TEOLOGIA EM FOCO: outubro 2018

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

AMANDO E RESGATANDO A PESSOA DESGARRADA



Lucas 15.10 “E Chegavam-se a ele todos os publicanos e pecadores para o ouvir. 2 E os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores, e come com eles. 3 E ele lhes propôs esta parábola, dizendo: 4 Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e não vai após a perdida até que venha a achá-la? 5 E achando-a, a põe sobre os seus ombros, gostoso; 6 E, chegando a casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. 7 Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento. 8 Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca com diligência até a achar? 9 E achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida. 10 Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.

INTRODUÇÃO. Muitas pessoas consideram-se boas e melhores que outras. Mas Jesus acentuou o valor do arrependimento do homem e do perdão de Deus, em contraste com o orgulho religioso. Fariseus e mestres da lei (Lc 15.2) arrogavam-se o direito de estar com Jesus, mas negavam este direito para pecadores. Então Jesus os surpreende com uma parábola (estória que ilustra verdades espirituais) bem simples sobre o valor da graça de Deus. Na conclusão da parábola, Jesus diz que semelhantemente há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.

I. O CONTEXTO DA PARÁBOLA DA OVELHA DESGARRADA

1. O valor de alguma coisa para nós é proporcional ao amor que sentimos por ela. Assim, o valor intrínseco da ovelha não era a maior questão, mas sim o valor sentimental atribuído a ela pelo seu proprietário – o pastor. O que Jesus estava dizendo é que, em função do valor atribuído à perdida, qualquer um dos ouvintes deixaria as noventa e nove para buscar a extraviada. O amor de Deus por nós é que estabelece o nosso valor acima de qualquer avaliação humana. Embora tenha consciência de que acabou se perdendo do rebanho, a ovelha desgarrada precisa ser procurada pelo pastor, pois, sozinha, não pode encontrar o caminho de volta.

O mesmo se dá com a pessoa que se afastou de Deus; está tão desamparada quanto a ovelha perdida, e se o amor divino não fosse procurá-la, jamais poderia achar o caminho para Deus.

2. Os judeus ensinavam que era necessário que o pecador se arrependesse, antes de receber o amor de Deus. No entendimento deles, o arrependimento é a obra pela qual os homens ganham o favor do Céu. Foi esse pensamento que induziu os fariseus a exclamarem: “Este recebe pecadores.” Conforme sua suposição, Jesus não devia permitir que pessoa alguma a Ele se achegasse sem que antes tivesse se arrependido. Mas, na parábola da ovelha perdida, Cristo ensina que a salvação não é alcançada por procurarmos a Deus, mas porque Deus nos procura. Deus dá o primeiro passo. “Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram” (Rm 3.11, 12). Não nos arrependemos para que Deus nos ame. Ele nos revela Seu amor para que nos arrependamos. O ser humano precisa saber que o amor de Deus é incondicional; não depende de nada que façamos para merecê-lo e não se acaba em razão de tudo o que venhamos a fazer. Se a ovelha perdida não é trazida de volta, vagueia até perecer. E muitas pessoas permanecem desviadas pela falta de uma mão estendida para ajudá-las. Esses errantes podem aparentar possuir coração endurecido e indiferente, mas se tivessem tido os mesmos privilégios que outros, poderiam ter revelado maior nobreza de caráter. Quando virmos alguém cujas palavras ou atitudes mostram estar separado de Deus, não devemos criticá-lo. Não nos compete a obra de condená-lo, antes devemos colocá-lo sobre os ombros e ajudá-lo.

3. Quando uma ovelha se perde, geralmente fica paralisada pelo desespero. Não corre, nem mesmo para em pé. Por isso, quando o pastor a encontra, tem de carregá-la de volta. O mesmo ocorre conosco. O pecado nos deixa sem ação. Mas Cristo nos encontra e nos reconduz ao abrigo. Deus é quem nos põe sobre os ombros e nos carrega de volta. A ovelha perdida simboliza as pessoas que sabem que estão perdidas e se angustiam. Sabem que precisam de Deus, que precisam de uma solução para seu problema, mas não conhecem o caminho de volta. É interessante a experiência da ovelha. Enquanto o sol brilha, ela não se sente perdida. Pelo contrário, ela até desfruta a liberdade, correndo de um lado para o outro.

4. Quando a noite chega. Mas quando o sol começa a se esconder; as nuvens negras a chegar e as trevas a envolver a Terra, então, a ovelhinha começa a sentir medo e percebe que está perdida. Agora, sua liberdade não a satisfaz mais. Ela precisa do seu pastor. Sente que está perdida e tenta encontrar o caminho de volta. Experimenta uma trilha e se machuca. Experimenta outra e se fere. Em vão, experimenta de tudo. Do mesmo jeito, alguém pode ter largado Jesus quando o sol estava brilhando em sua vida. E infelizmente, agora, a escuridão começou a chegar e percebe que precisa de Jesus, mas não sabe como achá-Lo, não sabe onde encontrá-Lo, nem conhece o caminho de volta. É a hora de parar de correr desesperado de um lado para outro e dizer: “Senhor Jesus, estou aqui. Estou cansado, não tenho mais forças. Nada deu certo. Por favor, me conduza pelo caminho de volta.” A promessa dada ao profeta Jeremias é estendida a você. É o caminho que Deus apresenta a todo aquele que O busca. “Porque Eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais. Então Me invocareis, e ireis, e orareis a Mim, e Eu vos ouvirei. E buscar-Me-eis, e Me achareis, quando Me buscardes com todo o vosso coração.” - http://www.criacionismo.com.br/2008/05/parbolas-de-jesus-ovelha-e-moeda.html

OBS: Em seu livro A Prática do Evangelismo Pessoal, o pastor Antônio Gilberto fala acerca do fato de que há pessoas afastadas “por toda a parte. Há os que caíram de vez, por tentação direta e laço do Diabo, e há os que esfriaram aos poucos até perderem todo o primeiro amor. Há ainda os que se desviaram por verem escândalo no meio cristão, por sofrerem injustiça ou ficaram melindra- dos. Outros não resistiram às zombarias, aflições e perseguições por causa da fé. Há também os problemas domésticos que tanto desvio têm consumado [GILBERTO, Antônio. A Prática do Evangelismo Pessoal. I4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.92].

II. CONTEXTO DA PARÁBOLA A DRACMA PERDIDA

1. O evangelista Lucas registrou a Parábola da Dracma Perdida num capítulo onde duas outras parábolas também foram registradas.
São elas: a Parábola da Ovelha Perdida e a Parábola do Filho Pródigo. Obviamente existe uma profunda ligação entre as três parábolas, nas quais Jesus transmite uma mensagem central. Essa mensagem não é outra se não o extraordinário amor de Deus pelos perdidos. Na ocasião em que contou a Parábola da Dracma Perdida, Jesus estava cercado por publicanos e pecadores que se juntaram para ouvi-lo. Os pecadores eram as pessoas moralmente marginalizadas e de má reputação na sociedade. Essas pessoas não possuíam um padrão de vida aprovado pelos religiosos da época. Por isto, elas eram praticamente excluídas do convívio social.

