TEOLOGIA EM FOCO: setembro 2010

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A DEFESA DE UM MINISTÉRIO


1ª Ts 2.1-8. “Porque vós mesmos, irmãos, bem sabeis que a nossa entrada (estada) para convosco não foi vã. 2 Mas, havendo primeiro padecido e sido agravados em Filipos, como sabeis, tornamo-nos ousados em nosso Deus, para vos falar o evangelho de Deus com grande combate. 3 Porque a nossa exortação não foi com engano, nem com imundícia, nem com fraudulência, 4 mas como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova nosso coração. 5 Porque, como bem sabeis, nunca usamos de palavras lisonjeiras, nem houve um pretexto de avareza; Deus é testemunha. 6 E não buscamos glória dos homens, nem de vós nem de outros, ainda que podíamos, como apóstolos de Cristo, ser-vos pesados; 7 Antes fomos brandos entre vós, como a ama que cria seus filhos. 8 Assim nós, sendo-vos tão afeiçoados, de boa vontade quiséramos comunicar-vos, não somente o evangelho de Deus, mas ainda a nossa própria alma; porquanto nos éreis muito queridos”.

I. INTRODUÇÃO

Paulo, ao pregar a mensagem sobre seu encontro com Jesus ressuscitado, está mentindo ou falando a verdade. Paulo afrima que a razão para acreditar nele é que ele não tem nada a ganhar com a pregação desta mensagem. Na verdade, ele estava disposto a continuar pregando apesar de ele ter sido espancado na Phillipi (cf. Atos 16.22), encontrou a oposição lá em Tessalônica, não estava ganhando financeiramente, e não ganhando nenhum prestígio. Na verdade, ele afirma estar pregando a mensagem para agradar a Deus e por causa de seu amor pela Tessalonicenses. Estas são razões para acreditar que Paulo foi sincero e dizer a verdade que ele tinha visto e recebido a sua mensagem de Jesus ressuscitado.

Paulo defende-se, agora, dos ataques do Diabo através dos falsos ensinadores que se haviam intrometido no meio da Igreja em Tessalônica, contra ele e seus companheiros de missão. É provável que alguns irmãos, alcançados pelo evangelho, tenham acreditado nas insinuações malévolas contra os servos de Deus.

II. PAULO ESTÁ DEFENDENDO O MINISTÉRIO

1. Uma entrada abençoada (2.1).
Paulo tinha convicção de que o trabalho desenvolvido na capital da Macedônia fora realizado com amor e zelo.

“A nossa entrada não foi vã” (Vã, no gr. kenov – kenos), vazio, vão, destituído de verdade, que nada contém, de homens, de mãos vazias, de esforços, diligências, ações, que resultam em nada, vão, infrutífero, sem efeito, sem propósito, vazia, oca sem fundamento. (Em outra versão, diz: “Não foi infrutífera”. Um ministério que dá fruto contribui para o reino de Deus. E Jesus nos chamou para darmos frutos) (Jo 15.16).

2. Ousadia e determinação na pregação.
Ousado, no gr. parrhesiazomai, usar a liberdade de falar, falar com franqueza. Com sinceridade, falar livremente, tornar-se confiante, ter ousadia, mostrar segurança, assumir um comportamento corajoso.

Tribulações no gr. Propascho: sofrimentos, tribulações, aflições. As tribulações que o apóstolo experimentou, em Filipos (At 16.19-40), quando foi humilhado, espancado e preso, juntamente com Silas, em lugar de causar medo e temor, na jornada missionária, provocaram um efeito positivo em seu favor na busca das almas perdidas.

Paulo, não tinha meras opiniões para se promover. Ele proclamou com profunda convicção a mensagem que o seu Senhor lhe tinha entregue, e isto em face de uma oposição tremenda. Se os incrédulos de uma cidade o perseguiam, ele ia para outra. Não é que ele fosse ousado por natureza. Existe uma dezena de passagens das Escrituras que nos diz o contrário. Antes, como ele mesmo testifica, quando tornamo-nos ousados em nosso Deus. E assim ele exorta os outros crentes: “fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” (Ef.6:10).

3. Pregar a Verdade bíblica é um combate.
Combate, no gr. agon, uma batalha, luta. Os sofrimentos de Paulo e seus companheiros: “tornamo-nos ousados em nosso Deus, para vos falar o evangelho de Deus com grande combate”.

Porque temos o diabo como nosso adversário; Porque temos os falsos apóstolos semeando o joio no meio do trigo. (O joio se parece com o trigo; e quem não conhece e não tem discernimento espiritual, pensa que tudo é trigo).

III. NÃO AGRADANDO A HOMENS (v. 6)

“E não buscamos glória dos homens, nem de vós nem de outros, ainda que podíamos, como apóstolos de Cristo, ser-vos pesados”.

A obra de Cristo tem enfraquecido, nestes últimos tempos. E as causas disso são várias:

A grande maioria dos obreiros labuta para defender seus cargos, seus interesses, suas tradições. Os ministros foram chamados para uma vocação santa e digna, mas para ministrar as Verdades da Santa Palavra de Deus e defender a Noiva de Cristo contra os ataques do diabo e de seus ministros. Todavia, isto não é priorizado se as mensagens são apenas bajulações de comodismo, deixando de lado a pregação genuína do Evangelho.

Na falta de entendimento do sentido do evangelho, por outro lado, cria-se uma Igreja imatura que dificilmente experimentará um crescimento normal não sendo capaz de transmitir o evangelho de forma que faça sentido ao restante do grupo. Um dos grandes desafios que temos perante nós hoje é aprender com o nosso passado e pregar um evangelho que faça sentido na sociedade.

A falta de critério sadio e benéfico no corpo de Cristo tem trazido sérios prejuízos á igreja, pois estão deixando de lado a Palavra de Deus para seguir suas regras, conceitos pessoais e denominacionais.

Grande parte do clero religioso está sofrendo porque seus líderes não tomam uma posição com respeito às verdades bíblicas. Faltam-lhes coragem, hombridade, temor com as coisas santas do Criador. Agem como se a obra de Deus fosse algo sem importância. Mas não sabem que serão condenados pelo pecado de timidez e da mentira (Ap 21.8).

Tomamos o exemplo de Paulo, que não temia os inimigos da cruz de Cristo que se infiltravam no meio cristão:

1. Pregando sem engano. Paulo disse que sua exortação (no gr. didako – ensino), não foi com “engano”, “imundícia” ou “fraudulência”.

2. Com Engano (no gr. planao). Desencaminhar da verdade, conduzir ao erro, enganar; ser induzido ao erro; desviar-se ou afastar-se da verdade; ensino herético; fazer algo ou alguém se desviar, desviar do caminho reto; perder-se, vagar, perambular; ser conduzido ao erro e pecado. Ser desviado do caminho de virtude, perder-se.

3. Imundícia, Impureza (no gr. akatharsia). Impureza, no sentido moral: impureza proveniente de desejos sexuais, luxúria, vida devassa, de motivos impuro.

4. Fraudulências: (No gr. dolos). De um verbo primário arcaico, dello (provavelmente significando “atrair com engano, astúcia, fraude, malícia”). Era comum na época em que a carta de Paulo aos Tessalonicenses foi escrita, por haver certo tipo de pregadores itinerantes chamados sofistas.

Ef 6.6 -7 “Não servindo à vista, como para agradar a homens, mas como servos de Cristo, fazendo, de coração, a vontade de Deus; 7. servindo de boa vontade, como ao Senhor e não como a homens”.
Muitos trabalham só quando o chefe está olhando, ou seja, para agradar apenas o chefe e não o dono da obra. O trabalho do Senhor deve ter seriedade, honestidade e acima de tudo, amor pelas almas.

IV. A PREGAÇÃO DE PAULO É SEM SOFISMA

1. O sofisma é um tipo de apostasia.

Vivemos em tempo de apostasia. Apostasia tem aumentado assustadoramente e é um dos grandes sinais da vinda de Jesus.

Existem tem tipos de apostasia:
A. Uma pessoa após apostatar da fé, ou seja , deixar a fé, desviar-se da igreja.
B. Um crente após ter provado da graça, deixa a fé e por fim blasfema contra as coisas sagradas. O autor aos Hebreus escreveu dizendo que impossível à salvação a esta classe de apostata. (Hb 6.4-6; Hb 10.25-30; 2ª Pe 2.20-22).
C. Desviar da doutrina genuína da Palavra de Deus. O apostata desta natureza é aborrecido por Deus. Vede, o justo viverá pela fé, segundo Hb 10.38 e se recuar, Deus não tem prazer nele.

Frequentemente membros da igreja estão se afastando da igreja por coisa banais, outros por coisas insignificantes por exemplo: Tradições impostas pelos homens como meio de salvação.
No original gr. Sofisma, argumentação falsa com aparência de verdade. O sofisma é enganoso e prejudicial por causa do uso indevido que faz da lógica. Esta, como se sabe, leva o pensamento a estar de acordo consigo e não de conformidade com a realidade das coisas (Dicionário Teológico Claudionor Correa de Andrade).

Atividade que resulta em frutos para si. Agradam aos homens, eram bajuladores e avarentos, amavam a si mesmo.

Pregavam com má-fé, “argumentos falsos”, engano, logro, ou tapeação. É preciso ter cuidado com os “lobos” vestidos de “ovelhas”, que andam a enganar os crentes incautos, sob a capa de “muito espiritual”. Acham-se mais santos que os outros.

“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” (Mt 7.15).

2. Os sofistas anulam a graça de Cristo.
“Porque pela graça (pelo favor imerecido) sois salvos, mediante a fé (confiança); e isto não vem de vós, é dom de Deus (é presente de Deus); não de obras (não de trabalhos e de ação), para que ninguém se glorie...” (Ef 2.8-9).

Nossos méritos são obras. Se a salvação fosse adquirida por elas (tradições, dogmas e certos costumes humanistas), o ensinamento acima estaria incorreto. Nós próprios, nesse caso, teríamos capacidade para se salvar. E se tradições nos purificassem para chegar à presença de Deus, não seria Cristo quem nos purifica. Não haveria necessidade d’Ele ter vindo ao mundo e morrido por nós. As tradições seriam nosso salvador.
Os imaturos ensinam que somos salvos pelos nossos méritos. E este tipo de heresia contraria a ortodoxia Bíblica.

Não somos salvos por nossos próprios esforços nem pelas obras (Ef 2.8-9), as boas obras foram preparadas para nós de antemão (Ef 2.10) .

V. NÃO BUSCANDO A GLÓRIA DOS HOMENS (2.6)

Ele não lisonjeava os homens “para ganhar votos” ou para se tornar popular entre eles. Também não exibia nenhuma fachada para cobrir um espírito cobiçoso. Tão-pouco procurava a glória, embora como Apóstolo de Cristo pudesse ter-lhes sido pesado, impondo toda a sua autoridade, exigindo isto e aquilo e esperando receber atenção especial. Mas “ser importante” não era uma das características de Paulo.

1. O perigo da lisonja.
Paulo disse que ele e seus companheiros não buscavam a glória dos homens, nem deles próprios, nem de outros (2.6).

• Não era do seu feitio moral buscar o louvor dos homens, nem sua glória. Ele mesmo disse aos Coríntios que tudo o que fizessem o fizessem para glória de Deus (1ª Co 10.31).

• Há pessoas que são movidas a elogios, ou mesmo por lisonjas, que é sinônimo de bajulação. Isso é perigoso para o ministério pastoral e para qualquer servo de Deus.

• Há quem busque a glória para si (“por que eu sou mais santo, jejuo três vezes por semana, oro mais que vocês, porque Deus fala muito comigo, porque Deus só revela pra mim, porque eu oro e as pessoas são curadas”, etc).

• Se, de um lado, o lisonjeiro se compraz em “agradar” a quem deseja enganar (e há pessoas que são movidas a lisonjas, e buscam “a glória”, isto é, o louvor, o elogio dos homens), por outro lado o bajulador, na verdade, busca seus interesses egoístas.

