TEOLOGIA EM FOCO: outubro 2022

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

O TRABALHO DOS ANJOS NA GRANDE TRIBULAÇÃO - APOCALIPSE 14

 


O capitulo 14 é a continuação do grande parêntese que começou no capitulo 12 e se encerra no capitulo 14.20, pois o 15 já é a preparação para os anjos derramarem suas taças, o que ocorre em 16.2. A sétima trombeta, que teoricamente introduz a última sequência das pragas que é as sete taças, é tocada em Ap 11.15, e as taças são introduzidas em 16.2, sendo do 12 ao 14 um parêntese de narração, e o 15 a preparação para as taças.

No capítulo 14, João vê uma série de anjos no céu que aparecem de forma harmônica e cada um com uma mensagem especifica. Na verdade, se trata no total de seis anjos, que agora têm a proclamar uma mensagem desde o céu. Eles passam anunciando recados importantes de advertência e de terrível juízo de Deus, porém de outra perspectiva: “a pregação do evangelho eterno”. 

1. O primeiro anjo anuncia o evangelho eterno.

“Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14.6-7). 

A voz, das duas testemunhas e o testemunho dos cento e quarenta e quatro mil calou-se agora sobre a terra, e o evangelho eterno é então anunciado por um anjo, que voa pelo meio do céu. Portanto, quando não houver mais nenhuma língua humana para anunciar o evangelho, o céu fala. Então os anjos, que o Anticristo não pode atingir, pregarão o evangelho e todas as nações, tribos e línguas serão obrigadas a escutar, mesmo que não queiram ouvir. A Palavra de Deus não está algemada, mas eternamente viva e tem que ser ouvida.

A palavra evangelho no hebraico é “besorah” e no grego é “evangelion”. Em ambos os casos significam “Boas Novas” para a humanidade, porém aqui são as boas novas do reino de Deus que acontecerão em breve.

A palavra evangelho é a boa notícia de que Jesus Cristo foi crucificado na Cruz do Calvário pelo pecado do mundo e que aquele que aceita isto pessoalmente na fé, é justificado pela ressurreição de Jesus Cristo. Esse é o chamado “evangelho de Deus” (Rm 1.1) e “evangelho de Cristo” (2ª Co 10.14). Trata-se também do “evangelho da graça de Deus” (At 20.24), porque salva os que são malditos pela lei. Além disto, a Escritura fala também do “evangelho da glória” (1ª Tm 1.11) e do “evangelho da vossa salvação” (Ef 1.13). Mas é também o “evangelho do reino” (vs. 6-7). O próprio Senhor Jesus pregou o evangelho do reino, antes de ir para a cruz: “Percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo” (Mt 4.23). Antes de subir ao céu, Ele comissionou a Sua Igreja para dar continuidade na pregação do evangelho (At 1.8). Na primeira fase da Tribulação as duas testemunhas anunciaram o evangelho (Ap 11.3-6 e 144 mil Judeus irão se converter mas, no final da Grande Tribulação os anjos darão continuidade à pregação deste evangelho, cumprindo as palavras preditas por Jesus quando declarou: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim” (Mt 24.14).

O apelo do primeiro anjo contém três ordens: 1. Temer a Deus; 2. Dar-Lhe glória; e 3. adorá-Lo por ser o Criador.

Temer a Deus...”. A palavra temei no grego é phobeo. Ela não é usada aqui com sentido ter medo, mas chagar na presença do Eterno com reverência e respeito.

Dar-Lhe glória...” Dar glória é honrar a Deus. Ele merece toda a glória por causa de quem é e o que fez. Deus nos criou para Sua glória. Nós fomos criados para glorificar a Deus. Todo o universo dá glória a Deus (Sl 66.4). O único ser no céu e na terra que merece toda honra e toda glória é somente Yawwh. É fácil esquecer isso na vida diária e glorificar a criação em vez do Criador. Podemos nos maravilhar com a natureza e com tudo que as pessoas já fizeram, mas não devemos glorificar a natureza, nem as pessoas como deuses, pois caímos no pecado da idolatria.

Adorá-Lo por ser o Criador.” A voz do primeiro anjo, anuncia o evangelho no céu e também convida o mundo à adoração ao Criador. Seu evangelho é: “adorem e temam a Deus”. Isto é o contrário da mensagem da besta, que exige adoração da imagem da besta. Ao mesmo tempo esse primeiro anjo anuncia também o juízo.

“.... é chegada a hora do seu juízo...”. O tempo do verbo nessa passagem indica que começou o juízo. Esse juízo ocorre antes da vinda de Jesus em glória. O juízo precede o advento.

O resultado da pregação do evangelho eterno será então o juízo sobre o mundo das nações, por ocasião da volta do Senhor Jesus Cristo. A respeito o próprio Senhor fala em Suas palavras sobre os tempos finais: “Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas” (Mt 25.31-32).

O evangelho do reino é a mensagem que Deus vai estabelecer nesta terra o reino do Cristo, do Filho de Davi, como cumprimento da aliança com Davi. 

2. O segundo anjo anuncia a queda Babilônia. “Um segundo anjo o seguiu, dizendo: Caiu a grande Babilônia que fez todas as nações beberem do vinho da fúria da sua prostituição.” (V. 8).

O profeta Habacuque também emprega os dois sentidos do cálice. “A Babilônia seduziu seus companheiros com o cálice da mão direita do Senhor.”

Precisamos compreender esta mensagem angélica, pois não se trata da Babilônia literal, mas sim da Babilônia espiritual e apostata que se propagou no meio do cristianismo.

Esse anjo anuncia a queda da Babilônia. Aqui se trata de alguém ou algo muito abominável, pois esta Babilônia não é somente objeto da ira de Deus, mas objeto do “furor” da sua ira.

A Babilônia, também é chamada de meretriz e se torna uma das principais personagens nos capítulos 17 18. E sobre este assunto, estudaremos nestes dois capítulos. 

3. O terceiro anjo tem uma mensagem de Juízo. “Seguiu-se a estes, outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do seu nome” (Ap 14.9-11). 

No capítulo 13 versos 13 a 16, o Anticristo ordena todos os habitantes da terra a receber a marca do seu nome, ou seja, a marca da besta. “Seriam mortos todos os que se recusassem adorar a Besta e a sua imagem, e não recebessem o sinal na testa e na mão”. Por isso o terceiro anjo traz uma mensagem de condenação e castigo eterno, que nunca acabará, da realidade do inferno. Embora, muitos negam a eternidade do inferno, o apóstolo escreve no verso dizendo: “A fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite.” (V. 11).

A palavra eternidade no grego aion e transmite a ideia de que algo durará para sempre. Portanto, para esses que reformulam o amor Deus, ensinando que um Deus de amor não lançará ninguém no inferno. Por três vezes Jesus falou a Seus discípulos sobre o inferno: “é melhor entra na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que nunca se acaba” (Mc 9.43; veja os versículos seguintes, 45,47).

A segunda morte (separação eterna de Deus), “no lago que arde com fogo e enxofre” (Ap 21.8), lugar onde serão atormentados para sempre (sheol), os adoradores da Besta e os pecadores de todas as épocas. Para os russelitas que não creem no inferno será tarde demais. “O fumo do seu tormento sobe para todo sempre”. O fumo produzido pelo fogo e o enxofre daquele lago é eterno, ou seja, dura para sempre (Is 34.10). Seu suplício é sem fim e nunca terão repouso. Só em Cristo está o descanso para a alma aflita (Mt 11.28), graças a Deus. Porém, “horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31).

Esta sentença saiu do Trono, com dura manifestação do juízo de Deus contra os adoradores da Besta. Não haverá desculpa para aqueles que aceitaram a marca da besta e o adoraram o Anticristo, nenhum culpado poderá evitar o juízo de Deus (Sl 75.8; Is 51.17; Nm 14.18; Ne 1.3).

Agora os infiéis “beberão o cálice do vinho da ira de Deus”. O vinho é derramado puro, isto é, o juízo será sem misericórdia. “Serão atormentados com fogo e enxofre” “...para todo o sempre, sem repouso de dia e de noite.”

Este tormento terrível será individual, cada um padecerá eterno sofrimento (Ap 20.10; 21.8). Ao fogo, para tornar-se mais quente, é adicionado enxofre. Em Romanos, Paulo fala sobre a ira de Deus descendo dos céus (Rm 1.18) contra os infiéis. Deus permite que eles recebam justo juízo, pela consequência dos seus pecados. Em Apocalipse 6.17, o grande Dia da sua ira foi anunciado (Ap 11.18). Agora, será experimentado em toda a sua extensão por aqueles que seguiram a besta. 

4. A ceifa da terra. “Olhei, e eis uma nuvem branca, e sentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro e na mão uma foice afiada. (Ap 14.14). 