2. Já os publicanos eram os cobradores de impostos, os judeus que estavam a serviço do Império Romano. Os publicanos eram vistos pelo povo como traidores que extorquiam os próprios irmãos. Era recomendado que os judeus evitassem ao máximo ter contato com essas classes de pessoas. Porém, Jesus não apenas tinha contato com essas pessoas, mas também comia com elas e até mesmo ia em busca delas (Lc 5.27-29). Foi assim com Mateus, um publicano que o Senhor escolheu para ser um de seus doze apóstolos. Esse tipo de comportamento desagradava completamente os fariseus e os doutores da Lei. Com toda sua ignorância e soberba religiosa, eles não conseguiam perceber que o propósito pela qual o Filho de Deus veio ao mundo, é buscar e salvar o perdido. Então, diante dos religiosos escandalizados, Jesus contou três parábolas, entre elas a Parábola da Dracma Perdida.

III. EXPLICAÇÃO DA PARÁBOLA DA DRACMA PERDIDA

1. Essa é uma parábola bem pequena, porém em sua simplicidade revela uma história completa e profunda. A história da mulher e sua dracma perdida se harmonizava à vida cotidiana do primeiro século. Essa dracma perdida, em algumas traduções “moeda de prata”, era uma moeda grega. Tal como o denário romano, a dracma correspondia à quantia paga ao trabalhador comum por um dia de serviço. Saiba mais sobre os pesos e medidas da Bíblia. Alguns sugerem que as dez dracmas eram toda a economia daquela mulher. Outros apontam para a possibilidade de que as dez dracmas faziam parte de seu dote, e eram usadas como um tipo de enfeite. Se for este o caso, então é possível que ela tenha colocado as dez dracmas em uma corrente em volto de seu pescoço.

2. O costume da época. Conforme o costume da época, ela também poderia ter atado as moedas em uma tira de pano que enfeitava seu penteado. Seja como for, o fato de a mulher perder uma das dracmas foi motivo de grande ansiedade. Jesus também fala que ao procurar a dracma perdida, a mulher ascende uma lâmpada. Isso indica, provavelmente, que Jesus estava utilizando como pano de fundo para a sua parábola, uma típica casa de uma pessoa de classe pobre. Essas casas eram bem pequenas, tinham piso de terra batida e não havia janelas. Às vezes, os construtores deixavam algumas pedras faltando na parede, próximo ao teto. Isto servia para permitir a ventilação no interior da casa. Entretanto, tais aberturas de ar não eram suficientes para prover iluminação adequada. Mesmo durante um dia de sol, a casa permanecia escura. Assim, fica evidente a dificuldade que havia na procura de algum objeto pequeno que caía no chão de terra. Na parábola, com a ajuda de uma lamparina, a mulher então varre a casa em busca da dracma perdida. Ela procura em cada canto, com muita diligência, até que consegue encontrar a moeda. Ao encontrar a dracma perdida, a mulher desejou repartir sua alegria com as amigas e vizinhas, afinal, a dracma estava novamente guardada em segurança.

IV. O SIGNIFICADO DA PARÁBOLA DA DRACMA PERDIDA

1 O clímax da Parábola da Dracma Perdida ocorre exatamente nesse ponto. Jesus afirma que assim como a mulher se alegrou com suas amigas pela moeda encontrada, também Deus se alegra diante de seus anjos quando um pecador se arrepende. Algumas pessoas, caindo nas armadilhas da alegoria, insistem em atribuir significado a cada um dos elementos dessa parábola. Essas pessoas dizem, por exemplo, que a mulher dessa parábola simboliza o Espírito Santo ou então a própria Igreja. Eles dizem isto ao entender que o pastor da Parábola da Ovelha Perdida simboliza Jesus, enquanto a Parábola do Filho Pródigo foca em representar o Pai. Outros também afirmam que a lâmpada que a mulher ascende representa o Evangelho. Na sequência, supostamente a vassoura com que ela varre o chão seria a Lei. Mas não é preciso um grande esforço para entender que essas interpretações estão erradas. Elas fogem do objetivo da história contada por Cristo. Ao se interpretar uma parábola, sempre é preciso priorizar sua mensagem central. Quando se segue essa simplicidade na interpretação, dificilmente se erra o alvo do ensino do Senhor. Não há qualquer necessidade de se atribuir significados para todos os elementos de uma parábola. Esse tipo de coisa apenas distorce sua verdadeira mensagem. Quando uma parábola possui um elemento que precisa ser identificado no que diz respeito ao seu significado particular, o próprio Jesus deixa isso diretamente expresso em sua narrativa. A Parábola do Semeador é um exemplo disto (Mateus 13:1-9,18-23).

2. A mensagem da parábola. Quanto a Parábola da Dracma Perdida, a mensagem é muito clara: Deus busca pelo perdido, e se alegra grandemente na presença dos anjos por cada um deles que se arrepende.

V. APLICAÇÃO PRÁTICA DA PARÁBOLA DA DRACMA PERDIDA
1. O ensino principal da Parábola da Dracma Perdida ficou claro no tópico acima. Com base nele, podemos perceber uma importante aplicação prática para nossa vida cristã. Devemos sempre nos perguntar: Qual tem sido nossa atitude para com os perdidos? Será que estamos tendo a presunção de desprezar aqueles a quem o próprio Deus busca? O contexto da Parábola da Dracma Perdida nos convida a olhar para o exemplo de Jesus. A Igreja de Cristo deve agir para com os pecadores assim como nosso Senhor agiu. É triste ver que muitos se denominam cristãos, mas seguem o exemplo dos escribas e fariseus. Eles não demonstram amor pelos perdidos. Ao invés de evitar os pecadores de seu tempo, Jesus frequentemente estava acompanhado deles. Nosso Senhor se assentava à mesa com eles e ativamente os buscava (Lc 19.10; cf. 19.5; Mt 14.14. 18.12-14; Jo 4.4s; 10.16). https://estiloadoracao.com/parabola-da-dracm.

