma doença, um câncer que coroe. Muitos crentes que adquiriram esta doença na sua caminha de fé precisam de um tratamento, e somente um estudo correto das Escrituras poderá curá-los, ou morreram raquíticos [LINHARES. Usos e costumes. P. 51-52].

A CONDENAÇÃO DAS FILHAS ALTIVAS DE SIÃO PROVA O QUE?

ISAÍAS 3.16-26.

Se analisarmos textos de Colossenses 2.16-23, veremos que a liberdade cristã não leva ao pecado. De posse destas informações, estaremos estudando a partir deste tópico, alguns ensinamentos que fogem da Palavra de Deus, tratando-se de meros preceitos e costumes humanos, que, entretanto, levam o status de doutrina bíblica em algumas igrejas. Estes ensinos tornam a vida cristã para muitos um fardo pesado condenado por Jesus em Mateus 23.1-5.

Não existe na Bíblia texto algum que sirva de base para que as mulheres cristãs não usem joias, enfeites e cosméticos em nossa época. Porém muitos usam o texto do profeta Isaías para fazer regras humanas.

“Diz ainda mais o SENHOR: Visto que são altivas as filhas de Sião e andam de pescoço emproado, de olhares impudentes, andam a passos curtos, fazendo tinir os ornamentos de seus pés, 17 o Senhor fará tinhosa a cabeça das filhas de Sião, o SENHOR porá a descoberto as suas vergonhas. 18 Naquele dia, tirará o Senhor o enfeite dos anéis dos tornozelos, e as toucas, e os ornamentos em forma de meia-lua; 19 os pendentes, e os braceletes, e os véus esvoaçantes; 20 os turbantes, as cadeiazinhas para os passos, as cintas, as caixinhas de perfumes e os amuletos; 21 os sinetes e as joias pendentes do nariz; 22 os vestidos de festa, os mantos, os xales e as bolsas; 23 os espelhos, as camisas finíssimas, os atavios de cabeça e os véus grandes” (Is 3.16-23).

O texto de Isaías 3.16-26 pode, numa leitura muito superficial, também aparentar que Deus está condenando o uso de adornos e enfeites nas mulheres de Sião.

Não eram as joias em si que eram malignas, muito menos era pecado usá-las, mas o pecado aqui tratado não era o uso de joias; enfeites ou cosméticos, mas ao olharmos todo o contexto, descobrimos que Israel havia abandonado a Deus e a maldade e a injustiça se espalhava; entretanto o povo andava orgulhoso como se nada de mal fosse acontecer; suas mulheres andavam soberbas como se Deus não fosse fazer justiça. O pecado era a apostasia e o orgulho da nação!

Os profetas bíblicos condenaram enfaticamente os pecados que aceleravam a deteriorização espiritual do povo: a sensualidade e o luxo (Isaías 3.16-23; Amós 4.1); a embriaguez (Isaías 5.11 e 22); a infidelidade (Oséias 2.5,7ss.); a hipocrisia (Amós 5.21-24).

Olhares impudentes (v.16). Ao leitor desarmado de preconceito, entretanto, fica claro que a retidão desses enfeites veio como castigo de Deus por um outro pecado: Andar de pescoço emproado, com altivez de coração. O pecado aqui não é o ornamento, e sim, a prepotência o orgulho ostentado.
Devido ao pecado da nação, a alegria cessaria. Veja esta realidade na tristeza que a nação viveu quando foi levada em cativeiro no Salmo 137.1-5.

Contudo pode-se argumentar que foi o uso de jóias e de adornos que tornou essas mulheres arrogantes e altivas. Sim, é verdade que uma pessoa altamente preocupada com jóia, moda e adornos, podem tornar-se ainda mais arrogante. Mas a preocupação obsessiva com outros valores também pode gerar soberba. Paulo advertiu a Timóteo que o amor ao dinheiro pode levar a um fracasso espiritual (1ª Tm 6.6-10). A ganância pelo poder pode levar uma pessoa ao orgulho. Salomão ensina-nos que a comida, o sono (Pv 20.13) e o sexo (Pv 5.18-20), desde que mal usados por nós, também podem ser danosos.

[....] Devemos entender que o problema não está no dinheiro, na comida, nos adornos e joias, mas sim, na atitude do coração daqueles que deixam o orgulho entrar. Quantos ministros hoje têm caído por causa do poder ou pelo dinheiro e até por mulher. O pecado não está nos usos e costumes, mas na lei moral que rege o ser humano. Uma mulher usar um brinco dentro da igreja está em pecado, mas desviar o dinheiro ou aplicar mal, ou adulterar, parece não ser mais problema?” [Godim. P. 85].

Quem se utiliza destes textos para proibir o uso de jóias, também não deveria usar toucas (v. 18), perfumes, nem cintos (v. 20), espelhos, as camisas finíssimas, os atavios de cabeça e os véus grandes (v. 23), vestido de festa, os mantos, os xales e as bolsas (v. 21), salto alto. Este texto definitivamente não serve para formular doutrinas, visto que o Senhor está tirando tudo de que as jovens se agradam, e que são coisas boas, por causa do seu pecado. Até mesmo Paulo, se entendesse desta forma este texto, jamais teria recomendado o uso do véu às irmãs de Corinto (1ª Co 11.5-6), pois no texto referido o véu também é “tirado” por Deus.

As passagens acima demonstram que se Deus tivesse aversão ao adorno externo feminino, Ele teria usado essas ocasiões, que seriam óbvias, para avisar ao seu povo que Ele não queria o uso desses enfeites. De fato, personagens bíblicas deram, usaram e receberam jóias, enfeites e roupas bonitas sem recriminação da sua parte. Ele embelezou o seu tabernáculo e os sacerdotes com jóias e adornos. O maior exemplo do significado das sublimes bênçãos divinas, que Ele mesmo mencionou, é o do homem que procura satisfazer à sua amada, cobrindo-a de adornos por inteiro. Ele conclui a sua revelação aos seus filhos descrevendo a beleza da sua igreja e da futura Jerusalém, usando a noiva enfeitada como a ilustração mais adequada.

 DISTORÇÕES DOUTRINÁRIAS PARA COM AS MULHERES


No Novo Testamento, observamos também o uso de joias entre os judeus da época de Jesus. O anel, por exemplo, poderia muitas vezes ser uma indicação de riqueza (Tg 2.2). No caso do filho pródigo em Lc 15.22, o anel simboliza a devolução da autoridade e da posição que aquele filho havia perdido. Como no Antigo Testamento, no Novo Testamento o uso de joias ou qualquer tipo de adereço poderia ser pecado ou não, dependendo do contexto onde estivessem inseridos.

Os perfumes e unguentos eram especialmente apreciados pelos povos do Antigo e também do Novo Testamento, por causa do clima seco e escassez de água na região em que habitavam. Na época de Jesus já se utilizava o incenso para perfumar o ambiente. Era costume quando se recebia uma visita em casa, o anfitrião ungir a cabeça do visitante com unguento (Lc 7.46)

Questões que envolvem a indumentária feminina são bastante recorrentes no meio evangélico. Em geral, a discussão dá-se no campo dos “usos e costumes” adotados por algumas denominações. Em relação ao uso de joias (brincos, colares e afins) não seria diferente. Embora haja uma tendência à liberalização desse tipo de regra em uma parte das igrejas consideradas conservadoras, ainda há correntes que preferem manter a proibição do uso de adornos entre as mulheres evangélicas.

Neste assunto, tentaremos estabelecer que Paulo e Pedro não estavam proibindo o uso de adornos pelas mulheres, mas que, ao contrário, eles estavam contrastando o legítimo adorno externo com algo bem mais valioso – o adorno interno. Verificaremos de forma resumida e geral o que a igreja tem ensinado a respeito disto durante os dois milênios que se passaram. Examinaremos os versos nos seus contextos histórico, bíblico, teológico e textual. Ao mesmo tempo, procuraremos conhecer um pouco melhor tanto as intenções dos apóstolos quanto a natureza das mulheres da época, para podermos nos aproximar mais da sua realidade e então compará-la à nossa situação atual.

I.        O ENSINAMENTO PARA AS MULHERES SEGUNDO PAULO

“Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos, 10 Mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras” (1ª Tm 2.9-10).

Quando lemos um texto das Escrituras Sagradas, temos que ter o cuidado de buscarmos sua verdadeira interpretação. Remontando seu contexto, ou seja, época que foi escrito, para quem foi escrito, porque foi escrito (qual objetivo); o que está por trás das afirmações feitas pelo escritor. Outros instrumentos de grande valia na interpretação dos textos é a busca de traduções diferentes, palavras chaves no original grego Novo Testamento ou hebraico Antigo Testamento. Sem falar nas questões culturais que envolvem as pessoas que escreveram e os seus destinatários. Por exemplo cada carta Paulina foi escrita para algumas comunidades, e o Apóstolo pastoreava estas comunidades através das epístolas. Deste modo há afirmações que tinham objetivos específicos para aquelas comunidades, geralmente as cartas foram motivadas por problemas envolvendo os irmãos, divisão, contendas, pecados no meio da Igreja, e no caso de 1ª Timóteo a influência de falsos mestres. Graças ao Espirito Santo que dá vida a Letra, podemos perceber mensagens de Deus para nós hoje nestes textos também.

Para aqueles que adotam a primeira leitura, não há o que discutir; Paulo proíbe e está fechada a questão. No entanto, devemos ser justo com os relatos em que o apóstolo dos gentios:

1)      Anuncia que os verdadeiros salvos não são os que guardam a lei “pois se os da lei é que são os herdeiros, anula-se a fé e cancela-se a promessa” (Rm 4.14).

2)      Protesta contra os falsos irmãos “que se entremetem com o fim de espreitar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus, e reduzir a escravidão” (Gl 2.4).

3)      Não aceita que a vida cristã seja reduzida a um sistema de “não manuseeis isto, não proves aquilo, não aquilo outro, segundo os preceitos e doutrinas dos homens” (Cl 2.21-22).

Traje descente – traje (gr katastole), refere-se ao comportamento em geral e não somente às vestes. Decente (gr. kosmios), tem o efeito de colocar em ordem, organizar, tornar pronto, preparar ornamentar, adorar, embelezar com honra, ganhar honra. Decente é um adjetivo masculino e feminino que descreve alguém ou algo que é conforme as regras da decência; significa conveniente, próprio, adequado, asseado, limpo. Uma pessoa decente demonstra compostura. A ideia dominante da frase inteira é de bom gosto, sensibilidade e simplicidade, em contraste com os excessos e a falsidade.

Com boas obras. A beleza de uma mulher cristã é encontrada em seu caráter piedoso e em seu amor pelo Senhor, como pode ser demonstrado em toda boa obra.

Paulo está nos ensinando um princípio que serve para todos os cristãos, apesar do texto direcionar a recomendação para as mulheres cristãs. O texto deixa bem claro que não devemos nos vestir para impressionar outrem ou por mero exibicionismo. Quantas pessoas querem promover uma autoafirmação por meio de suas caras vestes e dos seus adornos!

Essas mulheres dentro da Igreja estavam se tornando levianas contra Cristo, ou cheias de orgulho e luxuria. (1ª Tim 5.11). Para essas mulheres os enfeites o cabelo frisado ou com tranças estava sendo mais importante do que qualquer coisa. Não havia entre elas o bom senso.

Paulo quando diz: “...que as mulheres adornem-se com trajes de adorno com modéstia e bom senso…”, ele não intenta proibir certos tipos de trajes. O apóstolo busca, tão somente, mostrar às mulheres que a verdadeira beleza não pode ficar resumida ao exterior, devendo sempre estar em companhia do crescimento espiritual. Sua condenação ali não está nos objetos de adornos, mas na extravagância, na falta de bom senso, na ausência de pudor. A ideia dominante do texto inteiro é de bom gosto, sensibilidade, em contraste com os excessos e a falsidade. Quando os homens e mulheres vivem para mostrar as roupas, alguma coisa está errada. O centro da nossa vida é Cristo e não nós.

[...] É necessário ler as ordens específicas de Paulo, tendo em mente sua situação cultural. Ademais, deve saber distinguir entre aquilo que é mandamento de Deus e aquele parecer de Paulo para aquela situação da sociedade sobre os princípios de Deus.

Quando lemos 1ª Tessalonicenses 5.26: “Saudai a todos os irmãos com ósculo santo”, não devemos entender que essa ordem deve ser obedecida ao pé da letra, pois em algumas culturas homem beijar homem é indecoroso, enquanto que outras, como na Rússia, o ósculo entre pessoas do mesmo sexo é perfeitamente aceitável. Quando Paulo manda beijar todos os irmãos, é preciso que entenda-se o contexto histórico sem deixar de lado o princípio universal que o apóstolo quis ensinar: (acima, portanto, de qualquer compreensão cultural do que significa feto, ou seja, que devemos tratar-nos afetuosamente).

Igualmente, seria absurdo ser forçado a admitir que o texto de 1ª Timóteo 4.8 é também uma proibição: “pois o exercício físico para pouco é proveitoso, mas a piedade que agora tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da há de ser”.

Obviamente, há neste texto não uma proibição, mas uma chamada a que se reflita sobre valores e prioridade. Muitos usam este texto até para proibir alguém de fazer uma caminhada dizendo que é uma vaidade cuidar do corpo físico. Mas, a medicina ensina que uma caminha de meia hora três vezes por semana diminuiu o colesterol, enfarte, diabete, pressão, depressão etc. Agora em uma sociedade obcecada pelo culto ao corpo, e sem Deus na vida, deve-se chamar atenção para o fato de que a modelação física, através de extenuante exercício, não traz em si o valor sublime do crescimento espiritual.

[...] Expor um texto como este para proibir e determinar quais os tipos de roupas e adornos que devem ser usados, ou proibir o cristão fazer uma caminhada para cuidar de sua saúde, é tão errado quanto achar que Paulo está combatendo o casamento quando pergunta: “Estás casada? Não procures separar-te. Estás livre de mulher? Não procures casamento” (1ª Co 7.27). A resposta para esta frase deve ser compreendida no contexto ministerial naqueles dias em que as viagens demoravam meses inteiros; uma pessoa casada certamente teria dificuldades em administrar um casamento com tantas ausências. O casamento, neste contexto, limitaria o potencial de quem desejasse dar-se inteiramente ao ministério e, de igual modo, prejudicaria a vida conjugal de quem por ela optasse.

Para entendermos qual o pensamento de Paulo quando escreveu suas cartas, necessitamos lembrar que ele não desejava acrescentar mais mandamentos ao já penoso sistema farisaico de “faze e não faças” [Gondim. P.87-89].

“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois firmes e não vos submeteis de novo a jugo de escravidão” (Gl 5.1)”.

Quantos dos pastores que acatam os adornos femininos nos cultos podem dar uma explicação clara sobre essa atitude às suas igrejas? Quantos de nós têm certeza absoluta daquilo que estamos “aprovando,” implicitamente, pelo uso? Ou estamos abrigando “dúvidas” e ainda assim procedendo por causa de comodidade ou vaidade? A Bíblia é clara quando diz que a falta de certeza sobre o nosso comportamento indica que estamos pecando, embora estejamos fazendo algo que talvez não seja pecaminoso em si (Rm 14.12, 22-23).

II.     O ENSINAMENTO PARA AS MULHERES SEGUNDO PEDRO

“Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vossos próprios maridos, para que, se alguns deles ainda não obedecendo à Palavra, sejam ganhos, sem palavra alguma, por meio do procedimento de suas esposas, ao observarem o vosso honesto comportamento cheio de temor. Não seja o adorno das esposas o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior e tranquilo, que é de grande valor diante de Deus”, (1ª Pe 3.1-4).

No contexto em que havia muitas mulheres cujos maridos não eram crentes, Pedro ensina que a melhor arma, para convertê-los, não seria os adornos e nem a beleza exterior, mas simplesmente, um procedimento digno da fé que aquelas irmãs podiam dar aos seus maridos. E, desta forma, singela e amorosa elas assim poderiam ganhá-los para Cristo. Novamente a ênfase não repousa sobre a indumentária, mas sobre a beleza exterior como exemplo aos seus esposos.

Os fariseus de hoje dão ênfase ao o exemplo esquecendo-se da verdadeira doutrina. Pedro aqui não está proibindo o adorno, mas ressaltando que a principal beleza deve ser a interior. Todavia muitos líderes detêm-se apenas no exemplo do verso 3, mas esquecem-se do verso 4 que é o principal ensinamento daqueles que querem herdar a salvação que é a doutrina do novo nascimento, necessário para entrar no Reino de Deus (Jo 3.3).

[...] Não há condenação total de adornos aqui; a ênfase é que a ornamentação externa não deve prevalecer à interna. Alguns vão a extremos como querer condenar anéis, pulseiras e ornamentos. Pedro, porém, não quis dizer aqui que é pecado, apenas não podem ser a maior razão de viver das mulheres. Porém, as mulheres devem saber traçar a linha entre modéstia e exagero, não quis diz respeito ao que é abordada pelo presente versículo [Gondim P. 90].

Quando Pedro usa no texto: “não seja no uso de joias, mas o interior da pessoa”, etc. isso equivale também para aqueles que tem mulher descrente: “não seja o terno e a gravata o enfeite, mas o homem interior”. Não seja/não é: “Não pode”. Mesmo em vários textos com a palavra “não” ainda o sentido é apenas para destacar o que é mais importante. Veja apenas um exemplo, em João 6.27 “Trabalhai não pela comida que perece”. Este “não é claro que revela apenas uma prioridade, quanto mais o texto de 1ª Pedro 3.3. que diz apenas “não seja”. Se o colocar no pescoço de uma mulher, ou uma pulseirinha de ouro na mão, for considerado pecado, então a gravata é vaidade. Qual a utilidade da gravata, senão de enfeite, componente da vestimenta social masculina, convencionado pela sociedade? Como pode um enfeite ou um adorno, usando na mesma parte do corpo, que também é parte integrante da vestimenta social da mulher, tendo a mesma finalidade da gravata, não significa vaidade, mas o colar sim?

A verdade sobre tudo isso é que o judaísmo, altamente machista, vem resistindo ao tempo. Haja vista o próprio apóstolo Paulo sustentando, no início do cristianismo, certas tradições rabinas, quando fala em 1ª Co 14.35, que as mulheres devem estar caladas na Igreja, porque só para a mulher é indecente falar, mas para o homem não é indecente. A mulher era um ser de segunda classe e continua sendo assim considerada ainda hoje.

Para a mulher é vaidade, mas para o homem não; é natural ele é o cabeça. Será que podemos chamar isto de usos e costumes?

[...] A verdadeira doutrina bíblica não consiste em tentar vestir-nos como nos dias de Jesus. E não conseguiríamos nunca, nem em estipularmos uma espécie de “moda evangélica”, porque ficaríamos no ridículo. Devemos buscar, isto sim, um padrão evangélico de modéstia, bom senso e acima de tudo moderação. Por isso que Paulo diz: “Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (2ª Tm 1.7)” [Gondim. P. 90].

A Bíblia instrui os cristãos, especialmente as mulheres, que se vistam em “traje decente” (1ª Tm 2.9), pois o Senhor preocupa-se com isto, conforme vemos desde o início da Palavra – “Deus os vestiu” (cobriu, Gênesis 3.21). A Bíblia estabelece a simplicidade e a pureza como padrão para o que é exterior (Mt 6.28-30; 2ª Co 11.3; 1ª Tm 2.9-10; 1ª Pe 3.3-5).

Os valores morais (modéstia e bom senso) devem sobressair-se acima dos enfeites exteriores (1ª Tm 2.9-10; 1ª Pe 3.3-5). Não encontramos nem um versículo na Bíblia que proíba o cristão de usar uma joia. Mas, também entendo por outro lado que qualquer cristão que usar joias em demasia e com orgulho comete o pecado.

Alguns mestres têm uma cosmo visão distorcida, entendem que a mulher desleixada é santa, só porque preocupa-se com seu aspecto interior. A mulher crente deve cuidar bem de si, agradar o marido e a Deus. É claro que a mulher crente não deve cair em nenhum dos extremos: o desleixo ou o adorno sem Cristo. Não é porque somos cristãos que vamos deixar o cuidado com o corpo. Devemos cuidar do interior e também do exterior, pois o corpo é o templo do Espírito Santo.

III.  ANALISANDO O ENSINO SEGUNDO PAULO E PEDRO

A proibição categórica contra os enfeites femininos não condiz com qualquer outro ensino registrado dos dois apóstolos. Em nenhum outro lugar, Paulo e Pedro proibiram ou exigiram qualquer ação ou atitude que não fosse ligada especificamente à ordem da criação ou à lei moral de Deus. Na mesma carta a Timóteo 4.1-5, Paulo já alertou contra aqueles que “proíbem o casamento, exigem abstinência de alimentos, que Deus criou para serem recebidos, com ações de graça, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade; pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graça, nada é recusável, porque pela palavra de Deus, e pela oração, é santificado”. Chegou a dizer que as pessoas que ensinam a prática do ascetismo terão apostatado da fé, por terem obedecido “a espíritos enganadores e a ensinos de demônios” (v.1).

[....] O perigo do ascetismo e legalismo. Sob a orientação do Espírito (o Espírito afirma expressamente, 1ª Tm 4.1), Paulo estava preparando os novos crentes para não perderem-se num novo legalismo. Tanto os homens quanto as mulheres teriam que aprender a preocupar-se primariamente com o espírito da lei – a lei do amor a Deus e ao próximo. Ele empreendeu uma campanha tremenda contra o legalismo dos judaizantes e contra aqueles que pretendiam introduzir ou impor o ascetismo (a autonegação) na nova fé cristã. Romanos 14 ilustra muito bem a sua atitude. Falando sobre a questão de comidas oferecidas aos ídolos e da observação de dias, Paulo disse: “Eu estou persuadido no Senhor Jesus, que nenhuma coisa é de si mesma impura, salvo para aquele que assim a considera; para esse é impura…. Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (vvs.14, 17). Enquanto isso, no Concílio de Jerusalém, Pedro também lutou contra o legalismo judaico (At 15.7, 10). [Portela. O “Adorno” da Mulher Cristã: proibição ou privilégio? http://solascriptura-tt.org/VidaDosCrentes/Comigo/AdornoMulherCrista-Elizabeth.htm - acesso dia 16/01/2012].