Cristo o Filho do Homem. A revelação que João vê é extraordinária. Ele vê um semelhante a Filho de Homem sentado sobre uma nuvem branca. A nuvem que o Senhor está assentado não é negra ou cinza, mas branca. Em grego a palavra usada é “leukos”, traduzido por “luminosa” ou “lúcida”. Poderia se dizer: “portanto... uma nuvem luminosa”. João tenta descrever esta nova visão, a beleza que ele vê, a glória shekinah do Senhor.

O que João descreve é o mesmo Filho do Homem que séculos antes, foi visto por Daniel igualmente sobre as nuvens (Dn 7.13). A revelação de Daniel capítulo 7, assim como de João, ambos veem “um semelhante ao Filho do Homem”, são senas da segunda vinda de Jesus como rei e Juiz da terra. As profecias estão coligadas uma a outra. Quando Senhor Jesus falava do Seu retorno a esta terra Ele disse: “Então, aparecerá no céu o sinal do filho do homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o filho do homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória. Ele enviará os seus anjos, com grande clamor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus” (Mt 24.30-31). Jesus diante do julgamento do sacerdote Caifás, Ele declara: Desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.” (Mt 26.64).

João contempla Jesus que vem julgar com juízo a humanidade anticristã e as duas bestas (o Anticristo e o falso profeta). “Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele (Ap 17.14).

“tendo na cabeça uma coroa de ouro”. A palavra coroa no grego é stephanon que significa grinalda da vitória. Não é uma coroa que enfeita a cabeça d’Aquele que vem sobre a nuvem, mas uma coroa de ouro trata-se do rei das nações rei do mundo. O Rei dos reis coroado, que vem em grande poder e glória, tem na mão uma foice. A foice erguida está afiada para realizar a ceifa. Esta expressão nunca é utilizada para descrever o recolhimento de bons frutos. De modo que ela significa algo terrível, Ele vem aqui como Juiz do mundo. A terra tem que ser limpa das más plantas pelo trabalho de juízo da vingança divina. Esta é a razão da foice ser “afiada”. 

O quarto anjo. “Outro anjo saiu do santuário, gritando em grande voz para aquele que se achava sentado sobre a nuvem: toma a tua foice e ceifa, pois chegou a hora de ceifar, visto que a seara da terra já amadureceu! E aquele que estava sentado sobre a nuvem passou a sua foice sobre a terra, e a terra foi ceifada (Vs. 15-16). 

A mensagem do terceiro anjo é: “toma a tua foice e ceifa...”. A ferramenta básica na antiga ceifa de grãos, era usada uma foice aguda de pedra ou de ferro. Juntamente com o grito do anjo começa a ceifa, a seara está madura, e a terra foi ceifada. Agora Jesus vem como um Juiz para os adoradores da besta. O próprio Jesus usou esta analogia para ensinar os Seus discípulos acerca do castigo junto da promessa da redenção.

Jesus Cristo está assentado, portanto sobre esta nuvem luminosa, pronto para executar o juízo. Então “outro anjo grita em alta voz “do santuário” dirigindo-se “Aquele que está assentado sobre a nuvem” (v. 15). O anjo não comanda o Filho do Homem, mas é o mero mensageiro anunciando a vontade de Deus Pai, em cujas mãos são mantidos os quatro ventos (estações). O anjo sai do santuário, ele vem diretamente da presença de Deus para transmitir a ordem para o Filho do Homem (3.12; 7.15; 11.19). Qualquer ordem dada a Jesus teria que vir do Pai, pois somente o Pai tem autoridade sobre o Filho (cf. Jo 14.28; Mt 26.39,42; 28:18; 1ª Co 11.3; 15.27). 

O quinto anjo. “Então, saiu do santuário, que se encontra no céu, outro anjo, tendo ele mesmo também uma foice afiada.” (V. 17).

O quarto anjo também sai do santuário, mas, ao invés de trazer uma mensagem, ele tem uma foice aguda, assim como o Filho do Homem que está assentado no Trono. Porém, ele aguarda a ordem d’Aquele que está assentado no Trono, para fazer a colheita.

Vemos aqui o mesmo procedimento que nos versículos 15 e 16, mas referindo-se agora à vindima. O anjo que vem do céu, entretanto, é outro, não com relação à sua natureza, mas quanto à sua missão. Isso significa que João vê a volta do Senhor em diferentes aspectos.

Este anjo também saiu do santuário. Só que, ao invés de trazer uma mensagem, ele trazia uma foice aguda, assim como Jesus. Ou seja, isto indica que, após o arrebatamento da Igreja, chegou o momento determinado pelo Eterno para as uvas da maldade serem ceifadas. 

O sexto anjo. 14.18, 20 “Saiu ainda do altar outro anjo, aquele que tem autoridade sobre o fogo, e falou em grande voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: toma a tua foice afiada e ajunta os cachos da videira da terra, porquanto as suas uvas estão amadurecidas! 19- Então, o anjo passou a sua foice na terra, e vindimou a videira da terra, e lançou-a no grande lagar da cólera de Deus. 20- E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios.” 

O sexto anjo, tem autoridade sobre o fogo. O fogo é símbolo de juízo e agora ele clama em grande voz ao que tinha a foice afiada...”. O anjo tem uma foice afiada, mas precisa da autorização de Deus para agir. É Deus quem determina a hora do juízo. Seus anjos são ministros que executam as Suas ordens.

Outro anjo é designado para a colheita dos cachos da vinha que também estão maduros, significando serem merecedores de juízo. O outro anjo, citado como tendo poder sobre o fogo, pode ser o anjo no altar em Apocalipse 8.3-5. Talvez o fogo queime o joio ou a palha separada na colheita (Mt 13.38-43).

Primeiro João viu chegando com a foice afiada, para a ceifa das nações; agora ele vê chegando outro anjo para realizar a vindima, o juízo sobre Israel. Pois a “videira da terra” simboliza Israel. É o que se conclui, por exemplo, do Salmo 80.8: “Trouxeste uma videira do Egito, expulsaste as nações e a plantaste” (outras ref. Is 5.1-7; Os 10.1-2). Mas não disse o Senhor Jesus de si mesmo em João 15.1, que ele é a “videira verdadeira”? Como pode então Israel ser a videira se Jesus Cristo é? Este é justamente o fato maravilhoso, pois exatamente este fato duplo mostra a identificação do Senhor com Seus irmãos segundo a carne.

A figura da ceifa tem duas partes. 1º O Senhor vem para julgar as nações e separar as ovelhas dos bodes (Mt 25.40-45; Jl 3.2; 12.14; Ap 19.15); 2º Ajuntar os cachos da videira da terra (os remanescentes de Israel), e coloca-los no grande lagar da ira de Deus” (vs. 18b-19).

O anjo lança a foice e colhes e colhe os cachos de uvas amadurecidas, ou seja, ajunta os filhos de Israel e lança-os “no grande lagar da cólera de Deus. O lagar é usado para espremer as uvas. Agora as uvas maduras são lanças no lagar sob o peso da ira de Deus.

Um lagar era uma tina na qual os trabalhadores pisavam as uvas com os pés descalços, fazendo com que o suco escoasse para um barril. Esse sinal da ira e juízo de Deus (Is 63.3), comum no Antigo Testamento, aparentemente explica também como o vinho da ira de Deus (v. 10) é produzido. A imagem do lagar é simbólica para uma quantidade inacreditável de sangue derramado. Essa descrição de um rio de sangue indica uma carnificina sem paralelo.

Mil e seiscentos estádios são, aproximadamente, 32 km. Esse grande derramamento de sangue provavelmente é o resultado da vitória de Cristo sobre os exércitos humanos reunidos (Ap 19.17-19), já que Ele retorna antes da ceia do grande Deus (v. 17), que alguns associam à batalha do Armagedom (Ap 16.16).

E o lagar foi pisado fora da cidade, isto é, a batalha do Armagedom acontecerá fora da cidade santa, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estágios aproximadamente, 32 km. (v. 20). Esse grande derramamento de sangue provavelmente é o resultado da vitória de Cristo sobre os exércitos humanos reunidos (Ap 19.17-19). Toda a maldade existente no mundo será espremida fora da cidade de Jerusalém (no vale de Jeosafá), de modo que caia sobre Jerusalém todo o sangue derramado sobre a terra (Mt 23.35; Ap 18.24). 

O que é este terrível juízo que atingirá Israel? Para compreendermos esta pergunta, faz-se necessário ler Isaías 63.1-4: “Quem é este que vem de Edom, de Borza, com vestes de vivas cores, que é glorioso em sua vestidura, que marcha na plenitude da sua força? Sou eu que falo em justiça, poderoso para salvar. Por que está vermelho o traje, e as tuas vestes, como as daquele que pisa uvas no lagar? O lagar, eu o pisei sozinho, e dos povos nenhum homem se achava comigo; pisei as uvas na minha ira; no meu furor, as esmaguei, e o seu sangue me salpicou as vestes e me manchou o traje todo. Porque o dia da vingança me estava no coração, e o ano dos meus redimidos é chegado”.