OBS: “Esta segunda parábola é paralela com a precedente. Aqui, é uma moeda de prata [drachme, cerca do salário de um dia para um trabalhador comum) que foi perdida, em vez de uma ovelha. Esta parábola focaliza uma mulher que mora numa casa do interior. Normalmente tais casas não têm janela; assim, tão logo perde a moeda, ela começa a procurá-la. Ela acende uma luminária e varre a casa, procurando cuidadosamente até encontrá-la. Ela fica grandemente aliviada, e, como o pastor (v.6), ela convida as amigas e vizinhas para um jantar de comemoração. A aplicação de Jesus desta parábola é semelhante à prévia [da ovelha perdida], embora desta vez ‘há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende' em vez de 'alegria no céu' (v.7). Ambas as parábolas se referem à alegria de Deus quando um pecador volta a Ele” (ARRINGTON, F. L. ARRINGTON, French L.; STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico
Pentecostal. 1ª.ed. Rio de janeiro: CPAD, 2003, p. 420).

CONCLUSÃO. Uma ovelha que foge do pastor costuma ficar deitada e sem forças e não consegue mais mexer, levantar-se e andar. Não sobra ao pastor senão carregá-la, o que, em longas caminhadas, só é possível, se ele puser o animal aos ombros. Assim é Deus conosco, além de nos amar e buscar, nos dá seu perdão, livrando-nos de culpas e liberando-nos do mal, ao oferecer-nos sua graça salvadora. Lembre-se que graça é um favor imerecido, ou seja, Deus é que nos providencia a salvação, cabendo a nós apenas a fé (confiança) para recebê-la. Jamais deveríamos correr o risco de desprezar àqueles a quem o Senhor busca. Como seus seguidores, devemos proclamar que Cristo veio “buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10).

Muitas pessoas talvez não dariam importância a uma simples dracma perdida. Mas tal como aquela mulher buscou sua dracma perdida, Deus busca aqueles a quem o mundo despreza, isto porque o valor e o mérito não estão no perdido, mas Naquele que o encontra.

FONTE DE PESQUISA
1. A Bíblia Plenitude - E.R.C.
2. A Bíblia de Estudos das profecias. E.R.A.
3. Dicionário Oline.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

PERSEVERANDO NA FÉ



Lucas 18.1-8 “E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca desfalecer, 2- dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava homem algum. 3- Havia também naquela mesma cidade uma certa viúva e ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário. 4- E, por algum tempo, não quis; mas, depois, disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, 5- todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte e me importune muito. 6- E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. 7- E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? 8- Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?”


INTRODUÇÃO. Dando continuidade ao estudo sobre as Parábolas de Jesus, estudaremos nesta Aula a respeito da “Perseverança na Fé”, tendo como base a Parábola do juiz iniquo, também conhecida como a Parábola da Viúva Perseverante ou a Parábola da Mulher Persistente. Pelo relato feito por Jesus, a viúva da Parábola sempre pedia a mesma coisa: “faze-me justiça contra meu adversário”. Jesus não quis falar, aqui, propriamente da oração, mas sim sobre um dos mais importantes aspectos da oração: a perseverança. O Senhor Jesus deixou claro que, por causa da perseverança daquela viúva, ela foi atendida. Com isto, o Senhor Jesus enfatiza a necessidade de pedir e continuar pedindo. Portanto, não é verdade que devemos orar apenas uma vez por um problema, ficando, depois, à espera da resposta. Paulo sabia disto, por isso, disse assim aos Colossenses: “Perseverai em oração...” (Cl 4.2).
disse aos Romanos: “Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração” (Rm 12.12).
disse aos Efésios: “...perseverem na oração por todos os santos” (Ef 6.18).
A perseverança na fé e na oração é decisiva para o fortalecimento da intimidade com Deus, e da maturidade e desenvolvimento espiritual do cristão.

I. INTERPRETANDO A PARÁBOLA DO JUIZ INÍQUO
Duas pessoas fazem parte desta Parábola: um juiz que não temia a Deus e nem respeitava os homens, e uma viúva que implorava por justiça. Essa mulher tinha uma causa justa contra uma pessoa e ia até aquele juiz para clamar que ele julgasse o seu processo, porém, o homem da lei a ignorava totalmente. No entanto, por causa da insistência dela e pelo incômodo que ela estava lhe causando, o juiz decidiu que atenderia o seu pleito.

1. O Juiz. O juiz desta Parábola representa o lado mais forte da sociedade. O cargo que ocupava demonstrava que ele era alguém muito importante e que não temia nada nem ninguém. Era poderoso e iníquo, ou seja, não era um juiz justo.

A Parábola pressupõe um ele era o único juiz do tribunal. Na verdade, para entendermos melhor a parábola, não é tão importante o conhecimento do sistema jurídico daquele tempo, mas sim nos conscientizar da condição desesperadora de muitas viúvas da época que sofriam com juízes corruptos ou desumanos. As viúvas eram marginalizadas na sociedade dos tempos de Jesus, porém, essa viúva através da sua busca justa, convenceu um juiz injusto a julgar corretamente sua causa.

É bom deixar claro que, aqui, Jesus não está ensinando que Deus é como um juiz injusto. A Parábola é dita num estilo “quanto mais”. A Parábola quer nos ensinar que, se um juiz iníquo finalmente responde aos clamores de uma viúva, quanto mais Deus, que é infinitamente justo e bom, ouvirá as súplicas dos seus filhos.  Por isso, os seguidores de Jesus devem perseverar em oração. Não desanimar nunca, mesmo que, ou ainda que, as circunstâncias ao nosso redor gritem o contrário. Deus não nos deixará esperando para sempre. Ele atenderá nossa oração no Seu devido tempo. É no momento da espera que precisamos confiar em Deus.

3. A Viúva. A viúva desta Parábola representa o lado mais frágil e sem recursos. Na sociedade dos tempos de Jesus, as viúvas eram marginalizadas. Naquela época, ser viúva era estar em uma posição muito precária. A maioria delas era deixada sem nenhuma forma de subsistência. Se permanecessem na família do falecido, acabavam numa condição inferior, quase servil. Se retornassem para a sua família de origem, o dinheiro do dote repassado nas negociações do seu casamento teria que ser devolvido. Dessa forma, as viúvas em geral ficavam em uma situação bastante miserável. Geralmente elas eram vendidas como escravas para a quitação das dívidas. Portanto, uma mulher pobre, por causa da morte de seu marido, ficava privada do amparo social e, em caso de controvérsias de ordem pública, se não tivesse dinheiro, precisava confiar na honestidade dos magistrados. Elas tinham poucos direitos e muitas vezes não eram levadas a sério, especialmente em tribunais. Já de idade e sem marido para a defender, uma viúva corria o perigo de sofrer muitas injustiças e cair na miséria. A despeito de todas estas desvantagens, essa viúva através da sua busca justa, foi perseverante em convencer um juiz injusto a julgar corretamente sua causa.

A Lei de Deus tinha instruções muito claras aos juízes, para fazerem justiça para os mais necessitados, incluindo as viúvas (Dt 27.19).