• Este tipo de pregador não fala em pequenos auditórios, só se sentem bem diante de platéias numerosas, para ouvir os aplausos, e até os “glórias a mim”.

2. Louvam a si mesmos.
“Praticam, porém, todas suas obras com fim de serem vistos pelos homens; pois alargam seus filactérios e alongam as suas franjas. Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas” (Mt 23.5-7).

3. Não sendo pesado aos irmãos.
“... Ainda que podíamos, como apóstolos de Cristo, ser-vos pesados”. Paulo defendeu a si e aos outros missionários (2.6). Mesmo Paulo tendo direito, como apóstolo, não se aproveitou da circunstância para extorqui e explorar os irmãos. O apóstolo jamais foi rico. Sempre viveu sem ambições materiais. Era homem humilde e resignado (Fl 4.12). Em lugar de buscar a glória dos homens, em termos de contribuição financeira, ele afirmou que “o meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus” (Fl 4.19). 1ª Tm 6.6-8 “Mas é grande ganho a piedade com contentamento. 7 Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele. 8 Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes” (RC).

VI. COMO AMA QUE CRIA SEUS FILHOS

“Antes, fomos brandos entre vós, como a ama que cria seus filhos” (2.7). Quando se tratava da Palavra de Deus ele conseguia, pela graça de Deus, ser tão ousado quanto um leão, mas ao tratar estes novos convertidos ele era suave como um cordeiro. Ele foi ao mesmo tempo pai e mãe para eles.

Na visão de Paulo, o ministro deve ter o comportamento de uma ama que age como uma mãe. Existe a ama-de-leite, que cria os filhos dos alheios, alimentado-os com o próprio seio. Paulo extrapola o conceito de uma ama, que cuida dos filhos de outros, e tem em mente a ama que cuida de seus próprios filhos. Aos filhos é comparada a Igreja.

Esta palavra “ama” (Gr., trophos), ocorre apenas uma vez nas Escrituras, então a pergunta surge se o Apóstolo está a referir-se à ama e aos filhos que estão a seu cuidado, ou a uma mãe que está a amamentar e a seus filhos. Acreditamos que a última hipótese é o verdadeiro sentido por duas razões: 1) A palavra trophos significa aquela que nutre. 2) A palavra “seus” no grego é claramente “seus próprios”.

Mas a quem pertencem os filhos? A Igreja só tem um Pai que é Deus. Os ministros recebem autoridade para pregar a Palavra de modo correto, mas não para serem donos dela e fazerem como lhe apraz!

A afeição de pastor.
Paulo chama a igreja tessalônica de “muito queridos”. Ele e seus companheiros eram tão afeiçoados para os irmãos. Essa deve ser uma característica do obreiro que tem de fato amor pelas almas que se convertem a Cristo.

Como uma mãe não apenas concede todo tipo de bênção a seus filhos, mas até está disposta a dar a sua própria vida por eles, Paulo também não apenas comunicou alegremente o Evangelho aos Tessalonicenses, como ainda estava disposto a dar sua vida por eles, “porquanto”, diz ele, “nos éreis muito queridos” (v.8). Ou como ele escreve no começo do versículo, “sendo-vos tão afeiçoados”.

O ministério de Paulo foi aprovado por Deus. Em Tessalônica, mesmo tendo passado menos de um mês, deixou uma igreja bem doutrinada através do ensino e da exortação sadia, O adversário levantou falsos obreiros para desviar a igreja, porém estes não tiveram êxito, pois a Palavra da Verdade suplantou os argumentos da mentira e da calúnia”.

Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau - SC

OS FALSOS MINISTROS FALSIFICAM A PALAVRA DE DEUS

“Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus” (2ª Co 4.1-5).

A palavra adulterar no gr. dolow doloo, significa: apanhar numa armadilha; corromper, adulterar.

A Bíblia é a verdade (Jo 17.17), a Palavra do Eterno Criador e a nossa única regra de fé, portanto ela não deve ser interpretada ao nosso bel prazer. Quando ensinamos com aberrações e enganos, estamos adulterando, corrompendo e falsificando o genuíno Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

A primeira vestimenta de um ministro de Deus é estar cingido da verdade. E a segunda é couraça da justiça.

“Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça” (Ef 6.14).

A palavra verdade no gr. aletheia, significa a verdade em qualquer assunto em consideração; que é verdade em coisas relativas a Deus e aos deveres do ser humano, verdade moral e religiosa; em verdade, de acordo com a verdade; a verdade tal como ensinada na religião cristã, com respeito a Deus e a execução de seus propósitos através de Cristo, e com respeito aos deveres do homem, opondo-se igualmente as superstições dos gentios e as invenções dos judeus, e as opiniões e preceitos de falsos mestres até mesmo entre cristãos; verdade como excelência pessoal; sinceridade de mente, livre de paixão, pretensão, simulação, falsidade, engano, sofisma.

Cegar no gr. tuphloo, que significa obscurecer a mente; embotar o discernimento mental. Como alguém que coloca uma venda nos olhos para não poder ver.

O deus deste século (Satanás) vedou, cegou, obscureceu o entendimento (a mente) dos seus ministros para que lhes não resplandeça a luz do evangelho. Por está razão o diabo usa seus ministros para enganar e corromper o Evangelho de Jesus para que não resplandeça a luz da Verdade.

Quando um ministro adultera o sentido da Palavra ele está deixando de ser verdadeiro, ou seja, ele não ensina a verdade segundo a Bíblia. Se ele prega seus sermões alterando, sem o verdadeiro sentido da Palavra; ele passa ser um mentiroso. E para estes a Bíblia é clara ao dizer que serão lançados no lago de fogo (Ap 21.8).

Uma das armas que o diabo usa através dos falsos ministros é a proibição do estudo sistemático da Bíblia. Qualquer pregador que despreza a hermenêutica bíblica é presa fácil para Satanás. Um pregador qualificado é difícil de se enganar. Mas o desqualificado está sem conhecimento e preparo. E sem o bom conhecimento o pregador pode mudar o verdadeiro sentido da Palavra de Deus e assim tornar um adúltero no sentido bíblico.

“Mas os que vivem de acordo com a verdade procuram a luz, a fim de que possa ser visto claramente que as suas ações são feitas de acordo com a vontade de Deus” (João 3.21).

“Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence à glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!” (1ª Pe 4.11).

Os dons são concedidos por Deus, não para vantagem pessoal, mas para cumprir Sua vontade no benefício de todos. Os oráculos de Deus (Rm 3.2; At 7.38) referem-se às Escrituras. No sentido aqui seria: “Fale como se as palavras fossem de Deus”, e seja Deus glorificado e não o homem.

“Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus” (2ª Co 2.17).

“Pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade” (2ª Co 4.2).

Sempre que o homem começa a escutar a si mesmo e deixa de escutar a Deus, sua versão da mensagem cristã ficará distorcida e inadequada. Sempre que se esquece de testar suas idéias e seus conceitos pela Palavra e pelo Espírito de Deus, produzirá uma versão da mensagem cristã que é sua e não de Deus. Se continuar fazendo assim, é bem possível que acabará amando mais seu próprio sistema do que a verdade de Deus.

Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus

FONTE DE PESQUISA

1. BÍBLIA PENTECOSTAL. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida - Edição 1995, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
2. BÍBLIA SHEDD. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil – 2ª Edição, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri - SP.
3. BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida 1995. Sociedade Bíblica do Brasil. Barueri - SP.
4.  CLAUDIONOR CORRÊA DE ANDRADE. Dicionário Teológico. 8ª Edição. Editora CPAD. Rio de janeiro - RJ.
5.   STRONG, J. & Sociedade Bíblica do Brasil. Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. Sociedade Bíblica do Brasil. 2002, 2005.

MINISTROS QUE TRANSFIGURAM-SE EM ANJOS DE LUZ



“Mas o que faço e farei é para cortar ocasião àqueles que buscam com intuito de serem considerados iguais a nós, naquilo em que se gloriam. Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras” (2ª Co 11.12-15).

Os falsos profetas existiam desde o tempo do Antigo Testamento como agentes que procuram contrapor os profetas legítimos. São chamados também de falsos apóstolos e de obreiros fraudulentos. Como agentes de Satanás, conseguem transfigurar-se “em ministros da justiça”, e vivem de aparência. A Bíblia diz que esses ministros e líderes enganosos são pessoas que são capacitadas por Satanás, para enganar os incautos na fé, pois o próprio Satanás conhece toda a Palavra de Deus e, por isso, os ensina-a, com adulteração e com heresias, acrescentando, assim como o fez na tentação de Jesus em Mateus 4.6.

Muitas vezes estes têm o apoio da população (Lc 6.26). Trata-se de líderes religiosos encarregados pelo príncipe das trevas para desencaminhar o povo da verdade. Seus descendentes ainda estão por aí, mas como identificá-los?

Nem sempre é possível distinguir o produto falso do verdadeiro apenas pela embalagem, mas pelo seu conteúdo. “O que é falso sempre ganha visibilidade, pois segundo Jesus, eles serão identificados pelos frutos, ou seja, pelo conteúdo, e não pela aparência: “a arvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus”. É, pois, necessário compreender o que ele está dizendo com a expressão: “Por seus frutos os conhecereis”. Será que Jesus falava de uma vida piedosa? Há muitos piedosos e, em sua ignorância, apesar da honestidade e boa conduta, são adeptos de religiões falsas e de seitas sectárias.

Paulo, como qualquer autêntico pregador, sempre estava alerta para desmascarar quem quisesse atacar o Evangelho. Paulo revela agora aquilo que realmente seus oponentes são. Ele descreve seus antagonistas da seguinte maneira: 1. Seu caráter: falsos apóstolos. 2. Seu método: obreiros enganadores.

Tal coisa era de esperar, porque o próprio Satanás constantemente se disfarça em anjo de luz. Logo, seus servos farão o mesmo.

Estes ministros:

a. Dão à impressão de realizarem grandes coisas na obra de Deus (v. 15; Ap 13.13).

b. Pregam mensagens evangélicas atraentes (v.12 1ª Tm 4.1).

c. Aparentam ser pessoas santas, mas, na realidade, rejeitam a piedade e negam a sua eficácia (2ª Tm 3.5).

Esses obreiros se disfarçam em “apóstolos de Cristo” (v.13) e “ministro da justiça” (v.15). Dessa maneira, imitam os verdadeiros ministros e colocam na sua mensagem toda “aparência de piedade” (2ª Tm 3.5). Parecem sinceramente solícitos e amorosos, e falam em perdão, paz, felicidade, fraternidade santidade e muitas outras coisas construtivas, mas vivem sob influência de Satanás. O evangelho deles é, segundo o raciocínio humano, e não uma interpretação verdadeira da revelação de Deus, como temos nas Escrituras (cf. Gl 1.6-7; 1ª Pe 2.1-3). A sua mensagem não é segundo a doutrina apostólica do Novo Testamento (1ª Jo 4.1).

Todos os crentes devem precaver-se desses ministros e líderes enganosos (Mt 7.15; 16.6) e não devem se deixar levar pelo carisma deles, nem por sua eloqüência, preparo, milagres, altas estatísticas ou mensagem popular. Todos os líderes religiosos devem estar em conformidade com a Palavra de Deus e sem contrariá-la. Se não estiver em conformidade, Paulo chama-os de anátema. (ver Gl 1.9).

As mensagens do apóstolo Paulo não se restringem apenas aos judaizastes de sua época, mas também aos fariseus e legalistas da atualidade, e isso vale para as seitas e também para os neopentecostais que pervertem o conceito bíblico do cristianismo e, assim, procuram transformar o cristianismo numa seita legalista e impedir a pureza e o crescimento da verdadeira igreja.