No lagar foram salpicadas as vestes de Cristo. Lá cumpriu-se aquilo que Israel exclamou, quando acusou Jesus diante de Pilatos “Caia sobre nós o seu sangue, e sobre nossos filhos” (Mt 27.25). Quando Israel for lançado no lagar da cólera de Deus, então entrará em contato com o Homem de Gólgota. “Eles verão a quem transpassaram” (Ap 1.7). Então o sangue do Cordeiro terá efeito para eles, para seus próprios irmãos. Vendo que o Senhor está voltando, com Sua foice afiada, eles humilhar-se-ão sob o Seu juízo. “Porque o dia da vingança me estava no coração (vingança contra as nações), e o ano dos meus redimidos é chegado (redenção de Israel)”. Quando Israel estiver no lagar da ira de Deus, eles lamentarão, chorarão e se converterão. O capítulo 14 versos 20, descreve de maneira tão comovente o que acontecerá fora da cidade também para Israel: “E o lagar foi pisado fora da cidade”. Ali foi derramado o sangue do Filho de Deus.

O anjo que tem poder sobre o fogo, isto é, sobre o juízo, exclama: “Senhor, ajunta Israel, lança-o agora no teu grande lagar, lava-o pelo teu precioso sangue”.

Devo dizer que aqui não são os cento e quarenta e quatro mil selados, pois eles são as primícias de Israel e já estarão na glória (Ap 14.1-2).

O restante que não aceitar a pregação das duas Testemunhas e dos 144.000 mil, serão levados para o lagar da ira de Deus (Armagedom). Ali Israel será pisado, oprimido e angustiado pelo Anticristo, mas quando Israel se converter e reconhecer que o Jesus que eles crucificarão é o verdadeiro Messias, aparecerá em glória para socorrer Israel entre o monte das oliveiras. Esta é sua vinda para Israel, que se converterá ao ver Seu Messias e Sumo-Sacerdote. É o que diz o profeta Zacarias. Antes Israel será atingido por duros juízos através da besta e então reconhecerá que o Senhor que está voltando realmente é o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo. Estas experiências e conclusões levarão Israel à conversão.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau -SC

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

OS CENTO E QUARENTA E QUATRO MIL TESTEMUNHA APOCALIPSE 7 e 14.

 


Apocalipse 7.1-8 “E, depois destas coisas, vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma. 2- E vi outro anjo subir da banda do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar, 3- dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos assinalado na testa os servos do nosso Deus. 4- E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel. 5- Da tribo de Judá, havia doze mil assinalados; da tribo de Rúben, doze mil; da tribo de Gade, doze mil; 6- da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da tribo de Manassés, doze mil; 7- da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de Issacar, doze mil; 8- da tribo de Zebulom, doze mil; da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamim, doze mil.”

Em meio a um período de juízo entre o sexto e o sétimo selo, temos um pequeno intervalo. Neste capítulo João vê um grande grupo israelita sendo selados certamente para uma grande missão. No capítulo 7, o apóstolo vê 144 mil de cada tribo de Israel na terra, mas no capítulo 14 eles estão no céu junto com o Cordeiro.

1. Quem são os cento e quarenta e quatro mil testemunhas (Apocalipse 7)? João vê quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra...” (Ap 7.1), que simboliza os quatro pontos cardeais, isto é, o mundo inteiro. “Estavam retendo os ventos da ira do todo Poderoso, até que fossem assinalados os servos de Deus que encontravam em toda a terra”.

Os cento e quarenta e quatro mil selados e comissionados descritos como servos de Deus, provenientes das 12 tribos dos filhos de Israel. Deus irá marcá-los nas suas testas para indicar que pertencem ao Senhor. Serão selados, iluminados e protegidos pelo Espírito Santo desde os céus, são guardados sob os cuidados de Deus em lugar especialmente preparado. Estes israelitas são os remanescentes, isto é, o restante que serão salvos em Israel (Is 10.22; 17.6; Rm 9.27).

Nos primeiros três anos e meio surgira o Anticristo e fará uma aliança com a nação de Israel. Todavia os cento e quarenta e quatro mil ouvirão e aceitarão a pregação das duas testemunhas que ensinarão o povo israelita que o tal cristo não é o verdadeiro e sim um o falso messias o “Anticristo”.

Talvez sejam os primeiros convertidos pela pregação das duas Testemunhas. No tempo do fim eles serão a Igreja na obra de testemunhar, pois Deus nunca ficou sem testemunho, nem mesmo durante a apostasia de Israel (1º Rs 19.18-19; Rm 11.5). Os novos crentes, dentre os filhos de Israel, serão capacitados pelo Espírito Santo para pregar o evangelho durante os negros dias da tribulação. O testemunho dos cento e quarenta e quatro mil salvos durante a Grande Tribulação resultará numa grande multidão de salvos dentre todas as nações (Ap 7.9, 13, 14).

No evangelho de São Mateus 24.14, Jesus diz: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim”. Para aqueles crentes que subiram com o Senhor o fim chegou, mas para aqueles que ficaram que conheciam a Jesus, e para aqueles que continuaram a nascer, porque a vida depois do arrebatamento continuará normal, sabemos que não será fácil ser crente na Terra, e, contudo enfrentando a ditadura do Anticristo.

Conhecemos o selo também da atual dispensação, pois conforme Efésios 1.13, todos que renasceram em Cristo Jesus foram selados com o Espírito Santo. O mesmo vale também para os 144.000. Eles serão selados por Deus para a evangelização nos primeiros três anos e meio da tribulação.

Apesar do grande poder que a besta aparenta ter de controlar todo o mundo, mandando matar todos que não adoram a sua imagem, eles não serão dizimados. Em virtude de estarem selados com o Espírito Santo, eles resistiram vitoriosamente á fúria da besta e serão arrebatados para o céu:

“São estes os que não se macularam com mulheres, porque são castos. São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro” (Ap 14.4).

A expressão na Bíblia, que diz que não se contaminarão com mulheres, é apenas uma expressão no sentido espiritual. Os 144.00 permanecerão puros, recusando-se a se conformar com o sistema mundial ímpio do Anticristo e do falso profeta. Isso quer dizer que eles não se contaminarão com o mundo (mulher aqui significa o sincretismo de religiões falsas).

2. Os cento e quarenta e quatro mil testemunhas (Apocalipse 14). “Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai. Ouvi uma voz do céu como voz de muitas águas, como voz de grande trovão; também a voz que ouvi era como de harpistas quando tangem a sua harpa. Entoavam novo cântico diante do trono, diante dos quatro seres viventes e dos anciãos. E ninguém pôde aprender o cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra” (Ap 14.1-3).

Sem dúvida trata-se novamente dos cento e quarenta e quatro mil judeus selados, que vimos no capítulo sete. Assim os que pertencem a Deus e os que são do diabo se distinguem abertamente.

João vê o Cordeiro em pé no monte Sião. O Cordeiro é figura de Cristo, “o Cordeiro de Deus” (Jo 1.36). O monte Sião não se trata da Jerusalém terrena e o drama que o restante da nação de Israel irá passar na batalha do Armagedom no final da Grande Tribulação. O Monte Sião, onde o Cordeiro está em pé, e com Ele os cento e quarenta e quatro mil, certamente é o Monte Sião celestial, conforme escreveu o autor da carta aos judeus cristãos: “Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembleia” (Hb 12.22). Além do mais, não podemos esquecer de que este é o período da segunda metade da Grande Tribulação, quando o mundo está sendo assolado com a presença do Anticristo. Ele também está assentado no santuário em Jerusalém, ostentando-se como se fosse o próprio Deus.

A descrição do Cordeiro e dos cento e quarenta e quatro mil selados são vistos no céu, enquanto que o animal terrível de Daniel 7.7, está na terra perseguindo os descendentes da mulher, os remanescentes de Israel.

Os cento e quarenta e quatro mil não se refere aqui à Igreja, a Noiva. Note que os personagens no céu são: o Cordeiro, os cento e quarenta e quatro mil selados, os quatro querubins e os anciões referidos no verso três. Eles são distintos dos cento e quarenta e quatro mil, e incluem e representam os salvos na glória. O número em si pode ser literal ou simbólico, mas a categoria à qual eles pertencem não é simbólica: são israelitas.

Os cento e quarenta e quatro mil são os rabiscos da colheita e as primícias de Israel que vão reconciliar e reconhecerão que Jesus é o verdadeiro Messias (Jr 31.32-33; Ez 11.19-20; 36.27-28; Os 2.16-23). Por ordem da grande voz do céu, elas serão arrebatados em meio a Grande Tribulação conforme já vimos: “A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias” (Ap 12.6).

Que lugar é esse? Certamente é a Sião celestial onde a Igreja e os 144 mil selados estarão juntas com o Cordeiro na glória, isto é, suas características são ao mesmo tempo as características de todos os selados com o Espírito Santo.