“Maldito aquele que perverter o direito do estrangeiro, do órfão e da viúva! E todo o povo dirá: Amém!”.

“Aprendei a fazer o bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas (Is 1.17).

Esse era o contexto em que estava a viúva desta Parábola. Como outras viúvas naquela sociedade, ela era impotente e estava entre as mais vulneráveis das pessoas. Ela era dependente dos outros para cuidar dela.

A viúva tinha uma causa justa contra um adversário que não é revelado no texto. O que se vê é que ela desejava ardentemente que o juiz julgasse sua causa, fazendo justiça. O juiz a desprezou várias vezes ignorando o seu pedido. No entanto, pela insistência da viúva, e pela importunação que ela causava a ele, o juiz decide que iria julgar a sua causa.
Observe que, por mais que aquela mulher pudesse sentir raiva ou mágoa daquela pessoa que ela havia processado, em nenhum momento da Parábola a viúva pede vingança contra seu adversário, muito menos que aquele juiz o prejudique de alguma forma. Ela somente quer que a justiça seja feita. Isso mostra que nós podemos usar a nossa fé e perseverança para buscar em Deus a solução das nossas causas, mas não podemos pedir que Deus castigue severamente tal pessoa e a faça pagar por tudo que ela fez de ruim. A Bíblia diz: “Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: Minha é a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor” (Rm 12.19).

3. A perseverança da viúva como um exemplo. A Parábola descreve um juiz injusto que normalmente não temia a Deus nem respeitava o próximo. Ele não estava interessado em obedecer a Deus e ignorou as súplicas da viúva por algum tempo. Como eu disse anteriormente, a Lei de Deus tinha instruções muito claras aos juízes, para fazerem justiça aos mais necessitados, incluindo as viúvas. Porém, o juiz iniquo não queria saber deste mandamento divino. A viúva, porém, não desistiu e continuou a pedir justiça várias vezes, para que pudesse se livrar desse tratamento desumano. Mas, o fato de que ela estava sendo tratada injustamente não incitou o juiz a agir a favor dela. Porém, a persistência e regularidade com que ela se apresentou perante ele o forçou a agir; chegou uma hora em que o juiz ficou farto da senhora viúva e fez-lhe justiça, só para se livrar dela. Ele não temia a Deus nem era dedicado à justiça, mas não aguentava mais ouvir os pedidos da viúva, dia após dia (Lc18.4-5).

Então o Senhor explicou aos discípulos que se um injusto juiz agiria a favor de uma pobre viúva por causa de sua importunidade, quanto mais o Deus justo intervirá no interesse dos seus escolhidos (Lc 18.7)
“E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?”.

Os escolhidos, aqui, podem se referir em sentido especial ao remanescente judaico durante o período da Grande Tribulação, mas também se aplica aos crentes oprimidos de todas as épocas. Cristo ainda não retornou. Ele deixou claro que haveria um intervalo de tempo. Jesus não deu nenhuma indicação de quanto tempo duraria esse intervalo, nem quando Ele retornaria. Na verdade, Ele disse que ninguém sabe (Mt 24.36). O certo é que Ele virá e depressa fará justiça ao seu povo.

Na vida cristã temos muitos inimigos: o pecado, o Diabo, as tentações, as tragédias e perseguições. As lutas são inumeráveis. O servo de Deus, enquanto viver neste mundo, travará uma batalha espiritual na própria carne mortal. Por isso, a personagem da viúva é um exemplo de perseverança para nós. Ela estava diante de um juiz mau, ainda assim, não deixou de confiar na resposta à sua petição por justiça. Nós estamos diante de um Deus bom, justo e galardoador daqueles que o buscam. Não por acaso a Parábola inicia assim: “E contou-lhes também uma Parábola sobre o dever de orar sempre e nunca desfalecer”.

II. A BONDADE DE UM DEUS JUSTO
1. Deus é bom. Como o juiz da Parábola era cheio de si mesmo, não temia ao Senhor e não respeitava ninguém, ele atendeu a viúva apenas para que ela não o incomodasse mais. Deus, porém, nos atende por amor, por bondade. A bondade faz parte da natureza de Deus. Satanás, ao contrário, possui uma natureza má, ele não pode fazer o bem, tudo que ele faz resulta em maldade para o homem, ele é mau em si mesmo. Assim, sendo Deus bom por natureza, todos os homens são beneficiados pela sua Bondade. É o que afirma a Palavra de Deus:

“O Senhor é bom para todos, e as suas misericórdias são sobre todas as suas obras... Abres a mão e satisfazes os desejos de todos os viventes” (Sl 145.9,16).
O Senhor Jesus confirmou o que Davi havia declarado, quando disse que Deus “é benigno até para com os ingratos e maus” (Lc 6.35); “...porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos” (Mt 5.45).

É, pois, por sua Bondade, que Deus dispensa, dia a dia, o seu favor para toda a humanidade (Gn 8.22).

- A misericórdia é um dos aspectos de sua Bondade, por isto o profeta Jeremias diz: “As misericórdias do Senhor são as causas de não sermos consumidos; porque as suas misericórdias não têm fim” (Lm 3.22).

- Paulo fala da bondade de Deus aos crentes de Tessalônica: “Pelo que também rogamos sempre por vós, para que o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação e cumpra todo desejo da sua bondade e a obra da fé com poder” (2ª Ts 1.11).

- Davi falou da bondade de Deus da seguinte forma: “Não te lembres dos pecados da minha mocidade nem das minhas transgressões; mas, segundo a tua misericórdia, lembra-te de mim, por tua bondade, Senhor. Bom e reto é o Senhor; pelo que ensinará o caminho aos pecadores” (Sl 25.7-8).

- Os homens são convidados a louvar a Deus, pela sua bondade: “Louvai ao Senhor, porque ele é bom...Louvem ao Senhor pela sua bondade e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens!” (Sl 107.1,8); “Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os moradores da terra...Porque o Senhor é bom, e eterna, a sua misericórdia...” (Sl 100.1,5).

Portanto, Jesus quer que nós entendamos que, se aquele juiz injusto atendeu o pedido de uma pessoa humilde e sofredora, o Deus Todo-Poderoso, o nosso justo juiz, fará muito mais por nós todos, com o maior prazer do mundo, pois Ele nos ama.
“E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se, vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?” (Mt 7.9-11).
“E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?” (Lc 18.7).

2. Deus é justo. Além de sua infinita bondade, Deus é justo e não devemos ter dúvida alguma a respeito disso. Tenhamos sempre a certeza de que Deus é justo e a justiça se fará sempre.
O juiz da Parábola se negou a atender a viúva durante algum tempo. Mas num dado momento ele refletiu sobre a situação daquela mulher, e preocupado com seus próprios interesses, considerou atendê-la. Ele admitiu que não temia a Deus e nem tinha consideração pelas pessoas; mas também ele não queria mais ser importunado. Ele, então, resolveu julgar a causa da viúva para que ela deixasse de aborrecê-lo com seu pedido.