Concluímos que Paulo e Pedro não tinham a mínima intenção de fazer com que as mulheres se abstivessem do embelezamento pessoal, ou que andassem fora da moda, mas que não explicam como então ler o texto sem ignorá-lo. Ele escreve: “Pedro não diz que a mulher deve se abster dos adornos. Ele não proíbe o uso de cosméticos, nem o uso de trajes atraentes. A ênfase de Pedro não é na proibição mas num senso apropriado de valores”. Paulo deixa um espaço aberto para os adornos externos quando traduz o início de 1ª Timóteo 2.9 “...que as mulheres se adornem com trajes de adorno com modéstia e bom senso…”.

Será que é possível uma mulher usar adornos externos ou um pastor temente a Deus permitir que as senhoras e moças da sua igreja se enfeitem sem ir de encontro às duas passagens bíblicas citadas para proibir o uso de todos ou certos adornos? Elas parecem ser tão claras e específicas!

 AS ROUPAS PARA AS MULHERES À LUZ DE DEUTERONÔMIO - 22.5.

 “A mulher não usará roupa de homens, nem homem vestes peculiar à mulheres; porque qualquer que faz tais coisas é abominável ao Senhor teu Deus” (Dt 22.5).

Este é um dos pontos mais difíceis entre alguns pentecostais. Sem ferir ninguém, quero interpretar à luz da Palavra. Os nossos renomados mestres em teologia são unânimes em afirmar que estão superadas as normas de Deuteronômio 22.5. Há igrejas que proíbem terminantemente o uso de calças compridas para mulheres, usando este texto.

[....] Igrejas têm usado esta passagem para condenar o uso de calça comprida para as mulheres dizendo que são roupas de homens. Porém, os tais “líderes” não dizem que na época em que este texto foi escrito as roupas eram semelhantes para homens e mulheres. Os judeus (homens e mulheres) usavam vestidos e túnicas. A distinção dos sexos não estava no tipo de roupa, pois todos usavam vestidos no tamanho e cores.

A palavra roupa no hebraico “simlâh”, é a mesma que é traduzida por capa em Gn 9.23. Estas palavras significam: capa, manto, envoltório, vestuário, de homem ou de mulher, especialmente uma grande roupa exterior [TREGELLES Samu].

1.      O legalismo na igreja.
Talvez você já estudou a questão dos judaizantes na carta aos Gálatas, mas vale a pena salientar que não estamos mais debaixo da lei e, sim da graça. Mas ainda encontramos nos dias de hoje certos cristãos usando versículos isolados do Velho Testamento para tirar a liberdades das mulheres.

[...] Aqueles que servem a Deus simplesmente porque a letra da lei os obriga fazê-lo, ainda estão sob o regime da Velha Aliança. Não aprenderam a respeito da Nova Aliança. A maioria dos cristãos ainda está vivendo no regime da Velha Aliança. Até dizem: “Tentei fazer isto e fazer aquilo”. Vivem sob a condenação da lei. Embora cantem louvor a Deus e sejam do povo de Deus, têm dúvidas terríveis e enfrentam problemas e lutas. Fazem boas coisas na igreja, mas quando vão para casa, sabemos os problemas que tem. Estão vivendo pela Velha Aliança [ORTIZ. P. 163].

Jamais poderíamos usar um versículo para fazer uma doutrina, assim como se critica os que guardam o sábado, deixando outros mandamentos, que não conseguem cumprir. Tanto é verdade, que o mesmo capítulo, que fala sobre vestes, fala também em matar o filho rebelde, não usar roupa de lã com roupa de linho ao mesmo tempo, fazer franja no cobertor de dormir e outros versículos, por exemplo: o homem não podia cortar o cabelo arredondado e nem sequer danificar a barba. Veja o exemplo:

“Não cortareis o cabelo em redondo, nem danificareis as extremidades da barba” (Lv 19.27). “Não farão calva na sua cabeça e não cortarão as extremidades da barba, nem ferirão a sua carne” (Lv 2.5).
A barba para os Judeus era símbolo de dignidade, mas era vergonhoso raspado: “Tomou, então, Hanum os servos de Davi, e lhes rapou metade da barba, e lhes cortou metade das vestes até às nádegas, e os despediu. Sabedor disso, enviou Davi mensageiros a encontrá-los, porque estavam sobremaneira envergonhados. Mandou o rei dizer-lhes: Deixai-vos estar em Jericó, até que vos torne a crescer a barba; e, então, vinde” (2º Sm 10-4-5).

A barba, na cultura semítica, era considerada um significante aspecto na aparência de um homem. Cortar a metade da barba era um sério insulto. Hanum agravou a ofensa quando lhes cortou metade das vestes, deixando os soldados expostos de maneira indecente.

Para evitar a futura humilhação de seus servos, Davi lhes ordenou que permanecessem em Jericó até que suas barbas crescessem. Jericó ficava exatamente a oeste do Jordão e a 15 milhas ao nordeste de Jerusalém.

1.1. Somos salvos pela fé não pelas obras. A Bíblia diz em Efésios 2.8-10 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus”. Atos 15.11 diz: “Mas cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram”.

“Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem; porque não há distinção” (Rm 3.21-22).

Esquecendo que Jesus disse que a lei e os profetas vigoram até João Batista (Mt 11.13; Lc 16.16). “Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo 1.17).

A lei aqui é uma referência ao Antigo Testamento, em geral.

Nem mesmo o cumprimento da lei exaltava realmente a Deus, pois Ele veria as pessoas servindo-O apenas por obrigação, por serem compelidas a fazê-lo.

“Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus” (Rm 3.19).

1.2. Pela lei vem o conhecimento do pecado. “Visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado” (Rm 3.20).

O objetivo desta passagem não é só demonstrar a culpa dos judeus e gentios como também julgar os seus sistemas religiosos, todos incapazes de salvar o homem. A lei destina-se a dar conhecimento do pecado (Rm 3.20, 4.15, 5.13, 7.7-11), e, mostrando-nos nossa necessidade de perdão e de nosso risco de condenação para nos conduzir em arrependimento e fé em Cristo (Gl 3.19 - 24). Ninguém será perdoado e aceito por Deus pelas obras da lei.

Após ter mostrado a necessidade de ambos judeus e gentios para a justiça de Deus revelada no evangelho (1.16). Mas “agora” (o tempo da plenitude por causa da vinda de Cristo, v. 26), a justiça de Deus, isto é, a maneira de tornar-se justo que Deus designou. A justiça de Deus vem a realização histórica através de Cristo e Sua obra.

Esta justiça foi testemunhada por vários profetas e pela Lei – ambos o apontam, foi declarada e visionada, mas só na vinda de Cristo e pelo Evangelho esta é revelada e realizada. Quando entendemos isso, quando reconhecemos nossa condição de miseráveis pecadores, quando nos arrependemos e confessamos nossos pecados, aceitando a Jesus como nosso Salvador, então somos perdoados pela Graça de Deus, com base nos méritos de Jesus, nosso Substituto, e não somos mais devedores da Lei (embora ela ainda continue a existir), mas passamos a viver sob o domínio da Graça. E essa Graça é a fonte da “justiça de Deus” como dom; justificação é o resultado.

Esta justiça não vem por meio da lei nem é a justiça de Cristo pelas obras da lei, mas sim a Justiça de Deus aparte da Lei. Não é uma simples justiça nem é requerida pelos homens, mas sim uma Justiça Divina que é fixa nos homens que acreditam.

A justiça de Deus é exclusivamente para aqueles que têm fé (“não há diferença, porque todos pecaram”), seja judeu ou gentio (1.16, 17).

1.3. Na Nova Aliança, a lei é anulada mediante o sacríficio de Jesus Cristo na cruz do calvário.
“Portanto, por um lado, se revoga a anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e inutilidade (pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma), e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus” (Hb 7.18).

A carta aos Hebreus de escritor desconhecido, destinada aos hebreus convertido ao cristianismo, que estavam misturando as ordenanças da lei com Salvação pela Graça mediante a Fé em Jesus Cristo de Deus. ( Ef 2.8).

O escritor disciplina os irmãos por ainda serem meninos porque já eram pelo tempo de cristão já ser mestre na palavra de Deus, mas estavam precisando ser ensinado de novo as doutrinas básicas da Nova Aliança (Hb 5.12).

A carta tem a finalidade de separar lei da Graça, onde os que tem Salvação pela Graça estão sobre uma superior Aliança, que não foi feita através de sangue animais mais do precioso Sangue de Jesus, mas diante da Nova Aliança, mostra que houve uma mudança de sacerdócio, que não vinha mais da tribo de Levi, e sim da tribo de Judá e com isso mudaria as ordenanças da lei. Logo Jesus se tornou nosso Sumo Sacerdote diante de Deus.

Foi criado um Concilio em Jerusalém, para definir como os cristãos deveriam se comportar como Nova Criatura como Filhos de Deus, já que hebreus que se convertiam insistiam em continuar debaixo dos rudimentos fracos da lei, mas os apóstolos se reúnem em defesa do Evangelho de Cristo e definem:

“...Por isso julgo que não se devem perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus. Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue” (At 15.1-20).

O apóstolo Paulo, com o ministério de apostolo e doutor entre os gentios, onde recebeu toda revelação para Igreja para que a mesma andasse por ela, que se falou que alguém apresentasse outro evangelho que fosse considerado anátema (Gl 1.6-12).

1.4. Pelas regras criadas pelo homem através das tradições herdadas pelos pais. Como já disse, se pudermos reforçar vigorosamente as regras criadas pelos homens como meio de santidade e salvação, perderíamos o rumo para o céu.

Considero o legalismo, ser o maior e o mais grave dos problemas da religiosidade, onde ela bate de frente com o Cristianismo. Em momento algum os praticantes da religiosidade concebem a atuação divina pela categoria da Graça, como doação e autodoação divina. Para eles só a graça não basta, tudo tem que ser barganhado e negociado.

Esta concepção legalista anula a Graça, anula o sacrifício de Cristo, anula a redenção proporcionada pela morte de Jesus na cruz. Neste ponto poderíamos traçar um paralelo (ainda que bastante impreciso) com a ação dos judaizantes na Igreja Primitiva, combatida enfaticamente pelo Apóstolo Paulo, na epístola aos Gálatas:

“Sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado. Mas se, procurando ser justificados em Cristo, fomos nós mesmos também achados pecadores, dar-se-á o caso de ser Cristo ministro do pecado? Certo que não. Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, a mim mesmo me constituo transgressor. Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão”. (Gl 2.16-21).

O legalismo, como disse, é o maior e o mais grave dos problemas deparados pelo apóstolo Paulo na igreja primitiva e que igreja cristã ortodoxa ainda enfrenta.

Dessa forma, anula-se a fé cristã. Este é o argumento que invalida as considerações de quem avalia a religiosidade como um caminho válido para Deus, legítimo e até melhor do que a fé cristã.

O legalismo tira do coração do crente a alegria do Senhor e com essa ausência vai-se também o seu poder para um culto de adoração ao homem. Nada resta senão uma confissão rígida, sombria, tediosa e indiferente. A verdade é traída e o nome glorioso do Senhor torna-se sinônimo de “desmancha prazeres”. Os cristãos sob a lei não passam de uma triste paródia da realidade.

O autoritarismo farisaico se manifesta na confusão do princípio cristão com insistência em comportamento humano invés de fé e graça. Colocam-se como super espirituais e usam suas experiências e regras similares, e citam frases isoladas para descreverem essas experiências.

O legalista diz na verdade: As coisas que pratico faço para ganhar o favor de Deus. Esquecendo do significado da graça divina “Favor imerecido”.

Devemos compreender que estas coisas não estão expressas nas Escrituras. Elas foram transmitidas ou ditas ao legalista e se tornaram uma obsessão para ele ou ela. Torna-se um cristão papagaio, só diz o que os outros já disseram. O legalismo é austero, exigente e semelhante às leis por natureza. O orgulho que está no âmago do legalismo opera em sintonia com outros elementos motivadores. Como a culpa, medo, vergonha. Ele leva a uma ênfase sobre o que não deve ser, e o que não deve fazer.

No capítulo 3.1 de Gálatas Paulo diz: “Quando eu estava aí, ensinando a vocês a verdade, apresentei um salvador que todo o castigo pelos seus pecados. A sua morte e, subsequente, ressurreição já foi o pagamento final de Deus pelos nossos pecados. Pagamento total! Tudo o que tem a fazer é crer que ele morreu e ressuscitou dos mortos por você. Ele foi publicamente exibido para que todos vissem, e agora a verdade pode ser declarada para que todos creiam. Vocês creram nisso certa vez e foram gloriosamente libertados. Mas, não agora. Quem levou a mudar da lealdade à glória de Deus para as opiniões humanas, da obra do Espírito para os efeitos da carne?”.

A Bíblia Viva contém a seguinte leitura deste versículo: “Gálatas insensatos! Quem foi o feiticeiro que os sugestionou e pôs em vocês esse encantamento ruinoso? Em outras palavras: “Vocês enlouqueceram? Quem roubou a sua mente?”. Paulo estava fora de si. Quem havia hipnotizado os gálatas antes completamente despertos?

Em Gálatas 1.6, num trecho anterior, ele admite o seu espanto: “Maravilho-me de que tão depressa passeis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho”.

O legalismo é uma atitude carnal que se conforma a um código, com o propósito de exaltar a pessoa. O código é qualquer modelo objetivo aplicável ao tempo; o motivo é exaltar-se a si mesmo e ganhar méritos, ao invés de glorificar a Deus pelo que Ele tem feito; e o poder é a carne, não o espírito, que produz resultados externos somente similares à verdadeira santidade. Os resultados são, na melhor da hipóteses, falsificações e não podem jamais aproximar a santificação genuína, por motivo da atitude carnal e legalista.

“Porque, quando vivíamos segundo a carne, as paixões pecaminosas postas em realce pela lei operavam em nossos membros, a fim de frutificarem pela morte” (Rm 7.5; Rm 6.13; Gl 5.19); “... vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri” (Rm 7.9).

“Agora, porém, libertos da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra” (Rm 7.6).

O motivo de sua nova vida frutificada não vem das demandas da lei, mas do desejo de corresponder ao amor de Deus (v. 4). O Espírito Santo dá o poder de viver uma nova vida com Cristo (v. 6).

A antítese entre o Espírito e a letra (lei), aponta para o novo advento, aquele em que a Nova Aliança de Jeremias é realizada (Jr 31.31-34). A letra significa a concepção de guardar a lei exteriormente com toda a força moral que o homem pode levantar. “Espírito” fala das novas relações e forças produzidas em Cristo Jesus pelo Espírito Santo. Paulo procura mostrar para os cumpridores da lei que ela mata o homem por ser difícil de cumprir. “A letra mata e o Espírito vivifica” (2ª Co 3.6).

Embora já estejamos no século XXI, encontramos grupos de indivíduos “rígidos, sombrios, tediosos e indiferentes, basta visitar algumas das igrejas evangélicas de hoje. É com grande dor no coração e grande desapontamento dizer que as igrejas morrem quando o pastor é legalista, pois são assassinos de almas. Os legalistas, com sua lista inflexível de “faça” e “não faça”, matam o espírito de alegria e espontaneidade daqueles que desejam gozar a sua liberdade em Cristo Jesus. As pessoas estritamente legalistas na liderança tiram toda a vida da igreja, embora afirmem estar prestando um serviço a Deus.

São regras humanas feitas pelos homens com, eu creio, corações bons, querendo ajudar, mas no fim acabou sendo mais um jugo sobre a noiva que não era para ser. Então, ainda temos que responder, “Como nós devemos nos vestir na igreja?”.

Na Bíblia não encontramos nenhum versículo que proíba as mulheres a usarem calça comprida no Novo Testamento, porque não existia nem para homens e nem para mulheres.

Jesus ensinando seus discípulos disse: “A Lei e os Profetas vigoraram até João; desde esse tempo, vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele” (Lc 16.16).

Usar a lei escrita por Moisés para doutrina de usos e costumes é invalidar a graça de Cristo, adulterar o evangelho segundo Jesus segundo o Novo Testamento.

Porque muitos não compreendem o evangelho da graça? Paulo responde dizendo: “Mas até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é retirado” (2ª Co 3.15-16).

Muitos estão seguindo a Moisés, e não a Cristo. Precisam tirar o véu que os deixa cego para a verdade do evangelho (Jo 8.32).

Paulo, instrui o jovem Timóteo, a combater os falsos ensinos. Por ignorarem tal exortação muitos se entregam a “vãs contendas, querendo ser doutores da lei e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam” (1ª Tm 1.6-7).

O apóstolo é claro em dizer que são malditos os que seguem a lei de Moisés: Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito:

“Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las” (Gl 3.10). “Ninguém será justificado por Moisés porque o justo vivera da fé em Cristo” (Gl 3.11). “Separados estais de Cristo vós os que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes. Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé” (Gl 5.4-5).

1.5. A função da lei não é justificar ninguém. Somos justificados pela fé.

“Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão” (Gl 2.21); “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro)” (Gl 3.13).

Foi impressionante a forte influência do farisaísmo nos tempos de Jesus e continua até hoje no meio cristão. É visível o proceder cristão mesclado de farisaísmo nas igrejas de hoje. Esse rosário de regrinhas não mencionadas na Palavra de Deus que se estabelecem e incomodam os crentes, é farisaísmo.

1.6. É extremamente difícil estabelecer quais eram as diferenças entre as vestes masculinas e femininas nos dias de Moisés. Tanto os homens como mulheres usavam indistintamente capa, cinto, casaco e vestidos longos. Muitas vezes as roupas de um homem e de uma mulher eram exatamente iguais. Distinguia-se uma da outra, unicamente, pela finura do tecido usado para confeccionar as roupas das mulheres a cor.

O princípio básico apresentado aqui é de que homens e mulheres devem honrar a dignidade do seu próprio sexo e não tentar adotar aparência ou papel do outro. Esse versículo proíbe claramente o travestismo, que é um desvio do comportamento. Deus reprovou e é abominável a mudança do uso natural do sexo, tanto no Velho como no Novo Testamento. O apóstolo Paulo exortando aos romanos diz: “... porque até as mulheres mudaram o uso natural de suas relações íntimas por outro, contrária a natureza; semelhantemente, os homens também deixaram o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmo, a merecida punição do seu erro” (Rm 1.27-28).

Alguns líderes interpretam o “uso natural” como calça comprida ou abrigo. Mas, o ensinamento de Moisés e de Paulo se refere à mudança de sexo, homem com homem ou mulher com mulher. Não tem nada a ver com calça comprida.

1.7. O que uma sociedade estabelece como indumentária masculina e feminina não vale necessariamente para outra região geográfica.

Não compete ao Espírito Santo designar quais roupas são masculinas ou femininas. Experimente um homem usar uma bota feminina ou vice-versa. Ou um homem usar uma calça feminina. Não irá servir, porque o estilo masculino e o estilo feminino são diferentes. Isso é convenção cultural, portanto, humana.

Deve se observar que as roupas e tradições também variam de geração para geração. A calça comprida era considerada roupa de homens no início do século passado. Como as mulheres começaram a trabalhar fora de casa e necessitavam de roupas fortes que protegessem suas pernas do frio e dos acidentes de trabalho, o uso acabou sendo inevitável. Inicialmente, causava inquietação e gerava muita polêmica. Mas, logo pode contar com o consentimento da sociedade. Porém, muitos líderes permitem as mulheres usarem a calça comprida no trabalho, mas proíbem a usarem quando vem aos cultos! Isso é uma hipocrisia!

Note que houve uma mudança social e cultural sem atingir a moralidade das pessoas. Houve uma mudança de tradição. Hoje as calças compridas já nem são mais roupas masculinas, e sim neutras em seu gênero, tanto homens como mulheres podem usar.

Como nos tempos de Jesus homens e mulheres usavam vestidões e não havia nenhum pecado, também em nossos dias não há pecado para homens e mulheres usarem calças comprida. Mas, sempre com decência.

Há outras vestimentas que também são usados por homens e mulheres e não trazem nenhuma inquietação, como por exemplo: as sandálias havaianas; camisetas de malhas; certos tipos de casacos, usados para nos protegermos do frio; e até mesmo alguns modelos de armação para óculos de grau. Hoje o que designa uma calça masculina ou feminina é o estilo. Sendo assim, quando Deus ordena que a mulher não se vista com roupas de homem, Ele não está escolhendo certo tipo de roupa, mas apenas rechaçando o travestismo, e a roupa intima de cada ser humano. O ideal de Deus é que os homens queiram ser homens e as mulheres desejem ser mulheres. A mensagem de Deuteronômio 22.5 trata de princípios, e não de uma lei sobre moda.

Outro detalhe é que, se fosse pela diferença entre homem e mulher, nós homens teríamos que voltar ao uso de vestido; se é pelo costume do país que usamos a calça, elas também têm o direito de usar o costume do país, sendo que as mulheres brasileiras também usam a calça, mais que a saia e, muitas vezes, como abrigo contra o frio.

Entendemos que no Novo Testamento temos apenas uma norma, ou seja, a que fala de vestes decentes, conforme 1ª Tm 2.9, e disso não devemos abrir mão, é claro. Por outro lado, não é porque a mulher, por exemplo, está usando vestido comprido, que está obrigatoriamente decente, pois tudo o que chamar a sensualidade é indecente, é lascívia.

Em certas igrejas, para a maioria dos crentes, uma mulher usar calça idêntica à do homem é um pecado mortal, mas não encontramos um texto bíblico que dê sustentação a essa ideia. Ele vem apenas de uma má interpretação e tradição da igreja.

Se fosse indecente, nós os homens, estaríamos sendo indecentes ao usarmos a referida calça, pois o nosso corpo tem as mesmas condições de mostrar indecência. Além disso, usamos roupas modernas e caras (ternos e gravatas), contrariando Lc 7.25 e Mt 11.8. Os ministros não poderão comprar ternos atualizados, pois deverão cumprir Êxodo 39, se quiserem exigir que as mulheres cumpram uma má interpretação de Deuteronômio 22.5.