Em Apocalipse 7.3, somente é dito que os 144.00 selados são “servos de Deus”. Mas com o Cordeiro na glória, na Sião celestial, mostra-se o grau da sua semelhança com Ele.

O selo que é o Espírito Santo torna visível o nome do Pai. O selo com o nome sagrado sobre sua fronte revela:

1. Que em meio ao furor do Anticristo, eles foram fiéis testemunhas. Eles perseveraram na fé. Isto em contraste com os muitos milhões que têm o nome da besta gravado em sua fronte ou na sua mão direita.

2. Que mantiveram a pureza absoluta, pois está dito deles: “São estes os que não se macularam com mulheres, porque são castos. São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro; e não se achou mentira na sua boca; não têm mácula” (Ap 14.4-5). Certamente não se trata no caso de celibato, mas de pureza. A decadência dos costumes morais atualmente se alastra cada vez mais, será tão completa durante a Grande Tribulação, que será difícil permanecer imaculado. Mas em virtude de estarem selados, eles permanecerão imaculados.

3. E são verdadeiros: “...e não se achou mentira na sua boca” (v. 4). Quão infinitamente importante é que não haja mentira em nós, já somente porque o Senhor só nos ouve quando o invocamos com o coração verdadeiro. Quem age com engano em todas as áreas quer seja política ou religiosa no caso de falsos ensinos corrupção afasta-se cada vez mais da Sião celestial, sendo cada vez mais preso ao pai da mentira.

Durante o tempo que eles estiveram na terra, eles ouviram o evangelho pregado pelas duas testemunhas, eles creram, foram selados e também foram arrebatados para o Cordeiro. Estas puras e verdadeiras primícias de Israel, apesar de terem a mentalidade de noiva, não farão parte da Igreja-Noiva. Pois esta já está ataviada e preparada para as bodas do Cordeiro. Estes serão os convidados para as “Bodas do Cordeiro” (Ap 19.7).

Os cento e quarenta mil israelitas não se encontram sobre tronos, mas diante do trono, do mesmo modo como a multidão inumerável dentre todos os povos e línguas (Ap 7.9). Lá os selados de Israel entoam um “novo cântico” (v. 3). Apesar de não serem ligados ao trono como os quatro seres viventes (Ap 4.6-9), nem estarem sentados sobre tronos e com coroas nas cabeças como os vinte quatro anciões (a Igreja; conf. Ap 4.4, 10 e 11), eles têm um motivo extraordinário e especial para louvar ao Criador: “Ouvi uma voz do céu como voz de muitas águas, como voz de grande trovão; também a voz que ouvi era como de harpistas quando tangem a sua harpa.” (V. 2). Nem os quatro seres viventes, nem os vinte e quatro anciões têm este motivo. Pois ninguém cumpriu tal tarefa como eles: a pregação do evangelho para seu povo diante da face da besta e do Anticristo. Em virtude de estarem selados, eles venceram na provação extrema da genuína da sua fé em Jesus Cristo.

Os judeus hoje que aceitam Jesus como Seu Messias, fazem parte da Igreja de Cristo, os cento e quarenta e quatro mil selados são as primícias de Israel, mas no final da Grande Tribulação os que restarem serão salvos mais tarde quando estiverem cercados pelo exército do Anticristo, então o Senhor aparecerá para socorre-los.

Estas primícias de Israel os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá” (v. 4).

Os russelitas, também conhecidos por testemunhas de Jeová, querem afirmar que os cento e quarenta e quatro mil são o número dos que hão de ser salvos, dentre todas as nações e através de todos os tempos, e os únicos redimidos. Mas, aqui, cai por terra este ensino herético, porque são os anciãos que representam a Igreja, e estes cento e quarenta e quatro mil são assinalados do capítulo 7 e 14, que serão salvos no meio da tribulação.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

domingo, 2 de outubro de 2022

AS DUAS BESTAS DO APOCALIPSE - APOCALIPSE 13

 


A relação entre Apocalipse 12 e Apocalipse 13 é estreita e fica ainda mais clara na palavra “dragão”. Satanás surge como dragão e é figura chave nos dois capítulos. No 12, ele persegue a mulher, no 13 seus líderes são revelados.

“O Apocalipse 13, deixa claro que há dois reinos espirituais na Terra, o reino das trevas governado por Satanás e o reino da luz governado por Cristo Jesus. Eles são incompatíveis um em relação ao outo, de tal forma que o mundo vive em guerra espiritual. Jesus falou que existem apenas duas portas: “Uma porta é larga e espaçosa que conduz a condenação eterna e a outra estreita e apertado o caminho, mas, conduz a vida eterna.” (Mt 7.13,14). Mas para você seguir por esse caminho basta recusar o outro. No evangelho de João, Jesus nos mostra o caminha que conduz a vida, quando Ele declara dizendo “Eu sou a porta das ovelhas.” (Jo 10.7). “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo 14.6). A fidelidade dos seguidores de Cristo em resistir à tirania de Satanás será reconhecida e recompensada no Céu. A decisão de cada pessoa determinará o seu destino eterno.

Neste capítulo João tem a revelação de duas bestas. A besta que emerge do mar e a besta que emerge da terra. A primeira besta representa um poder político e a segunda besta, um poder religioso. Elas são aliadas do dragão, Satanás, porém, elas têm características completamente diferentes. As duas bestas serão duas pessoas que agirão como a personificação do mal durante a Grande Tribulação. Eles aparecem sendo lançados “vivos” no lago de fogo, o que indica tratar-se de pessoas: “E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre.” (Ap 19.20).

Um dos sinais da volta de Jesus é a operação do Anticristo no mundo. O seu governo será mundial e de acordo com o apóstolo João, o espírito dele já está atuando no mundo (1ª Jo 4.3).

I. A DIFERENÇA ENTRE O DRAGÃO E A BESTA QUE EMERGE DO MAR 

1. A diferença entre Satanás e o Anticristo.

“Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia.” (Ap 13.1).

No capítulo 12 e verso 3 de Apocalipse, João viu Satanás o grande dragão vermelho (Pai), que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas, mas no capítulo 13 e verso 1, o apóstolo vê uma besta (Anticristo) com sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres, dez diademas. Vamos analisar uma diferença entre Satanás (o pai) e o Anticristo (o filho). Note que ambos tinham sete cabeças e dez chifres, a diferença é que Satanás tem “sete” diademas sobre a cabeça e o Anticristo tem “dez” diademas sobre os seus chifres. Deste modo, os diademas do dragão eram sete, e os da besta eram dez.

O dragão tem diademas sobre as sete cabeças. A besta tem diademas sobre os chifres, que serão identificados como reis que reinariam com a besta por pouco tempo (17.12).

Bíblia ensina que Deus, sendo um só, é Pai, Filho e Espírito Santo (Jo 14.16, 26; Lc 3.22; Mt 28.19; 2ª Co 13.14; 1ª Jo 5.7). A Bíblia nos mostra no livro de Apocalipse que O dragão reunira uma falsa trindade e por isso ele enviara um falso messias o Anticristo como salvador e redentor da humanidade e uma imitação do Espírito Santo representado pelo falso profeta. 

João vê a besta em detalhes, ela tem:

10 chifres. Os chifres sempre são símbolos do poder terreno. Significa que esta besta tem poder na terra. Em Apocalipse 17.12, os dez chifres representam os dez reis que irão entregar o governo para a o Anticristo no tempo de fim. Estes dez reis ou governos mundiais estarão unidos para oferecerem suporte, poder e autoridade ao governo da besta.

7 cabeças. Isto pode ser uma alusão aos sete reinos ou sete impérios, seis já passaram, mas o sétimo será o império Romano ressurgido. Sete também simbolizam os sete montes que também prefiguram impérios e reis (Ap 17.9).

10 diademas. Os diademas indicam que a besta é investida de autoridade pelo dragão (cf. Ap 13.4). Porém, o dragão tem sete diademas, ou seja, os sete reinos passados e um ainda futuro que ele exerce toda a autoridade, mas a besta tem dez diademas, uma para cada chifre, portanto, ele terá autoridade máxima durante seu governo. São os reis da terra que usam diademas e ainda sobre as dez cabeças os nomes blasfemos, dos reis em cada uma delas. 

2. Quem será o Anticristo. A Bíblia não descreve quem será o Anticristo. Mas, o profeta Daniel ao falar do dele diz: “E não terá respeito aos deuses de seus pais...” (Dn 11.36-39). Esta profecia se cumpriu em partes na vida do Imperador Epifânio um tipo de Anticristo, mas ao dizer “de seus pais...”, Daniel descreve a nacionalidade do Anticristo, isto é, ele será um judeu apóstata, verdadeiro ateísta, que não respeitará o Deus de seus pais (referindo-se ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó, e contra o Senhor falará coisas espantosas). É muito importante sabermos que besta nunca poderia apresentar-se como Messias, ainda que falso, se não fosse um judeu; porque, de outro modo não seria aceito por Israel.