O Senhor Jesus concluiu a Parábola do juiz iníquo com a seguinte declaração:
“Ouvi o que diz o injusto juiz. E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?” (Lc 18.6-8).

Se um juiz injusto responde à pressão constante, quanto mais um Deus grandioso, amoroso e bondoso irá responder a aqueles que, com perseverança, e com um coração contrito e piedoso, o buscarem! Eles podem crer que Ele ouvirá seus pedidos de ajuda. Eles podem confiar que um Dia Deus finalmente irá fazer justiça.

À media que o povo de Deus procura ser obediente neste mundo de pecado, todos devem saber que Deus não será tardio para com eles. Durante algum tempo, poderá parecer que os seus pedidos não são ouvidos; mas, um Dia, Deus depressa lhes fará justiça. O juiz da Parábola é iníquo, injusto; Porém, Deus, a quem servimos, é fiel e justo.

3. Deus assume a nossa causa. Além da perseverança na oração e na fé, a Parábola destaca a bondade, a justiça e o fato de que Deus assume as causas dos menos favorecidos. Moisés deixou escrito este fato, para que o seu povo lembrasse sempre disso:
“Pois o SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas; que faz justiça ao órfão e à viúva e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e veste” (Dt 10.17,18).

No Antigo Testamento, a viúva era personagem marginalizada, especialmente se não tinha filhos crescidos para cuidar dela ou algum familiar que se tornasse o remidor, casando-se com ela. Ela era facilmente vitimada e tinha limitados recursos materiais e financeiros (Sl 94.6). Mas, Deus sempre teve uma atenção especial à viuvez, quer no Antigo quer no Novo Testamento. As recomendações foram claras e imperativas ao povo de Israel e à Igreja. Cito algumas:
“Quando no teu campo colheres a tua colheita, e esqueceres um molho no campo, não tornarás a tomá-lo; para […] a viúva será; para que o Senhor teu Deus te abençoe em toda a obra das tuas mãos” (Dt.24.19).

“Quando sacudires a tua oliveira, não voltarás para colher o fruto dos ramos; …para a viúva será” (Dt 24.20).

“Quando vindimares a tua vinha, não voltarás para a rebuscá-la; …para a viúva será o restante” (Dt 24.21).

“Quando acabares de separar todos os dízimos da tua colheita no ano terceiro, que é o ano dos dízimos, então os darás ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que comam dentro das tuas portas, e se fartem” (Dt 26.12).

“A nenhuma viúva … afligireis” (Ex.22.22).

“Se algum crente ou alguma crente tem viúvas, socorra-as, e não se sobrecarregue a igreja, para que se possam sustentar as que deveras são viúvas” (1ª Tm 5.16).
A bondade demonstrada às viúvas era louvada como um dos sinais da verdadeira religião. Diz o profeta Isaías:

“Aprendei a fazer o bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas” (Is 1.17).

Diz também Tiago:
“A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas Tribulações…” (Tg 1.27).

Deus é o socorro do Seu povo na hora da angústia. O salmista assim se expressou:
“Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade” (Sl 46.1).

O socorro divino nem sempre se manifesta em forma de milagre, de algo sobrenatural; pode ser de forma muito simples e nem ser notada. Geralmente o socorro de Deus vem pela ação de algum dos Seus servos que Ele usa para a glória do nome d’Ele; muitas vezes vem como resposta à oração. É o Pai respondendo o clamor de seus filhos, assumindo a sua causa.

III. A PERSEVERANÇA DA VIÚVA É UMA IMAGEM PARA NÓS

1. Oração. Há momentos de nossa vida que são tão cruentos que pensamos que Deus nos tem desprezado. As angústias e adversidades nos deixam debilitados espiritualmente e nos fazem ofuscar as esperanças de uma recuperação a uma posição original. Mas, o crente tem uma arma poderosa nestes momentos difíceis de nossa caminhada rumo ao Céu: a oração. Ela é poderosa e traz substância à alma, pois mesmo não tendo força suficiente devido o momento difícil e tenebroso, o Espírito Santo nos ajuda a buscarmos a Deus em oração. O apóstolo Paulo, real exemplo de um crente que passou por momentos de angústia, nos dá a receita certa para esses momentos:
“Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração”(Rm 12.12).

A oração é o canal pelo qual o homem exercita a sua submissão a Deus; é a forma pela qual o crente se põe como um verdadeiro servo do Senhor; é a própria exteriorização de nossa qualidade de servo de Deus.

2. Perseverança. Além de orar, é necessário compreender que a oração deve vir acompanhada de perseverança. O tema central da Parábola em comento é a Oração Perseverante. O texto já revela isso logo no início: “Disse-lhes Jesus uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer” (Lc 18.1).

A ansiedade da viúva certamente era muito grande para ver a sua situação resolvida. Porém, precisou de vários encontros com o juiz para que ele a atendesse. Precisou ser resistente e persistente. Deus faz todas as coisas no tempo certo. A nossa ansiedade e imediatismo muitas vezes destroem a nossa persistência e a nossa fé. Deus quer ser buscado de forma incessante e persistente pelos seus, pois a perseverança levará em conta o tempo de espera como um meio para aclarar e purificar a nossa vida no aprendizado das coisas de Deus.

3. Fé. Existe fé verdadeira nas orações das pessoas? A viúva da Parábola teve fé, mas muitos não têm. Jesus derruba a questão do imediatismo e mostra que na realidade o que falta muitas vezes nas pessoas é a fé. Com uma pergunta de efeito Jesus questiona se aqueles que vêm até Deus com suas orações serão como a viúva cheia de fé perseverante ou não: “Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?” (Lc 18.8).

Ao fazer essa pergunta, Jesus afirma que muitos de nós deixamos de lado a nossa fé por causa do imediatismo. Queremos tudo “para ontem”, e nos esquecemos que temos um Deus que é dono do tempo e de todas as coisas; nada foge do controle e da soberania d’Ele. Quase sempre não entendemos o porquê da “demora” de Deus, mas se formos perseverantes, veremos que Ele agirá no tempo perfeito, no Seu tempo (Kairós), que na maioria das vezes não coincide com o nosso tempo (Chronos).

