TEOLOGIA EM FOCO: abril 2009

quarta-feira, 15 de abril de 2009

A ARCA DE DEUS


2° Sm 6.2-11 “Dispôs-se e, com todo o povo que tinha consigo, partiu para Baalá de Judá, para levarem de lá para cima a arca de Deus, sobre a qual se invoca o Nome, o nome do SENHOR dos Exércitos, que se assenta acima dos querubins. Puseram a arca de Deus num carro novo e a levaram da casa de Abinadabe, que estava no outeiro; e Uzá e Aiô, filhos de Abinadabe, guiavam o carro novo. Levaram-no com a arca de Deus, da casa de Abinadabe, que estava no outeiro; e Aiô ia adiante da arca. Davi e toda a casa de Israel alegravam-se perante o SENHOR, com toda sorte de instrumentos de pau de faia, com harpas, com saltérios, com tamboris, com pandeiros e com címbalos. Quando chegaram à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus e a segurou, porque os bois tropeçaram. Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta irreverência; e morreu ali junto à arca de Deus. Desgostou-se Davi, porque o SENHOR irrompera contra Uzá; e chamou aquele lugar Perez-Uzá, até ao dia de hoje. Temeu Davi ao SENHOR, naquele dia, e disse: Como virá a mim a arca do SENHOR? Não quis Davi retirar para junto de si a arca do SENHOR, para a Cidade de Davi; mas a fez levar à casa de Obede-Edom, o geteu. Ficou a arca do SENHOR em casa de Obede-Edom, o geteu, três meses; e o SENHOR o abençoou e a toda a sua casa.

INTRODUÇÃO: A arca em casa de Obede-Edom. Esta história ensina várias lições importantes:

1. Boas intenções não bastam.
Davi quis fazer bem esta vez, como numa ocasião subseqüente (2° Cr 6.8). Mas precisava haver obediência.

2. Grande cerimônia não é aceitável a Deus no caso de não ser “segundo a devida ordem”.
Ainda hoje um grande ritual, ou procissões magníficas, não de acordo com a Palavra de Deus, nada valem, porque “Deus é espírito, e os que adoram precisam adorá-lo em espírito e em verdade”. Lemos em 2° Samuel que nada menos que 30 mil pessoas tomaram parte nesta grandiosa ocasião.

O homem não deve ser atrevido diante de Deus. A ação irrefletida de Uzá talvez revelasse uma falta de reverência e apreciação da divina dignidade. O fato é que não sabemos precisamente como ele escorou a arca, nem o seu aspecto e atitude em fazê-lo.

Levar a arca era missão dos sacerdotes e devia ser levado nos ombros (Nm 7.9; Êx 28.1, 44-45).
Através do profeta Jeremias, Deus chama atenção de Seu povo dizendo: “Maldito aquele que fizer a obra do SENHOR relaxadamente! Maldito aquele que retém a sua espada do sangue!” (Jr 48.10).

Fazer a obra de Deus sem reverência, sem ordem, de qualquer jeito, pode levar o homem a morte como o caso de Uzá.

No capítulo 14 e 15 de 1° Crônicas encontramos mais algumas lições para aqueles que fazem o trabalho de Deus.

Levando a arca para Jerusalém. A lição desta segunda vez de levar a arca de Deus para Jerusalém é reconsideração. A primeira vez Davi não foi bem sucedido, e podia ter abandonado seu propósito com bastante prejuízo para si e para o povo.

Mas ele considera o caso, indaga em que errara a primeira vez, e afinal faz tudo de acordo com a vontade de Deus.

1. Um lugar preparado (v.1). Quem deseja receber Cristo no seu coração deve cuidar que haja um lugar disponível para Ele, um lugar desocupado de tudo que não esteja em harmonia com sua presença.

2. Cuidadosa atenção a Palavra de Deus. Os sacerdotes são chamados para seu legitimo serviço (v. 11).

3. Muita atenção à “ordenança divina” (v. 13). Quando Deus tem determinado qualquer coisa deve ser feita, devemos seguir o método estabelecido por Ele e não os nossos próprios métodos. Quando Deus não tem determinado o processo de qualquer rito, não devemos nos preocupar demasiadamente com qualquer método.

4. “Deus ajudou os levitas” (v. 26). Quando temos a certeza de que estamos de acordo com a Palavra de Deus, podemos ter experiência da ajuda de Deus.

5. Havia louvor e regozijo com o serviço. Fazer a obra de Deus alegra o coração, e podemos cantar os seus louvores quando trabalhamos de acordo com sua vontade.

6. Houve alguém que viu tudo isso com desprezo. Mical, filha de Saul, julgou haver uma falta de dignidade da parte do rei quando Davi dançou perante a arca. A arca representava a presença de Deus no meio do povo. Davi estava alegre em poder trazer a arca para Jerusalém. Hoje, somos nós o templo do Espírito e Ele habita em nós, por isso sentimos grande alegria em servi-lo. Ainda hoje uma pessoa carnal não aprecia a presença do Espírito Santo.

A presença do Espírito Santo, deve ser real e permanente no seio da Igreja, pois dependemos d’Ele do início até o final do culto. Porém alguns ignoram o louvor não sabem eles que Deus habita no meio dos louvores.

Aqueles que são vocacionados para a liturgia do culto, quer seja louvor, quer seja ensino, devem fazer com temor, com reverência e com um coração contrito.
“Estejam na vossa garganta os altos louvores de Deus e espada de dois gumes, nas vossas mãos” (Sl 149.6).

Em muitas igrejas o louvor está em segundo plano; os próprios líderes caminham, de um lado para outro, entram e saem, conversam etc. Mas quando usam a Palavra a coisa muda; o tom da voz é outro: “irmãos tenham reverência, pois vou começar a pregar a Palavra” ou dizem ainda: “ninguém mais se mova dentro da igreja tenham reverência na casa de Deus. Mas na hora do louvor não precisamos ter reverência? Será que não estamos nos portando como Uza?

Como queremos que Deus opere se a falta de ordem e reverência no culto?

O apóstolo Paulo escreve aos Coríntios dizendo: “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo (louvor), tem doutrina (ensino), tem revelação, tem línguas, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1ª Co 14.26).

As nossas atitudes no seio da igreja devem ser para edificação desestimular a fé dos nossos irmãos.


Pr. Elias Ribas
Dr. em Teologia
pr.eliasribas2013@gmail.com