II. A BESTA QUE SOBE DO MAR

No livro do Apocalipse são descritos três símbolos caracterizados como besta de sete cabeças: o dragão vermelho (Ap 12.3), a besta semelhante que se levanta do mar (Ap 13.1) e a besta que se levanta da terra (Ap 13.11). Os elementos visuais e anatômicos desses monstros apocalípticos são os recursos de uma linguagem metafórica empregada na descrição de conflitos de natureza cultural, política e religiosa.

O mar nas Escrituras representa as nações e seus governos (Ap 17.5). Dentre vários exemplos podemos citar uma passagem do Profeta Isaías, onde o rumor dos povos é comparado ao rumor do mar, e a agitação das nações ao movimento das águas (Is 57.20).

A palavra besta no grego theríon e significa animal selvagem. Esta palavra foi utilizada no mundo antigo para falar de animais perigosos ou criaturas terríveis e sobrenaturais. Mas é utilizada também para falar de pessoas com atitudes bestiais. Isto serve para mostrar a natureza animalesca, violenta e altiva destas duas bestas, que agirão de forma implacável e sombria durante a Grande Tribulação.

Em sua visão, o Apóstolo vê uma besta que se levanta mar. “O texto grego favorece a versão: “E ele se pôs em pé …’; a ideia é que o dragão, o qual acabou de ser apresentado pelejando contra o remanescente, ficou em pé na praia, esperando que surgisse essa nova besta que ele investiria de seu poder e autoridade (v. 2). Satanás é apenas um espírito, ele necessita de um corpo humano para fazer um médium. Ele só pode executar todo mal através de um raciocino humano.

Após o arrebatamento da Igreja, o mundo entrará em desespero, num verdadeiro caos. O pequeno chifre de Daniel (Dn 7.8), o homem de desolação citado por Jesus (Mt 24.15), o homem da iniquidade citado por Paulo (2ª Ts 2.3), o Anticristo citado por João (1ª Jo 2.18), e a besta que emerge do mar são a mesma pessoa.

A besta descrita pelo apóstolo João inspira-se na fera ilustrada no capitulo 7 de Daniel. Eis que surge do mar (dentre as nações: Is 17.1-13; Ap 17.15).

Na visão de Daniel capítulo 7, ele vê quatro animais que fazem alusões aos quatro impérios mundiais que já passaram ao longo da história. Aqui no Apocalipse, a mensagem é a mesma, de maneira que ela não simboliza apenas um único império ou governo, mas representa todos os governos anticristãos que já existiram.

A besta que emerge do mar é o último grande governo mundial da história e consiste em dez reinos sob o controle do Anticristo. No sonho de Nabucodonosor revelado ao profeta Daniel no capítulo 2 e verso 41 e 42, ele vê uma estátua com os dez dedos dos pés, mas no capítulo 7 e verso 7 e 20, Daniel vê um terrível animal com dez chifres, porém aqui o profeta João vê uma besta com dez diademas sobre os chifres. Nas revelações de Daniel e aqui no apocalipse, os números dez também representa dez reinos ou dez reis. Mas as sete cabeças são sete impérios passada da história mundial, mas o texto de Apocalipse 17.9, sugere montes onde a segunda besta estará assentada (Ap 17.9).

A besta será apoiada por todas as nações em troca de promessas fabulosas de “paz e segurança”. Visto naturalmente, esse reino oferece paz, mas na realidade, será um reino brutal, animal, evidenciando o espírito de uma fera (besta).

A Besta que surge do mar refere-se ao Império do Anticristo; ele é assim chamado por duas razões: opõe a Cristo no sentido de resistir e hostilizar, mas também se chama assim porque imitará a Cristo no seu papel de redentor. 

1. No sentido figurado como será esta besta? “E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés, como os de urso, e a sua boca, como a de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio.” (V. 2).

No capítulo 7, Daniel ele vê quatro terríveis animais na sua revelação (leão, urso e leopardo e o quarto animal que era terrível, espantoso e muito forte). O profeta acentua que esse quarto animal será muito mais terrível de todos os animais que apareceram antes dele (Dn 7.7). Aqui no Apocalipse, ela possui dez chifres, cobertos de diademas, distribuídos em sete cabeças, as quais estão escritos nomes de blasfêmia. Portanto, o

império da besta neste capítulo, será o surgimento de todos os animais juntos da profecia de Daniel.

O leopardo fala de rapidez do Império Grego; o urso representa a forma feroz do Império Medo-Persa e o leão de soberba, a força e a rapidez do Império Babilônico, mas o quarto animal ele o chamou de besta. Certamente isso significa a rapidez, a força e a soberba desse monstro dos últimos tempos. Aboca de leão fala da autoridade que ele irá receber de Satanás para guerrear contra os santos na Grande Tribulação. Daniel diz que este animal era espantoso, terrível e muito violento, ou seja, o Império Romano que está surgindo, terá todas as características animalescas de todos os seus percussores. Portanto, esta besta será uma pessoa cruel como uma fera, que conseguirá o governo político e religioso do mundo naqueles dias. O Anticristo afirmará ser o Messias verdadeiro (Mt 24.24) e receberá o trono e autoridade de Satanás para governar o mundo: “E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade” (v. 2).

Esta besta, sendo o último representante dos poderes gentílicos do mundo (como a grande imagem em seu aspecto final (Dn 2.40-43). Ela será o último império mundial no tempo do fim, agora revivificada e restaurada no poder de Satanás, que levantará a sua força contra o Rei dos reis e encontrará sua ruína nas mãos d’Ele, depois que o Senhor e os seus santos descerem para reinar sobre a terra.

A besta não é somente uma pessoa, mas ao mesmo também um reino, um sistema. Trata-se ao mesmo tempo de um reino como também de um líder mundial. Tanto Daniel com João, mostram o Novo Império Romano constituído a partir de dez unidades (Dn 7.24). Os dez chifres que Daniel e João virão na besta são dez reis (governantes) que entregarão o governo mundial ao Anticristo e unidos governarão com ele. A Bíblia fala de um governo mundial e absolutamente. Observe as seguintes passagens de Apocalipse: Vi um animal saindo do mar...”. “O mundo inteiro ficou surpreso e seguiu o animal...”. E ele recebeu autoridade sobre toda tribo, povo, idioma e nação (Apocalipse 13.1, 3, 7).

e o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio.” O Anticristo ao levantar será revestido de todo poder satânico, pois Satanás lhe dará tudo aquilo que quis dar ao Filho de Deus, quando tento Jesus no deserto. “Tudo isso lhe darei se prostrado me adorares” (Mt 4.9). 

2. Será ferida de morte. “E vi uma de suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou após a besta” (v. 3).

Da mesma maneira o milagre divino da ressureição do Filho ao terceiro dia pelo poder do Espírito Santo (Rm 8.11), Satanás fará o mesmo com o seu filho Anticristo. Ao ser golpeado de morte, ressuscitará pelo poder do Dragão. No grego está escrito “como morto”, Então esta claro que se trata de uma imitação do Cordeiro que foi morto.

Satanás deu-lhe poder para fazer prodígios. 2ª Tessalonicenses 2 afirma que Deus permitirá que brote no mundo descrente a “operação do erro”. Parecerá ao mundo que o Anticristo foi mortalmente ferido e depois revivificado pelo poder miraculoso de Satanás (2ª Ts 2.9; Ap 17.8). Nesta época Deus permitirá a Satanás, imitar o poder de Cristo, podendo ser este seu principal meio de enganar a raça humana, pois o seu objetivo principal é enganar os homens. “E o mundo irá maravilhar-se com isto e irá adorar a besta: “e toda a terra se maravilhou, seguindo a besta.” (V. 3b). 

3. O Dragão é adorado pelos homens. “E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?” (V. 4).

A expressão “maravilhou-se” no verso 3, fala não somente de maravilhar-se no sentido de aplausos e louvores, mas de adoração e endeusamento completos que renderão á besta e ao dragão, a qual será adorada universalmente, como acontecia aos antigos reis, que se julgavam ser os deuses supremos de toda a terra. Eles não estão apenas maravilhados com ele, mas, eles realmente o adoram como deus e também adoram a besta.

Adoram o Dragão porque deu autoridade a besta. Com isso Satanás alcançou seu objetivo, excluir toda adoração devida a Cristo. O Dragão e o Anticristo serão um, pois neste aspecto manifesta-se o motivo da imitação, pois Jesus afirmou: “Que me vê a mim, vê o Pai” (Jo 14.9); “Eu e o Pai somos um.” (Jo 10.30). Por isso, eles adorarão tanto o Anticristo quanto o Dragão; a falsa adoração entrou na igreja cristã depois do século II, quando foram introduzindo culto a ídolos, imagens, anjos e santos venerados.

João descreve um falso sistema de adoração que procura tomar o lugar da verdadeira adoração a Deus. Às vezes, a adoração não é o que parece: os adoradores podem ser enganados, Satanás é sútil, ele trabalha para perverter adoração devida somente a único Deus.