Estamos persistindo na fé? Estamos preparados e, em oração, esperando a volta de Jesus? Será que temos a mesma perseverança que aquela viúva teve? Ou será que, ao ouvir o primeiro “não" durante uma provação, abandonaremos a nossa fé e decidiremos resolver as situações com as nossas próprias forças? Aqueles que cristãos dizem ser podem ser tentados a abandonar a fé, porque suas orações não foram ainda respondidas. Mas Deus não os esqueceu, e eles não devem ficar desanimados. Como a viúva da Parábola, temos de perseverar e continuar pedindo. Ao contrário do juiz iniquo, Deus não responde de má vontade as nossas orações. Ele se deleita em conceder nossos desejos e nos vindicar.

IV. LIÇÕES IMPORTANTES DA PARÁBOLA DO JUÍZO INÍQUO

Nesta Parábola, Jesus dá primeiro a lição, depois conta a Parábola. A lição é sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer. Se um juiz injusto concede o pedido por causa da persistência da requerente, quanto mais o Pai celestial, o Deus de amor, de infinita bondade e misericórdia, irá responder à persistência de quem o pede. Vemos nesta Parábola algumas lições importantes (Adaptado do Livro “Lucas – Jesus, o Homem perfeito”, do Rev. Hernandes Dias Lopes).

1. A oração é o antídoto contra o desânimo (Lc 18.1). “E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca desfalecer”. Mesmo que a oração seja um exercício espiritual que demanda toda a nossa energia, o que nos leva a esmorecimento não é a oração, mas a falta dela; é quando deixamos de orar que somos suplantados pelo desânimo; é quando falta oração em nossa vida que somos esmagados pelo esmorecimento. Sem oração, perdemos o vigor espiritual. Sem oração, não há poder para enfrentar as lutas e perseguições que sobrevém. Sem oração, perdemos a conexão com as alturas, com o Céu.

2. A oração perseverante é um dever (Lc 18.1). “...o dever de orar sempre e nunca desfalecer”. Jesus poderia ter falado que oração é um privilégio, e realmente é, pois orar é falar com Deus; a oração é unir a fraqueza humana à Onipotência divina; é conectar o altar com o trono. Porém, Jesus afirmou que a oração perseverante é um dever. Deixar de orar é um pecado de omissão; é não apenas deixar de desfrutar de um privilégio, mas é, também, deixar de cumprir um dever cristão.

3. A oração não é um pedido de um desconhecido a um magistrado injusto (Lc 18.2-6). A Parábola deixa claro o contraste entre a viúva e os escolhidos de Deus. A viúva é uma mulher desprotegida e indefesa, que não possui mais um protetor natural. Ela não conhece o juiz, não é respeitada por ele nem tem acesso ao tribunal.
Jesus não diz que o povo de Deus é como essa viúva. Há um grande contraste entre esta viúva e o povo de Deus. Que contrastes encontramos aqui?

- A viúva era anônima, desconhecida e desprotegida; mas nós somos filhos de Deus, nosso nome está inscrito no Livro da Vida.
- A viúva não tinha acesso ao juiz; nós temos livre acesso ao Trono da Graça, por meio de Cristo.
- A viúva não tinha amigo algum no tribunal; nós temos, junto ao Pai, Jesus Cristo, o Advogado, o Justo; Ele é o nosso grande Sumo Sacerdote que nos assiste em nossa fraqueza.
- A viúva não tinha nenhuma garantia ou promessa do juiz em atender à sua causa; nós temos as Escrituras Sagradas com centenas de promessas do cuidado generoso de Deus.
A viúva dirigiu-se a um tribunal; mas nós entramos confiadamente no Trono da Graça (Hb 4.14-16).

4. A oração é um pedido dos escolhidos ao Deus justo (Lc 18.7). Jesus faz aqui um claro contraste entre o juiz e Deus. O juiz é arrogante e egoísta. Não teme a Deus nem respeita aos homens. Ele nem sequer tinha amor pela justiça. Sentimentos de ternura, de igual modo, eram completamente estranhos para ele. Só atendeu a viúva por causa da importunação dela e para ficar livre dela. Até mesmo ao fazer justiça à viúva, ele o fez por amor a si mesmo, e não por senso de justiça ou amor a ela. Deus, porém, não é assim; Ele é o Pai de misericórdias e o Deus de toda consolação (2ª Co 1.3). Ele responde à nossa oração porque nos ama. Deleita-se em ouvir nossa voz e em socorrer-nos em nossas necessidades. Se entendermos Deus como um Pai amoroso e não como um juiz severo, nós nos aproximaremos dele confiadamente em oração.

5. A oração não é atendida conforme agenda dos homens, mas segundo a vontade soberana de Deus (Lc 18.7-8). Mesmo quando os escolhidos de Deus clamam a Ele dia e noite, e mesmo sabendo que Deus os defende, nem sempre a oração é atendida imediatamente. A demora de Deus, entretanto, não é prova da insensibilidade, mas evidência de sua sábia e generosa providência. Quando Deus demora, segundo a nossa percepção terrena, é porque está nos preparando para a realização de sua vontade. A demora de Deus não é um indeferimento ao nosso clamor. Quando ele demora é porque está preparando algo maior e melhor para a nossa vida.

6. Deus ouve as orações e faz o que é correto. O juiz iníquo faz um contraste com o Juiz Justo, que é o Deus Todo-Poderoso. Se o juiz iníquo ouviu uma pessoa das mais simples e humildes da sociedade, e julgou a sua causa, Deus, o Todo-Poderoso Juiz Justo, não iria fazer muito melhor do que isso? Claro que sim! Por isso, o texto mostra claramente essa verdade:
“Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los?” (Lc 18.7).

7. O fim dos tempos será marcado pelo declínio da fé, pelo esfriamento da prática da oração (Lc 18.8b). Antes desta parábola, Jesus falou sobre sua Segunda Vinda e terminou apontando novamente para sua Volta. Entre sua Primeira e sua Segunda Vinda, precisamos orar sempre e nunca esmorecer. Porém, à medida que a história caminha para sua consumação, as pessoas se tornarão mais desatentas às coisas espirituais, como ocorreu com a geração de Noé e Ló (Lc 17.26-30). Daí a pergunta perturbadora de Jesus: “...quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra? (Lc 18.8). Provavelmente, isso quer dizer o tipo de fé que a pobre viúva tinha; mas, pode indicar também que, quando o Senhor voltar, haverá somente um remanescente fiel a Ele. As oito pessoas que foram salvas no dilúvio no tempo de Noé e as três que escaparam de Sodoma, nos alertam que não haverá uma grande fé no fim dos tempos. Entretanto, cada um de nós deveria ser estimulado ao tipo de fé que clama a Deus noite e dia, uma fé perseverante.