A nossa visão do Evangelho é neotestamentária e despida de tradição, formalismo e ritualismo. A reta conduta cristã é fruto da salvação e não condição. O que nos torna aceitos diante de Deus é nossa fé em Jesus e não as nossas obras (Is 64.6), somos salvos mediante a graça de Deus conforme (Ef 2.8-9; Tt 3.5).

Paulo apóstolo do Senhor, também era julgados pelos oponentes de Cristo. Paulo ensinava aos coríntios que deviam olhar para além da aparência do homem exterior. Ele tem muita autoridade apostólica, mas, autoridade para ajudá-los e edificá-los. Quanto aos seus oponentes, Paulo os trataria de maneira diferente.

Os falsos mestres recomendavam-se a si mesmo, ou seja, eles colocavam-se acima das Escrituras e no lugar de Deus. Paulo, porém, evitava fazer isto. Ele afirma que o Senhor é mesmo o “recomendou” através da sua aceitação pela igreja de Corinto, fruto do seu ministério (1ª Co 11.13-14). Ao contrário de seus oponentes, Paulo se propõe a não semear em campo alheio, preferindo campos onde ninguém semeou antes. Assim agindo, Paulo mostra preferir o louvor do Senhor que o compromissou, não se preocupando com o que os homens pudessem pensar dele (1ª Co 11.15-16).

O que precisamos fazer é olhar através das lentes da Escrituras para a atitude de Deus quanto à retaliação, como visto. Não tente controlar todo mundo. Você não pode lidar com esse tipo de autoridade. Vai descontrolar-se. Entregue a Deus suas represarias pessoais, seus sentimentos de retaliação. Peça a Ele para capacitá-lo a ter domínio próprio.

Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Blumenau - SC

FALSOS MESTRES



A Igreja tem enfrentado perigos e sofrimentosameaças as mais diversas ao longo da sua história. No princípio Satanás usou os governantes, principalmente os imperadores romanos, com o fito de destruir a Igreja. Nesse periodo da história, a começar com o martírio de Estevão (At 7.59), milhares de fiéis discípulos de Jesus foram mortos por causa da fé que professavam. Deus, porém, reverteu os intentos do Diabo, transformando as perseguições numa das principais causas do triunfo da igreja. Os próprios imperadores, patrocinadores das perseguições à Igreja, foram forçados a constatar que o sangue dos cristãos que ensopava a areia das arenas, era como semente lançada em terra fértil. Suncubia um cristão fiel e isto se transformava em elemento germinador de novos cristãos.

Vendo frustados os seus intentos de destruir a Igreja por meio da perseguição, Satanás lança mão doutra arma, segundo ele desta vez infalivel. Ele semeou o joio das heresias e enganos no meio do trigal (Mt 13.39).

II. OS FALSOS MESTRES SOB A PERSPECTIVA DE PEDRO

“Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade; também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme” (2ª Pe 2.1-3).

O apóstolo Pedro, bem como os apósotolos João, judas e Paulo, pelos olhos do Espírito Santo, previram dias sombrios quanto ao futuro da Igreja. Estes apóstolos do Senhor Jesus Cristo vislumbraram o surgimento dos falsos profetas e o estrago espiritual que eles causariam no meio do rebanho do Senhor.

1. Os falsos mestres sob a perspectiva de Pedro.
Quanto ao surgimento dos falsos mestres nos arraiais cristãos, previu o apóstolo Pedro: “entre vós surgirão falsos mestres” (v.1).Quanto ao que eles farão e o que lhe sucedertá, diz o apóstolo que:
a. Eles introduzirão encobertamente heresias de perdiçaão no meio do rebanho (v.1).
b. Eles negarão o Senhor que os resgatou (v.1).
c. Eles sofrerão repentina perdição (v.1).
d. Muitos seguiorão as suas dissoluções (v.2).
e. Eles blasfemarão o caminho da verdade (v.2).
Farão negociata envolvendo o povo de Deus como se esse fosse objeto e negócio de venda (v.3). [Raimundo Ferreira de Oliveira, lição bíblica 1º trimestre de 1986, CPAD, Rio de Janeiro RJ].

III. COMPARANDO JUDAS E 2 PEDRO

Uma leitura atenta dos dois capítulos permitirá ao próprio leitor deixar-se convencer pelo argumento de que uma carta é uma espécie deespelho da outra. Não que a carta de Pedro inteira seja a mesma coisa de Judas – mas só o capítulo dois da carta. E, mesmo assim, não se trata de uma mera cópia. Teremos oportunidade de ver que 2ª Pd 2, reescreveu Judas para limpar, digamos assim, na sua ótica, a carta primitiva.

Antes vamos analisar as duas cartas:

Judas 2 Pedro 2
Falsos profetas infiltram-se na comunidade. v. 3-4 v. 1 “Houve” falsos profetas, e haverá mais.
Os falsos profetas negam Jesus Cristo. v. 4 v. 1 Os falsos profetas negam o Senhor.
Os falsos profetas estão atrás de seus próprios interesses. v. 12.19 v. 3 Os falsos profetas fazem da comunidade “negócio”.

Os anjos rebeldes foram aprisionados. v. 6 v. 4 Os anjos rebeldes não foram poupados.

Sodoma e Gomorra foram castigadas. v. 7 v. 6-9 Sodoma e Gomorra foram castigadas.

Os falsos profetas convertem a graça em pretexto de licenciosidade. v. 4.8 v. 10 Os que seguem a carne, entregando-se a paixões imundas.

Os falsos profetas desprezam as Autoridades (no gr. kurioteta) e injuriam as Glórias (no gr. doxas). v. 8 v. 9b-10 Os falsos profetas desprezam as Autoridades (no gr. kuriotetos) e blasfemam contra as Glórias (no gr. – doxas)

O comportamento de Miguel para com o diabo diante do Senhor. v. 9 v. 11 O comportamento dos anjos para com as Glórias diante do Senhor.

Os falsos profetas são considerados ignorantes e comparados a animais irracionais. v. 10 v. 12 Os falsos profetas são comparados a animais irracionais, e considerados ignorantes.

Os falsos profetas estão marcados para a sentença. v. 4 v. 12 Os falsos profetas estão destinados às prisão e à morte.

Os falsos profetas são escolhos nos ágapes da comunidade. v. 12 v. 13 Os falsos profetas deliciam-se nos banquetes da comunidade.

A comunidade deve tentar convencer os hesitantes. v. 22 v. 14 Os falsos profetas estão atrás de almas vacilantes.

Os falsos profetas são como Balaão. v. 11 v. 15-16 Os falsos profetas agem como Balaão.

Os falsos profetas são como nuvens sem água. v. 12 v. 17 Os falsos profetas são como fontes sem água.

O tema da carta são os falsos profetas que se apresentam no meio da comunidade. Segundo Judas e 2ª Pd 2, deve-se preservar deles – assim como 1ª Jo defendia a preservação contra os anticristos. Mas que mensagem pregam?

IV. OS FALSOS PROFETAS EM CONTEXTO

Trata-se de uma espécie de mensagem gnóstica – ainda provavelmente relacionada à doutrina docetista de um Jesus Cristo fantasma. Penso assim por conta das reiteradas vezes em que os termos relacionados a paixão e licenciosidade aparecem em Judas e são recuperados em 2ª Pd 2. Em Judas: v. 4, 8, 16, 18, 22; em 2ª Pd 2.2-20. Além disso, (quase) todos os exemplos de castigos, de uma forma ou de outra, estão relacionados à idéia do pecado relacionado à carne (= sexualidade [relacionado ao gnosticismo]): os anjos que deixaram sua morada (Jd 6; 2ª Pd 2.4; cf. Gn 6.2-4; adiante discutiremos isso); Sodoma e Gomorra e a tentativa de violação dos anjos (Jd 7; 2ª Pd 2.6-9; cf. Gn 19); Balaão e o caso das prostitutas sagradas (Jd 11; 2ª Pd 2.15-16; cf. Nm 22).

Pedro está combatendo a inclinação da carne – luxéria e práticas religiosas relacionadas a exercícios sexuais. Práticas assim eram comuns na antiguidade, inicialmente por conta das religiões de fertilidade, onde a relação sexual era encarada como simpática em relação à fertilidade das plantações. Contudo, o elemento especificamente gnóstico das práticas sexuais denunciadas em Judas e 2ª Pd 2. decorre da recorrente referência aos anjos – mas eu não estaria em condições de dizer se se tratavam de práticas religiosas sexuais em que se pressupunham a participação de anjos (cf. a lição seguinte), ou se se tratava de uma consideração da própria existência do crente, liberto da carne pelo conhecimento entregue por Jesus – Para eles, Jesus fazia parte do sistema de conhecimento religioso desses falsos mestres (cf. Jd 4), como uma existência à semelhança dos anjos. O fato é que não se tratava de doutrinas teóricas, mas de propostas de relacionamentos resignificados, caracterizados por uma dissolução da temperança e dos padrões de contingência sexual. Podemos entrever um caminho entre as referências aos anticristos que negam que o Senhor veio em carne, em 1ª João, e esses falsos mestres que, dando azo à doutrina, criam ocasião para pregar a dissolução dos costumes e/ou a prática da licenciosidade sexual em contexto religioso. É provável mesmo que cristãos das comunidades a que 2ª Pd 2 se dirige tivessem saído de outras comunidades religiosas dadas a tais práticas (cf. 2 Pd 2.21-22).

Parece correto afirmar que a carta 2ª Pedro e a carta de Judas têm relações muito próximas. Tratam do mesmo tema, e sob a mesma perspectiva. Estão ambas preocupadas com a questão da verdade nos relacionamentos cristãos.


Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Blumenau - SC

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

SEPARANDO O VERDADEIRO DO FALSO



“Mas o que faço e farei é para cortar ocasião àqueles que buscam com intuito de serem considerados iguais a nós, naquilo em que se gloriam. Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras” (2ª Co 11.12-15).

Os falsos profetas existiam desde o tempo do Antigo Testamento como agentes que procuram contrapor os profetas legítimos. São chamados também de falsos apóstolos e de obreiros fraudulentos. Como agentes de Satanás, conseguem transfigurar-se “em ministros da justiça”, e vivem de aparência. A Bíblia diz que esses ministros e líderes enganosos são pessoas que são capacitadas por Satanás, para enganar os incautos na fé, pois o próprio Satanás conhece toda a Palavra de Deus e, por isso, os ensina-a, com adulteração e com heresias, acrescentando, assim como o fez na tentação de Jesus em Mateus 4.6.

Muitas vezes estes têm o apoio da população (Lc 6.26). Trata-se de líderes religiosos encarregados pelo príncipe das trevas para desencaminhar o povo da verdade. Seus descendentes ainda estão por aí, mas como identificá-los?

Nem sempre é possível distinguir o produto falso do verdadeiro apenas pela embalagem, mas pelo seu conteúdo. “O que é falso sempre ganha visibilidade, pois segundo Jesus, eles serão identificados pelos frutos, ou seja, pelo conteúdo, e não pela aparência: “a arvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus”. É, pois, necessário compreender o que ele está dizendo com a expressão: “Por seus frutos os conhecereis”. Será que Jesus falava de uma vida piedosa? Há muitos piedosos e, em sua ignorância, apesar da honestidade e boa conduta, são adeptos de religiões falsas e de seitas sectárias.

Paulo, como qualquer autêntico pregador, sempre estava alerta para desmascarar quem quisesse atacar o Evangelho. Paulo revela agora aquilo que realmente seus oponentes são. Ele descreve seus antagonistas da seguinte maneira: 1. Seu caráter: falsos apóstolos. 2. Seu método: obreiros enganadores.

Tal coisa era de esperar, porque o próprio Satanás constantemente se disfarça em anjo de luz. Logo, seus servos farão o mesmo.

Estes ministros:

a. Dão à impressão de realizarem grandes coisas na obra de Deus (v. 15; Ap 13.13).

b. Pregam mensagens evangélicas atraentes (v.12 1ª Tm 4.1).

c. Aparentam ser pessoas santas, mas, na realidade, rejeitam a piedade e negam a sua eficácia (2ª Tm 3.5).