O apóstolo Paulo, ao falar da idolatria aos coríntios, diz o seguinte: “…o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão um só. Porque, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu, quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores), todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele.” (1ª Co 4.6). Tenha cuidado e faça uma reflexão; a quem você está adorando!

O falso milagre levará o mundo a adorá-lo. A religião do Anticristo ensina a divinização do ser humano ao invés da verdade, que somos pecadores e precisamos de salvação e que em Cristo Deus se tornou homem (Jo 1.14). O Anticristo propaga a mentira de que, nele mesmo a humanidade é parte de Deus (2ª Ts 2.4). Atualmente a Nova Era já enfatiza claramente a doutrina do Anticristo, sem dúvida preparando as massas para a aceitação posterior e final desta doutrina.

O Anticristo se levantará contra Deus e todos os que se chamam pelo seu nome e ele se assentará como um deus (2ª Ts 2.4). O Anticristo se apresentará como se fosse deus com poder sobrenatural demoníaco (2ª Ts 2.9). Ela é um objeto de adoração mundial e também de adoração individual. O povo terá de escolher entre a nova, religião unifica que o Anticristo implantará, ou crer em Jesus e permanecer fiel. Quem não aceitar o plano do Anticristo e sua marca será morto (Ap 20.4). 

4. Blasfemará contra Deus. “Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e autoridade para agir quarenta e dois meses e abriu a boca em blasfêmias contra Deus, para lhe difamar o nome e difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu” (vs. 5-6).

Daniel estava considerando as pontas do quarto animal, em sua visão, quando viu a saliência da “ponta pequena” sobre as outras pontas “que possuía uma boca que falava grandiosamente” (Dn 7.8).

João contempla o cumprimento desta visão na integra: a Besta (a ponta pequena), arrogante no poder que lhe foi dado, insurge-se com blasfema contra o Todo poderoso e Sua obra. Ela, em que sua grande campanha, blasfemará com todo o ardor satânico, com vingança e ódio contra Deus, contra seu nome, contra o Tabernáculo e contra os que habitam no céu.

Nas ações iníquas, praticadas pela besta, notam-se as expressões: “foi lhe dada uma boca”; “deu-lhe poder”; “foi permitido fazer guerra aos santos”; “deu-se lhe poder sobre toda tribo, língua e nação”. Mas ele só pode ir até onde Deus permite. Deus não quer que o mundo pereça na obstinação em que tem vivido (Ez 18.23; 1ª Tm 2.4), porém, o homem tem resistido a todos os rogos de Deus em seu favor (Pv 23.26; Is 1.18; Mt 11.28); por isso Deus vai permitir a toda humanidade tragar o amargo fruto da sua rebeldia e desobediência. Hoje a porta da graça está aberta, mas em breve ela será fechada (Mt 25).

A besta terá inigualável habilidade de influenciar as massas humanas, pelos seus discursos inflamados. Com os modernos meios de comunicação, alcançará o mundo todo com sua demagogia saturada de poder maligno.

Os seguidores de Cristo, (os que ficaram na Grande Tribulação) que rejeitam essa falsa adoração serão perseguidos por quarenta e dois meses ou 1.260 dias proféticos. Esse será o tempo determinado para atacar os santos, de acordo com a profecia em Daniel 7.25. Ela recebeu toda a medida de poder depois de matar as duas testemunhas (Ap 11.7) ao final dos três anos e meio do ministério delas (v. 3). Os dois números sucessivos somam sete anos, o período total da tribulação. 

5. Perseguirá os santos. “E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos e vencê-los” (v. 7).

Quem são esses santos. Trata-se de inúmeras pessoas que não subiram no arrebatamento e também os remanescentes de Israel. O Anticristo não só blasfema contra o Criador, mas agora persegue com muito ódio os santos. Satanás concede seu poder ao Anticristo para combater contra Deus e seu povo.

A Grande Tribulação é esse período de angustia sem igual que envolve o mundo todo, mas é, especialmente, o tempo de angustia para Jacó (Jr 30.7), tendo por centro Jerusalém e a Terra Santa. Nessa oportunidade, a besta estará furiosa, lutando contra os santos, subjugando os seus súditos e desafiando o próprio Céu (v. 6; Dn 7.25).

Eles não adoram a besta, mas, por serem imponentes diante de todo aquele poderio infernal, não a puderam vencer: foram levados cativos a morte, mas triunfaram na fé e perseveram na confiança do Seu Deus. Os tais santos mortos pela besta são os mártires da Grande Tribulação (Ap 6.9-11; 20.4). O segredo da vitória sobre o poder da besta é dado em Apocalipse 22.11. 

6. Escritos livro da vida. “E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” (V. 8).

Os adoradores do Dragão e da besta, são todos os que rejeitaram a Cristo com salvador (Jo 14.6) e viveram uma vida de pecado (Gl 5.19-21; Ap 22.15; 1ª Co 6.9-10). Porém, os nomes de todos aqueles que uma vez se entregaram a Jesus como único suficiente salvador (Jo 3.16-19; Ap 3.20; Mc 16.16; Ro 10.9-13; Pv 28.13), estão escritos no livro da vida. O apóstolo Pedro declara que o sacrifício do Cordeiro imaculado já estava destinado desde antes da fundação do mundo (1ª Pd 1.18-20) e “pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus.” (Ef 2.8). A salvação é uma decisão pessoal que cada pessoa deve tomar. Vida eterna com Deus ou condenação eterna sem Deus. Em Romanos 9.18 o apóstolo Paulo escreve, “Logo, pois, compadece-se de quem quer e endurece a quem quer.” A misericórdia e a bondade de Deus é o que desperta um indivíduo e o leva ao arrependimento. A única razão pela qual isso é possível é porque Jesus pagou o sacrifício final por todo pecador quando morreu na cruz. Portanto, a escolha é sua. 

III. A BESTA QUE SUBIU DA TERRA 

1. A segunda besta - o Falso Profeta. “E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como o dragão.” (V. 11). 

A primeira besta subiu do mar (nações v. 1), o que lembra a agitação e o estado de perturbação e instabilidade dos povos em seus governos políticos (Dn 7.2). A segunda besta subiu da terra. A palavra terra no hebraico erets e também denota um país (Gn 21.32); o chão sobre o qual um homem está (Gn 33.3); os habitantes da terra (Gn 6.1; 11.1); todo o mundo, exceto Israel (2ª Cr 13.9). Terra neste texto nos mostra que a segunda besta também sairá dentre as nações. Se a primeira besta é conhecida pela sua força e seu poder político, a segunda é conhecida pelos milagres que realiza e o poder sobrenatural que demonstra. 

2. O que significa Falso Profeta. A palavra profeta no hebraico é Navi e no grego Profhetes e significa: porta voz; aquele que fala por alguém; atalaia. O Falso Profeta no grego. Pseudoprophetes é aquele que agindo como um profeta divinamente inspirado declara falsidades como se fossem profecias divinas.

“A segunda besta sai da terra (Falso Profeta), é aliada a besta que sai do mar e ao Dragão formando a trindade satânica. O falso profeta se apresentará a humanidade como um porta voz de Deus, mas na realidade será um enganador.

O Dragão entrega sua autoridade ao Anticristo assim esta primeira besta reparte seu poder ao Falso Profeta. A atividade do Falso Profeta tem o alvo de levar os homens a adorar o Anticristo (comparar o Espírito Santo que glorifica a Cristo, Jo 6.14 com Ap 13.12), recebe poder sobrenatural para operar milagres e enganar a população pagã do mundo (Ap 13.13,14)”. [Escatologia do Novo Testamento Russel P. Shedd]. 

3. O Falso Profeta será um super líder religioso. “E tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro”. Os dois chifres é símbolo de poder em qualquer sentido, tanto político como religioso, pois no verso 12 diz que ela exerce a autoridade da primeira besta e compele todos à adoração da primeira besta “Parecendo cordeiro”, mas falava como dragão.

A segunda besta também chamado de Falso Profeta (Ap 19.20), simboliza a falsa religião ao longo dos anos. Ela é descrita como cordeiro, chamativo e aparentemente inocente, o que indica o seu caráter religioso, que é confirmado pelo seu título “falso profeta”. Ele será um falso líder religioso que conquistará as nações, com seus discursos inflamados atrairá a atenção dos homens, mas ela esconde um dragão por dentro.

Pelos versículos 12 e 15 vê-se que o falso profeta promoverá uma religião universal em torno da primeira besta. A falsa igreja que podemos chamar de igreja ecumênica, será a unificação de todas as religiões, desde que creiam em Deus. Sabemos que há um movimento muito grande em prol do ecumenismo, pois o palco para seus autores já está sendo montado.