Se for para manter a distinção entre homem e mulher, existem diversos itens do vestuário que podem caracterizar a mulher, como calçados, cabelo, blusa, bolsa e outros, vistos que as vestes dos tempos bíblicos eram vestidos idênticos para ambos os sexos e a diferença ficava por conta de outros detalhes, como o comprimento do vestido, a textura do tecido. O homem diferenciava-se pela barba e a mulher pelo véu.

Uma mulher com uma calça descente se protege mais do que uma saia, num símbolo de mundanismo como no entendimento de alguns. Se for provado que a coisa material provoca indecência (que é um atributo moral), não se pode afirmar biblicamente que um costume é mau.

Ensinam que a “igreja” tem “regras” (tradições e doutrinas de homens), que foram condenadas por Jesus (Mt 15.1-3, 9) e, sem base bíblica, fecham o reino dos céus para os aflitos e necessitados. Enquanto Jesus tinha compaixão e misericórdia, os fariseus de hoje são petulantes e donos da verdade.

Aprendemos em missiologia que devemos respeitar a cultura de cada país, mas estamos esquecendo que estamos na cultura de nosso próprio país, onde, especialmente, na região sul, com temperaturas negativas; além de costume, é uma necessidade e um direito constitucional do cidadão, tendo inclusive, amparo legal na preservação da saúde. O uso da calça para a proteção contra o frio, na época do inverno, é uma necessidade. É redundante dizer que, se a pessoa questionasse seus direitos morais pela advertência em público, a Igreja teria problemas. Nesse particular, existe um grande obstáculo, que tem levado muitas mulheres optarem por outras igrejas que entendem não ser esse um problema de indecência, nem de preceito bíblico, senão apenas de uma tradição, que deveriam ser mantidas se não causassem a perda de muitas almas.

Temos visto que muitas igrejas brasileiras assistem a confirmação de Deus ao seu trabalho missionário em outros países, sem a tal exigência, mas continuam proibindo aqui, como se Deus fosse mais exigente para os brasileiros.

Porque muitos líderes fazem este tipo de acepção com as mulheres e o Espírito Santo não? Deus não condena uma mulher pela roupa, mas pela sua conduta sem Deus.

Muitos líderes evangélicos já entendem que essa tradição traz mais prejuízo que lucro e resolveram abrir mão, mesmo que se diga que liberaram o mundo dentro da igreja, porém, biblicamente, para entrar o mundo na igreja, pelas vestes, precisamos ser, no mínimo indecentes, o que não é o caso da calça, e, sim, de muita saia curta, justa ou transparente e blusa decotada (que é tida como um erro, mas a calça é vista, por muitos, como um horror do inferno).

Umas das teorias, a que considero a mais equivocada, é aquela que afirma ser a proibição dessa peça do vestuário um dos motivos da integridade, indispensáveis para a igreja manter a sã doutrina e a santidade. Entendo que a igreja é santa porque não abre mão das doutrinas bíblicas e, ficaria melhor ainda, se dispensasse este item que nada tem a ver com a santidade e nem com a diferença do mundo, pois Jesus em João 13.35 nos diz qual é a única característica que faz a diferença do mundo. O único requisito no vestir é a “decência” que procede do amor. A caridade, que é o próprio amor, não se porta com indecência, conforme 1ª Co 13.5 e nada mais que isso pode ser exigido biblicamente.

Quantos pastores ficam envolvidos com a tal proibição, enquanto Satanás vem minando a santidade das igrejas pela mentira, inveja, desonestidade, corrupção, prostituição, adultério, rancor, falta de perdão, enfim, todos os males causados pela falta do amor de Deus nos corações.

È o mundo entrando dentro da igreja e não um figurino de vestuário para manter uma característica da igreja, representada apenas pelas mulheres, assim como nos países muçulmanos, cujas mulheres com o corpo coberto, da cabeça aos pés, representam para o mundo mais desenvolvido, a característica de uma religião atrasada. Este é um exemplo clássico de que manter uma característica, se não tiver fundamento bíblico, só pode representar um atraso, como vem fazendo aquele povo. Com certeza, isso não garante pureza à igreja, nem admiração pelos que deveriam converter-se ao Evangelho. O evangelho que Jesus mandou pregar, não recomenda, uma só vez, tais exigências.

A bem da verdade, o que está acontecendo é que uma boa parte dos crentes só sabem aplicar a dureza da lei da aparência exterior, mas não sabem praticar o amor e a misericórdia, vivem como se fossem os números exatos dos escolhidos, não se importando com o resto do mundo, como se fossem os donos da salvação, e quem não pisar na linha de suas exigências, deve ser eliminado.

A pergunta que faço: Como será o acerto, um dia, dos que trocaram a graça pela obras e dos que evitam o esclarecimento para não contrariá-los? “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça” (Rm 1.18).

Se Jesus condenou os fariseus, que aplicavam a lei ao invés do amor, não fará o mesmo com aqueles que mudam a verdade de Deus, ensinando aos descrentes, que a mulher que usar calça, no dia do senhor não poderão entrar no céu? “Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci” (Mt 7.22-23).

Outro grande prejuízo é que, na medida em que afirmamos ser pecado intolerável o uso dessa peça do vestuário, os crentes em sua maioria dizem-se cumpridores da sã doutrina e não comparecem ao debate, nas reuniões de ensinamento, para descobrirem que Satanás está minando grandemente, de forma sutil, outras áreas da vida, que declaradamente a Bíblia classifica como pecado.

Podem conferir: os defensores ferrenhos de usos e costumes, geralmente, não se lembram de exercer o que Deus expressamente exige como doutrina, isto é: amor, perdão, misericórdia, bondade, benignidade, paz, mansidão, humildade, pontualidade, a eficiência no ensino e no trabalho, a transparência, a ética, a verdade a qualquer custo, etc. Dizer que a igreja não precisa disto para crescer seria desprezar o valor das almas, que por este impedimento, deixam de entrar no caminho da salvação.

Outro argumento bem conhecido é o de que as igrejas que liberam o tal uso são igrejas frias e mornas. Entendo, no entanto, que o motivo é bem outro, isso é: o que ocorre é que algumas igrejas não se animam a liberar, pensando que sua espiritualidade está nesse detalhe, como a força estava no cabelo de Sansão. Deveriam, antes, conhecer outras igrejas que ensinam a verdade e, no entanto, são portadoras de todas as características bíblicas da salvação em Jesus.

Podem conferir que os tais não conseguem mover a igreja com seus sermões, mas quando notam que estão sem a graça divina, mudam seus sermões para usos e costumes mostrando assim mais espiritualidade.

Sabemos, também, o argumento de que nas igrejas em que se liberou o uso, desta parte do vestuário, desandou a imoralidade e o mundanismo. A esse argumento gostaria de responder como exemplo do que já ouvimos a respeito da televisão, sendo que certos pastores a proíbem, sob esta legação, porém, a prova aí está, que nas igrejas em que foram mantidos os princípios éticos e morais, nada aconteceu por conta da televisão liberada. Não devemos proibir, mas ensinar ver televisão. Sei de pastores que proibiam nas suas igrejas o uso da televisão dizendo que era a caixinha do diabo, mas hoje eles têm uma caixinha na sua casa e não é mais pecado. É interessante que é pecado enquanto o líder não liberar. Quantas pessoas de valor foram sumariamente excluídas da igreja por possuírem aparelho de televisão, hoje, entretanto, os que cometeram tais injustiças possuem o aparelho, tranquilamente, em suas casas. Descobriram que era ignorância, pois os males procedem do coração e o mundo ao vivo é muito mais perigoso que a tela da TV.

Sabemos que não só as vestes e a televisão usada de forma imoral podem arruinar a igreja, mas todos os demais procedimentos que não estiverem pautados pela decência e moralidade. Se em algum lugar a coisa descambou, foi por falta dessas características e não pelo uso de uma peça de roupa que não pode alterar a integridade de uma pessoa.

Portanto, o que preocupa é ter de defender, sem argumentos convincentes, aquilo que não encontra na Bíblia. Ouvimos a explicação: na Bíblia não está escrito, mas deve ser obedecido e, se quiser explicação, fale com o Pastor, porque é o único autorizado a tocar no assunto.

Não acredito que pastores apoiem essa ideia, pois se assim fosse, seria o mesmo que admitir que a palavra do pastor esteja acima do preceito bíblico e, por isso mesmo, o assunto não poderia ser discutido; deveria apenas ser cumprido.

Interessante que os legalistas dessa exigência com a veste feminina querem cumprir um mandamento da lei e não se importa em cumprir o que está no Novo Testamento (Rm 16.16; 1ª Co 16.20), que manda saudar os irmãos com beijos e (1ª Tm 5.10), que manda lavar os pés uns dos outros.

O motivo pelo qual existe rivalidade entre os crentes é que os mais esclarecidos sabem que certos usos são apenas tradições, enquanto que a maioria pensa que é um mandamento, escrito em algum texto da Bíblia. Para quem governa é mais fácil assim; os membros menos esclarecidos pensam que está escrito e, além de cumprirem, exigem dos demais que cumpram também, criando uma pressão psicológica naqueles que entendem a verdade.

A Palavra de Deus não admite meia verdade. Se não pudermos esclarecer o que é doutrina e o que é tradição, é porque não estamos preocupados com a divisão e o descontentamento entre os crentes, e sim, preocupados em manter certos usos ou costumes arcaicos através de uma estratégia de desinformação.

Quando dizemos que não podemos facilitar o tal uso, porque iria escandalizar a maior parte dos crentes, não devemos esquecer que eles só se escandalizam porque foi o próprio ministério da igreja que sempre ensinou ser um pecado horrível.

Não acho válido, também, o argumento de que a igreja tem o poder de estabelecer normas e regras, mesmo sem base bíblica, pois se assim fosse, a Igreja Católica estaria certa em todas as tradições e dogmas que ela criou.

Um princípio é válido quando não trouxer prejuízo ao Evangelho, nem discordar da vontade de Deus, pois do contrário, pode se enquadrar nos textos de Dt 4.2; Pv 30.6 e Ap 22.18, que proíbem acrescentar um til às Sagradas Escrituras e automaticamente à doutrina da salvação, em qualquer tempo ou circunstância, Eu, particularmente, não quero assumir esta culpa.

Não consigo entender a total tranquilidade de alguns obreiros, argumentando que não podem perder tempo com descrentes que querem exigir que a igreja se adapte às suas tradições. Dizem que os de fora é que têm de mudar e devem viver de acordo com a Palavra e com nossas regras. Muito bem, mas onde está escrito a tal palavra e onde está escrito as tais regras? Enquanto ficamos brigando e ensinando as regras, as outras igrejas estão enchendo e tua está se esvaziando. E, o mais triste, aqueles que têm o ministério do ensino estão ficando no banco para não ensinarem as verdades bíblicas.

Outro aspecto é a repercussão moral: Saia comprida é roupa social, que exige coerência dos pés à cabeça, mas como menos favorecidos não podem acompanhar este estilo, andam por aí, de forma ridícula, criando um péssimo visual; fazendo com que os descrentes tenham a impressão de que somos um povo atrasado. Isso é prejuízo na certa.

Daí argumentar que para os salvos pouco importa o que o mundo pense, e que a aparência não vale, é no mínimo desconhecer certos textos bíblicos, por exemplo: (1ª Co 14.23), onde Paulo preocupa-se com a impressão que podemos causar aos descrentes, prejudicando a conversão de almas. Nós que deveríamos estar preocupados com os não crentes e perguntar a nós mesmos se não estamos impedindo a sua entrada; e não nos darmos ao luxo de dizer: se quiserem é assim, ou, então, procurem outra igreja! Pois, assim era o tratamento dos fariseus nos dias de Jesus agiam sem amor e sem misericórdia.

Igrejas que recebem todos os dias, pessoas transferidas de outras localidades, não sentem a necessidade do crescimento por conversão, talvez por isso não se importem com o entrave e ainda dizem que a igreja está crescendo, quando, na verdade, as conversões são menores que as exclusões.
Considero desonesto da parte de certos líderes, antes de serem consagrados ao cargo, tinham essa interpretação, porém, assim que subiram ao poder, mudaram de opinião e passaram a defender o contrário, para merecerem a simpatia do povo. Que falta de personalidade e seriedade com o santo ministério.

É fácil perceber que tudo isso é falta de conhecimento bíblico, que infelizmente herdamos de nossos antepassados e que vem dando enorme prejuízo na conversão de almas. Será que apenas as igrejas que as irmãs não podem usar a calças que irão se salvar? Não deveríamos desconfiar que estamos sozinhos neste modelo atrasado? Pior que isso é dizerem que é uma tradição e um modelo que Deus nos deu e que a igreja vem crescendo desta forma. Como alguém pode provar que foi Deus quem deu? Se não fossem estas regras humanas e ridículas as igrejas poderiam ter crescido muito mais? Só os menos esclarecidos podem aceitar estas regras, pois quem conhece a verdade tem a mente de Cristo.

Lamento a ignorância daqueles que, ao invés de abordarem os candidatos ao batismo, perguntado se entenderam bem e estão dispostos a praticar o amor e as doutrinas bíblicas, que contêm a receita completa do caminho estreito, tratam de proibir o uso de certas roupas, joias e corte de cabelo, etc.

Entendo que muitos que se batizam não permanecem porque são edificados na areia e não na rocha. Na primeira luta espiritual, tentação, calúnia ou perseguição, o crente vai cair, pois ele foi ensinado a valorizar um figurino material e não o conhecimento espiritual da salvação.

Como seria bom se todas as igrejas deixassem de olhar apenas para o passado baseando-se na tradição, e passassem a praticar um arrependimento diário acompanhado de vigilância constante; tenho certeza de que não seriam atingidas por falsas concepções de cristianismo; improdutivo, apenas nominal e indigente do fervor do Espírito Santo. Pelo contrário haveria um avanço real e sem falsificação. Seriam gerados verdadeiros cristãos dispostos a doar-se em favor do próximo e da causa da verdade. Infelizmente porque o sectarismo torna-se envolvente nas massas humanas poucos param para pensar que placa denominacional não alimenta a alma do ser humano e nem sequer alivia a consciência.

Não queremos com isto dizer que organizações religiosas deveriam estudar propostas de unificação, mas sim que cada discípulo em particular seguisse fielmente a unidade de um corpo cuja cabeça é Cristo.

Vamos olhar para os grandes homens do passado como Martino Lutero, João Calvino, João Huss e outros que sem medo começaram a denunciar a miséria do proceder humano diante do Seu criador. A explosão monetária pela venda de indulgências e de imagens esculpidas, a corrupção moral, as perseguições empreendidas contra os guardiões da fidelidade e mesmo o sangue inocente daqueles que foram lançados às feras ou decapitados, nada disso podia ficar esquecido na obscuridade.

Desta forma o cristianismo estava-se reavivando e as consciências dos homens passavam a ser acordadas, quando o combate da fé empregava não mais a força das armas, nem tribunal de inquisição, mas a Palavra de Deus (Ef 6.10). Considere-se o porte de vida destes grandes pregadores; quais eram as suas mensagens, quais eram seus ideais, a que tipo de povo falava e qual o resultado que colheram e ter-se-á a convicção de que Deus cuidou, cuida e cuidará sempre a sua obra gloriosa.
Infelizmente, desde a reforma implantada com eficientes resultados o ápice alcançado pelo cristianismo pouco a pouco foi novamente cedendo a espaço ao avanço rápido de novas filosofias e tradições arranjadas através de conglomerados de ideias que desvirtuaram paulatinamente a verdadeira fé. Introduziu-se na mentalidade humana uma nova “cultura” religiosa e os grupos que haviam sido avivados retornaram as tradições modificadas pela cultura e o humanismo secular, desentoando as verdades bíblicas. Hoje muitos destes têm sido obrigados por força da religiosidade presente confessar o seu desvio e o declínio sofrido.

As estatísticas confirmam a constante queda tanto em números como em diligência espiritual de denominações que há bem pouco tempo eram prósperas nas atividades do reino de Deus. Entretanto aquelas igrejas que tem solidificado sua fé nas doutrinas bíblicas continuam firmes e vitoriosas em caminho da cidade santa. Enquanto que outras estão desmoronando-se, pois construíram a base de sua religião (doutrina de homens), na areia e não na rocha.

Cristo veio ao mundo com a finalidade de tornar os homens cidadão do Seu reino (Mc 1.14-15). Por conseguinte, o cristão é um cidadão do Reino de Deus (Cl 1.13), onde é diferente (Jo 18.36), principalmente na maneira de pensar (1ª Co 18.36). Logo, o meu modo de ser já não importa. Devemos ver tudo sob a perspectiva do Reino. O Rei dos reis exorta-nos a buscar o Reino de Deus e a sua justiça, a fim de que as demais coisas nos sejam acrescentadas (Mt 6.33). Portanto, o comer, o vestir-se, o ter um teto para abrigar, embora importante á nossa sobrevivência, são pontos em segundo plano.

O cristianismo judaizante é remendo novo em vestidos velhos (Mt 9.16). A salvação é pela fé em Jesus (Gl 2.16; Ef 2.2-10; Tt 3.5). O cristianismo é religião de liberdade no Espírito e não um conjunto de regras. O verdadeiro cristianismo enfatiza o nosso relacionamento com Cristo ressuscitado (Gl 2.20), e isto é suficiente para crescermos na graça e no conhecimento de Deus.

USO DO VÉU SEGUNDO 1ª CORÍNTIOS 11


Umas das regras da hermenêutica para se fazer uma interpretação bíblica correta é estudar o contexto histórico, o período, a cultura e os costumes de quem escreveu, etc. Porém, quem não teve esse privilegio não sabe definir como foi escrita, ou por que foi escrita, a quem foi endereçada e comete o erro grosseiro de defender o uso do véu e o cabelo comprido para as mulheres como doutrina bíblica.
Algumas igrejas estão mais para o Islamismo, cheia de leis e morte, bem diferente da Igreja de Jesus Cristo, livre e operante. Por isso vamos estudar este tema analisando o sentido do véu e o cabelo para mulheres.

Porque as mulheres judaicas usavam o véu? E as Helênicas não usavam? E porque era proibido as mulheres contemporâneas do Apóstolo Paulo de terem os cabelos rapados?

Transliteração.
PROS KORINTHIOYS A PASA DE GYNE PROSEYCHOMENE HE PROPHETEYSA AKATAKALYPTO TE KEPHALE KATAISCHYNEI TEN KEPHALEN AYTENS;

Tradução literal.
“Toda mulher orando ou profetizando descoberta com a cabeça desonra a cabeça dela” (1ª Co1.5).
Neste trecho o vocábulo mais discutido é sobre a questão do uso do véu; o que o apóstolo Paulo quis nos ensinar? Seria este um ensino de valores eternos ou circunstanciais? E qual a utilização do uso do véu hoje?

Primeiro: À luz do contexto. O escritor fala sobre uma hierarquia na criação (1ª Co 11.3), ordem na criação (1ª Co 11.7-9).

“Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo” (1ª Co 11.3).

Paulo está se referindo à “cabeça” no sentido natural. Para a mulher, cabeça descoberta significa: Estar sem a cobertura da autoridade do homem ou de Cristo.

Para nós o ensino prático é que o texto fala de submissão da esposa ao seu esposo e que isto sim é honroso diante de Deus. O texto em questão, dirige-se as mulheres casadas e não a todas as mulheres da igreja, sim pois, “o marido é a cabeça da esposa”, Paulo não está tratando aqui das mulheres solteiras.

Segundo: Discorrendo no contexto cultural, observamos que, a cidade de Corinto era estrategicamente estabelecida; foi uma autêntica metrópole, abrigando judeus, gregos e romanos. Portanto, havia uma miscigenação de raças e de culturas. A Carta do apóstolo Paulo foi primeiramente endereçada aos irmãos da cidade de Corinto, na Grécia. Corinto é até hoje uma cidade portuária muito importante, pois recebe embarcações de todas as nações através do Mar Mediterrâneo. Corinto foi uma autêntica metrópole, abrigando gente de todas as culturas antigas. A cidade oferecia aos viajantes, mais divertimento e opções culturais que outros portos. Lá ficava o único anfiteatro (uma construção romana) da Grécia com capacidade para mais de 20.000 pessoas. Naqueles dias, havia um culto a uma deusa chamada Afrodite, que era tida como a deusa da fertilidade. E nesses cultos havia a presença de prostitutas culturais, que tinham relações sexuais durante a cerimônia. A maioria delas tinha a cabeça raspada. O seu templo abrigava mais de 1000 prostitutas. A cidade tornou-se símbolo da promiscuidade e decadência moral. Este culto passou ser uma tradição da cidade e infelizmente existe até hoje na Grécia. A cultura judaica era diferente dos costumes de Coríntios. As mulheres gregas vestiam-se de modo diferente das judias. Os judeus jamais comeriam uma comida vendida em mercado, principalmente sacrificada a ídolos. Um judeu de modo algum permitiria que as mulheres falassem nas sinagogas, mas na cultura helênica, contanto que cobrisse a cabeça, as mulheres receberiam permissão para orar, pregar (profetizar) e exercer alguns ministérios. A cultura hebraica se chocava com a cultura de Coríntios.

Muitas judias que normalmente não cobrem a cabeça, o fazem durante a oração. “O site judaísmo 101”, menciona que, nas culturas orientais, cobrir a cabeça é um sinal de respeito e se isso for feitio durante a oração, mostra-se respeito por Deus.

Na tradição judaica ao cobrir o cabelo, a mulher casada faz uma declaração: “Não estou disponível, não estou aberta ao público. Até o meu cabelo, a parte mais óbvia e visível de mim, não é para os seus olhos.”