Esses obreiros se disfarçam em “apóstolos de Cristo” (v.13) e “ministro da justiça” (v.15). Dessa maneira, imitam os verdadeiros ministros e colocam na sua mensagem toda “aparência de piedade” (2ª Tm 3.5). Parecem sinceramente solícitos e amorosos, e falam em perdão, paz, felicidade, fraternidade santidade e muitas outras coisas construtivas, mas vivem sob influência de Satanás. O evangelho deles é, segundo o raciocínio humano, e não uma interpretação verdadeira da revelação de Deus, como temos nas Escrituras (cf. Gl 1.6-7; 1ª Pe 2.1-3). A sua mensagem não é segundo a doutrina apostólica do Novo Testamento (1ª Jo 4.1).

Todos os crentes devem precaver-se desses ministros e líderes enganosos (Mt 7.15; 16.6) e não devem se deixar levar pelo carisma deles, nem por sua eloqüência, preparo, milagres, altas estatísticas ou mensagem popular. Todos os líderes religiosos devem estar em conformidade com a Palavra de Deus e sem contrariá-la. Se não estiver em conformidade, Paulo chama-os de anátema. (ver Gl 1.9).

As mensagens do apóstolo Paulo não se restringem apenas aos judaizastes de sua época, mas também aos fariseus e legalistas da atualidade, e isso vale para as seitas que pervertem o conceito bíblico do cristianismo e, assim, procuram transformar o cristianismo numa seita legalista e impedir a pureza e o crescimento da verdadeira igreja.

A nossa visão do Evangelho é neotestamentária e despida de tradição, formalismo e ritualismo. A reta conduta cristã é fruto da salvação e não condição. O que nos torna aceitos diante de Deus é nossa fé em Jesus e não as nossas obras (Is 64.6), somos salvos mediante a graça de Deus conforme (Ef 2.8-9; Tt 3.5).

Paulo apóstolo do Senhor, também era julgados pelos oponentes de Cristo. Paulo ensinava aos coríntios que deviam olhar para além da aparência do homem exterior. Ele tem muita autoridade apostólica, mas, autoridade para ajudá-los e edificá-los. Quanto aos seus oponentes, Paulo os trataria de maneira diferente.

Os falsos mestres recomendavam-se a si mesmo, ou seja, eles colocavam-se acima das Escrituras e no lugar de Deus. Paulo, porém, evitava fazer isto. Ele afirma que o Senhor é mesmo o “recomendou” através da sua aceitação pela igreja de Corinto, fruto do seu ministério (1ª Co 11.13-14). Ao contrário de seus oponentes, Paulo se propõe a não semear em campo alheio, preferindo campos onde ninguém semeou antes. Assim agindo, Paulo mostra preferir o louvor do Senhor que o compromissou, não se preocupando com o que os homens pudessem pensar dele (1ª Co 11.15-16).

O que precisamos fazer é olhar através das lentes da Escrituras para a atitude de Deus quanto à retaliação, como visto. Não tente controlar todo mundo. Você não pode lidar com esse tipo de autoridade. Vai descontrolar-se. Entregue a Deus suas represarias pessoais, seus sentimentos de retaliação. Peça a Ele para capacitá-lo a ter domínio próprio.

Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus

terça-feira, 14 de setembro de 2010

QUEM SÃO OS FARISEUS DE HOJE?


São os exterminadores da liberdade alheia, que excluem sumariamente as pessoas e se afastam delas, achando que são muito melhores do que elas.

São os que usam luvas de assepsia e jogam no lixo os diferentes, os quais diferem deles quanto ao estilo, conceitos, doutrina, postura moral, ética e religiosa.

São os que têm “complexo de São Pedro” por se julgarem acima da lei, se achando no direito de abrir ou fechar as portas do céu de acordo com seu julgamento distorcido, separando antes do tempo determinado o joio do trigo, quem é salvo ou não, quando Jesus proíbe veementemente tal atitude.

São os que pensam que estão sozinhos no mundo, e acham que eles e sua igreja, serão os únicos que vão ser salvos, e sua doutrina, teologia, liturgia e preceitos morais são os únicos certos e todos ao redor estão errados.

São os que se prendem a teias de legalismos tentando comprar a graça de Deus com obras humanas e ofertas de desempenho pessoal. Estes, na prática, esperam ainda obter o favor de Deus, com boa moralidade e bom comportamento, anulando assim, completamente o sacrifício de Cristo na cruz.

São os que colam máscaras de religiosidade .
Na cara para impressionar o mundo, assumindo ridículas atitudes de bajulação e arrotando vantagens, tecem grandes relatos de proezas espirituais exacerbadas.

São os que ficam à espreita da liberdade dos outros, criticando e disseminado suspeitas de todo tipo, visando salvar sua própria reputação e descobrir e expor à vergonha a reputação de quem não concorda com sua maneira hipócrita de ser.

Se nos tempos de Cristo os fariseus eram os líderes religiosos de sua época, os anciãos do povo, os que compunham o Sinédrio, os líderes que detinham o poder religioso e mantinham o status quo econômico da nação, os fariseus de hoje também compõem grande parte da liderança das igrejas de hoje. Eles são os que se assentam nos concílios, nas juntas administrativas, nas comissões gestoras das organizações eclesiásticas, e se reúnem como donos e os chefes das grandes corporações da fé.


São, no entanto, aos olhos infalíveis de Jesus, hipócritas (atores que atuam com máscaras) que disseminaram ervas danosas no meio do trigo da igreja.

Sua atitude, apesar do alto teor moral, é tida diante de Deus, como palha que queima e que, ao passar pelo crivo do fogo purificador dos olhos do Rei, só sobrará cinza e poeira.

São os que ainda hoje Jesus chama de cobras.

Venenosas, sepulcros caiados, bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos e todo tipo de imundície, os que coem um mosquito e engolem um camelo, guia de cegos, e dignos do inferno.

São esses aos quais Jesus disse que o honram com os lábios mais seu coração está longe Dele, e que adoram a Deus em vão, e cujos ensinos não passam de regras ensinados por homens.

Fico pensando em quão inconsistente é, para Jesus, tanta pompa, tantas construções, tantos cursos infindáveis de educação religiosa, tantas regras proibitivas, tantos sistemas complexos, tantos preceitos inócuos, e que no final pouca coisa sobrará de útil para o Reino, e quase nada que perdurará para vida eterna.

Não seja nem consinta ser um fariseu de hoje. Sai das fileiras da hipocrisia, e venha se alistar no exército dos filhos da luz, que andam na verdade, na simplicidade do Reino e que não tem outra motivação que não seja agradar ao Rei oferecendo um coração sincero e transparente, e motivações que advém do coração, por saber que Ele se compraz (se alegra sobremaneira) da verdade no íntimo.

Pr. Elias Ribas
Igreja Ev. Assembléia de Deus

domingo, 12 de setembro de 2010

PROFETA - SIM OU NÃO?


“Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; da minha boca ouvirás a palavra e os avisarás da minha parte” (Ez 3.17).

Os profetas do Antigo Testamento inspiram e instruem não somente a Israel, mas a Igreja de Cristo. O Senhor Jesus Cristo e os seus apóstolos fizeram-lhes referências, reconhecendo a autoridade espiritual deles. Esse capitulo objetiva explanar a missão desses homens de Deus e a abrangência bíblica do termo “profeta”.

I.         DEFINIÇÃO

Profeta (do hebr. Navi do gr. profhetes), é aquele que fala por alguém; porta voz, atalaia. No antigo Testamento, a pessoa era devidamente vocacionada e autorizada por Deus para falar por Deus e em lugar de Deus (Ez 2.1-10). O profeta era um mestre incontestável quando sob inspiração do Espírito Santo, declara aos homens o que recebeu por inspiração, especialmente aquilo que concerne a eventos futuros, e em particular tudo o que se relaciona com a causa e reino de Deus e a salvação humana.

Os profetas do AT, tendo predito o reino, obras e morte, de Jesus, o Messias, de João, o Batista, o arauto de Jesus, o Messias; do profeta ilustre que os judeus esperavam antes da vinda do Messias.

Eram homens cheios do Espírito de Deus, que pela sua autoridade e comando em palavras de relevância defendem a causa de Deus e estimulam a salvação dos homens.

Os profetas do NT, apareceram nos tempos apostólicos entre cristãos e estão associados com os apóstolos. Discerniram e fizeram o melhor pela causa cristã e previram determinados eventos futuros (At 11.27). Nas assembléias religiosas dos cristãos, foram movidos pelo Santo Espírito para falar, tendo capacidade e autoridade para instruir, confortar, encorajar, repreender, sentenciar e motivar seus ouvintes.

O profeta era o Porta-voz oficial da divindade, sua missão era preservar o conhecimento divino e manifestar a vontade do único e Verdadeiro Deus. No sentido bíblico. Profeta é aquele que fala em lugar de outro. Este foi um ministério de larga expansão no decorrer dos séculos, sendo que os escolhidos de Deus para realizar a missão de profeta deviam ser detentores de vocação. (Entre o povo de Deus a mensagem era julgar quanto a sua procedência e quanto ao seu porta-voz). Ainda que por muitas vezes a palavra enfrentasse rejeição, se, contudo na realidade fosse oriunda do Céu, jamais falharia.

II.       OS PROFETAS DO ANTIGO TESTAMENTO

Dezessete livros do AT, de Isaías a Malaquias, são classificados como proféticos.

Os profetas eram enviados por deus com três propósitos:

1. Entregar a mensagem divina de advertência da última oportunidade a um povo rebelde, cujo pecado e indiferença os conduziam a perdição, julgamento e ira de Deus.

2. Os profetas eram enviados para suplementar o ensino negligenciado pelo sacerdócio. No Velho Testamento, o cargo de sacerdote era passado de pais para filhos, contudo muitas vezes aqueles homens eram investidos nessa função, sem terem um relacionamento sadio com Deus, e sem desejo de servi-lo. Jeremias observou:

“Os sacerdotes não disseram: Onde está o Senhor? e os que tratavam da lei não me conheceram” (Jr 2.8).

Naturalmente, o estado espiritual do povo se degenerou devido a falta de ensino. “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento” (Os 4.6). A fim de suprir esta falha dos sacerdotes, Deus enviou seus profetas, para pregar e ensinar a lei divina (Is 28.9,10).

3. Os profetas eram enviados para fazer o .povo ver o plano completo de Deus para suas vidas. Aqueles que foram levados ao cativeiro, naturalmente sentiram que Deus os tinha abandonado e alguns até insinuaram que Deus não tinha poder suficiente para libertar seu povo. Os profetas bradavam com veemência que nada disso era verdade; lembraram ao povo que Deus permanecia onipotente como sempre, permitindo o cativeiro a fim de levá-los ao arrependimento.

A Época dos Profetas

Como você notará, o gráfico abaixo, agrupa os profetas do Velho Testamento nos três períodos de crise da nação. Como foi mencionado anteriormente, os profetas foram enviados por Deus, em tempo de grande declínio espiritual, tensão, e apostasia, como ocorreu antes das invasões pela Assíria e Babilônia. Note que Obadias, Joel e Jonas não aparecem no gráfico, uma vez que seus ministérios ocorreram bem antes, no Século IX a.C. (900-800 a.C.).

Os profetas não aparecem na Bíblia na ordem cronológica em que profetizaram.

CRISE   ASSÍRIA                     CRISE   BABILÔNICA        CRISE DO   CATIVEIRO

Amós                760-750                      Naum                          630          Daniel      606-536
Oséias 760-725                                   Jeremias 628-585          Ezequiel               593-571
Isaías 744-695                                    Sofonias 630-625          Ageu                           520
Miquéias 735-700                              Habacuque 609-600       Zacarias               520-480
                                                                                                 Malaquias                   430

800 a.C.                                             700 a.C.                          600 a.C.