CONCLUSÃO. A Parábola do juiz iníquo, ou da viúva persistente, é um poderoso exemplo de fé perseverante, de que nós não podemos deixar de orar, independentemente das circunstâncias. O Senhor deseja ouvir a nossa voz em um relacionamento sincero e profundo com Ele. Não estamos abandonados à própria sorte, podemos clamar e seremos ouvidos, pois, o Senhor é bom e a sua benignidade dura para sempre (Sl.107:1). Entenda que a oração nos fortalece no dia mau e nos dá sensibilidade para ser gratos nos dias bons. Deus sempre estará junto daqueles que perseveram na fé e na oração. Pense nisso!

FONTE DE PESQUISA
1. Luciano de Paula Lourenço. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
2. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
3. Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
4. Revista Ensinador Cristão – nº 76. CPAD.
5. Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
6. Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
7. Rev. Hernandes Dias Lopes. Lucas, Jesus o Homem perfeito.

PERSEVERANDO NA FÉ - 4º TRIMESTRE DE 2017

2ª Tm 4.6-8Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. 7 Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. 8 Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.”

INTRODUÇÃO. Introduziremos a presente lição trazendo uma definição da palavra perseverança; destacaremos porque esta virtude é necessária para o aquele que foi salvo por Cristo Jesus; veremos que tanto o A.T. como o N.T. nos mostra que é possível o crente perder a salvação de forma temporária ou definitiva; falaremos mais detalhadamente sobre a possibilidade da apostasia; e, concluiremos falando sobre em que o cristão deve perseverar.

I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA PERSEVERANÇA

O verbo “perseverar” significa: “ser constante, permanecer, conservar-se” (HOUAISS, 2001, p. 2196). No grego, “hupomoné”, “perseverança”, “resistência”, “constância”. Esse vocábulo grego denota a resistência paciente, sob circunstâncias adversas, com base na ideia de alguém que leva aos ombros uma carga pesada, mas da qual não desiste (CHAMPLIN, 2004, p. 246). No que tange a salvação a perseverança é uma atitude que Deus requer do homem a fim de que não venha perder a salvação que lhe foi concedida por meio de Cristo Jesus (1ª Co 15.2; 1ª Pe 1.5; Ap 2.25; 3.11).

II. A NECESSIDADE DA PERSEVERANÇA PARA O SALVO

1. A fragilidade humana. Sabendo da fragilidade humana, Jesus exortou os apóstolos a perseverarem até o fim (Mt 10.22; 24.13). É necessário entender que embora tenhamos sido perdoados e libertos dos nossos pecados (1ª Jo 2.12; Rm 6.22), ainda não estamos livres da presença do pecado na nossa natureza humana (Rm 6.19; 7.18-a). Isto somente se dará quando nosso corpo for glorificado, por ocasião do arrebatamento da Igreja (1 Co 15.51-54). Até este acontecimento, precisamos ser perseverantes, a fim de não sermos vencidos pelo pecado (Rm 6.11,12; 1ª Co 15.34).

2. A astúcia do Diabo. Além da fragilidade humana, o crente precisa perseverar porque o tentador procura nos derrubar (1ª Pe 5.8). Toda tentação é proveniente da própria natureza humana (1ª Co 10.13; Tg 1.13-15), todavia, o principal agente da tentação é Satanás (Mt 4.3; Lc 4.2; 1 Ts 3.5; Tg 4.7). Precisamos estar vigilantes e fortalecermo-nos no Senhor a fim de vencer as batalhas espirituais, que somos submetidos (Ef 6.10-18).

3. A vinda do Senhor será repentina. A necessidade da persevança se dá também pelo fato a volta de Jesus de ser um evento repentino. Diversas vezes, Jesus exortou os seus discípulos sobre isso (Mt 24.36,42,44; 25.13; Mc 13.33; Lc 12.46).

Infelizmente, não são poucos aqueles que têm a promessa do Senhor como tardia, ao ponto de desacreditarem dela (2ª Pe 3.4). Todavia, Jesus nos assegurou que viria sem demora (Ap 3.11; 22.12,20). Devemos perseverar para não sermos pegos de surpresa e sermos achados dormindo naquele dia (Mc 13.36; Lc 21.34).

III. O SALVO PODE PERDER A SALVAÇÃO

Embora entendamos que cair numa fragilidade seguida de contrição e arrependimento sincero não implica em perda de salvação (Pv 28.13); como observemos o caso de Davi (2ª Sm 11.4; 12.13; Sl 51.1-19); e, Pedro (Mc 14.66-72). A Bíblia também está repleta de exemplos de pessoas que caíram e permaneceram prostradas, recusando se arrependerem, tais como rei Jeroboão (1º Re 14.1-9), e, o rei Saul (1º Sm 28.7,8; 31.4). Estes e outros casos mostram que é possível o crente perder a salvação que lhe foi concedida (Êx 32.31-33; Jo 15.2; Rm 11.22,23; 1ª Co 15.2; Hb 3.6,7,15; Ap 3.5) se este der as costas temporariamente (desvio - Lc 15.11-24) ou definitivamente (apostasia – Hb 6.4-8) ao Senhor que o resgatou (2ª Pe 2.1-3,15,20-22). Nossa Declaração de fé (2017, p. 114) nos diz: “Mediante o mau uso do livre arbítrio, o crente pode apostatar da fé, perdendo, então a sua salvação”.

1. O Antigo Testamento. No AT há diversos casos que nos evidenciam a possibilidade de alguém salvo perder a sua salvação. Vejamos:
1.1. Os descendentes de Sete, o terceiro filho de Adão, misturaram-se com as filhas da terra desviando-se assim do Senhor (Gn 6.1,2), e, pereceram no dilúvio (Gn 6.7).

1.2. A mulher de Ló que estava entre aqueles que seriam poupados do julgamento que seria derramado sobre as cidades de Sodoma e Gomorra, perdeu a salvação quando, saindo da cidade não perseverou em seguir a voz divina, olhando para trás (Gn 19.17,26).

1.3. Os hebreus que saíram do Egito rumo a terra prometida, por causa da sua incredulidade (Hb 3.19); rebeldia (Dt 1.26); falta de perseverança (Nm 32.11); e, idolatria (Êx 32.7,8), não herdaram a promessa (1º Co 10.5). A velha geração, que saiu do Egito, de vinte anos acima não entrou na terra (Nm 32.11), exceto Calebe e Josué que perseveraram em seguir ao Senhor (Nm 32.12). Mesmo entrando na terra de Canaã, o povo de Israel em sua grande maioria se desviou do caminho do Senhor, não dando ouvidos aos apelos dos profetas para que se arrependessem (Jz 2.17; 1º Re 19.10; Jr 1.16; 2.19; 2.32; 3.8; 11.10; Ez 44.10; Dn 9.11; Os 1.2; 11.7; Ml 2.8; 3.7). Portanto, o justo pode se desviar da justiça e ser condenado por isso (Ez 3.20; 18.26; 33.13).