Por volta do ano 50 Paulo morou nesta cidade por um período de 18 meses (At 18.11), onde ensinou o evangelho, e mesmo debaixo de perseguição deixou ali uma igreja implantada. Depois que partiu, Paulo escreveu uma carta, hoje perdida (1ª Co 5.9). Talvez em resposta a essa carta, os crentes lhe redigiram algumas perguntas inquietantes. A contestação de Paulo sobre os problemas de divisão (1.11), a imoralidade entre os irmãos (cap. 5; 6.9-20) e as perguntas concernentes a casamento, alimentos, adoração e ressurreição, provocaram a composição de primeira Coríntios.

Terceiro: O uso do véu. Para os judeus era um costume antigo, que representava a decência das mulheres (cf Gn 24.36). Submissão das mulheres.

Quarto: No caso de Corinto, temos um costume das prostitutas (sacerdotisas do templo de Afrodite) terem a cabeças rapada, e também as mulheres gregas que não se prostituíam tinham o cabelo comprido, porém não usavam o véu. Então concluímos; numa cultura a não utilização do véu poderia ser motivo para o divórcio, também poderia ser uma forma de lamento, ter a cabeça rapada, ou indicar uma mulher culpada de adultério, seria também norma rapar a cabeça.

As sacerdotisas do templo de Afrodite raspavam a cabeça e conforme um costume local, elas teriam que se entregar a algum desconhecido sexualmente, uma vez por ano (havia em Corinto mil prostitutas – sacerdotisas de Afrodite).

Quinto: Enfatizamos, que Paulo não ensinava nesta passagem bíblica, princípios morais eternos, e assim circunstanciais, ou seja, cultural. O ensino era que, por uma questão de coerência, aqueles que quisessem manter a tradição do uso do véu hebraico deveriam também preservar o uso dos cabelos compridos presentes na cultura helênica.

O véu não é símbolo do cabelo, as mulheres judias tinham por costume usar véu sobre a cabeça, então houve uma certa dúvida com as mulheres que se convertiam, se elas eram obrigadas a usarem o véu, então Paulo escreveu que as igrejas de Cristo, não tinham este costume, pois o cabelo foi dado em lugar de véu, como sinal de honra sobre a própria cabeça.

Se analisarmos profundamente este capítulo, Paulo apenas deseja manter o costume judaico da utilização do véu (v. 5) numa cultura que já o substituíra pelo uso dos cabelos. Ele sugere que, por uma questão de coerência, aqueles que quisessem manter a tradição do uso do véu hebraico deveriam também preservar o uso do cabelo comprido presente na cultura helênica.

O véu era um traição judaica.
“De fato eu vos louvo porque em tudo lembrais de mim, e retendes as tradições assim como vos entreguei” (1ª Co 11.2).

As mulheres da igreja de Coríntios viviam em meio a duas tradições distintas: “...retendes as tradições assim como vos entreguei”. [Tradição do original grego paradosis - paradosis] que significa transmissão preceito, particularmente a lei tradicional dos judeus – ordenança, tradição [dicionário Strong, P. 2339].

Paulo, por ser judeu, propunha a manutenção do costume hebraico; logo, a questão do uso do véu ou cabelos compridos era apenas penitente aquele contexto cultural. A mulher usava o véu por submissão e, da mesma forma, ela deve usar o cabelo comprido por submissão. Mas, no Japão o fato de uma mulher cortar ou não o cabelo não contém nenhum valor ético e moral, mas andar à frente do esposo sim, pois sua cultura ensina assim.

Quinto: Enfatizamos, que Paulo não ensinava nesta passagem bíblica, princípios morais eternos, e assim circunstanciais, ou seja, cultural. O ensino era que, por uma questão de coerência, aqueles que quisessem manter a tradição do uso do véu hebraico deveriam também preservar o uso dos cabelos compridos presentes na cultura helênica.

Segundo o escritor Ricardo Gondim “Isto porque, da mesma forma que uma mulher sem o véu era considerada prostituta pelos judeus, uma mulher com a cabeça rapada era tida como meretriz pelos gregos”.

A decência nesta questão não seria o comprimento do cabelo, nem tão pouco o uso do véu. E sim a decência com que a mulher se apresentava na igreja e na sociedade.

É possível, encontrar ainda hoje, em pleno século XXI, seguimentos religiosos diversos que respaldando-se na sua cultura, cosmovisão religiosa ou na interpretação de trechos bíblicos sem considerar o seu contexto, criam normas, regulamentos para legitimar nos seus seguidores mecanismos de controle. Doravante, é preciso pois, respeitar os costumes de cada seguimento religioso, ou seja, aqueles que proíbem por exemplo: o corte de cabelo para as mulheres, ou o uso de calças compridas, sem contudo condicionar ou até mesmo atrelar a salvação de uma alma a observância irrestrita aos mesmos. Pois, conforme o conceito paulino “não vem das obras para que ninguém se glorie”.

Segundo a Hermenêutica Bíblica, devemos interpretar o texto dentro dos contextos: Histórico, geográfico, sintático, gramatical, lexicológico, teológico e doutrinal. Portanto, a lei geral diz: “Que um texto fora do seu contexto, servi de pretexto”.

Não há qualquer restrição bíblica, hoje quanto ao corte de cabelo ou a proibição do uso de calças compridas para mulheres. Deve-se respeitar o contexto religioso e cultural que o seguidor(a) estão inseridos. Entretanto, salientando sobretudo que, nenhuma tradição, norma cultural está acima das Escrituras sagradas.

Naqueles dias os homens jamais cobriam a cabeça para orar a Deus; somente as mulheres. Séculos depois, esse costume judaico mudou. Quando um homem entrava na sinagoga recebia o talith, um xale de quatro pontas para ser posto sobre sua cabeça. Os romanos, antes do aparecimento do talith judaico, já costumavam entrar em seus templos com a cabeça coberta. Os gregos, todavia, tradicionalmente oravam e adoravam com a cabeça descoberta. Traduzindo essa argumentação grega, Paulo argumenta que o homem deve orar assim porque ele é a imagem de Deus na terra e esta imagem não pode ser encapuzada.

“Portanto, se a mulher não usa véu, nesse caso, que rape o cabelo. Mas, se lhe é vergonhoso o tosquiar-se ou rapar-se, cumpre-lhe usar véu” (v. 6).

Neste versículo o apóstolo Paulo propõe duas alternativas: ou “coberta”, ou “sem cabelo” (rapada), mas não admite que esteja sem cabelo.

Paulo faz uma analogia para mostrar que uma mulher sem o véu simboliza, na cultura judaica, o mesmo que a mulher com a cabeça rapada simboliza na sociedade grega. Prostituta ou infiel. O motivo maior que levou Paulo a escrever este assunto para a igreja de Corinto, foi para proteger as irmãs helenitas que tinham cabelos curtos de serem confundidas com as prostitutas culturais. Isto porque, da mesma forma que uma mulher sem o cabelo era considerada prostituta pelos judeus, uma mulher com a cabeça rapada era tida como meretriz pelos gregos. Só não faziam uso do véu aquelas que se encontrasse em período de luto ou as que fossem esposas infiéis. Desta última, o véu lhes era tirado e o cabelo lhes era rapado, afim de que exibissem o seu opróbrio (vergonha). É este o único motivo de Paulo pedir que as irmãs usassem o véu. Pois não há motivo para o uso do véu se o próprio cabelo foi dado no lugar do véu. Além disso, o apóstolo não menciona o uso do véu em nenhuma outra igreja em que passou. Será que ele esqueceu desse mandamento? Não, pois era somente em Corinto que havia necessidade do uso do véu para separar as irmãs das mulheres prostitutas da cidade.

O uso do véu ou do cabelo em 1ª Coríntios não se refere à doutrina da salvação, e sim objeto de uso e costume tradicionais na época dos gregos e palestinos. Jesus Cristo não quer aparência e sim humildade, amor, dedicação para com seu santo Evangelho. Cobrir a cabeça é uma prova de humildade? Eu creio que não. Humildade é esvaziar-se si mesmo.

Seria um absurdo imensurável, líderes, exigirem que seus membros adotem essa prática, já que as mulheres não estão inseridas na cultura dos judeus, tampouco na da Grécia Antiga. É impossível tomar compatíveis, hoje, os costumes da igreja do primeiro século. Jamais conseguíramos aproximar dos usos e costumes daquela época. A tentativa é absurda, e as interpretações dadas por aqueles que seguem à risca estes preceitos (tradições) são desonestos ou baseados na falta de conhecimento próprio, além disso, serão reprovados por Deus, aqueles que usam a tradição do véu e do cabelo como meio de salvação.

O que se entende por cobertura? Tapar, esconder, ilizar, guardar etc. As igrejas que ensinam o uso do véu para as mulheres não obedecem ao costume judaico num todo. As mulheres judias cobriam toda a cabeça, e não só parte do cabelo. A cabeça é formada por toda a parte superior do corpo, então o que deveria acontecer era o mesmo que ocorre com as mulheres islâmicas, que realmente cobrem toda a cabeça. Da forma feita em algumas igrejas, não conseguem seguir nem mesmo o que mais defendem.

Em certas igrejas Cristãs as irmãs usam um véu de nylon que é totalmente transparente, não tapa nada, nem mesmo o cabelo, quanto mais a cabeça, tornando assim inútil e contrário ao próprio texto de 1ª Coríntios.

O apóstolo Paulo é bem objetivo: ele manda a mulher cobrir a cabeça toda. Em nenhum lugar nas Escrituras Sagradas, encontramos mandamento obrigando a mulher a cobrir a cabeça. Eles negam o texto Bíblico, impondo uma “doutrina” totalmente errada a suas fiéis.

Para as mulheres judias cobrir a cabeça era um costume, uma tradição e uma obrigação, como também o é entre árabes e por todos os países controlados pelo islamismo nos dias de hoje. Lá as mulheres trazem a cabeça coberta como ato de subordinação ao marido e aos pais. São proibidas de mostrarem seus rostos a estranhos, podendo ficar sem a cobertura dentro de suas casas, mas quando chegar alguém estranho são obrigadas a irem recebê-los com a cabeça coberta, não podendo mostrar nem seus rostos. Elas realmente cobrem a cabeça. A partir da adolescência elas já não podem falar mais com os homens, exceto os parentes mais próximos. São impedidas de trabalhar e estudar, só saem às ruas por motivo justificado, assim mesmo acompanhadas de um parente e cobertas da cabeça aos pés.

Mas para que a igreja que tem o costume de usar o véu, as mulheres não cobrem por completo, portanto, não obedecem (1 ª Co 11.5-6). E se elas cobrissem a cabeça não seria um verdadeiro escândalo para nós que somos latinos e não árabes?

A primeira igreja a usar o véu transparente foi à igreja Católica no ano de 1854, pela ordem católica das irmãs de Maria, quando feito o coronário de Maria como “mãe de Deus”. Esse véu foi criado para fazer distinção entre as irmãs de Maria e as demais ordens da igreja Católica. Portanto é um objeto idólatra, nada tendo a ver com a doutrina apostólica.

O véu, portanto, que algumas igrejas Cristãs herdaram não tem absolutamente nenhuma ligação com as Sagradas Escrituras.

“E que, tratando-se da mulher, é para ela uma glória? Pois o cabelo lhe foi dado em lugar de véu” (1ª Co 11.15).

Para aquelas que tinham os cabelos crescidos, não havia razão para pôr o véu sobre a cabeça. Aqui Paulo fez diferença entre a igreja de Coríntios e as demais igrejas, mostrando perfeitamente que o uso do véu não era doutrina e sim uso de costume, para as outras o cabelo foi dado em lugar do véu. O tema principal deste bloco escriturário é exatamente a posição da mulher em relação ao homem e, consequentemente, como ela deve apresentar-se diante de Deus.

O véu era sinal de poderio do marido sobre a esposa: compare 1ª Co 11.10 com Gn 24.65. Era assim que acontecia entre os judeus no contexto cultural do Velho Testamento. Quando Rebeca recebeu Isaque como esposo, ao saber que era ele que se aproximava dela, cobriu-se com o véu. Sinal de que aceitava o poderio do marido sobre ela (Gn 24.65). Dizemos nesta passagem que esse “sinal de poderio” não significa uma posição inferior da mulher, pois Paulo procura mostrar nos versos 11 e 12, que a mulher e o homem são interdependentes, chegando a admitir que, assim como a ela provém do homem, ele também provém da mulher (no sentido de nascer de uma mulher).

O símbolo do véu, na mulher e não no homem, era um costume judaico e de alguns povos antigos. Paulo estava reforçando esse ensino para que a mulher cristã não causasse escândalo aos pagãos. Nos dias de hoje, não temos este costume entre nós. O problema é humano e não divino. Para trazer o costume judaico para a mulher cristã de hoje, teremos que fazer a mesma coisa para os homens. Antes de tudo, eles não poderiam usar calças, nem gravata, nem bigode, porque são costumes modernos. Eles teriam que andar de vestidos grandes e largos e, como era honroso diante de Deus, teriam que ter barbas longas (2º Sm 10.1-5; 1ª Cr 19.1-5; Sl 133).

Pelo que se nota, em nenhum lugar Paulo proíbe cortar um pouco do cabelo ou tê-lo mais curto ou mais comprido. O que ele ensina é: ou tem cabelo ou rapa a cabeça por completo. Mas, não fala de cortar um pouco do cabelo. Afinal, a cobertura poderia ser mais curta ou mais comprida. Se não fosse assim, seria difícil para as mulheres africanas serem puras, no uso do cabelo como véu, cujo cabelo é geralmente, muito curto, e lá tanto as mulheres como os homens têm o cabelo curto.

“Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu” (v. 15).

A palavra “véu” no verso 6, quando trata da mulher em ato de culto diante de Deus, não é a mesma aqui no verso 15, que algumas traduções vertem por “mantilha”. Aqui, quando fala de cabelo comprido, não refere-se ao véu para o ato de orar ou profetizar no culto. Portanto, trata-se apenas de uma questão de “honra” ou “glória”, contrastando com a situação do homem, para quem é desonroso ter cabelos compridos (v. 14). Paulo cita o cabelo como exemplo e declara que o comprimento do cabelo do homem e da mulher deve ser tal, que haja uma distinção entre eles. O cabelo da mulher deve ser, no entanto, mais longo e o cabelo do homem curto. Nos tempos de Paulo, o cabelo longo masculino era vergonhoso entre os homens e repudiados pelos judeus, bem como pelo povo de Corinto no século I. Usar este contexto e obrigar as irmãs usar véu ou proibi-las de cortar um pouco de seus cabelos para cultuar a Deus, é tornar-se um legalista, fariseu e radical. É forçar a Bíblia dizer o que ela não diz.

Qual seria o tamanho de cabelo ideal para caracterizar a submissão de uma mulher? Muitas têm os cabelos que se arrastam pelos pés, mas não têm respeito e submissão pelo seu marido. E qual é o ensino de Paulo para as mulheres: “As mulheres, sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor” (Ef 5.22).

Os versículos escritos pelo apóstolo Paulo à igreja de Corinto, tratando sobre os cabelos de homens e mulheres, são largamente ensinadas por algumas igrejas para consubstanciar (concretizar) seus ensinos que proíbe as mulheres de sequer aparar as pontas dos cabelos. A postura de Paulo neste capítulo é tão enfática e clara, pois ele fala da natureza do homem e da mulher. Portanto, quando ele fala de natureza em Romanos capítulo primeiro verso 26, refere-se à mudança de sexo (homossexualismo e lesbianismo) e não a cabelo. “Ou não ensina a própria natureza ser desonroso para o homem usar cabelo comprido? E que, se tratando da mulher, é para ela uma glória? Pois o cabelo foi dado em lugar do véu (ou como o de véu)” (vvs. 14-15).

Se o cabelo foi dado em lugar do véu, porque então se usar o véu? É porque havia na igreja de Corinto irmãs que não tinham o cabelo longo e somente para estas havia a necessidade do uso do véu para não serem confundidas com as prostitutas culturais.

A questão dos cabelos crescidos para as mulheres e curtos para os homens é meramente cultural. Para que o homem e a mulher não viessem a perverter a natureza do sexo. O princípio básico apresentado aqui é de que homens e mulheres devem honrar a dignidade do seu próprio sexo e não tentar adotar aparência ou papel do outro.

Finalmente, todo o véu foi tirado do cristianismo. Quando Jesus morreu na cruz o véu que separava o Santo dos Santos e impedia as pessoas de olharem para aquilo que representava a presença de Deus, rasgou-se de alto a baixo, acabando com aquela barreira. Agora a presença de Deus está aberta a todos, indistintamente. Por outro lado, falando aos mesmos cristãos de Corinto, Paulo comenta que Moisés, quando veio do monte Sinai, seu rosto brilhava e tiveram que cobri-lo com um véu. Paulo fala da lei, mas quando se converte o véu é tirado.

“Mas até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é tirado. Ora, o Senhor é Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade”. (2ª Co 3.15-18). “Mas, todos nós, com cara descoberta, refletindo como espelho a glória do Senhor” (2ª Co 3.7-18).

Onde está o Espírito do Senhor, isto é, a Nova Aliança, há liberdade: a liberdade oferecida pelo Senhor não é legalista, oprimente, que sufoca, entristece e mata através de suas “doutrinas”. Se ele fala: “Todos nós com cara descoberta”, fala da mulher também.

Se o diabo não consegue fazer algumas igrejas a usarem o véu, ele ensina que a salvação é pelo cabelo e as mulheres ficam proibidas de sequer emparelhar seus cabelos.

Com base neste versículo, algumas igrejas que ensinam que o texto “cara descoberta” refere-se à barba ou bigode, proibindo os homens de usá-los. Entretanto, o contexto não fala de barba e nem de bigode, mas refere-se ao véu.

“Nós com o rosto descoberto ou desvendado” (sem o véu), refletimos a glória de Deus. Portanto, não há necessidade do uso do véu para as mulheres. “Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é tirado”.

Também não se trata de barba e nem de bigode para homens como algumas seitas interpretam.
Por causa de todo este radicalismo, há muitos descontentes com as doutrinas humanas, com líderes, com os cultos e principalmente com a visão de que são os únicos que serão salvos. Criou-se um fanatismo que leva o medo e terror a todos os que se opõem aos dogmas impostos.

Todo o líder deve ser coerente e sabe que não devemos acrescentar nada nas Escrituras Sagradas, pois ela é clara quando diz: “se alguém fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro. E se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da arvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro” (Ap 22.19-20).

Os membros da igreja do véu têm medo de ir as outras igrejas, são proibidos de participar ou mesmo assistir cultos em qualquer outra igreja. E se infringir essa regra, são ameaçados de ir para o banco dos pecadores, onde serão envergonhados e desprezados.

Hoje, a mulher deve portar-se decentemente, dentro dos melhores padrões da nossa cultura. O sinal do poderio do homem sobre a mulher não está nos cabelos, mas no coração e na sua vida de respeito. E não há mais véu de separação entre nós e a presença de Deus. Portanto, temos que nos aproximar de Deus com “rosto descoberto” (sem o véu), vida limpa e pura diante de Deus, tanto homens como mulheres. Ensinar as mulheres de hoje a viver como as do tempo de Paulo, ou de cinquenta anos atrás, é falta de cultura, e o mais ridículo é ensinar que faz parte da salvação.

Infelizmente as irmãs indefesas são as que mais sofrem. Em muitas igrejas elas andam como trogloditas, cabeludas e desajeitadas. Mas, para os homens é diferente andam com seus bons ternos, cabelos pintados, perfumes importados, etc. Para muitos as mulheres não têm valor, pois são mulheres e o lugar delas é na cozinha e pronto. Mas muitos não sabem que no coração deles está a cobiça, avareza, orgulho e o poder.

Precisamos defender a dignidade da mulher e ensinar que elas têm muito valor para o Senhor e para Sua obra. O que seria da igreja se não existisse as mulheres de oração?

Nas igrejas quem mais sofre são as mulheres, porque as lideranças evangélicas são masculinas e a maiorias das proibições visa as mulheres. Revoltadas, mas sem poder para contestar, elas sofrem humilhações públicas. Nos púlpitos, os pregadores vociferam acusando-as de vaidosas e de Jezabel. Em muitas ocasiões esses pastores, trajando um terno caríssimo e ostentando uma bela gravata de seda importada (quase sempre presa por um grampo de ouro), exigem simplicidade no trajar das mulheres. As pobres irmãs, enojadas com tanta hipocrisia, anseiam por liberdade espiritual. Se Jesus entrasse hoje em uma dessas igrejas, iria chamá-los de hipócritas, raça de víboras e assassinos.

Tanto o homem como a mulher deve estar dentro da vontade de Deus, vestindo descentemente, com modéstia, com aparência e devida conduta. Vestir-se de modo correto e descente é um princípio bíblico de validez permanente.

O verso 13 também deve ser analisado: “Julgai entre vós mesmos: é próprio que a mulher ore a Deus sem trazer o véu”.

Quem era para julgar? Eram somente os irmãos de Coríntios, pois a eles foi endereçada a carta, e nas outras não havia o problema que existia em Corinto.

O véu que certas mulheres usam, ou a proibição de emparelhar os cabelos por algumas igrejas, é meramente um fardo colocado pela liderança destas igrejas e que não traz nenhum benefício ou edificação em Deus, senão confusão e discórdia (1ª Tm 6.3-5). O ponto mais perigoso de tudo isso, são certos “líderes espirituais” que estão colocando a salvação das mulheres pelo véu ou pelos cabelos a ponto de proibirem as mulheres de sequer emparelhar, pintar ou cuidar de seu cabelo e até mesmo proíbem as mulheres de fazerem depilação dizendo que estão mudando a natureza que Deus deixou. Um ministro que usa este tipo de ensino cai no mesmo erro dos judaizantes que defendiam a circuncisão, mas deixavam de lado o mais importante: manifestar a glória de Deus e testemunhar do amor de Deus (Jo 3.16).

O apóstolo Paulo nos escreve ainda que: “ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres, e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tivesse amor, nada disso me seria aproveitará” (1ª Co 13.3). Só o amor é o fundamental da perfeição. Infelizmente algumas igrejas se firmam em dogmas, tradições ou formalismos, como doutrina. Podemos alcançar a salvação por meio da nossa fé, pela graça de Jesus Cristo, servindo-o de todo o coração com sã consciência. Devemos ser fiéis a Ele por convicção e amor, não servindo de manequins, desfilando nas igrejas. Seria hipocrisia, não levando em conta o mais importante que é a nossa fé que salva e nos dá vitória sobre todas as coisas do mundo.