III.    O MINISTÉRIO

Há quem negue a existência da escola e do ministério dos profetas como instituição em Israel nos tempos do Antigo Testamento. Entendemos que no ministério mosaico iniciou-se a atividade profética em Israel (Nm 11.25). Entretanto, o profetismo, como movimento, surgiu séculos depois.

Mais tarde vemos que Samuel, presidia a congregação de profetas em Naiote, região de Ramá, onde residia (1º Sm 7.17; 19.19-23). E adiante, vemos a existência de uma escola dos profetas composta por “filhos” dos que exerciam o ofício (2º Rs 2.3,5,1 5). É importante ressaltar que “filho”, na Bíblia, significa também “discípulo, aprendiz” (Pv 3.1,21; 2ª Tm 2.1; FL 1.10). Note que o texto sagrado revela a existência de uma organização de profetas bem estruturada, e Eliseu chegou a ser o mestre deles (2 Rs 6.1-3).

O filho de Ana, Samuel, tornou-se um profeta, e seu ministério inauguraria uma era de esperança e de realizações inteiramente nova na vida de Israel, até mesmo nos assuntos mundiais.

Muito agrada a Deus que a situação humana seja vivenciada, assumida e apresentada diante dele, em toda a urgência e seriedade, por pessoas dispostas a compartilhar o próprio senso de retidão a ocupar o coração com as necessidades da comunidade à sua volta e a pressioná-la, através do exemplo dos profetas. Foi com esse propósito que Deus levantou profetas em Israel. Eles estavam lá não somente para pregar e orar, mas para advertir o povo dos caminhos errantes.

Esses profetas deveriam ser como vigias colocados sobre os muros de Jerusalém, a fim de que dia e noite nunca ficasse em silêncio nem oferecessem a Deus descanso algum até que a cidade fosse restabelecida (Is 62.6-7). Deus afligiu-se quando fracassaram em sua tarefa (Is 59.16). Quer dizer, viu má conduta, ignorância e loucura no meio do Seu povo e, não viu ninguém que se colocasse sobre a brecha. Era como ninguém se preocupasse com nada!

É claro que o próprio Deus também entra em situações em favor de Seu povo. Não existe nenhum ato de indecência ou injustiça na terra que não seja notado por Ele. Ele ouviu aflição e ouviu o clamor de Seu povo oprimido no Egito muito tempo antes de enviar Moisés para liberta-los (Êx 3.7).

Israel obteve a prerrogativa de ouvir oráculos advindos da parte de Jeová pelo ministério de grandes homens, tais como: Moisés, Elias, Jeremias, Ezequiel, Isaías, Daniel e outros. Todos eles cumpriam sua árdua missão sem desfalecer, embora por muitas vezes encontrassem resistência ao comunicado Divino. Como chamados do Senhor, obtiveram o devido respaldo em todo tempo.

“Tu, ó filho do homem, não os temas, nem temas as suas palavras, ainda que haja sarças e espinhos para contigo, e tu habites com escorpiões; não temas as suas palavras, nem te assustes com o rosto deles, porque são casa rebeldes” (Ez 2.6).

Ezequiel enfrentou uma tarefa difícil, porque o povo estava em uma rebelião contra Deus. No antigo Israel, os atalaias ficavam posicionados nas torres ou muros para alertar as pessoas sobre o perigo e sobre a aproximação de mensageiros (2º Sm 18.24-27; 2º Rs 9.17-20). Os profetas eram chamados de atalaias ou vigias (Jr 6.17; Os 9.8; Hb 2.1).

“Mas, se quando o atalaia vir que vem a espada, e não tocar a trombeta, e não for avisado o povo, e a espada vier, e levar uma vida dentre eles, este tal foi levado na sua iniqüidade, porém o seu sangue requererei da mão do atalaia” (Ez 33.6).

Ezequiel tem a missão de alertar o povo de que cada pessoa é responsável por seu próprio comportamento. Esse tema de responsabilidade pessoal é repetido em 33.7-9 e é descrito em detalhes no cap. 18.

O fiel porta-voz de Deus não reluta em comunicar a mensagem, por mais severa e repreensiva que seja. Vemos como exemplo o caso de Elias, quando compareceu diante do Rei Acabe, e este indagou-lhe: 

“Vendo-o, disse-lhe: És tu, ó perturbador de Israel? Respondeu Elias: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do SENHOR e seguistes os baalins” (1º Rs 18.18).

Do primeiro ao último profeta enviado por Jeová para a nação Israelita, todos foram alvos de perseguição. No entanto, o Senhor honrava as suas palavras, contanto que os mesmos permanecessem fiéis em ouvir para anunciar.

Quanto aos falsos, ou profetas impostores, não ouviam mensagem alguma e, conseqüentemente, ninguém era responsável por aquilo que eles falavam.

Existiam impostores – profetas de divindades pagãs, que faziam errar o povo, com recados espúrios, estribados nos próprios entendimentos. Traziam dissabores e mensagens falsas para a Nação, que se contaminava com suas abominações, dando ouvidos a mensagens desarmônicas em detrimento da verdade.

Os profetas faziam errar o povo já nos dias de Isaías:

“Ai dos que chamam ao mal bem e ao bem, mal, que fazem das trevas luz e da luz, trevas, do amargo, doce e do doce, amargo” (Is 5.20).

Pelos lábios de Jeremias o Senhor falou: “Até quando sucederá isso no coração dos profetas que proclamam mentiras, que proclamam só o engano do próprio coração?” (Jr 23.26).

Foi no monte Carmelo que os desbriados impostores foram desmascarados diante de toda a Nação. Elias, o leal servo de Deus, os desafiou para ver qual o Senhor que seria capacitado em responder com fogo as orações e queimar o holocausto oferecido. Não passou vexame o profeta verdadeiro, pois obteve resposta imediata. Após a luta contra quatrocentos e cinqüenta falsificadores de mensagens, foi honrado e seu Senhor glorificado diante de toda a Nação.

A nódoa precisaria ser removida e, por isso, Deus comissionou Elias a ir ao vale decapitar um a um daqueles falsos profetas, pois eles eram responsáveis pelo desvio do povo. Seus ensinos durante o tempo em que profetizaram mentiras haviam feito com que a Nação se voltasse à idolatria, prostituição, mistura com o paganismo e praticasse as mais variadas formas de aberração.

Entre os deturpadores que se intitulavam porta-vozes da divindade, ainda existia aquela classe que furtava as palavras do Senhor, desvirtuando o conteúdo da mensagem. Não estavam afinados com Deus e nem podiam ser aceitos como confiáveis. “E morava em Betel um profeta velho... e ele lhe disse: também eu sou profeta como tu, e um anjo me falou pela palavra do Senhor, dizendo... (porém mentiu-lhe)” (1º Rs 13.11-18).

Os embustes comumente praticados não podiam ser tidos como responsabilidade de Deus e sim dos profetas que não respeitavam o compromisso básico do ministério que lhes fora confiado, ou seja, o dever de falar somente a verdade.

Enfatizando o sentido bíblico e o real significado do ministério de um profeta coerente, afirmamos que não é nosso desejo desenvolver um assunto estritamente no sentido etimológico da palavra, mas no amplo significado contido em seu bojo, relacionando profeta com apóstolos, mestres, pregadores, etc.

Com amor, dizemos: toda mensagem cristã deve estar em total harmonia com a Bíblia Sagrada, pois mesmo que um anjo anuncie outra, se for discordante com o fundamento da Palavra de Deus, deve ser considerada anátema (Gl 1.8). Tudo o que é divino se confirma e não causa confusão. “Porque se a trombeta tiver sonido incorreto, quem se preparará para a batalha” (1ª Co 14.8).

Os reis do Velho Testamento sempre que saiam em guerra consultavam a Deus através dos profetas. No livro de 1º Reis 22.5-11, a Bíblia diz que o rei Acabe faz aliança com Josafá rei de Judá para guerrear contra a Síria. Porém havia uma diferença entre os reis; Acabe era um rei sem temor, fazia o que era mau perante o Senhor, casou-se com uma mulher idolatra e era conduzido por falsos profetas. Josafá um rei temente e reverente a Deus (2º Cr 20).

Ao sair à peleja pede ao rei de Israel: “Consulta primeiro a Palavra do Senhor” (1º Rs 22.5), porém, ele reuniu os seus “profetas” para saber se iriam à peleja ou não. Josafá um homem de visão disse ao rei Acabe: 

“Não há aqui ainda algum profeta do Senhor para consultar”? Josafá era um homem justo, e não se deixava enganar tão facilmente. Pode haver muitas pessoas no mundo que se dedicam à religião, á invocação de coisas sobrenaturais, mas um verdadeiro servo de Deus, guiado por Sua Palavra, vale mais que a total religiosidade do mundo, quando esta não é vinculada á pessoa de Jesus Cristo (Cl 2.8-23).

Como o rei Acabe não gostava de ouvir a verdade disse a Josafá rei de Judá: “Há um ainda, pelo qual se pode consultar o SENHOR, porém eu o aborreço, porque nunca profetiza de mim o que é bom, mas somente o que é mau. Este é Micaías, filho de Inlá. Disse Josafá: Não fale o rei assim” (1º Rs 22.8).

Micaías um servo de Deus, que estava em seu posto num momento histórico. Sua mensagem era real á vontade divina e não ao entusiasmo carnal, que proclama ir tudo bem, mesmo quando mais se acentua a desobediência ás Leis de Deus. Esta passagem é uma indicação da profundeza da separação que havia entre os falsos e os verdadeiros profetas. Os falsos profetas tentavam agradar aos seus ouvintes com promessas de sorte e felicidade (Jr 28.8-9). Os falsos profetas eram reconhecidos pelas profecias que não se cumpriam (Dt 18.21). Mesmo que um profeta opere milagres e prediga corretamente o futuro, deve ser rejeitado como falso, se pregar heresias contra a Palavra de Deus (Dt 13.1).

O verdadeiro profeta é integro na plena comunhão com o Senhor Deus e integrava-se completamente nos Seus planos (Am 3.7). Mesmo que tenha que pagar o preço de angustia como fez o profeta Micaías ao comunicar a verdade de Deus ao rei acabe; e por falar somente a verdade, Acabe disse: “.... metei este homem na casa do cárcere e angustiai-o, com escassez de pão e de água, até que eu volte em paz. Disse Micaías: Se voltares em paz, não falou o SENHOR, na verdade, por mim. Disse mais: Ouvi isto, vós, todos os povos!” (1º Rs 22.27-28)

No meio da batalha um homem anônimo, foi instrumento das mãos de Deus: “Então, um homem entesou o arco e, atirando ao acaso, feriu o rei de Israel por entre as juntas da sua armadura; então, disse este ao seu cocheiro: Vira e leva-me para fora do combate, porque estou gravemente ferido. A peleja tornou-se renhida naquele dia; quanto ao rei, seguraram-no de pé no carro defronte dos siros, mas à tarde morreu. O sangue corria da ferida para o fundo do carro. Quando lavaram o carro junto ao açude de Samaria, os cães lamberam o sangue do rei, segundo a palavra que o SENHOR tinha dito; as prostitutas banharam-se nestas águas.” (1º Rs 22.34-35, 38).

O Senhor tinha dito pela boca do profeta Elias (1º Rs 21.19) e o profeta Micaías profetizou: “Se voltares”.

Aquele que rejeita a verdade divina tem um fim trágico. A glória deste rei se findou quando o sangue real se confundira com as águas do esgoto de Samaria. Assim é a obra daquele que não constrói segundo o plano divino (Sl 127.1; 1ª Co 3.10-15).