Não é difícil pela luz da Bíblia identificar o falso profeta. Se analisar as igrejas em geral veremos uma que sempre buscou o poder e se coloca como única “igreja” verdadeira. Para sermos bem claro, há algumas “arrogâncias” certos líderes que para Deus são blasfêmias. Por exemplo: sua pretensão de perdoar pecados. Depois da ascensão de nosso Senhor Jesus Cristo, o apóstolo Pedro deixou bem claro que ele (Pedro) não tinha poder para perdoar pecados, que esta é atribuição de Deus (At 8.20-13). Evidentemente ele conhecia o princípio bíblico de que só Deus tem poder de perdoar pecados e que, quem pretende fazê-lo, blasfema (Mc 2.7). Proclama ser cabeça da igreja, usurpando assim a função de Cristo, que é o cabeça do corpo da Igreja (Ef 5.23). Também aceita homenagens que na Bíblia Sagrada são um ato de adoração que corresponde só a Deus. Referimo-nos à prática de ajoelhar-se diante de seus líderes. O apóstolo Pedro proibiu a Cornélio que o fizesse por considerar-se (Pedro) um mero ser humano (Atos 10.25-26). Note que o anjo de Deus, apesar de ser superior a um apóstolo, proibiu a João que se ajoelhasse diante dele, explicando-lhe que isso era um ato de adoração que só corresponde praticar perante Deus (Ap 19.10; 22.8-9). Agora entendemos melhor o que quis dizer o apóstolo Paulo quando escreveu na sua carta que “o homem da iniquidade, o filho da perdição, a ponto de sentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus” (2ª Ts 2.3-4). 

“...falava como dragão”. O povo de Israel esperava um messias de atitude forte e agressiva e com uma completa liderança para reinar. Eles queriam que Jesus expulsasse os romanos da Palestina e se constituísse rei de Israel. E assim Israel esperava um reino material e poderoso. Foi a maior decepção para eles e seus líderes: Jesus só falava de coisas espirituais, e de um reino espiritual e santo, que seria formado com base no sacrifício d’Ele próprio. Isto porque não podiam compreender o plano de Deus para a salvação de toda a humanidade.

A maneira que o Anticristo e o falso profeta se imporão ao povo de Israel, fazendo ouvir a voz do dragão, revela a sua grande astúcia. Satanás sabe inteiramente, o porquê da rejeição de Jesus e assim inspira o seu representante junto a Israel, para preencher todas as medidas exigidas pela nação. Eis porque lhe será fácil a conquista dos judeus; mas, o verdadeiro Israel, os assinalados, serão libertos dos ardis satânicos. 

4. O falso profeta operar sinais e maravilha. “E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença e faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada. E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens. 14- E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta, dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida de espada e vivia.” (V. 12-14).

“Será um milagreiro. “E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença” (v. 12b). Aqui fica demonstrada a aliança entre o Anticristo e o falso profeta, pela ação dos milagres que opera. Para os judeus o falso milagre operado pelo falso profeta será considerado um milagre da parte de Deus.

O Falso Profeta, esse líder religioso obterá poder satânico, e irá convencer as pessoas através de sinais, milagres e prodígios mentirosos. Paulo diz que o Falso Profeta irá fazer fogo cair do céu: “a esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira, e com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor de verdade para se salvarem” (2ª Ts 2.9-10).

“até fogo faz descer do céu à terra”. Este é o mesmo milagre que as duas testemunhas realizam, e que Elias realizou no monte Carmelo. Esta besta será um imitador do verdadeiro, porque ele irá realizar milagres pelo espírito demoníaco, assim como os dos magos egípcios. O Falso Profeta usará o poder satânico para manipular as pessoas, chamando a atenção para si e assim promover os planos malignos e muitos serão enganados.

Embora não passe de um embuste, seus milagres e prodígios serão de tal forma grandiosos que até fogo fará descer do céu (2ª Ts 2.9; Ap 13.13). O apóstolo Paulo chama seus milagres de mentirosos. Ele realizará dois grandes sinais. O primeiro será uma falsa ressurreição: fará com que o Anticristo, dado como morto num possível atentado, volte à vida (Ap 13.3). Diante do acontecido, a humanidade exclamará: “Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?” (Ap 13.4). 

5. Governo ditatorial. “E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta.” (V. 15).

A segunda besta liderará uma falsa igreja que adorará o Anticristo e tem sua marca. Isso será efetuado mediante grandes sinais e maravilhas (2ª Ts 2.9).

Se o primeiro sinal causou admiração e espanto, o que não diremos do segundo? Ele ordenará aos que habitam na terra que ergam uma imagem à besta que sobrevivera à ferida mortal e coloquem no novo templo de Jerusalém. Em seguida, dará vida à estátua, que se porá a falar (Ap 13.14,15).

O Senhor Jesus profetizou isso no Seu evangelho: “Quando, pois, virdes que a abominação da desolação de que falou o profeta Daniel, estiver no lugar Santo quem lê que entenda” (Mt 24.15). E concernente a isto Daniel diz assim: “Ele firmará um concerto com muitos por uma semana, e na metade da semana fará cessar os sacrifícios e as ofertas de manjares, e sob a asa das abominações virá o assolador” (Dn 9.27).

Em Mateus 24.15, Jesus estava falando uns 200 anos depois que a abominação da desolação descrita pelo profeta Daniel. Então, Jesus estava profetizando que em algum tempo futuro uma outra abominação da desolação iria acontecer no Templo de Jerusalém. A maioria dos intérpretes das profecias bíblicas acreditam que Jesus estava se referindo ao Anticristo, que vai fazer algo muito parecido ao que Antióquio Epifanes fez. Isso é confirmado pelo fato de que parte do que Daniel profetizou em Daniel 9.27 não ocorreu em 167 A.C., com Antióquio Epifanes. Antióquio não confirmou uma aliança com Israel por sete anos, nem Nero ou outro Imperador Romano, pois nesse tempo a nação de Israel estava sem pátria e espalhada pelo mundo. Todavia, é o Anticristo que, no final dos tempos, vai estabelecer uma aliança com Israel por sete anos e então será quebrada ao fazer algo parecido com a abominação da desolação no Templo de Jerusalém.

Esse “sinal”, visível, relaciona-se primeiramente com a profanação do templo judaico daqueles dias em Jerusalém, pelo Anticristo. Ele, também chamado o homem do pecado, colocará uma imagem dele mesmo no templo de Deus, declarando ser ele mesmo Deus (2ª Ts 2.3,4; Ap 13.14,15).

Os antigos imperadores exigiam a adoração de seus súditos e consideravam-se deuses. Os magos e falsos profetas mantinham esta adoração supersticiosa aos imperadores (conf. At 13.6-12; 2ª Tm 3.8), erigiam suas imagens, colocando-as nos templos de seus deuses para serem adorados. Assim procederá a segunda besta, exercendo a sua função de falso profeta. E por fim, será lançado um decreto ordenando a morte de todos que recusarem a adorar o governo mundial e sua imagem. Noutras palavras, muitos que resistirem ao Anticristo e permanecerem fiéis a Jesus, selarão sua fé com suas vidas.

Todos os cristãos que desejam ficar fiéis a Jesus nesse Tempo do Fim, e que estiverem vivendo todos os eventos anunciados profeticamente em Apocalipse 13.11 a 18, passarão por severas perseguições e provas de até onde vai sua declarada fé em Jesus. É preciso que cada crente em Jesus se deixe guiar pelo Espírito Santo, cumprindo a profecia de Apocalipse 14.12. 

6. A marca da besta. “E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na mão direita ou na testa, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, porque é número de homem e o seu número é seiscentos e sessenta e seis.” (Vs. 16-18).

O trabalho do Falso Profeta vai se desenvolvendo sorrateiramente. Primeiro ele realiza grandes proezas e milagres. Em seguida ele ordena que as pessoas adorem a imagem da besta que subiu do mar. E por fim, ordena que todos recebam a marca da besta sobre a mão direita ou na fronte, como sinal de lealdade e qualquer um que não adorar a primeira besta será morto.

Hoje já está sendo instalado sorrateiramente um sistema ditatorial sobre as nações, mas nada se compara com o que está por vir. Naquele dia esse poder será totalitário, ditatorial e brutal onde ricos e pobres livre os servo serão obrigados a receberem a marca da besta.

Após a pandemia do Corona Vírus e a guerra da Ucrânia, o caos econômico, o terrorismo e a violência estão levando o mundo para um caos, assim contribuindo para um governo único e uma só religião. Uma sociedade sem dinheiro, onde instituições financeiras interligadas, os governantes controlarão toda a humanidade através da tecnologia por um curto período de tempo chamado “A Grande Tribulação”.

O Anticristo terá o total controle econômico do mundo. Todo o mundo será obrigado a adorá-lo e receber um sinal na mão ou na testa, a fim de poder comprar ou vender, identificando, assim, os adeptos dessa religião mundial do Anticristo. Quem se recusar a aceitar o sinal será procurado e morto: “E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na sua mão; e viveram e reinaram com Cristo por mil anos” (Ap 20.4).