Será que Deus está contente com o jugo que colocam sobre as mulheres de usar o véu ou sequer emparelhar o cabelo? Eu creio que não. O verdadeiro ministro deve ensinar sua igreja dentro do bom senso sem comprometer a salvação pela graça para não caírem no pecado dos fariseus (Mt 15.1-3).

“Contudo se alguém quer ser contencioso, saiba que nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus” (v. 16).

O problema é que certos irmãos usam textos que se referem a usos e costumes, que dominamos Didaquê, e os aplicam como se fossem doutrinas importantes como a salvação, a ressurreição, perdão etc, que a chamamos de Kerigmatica.

Aqueles que querem ser contenciosos, que gostam de criar problemas usando regras e leis no tocante a usos e costumes, usando como doutrina, Paulo é explícito: “não temos tal costume, nem as igrejas de Deus”.

Devemos tomar uma posição digna para defender o evangelho de Cristo e dizer o que Paulo falou para Timóteo: “E repele as questões insensatas e absurdas, pois sabes que só engendram confusão” (2ª Tm 2.23).

Será que eu preciso dizer mais alguma coisa? O uso do véu era um problema localizado somente em Corinto. Nem Jesus e nem um outro apóstolo abordou este assunto, por quê? Porque era uso e costume e não havia este problema entre o povo judeu, senão apenas na igreja em Corinto.

Quando Paulo emprega a expressão: “por causa dos anjos” em 1ª Co 11.10, ele está querendo dizer: se a mulher tem poderio do marido e não demonstra pelo símbolo do véu ou do cabelo no culto, ela está mentindo diante da congregação, e os anjos estão vendo isto e eles não gostam de mentira (Ec 5.6).

Ainda mais, certos ensinos de Paulo eram muito particulares e não constituíam mandamento do Senhor. Em 1ª Co 7.6, ele ensina algo por permissão e não por mandamento; em 7.12, ele declara: “Digo eu, não o Senhor”, em 7.25, ele diz: não tenho mandamento do Senhor, ele dá o seu “parecer”, em 1ª Tm 2.12, ele diz: “não permito, porém, que a mulher ensine...”. Eram ensinamentos pessoais de Paulo, naturalmente baseados em situações meramente culturais, e não constituíam ensinamentos permanentes para o povo de Deus. Usar o parecer de Paulo como doutrina em nossa cultura atual estaríamos caindo da graça e seremos taxados de radicais.

Mas, para alguns o cabelo comprido da mulher é sinal de santidade. Fazem de um costume uma doutrina. Sim é claro que é doutrina, mas doutrina de homens e não de Deus (Mt 15.8-9).

Certa vez uma mãe dirigiu-se ao gabinete pastoral da igreja para confessar o pecado de prostituição que sua filha cometera e após relata o assunto ao pastor ela disse: “Pastor, eu ainda fico feliz com minha filha pelo menos ela não cortou o cabelo”. E o pobre “pastor” em vez de ensinar a verdade para a irmãzinha fez o mesmo relato para igreja no culto.

Como se o pecado de prostituição não fosse tão grave como emparelhar os cabelos. Isto é uma hipocrisia, uma falsa religiosidade, colocar o cabelo acima da lei moral.

A prostituição é um ato imoral e reprovável por Deus, pois ficarão de fora do reino de Deus (Gl 5.19-21). A Bíblia não diz que as irmãs que cortam o cabelo ficarão fora do reino de Deus, mas diz que, aqueles que acrescentam ou tiram algo das Escrituras, receberão sua recompensa (Ap 22.18-19).
A Bíblia é a Palavra de Deus, e não deve ser menosprezada, retalhada ou profanada nas mãos dos homens. Deus está insatisfeito com este tipo de líder que sobe no púlpito para pregar cabelo de mulher como meio de salvação. Mas, onde está a falha deste tipo de líder? A falha está na falta de preparação ministerial, esta, de forma substancial estendida a uma grande parte de obreiros.

Deus não nos avalia pela roupa que usamos, mas pelos atributos morais divinos. Se nossas vestes foram lavadas no precioso sangue de Jesus e se nossas obras foram aprovadas por Ele, não precisamos de dogmas e preceitos humanos para chegar até Ele.

Você acha que Deus está contente com estes santarrões assassinos que levam centenas de almas para o mundo pensando que estão agradando a Deus? De modo nenhum!

Gostaria de todo o meu coração que certos líderes acordassem para a Verdade do Evangelho em sua totalidade e alcançassem o fundamento da graça e da fé. É justo dizer que há entre eles muitos fiéis a Cristo, precisamos de alimento na Palavra, e beber do Manancial de Águas Vivas.

Sempre que se faz uma abordagem radical da Bíblia gera-se erro doutrinário. Uma falha desse tipo deve ser combatida porque é doutrina de homens (Mt 15.1-3, 7-9).

É verdade que errar na compreensão dos textos bíblicos é uma possibilidade a que todos estamos sujeitos; porém, quem tem compromisso com a verdade não pode tolerar inexatidão.

Todo o cristão deve aceitar sua falibilidade, porquanto ninguém é perfeito. Nossos processos de aprendizagem e compreensão da verdade têm sido maculados pela queda original. Ninguém deve espantar-se porque há diversas interpretações sobre os ensinos da Bíblia. Cada pessoa filtra o que lê através de sua cultura, preconceitos e ensinos que lhe foram passados por outras pessoas. Não sendo Deus autor de confusão (1ª Co 14.33), sabemos que a falha por não compreender corretamente o texto, não é d’Ele ou da Bíblia, a falha é nossa; simplesmente usamos nossas lentes da tradição e de nosso preconceito. Usamos os usos e costumes como santidade. Lemos a Bíblia e interpretamos como queremos, mas não como o autor sagrado, e o próprio Espírito Santo gostaria que lêssemos.

Quem lê a Bíblia pode encontrar milhares de aplicações para um determinado texto, mas deve achar apenas uma interpretação. Deus não concede a ninguém o direito de torcer o significado da Escritura. Essa ciência de compreensão e interpretação corretamente o texto chama-se hermenêutica. Quando se violam as regras de hermenêutica, dependendo da gravidade da infração, geram-se erros ou heresias. Pela falta de fidelidade à Hermenêutica, muitos textos da Bíblia são lidos e comumente distorcidos para se moldarem à doutrina de uma denominação. Às vezes violam-se regras básicas e, quando fica óbvio demais a ponto de não ser possível o uso da Bíblia para autenticar doutrinas humanas, advogam-se que esta advêm da tradição da igreja. E como é difícil tirar uma tradição ou um ensino errado. Por quê? Porque falta humildade e respeito com a Palavra de Deus. Porque aprendi assim e vou ficar assim. Porque os pais da igreja (denominação) nos ensinaram assim. Porque a nossa igreja tem “doutrina” - tradição e devemos obedecer ao líder. Esquecemos da era das trevas em que a igreja intitulou os papas como representante de Deus.

SER CONTEMPORÂNEO SEM SE COMPROMETER


 Qualquer pessoa que leva a sério o envolvimento no ministério e não fica só na teoria deve estar disposto a enfrentar a tensão que o teólogo Bruce e Shelley chama de “mãos cheias”. Em uma mão temos a responsabilidade de permanecermos fiéis à Palavra de Deus. Na outra, temos a responsabilidade de ministrar para um mundo em constante transformação. Embora, muitos cristãos não se dispõem a viver com esse tipo de pressão e se isolam em um dos dois extremos.

Algumas igrejas, por temerem infecções mundanas, isolam-se da cultura do mundo atual. Ainda que a maioria das igrejas não se isole tanto quanto os menonitas conservadores dos Estados Unidos, que se recusam até a andar de carro, muitas igrejas acham que os anos 50 foram a era dourada e estão determinadas a manter suas congregações naquela época. O que eu admiro nos menonitas é que pelo menos eles são honestos. Eles admitem abertamente que escolheram preservar o estilo de vida do século 19. Por outro lado, as igrejas que tentaram perpetuar a cultura dos anos 50 negam que o fazem, ou tentam provar com alguns versículos que estão fazendo o que era feito na igreja neotestamentária.
Existem também aqueles que, com medo de estar fora de moda, infantilmente imitam as últimas novidades e tendências. Na sua tentativa de se aproximar da cultura atual, comprometem a mensagem e perdem o sentido de separados.

Há uma maneira de ministrar em nossa cultura sem comprometermos nossas convicções? Creio que sim, Jesus nunca rebaixou os Seus padrões, mas sempre começou de onde estava. Ele era contemporâneo e atraiu multidões sem nunca comprometeu a Verdade. Ninguém o acusou de pregar uma mensagem “água com açúcar”, exceto os zelosos sacerdotes que o criticavam por inveja, (Mc 15.12). Francamente, suspeito que esta mesma inveja ministerial ainda motive alguns líderes.

Os costumes e hábitos humanos mudam conforme a época, e nós também mudamos e a nossa cultura também muda com o passar dos anos e esta mudança sendo sadia não vai comprometer a nossa salvação. Podemos ensinar a Palavra do Senhor com a nova tecnologia e nova cultura sem mudar a parte doutrinária da Sua Palavra. Mudança significa sinal de crescimento espiritual e não de mundanismo. Ser mundano é concordar com o pecado, ou seja, esconder o pecado como fez Acã. Mas mudar a cultura não compromete a sã doutrina bíblica.
Concluímos, então, que o verdadeiro ministro deve ensinar com brilho e sem comprometer o evangelho de Cristo. Deve ter uma postura doutrinaria, sem radicalizar para não perder a graça de Deus e sem abrir as portas para o mundo, para que os crentes fracos venham dar ocasião à carne.

A FALSA DOUTRINA DOS FARISEUS

[....] Os falsos ensinos sempre são apresentados de maneira sutil, às vezes agradável e, não raro, como ilustrações bem trabalhadas para persuadir o ouvinte. As filosofias também são usadas de forma eloquente, critica e, muitas vezes de modo desrespeitoso contra a Palavra de Deus. É preciso extremo cuidado com, os falsos ensinos, quando são em partes travestidos de verdade. Os colossenses receberam solenes advertências contra as seitas e as heresias de seu tempo” [RENOVATO Lições Bíblias. P. 28].

I.         FILOSOFIAS E AS VÃS SUTILEZAS

“Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Cl 2.8).
Paulo tem um cuidado especial com os falsos ensinos que não produzem uma verdadeira fé. Ele adverte a igreja de colossos contra as filosofias, as vãs sutilezas, que são ensinos ou tradições humanas e não segundo Cristo.

1. Ninguém vos faça presa sua. O significado de “presa revela o que acontece, ainda hoje, com os adeptos das seitas farisaicas. O verbo grego “Sylagogeo”, levar como despojo, prisioneiro de guerra, sequestro, roubo, descreve o estado espiritual dos que seguem os falsos mestres. Um dos objetivos dos promotores de heresias é escravizar as suas vítimas para terem domínio sobre elas (Cl 2.18; Gl 4.17). Hoje muitos estão nos grilhões dos falsos mestres como verdadeiros escravos.

2. Por meio de filosofias. Não há indícios de que o apóstolo esteja fazendo alusão às escolas filosóficas da Grécia. As filosofias de que Paulo trata são conceitos humanos, contrários à doutrina e a ética cristã. Qualquer sistema de pensamento, ou disciplina moral, era naqueles dias chamados de “filosofias”.

Paulo usa uma ilustração muito clara para nos avisar contra falsos mestres. Ele afirma que tais elementos estão tentando “capturar” os crentes através de filosofias humanas e tradições. Paulo havia referido aos crentes como tendo sido “libertos dos poderes das trevas e trazido para o reino de Deus. Agora, ele enfatiza os falsos mestres que estão tentando levar os crentes de volta à prisão em contraste com Colossenses 1.23: “Se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro”.

3. Vãs sutilezas. A palavra vã no grego “kenos” significa vazio, vão, destituído de verdade e riqueza espiritual, de alguém que se vangloria de sua fé como uma posse transcendente, ainda que seja sem os frutos da fé.

O conhecimento daqueles hereges procedia do seu pensamento filosófico, e das discussões e elucubrações dos famosos mestres seculares da época e também mentores religiosos cuja sabedoria afastava o povo de Deus (Cl 1.10).

Engano e sutileza, nesse contexto, significam a mesma coisa. A palavra grega usada para sutileza é apate, isto é “engano” (Ef 4.22), “sedução” (Mt 13.22). É usada para referir-se a pessoa de conduta enganosa e embusteira que levam outras ao engano. É mediante tais recursos que os mestres do erro conduzem suas vítimas ao desvio. Tais sutilezas impedem as pessoas de verem a verdade e como consequência, torna-se cativas das astúcias de Satanás.

[...] Paulo advertiu os colossenses ao cuidado de não se fazer presa de tais ensinos (Cl 2.8), por meio de filosofias, tradições, e vãs sutilezas que destacam a importância do homem acima de Deus. O ensino do humanismo colocando o homem no centro de tudo no mundo; exclui a Palavra de Deus e ao próprio Deus de seus arrazoados. Em outras palavras, o humanismo endeusa o homem. [RENOVATO. Lição Bíblica 3º trimestre 2004. P. 29].

Hoje, uma das maiores ameaças teológicas contra o cristianismo bíblico é o humanismo secular e suas filosofias. Paulo demonstrou que não há qualquer razão para o cristão desviar da verdade que há em Cristo, pois Ele encera em si mesmo dizendo: “toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9), não havendo necessidade de buscar outro salvador e nem outro meio de salvação. O Senhor da Igreja é Cristo Jesus, pois foi Ele que quebrou todas as tradições; porque vamos colocá-las de novo para tropeço dos que querem chegar ao conhecimento da Verdade?

4. Adoração Vã. Adorar ao Deus certo da maneira errada; Tradições forjadas pelo homem. Ex: Associação com líderes religiosos; Orgulho, vaidade, egoísmo, presunção; Ausência da clara evidência da natureza de Deus.

5. Os rudimentos do mundo. A palavra “rudimentos” no grego stoicheion que significa corpos celestes, seja como componentes dos céus ou porque supunha-se residir neles. A expressão “rudimentos do mundo” é repetida no v. 20 e refere-se ao ordenança religiosas anti-bíblicas ensinadas naqueles dias (vv. 20-23). Nas falsas crenças da Astrologia da época, a expressão “rudimentos do mundo” era também empregada em referências aos astros sendo habitação de espíritos governantes do universo. Paulo advertiu os colossenses quanto a esses falsos ensinos que fomentavam a adoração a outros elementos da natureza.

II.     LEGALISMO DOS FALSOS MESTRES

“E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu- o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz. Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo,  tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos” (Cl 2.11-14).

Os falsos mestres estavam usurpando a autoridade apostólica e bíblica, mas acima de tudo estavam desfocando a Pessoa de Jesus Cristo. Os Colossenses em Cristo estavam sendo julgados como se lhes faltassem alguma coisa. Mas em Romanos 8.1 o apóstolo Paulo declara, “Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.” Cl 2.14 “encravando-o na cruz”.
“Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo” (Cl 2.16-17).

O texto traça dois aspectos do “julgamento” que implicava insuficiência à obra de Cristo: proibições e exigências não bíblicas.

1. Proibições: Comida e bebida. Essas autoridades estavam estabelecendo listas de regras alimentares. De forma mais geral, estavam proibindo certos alimentos, talvez baseados nas leis do VT (Lv 11.1-23). Mas na Nova Aliança ficou claro que Deus declarou tudo limpo. Não é comida ou bebida que vai tornar o homem aceitável diante de Deus. A Timóteo Paulo declara: “Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade; pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável, porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificado” (1ª Tm 4.1-5).

Não é diferente hoje, pois muitas igrejas através dos falsos mestres têm levado o povo de Deus de volta para o passado, para as sombras (vs. 17) da Velha Aliança. Como se comer só legumes fosse mais espiritual que os outros.

2. Exigências: dia de festa, lua nova, sábados. Os ebionistas pregavam aos cristãos gentios que estes deviam submeter-se a lei de Moisés, bem como a circuncisão e as leis alimentícias. Naturalmente os ebionistas detestavam os ensinos de Paulo, e rejeitavam as suas cartas.

Nas suas cartas, Paulo combateu os judaizantes de forma contundente, principalmente nas cartas aos Romanos, aos Gálatas e aos Colossenses. Os ebionistas de hoje ainda acreditam que é necessário guardar o sábado. Contudo não percebem que o sábado é uma aliança de Deus com Israel e não com a igreja. Ninguém que estuda as cartas de Paulo pode continuar sendo um ebionista. Eles colocam um jugo sobre o povo, padrões não- bíblicos para ordenar sua vida com Deus através de observância de certos dias, celebrações, ritos etc. Provavelmente um sincretismo com a fé judaica e religiões pagãs. De novo, nada disso vale para santificar o homem. São sombras, mas o verdadeiro, a substância (ou “o corpo”) já veio, em Cristo Jesus. O Escritor aos Hebreus declara dizendo: “Visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das cousas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem” (Hb 10.1). Por que voltar para a sombra quando a realidade está aqui?

III.  HOMENS DE MENTES CARNAIS

“Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildemente e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal” (Cl 2.18).

1. Árbitro. No grego katabrabeuo, significa ato de decidir contra alguém; defraudar ou enganar sobre o prêmio da vitória; privar da salvação.

2. Falsas visões. Falsas revelações, visões, sonhos como se Deus estivesse lhes revelando. Toda a revelação que vai contra as Sagradas Escrituras, é uma falsa revelação, ou seja, da mente humana, ou do próprio diabo.

Paulo menciona “pretexto de humildade” e até “culto aos anjos”, mostrando até onde pessoas podem tentar impressionar outros através da religiosidade com objetivos de lograr interesses pessoais.

[...] Os falsos mestres ensinavam que era preciso reverenciar e adorar os anjos, como mediadores, para ter comunhão com Deus. Para Paulo, invocar os anjos seria substituir Jesus Cristo como cabeça autossuficiente da Igreja (v. Cl 2.19). Hoje, a crença de que Jesus Cristo não é o único intermediário entre Deus e o homem é posta em prática na adoração e oração a santos mortos, como padroeiros e mediadores. Essa prática despoja Cristo de sua supremacia e centralidade no plano redentor de Deus. Adorar e orar a qualquer pessoa que não seja Deus Pai, Deus Filho ou Deus Espírito Santo são práticas anti-bíblicas, e por isso devem ser rejeitadas [Comentários da Bíblia de Estudo Pentecostal].
Espiritualidade demais é carnalidade. Não se iluda! Pessoas que, por exemplo, contam experiências espirituais absurdas ou milagres que nunca aconteceram, manipulando o louvor alheio em relação à sua espiritualidade, mas no fundo são carentes e doentes. São pessoas que se distanciam da essência do evangelho e agarram-se de forma doutrinária e estilos de moveres e visões. A principal característica de um pseudo-minsitro é tentar forçar ou doutrinar o avivamento por meios de sutileza.

3. Enfatuado. A palavra enfatuado no grego “eike”, significa em vão. Todo o ensino que é contrário a ortodoxia bíblica e exalta o homem é consideramos vão, vazio. Porque Deus não aceita aquilo que contraria Suas doutrinas. As Tradições, regras humanas e ensinos gnósticos são considerados vazios para o Senhor Jeová, pois elas satisfazem na verdade o homem e não a Deus.

4. Na sua mente carnal. “Na sua mente carnal”, ou seja, estes homens são carnais. Seus ensinos parecem serem de Deus, ensinam com muita humildade, mas são carnais e de nada serve. Mas por quê? Porque pregam suas ideias conforme as tradições humanas e não segundo as Escrituras. Porque ensinam como se Deus estivesse lhes dizendo. Tomam o lugar de Deus, ao invés de deixar o Espírito Santo atuar e com isso demonstram espirituais que todos.

IV.  MORTOS COM CRISTO

Cl 2.19-21: “E não ligado à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus. 20 Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: 2 1 Não toques, não proves, não manuseies?”

1. Uma nova vida em liberdade. Os falsos mestres de Colossos não estavam ligados “à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras vai crescendo em aumento de Deus”. Toda heresia tem essa origem: o desligamento da “Cabeça”, que é Cristo.

2. Vencendo o legalismo. “Tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, a qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz” (Cl 2.14).

[...] As ordenanças não se limitavam à observância de dias santificados, ou práticas alimentares. Ordens e comando eram dados em termos de “não toques, não proves, não manuseies” (Cl 2.21). É evidente que a vida cristã tem suas regras de conduta moral e normas a serem observadas em termos de decência e postura, mas só devem ser consideradas e obedecidas se tiver embasamento bíblico. O equilíbrio é indispensável quanto a normas e recomendações. [RENOVATO. Lições bíblicas. 3º Trimestre de 2004. P. 35].

Paulo enfatiza que a salvação é completa em Cristo; uma vez em Cristo, nada mais é necessário.

V.     EXORTAÇÃO CONTRA AS TRADIÇÕES HUMANAS

“Segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso se destroem. As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade e em disciplina do corpo, todavia não têm valor algum, senão para a satisfação da carne” (Cl 2.22-23).

[...] Após a solene proclamação da vitória de Cristo e de seus servos sobre os poderes malignos. Paulo confronta de modo direto os falsos ensinos sobre o ascetismo gnóstico. Os ensinos dos hereges têm na verdade:

1. Segundo as tradições dos homens. Os crentes de Colossos estavam sendo alvo dos hereges que, a pretexto de humildade, ou de santidade, queriam obrigá-los a ficar sob o jugo de ordenanças carnais, forjadas para manter seus seguidores presos aos seus ensinos. Em lugar da verdadeira doutrina que tem origem no Evangelho de Cristo, os hereges procuram sobrecarregar os incautos e crédulos com “doutrinas que são mandamentos de homens (Mt 7.7)” [RENOVATO. Lição Bíblica 3º trimestre 2004. P. 33].