Certo dia ouvindo um pregador dizer: "que hoje está difícil falar a verdade. Corremos um sério risco de sermos lançados no “calabouço” (ficarmos no banco)". Mas, se verdadeiramente Deus nos escolheu por atalaia, embora soframos rejeição, tal qual Jeremias, Micaías e outros, devemos saber que Deus nos sustentará e nos fortalecerá para que sejamos, nestes últimos dias de apostasia, verdadeiros atalaias para falar as verdades bíblicas e acordar aqueles que estão dormindo no sono da religiosidade e da negligência quanto à verdade.

Aquele que é chamado para ser um porta voz de Deus, deve ter como requisito na sua mensagem a palavra verdade: “Eis as coisas que deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu próximo, executai juízo nas vossas portas, segundo a verdade, em favor da paz” (Zc 8.16). Todo o julgamento e disciplina deve ser enquadrado na verdade em favor da paz.

IV.      FALSO PROFETA

Falso profeta no grego. Pseudoprophetes. Quem, agindo como um profeta divinamente inspirado declara falsidades como se fossem profecias divinas.

Os falsos profetas sempre usam o sobrenatural como recurso para atrair as pessoas. O teste de Deuteronômio 18.20-22 só é decisivo quando a palavra não se cumprir. Se o profeta passar no teste, será necessário investigar o seu conteúdo doutrinário. O simples fato de uma profecia ou previsão cumprir-se ou mesmo de uma operação de maravilhas ocorrer não é suficiente para reconhecer a legitimidade de um profeta. Daí a necessidade dos avisos solenes ao povo de Deus contra as suas ciladas. Jesus advertiu os seus discípulos dizendo que eles “vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” (Mt 7.15).

1. Prodígios dos falsos profetas.

“Levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos” (Mt 24.11). “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos” (Mt 24.24).

Estas palavras dão o verdadeiro sentido do termo prodígio. Na acepção teológica, os prodígios e os milagres são fenômenos excepcionais, fora das leis da Natureza. Sendo estas, exclusivamente, obra de Deus, pode ele, sem dúvida, derrogá-las, se lhe apraz; o simples bom senso, porém, diz que não é possível haja ele dado a seres inferiores e perversos um poder igual ao seu, nem, ainda menos, o direito de desfazer o que ele tenha feito. Se, portanto, de acordo com o sentido que se atribui a essas palavras, o Espírito do mal tem o poder de fazer prodígios tais que os próprios escolhidos se deixem enganar, o resultado seria que, podendo fazer o que Deus faz, os prodígios e os milagres não são privilégio exclusivo dos enviados de Deus e nada provam, pois que nada distingue os milagres dos santos dos milagres do demônio. Necessário, então, se torna procurar um sentido mais racional para aquelas palavras.

Para o vulgo ignorante, todo fenômeno cuja causa é desconhecida passa por sobrenatural, maravilhoso e miraculoso; uma vez encontrada a causa, reconhece-se que o fenômeno, por muito extraordinário que pareça, mais não é do que aplicação de uma lei da Natureza. Assim, o círculo dos fatos sobrenaturais se restringe à medida que o da Ciência se alarga. Em todos os tempos, houve homens que exploraram, em proveito de suas ambições, de seus interesses e do seu anseio de dominação, certos conhecimentos que possuíam, a fim de alcançarem o prestígio de um pseudo-poder sobre-humano, ou de uma pretendida missão divina. São esses os falsos Cristos e falsos profetas. A difusão das luzes lhes aniquila o crédito, donde resulta que o número deles diminui à proporção que os homens se esclarecem. O fato de operar o que certas pessoas consideram prodígios não constitui, pois, sinal de uma missão divina, visto que pode resultar de conhecimento cuja aquisição está ao alcance de qualquer um, ou de faculdades orgânicas especiais, que o mais indigno não se acha inibido de possuir, tanto quanto o mais digno. O verdadeiro profeta se reconhece por mais sérios caracteres e exclusivamente morais.

As Escrituras ensinam que Deus pode provar seu povo, permitindo, a manifestação do sobrenatural de fontes estranhas. É até possível, às vezes, o cumprimento das palavras ou profecias deles, mas sob a permissão de Deus (Dt 13.2). Jesus advertiu, no sermão profético, que o Anticristo virá fazendo sinais, prodígios e maravilhas. No livro de Apocalipse, lemos que a besta será adorada e admirada por todos os moradores da terra por causa dos sinais sobrenaturais. Portanto, não é somente o cumprimento de uma palavra ou uma operação de maravilhas que vai autenticar um profeta.

2. Como podemos identificar o falso do verdadeiro?

A primeira e mais segura regra de autenticação dos prodígios realizados por alguém é a sua coerência bíblica. É impossível alguém operar milagres da parte do Senhor e, ao mesmo tempo, adotar uma teologia contrária à Bíblia, ou seja, quem ensina ao povo a seguir a um deus estranho está incitando a rebelião contra Deus (Dt 13.5).

Nem sempre é possível distinguir o produto falso do verdadeiro apenas pela embalagem, mas pelo seu conteúdo. Assim, ensinou Jesus que eles serão identificados pelos frutos, (Mt 7.15-20), ou seja, pelo conteúdo, e não pela aparência. É, pois, necessário compreender o que ele estava dizendo com a expressão: “Por seus frutos os conhecereis”. Será que Jesus falava de uma vida piedosa? Há muitos piedosos e, em sua ignorância, apesar da honestidade e boa conduta, são adeptos de religiões falsas e de seitas sectárias. Ao falar dos “frutos”, o Senhor Jesus Cristo referiu-se mais ao conteúdo teológico do pregador milagreiro e enganador.

A chave principal para se descobrir a procedência espiritual de um profeta é saber qual a sua posição teológica. Como a Bíblia é vista por ele, qual o seu pensamento em relação à pessoa de Jesus Cristo, se ele realmente crê na humanidade e divindade de Cristo, e se crê que Ele morreu pelos nossos pecados e ressuscitou pelos nossos pecados e ressuscitou corporalmente dentre os mortos. O que ensina a Trindade? E sobre a salvação? Sobre o Espírito Santo. Sobre o pecado e a Igreja? Mesmo assim, convém fazer uma investigação criteriosa, pois os falsos profetas são peritos na arte do disfarce, usam os mesmos termos cristãos, mas com sentido diferente.

Nos dias do profeta Jeremias já existiam falsos profetas, aqueles que usavam o nome do Senhor Deus em vão para tirar o povo de Deus do Caminho da Verdade. Nos dias de Jesus estes tais também estavam como líderes, para enganar o povo e levá-lo a não a crer no Messias. Por isso Jesus diz: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?” (Mt 7.15-16).

Os falsos profetas usam a sutileza enganosa, até choram nas suas homilias para impressionar seus ouvintes. Dizem que o Espírito de Deus está dizendo, mas, na verdade o Senhor não disse coisa alguma. Usam o nome do Senhor em vão. “Tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, profetizando mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei! Sonhei! Até quando sucederá isso no coração dos profetas que profetizam mentiras e que são só profetas do engano do seu coração?” (Jr 23.25-26).

A exigência básica para alguém ser um profeta do Antigo Testamento: devia estar de acordo com as Escrituras e no Conselho de Jeová. (Jr 23.22). No Novo Testamento as exigências de Deus estão acima da Antiga Aliança. O pregador que está no lugar de profeta deve: esmerar-se no ensino (Rm 12.7), ensinar a verdade sem distorção a sã doutrina (Tt 2.1; 1ª Tm 6.3-5.3), ter humildade (Mt 11.28), fruto (Gl 5.22-23), ser o exemplo (1ª Tm 3.12).

3. O discernimento do povo de Deus. Já que Deus responsabiliza todos nós, precisamos estar cientes da nossa obrigação de discernir uma liderança adequada e digna de ser seguida. Um dos dons espirituais mais necessários é o de discernimento. Isto porque o falso profeta, sendo um imitador muito eficiente, pode confundir o povo de Deus, uma vez que suas mensagens concordam com aquilo que as pessoas esperam, gostam e sonham. Entretanto, o crente que teme a Deus tem o discernimento, mediante o Espírito Santo, para distinguir a verdade do erro. Alguns exemplos bíblicos demonstram que, às vezes, a mentira e a verdade estão mais que evidentes (Êx 7.12; 1º Rs 22.18,37). Oremos, pois, a Deus, rogando-lhe o dom de discernimento de espíritos.

V.   A FALSA MENSAGEM PROFÉTICA

1. O falso prega a sua palavra. “Eis que eu sou contra esses profetas, diz o SENHOR, que pregam a sua própria palavra e afirmam: Ele disse” (Jr 23.31).

Os falsos profetas são aqueles que pregam a sua própria palavra, os seus conceitos e conjectura da sua dominação como se fosse Deus estivesse falando. São mentirosos, pilantras, adúlteros porque roubam as palavras do Senhor, e mudam o verdadeiro sentido bíblico.

Nos dias dos Profetas Jeremias e Ezequiel, o povo havia se desviado dos caminhos do Senhor e seguido os ensinamentos de falsos profetas que induziam o povo ao erro, ao pecado e à apostasia, fazendo com que o povo israelita entrasse numa crise religiosa e recebesse a recompensa pelo seu erro.

O livro de Ezequiel registra a atividade de um profeta durante o exílio da Babilônia. Sua mensagem foi dirigida para seus companheiros de exílio, e igualmente ao povo hebreu que ainda se encontrava na Palestina. Ezequiel profetizou antes do exílio e Jeremias durante o exílio. O longo ministério de Jeremias durou cerca de quarenta anos, se estendeu desde 625 a.C. até poucos anos depois que Judá deixou de ser Estado, em 586 a.C. Mais de cinqüenta anos Israel esteve em apostasia religiosa. O Senhor Deus levantou Ezequiel como um atalaia para alertar o povo:

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“Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel: da minha boca ouvirás a palavra e os avisarás da minha parte. Mas, quando eu falar contigo, darei que fale a tua boca, e lhes dirás: Assim diz o Senhor teu Deus: Quem ouvir ouça, e quem deixar de ouvir deixe; porque são casa rebelde” (Ez 3.17, 27). Os verdadeiros adoradores são aqueles que ouvem e praticam verdadeiramente a Palavra de Deus. “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra de Deus e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1.22).

A apostasia enfraqueceu o estado judaico política e religiosamente, tornando inevitável a queda de Jerusalém, em 586 a.C. Com isto a Babilônia levou o povo para o exílio (escravidão). Sempre que o povo israelita rejeitava a Palavra ensinada pelos profetas, o Senhor Deus permitia o castigo ou o exílio, para que houvesse arrependimento em seus corações.

Ao profeta Jeremias diz o Senhor: “Põe-te à porta da Casa do Senhor, e proclama ali estas palavras, e dize: Ouvi a palavra do Senhor, todos de Judá, vós, os que entrais por estas portas, para adorardes ao Senhor. Não confieis em palavras falsas, dizendo: Templo do Senhor, Templo do Senhor” (Jr 7.2, 4).

Os profetas de Deus, embora sofressem perseguição dos homens, tinham comunhão com o seu Senhor. Mas os falsos profetas, Deus os comparava a raposas em ruínas: “Os teus profetas, ó Israel, Israel, são como raposas entre ruínas” (Ez 13.4). Raposas em ruínas são profetas inúteis, mentirosos, enganadores e falsos, que fazem o povo errar o caminho.

2. São profetas sem mensagens. Deus os chama de profetas sem palavras, mas para ganhar popularidade entre o povo dizem o que o Senhor não disse.

“Assim diz o Senhor: Ai dos profetas loucos, que seguem o seu próprio espírito sem nada ter visto! Tiveram visões falsas e adivinhação mentirosa os que dizem: o Senhor disse; quando o Senhor os não enviou; e esperam o cumprimento da palavra. Não tivestes visões falsas e não falastes adivinhação mentirosa, quando dissestes: O Senhor diz, sendo que eu tal não falei? Portanto, assim diz o senhor Deus: Como falais falsidade e tendes visões mentirosas, por isso, eu sou contra vós outros, diz o Senhor Deus. Minha mão será contra os profetas que têm visões falsas e que adivinham mentiras; Não estarão no conselho do meu povo, não serão inscritos nos registros da casa de Israel, nem estarão na terra de Israel. Sabereis que eu sou o Senhor Deus. Visto que andam enganando, sim, enganando o meu povo, dizendo: Paz, quando não há paz, e quando se edifica uma parede, e os profetas a caiam” (Ez 13.3-10)

Deus é cruel com os falsos profetas: os chamas de: Loucos (v. 1); que seguem seu próprio espírito (v. 1); têm visões falsas (v. 6); são mentirosos (v.6); usam em vão o nome do Senhor (v. 6-7); falam falsidades (v.8); receberam o castigo de Deus (v. 9); não tomam conselho com o povo, ou seja, são soberanos e ditadores (v. 9); são enganadores (v. 9); falam de paz, mas dispersam o povo (v.10).

“Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra: os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam de mãos dadas com eles; e é o que deseja o meu povo. Porém que fareis quando estas coisas chegarem ao seu fim?” (Jr 5.30-31)

Muitas pessoas, por vários motivos, sentem-se totalmente desacreditados na sua comunhão com Deus e acabam entregando as decisões mais importantes de suas vidas a alguém que intitulou-se “profeta”. Passam a ser iludidas e manipuladas, o que resultará certamente em fortes decepções.

Profecia nunca vem para dirigir a vida das pessoas, mas para confirmar uma direção pessoal de Deus. Ou, também, quando alguém resiste a convicção do Espírito Santo acerca de pecados encobertos, Deus levanta os Seus profetas. O pior é quando Deus levanta alguém para denunciar nosso pecado fechamos o coração e acabamos caindo nas mãos dos falsos profetas que falam apenas o que queremos ouvir.

A profecia pode ter três fontes: Deus, o diabo e a alma do profeta. Toda profecia precisa ser julgada criteriosamente segundo o caráter de Deus e os princípios da Sua Palavra.

3. São profetas estúpidos. “Porque os pastores se tornaram estúpidos e não buscaram ao Senhor; por isso, não prosperaram, e todos os seus rebanhos se acham dispersos” (Jr 10.21).

Pastores aqui é a figura de vários governadores, tanto espiritual como civis (Jr 2.8; 3.15; 23.1). Geralmente considerados como “sábios”, mas aqui é notório por causa da sua estupidez. São pastores maus, estúpidos, mal tratam os fiéis, não têm prosperidade de Deus, são fingidos, e por isso dispersam o rebanho. Mas naquele dia o Senhor porá à prova os falsos profetas; O Senhor Deus é contra esses profetas. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor! Porventura não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi, explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais iniqüidade” (Mt 7.22-23).

4. Profetas mentirosos. Jeremias 23.16, 21, 25, 31-32: “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Não deis ouvido às palavras dos profetas que entre vós profetizam e vos enchem de vãs esperanças; falam as visões do seu coração, não o que vem da boca do Senhor. 21 Não mandei estes profetas, todavia, eles foram correndo; não lhes falei a eles; contudo, profetizam. 25 tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, proclamam mentiras em meu nome, dizendo: sonhei, sonhei. Até quando sucederá isso no coração dos profetas que proclamam mentiras, que proclamam o engano do próprio coração? 31 Eis que eu sou contra esses profetas, diz o Senhor, que pregam a sua própria palavra e afirmam: Ele disse. 32 Eis que eu sou contra os que profetizam sonhos mentirosos, diz o Senhor, e os contam, e com suas mentiras e leviandades fazem errar o meu povo; pois eu não os enviei, nem lhes dei ordem; e também proveito nenhum trouxeram a este povo, diz o Senhor”.

Enchem-vos de falsas esperanças (v.16); ensinam falsas revelações (v 16); não têm mensagens (v. 21); proclamam mentiras e enganam o povo (v. 25); fazem errar o povo com suas mentiras (v. 31). O Senhor Deus é categórico em afirmar que é contra estes impostores e que um dia irá julgá-los com justiça.

O profeta do V. T. tinha como função, ensinar a Lei ao povo e adverti-los contra os falsos profetas que ensinavam heresias e faziam o povo cair em iniquidades  “Tu, ó filho do homem, põe-te contra as filhas do teu povo que profetizam de seu coração, profetiza contra elas” (Ez 13.17).

Profetas porta voz e sacerdotes tornaram-se opressores, enganadores, falsos e mentirosos para o povo de Israel: “coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra: os profetas profetizam falsamente e os sacerdotes dominam de mãos dadas com eles; e é o que deseja o meu povo. Porém que fareis quando estas coisas chegarem ao seu fim?” (Jr 5.30-31). E também: “Os opressores do meu povo são crianças (às vezes adultos também) e mulheres estão à testa do seu governo” (Is 3.12).

VI.  PREGAM UMA FALSA MENSAGEM

1. O falso profeta Hananias. No início do reinado de Zedequias, o profeta Jeremias colocou sobre seu pescoço uma canga de madeira com tiras de couro (Jr 27.1-2; 28.10, 12-13) e foi enviado por Deus a Judá e a Jerusalém (Jr 27.3), exortando o povo á submissão ao rei de Babilônia (Jr 27.-6-8). Assim como o boi é dominado pelo jugo de seu dono, as nações deveriam sujeitar-se ao domínio dos caldeus, pois seria inútil tentar livrar-se de Nabucodosor (Jr 27.13-13).


No mesmo ano em que o Senhor transmitiu essa mensagem por meio de Jeremias, surgiu um falso profeta – “Hananias”, filho de Azur, o profeta de Gibeão” (Jr 28.1), para confrontar a mensagem do arauto de Deus. O falso profeta Hananias desafiou o profeta de Deus no templo de Jerusalém diante do povo e dos sacerdotes. A Palavra de Deus adverte-nos de que haverá entre nós, na própria igreja, falsos profetas (2ª Pe 2.1-2; At 20.30; 1ª Tm 4.1; 1ª Jô 4.1).

O farsante Hananias procurava contradizer a mensagem de Jeremias acerca do destino de Joaquim filho de Jeoaquim (Jr 37.1) e do fim do cativeiro. O profeta de Deus afirmava ser impossível Jeoaquim retornar de Babilônia (Jr 22.24-27), o que realmente aconteceu, pois o rei veio a morrer em Babilônia durante o reinando de Evil-Merodaque (Jr 52.31-34; 2º Rs 25.-27-30).

Contudo, o falso profeta Hananias trouxe uma mensagem que todos queriam ouvir: a volta de Joaquim e o fim do jugo caldeu em dois anos (Jr 28.2-40).

Era, portanto, a palavra dele contra a de Jeremias, e isso colocava o homem de Deus em desvantagem, pois o povo esperava uma mensagem de triunfo.

Apesar de um discurso bonito e de uma mensagem agradável , faltava ainda o teste do tempo. Como ensina Deuteronômio 18.22. A Bíblia ensina que o profeta só será reconhecido como tal após suas predições se cumprirem (28.29).

2. Os dias hodiernos não são diferentes. O falso profeta é aquele que agrada todo mundo. Seu dever é dar testemunho de Deus, mas ele não vê Deus e prefere não ver porque vê muitas outras coisas. Segue seus pensamentos humanos, conserva-se interiormente calmo e seguro, evita habilmente tudo quanto o incomoda. Não espera senão poucas coisas ou mesmo nada da parte de Deus. Pode calar-se, mesmo quando vê homens atravancando seus caminhos de pensamentos, de opiniões, de cálculos e de sonhos falsos, porque eles querem viver sem Deus. Retira-se sempre quando devia avançar. Compraz-se sempre quando é chamado de arauto do evangelho, condutor espiritual e servidor de Deus, mas só serve aos homens. Sonha, às vezes, que fala em nome de Deus, mas não fala a não ser em nome da sua dominação.

Ele sabe que o caminho e a conduta que segue não são verdadeiros, mas não quer incomodar nem a si mesmo, nem aos outros; por isso é que diz: ‘continuemos prudentemente e sempre alegres em nossos caminhos atuais; não podemos mudar os marcos antigos’.

Ele sabe que Deus quer tirar os homens do engano, da impiedade, e que a luta espiritual deve ser travada. Ele sabe que Deus quer mudar os odres velhos mas, no entanto, ele prega a paz e a bonança. Ele sabe que Deus esta insatisfeito com o sistema, mas ele deixa reinar o espírito do medo, do engano, de Mamom, da violência – a muralha construída pelo povo (Ez 13.10), o muro oscilante manchado. Ele o disfarça pintando de cores suaves e consoladoras da “religião” para o contentamento de todo o mundo. Eis aí o falso profeta.

Deixe que eu lhe diga mais uma coisa bem clara: sempre que você vir pessoas possuídas por uma espiritualidade exibicionista, tome cuidado. Jesus, nossa suprema referência de espiritualidade, curava, libertava e realizava prodígios com extrema discrição (Mt 12.19; Mc 3.12). E quando o povo ficava sabendo de seus poderes espirituais isso acontecia em função de fatos, ou seja, de pessoas que tinham sido realmente beneficiadas por ele (Mc 7.36). Os fatos falavam sempre mais alto na vida de Jesus. Não o vemos reunindo grupos de pessoas na casa de Pedro para falar das curas que realizava em outra cidade.

Não. Ele nem falava do que já havia feito. Ele simplesmente fazia (Jo 10.25). Quem fala que faz geralmente não faz. Quem faz, faz. Não fala que fez.

VII. O FALSO PROFETA DESMASCARADO

1. A arrogância de Hananias. Duas características de um falso profeta são a audácia e arrogância. E o falso profeta Hananias apresentava essas más qualidades. A Palavra de Deus diz que, enquanto o profeta Jeremias representava a situação futura de Israel usando um jugo no pescoço, Hananias tomou o jugo e, diante do povo quebrou-o reafirmando seu discurso positivista: “Assim quebrarei o jugo de Nabucodonosor, rei da Babilônia, depois de passados dois anos completos” (Jr 28.11). Era uma situação difícil para Jeremias, que limitou-se a “tomar o seu caminho”. Para nós, que estamos cientes de que a verdade estava do lado de Jeremias, é fácil compreender. Todavia, imagine o povo naquela época assistindo esse embate, com o agravante do falso profeta usara chancela (ainda que falsa) de uma suposta autoridade espiritual: “Assim fala o SENHOR dos Exércitos̶ ou “assim diz o SENHOR” (vv.2,4,11). Como discernir o verdadeiro do falso?

2. O jugo de madeira é substituído por um de ferro (vv. 13-14). A ousadia de Hananias acarretou ainda mais a ira divina. Deus mandou Jeremias voltar e declararão falso profeta: “Jugos de madeira quebraste. Mas, em vez deles, farei jugos de ferro” (v.13). Dessa forma, a servidão seria ainda pior, pois, agora o jugo seria de ferro, ou seja, ninguém poderia quebrá-lo (v.14).

3. O julgamento do falso profeta Hananias e a confirmação de Jeremias como profeta de Deus (vv.15-17). Como tudo tem o seu tempo, chegou a hora de o falso profeta Hananias ser desmascarado. Disse-lhe Jeremias: “[...] não te enviou o SENHOR, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras” (v. 15). A mensagem do falso profeta, apesar de agradável, era falsa; não provinha do Senhor. Noutras palavras, era uma mentira ruinosa que contribuiu para a queda da nação e o exílio do povo.

Hananias pagaria com a própria vida por sua rebelião contra o Senhor; disse-lhe Deus: “Eis que te lançarei de sobre a face da terra; este ano, morrerás, porque falaste em rebeldia contra o SENHOR” (v.16). Essa era a pena que a lei determinava para os falsos profetas (Dt 18.20). O início do confronto entre o verdadeiro e o falso profeta aconteceu no “quinto mês” (v. 1). Hananias morreu “no mesmo ano, no sétimo mês” (v. 17). Isso mostra que a profecia de Jeremias cumpriu-se em menos de dois meses. Hananias foi desmascarado e morto; Jeremias, confirmado como profeta de Deus. Por que o povo não se arrependeu de seus pecados, e continuou a confiar nas mentiras dos falsos profetas? A resposta é simples: os rebeldes optam por acreditar apenas naquilo que lhes agrada. Essa é a tendência do ser humano.