2. O Novo Testamento. O Novo Testamento de igual forma mostra que é possível o cristão perder a salvação. Jesus disse que quem negá-lo diante dos homens: “será negado diante dos anjos de Deus” (Lc 12.8). Expressões como: “desviar-se” (Tg 5.19); “cair” (1ª Co 10.12; 1ª Tm 3.6); “naufragar na fé” (1ª Tm 1.19); “apostatar” (1ª Tm 4.1); e, “recair” (Hb 6.6), também evidenciam isso. Personagens bíblicos também atestam esta possibilidade, estre os quais estão:
2.1. Judas (At 1.25).
2.1. Ananias e Safira (At 5.1-11).
2.3. Himeneu (1ª Tm 1.20-a).
2.4. Fileto (1ª Tm 6.21; 2ª Tm 2.17).
2.5. Alexandre (2ª Tm 4.14).
1.6. Demas (2ª Tm 4.10)

Portanto, um cristão salvo pode sim, desviar-se, cair em pecado e perecer, caso não se arrependa ante a insistência do Espírito Santo (Dt 30.19; 1ª Cr 28.9; 2ª Cr 15.2; Ez 18.24,26; 33.18; Jo 15.6; Rm 11.21,22; 1ª Ts 5.15; 1ª Co 10.12; 1ª Tm 4.1; 5.15; 12.25; Hb 3.12-14; 5.9; 2ª Pe 3.17; 2.20-22). Essa verdade fica ainda mais evidente quando consideramos o “se” condicional quanto à salvação (Hb 2.3; 3.6,14; Cl 1.22,23), bem como a condição: “ao que vencer”, que aparece sete vezes em Apocalipse 2 e 3.

IV. A POSSIBILIDADE DA APOSTASIA

O termo apostasia vem do grego “apostásis” e significa “o abandono premeditado e consciente da fé cristã”. O termo grego “aphistemi” é definido por: “apartar, decair, desertar, retirar, rebelião, abandonar, afastar-se daquilo que antes se estava ligado” (STAMPS, 1995, p. 1903). Podemos elencar alguns passos que levam uma pessoa à apostasia:
(a) Quando o crente, por sua falta de fé, deixa de levar plenamente a sério as verdades, exortações, advertências, promessas e ensinos da Bíblia (Mc 1.15; Lc 8.13; Jo 5.44,47; 8.46).

(b) Quando as realidades do mundo chegam a ser maiores do que as do reino celestial, e o crente deixa paulatinamente de aproximar-se do Senhor (4.16; 7.19,25; 11.6).

(c) Por causa da aparência enganosa do pecado, a pessoa se torna cada vez mais tolerante do pecado na sua própria vida (1ª Co 6.9,10; Ef 5.5; Hb 3.13).

(d) Quando o crente já não ama a retidão nem odeia a iniquidade.

(e) Por causa da dureza do seu coração e da sua rejeição dos caminhos do Senhor, não faz caso da repetida voz e repreensão do Espírito Santo, chegando ao ponto de blasfemar dele (Mt 12.24; Ef 4.30; 1ª Ts 5.19-22; Hb 3.7-11). Abaixo elencaremos três distorções sobre este assunto:

1. O crente não tem como se desviar, porque Deus o sustenta. De fato, Deus sustenta aqueles que confiam nele (Sl 91.14; Jo 10.29; 1ª Co 1.8; Cl 3.3; Jd 1.24). Mas, é necessário entender que o crente está seguro quanto à sua salvação enquanto permanecer em Cristo (Jo 15.1-6). Há os dois lados da questão: o divino e humano. Na lista de coisas que Paulo disse que não podem nos separar do amor de Deus, ele não incluiu a vontade humana e o pecado da apostasia (Rm 8.35- 39), pois sabia que estas podem sim apartar o crente de Deus (Rm 8.8; 1ª Tm 4.1). Portanto, não há segurança espiritual para ninguém, estando em pecado (Rm 8.13; Hb 3.6; 5.9). Somos mantidos em Cristo pelo seu poder, mediante a nossa fé n’Ele (1ª Pe 1.5; Jd v.20; 2ª Co 1.24-b). A salvação é eterna para os que obedecem ao Senhor (Hb 5.9; 1ª Co 15.1,2).

2. Se o crente se desviar é porque ele não era crente verdadeiro. Alguns afirmam que se uma pessoa se desviar é porque não teve um encontro real com Cristo. Não é isto que o escritor aos hebreus ensinou, quando exortou os cristãos hebreus quanto ao perigo da apostasia. Ele alertou crentes verdadeiros a terem cuidado sobre esta horrível possibilidade:
“Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus, e as virtudes do século futuro, e recaíram, sejam outra vez renovados para o arrependimento” (Hb 6.4-6). Segue-se ainda as exortações dos apóstolos (1ª Co 10.1-11,12; 1ª Co 15.1,2; Gl 5.1-4; Tg 5.19,20; 2ª Pe 2.20-22; 1ª Jo 2.19,28; Jd 1.5,6,21-23).

3. Se for criado na doutrina ele não se desvia definitivamente. O fato de os pais criarem o filho na doutrina do Senhor, conforme ordena as Escrituras (Pv 22.6; Ef 6.4), não significa dizer que este filho não poderá se desviar e até se perder.

Acerca de Provérbios 22.6, Beacon (p. 399) diz: “Estas palavras são tremendamente reconfortantes para pais fiéis e dedicados. No entanto, não devem ser interpretadas como garantia absoluta. Igualmente necessário para a sua salvação é o exercício da livre escolha por parte deles para que recebam a sempre disponível graça de Deus”. Lembremos de Caim (Gn 4.4-8); e, dos filhos do piedoso Samuel (1º Sm 8.1-3).

V. EM QUE DEVEMOS PERSEVERAR
1. No amor de Deus (Jo 15.9).
2. Em fazer o bem (Rm 2.7).
3. Na benignidade divina (Rm 11.22).
4. Em oração (Rm 12.12; Cl 4.2).
5. Em vigilância (Ef 6.18).
6. Na fé (Cl 1.23).
7. Na doutrina (1ª Tm 4.16; 2ª Jo 1.9).

CONCLUSÃO. A Bíblia está repleta de exortações quanto a necessidade daqueles que foram salvos de perseverarem no caminho do Senhor, a fim de que não caiam da graça e percam a salvação que lhes foi concedida. Portanto, a ideia de “uma vez salvo, salvo para sempre” é falaciosa e consequentemente conduz a pessoa a frouxidão moral.

FONTE DE PESQUISA
1. ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
2. CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
3 GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. CPAD.
4. GILBERTO, Antônio. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
5. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. Objetiva.
6. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
8. Lições Bíblicas: CPAD. Trimestre: 4° de 2017. CPAD