Paulo refere-se a um sincretismo de elementos cristãos, judaicos e gnósticos: angelolatria, ascetismo, tradições, que opunham ao evangelho. São “certos ensinos de auto salvação” (tradições), que são baseados em preceitos e ensinamento de homens os quais estavam transtornando o evangelho deixado por Jesus. Trata-se de tradições humanas ao passo que o evangelho veio do céu.

São grupos que surgiram de uma religião principal e seguem as normas de seus líderes ou fundadores e cujos ensinos divergem da Bíblia. São uma ameaça ao evangelho e problemas para as igrejas que seguem a verdade bíblica.

Muitas igrejas, infelizmente, têm sido influenciadas, pelo secularismo, especialmente em seu aspecto organizacional e litúrgico.

2. Falsa Religiosidade. “...aparência de sabedoria....”, (no gr. sophia) significa a sabedoria que pertence aos homens, conhecimento de coisas humanas adquirido pela sutileza. Tinham apenas aparência, mas seus ensinos eram puramente humanistas.

“...como culto de si mesmo...” Do grego “Ethelothreskeia” que significa “adoração voluntária, arbitrária; adoração que alguém prescreve e impõe sobre si mesmo, contrária a essência e natureza da fé que deve ser dirigida a Cristo; dito do zelo mal orientado e prática dos ascéticos”.

“... falsa humildade...” do gr. “Tapeinophrosune”, ter uma opinião humilde de si mesmo; modéstia, humildade, submissão de mente. Uma humildade falsa, enganosa, uma falsa religiosidade.

[...] Os hereges utilizam o pretexto da humildade para escravizar as pessoas, dominando-as “a seu bel prazer” a fim de mantê-las sob suas rígidas regras ascéticas. Trata-se, pois, de falsa humildade, hipocrisia desses falsos mestres. A genuína humildade é uma das virtudes principais que nos guarda do orgulho, da soberba e da presunção. A Bíblia inteira fala do valor da humildade para a vida espiritual. O cristão humilde é sempre cheio da graça de Deus. [RENOVATO. Lição Bíblica 3º trimestre 2004. P. 34].

3. Seus ensinos são para satisfação da carne. “...mas não são de valor algum, senão para a satisfação da carne” ou “rigor do corpo”, “grande severidade para o corpo” (v, 23), que no gr. “doapheidia – soma. Em outra tradição diz: “sensualidade”. A palavra “sensualidade” no grego é “plesmone que significa “saciar os desejos da carne; indulgência da carne.

Paulo via pela revelação do Espírito Santo, que os falsos ministros entravam nas igrejas cristãs, com aparência de humildade, com sabedoria e devoção voluntária, mas não ensinavam a doutrina bíblica senão severidade para o corpo, ou seja, doutrinas de homens, mas não tem valor algum, senão para satisfação do corpo.

A carne isola o homem de tudo que é espiritual (Rm 8.8) e engloba todas as formas de arrogância. Sempre que o “eu” aparece em oposição a Deus, ali está a carne.

[...] Este tipo de problema, porém, não acontecia somente na Igreja do Novo Testamento. Há ministros hoje que cumprem mandamentos humanos com grande dedicação. Embora estes ensinamentos tenham a aparência de sabedoria, eles na realidade, são apenas demonstrações de orgulho pelo que não podem mudar as atitudes do coração. [GIBBS. P. 76].

Porém uma coisa é certa: todo mundo que enfatiza demasiadamente um perfil externo de santidade, normalmente, está compensando debilidade morais internas. Está foi a síndrome dos fariseus que apesar de toda a religiosidade que demonstravam, não produziam frutos de arrependimento. A incoerência entre a vida interior e a exterior, entre a santidade e a religiosidade, expressam a face do procedimento com uma ardilosa infiltração satânica na igreja.

Não devemos confundir santidade com religiosidade e muito menos subestimar o poder sedutor da religiosidade. Deus é santo e o diabo é religioso.

Por mais que ritos culturais e práticas externas de santidade tem um poder de impressionar, não devemos deixar nos manipular por estas “sombras”.

[...] Paulo demonstra que aquelas ordenanças, ou exigências que tinham na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária e humildade, mas não tinham valor espiritual que os falsos mestres alegavam. No máximo, o que poderia ter era algum valor (para satisfação da carne, ou seja, tais ordenanças não passavam de meios e formas de apresentar um comportamento que satisfizesse os interesses humanos e carnais dos mestres hereges. A Verdadeira santidade volta-se para Deus. As falsas religiões utilizam-se de regras e mais regras para escravizar seus adeptos. O cristão, no entanto, já liberto da escravidão do mundo visível e do mundo invisível por nosso Senhor Jesus Cristo. (RENOVATO. Lições Bíblicas. 3º trimestre de 2004. P. 35).

Um dos frutos da carne é a heresia e as facções, que provocam dissensões, discórdia, iras, porfias, inimizades (Gl 5.19), levando o homem para a morte (Rm 8.6), sendo que os que se inclinam para as coisas carnais e banais tornam-se inimigos de Deus e não podem agradar a Deus (Rm 8.7-8), mas andam segundo a carne e não tem o Espírito de Deus (Rm 8.9), e caminham para a morte (Rm 8.13).

4. Valorizam a autodisciplina. Paulo declara que o ato de vestir, em si, não é problema moral, mas a nossa atitude pessoal sobre o que veste, pode levar ao injusto julgamento. Existem “ministros” que só pregam disciplina do corpo baseados em preceitos de homens, dizendo que é doutrina e ainda dizem que tem o dom de exortar.

[...] Não se deve confundir “exortar” com aspereza no púlpito, ou com desabafos pessoais inoportunos, impensados e imprudentes. Exortar no original grega é assistir, confortar, admoestar (ensinar), encorajar as pessoas. A exortação deve ser com longanimidade e doutrina (2ª Tm 4.2), exortar com amor e sem torcer a Palavra, é encorajar os que ouvem”. [RENOVATO. Lições Bíblicas 3º trimestre de 2005. P.25].

Deixar de ensinar as doutrinas de Deus para ensinar doutrinas humanas. Usar a sutileza e o nome de Deus em vão. É falta de temor e reverência ao Santo Criador.

Devemos saber que os falsos mestres não ensinam as doutrina bíblica, mas valorizam mais o que usamos e comemos do que os valores éticos e morais.

Quando as regras denominacionais são pregadas e utilizadas com medida de justificação, estão sendo utilizadas, na verdade para ocultar a cruz de Cristo, se convertendo em um tipo de feitiço.

As leis humanas são enganosas porque aparenta ser boa e exalta um aspecto de muita espiritualidade. Por isto é um feitiço tão poderoso. Cada vez que justifico minhas ações ou crenças seguindo as regras humanas, estou confiando na carne e com isto me distancio da justiça que se recebe pela fé.

Viver debaixo da opressão do legalismo apenas produz barreiras e escravidão. Na verdade, não se pode viver desta forma sem ter que enfrentar sérias consequências.
Os falsos mestres de hoje, impõe um alvo incorrespondível de exigência resultando em culpa e condenação. Todo sistema, cria uma atmosfera de ameaças e imposição que destrói a autoestima e incentiva o medo e a autocondenação aprisionando muita gente num falso padrão de espiritualidade.

Um falso líder torna-se fanático, suas regras são sempre rígidas e incompreensivas, impõe duras penas tradicionais religiosas e regras sociais. Estas pessoas têm uma tendência obsessiva de reger minuciosamente seu comportamento, exigindo dos outros o mesmo padrão de comportamento.

Desta forma, muitos crescem com uma íntima convivência de amargura. Passam a viver subjugado a este sistema medíocre, impondo-o também a outros sob pesadas exigências. Despercebidamente, a pessoa migra do Evangelho de Jesus para o seu próprio evangelho, idolatrando seu sistema de regras. Com isso o ministro fanático usa puramente sua sistemática e não a graça como ferramenta que deve causar a transformação necessária nas pessoas. Ao invés de confiar na unção que flui pelo exemplo, investido nos relacionamentos e na unidade ele prefere uma ostensiva imposição. A oração é substituída por secas cobranças. Age com violência, forçando a barra ao invés de confiar no agir de Deus. Desta forma contrai um estilo de vida espinhoso e ferino, onde os conflitos de relacionamentos serão predominantes.

Quanto mais este falso conceito se avantaja, tanto mais a fé na graça de Deus é destruída, impedindo-o de entregar sua sobrecarga a Jesus.

O aspecto fatal do é que ele aprendeu a usar a autoridade de forma destrutiva. Sua alma enferma o impede de assimilar e construir leis sadias em relação ao universo que convive.

ADORNO DA MULHER CRISTÃ

 Todas as riquezas do mundo foram cridas por Deus e estão sob o Seu controle. “Minha é a prata, meu é o ouro, diz o SENHOR dos Exércitos” (Ag 2.8). “Pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele” (Cl 1.16).

I.        DEUS CRIOU O OURO E A PRATA PARA FAZERMOS USO
Antes da última praga para o povo egípcio Deus ordenou a Moisés dizendo: “Fala, agora, aos ouvidos do povo que todo homem peça ao seu vizinho, e toda mulher, à sua vizinha objetos de prata e de ouro” (Êx 11.2).

Há algumas questões que devem ser levantadas quanto à leitura que se faz do comportamento dos judeus. Se a Bíblia descreve a rica cultura dos judeus sem qualquer censura, a pergunta deve ser feita sem medo. De onde vêm os sermões bombásticos condenando os adornos como vaidade? Se não vêm do coração de Deus, brota de uma fraca percepção de que a Bíblia não é um livro de condição doutrinária, mas história de um povo.

Não desejamos imitar o povo judeu no Antigo Testamento, nem os primeiros cristãos do Novo Testamento. Isso é impossível. Eles viveram realidades diferentes em um tempo muito longínquo do nosso tempo. Não desejamos que nossos líderes usem turbantes na cabeça e calções para ministrar o culto, que se pague um dote aos pais das noivas, ou os cunhados se casem com as viúvas de seus irmãos. Na verdade, há uma inconstância enorme quando alguns tentam buscar um versículo isolado para ensinar o que pode e o que não pode.

II.     O USO DE JOIA
1. No Antigo Testamento. O uso de joias entre as mulheres israelitas é notório, bem como alguns tipos de joias também eram usadas por homens. Vários textos da Bíblia, bem como achados arqueológicos comprovam este fato. Nos dias dos patriarcas, assim como ainda hoje, já se presenteavam pessoas benquistas com roupas. O preço desses presentes significava o tamanho do nosso carinho. Presentear uma mulher com um bracelete, por exemplo, significava valorizar aquela mulher.

Em uma das passagens mais lindas da Bíblia encontrada em Gênesis 24, na qual vemos claramente uma figura do arrebatamento da Igreja, o mordomo de Abraão presenteou a Rebeca com uma dessas jóias; vale lembrar que nesta passagem, o mordomo é figura do Espírito Santo; Abraão é figura de Deus Pai, Isaque é a figura de Jesus e Rebeca simboliza a Igreja. Como poderia Rebeca ser presenteada com jóias se estas fossem malignas? As jóias nesta passagem, como em algumas outras, podem simbolizar os dons do Espírito e os galardões que o Senhor tem preparado para a sua Igreja: “Tirou jóias de ouro e de prata, e vestidos, e os deu a Rebeca; também deu ricos presentes a seu irmão e a sua mãe” (Gn 24.53).

Abraão, marido de Sara, aquela que Pedro elogia como exemplo de mulher santa, enviou jóias e vestidos para a futura esposa do seu filho, Isaque. “Tomou o homem um pendente de ouro de meio siclo de peso, e duas pulseiras para as mãos dela, do peso de dez siclos de ouro. Tirou jóias de ouro e de prata, e vestidos, e os deu a Rebeca” (Gn 24.22, 47, 53). Deus abençoou todos os passos para a realização desse matrimônio.

O Antigo Testamento está repleto de referências sobre como as mulheres se adornavam em oposição ao que pensa que se adornar de forma meticulosa representa um desagrado a Deus. Veja como o relato de Isaías 61.10, assemelha o favor de Deus a um noivo que se prepara para casar: “regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me cobriu de vestes de salvação, e me envolveu com manto de justiça, como noivo que se adorna de turbante, como noiva que se enfeita com suas jóias”.

Os judeus também gostavam de ornamentos imitando coroas (diademas), pois simbolizavam juventude, alegria e favor a Deus. Colocados sobre a cabeça, esses ornamentos pareciam mais ou menos os arcos que as mulheres contemporâneas utilizavam, alguns deles fartos de pedras coloridas. Ornamentos de ouro, prata e pedras preciosas serviam basicamente para os mesmos fins de hoje. Uma das simbologias tipificadas pelo uso do anel era de autoridade.

“Então tirou Faraó o seu anel de sinete da mão e o pôs na mão de José, fê-lo vestir roupas de linho fino e lhe pôs ao pescoço um colar de ouro” (Gn 41.42). “Tirou o rei o seu anel, que tinha tomado a Hamã, e o deu a Mordecai” (Ester 8.2).

Os colares, também comumente usados pelos judeus, apareceram inicialmente como uma forma de firmar aliança. Era uma espécie de coleira simbólica com que as pessoas comprometiam-se mutuamente.

“Formosas são as tuas faces entre os teus enfeites, o teu pescoço com os colares. Enfeites de ouro te faremos, com incrustações de prata” (Ct 1.10-11).

Há indícios de que os colares combinavam com os braceletes, formando assim conjuntos de jóias lindíssimas que certamente tornava a mulher mais formosa.

A melhor ilustração do que quero afirmar foi contada pelo próprio Deus. Em Ezequiel 16 o profeta descreve a nação de Judá como uma criança, recém nascida, que cresce, fica moça e Deus a veste das melhores roupas e a adorna com as melhores jóias! (vv 11-12). Vale a pena ler o texto. Deus sempre aprovou o uso de jóias. Não temos nenhum versículo que Deus a proíba.

Sempre achamos que, como prova de sua santidade, a mulher não deveria usar jóias, mas não é o que dizem dois textos bíblicos do Antigo Testamento. Deus inúmeras vezes se valeu de metáforas nas quais inseriram jóias, roupas caras e adereços, a fim de simbolizar sua benção para seu povo.

“Passando eu por junto de ti, vi-te, e eis que o teu tempo era tempo de amores; estendi sobre ti as abas do meu manto, cobri a tua nudez, dei-te juramento, e entrei em aliança contigo, diz o Senhor Deus; e passaste a ser minha. Então te lavei com água, e te enxuguei do teu sangue e te ungi com óleo. Também te vesti de roupas bordadas, e te calcei com peles de animais marinhos, e te cingi de linho fino e te cobri de seda. Também te adornei com enfeites, e te pus braceletes nas mãos e colar á roda do teu pescoço. Coloquei um pendente no nariz, arrecadas nas orelhas e linda coroa na cabeça. Assim foste ornada de ouro e prata; o teu vestido era de linho fino, de seda e de bordados; nutriste-te de flor de farina, de mel e azeite; eras formosas em extremo e chegaste a ser rainha. Correu a tua fama entre as nações, por causa da tua formosura, pois era perfeita, por causa da minha glória que eu pusera em ti, diz o Senhor Deus” (Ez 16.8-14).

Ora, se Deus não assume uma postura condenatória sobre o uso de objetos de adorno ou moda, de onde vem esta abundância de doutrina humana reprovando severamente o uso de tais?

Há várias explicações, mas podemos restringir-nos a pelo menos três falácias usadas na defesa do legalismo nas igrejas.

Deus usou como exemplo de adorno á Sua noiva espiritual, Jerusalém, conforme Ezequiel. Não é válido, no entanto, o argumento de que o referido texto é do Antigo Testamento e tem sentido espiritual, pois se fosse coisa vergonhosa, mesmo de forma simbólica, Deus não usaria como adorno á Sua noiva, dizendo inclusive: “As jóias de enfeite, que Eu te dei, do meu ouro”. Note-se que não interessa se era simbólico ou não; se no Antigo Testamento ou não.

A prostituição de sua noiva, ali citada, foi condenada como pecado e continua sendo pecado até hoje, porém, as jóias, Deus não condenou, naquela ocasião, e não são consideradas pecado no Novo Testamento. A lei cerimonial (incluindo as vestes) foi abolida, mas a lei moral foi mantida. Por isso é que Jesus afirmou que o amor inclui tudo o que precisamos, hoje, para a salvação.

Deus não haveria de sugerir um adorno que simbolizasse pecado ao ser humano, para adornar simbolicamente sua Noiva, conforme Ezequiel 1.16.

Satanás o pai da mentira ensina seus ministros a preocuparem-se com coisas secundárias e não com as primarias. Eles não se preocupam com a sã doutrina, mas dão ênfase as doutrinas humanas. Por exemplo: eles não ensinam que a língua que é o menor órgão do corpo humano é capaz de incendiar uma floresta. Eles preocupam-se com falatório vãos e vazios. Mas se uma irmã usar um pequeno brinco é logo fulminada e condenada a réu do inferno. Ensinam que mulher usar brinco é mundana e não tem santidade.

Mas para aqueles que têm visão do Reino de Deus sabem que o pecado não está no uso de um pendente, mas na sensualidade. Diz um erudito que o pecado da sensualidade não está na orelha, mas nas partes intimas de uma mulher.

Portanto os fariseus de hoje escoam um mosquito e engolem um camelo. Invertem os valores ensinam as tradições e esquecem das doutrinas fundamentais da bíblia.

Hoje, algumas pessoas estranham que jovens usem brincos nas orelhas e até no nariz. Nos tempos antigos, porém, as mulheres já usavam brincos tanto nas orelhas como no nariz. O servo de Abraão, quando se encontrou com Rebeca (ela mais tarde viria a ser a esposa de Isaque), cuidou de adorná-la de acordo com a moda da época.

“Daí lhe perguntei: de quem és filha? Ela respondeu: Filha de Betuel, filho de Anaor e Milca. Então, lhe pus o pendente no nariz e as pulseiras nas mãos” (Gn 24.47).

O sábio Salomão diz em um de seus provérbios: “Como pendentes e jóias de ouro, assim é o sábio repreensor para o ouvido atento” (Pv 25.12). Ao profeta Ezequiel diz o Senhor: “Coloquei-te um pendente no nariz, arrecadas nas orelhas, e linda coroa de glória na cabeça” (Ez 16.12).

Jeremias, falando em nome de Deus, chega a comparar o cuidado de uma noiva em não deve esquecer-se de seus adornos com Israel, que é indesculpável quando se esquece do Senhor: “Acaso se esquece a virgem dos seus adornos, ou a noiva do seu cinto? Todavia o meu povo se esqueceu de mim por dias sem conta” (Jr 2.32).

Daniel é muitas vezes citado nas igrejas evangélicas como homem sem vaidade por se ter recusado a contaminar-se com os manjares que o rei comia. Entretanto, Daniel não se recusou a vestir-se de materiais caros, ornar-se com beleza e andar de acordo com a moda da Babilônia, onde passava seus dias de exílio: “Eu, porém, tenho ouvido dizer de ti que podes dar interpretações e solucionar casos difíceis; agora, se puderes ler esta escritura, e fazer-me saber a sua interpretação, serás o terceiro no meu reino... Então mandou Belsazar que vestisse Daniel de púrpura, e lhe pusessem cadeira de ouro ao pescoço, e proclamassem que passaria a ser o terceiro no governo do seu reino” (Dn 5.16, 29).

Muitas das coisas que a igreja ainda insiste preservar não passam de costumes que mudam com os tempos. Esses são alguns deles.

Nosso único problema de interpretação reside na ausência de opinião por parte dos líderes nessas questões. No entanto, levando-se em conta os costumes da época não é de se admirar que alguns obreiros usassem brincos – que os identificaria com algum povo, cabelos compridos, barba e as mulheres, jóias, coisa comum na época.

Questões que envolvem a indumentária feminina são bastante recorrentes no meio evangélico. Em geral, a discussão se dá no campo dos “usos e costumes” adotados por uma determinada denominação. Em relação ao uso de jóias (brincos, colares e afins) não seria diferente. Embora haja uma tendência à liberalização desse tipo de regra em uma parte das igrejas consideradas conservadoras, ainda há correntes que preferem manter a proibição do uso de adornos entre as mulheres evangélicas.

Muitos hoje, olham somente para aparência, o exterior, assim como os fariseus na época de Jesus. Para eles, desobedecer a usos e costumes é um sinal de pecado. Não procuram saber se as pessoas abrigam pecado nas suas vidas.

Um dos argumentos que sustentam esse discurso está ligado à manutenção da tradição, que foi condenada por Jesus (Mt 15.1-5). Apesar de haver igrejas que já compreenderam que a salvação é pela graça, ainda há aquelas que mantêm a regra inflexível por uma questão de princípios. A Bíblia diz que a obediência é a base de tudo. Logo, se isso é a regra de conduta na igreja, estabelecida pelo sistema convencional desde o início, deve ser obedecida. A desobediência é pecado. Quem não quer permanecer tem o direito de procurar outra igreja, ou seja, a porta está aberta pode sair! Enquanto Jesus deu a Sua vida pela ovelhas, o lobos devoram e as escorraçam da igreja pelas suas santas tradições.

Temos de admitir que alguns líderes firmam-se em seus cargos incutindo medo nas pessoas. Como legisladores de pesadas exigências religiosas, tais líderes se estabelecem como autênticos messias. Essa situação é duradoura porque, ao elaborarem um sistema tão implacável, ninguém nunca se sente isento de culpa para poder questioná-los [Gondim Ricardo, é proibido.

[....] Quem é preso aos costumes pensa que a santidade é o exteriótico e não pode de jeito nem um usar batom, maquiagem joias, pois são logo chamadas de “Jezabel”.

Santidade não pode ser confundida com aparência. É essencial que nos lembramos de que “o homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração” (1º Sm 16.7).

Portanto santidade não é o superficial, o exterior, a aparência. É algo que fica bem abaixo da superfície, bem no íntimo, no nível da atitude e do caráter; de uma atitude para com o próprio Deus.

O que importa é o desejo interior do cristão, um desejo de conhecer a Deus, de ouvi-lo, de andar humildemente com Ele. Não depende dos costumes, usos, roupas, maquiagem, ou seja, o exterior” [Linhares. Usos e costumes P. 54].

III.  A HIPOCRISIA RELIGIOSA
Se a hipocrisia revelada pelo farisaísmo naquele tempo era o oposto do que se imagina, o mesmo continua a acontecer.

Algumas igrejas evangélicas usam o texto de Êxodo 32.2 com a argumentação de que as jóias das mulheres judias foram pedra de tropeço para o povo hebreu:

“Disse-lhes Arão: Tirai as argolas de ouro das orelhas de vossas mulheres, vossos filhos e vossas filhas, e trazei-me. Então todo o povo tirou das orelhas as argolas e as trouxe a Arão” (Êx 32-2-3).
Não só as mulheres, mas os seus filhos e filhas também faziam uso de jóias. Arão ordenou que todos tirassem das ‘orelhas’ e as trouxessem para ele.

A luz da exegese não atribui o pecado as jóias usadas pelo povo, mas em fazer um deus vão criado pelo homem para o adorarem.

Não se podia negar que houve grandes milagres quando os israelitas foram salvos da escravidão, embora o povo houvesse tomado para si os maus costumes do Egito como adorar outros deuses e embora não quisessem atribuir os milagres a Deus soberano e invisível, porque amavam a deuses convenientes, portáteis que não viessem interferir na sua consciência.

Nessa linha de raciocínio, sustenta-se que as mulheres que servem a Deus hoje, ao usarem ouro, serão igualmente tentadas á semelhança do relato bíblico. E terminaram edificando ídolos. Entretanto, entender o texto acima como sendo uma boa argumentação para considerar vaidade o uso de jóias e adornos, significa destacar vários outros textos em que o mesmo ouro também foi usado para a construção do tabernáculo (Êx 36.34-38), dos utensílios de culto e da própria arca do concerto (Êx 25.11-13).

O mesmo ouro que Arão usou das jóias para fabricar um ídolo, Moisés usou para a fabricação do tabernáculo local de adoração.

“Pelo que trouxeram uma oferta ao Senhor, cada um o que achou, objetos de ouro, ornamentos para o braço, pulseiras, sinetes, arrecadas e colares, para fazer expiação por nós mesmos perante o Senhor” (Nm 31.50).

O que vimos neste texto é que o uso de jóia não está errado. As nossas riquezas é que podem ter um destino bom ou maligno, dependendo de onde e para onde está inclinado nosso coração.

Na construção da tenda e da Arca do Conserto os filhos de Israel traziam ofertas voluntárias para o Senhor, “Vieram homens e mulheres, todos dispostos de coração; trouxeram fivelas, pendentes, anéis, braceletes, todos os objetos de ouro; todo homem fazia oferta de ouro ao Senhor” (Êx 35.22).

Deus permitiu que os israelitas recebessem jóias e roupas do povo do Egito (Êx 12.35) e aceitou com agrado a contribuição voluntária de uma parte destas para serem transformadas em utensílios e enfeites para o tabernáculo, o lugar em que ele seria adorado (Êx 35.22, 23; 28.17-20). Moisés transmitiu a mensagem: “Tomai, do que tendes, uma oferta para o Senhor; cada um, de coração disposto, voluntariamente a trará por oferta ao Senhor: ouro, prata, bronze, estofo azul, púrpura, carmesim, linho fino, pêlos de cabras, peles…, pedras de ônix e pedras de engaste…” (Êx 35.5-9). Êxodo 35 a 39 descreve a beleza deste tabernáculo e os detalhes das vestes dos sacerdotes, tudo do melhor e do mais bonito. Ouro, linho, pedras preciosas, anéis, argolas, coroa... Quando os israelitas tiraram o espólio do povo de Canaã, Deus nunca deu ordens para que deixassem de lado as jóias e roupas bonitas que estariam entre as riquezas que poderiam levar, nem que as aproveitassem de outra maneira. “Voltais às vossas tendas com grandes riquezas, com … prata, ouro,… e muitíssima roupa, reparti com vossos irmãos o despojo dos vossos inimigos” (Js 22.8).

[....] Sempre que faz uma casuística da Bíblia gerar um erro doutrinário. Uma falha deste tipo, apesar não possuir a mesma gravidade de uma heresia, deve ser combatida. É verdade que errar na compreensão dos textos bíblicos é uma possibilidade a que todos nos sujeitamos; porém, quem tem compromisso com a verdade não pode tolerar inexatidão [GONDIM Ricardo É proibido. P. 81].

Todavia, o que temos visto são líderes criando regras fora do contexto e em desarmonia com a própria Bíblia. Os tais líderes para provarem suas “barbaridades”, usam versículos isolados como: “Não removas os marcos antigos que puseram teus pais” (Pv 22.28). Para eles remover os marcos antigos é não mudar os usos e costumes que foram ensinados com respeito do que pode e do que não pode (Cl 1.21).

Todo o estudioso da Bíblia deve analisar a questão correta do texto escrito. Quando a Bíblia diz que devemos seguir os marcos antigos, ela refere-se literalmente a marcação de território. O marco era uma baliza ou poste de madeira colocada na divisa para fazer a marcação de terra entre famílias e tribo do povo israelita.

A palavra marco no heb. gabul que significa: fronteira, território (porção de terra contida dentro dos limites).

“Não mudes os marcos do teu próximo, que os antigos fixaram na tua herança, na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá para a possuíres” (Dt 19.14). “Não removas os marcos antigos, nem entres nos campos dos órfãos” (Pv 23.10).

A lei amaldiçoava aqueles que por ganância e avareza mudassem os marcos de divisa de terra do seu próximo: “Maldito aquele que mudar os marcos do seu próximo. E todo o povo dirá: Amém!” (Dt 27.17).

O líder eclesiástico deve analisar a exegese do texto bíblico para formar um conceito verdadeiro e não usar um texto isolado para formar uma ideia pessoal, pois assim estará formando uma doutrina humana.

O crente nascido de novo sabe que a santidade não rejeita o que Deus criou em benefício do homem, nem condena aqueles que usam corretamente o que Deus chama de bom. A fonte da santidade é um relacionamento pessoal com Jesus, e não um sistema de obras. O estômago não corrompe o homem, mas o coração pode fazê-lo.

Algumas igrejas evangélicas assumiram uma postura restritiva de usos e costumes legalistas e hoje já não se diferencia da doutrina de Deus da doutrina dos homens. Colocam a doutrina dos homens acima da doutrina bíblica. Deus não condenou o uso de jóias no Velho Testamento, e também não condena no Novo Testamento.

Eu sei que muitos irão ficar preocupados e até perguntar: não há perigo da igreja desabar? Dando às pessoas liberdade, elas não acabam em autêntica libertinagem? Se nascemos pelo Espírito Santo, seremos guiados pelo mesmo Espírito, e que o coração está em submissão a Deus não há necessidade de lei. Se Deus não for o Senhor, não há lei que imponha esse sentido de responsabilidade. Mas, se o crente não tiver temor de Deus na sua vida, pode fechá-lo numa jaula que ele vai continuar pecando.

“Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus”. (1ª Jo 3.9).

João enfatiza que, quem realmente nasceu de Deus não pode viver pecando coincidentemente, porque a vida de Deus não pode permanecer em quem vive na prática do pecado.
O pecado maior não está no uso, mas sim nas heresias, modismo teológico, nos criadores de divisões, rebeldes e insubmissos a Palavra de Deus. As proibições são frutos de autoritarismo inconsequente de homens, e que na Bíblia, Deus não assume uma postura condenatória quando relata o uso de joias e adornos. Já analisamos acima vários trechos na Bíblia que tantos os patriarcas quantas outras personagens da fé, não apenas usaram jóias, mas também aprovaram os seus usos.

O QUE É REALMENTE VAIDADE

 Vaidade, segundo o dicionário Aurélio, é a qualidade daquilo que é vão (fútil, insignificante, que só existe na fantasia, falso, ilusório e inútil), pode ser também um desejo imoderado de atrair a admiração; presunção.

A vaidade é definida, entre outras coisas, como o excessivo desejo por merecer a admiração dos outros (Aurélio). Os dicionários dizem ainda que o vaidoso é presunçoso (convencido), orgulho excessivo, arrogância e fútil (sem seriedade).

Conceito popular de vaidade é declarado na Bíblia pela expressão composta de vanglória:

“Nada façais por partidarismo, ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmos” (Fp 2.3). “Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros” (Gl 5.26).

Para alguns, a vaidade é mais utilizada hoje para estética, visual e aparência da própria pessoa.

Precisamos estudar a palavra “vaidade” no original hebraico e grego, compararmos as várias vezes em que ela é usada na Escritura e qual o verdadeiro sentido que esse vocábulo possuía nos tempos antigos.

Vaidade no hebraico advém de duas palavras. Habel, shav, que significa vazio e oco. Seu uso no Antigo Testamento estava relacionado ao abandono do único Deus verdadeiro e à busca de ídolos que não podiam satisfazer às necessidade de Israel pelo simples fato de não existirem. A adoração a ídolos, então, tornou-se sinônimo de vaidade, pois era como se o povo israelita estivesse buscando ajuda no vazio.

“Rejeitaram os estatutos e a aliança que fizera com seus pais, como as suas advertências com que protestaram contra eles; seguiram os ídolos e se tornaram vãos...” (2ª Rs 17.15).

No grego, vaidade é representada pelo substantivo mataiotes e também significa vazio. Não há qualquer relação entre vaidade e o uso de joia, roupas ou ornamentos. Seu significado, em primeiro lugar, refere-se ao mundo criado que, no pecado e sem preencher o propósito inicial para qual foi criado, tornou-se vazio.

“Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou” (Rm 8.20).

O apóstolo Paulo usa a palavra mataiotes para expor a forma de pensar e o estilo de vida dos gentios que não agradam a Deus:

“Isto, portanto, digo e no Senhor testifico, que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos” (Ef 4.17).

O homem sem Deus é fútil em seu pensamento porque não o considera em seus caminhos. Sua lógica é frívola. Paulo roga aos cristãos que não vivam mais assim. Isto nos leva a pensar que mesmo depois de convertidos, podemos viver neste estilo de vida vazio, e termos uma mente frívola. A igreja corre o risco de viver assim, voltando aos velhos padrões de futilidade de uma sociedade pagã, numa vida inconsistente na forma de pensar.

A palavra mataiotes, também podia denotar as palavras impressionantes, mas vazia, de falsos mestres que muito falam, mas não possuem conteúdo nenhum:

“Porquanto, proferindo palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões carnais, por suas libertinagens, aqueles que estavam prestes a fugir dos que andam no erro” (2ª Pe 2.18).

Assim, aprendemos que vaidade é objetivamente descrita como sentido de vazio, inutilidade e falta de consistência. Todas as vezes que buscarmos nossa identidade no que for irreal, estamos sendo vaidosos (adoração de outros deuses, falsa adoração dos fariseus, egocentrismo do homem, ao exagero e desmedido desejo da carne e dos olhos). Quando a Bíblia fala de vaidade não está se referindo a roupa, adornos ou bens materiais. Se pensarmos assim estamos correndo em direção ao vento, que não sabe de onde vem e para onde vai.

As igrejas evangélicas brasileiras têm grande dificuldade de compreender o termo “vaidade” que, no linguajar dos crentes, carrega toda conotação pejorativa. Gostar de vestir-se com esmero, adornar-se com qualquer joia ou cuidar do cabelo, tingindo ou penteando-o de uma forma estética, é considerado pecado na maioria das igrejas pentecostais. O texto apresentado como base bíblica para tal conclusão é o Salmo 24.3-4.
“Quem subirá ao monte do Senhor, ou que estará no seu santo lugar? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente”.

“... que não entrega a sua alma à vaidade...” Vaidade no hebraico shav que significa: falsidade; vazio de fala, mentira; inutilidade.

A Bíblia também usa a palavra vaidade quando refere-se ao sopro (vida), a enfermidade, algo vazio.
“Desde aos meus dias o comprimento de alguns palmos; à tua presença o prazo da minha vida é nada. Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é pura vaidade” (Sl 39.5).

Salomão também usa a palavra vaidade nesse sentido de algo vazio, oco. “Vaidade de vaidade! Diz o pregador; vaidade de vaidade! Tudo é vaidade” (Ec 1.2).

Observe que na lógica do apóstolo Paulo, vaidade é colocar esperança naquilo que é vão, passageiro, perecível. Ele então fala em ver sua vida à luz da eternidade. Neste mundo tudo é passageiro e ninguém leva nada daqui. Por isto Salomão diz: “tudo é vaidade”. A vida só deixa de ser vaidade quando entregamos a nossa vida a Deus e o servimos de todo coração. Tudo que o homem faz sem dedicar a Deus ou não um alvo que é Cristo é vaidade, ou seja, vazio [GONDIM - É proibido – P. 67-70].

As normas de conduta do cristianismo neotestamentário parecem mais interessadas no interior do que no exterior dos homens. A palavra “vaidade” não é um termo que descreve uma pessoa cuidadosa vestida ou de adornos no corpo; pelo contrário, esse vocábulo valoriza-se ao modo de viver de tudo o que Deus criou é bom e agradável.

“Todas as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puro. Porque tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas” (Tt 1.15).

Paulo vivia sob o postulado de que as coisas importantes são aquelas que não vêem, pois tudo o que os nossos olhos contemplam um dia passará. Sendo assim, para o apóstolo o que é finito deveria ser considerado vaidade: “Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não vêem são temporais, e as que se não se vêem” (2ª Co 4.8).

Somos criados para as boas obras, e não pelas boas obras. E é por meio da fé em Cristo. Paulo, em 2ª Co 5.17, declara que nos tornamos novas criaturas. Portanto, devemos abandonar as práticas más e nos voltarmos para a prática do bem, pois estamos em Cristo Jesus. As boas obras devem ser apenas a manifestação externa do amor que temos com Deus.

O JULGAMENTO ERRADO


A religião farisaica dos tempos de Jesus usava o critério do julgamento humano, e Jesus é claro ao dizer para os fariseus:

“Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também. Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?” (Mt 7.1, 4).

1. “Não julgueis”. A palavra utilizada no original grego é Krino, e o significado, juiz. No texto original, a forma usada indica que Seus ouvintes precisavam parar de julgar. Para nos darmos bem com os outros, precisamos parar de julgar (v. 1a).

Jesus destaca a sentença para quem julga o servo alheio: “Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados....” (v. 2b).

A Bíblia nos ensina a não julgar nossos irmãos com coisas insignificantes com relação alimentos ou certos usos e costumes. Somos todos irmãos, e não juízes. Isto não significa, porém, que não podemos julgar as questões surgidas entre nós. Este julgamento, no entanto, tem de ser conduzido conforme o recomendado por: “Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça” (Jo 7.24). Aliás, escreve o apóstolo aos Coríntios que os santos hão de julgar os anjos (1ª Co 6.3). Mas que todo julgamento neste mundo deve ser segundo a reta justiça.

“Todos compareceremos perante o tribunal de Deus (Rm 14.10). Portanto, já que Deus é o Juiz e nós estamos entre os julgados, deixemos de julgar uns aos outros, pois assim evitaremos extrema insensatez de tentar usurpar a prerrogativa de Deus e antecipar o dia do juízo.

Não é proibido o uso de critérios sãos. O que não devemos é nos sentir “donos” da Igreja de Cristo e julgá-la pelos nossos costumes e regras. O cristão quando julga seu irmão está condenando a si mesmo. Quem somos nós seres humanos para julgar e condenar um irmão a nosso bel-prazer? A Palavra nos ensina que não devemos nem levar um irmão a juízo quanto mais julgar com critério rígido.

Nosso próprio acurado entendimento da justiça do reino não deverá produzir em nós um espírito de julgamento áspero e reprovador contra aqueles que estão tendo uma luta em servir a Cristo. Os homens precisam ser ajudados a ver a natureza da verdadeira justiça, mas não por um descuidado e convencido hipócrita que está mais preocupado com os pecados alheios do que com os próprios. Se o sermão for aplicado primeiro em casa, facilmente encontraremos a compaixão e a humildade para tratar dos pecados alheios (7.1-5).

O reino de Deus não é propagado por um cego fanatismo mais do que pelo exercício de uma árida crítica. O filho do reino está em busca daqueles cuja atitude torna-os maduros para receber as boas novas da redenção, e não de homens e mulheres cujo orgulho impossibilita-os de ouvir e entender (7.6).

O evangelho da graça não pode ser pregado sem convencer os homens do pecado (Jo 16.8) e chamá-los a mudar o coração (Lu 24.47; At 2.38; 3.19; 17.30). Mesmo as almas do povo redimido de Deus não podem ser protegidas sem se admoestar os insubmissos (1ª Ts 5.14) e procurar converter “o pecador do seu caminho errado” (Tg 5.19-20). Mas tal correção é oferecida com amor que redime, não como o veículo do orgulho e da ira. A justiça do reino adverte, mas não ataca. Os cidadãos do reino de Deus, lutando com seus pecados e assediados por fraquezas, necessitam de um irmão e não de um “juiz”. Em todos os nossos tratos com outros, precisamos lembrar que não somos agentes do julgamento do Senhor, mas de sua salvação. A vingança pertence ao Senhor. Nossa tarefa é buscar e salvar o perdido.

1.1. Condena a si mesmo. “Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que condena Bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade contra os que praticam tais coisas. Tu, ó homem, que condenas os que praticam tais coisas e fazes as mesmas, pensas que te livrarás do juízo de Deus? (Rm 2.1-3).

Neste contexto o apóstolo Paulo confronta os moralistas judiciais, que condenam a si mesmo naquilo em que julgam. Estão sempre apontando um dedo para alguém.

1.2. O que são os juízes moralistas? Qualquer pessoa que filtre a graça de Deus através de sua opinião pessoal, ou que dilua a misericórdia de Deus em seu próprio preconceito, como o irmão do filho pródigo que não quis comparecer à festa (Lc 15.11-32), ou o trabalhador de dez horas frustrado porque apenas uma hora ganhou o mesmo salário (Mt 20.1-16). É o sensor obcecado em julgar a vida de seu irmão, e esquecido dos seus próprios erros.

Paulo vê, consequentemente, o judaísmo e o paganismo como uma só coisa. Sem a graça e a misericórdia de Deus estão todos perdidos.

Paulo explica nestes versículos, uma estranha fraqueza humana: a tendência que temos de criticar todo mundo, à exceção de nós mesmo.

1.3. Quem julga já está condenando a si próprio. Além do mais, Paulo argumenta, agindo dessa forma nós nos expomos ao juízo de Deus e acabamos ficando sem desculpa nem saída. Como podemos julgar se não somos Deus para conhecer o interior de alguém? Somente Deus tem o critério certo de julgar as pessoas. O homem não é aceito por Deus por guardar a lei exteriormente, mas pela renovação interior e a santificação, através do Espírito Santo.

Se você “acha que pode julgar os outros” (Rm 2.1), Paulo tem um duro lembrete a você. Não lhe cabe a função de segurar o martelo. “E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade contra os que praticam tais coisas” (v. 2).

“É indesculpável, imperdoável aquele que julga o seu irmão” (v. 1). Está condenando a si mesmo (v. 1). “E praticas as próprias coisas que condenas” (v. 1). Receberá maior Juízo (v.2-3). Despreza o fruto do amor (v.4). Tem um coração duro, e mau (v. 6). É faccioso e desobediente à Verdade (v. 8) São injustos (v. 8). Fazem acepção de pessoas (v. 11).

È importante ficar alerta em relação às pessoas que vivem enfatizando as falhas dos demais, porque estas falhas que eles denunciam são exatamente os problemas que eles mesmos estão lutando em suas vidas. Quando julgamos temerariamente aos outros, na verdade, revelamos o nosso próprio coração.

[...] Julgamos e condenamos outras pessoas (o que como seres humanos, não temos o mínimo direito de fazer), especialmente quando deixamos de condenar a nós mesmo. É isso que se chama de hipocrisia de duas medidas: um alto padrão para os outros e um comodamente baixo para nós [STOTT. P. 91].

2. Submetem o povo aos seus costumes.

“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou pelos dias de festas, ou lua nova, ou sábado” (Cl 2.16).

[...] As duas primeiras palavras provavelmente se referem às regras judaicas sobre alimentação do Antigo Testamento, que os colossenses eram pressionados a observar como necessidade para a salvação pelos falsos mestres. E, ainda hoje, existem ministros que se intrometem na alimentação dos irmãos outros usam o sábado, usos e costumes como meio de salvação. São ministros débeis na fé, por falta de maturidade, instrução e conhecimento da Palavra de Deus.

Os falsos mestres, a quem o apóstolo se refere, estavam envolvidos com o legalismo judaico: circuncisão (Cl 2.11), preceitos dietéticos e guardas de dias (Cl 2.16). Há também várias referências ao gnosticismo (Cl 2.18-23).

O verbo grego paralogizomai, que quer dizer “enganar, seduzir com raciocínios capciosos”, descreve com precisão a perícia dos falsos mestres na exposição de suas heresias. O nosso cuidado deve ser continuo para não nos tornarmos presas desses doutores do engano.

A guarda de dias de festas sagradas, ao lado dos sacrifícios requeridos na lei mosaica foram, com justiça, observados antes da vinda de Cristo. Eram parte do culto e dos sacrifícios na Antiga Aliança, como “sombra das coisas celestiais” (Cl 2.17; Hb 8.5), ou “uma alegoria para o tempo presente” (Hb 9.9), ou ainda “a sombra dos bens futuros e não a imagem exata das coisas (Hb 10.1), isto é, realidade prefigurada por eles, temo-la em Cristo. Tendo a Cristo, temos tudo o que carecemos. O cristão não precisa, pois, ficar preso a tais ordenanças, que eram sombra, ou tipos de Cristo, o antítipo, ou a realidade trazida à história. A vida do crente em Cristo é liberta de qualquer calendário escravizante, inclusive da guarda dos sábados, que era um concerto especial de Jeová com seu povo (Êx 31.13; Dt 5.12; Ez 20.12). Os cristãos guardam o domingo apenas como dia de descanso semanal. Nesse dia, o primeiro da semana, O Senhor Jesus (que é também o “Senhor do sábado”, Lc 6.5) ressuscitou (Mc 16.1-8). Os cristão primitivos conheciam esse dia como “o dia do Senhor” (Ap 1.10). A própria palavra “domingo” significa “dia do Senhor” [RENOVATO. Lições bíblicas – 3º Trimestre 2004].

A maioria das pessoas julgam as outras e não olham pra dentro de si. Avaliam um comportamento e julgam-no achando que este está errado, mas fazem isso, sem base nenhuma. Se alguém não gosta e não quer tal costume, então fala mal e cria uma regra como se fosse uma doutrina bíblica. Muitas vezes, quando estamos julgando nossos irmãos por causa da sua postura exterior, podemos estar julgando mal e condenando a si mesma (Rm 2.1-3). O ser humano não tem condições de conhecer o coração das pessoas. Uma pessoa pode aparentar santa, mas seu coração pode estar longe de Deus. Você pode julgar e desqualificar uma pessoa pelo seu porte e aparência exterior, mas são plenamente aceitas por Deus.

Quando Jesus entrou na casa de Simão, o fariseu (Lc 7.36-38), uma mulher aproximou-se por detrás do Senhor, chorando, regando-lhe os pés com suas lágrimas, enxugando-os com seus cabelos e ungindo-os com unguento. Ao ver isso, o fariseu logo julgou a pobre mulher pela sua aparência exterior (é os que os fariseus fazem), e pela sua reputação (que também é um juízo meramente exterior); como se não bastasse, disse consigo mesmo: “Se este fora profeta, bem saberia quem é essa mulher que tocou, porque é pecadora”. Jesus então confrontou o fariseu Simão, afirmando que este, mesmo tendo toda aparência religiosa, estava seco por dentro (sepulcro caiado). Aquela mulher, todavia, ainda que possuidora de uma baixa reputação era rica interiormente. A aplicação prática daquele evento foi tremenda: “perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele há quem pouco se perdoa, pouco ama” (v. 7).

[...] É um exercício inútil julgar uma pessoa pela sua maneira de vestir, porquanto o profeta Jeremias nos afirma que “Enganoso é o coração, mais do que todas as cousas, e desesperadamente corrupto, quem conhecerá?” (Jr 17.9).

Julgar sobre quais vestimentas são ou não “vaidosas” leva-nos a um nível de legalismo sufocante e criminoso. O líder deve se preocupar com as vestes sensuais e que venham desonrar a quem usa, mas julgar alguém e dizer que é mundano pelas vestes, caímos da graça do Senhor. “Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Aquele que fala mal do seu irmão, ou julga a seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei; ora se julgas a lei, não és observador da lei, mas Juiz. Um só é Legislador e juiz, aquele que pode salvar e fazer perecer; tu, porém, quem é, que julga ao próximo?” (Tg 4.11-12; Cl 2.16, 18).

Estipular que um tipo de ornamento no corpo das mulheres é vaidade, mas um ministro com prendedor de gravata, ou um dente de ouro não pode ser vaidade? Ou um quadro que colocamos para enfeitar una casa, os lustres que usamos para decorar as luzes que iluminam nossas casas, uma banheira de hidromassagem, uma torneira coberta de ouro no banheiro não seria também uma espécie de vaidade? Uma camionete dublada e importada também não seria vaidade. Não seria o uso da gravata uma vaidade? A gravata surgiu em culturas de clima frio como uma espécie de cachecol que esquentava o pescoço. Entretanto, ao ser estilizada e aperfeiçoada a ponto de perder sua função inicial, foi lançada na moda masculina e tornou-se mero adorno no pescoço dos homens. Principalmente dos políticos autoridades e dos pastores. No Brasil, a gravata não possui utilidade nenhuma se não adornar. Se é vaidade uma mulher usar brinco, também é vaidade o homem usar uma gravata.

Se vaidade fosse pecado, porque os templos evangélicos são tão bonitos, porque os pastores só vão de terno e gravata, as pessoas que frequentam sempre estão com a melhor roupa? Se for assim, são todos pecadores.

Quando os líderes espirituais vão há uma reunião convencional, procuram se apresentar da melhor forma possível. Usam os melhores ternos, camisas e gravatas prendedores de gravata de ouro e bons sapatos. Tudo isso é bom e agradável. Mas, nas suas igrejas eles agem diferentes principalmente com as mulheres. Usam um jugo de proibições colocando um cabresto e ainda chamam de Jezabel e as tratam muitas vezes como se fossem umas pobres jumentas. Esquecem dos ensinos bíblicos que a mulher é uma adjutora e ambos tornam uma só carne. Não seria uma descriminação? Também podemos chamar de hipocrisia?

Para muitos “líder”, ver uma mulher adornada é símbolo de mundanismo, mas um homem de gravata de seda e um prendedor de ouro não são! Não estamos sendo incoerentes? Não estamos usando dois pesos e duas medidas? Dizer que uma mulher que usa joia é vaidosa, mas comprar uma camionete do ano e cheio de frisos niquelados não é vaidade? Teríamos de arbitrar sobre os enfeites que deveríamos fazer parte dos nossos óculos, quais cores seriam permitidas nas nossas roupas, ou seja, estaríamos presos a um sistema de fiscalização de nossa conduta. Seriamos, em última análise, roubados da liberdade em Cristo. Qualquer julgamento temerário que Se faze pode estar julgando mal. É o que muitos fazem nas igrejas.

Deus não vê como nós vemos e não condena a nossa cultura, mas condena sim o pecado e o pecador não arrependido. Se tivermos condições de nos vestir bem e nos adornarmos, para louvor de sua glória, estamos sendo abençoados por Ele e isto não é vaidade porque é para Ele. [RICARDO GONDIM. É proibido. P. 71-78].

3. Não ameis o mundo.
Usar a questão de usos e costumes e dizer que as pessoas que usam adornos e roupas da moda amam o mundo significa confundir a real acepção que a Bíblia atribui ao vocábulo “mundo”.

“Não ameis o mundo nem as cousas que há no mundo. Se alguém amar o mundo o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente” (1ª Jo 2.15-17).
A palavra mundo que João refere-se não se trata do mundo natural (físico), pois o mundo criado por Deus é muito bom. Embora caído e sofrendo os efeitos da queda (Rm 8.20-22). O mundo é descrito na Bíblia como a sociedade incrédula e rebelde, sob a orientação do diabo que se opõe ao Reino de Deus. Paulo chega a dizer que este mundo manifesta-se através dos sistemas de pensamento que rejeitam a verdade (2ª Co 10.4-5). O mundo é todo o sistema humano e egocêntrico que se desenvolve na cultura e que leva o homem ao exagero e desmedido desejo da carne, dos olhos e a soberba da vida (1ª Jo 2.16). É o adoecimento de toda a produção humana e a manifestação do desejo doentio de poder e pelo dinheiro.

De acordo com 1ª João 2.15, a falta de amor para com Deus abre espaço para que se desenvolva amor pelo mundo, que deixa o crente especialmente vulneráveis a áreas de ataque do inimigo. Se caminhar com fé e firmeza na Palavra, não sentirá inseguro, conseguirá evitar as armadilhas do pecado sexual, da cobiça, e do orgulho. Estas três áreas de pecados acontecem quando há insegurança, falta de fé e confiança no Senhor.

Em lª Ts 2.5 e em 2ª Pe 2.3 descreve o pecado do homem que usa sua posição para vantagem própria; para aproveitar-se das pessoas a quem deve servir, ele vê seus irmãos como criaturas a serem explodidas e não como filhos de Deus que devem ser servidos.

Estes pecados entristecem e afastam o Espírito Santo do ser humano. Onde há concupiscência e soberba no coração, não há lugar para o amor do Pai. O homem terá de escolher um ou outro. A mensagem de João é: se alguém ama o mundo, o amor do pai não está nele (Jo 2.15).
Quando Jesus esteve neste mundo ensinou os Seus discípulos acerca do amor dizendo: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.37-39).

De que forma devo amar a mim mesmo? Todos têm um amor próprio. Este sentimento de valorização nos foi dado por Deus. Quando nos vestimos bem e quando cuidamos bem do nosso corpo. Sabemos que ninguém gosta de estar perto de uma pessoa com roupas sujas, fedorenta, que não escovou os dentes pela manhã ou que não cuida bem da higiene de seus pés. Trajamos-nos bem, porque entendemos que nossa cultura aquela indumentária será mais bem aceita. Quando vamos a uma festa de casamento nos enfeitamos porque consideramos que aquela data requer que estejamos o mais bonito possível. E aqueles que pintam o cabelo o fazem para se autovalorização. Se isso é vaidade, ela é aceita e estimulada por Deus. Não há qualquer relação desta busca com aquele sentimento pernicioso de querer apoiar nossa existência no que é vazio.

Se para alguns vestir-se bem é vaidade é adotar uma visão muito reduzida daquilo que o vocábulo representa em toda a Escritura. É confundir o certo com o errado.

Para Jesus vaidade também é sinônimo do que é vão. Ele considerava vaidade a piedade dos fariseus: “E em vão (com vaidade) me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens. E, tendo convocado a multidão, lhes disse: – Ouvi e entendei: Não é o que entra pela boca que contamina o homem, mas o que sai pela boca, isto, sim contamina o homem” (Mt 15.9-11).

Os fariseus julgam as pessoas pelo aparente, por seus usos e costumes, pela roupa que usa, cor ou tamanho do cabelo, pelas palavras, atitudes, etc.... é bem verdade que muitas vezes o nosso exterior reflete o nosso interior, mas precisamos entender que acima de toda aparência Deus julga o coração! Ele está olhando para a real motivação do coração. Por isso muitos têm sido rejeitados, por sua aparência, pois certos religiosos acham que adorador precisa ter “cara” (formato) de crente, quando na verdade o cristão não tem que ter “cara”, tem que ter vida e vida de Deus! Crentes não tem que “parecer”, tem que “ser”

Isso é claramente manifesto na Escritura. O Senhor explicou ao profeta Ezequiel com as palavras do povo de Israel não expressamente o que havia em seu coração: “Eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra; pois, com a boca, professam muito amor, mas o coração só ambiciona lucro” (Ez 33.31).

Nessa passagem das escrituras, o profeta Ezequiel está dizendo que as pessoas iam ao templo para adorar a Deus como se fosse verdadeiramente seu povo. Elas escutavam as palavras da mensagem, mas se recusavam a praticá-las.
O Senhor também manifestou o mesmo princípio por intermédio do profeta Isaias: “O Senhor disse: Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu” (Is 29.13).

Com seus lábios demonstravam muito amor por Deus, entretanto seus corações estavam longe do Senhor.

4. Sepulcro caiado.
Mateus 23.27-28: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia. 28 Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.”

Segundo Jesus, isso era exatamente o que acontecia com os fariseus. Suas atitudes externas correspondiam a homens intensamente religiosos, mas seus corações estavam sujos e podres com o pecado; na verdade expressa o que muitos “cristãos” tem sido: “por fora bela viola, mas por dentro pão bolorento”, ou seja, por fora há boa aparência, parece que tudo está bem, mas na verdade por dentro não há vida, mas podridão, pecado, presunção e orgulho.

A indignação de Jesus contra os mestres da Lei e fariseus é tão grande, que Ele os compara a “sepulcros caiados”, pois têm a aparência exterior de um túmulo recém pintado de branco que tenta esconder uma realidade interior cheia de podridão. São eles aqueles que aparentando ser boas pessoas, escondem uma realidade de mentiras, pecados e nada comprometida com os preceitos morais.

O ser humano está mais preocupado com o aparente, com a sua imagem e reputação sempre mostrando uma atitude hipócrita e orgulhosa diante das pessoas, e acabam julgando os outros por aquilo que eles mesmos são.

A verdade e a justiça devem permear as nossas atitudes, nem que doa. Jesus foi transparente e sincero quando disse: “Ai de vós, hipócritas”!

Será que eu e você, somos nós, hoje, os mestres da Lei e os fariseus, falsos e cínicos? Como está a sua justiça? Ela é verdadeira? O que será que você poderá estar vivendo, só de fachada? Você gosta de criticar as falhas dos outros achando que não cairia no mesmo erro?

Se a sua conduta não for diferente da dos mestres e doutores da Lei saiba que Jesus está dirigindo para você estas palavras: Ai de você fariseu, hipócrita e doutor ou doutora da Lei!

MODIFICANDO AS TRADIÇÕES

Em geral, o ser humano está acomodado com aquilo que se tornou rotineiro, como um prisioneiro que está acostumado na sua prisão e sem fazer esforço para viver deseja ficar em vez da liberdade.

Por esta razão temos adquirido hábitos de comportamento que muitas vezes são hereditários. Muitos deles se tornam paradigmas que nos amarram e sem nos darmos conta, podemos encontrar diante de uma espécie de prisão intelectual que não admite forma de mudança.

É fundamental que aqueles que estão desenvolvendo-se dentro do pastorado, entendam que o invocar não nos tira da vontade divina. Se observarmos a criação, descobrimos que nada existe de repetitivo, pois Deus tudo fez com arquitetura e formosura. Se a tecnologia está avançada graças à inovação, quanto mais nós que temos a responsabilidade de conquistar nações inteiras para Cristo.

“Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós... pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer” (1ª Pe 5.1-2).

A igreja de Cristo deve ser dirigida pelo Espírito, sem avareza, não por constrangimento, mas espontaneamente e como Deus quer.

Quando Deus começou a renovar-nos, algumas de nossas tradições precisam ser modificadas. Estudando a Palavra de Deus, podemos ver que a igreja primitiva não era democrática; era teocrática. Era Deus que dirigia e não os homens. Deus dava as ordens aos apóstolos e estes as transmitiam ao povo. Também nomeavam anciãos para as igrejas, mas todos eram obedientes. Era uma igreja comandada pela cabeça e não pelos pés. O poder flui do alto, passando pelo meio e ia até a base. E havia curas e maravilhas no meio da igreja.

Numa democracia as coisas funcionam ao contrário. O poder está na base. A cabeça tem que obedecer às ordens dos pés. É por isso que temos hoje igrejas cheias de tradições e divisões. As normas são diferentes numa mesma igreja de uma cidade para outra. Cada um faz do seu jeito. Uns acrescentam e outros diminuem, mudando os parâmetros da Palavra.

Os problemas começaram a surgir quando a igreja teocrática perdeu seu carisma, o poder espiritual. Os líderes tornaram-se mais interessados no poder material e terreno do que na vinda do alto. Eles conservaram a mesma forma de governo, mas o Espírito Santo se fora. Eram como um estojo de caneta sem a caneta. Exteriormente, parecem os mesmos, mas, por dentro, estavam vazios.

Nas tradições da igreja católica o papa continuou a crer que era infalível, e eu entendo perfeitamente a razão disso. Afinal de contas, as cartas que Pedro escrevera, João escrevera e as outras eram toda a verdade. Por que não continuar assim? E poderia ter continuado, mas sem o carisma, sem a revelação divina dos céus, a igreja se tornou um elemento perigoso no mundo.

Alguns de seus filhos, como Savonarola, João Huss, Lutero e outros tentam renová-la, mas a igreja não aceitou sua mensagem. Eles teriam trazido uma nova vida à igreja católica, mas, em vez disso, foram afastados dela. É assim que age o poder sem a revelação.

Então as igrejas protestantes reagiram e decidiram tornar democrática. E isto foi bom durante algum tempo, reconduziu os leigos ao trabalho eclesiástico.

Mas, não foi a solução. No decurso da Idade das Trevas, o papa se tornou o substituto da Palavra de Deus. E, atualmente, é o voto da maioria que se constitui neste substituto. O povo continua sem saber ao certo o que Deus estava dizendo. A política se infiltrou no meio das igrejas e o Espírito de Deus foi ficando de fora.

Há igrejas que o pastor ensinar um evangelho de acomodação pode continuar na paróquia, mas se ele pregar um evangelho puro sem mistura e fora dos moldes da sua congregação, a diretoria lhe põe para fora e escolhe outro.

Se o Espírito Santo ficar de lado a igreja se corrompe pelo pecado, pelas tradições, dogmas e heresias. Ouvimos muitas vezes pregadores dizerem que devemos voltar à igreja primitiva, mas não deixamos o Espírito de Deus atuar, e até queremos que Ele se submeta a nós. É por isso que as igrejas estão do jeito que estamos vendo; perderam a graça. E os neopentecostais estão envolvidos num frenesi e até pensamos que é o Espírito Santo. Outras são envolvidas num farisaísmo tremendo. Lembramos as palavras do grande sábio Salomão: “Há caminhos que parecem direitos, mas o fim é de morte”.

Por que muitos líderes estão sofrendo e outros perderam até seus próprios filhos para o mundo? Porque querem seguir uma tradição arcaica e não querem se submeter às Verdades bíblicas. Esta é a maior razão de encontrarmos tantos desviados pelo mundo.

No Velho Testamento os profetas também eram portadores da mensagem de Deus. Eles tinham uma mensagem a entregar, daí, com frequência, ler nos seus escritos: “Assim diz o Senhor”, não tinham permissão de mudar a mensagem para satisfazer ou irritar quem quer que seja. Entregavam a mensagem que vinha de Deus aos seus corações. Hoje, nós temos a Bíblia, que é mensagem de Deus. Não temos o direito de flexioná-la ou enrijecê-la, mas pregá-la, como ela nos foi entregue e mostrá-la, através das nossas vidas, para que os ouvintes tenham um modelo.

É perigoso acrescentar ou diminuir a palavra de Deus (Ap 22.18-19) O ministro que em seu testemunho verbal ou visível, acrescenta ou diminui a Palavra do Senhor, deturpa a mensagem. Daí a necessidade de se investir no seu preparo espiritual e intelectual.

Temos a Bíblia, que é a Palavra de Deus, como referência única e verdadeira. Que este opúsculo possa servir de alerta aos meus irmãos em Cristo, como é dito em Tito 1.9 “retendo firme a palavra fiel que é conforme a doutrina para que seja poderoso, tanto para exortar na sã doutrina como para convencer os contradizentes”.

Peça discernimento ao Espírito Santo de Deus. Não tenha medo. Isso é sério, irmão. Não devemos ser como os descrentes em 2ª Timóteo 4.3 “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos”. O pior cego é aquele que não quer ver.


CONCLUSÃO

O cristão da atualidade precisa estar informado que pode haver nas igrejas diversos obreiros corrompidos e distanciado da verdade, como os mestres da lei nos dias de Jesus Cristo e a gnose. Nem todas as pessoas que confessam a Cristo são crentes verdadeiros, e que hoje nem todos são aquilo que dizem ser. Estes ministros “exteriormente” parecem justos aos homens; podem parecer sinceros e empenhados na obra de Deus, todavia esses ministros são semelhantes aos falsos profetas. Professar cristianismo é uma coisa, ser cristão de fato é coisa diversa.

Alguns ministros e pregadores iniciam seu ministério com veracidade, pureza e genuína fé em Cristo. Mais tarde, por causa do orgulho, posição e ambições, sua dedicação pessoal e amor a Cristo desaparecem lentamente. Em decorrência disto, apartam-se do reino de Deus e se tornam instrumentos de Satanás, disfarçados em ministros da justiça. A serviço de Satanás, eles estão nas igrejas desde o início de suas atividades. A estratégia do inimigo é colocá-los em posições de influência para minarem a autêntica obra de Cristo. É por isso que Paulo diz: “E, quanto àqueles que pareciam ser de maior influência (quais tenham sido, outrora, não me interessa), Deus não aceita aparência do homem” (Gl 2.6).

Podemos concluir que existe o evangelho anátema, misturado com filosofias, com lei mosaica, evangelho com tradições, com gnosticismo, evangelho radical e rude, evangelho formal e existe o verdadeiro evangelho o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo também revelado aos apóstolos.

A muitos evangelhos a mistura confundiu a cabeça dos homens. Alguns entendem que para ser salvo é necessário guardar o sábado, para outros a mulher deve usar o véu, não pode se quer emparelhar o cabelo, também a mulher não pode usar calça comprida, etc. Valorizam mais a exterioridade do que a santidade.

O apóstolo Paulo nos deixa nas suas epístolas, um evangelho saudável, puro, santo, sem demagogia e penitência, este é o evangelho que devemos levar a toda criatura.

O falso ministro não aceita a Palavra de Deus como ela é e sim pela de sua maneira de interpretar. Desta maneira ele foge as regras e a exegese de interpretação.

Por mais que nos esforcemos, jamais iremos extingui-los, pois Deus permite os falsos ministros estarem em nosso meio para provar a nossa fé. Mas, o cristão genuíno deve estar cheio da plenitude e do conhecimento de Deus para combater as suas heresias e falsos ensinos. Pois a missão de um verdadeiro ministro é lutar contra estes falsos ensinos, que tão de perto nos rodeiam. O nosso compromisso é com Deus e não com homens.

Encerro este livro deixando um desafio. Que você abrace o verdadeiro Evangelho de Cristo, e entre nas fileiras do Deus dos exércitos sendo um soldado na batalha contra os ataques do inimigo através dos falsos ministros que se transfiguram em ministros de justiça.

Temos bem presente que quanto maior conhecimento bíblico tivermos, mais eficientemente usaremos nossa “arma”, a BÍBLIA SAGRADA na luta contra o pecado, e suas mais variadas manifestações.

Que esse trabalho seja urna verdadeira benção nas mãos dos irmãos, na luta do dia a dia, no relacionamento com Deus, nas relações entre os irmãos e suas famílias e que nossa vida possa realmente demonstrar que o conhecimento obtido foi de grande valia no aperfeiçoamento do nosso ser como um todo. Amém!

“Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-O, enquanto está perto” (Isaías 55.6).

FONTE DE PESQUISA

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Pr. Elias Ribas
Especialização em Apologética – ICP - São Paulo.
Grego e Hebraico - Faculdade Batista Pioneira – Ijuí - RG.
Exegese do grego - Faculdade Batista Pioneira – Ijuí – RG.
Mestrado em Divindade – SEMIAD Cascavel PR.
Dr. Em Teologia - SEMIAD Cascavel PR.