VIII.       JOÃO BATISTA O ÚLTIMO PROFETA


João Batista é o personagem que demarca a transição da Antiga Aliança para a Nova Aliança e serve de ponte entre o Antigo e o Novo Testamento. Além disso, foi o precursor do Messias e tinha como uma de suas principais atividades o batismo em água. De certa forma, acabou introduzindo o rito, que veio a tornar-se a primeira ordenança da Igreja. Nesta oportunidade, trataremos da origem, ministério e mensagem de João Batista, o último profeta veterotestamentário.
  
1. A personalidade de João Batista.

A. O testemunho de Jesus (v.7a). Pouco tempo após batizar o Senhor Jesus, João Batista foi preso. Ao ouvir acerca das realizações de Cristo, ele mandou que dois de seus discípulos fossem até ao Senhor e o inquirisse acerca do cumprimento de sua missão messiânica (Mt 11.3). Jesus mandou então que contassem a Batista, na prisão, “as coisas que ouvis e vedes: Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho” (Mt 11.4,5). Isto é, não havia apenas sinais no ministério do Senhor Jesus Cristo, mas também e, principalmente, a mensagem do evangelho.

B. Sua espiritualidade e devoção (v.7b). Após essa resposta, o Senhor Jesus passa a falar sobre a grandiosidade do ministério de João Batista. O Filho de Deus revela que o povo não saiu ao deserto para ouvir qualquer pessoa, mas um homem destemido e cheio do Espírito Santo; um homem que falava a verdade divina, exortando os pecadores ao arrependimento; um homem que não temia as ameaças dos poderosos. Era inconcebível pensar que João Batista havia fraquejado por estar preso, pois ele não era “uma cana agitada pelo vento”, mas um vigoroso cedro capaz de resistir a fortes tempestades. Ele estava na masmorra de Herodes (Mt 14.10-12), porém, demonstrava um forte compromisso e preocupação com a obra de Deus.

2. João Batista como precursor do Messias; e a comparação com o profeta Elias.

A. “Muito mais que profeta” (v.9). O testemunho público de Jesus confirma o que o Espírito Santo havia falado por boca de Zacarias: João seria “profeta do Altíssimo” (Lc 1.76). Cristo foi além; afirmou que João era “muito mais do que profeta”. Ele declarou ser o Batista um mensageiro enviado por Deus como o precursor do Messias (v. 10), cumprindo assim a profecia de Malaquias (Ml 3.1). Jesus acrescentou que dentre os mortais, não houve ninguém maior do que João (v.11). E isso, por algumas razões: a) Porque os profetas falaram a respeito de João (Is 40.3; Ml 3.1); b) porque João teve o privilégio de ver o cumprimento principal dos oráculos proféticos do Antigo Testamento: O Senhor Jesus; c) por ter sido o precursor do Messias; d) porque batizou o Senhor Jesus nas águas; e) porque pode participar da salvação que os profetas apenas predisseram; e finalmente f) porque chegou ao clímax do ministério profético, tal como havia no Antigo Testamento (Lc 16.16).

B. O término da dispensação da Lei (v.13).
A Lei e os Profetas vigoraram até João; desde esse tempo, vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele” (Lc 16.16).

Pelas razões acima apresentadas, João é o mais excelente de todos os profetas; com ele se encerra a Antiga Aliança. João Batista é o único personagem do Novo Testamento com quem Deus se comunicava da mesma maneira que Ele falava aos profetas do Antigo Testamento: “[...] veio a palavra de Deus a João, filho de Zacarias” (Lc 3.2 — ARA; cf. Jr 1.2).


C. “O Elias que havia de vir” (v.14). Ao comparar o ministério de João Batista ao de Elias, Jesus confirma o oráculo de Malaquias (4.5,6). Em outras palavras, João veio na virtude e no espírito de Elias (Lc 1.17), ou seja: exercendo um ministério igual ao de Elias. E o Senhor Jesus o reafirma em outra ocasião (Mt 17.12,13). Isso, porém, não deve levar ninguém a pensar que João era Elias reencarnado por duas razões básicas: Elias foi arrebatado vivo para o céu, portanto, não morreu (2 Rs 2.11). Além disso, reencarnação é algo que não existe e nem é permitido por Deus (2 Sm 12.23; Sl 78.39; Hb 9.27).

Elias e João Batista tinham as mesmas características: ambos vestiam-se de pelos e usavam cinto de couro (2 Rs 1.8; Mt 3.4), ministravam no deserto (1 Rs 19.9,10,15; Lc 1.80), e eram incisivos ao pregarem contra reis ímpios (1 Rs 21.20-27; Mt 14.1-4).

O papel de João Batista como um precursor do Messias o colocou numa posição de grande privilégio, descrito como “muito mais do que profeta” (11.9), como não havendo ninguém maior do que ele. Nenhum homem jamais cumpriu este objetivo dado por Deus melhor do que João. Ainda assim, no Reino de Deus que está chegando, o menor terá uma herança espiritual maior do que João, porque ele viu e conheceu a Cristo e a sua obra concluída na Cruz. João morreria antes que Jesus morresse e ressuscitasse para inaugurar o seu Reino. Como seguidores de Jesus testemunharão a realidade do Reino, eles terão privilégios e um lugar maior do que João Batista. Todos os profetas das Escrituras tinham profetizado a respeito da vinda do Reino de Deus. João cumpriu a profecia, pois ele mesmo era o Elias que havia de vir (Ml 4.5). João não era Elias ressuscitado, mas ele assumiu o papel profético de Elias — o de confrontar corajosamente o pecado e mostrar Deus às pessoas (Ml 3.1). [Comentário do Novo Testamento, Aplicação Pessoal. Vol.1. RJ: CPAD, 2009, p.76-7].

Quando Jesus veio a este mundo e foi batizado por João Batista, o evangelho do reino do céu começou.


IX.     COMO JULGAR UM PROFETA

“Meus queridos amigos, não acreditem em todos os que dizem que têm o Espírito de Deus. Ponham à prova essas pessoas para saber se o espírito que elas têm vem mesmo de Deus; pois muitos falsos profetas já se espalharam por toda parte. É assim que vocês poderão saber se, de fato, o espírito é de Deus: quem afirma que Jesus Cristo veio como um ser humano tem o Espírito que vem de Deus. Mas quem nega isso a respeito de Jesus não tem o Espírito de Deus; o que ele tem é o espírito do Inimigo de Cristo. Vocês ouviram dizer que esse espírito viria, e agora ele já está no mundo. Meus filhinhos, vocês são de Deus e têm derrotado os falsos profetas. Porque o Espírito que está em vocês é mais forte do que o espírito que está naqueles que pertencem ao mundo. Eles falam das coisas do mundo, e o mundo os ouve porque eles pertencem ao mundo. Mas nós somos de Deus. Quem conhece a Deus nos ouve, mas quem não pertence a Deus não nos ouve. É desse modo, então, que podemos saber a diferença que existe entre o Espírito da verdade e o espírito do erro” (1ª Jo 4.1-6).

Como poderemos saber se o profeta é de Deus ou não? Os profetas devem ser provados (Jo 4.1). Pela Palavra de Deus podemos julgar. Aliás, a própria Palavra é quem julga. “Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia” (Jo 12.48).

No Novo Testamento, Cristo deixou os ministérios para a edificação da Igreja (Ef 4.11). Os profetas de hoje têm a responsabilidade e função de: cuidar, advertir e ensinar a igreja pela Palavra. Uma igreja cristã bem ensinada está alicerçada na Rocha, mas, se está a mercê, com certeza sofrerá ataques do adversário.

Os que hoje detêm o dom profético não mais possuem a autoridade e as prerrogativas dos mensageiros divinos dos tempos bíblicos. Nesta dispensação, o dom profético tem como função exortar, consolar o povo de Deus; jamais modificar artigos de fé, alterar doutrinas ou trazer novas revelações (1ª Co 14.26-40; Ap 22.18-19).

Um ministro que não ensinou conforme a sã doutrina de Cristo e a interpretou a seu bel-prazer, sofrerá um julgamento acentuado, pois o mestre Jesus diz que alguns serão atados de pés e mãos e lançados no inferno.

Saul deixou de cumprir (obedecer) a Palavra do Senhor, por isso Ele o rejeitou. Saul é rejeitado definitivamente e, em conseqüência, sofre de perturbação e, no final de sua vida, teve uma morte trágica.

Mudar o sentido da Palavra é um dos piores pecados. Quem o fizer receberá duro juízo de Deus. Ser um ministro do evangelho é bom, mas sem conhecimento leva-o para um juízo mais severo, porque não estamos tratando com os negócios dos homens, mas de Deus.

“Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo” (Tg 3.1).

À primeira impressão parece que não devemos ser mestres. Mestre assim como pastores, são dons de Deus para a edificação de Sua Igreja (Ef 4.11; 1ª Co 12.28). O mestre molda as mentes imaturas para o bem ou para o mal. O juízo mais acentuado é para aqueles que não tiveram humildade e responsabilidade de ministrar um ensino correto aos seus seguidores, ou seja, mudaram a verdade da Palavra. É por isso que Paulo prescreve aos Romanos: “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça” (Rm 1.18). E para os fariseus Jesus diz: “... sofrereis juízos muito mais severos!” (Mt 23.14).

Segundo a lei de Moisés, aquele que era apanhado em pecado, por duas ou três testemunhas, era morto. “De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça?”.
“Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados; Pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários. Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moisés. De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça? Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo. Todavia, o meu justo viverá pela fé; e: Se retroceder, nele não se compraz a minha alma. Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma”. (Hb 10 26-31, 38 e 39).

Podemos considerar como apóstatas aqueles que deixam a fé, negam a fé e aqueles que mudam o sentido da Palavra. Aqueles que desprezam as verdades bíblicas e fazem a obra de Deus de qualquer maneira serão malditos (Jr 48.10; Gl 1.9), e condenados ao fogo eterno.

Aqueles que pisam no sacrifício de Jesus são chamados de profanos, pois assim como o profano Esaú, que trocou a primogenitura por um prato de alimento, assim são chamados aqueles que saem da graça de Cristo para outro evangelho (Gl 1.6), trocam a fé pela conjectura denominacional.


Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus

FONTE DE PEQUISA


1.      ANTÔNIO GILBERTO. Profeta maiores - EETAD. Reimpressão Revisada 2012.
2.      BÍBLIA PENTECOSTAL. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida - Edição 1995, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
3.      BÍBLIA SHEDD. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil – 2ª Edição, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri - SP.
4.      BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida 1995. Sociedade Bíblica do Brasil. Barueri - SP.
5.      CLAUDIONOR CORRÊA DE ANDRADE. Dicionário Teológico. 8ª Edição. Editora CPAD. Rio de janeiro - RJ.
6.      EZEQUIAS SOARES. Lições Bíblicas - 3º trimestres de 2010. Editora CPAD - Rio de Janeiro, RJ.
7.      FRANCISCO DA SILVEIRA BUENO, Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, 11 ª Edição, FAE, Rio de Janeiro RJ.
8.      PAULO SÉRGIO GONÇALVES, Profetas! Sim ou não? Gráfica Ipê, Ltda, Santa Bárbara, RG.
9.      RAIMUNDO OLIVEIRA, Lições Bíblicas, 1º Trimestre de 1986, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
10.  S.E. Mc NAIR, A Bíblia explicada, 4ª edição, 1985, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
11.  Strong, James: Léxico Hebraico, Aramaico E Grego De Strong. Sociedade Bíblica do Brasil, 2002; 2005, S. H8679.