Esta multidão incontável pode referir-se aqueles que, então, guardaram sua fé e confessarem a Cristo como seu messias durante a Grande Tribulação. Note que eles serão perseguidos e mortos pelo próprio Anticristo e o Falso Profeta. Mas aquele que irão aceitar a marca da besta deve dizer que não terá o seu nome escrito no livro da vida e no juízo final serão condenados e lançados no lago de fogo (Ap 20.15). 

O significa da palavra marca ou sinal na mão direita ou na testa. A palavra aqui traduzida como “marca” “charagma” – ocorre apenas em um lugar no Novo Testamento, exceto no Livro do Apocalipse e Atos, onde é traduzido como “esculpido.” Em todos os outros lugares onde é encontrado (Ap 13.16-17; Ap 14.9; Ap 14.11; Ap 15.2; Ap 16.2; Ap 19.20; Ap 20.4; At 17.29), é traduzido como “marca” e é aplicado à mesma coisa – a “marca da besta”. A palavra significa apropriadamente “algo esculpido”; consequentemente:

a) Gravuras, esculturas, trabalhos esculpidos, como imagens ou ídolos; (b) Amark cortado ou carimbado – como o carimbo de uma moeda.

“Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o Senhor.” (Lv 19.28).

No hebraico a palavra marca כְּתֹ֫בֶת que se pronuncia Katabah significa literalmente impressão, marca. Portanto o texto original fala de uma marca, uma impressão na pele, mas uma marca em relação ao quê?

No Egito antigo era mutilação utilizada pelas religiões pagãs para honrar os mortos e inclusive deuses pagãos. Percebemos então que os hebreus saíram do Egito, uma nação pagã que venerava o deus da morte “Seth” possivelmente teria práticas pagãs que envolveriam desenhos e golpes nos corpos para prestar honras aos mortos e aos deuses e a única forma das pessoas provarem que honraram estas crenças era apresentarem marcas na pele do ritual que tinham feito.

“... vocês são filhos do SENHOR, nosso Deus. Portanto, quando chorarem a morte de alguém não se cortem, nem rapem a cabeça, como os outros povos fazem” (Dt 14.1 NTLH). Estes sinais de luto pelos mortos, que eram praticados pelos cananeus como reconhecimento da divinização do falecido, foram estritamente proibidos para o povo de Deus. “Tanto os ricos como os pobres morrerão nesta terra, mas ninguém vai sepultá-los, nem chorar por eles. Ninguém se cortará, nem rapará a cabeça em sinal de tristeza” (Jr 16.6 NTLH). Era costume rapar-se a cabeça na parte frontal da testa.

O profeta Jeremias 41.5 fala sobre: “corpo retalhado”: uma forma pagã de lamentação proibida ao povo de Deus. (1ª Reis 18.28, e Zc 13.6).

No V.T., Deus estabeleceu a circuncisão quando fez Sua aliança com Abraão. Deus prometeu abençoar Abraão e ser seu Deus, se ele obedecesse aos Seus mandamentos (Gn 17.9-11). A circuncisão era um ato de submissão a Deus. No Novo Testamento a circuncisão é no coração (Rm 2.28-29). O coração representa a força espiritual (Lm 3.41), como intimo da pessoa (Jr 17.10). Emprega a palavra para indicar a percepção (Jr 4.9); o pensamento (Ec 2.20); a memória (Sl 31.12) e a consciência (Jó 27.6).

O apóstolo Paulo explica que o mais importante é a “circuncisão do coração” (Rm 2.28-29). Deus se preocupa com o interior, não com cerimônias exteriores. Quem tem o coração marcado pela presença de Jesus Cristo faz parte da Nova Aliança e é verdadeiramente circunciso (Fl 3.3). A aparência exterior não afeta o interior, mas o interior afeta a vida toda. Por isso o cristão não precisa nem deve se circuncidar.

“Porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne. Bem que eu poderia confiar também na carne. Se qualquer outro pensa que pode confiar na carne, eu ainda mais” (Fl 3.3-4).

“...somos a circuncisão...”. Significa que pertencemos a Cristo. No N.T. adoração é uma marca que pertencemos a Cristo e esta marca é no coração através do novo nascimento. Por isso Jesus disse para mulher samaritana: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (Jo 4.23-24). 

A marca da Besta. O falso profeta vai exigir uma “marca” em sinal de lealdade e devoção à besta, e essa marca será “sobre a mão direita” – não a esquerda – “ou sobre a fronte” (Ap 13.16). A marca deve ser algum tipo de gravura ou carimbo, semelhante às que recebiam os soldados, escravos e devotos dos templos na época de João. Na Ásia Menor, os seguidores das religiões pagãs tinham prazer em exibir essas tatuagens para mostrar que serviam a um determinado deus. No Egito, Ptolomeu IV Filopátor (221-203 a.C.) marcava com o desenho de uma folha de trevo os judeus que se submetiam ao cadastramento, simbolizando a servidão ao deus Dionísio (cf. 3º Macabeus 2.29). Esse significado lembra a antiga prática de usar marcas para tornar pública a fé religiosa do seu portador (cf. Is 44.5), e também a prática de marcar os escravos a fogo com o nome ou símbolo de seu proprietário (cf. Gl 6.17). O termo charagma (“marca”) também era usado para designar as imagens ou nomes dos imperadores, cunhadas nas moedas romanas e, portanto, poderia muito bem aplicar-se ao emblema da besta colocado sobre as pessoas.

“o nome” ou o “número” (v. 17). Essa marca parece ser uma paródia do plano de Deus, principalmente no que se refere aos 144.000 “selados” de Apocalipse 7. O selo de Deus sobre Suas testemunhas é invisível, no coração e tem o propósito de protegê-las do Anticristo. Por outro lado, o Anticristo oferece proteção contra a ira de Deus – uma promessa que ele não tem condições de cumprir – e sua marca é visível e externa. Como os que receberem a marca da besta o farão voluntariamente, é de supor que as pessoas sentirão um certo orgulho de terem, em essência, a Satanás como seu dono. O Dr. Thomas afirma: “A marca será visível e identificará todos os que se sujeitarem à besta”. [Thomas, Revelation 8-22, p. 181].

A marca será inscrita de maneira tão visível na mão ou na testa, de modo a mostrar que quem o descobriu pertencia à “besta” e estava sujeito à sua autoridade - como escravo é ao seu mestre, ou um soldado ao seu comandante. Aplicado ao Anticristo, o significado é que haveria alguma marca de distinção; algum sinal que não pode ser tirado; algo que designaria, com toda a certeza, aquelas pessoas que lhe pertenciam e que estavam sujeitas a ele; que pertence a ele; e quem tem comunhão com ele, ou seja, aqueles que pertencem a essa comunhão e em todo o mundo.

O capítulo conclui com uma profecia do que poderia ser chamado de ditadura econômica. O texto não diz que os homens não poderão comer se não tiverem a marca da besta, mas não poderão negociar sem esse sinal.

Por fim, o apóstolo João faz uma alerta, que deve servir para todos nós nos dias que vivemos: “aqui está a sabedoria: aquele que tem entendimento calcule o número da besta”. Com isto João não está orientando e incentivando uma busca desenfreada por descobrir alguém que tenha as letras de seu nome somadas 666. A sabedoria consiste em discernir acerca do que é perfeito daquilo que é apenas uma cópia falsa e barata do que é verdadeiro. Portanto, o número 666 se refere ao número do homem que é imperfeito. Todavia o homem do pecado (666) será três vezes imperfeito e não a soma de números de um nome, ou um código que é muito usado hodiernamente como o código de barras.

Na minha opinião o chip que contém o código de barras, e hoje está sendo implantado na humanidade como uma identificação documentaria distinto em cada ser humano é uma identificação normal sem a demonização do que muitos pensam ser a maraca da besta. Todavia, em breve também será obrigatório. Porém, a marca “charagma” conforme já vimos será um sinal esculpido em seu corpo físico, uma aliança onde cada ser humano terá de decidir se aceita adorar e cultuar a besta ou decidir pelo testemunho de Cristo e manter-se fiel a Sua Palavra. Todavia, a marca da besta (Ap 13.16-18) é uma marca que está intimamente ligada à adoração à besta (13.12, 15; cf. 19.20; 20.4). Assim, a marca da besta é uma marca de lealdade e devoção à besta. Os cristãos serão perseguidos e decapitados pela autoridade decretada pelo Anticristo. E esta decisão decidirá a vida ou morte, ou seja, a vida se receber a marca da besta (uma aliança com a besta) ou a morte por decapitação se decidir por Cristo Jesus (Ap 20.4). Essa marca será usada como uma forma de controle pelo Anticristo, para identificar seus adoradores.

Todos os homens deverão ser marcados. Quem não tiver a marca da besta e não adorar ao Anticristo como deus, não poderá comprar ou vender, sendo caçados para que sejam mortos. Cabe a você decidir.... qual sua escolha?

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC