TEOLOGIA EM FOCO: A VERDADEIRA PASCOA

quarta-feira, 13 de março de 2024

A VERDADEIRA PASCOA

 


Êx 12.1-6 “E falou o Senhor a Moisés e a Arão na terra do Egito, dizendo: 2- Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano. 3- Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família. 4- Mas se a família for pequena para um cordeiro, então tome um só com seu vizinho perto de sua casa, conforme o número das almas; cada um conforme ao seu comer, fareis a conta conforme ao cordeiro. 5- O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras. 6- E o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde. 7- E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem. 8- E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão. 9- Não comereis dele cru, nem cozido em água, senão assado no fogo, a sua cabeça com os seus pés e com a sua fressura. 10- E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar até amanhã, queimareis no fogo. 11- Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor.” 

INTRODUÇÃO

Quase 1.500 a.C, Moisés foi enviado ao Egito para libertar os israelitas da escravidão. Deus realizou uma série de pragas para punir os egípcios e seu arrogante rei. Na preparação para a última praga, ele fez uma distinção entre os egípcios e os israelitas. Os primogênitos dos egípcios seriam mortos, mas nenhum mal viria sobre os israelitas. Esta proteção divina foi condicionada na obediência dos israelitas em cada família fazer o sacrifício de um cordeiro. Na noite da Páscoa, cada família comeu a carne deste cordeiro e colocou seu sangue acima e em ambos os lados da porta da casa. 

Durante os séculos entre Moisés e Jesus, cordeiros foram sacrificados para buscar o perdão de Deus. O Senhor mandou que oferecessem esses sacrifícios para mostrar que o pecado traz a morte e o derramamento de sangue. Ao mesmo tempo, a necessidade de repetir os sacrifícios mostrou a sua ineficácia. A morte de um animal jamais resolveria o problema do pecado humano.

• O povo de Israel se celebrou a primeira páscoa, quando a nação de Israel estava na escravidão do Egito. As instruções dessa celebração foram transmitidas por Deus a nação israelita por meio de Moisés. 

• O Os primeiros capítulos do livro trazem as instruções de Deus dadas a Moisés, e repassadas aos demais judeus, de como deveria ser celebrada a primeira Páscoa. 

I. A PÁSCOA NO ANTIGO TESTAMENTO 

1. O significado da páscoa.

• A Palavra pascoa no hebraico, - pessach, no grego - pasca e significa “passar por cima” ou “passar além”, no sentido de “poupar”; (o Senhor “passou” sobre as casas dos filhos de Israel, poupando-os. O verbo que dá base ao substantivo pessah tem o sentido de salto, movimento, caminhada, travessia. 

Êxodo 12.27 “Então direis: Este é o sacrifício da páscoa ao Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se, e adorou.” 

A Páscoa judaica significa a passagem do povo judeu da escravidão que vivia no Egito para a libertação na terra prometida, há 3500 anos. 

2. A instituiu a Páscoa para os israelitas.

Vs. 2-3, “Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano. 3- Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família.” 

• A Páscoa se comemorava no dia 14 do mês de “Nisã”. primeiro mês do Calendário Hebraico, que deveria ser um dia de Lua Cheia, chamada de Lua Cheia da Páscoa. 

• Em hebraico, esse mês era chamado de Abibe, mas após o cativeiro babilônico também passou a ser chamado Nisã. 

• Páscoa é a festa que marca o início do calendário bíblico de Israel e delimita as datas de todas as outras festas na Bíblia. 

2. Páscoa fala de memória, de identidade. A pessach, é uma festa instituída por Deus como um memorial para que os filhos de Israel jamais se esquecessem que foram escravos no Egito, e que o próprio Deus os libertou com mão poderosa, trazendo juízo sobre os deuses do Egito e sobre Faraó. (Ex 12). Páscoa fala de memória, de identidade. 

3. O sangue era um sinal de proteção para os hebreus. Êxodo 12.7 “E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem.” 

• O sangue era um sinal exigido por Deus para salvar os hebreus da morte física. 

• O sangue do animal novo devia ser passado nas ombreiras e na verga das portas. 

O sangue do Cordeiro era um sinal.

Êxodo 12.13 “E eu passarei pela terra do Egito esta noite, e ferirei todo o primogênito na terra do Egito, desde os homens até aos animais; e em todos os deuses do Egito farei juízos. Eu sou o Senhor. 13- O sangue será um sinal para indicar as casas em que vocês estiverem; quando eu vir o sangue, passarei adiante. A praga de destruição não os atingirá quando eu ferir o Egito.” 

O SENHOR procurava o sangue na porta e se o visse a morte passaria. Mas o sangue não era um sinal para Ele. Diz que o sangue foi um ‘sinal para você’ – as pessoas, incluindo você e eu. 

4. O ritual da celebração pascal.

Êx 12.7-11 “E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem. 8- E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão. 9- Não comereis dele cru, nem cozido em água, senão assado no fogo, a sua cabeça com os seus pés e com a sua fressura. 10- E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar até amanhã, queimareis no fogo.” 

• Retirava-se o sangue do animal;

• Ungia a entrada das cabanas com o sangue do animal;

• Assava a carne do animal;

• Com a carne assada, fazia um grande banquete para a família reunida;

• O banquete oferecido incluía a presença de pães ázimos ou asmos, ervas amargas nascidas no deserto; 

5. Os Hebreus deviam estar em prontidão na noite da páscoa, para partirem do Egito.

V. 11 “Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor.” 

6. A Saída do Egito. Êxodo 12.29-39

Após a praga da morte dos primogênitos, o faraó finalmente libera os israelitas, e eles partem apressadamente do Egito, levando consigo pães ázimos para lembrar a pressa da fuga. 

II. A PÁSCOA NO NOVO TESTAMENTO 


A Páscoa é um sinal na medida em que aponta para Jesus através do momento notável da Páscoa com a crucificação de Jesus. 


1. O sinal nos aponta para pensar no sacrifício de Jesus.
Na primeira Páscoa os israelitas sacrificavam cordeiros e pintavam o sangue para que a morte passasse sobre eles. Este sinal apontando para Jesus nos diz que da mesma forma o ‘Cordeiro de Deus’ também foi sacrificado e seu sangue derramado para que a morte passasse sobre nós. 

João 11.25,26 “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; 26-E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto?” 

Hebreus 10.3-4 “Entretanto, nesses sacrifícios faz-se recordação de pecados todos os anos, porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados.” 

Êxodo 12.7-10 “E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem. 8- E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão. 9- Não comereis dele cru, nem cozido em água, senão assado no fogo, a sua cabeça com os seus pés e com a sua fressura.10- E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar até amanhã, queimareis no fogo.” 

2. A última páscoa de Jesus. Mateus 26.26-30
“E, quando comiam, Jesus tomou o pão, e abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. 27- E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lhe, dizendo: Bebei dele todos; 28- Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados. 29- E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide, até aquele dia em que o beba novo convosco no reino de meu Pai. 30- E, tendo cantado o hino, saíram para o Monte das Oliveiras.” 

Antes de ser crucificado, Jesus Cristo participou das celebrações da Páscoa judaica com Seus discípulos. 

É como se o ato de Cristo, ao fazer os discípulos participarem com Ele da última ceia, e, ao mesmo tempo, deixar-lhes uma cerimônia sagrada, que seria a Nossa Páscoa até Sua segunda vinda. 

3. A ceia é um memorial até que Cristo volte. 1ª Co 11.23-26 “Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; 24- E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. 25- Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. 26- Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.” 

A páscoa aponta para morte de Cristo e a ceia é um ato em memória do sacrifício de Jesus até que Ele venha. 

4. A páscoa deveria ser celebrada em família. Êxodo 12.3,4 “Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família. 4- Mas se a família for pequena para um cordeiro, então tome um só com seu vizinho perto de sua casa, conforme o número das almas; cada um conforme ao seu comer, fareis a conta conforme ao cordeiro.” 

A páscoa cristão também é celebrada em família. 1ª Coríntios 11.26 “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.” 

Os elementos da Ceia do Senhor.

Na celebração da Ceia, os elementos usados são o pão e o vinho. Estes são símbolos que representam o corpo de Jesus e o sangue derramado. 

Jesus tipifica o Cordeiro do Velho Testamento.

O pão representa o corpo de Jesus, que sofreu, ferido na cruz e morreu por nós: 

João 6.33 “Pois o pão de Deus é aquele que desceu do céu e dá vida ao mundo.” 

O sangue derramado na cruz por Jesus pagou por nossos pecados, mas também permitiu uma Nova Aliança entre Deus e o homem. Logo, o vinho simboliza o sangue de Jesus na Nova Aliança: 

1ª Coríntios 11.25 “Este cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isto, sempre que o beberem, em memória de mim.” 

A primeira páscoa a nação de Israel celebrou em família.

A segunda da igreja que agora é a família de Deus.

O verso 11 “E vós o comereis assim: com vossos cintos na cintura, vossos sapatos nos pés e vosso cajado na mão; e o comereis às pressas. Esta é a Páscoa do Senhor”. Eram peregrinos no Egito. 

Desta forma é a páscoa cristã.

Devemos celebrar com o Cinto da Justiça que é Cristo, os sapatos da preparação do evangelho, (Ef 6.14-17). 

“...e vosso cajado na mão...” O cajado é autoridade no nome de Jesus. 

“...e o comereis às pressas.” Não significa literal, mas no sentido de que quaisquer momentos, o Senhor Jesus virá para retirar o Seu povo desta Terra (Egito), para Canaã celestial.

III. AS CARACTERISTICAS DO CORDEIRO 

O cordeiro da páscoa era o sacrifício aceitável, que Deus mesmo tinha instituído. 

1. Jesus é o Cordeiro de Deus. Jo 1.29 “No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” 

2. A escolha do Cordeiro. Êx 12.5 “O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras.” 

O Cordeiro tinha que ser sem defeito e Cristo cumpriu esta exigência.

1ª Pe 1.18-19 “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais,19- Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado.” 

3. O cordeiro tinha que ser separado para o sacrifício quatro dias antes do dia 14.

Êxodo 12.3, 6 “Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família. 6- E o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde.” 

- A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Mt 21) aconteceu 4 dias antes da crucificação de Jesus. 

4. Jesus é nossa páscoa. 1ª Co 5.7 “Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.” 

Êxodo 12.8 “E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão.” 

Os pães azimos (sem fermento): representa a remoção do pecado de nossas vidas, de nossas casas, para que não sejamos mais escravizados por ele. (O fermento na Bíblia representa o pecado). 

Ervas amargas: representam a lembrança do sofrimento do qual Deus libertou Seu povo, das amarguras sofridas no tempo da escravidão. É lembrar que devemos nutrir a gratidão e a santidade.

IV. A MORTE DO CORDEIRO 

1. O cordeiro tinha que ser imolado pela congregação inteira. Êxodo 12.6 “E o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde.” 

Jesus morreu pelo mundo inteiro. Jo 3.16 “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” 

1ª João 2.2 “E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.” 

Qual o significado da palavra propiciação no hebraico?

A palavra propiciação é uma tradução do termo hebraico kaphar, no Antigo Testamento, e do vocábulo grego hilasmos, no Novo Testamento, as quais são traduzidas por cobrir, expiar, reconciliar, propiciar, pacificar. 

2. Nenhum osso do cordeiro podia ser quebrado. Êx 12.46 “Numa casa se comerá; não levarás daquela carne fora da casa, nem dela quebrareis osso.” 

A Bíblia diz que nenhum osso de Jesus foi quebrado no dia de sua morte. Jo 19.33-36 “Mas, vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas.34- Contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. 35- E aquele que o viu testificou, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que é verdade o que diz, para que também vós o creiais. 36- Porque isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: Nenhum dos seus ossos será quebrado.” 

3. O sangue do cordeiro era uma proteção para o povo de Israel. Êx 12.13 “E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito.” 

O sangue de Cristo é a provisão de Deus para a salvação da morte espiritual. 1ª João 1.7 “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” 

Efésios 1.7 “Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça.” 

4. Um sacrifício perfeito.

Hebreus 7.26-28 “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus; 27- Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo. 28- Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre.” 

Hebreus 9.12-14 “Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. 13- Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne. 14- Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” 

V. A CARACTEÍSTICA DO CORDEIRO PASCÁL – EM RELAÇÃO A MORTE DE JESUS 

1. Um Cordeiro imaculado. 1ª Pedro 1.19 “Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado.”

Atos 8.2 “Foi levado como ovelha ao matadouro; e como um cordeiro, mudo perante o seu tosquiador, assim ele não abre a sua boca.” 

2. Ele tomou sobre si nossos pecados.

A imposição de mãos. O crente do Antigo Testamento ao oferecer um sacrifício pelo seu pecado, colocava suas mãos na cabeça da vítima, transferindo simbolicamente assim seus próprios pecados para o animal substituto. Semelhantemente, Cristo carregou o fardo do pecado de todos aqueles chegam a Ele para remoção dos seus pecados. 

3. Ressurreição de Jesus.

O que significa a palavra ressureição.

A palavra ressuscitar tem origem no termo grego anistemi, do latim resuscitare, que por sua vez derivou da palavra resurgere, que literalmente significava “levantar-se dentre os mortos; erguer-se outra vez; retornar a vida. 

1ª Pe 1.3 “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos.” 

1ª Coríntios 15.20 “Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem.” 

Rm 8.11 “E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita.” 

Jo 11.25 “Eu sou a ressurreição. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá.” 

Foi só depois de Jesus que a Páscoa passou a ser associada à ressurreição de Cristo. 

VI. A PÁSCOA E O PAGANISMO 

1. Qual a origem do coelho da páscoa. A Bíblia não menciona nada sobre um coelho que entrega ovos às crianças no dia da ressurreição de Jesus Cristo. Coelhos e ovos não têm nada em comum – afinal, o animal é mamífero e não bota ovos.

A tradição sobre o coelho da Páscoa, está inserida em diversas culturas pagãs que ocorria antes do cristianismo, sempre no mês de março.

No antigo Egito, o coelho simbolizava o nascimento e a nova vida. Alguns povos da antiguidade consideravam o coelho como o símbolo da Lua.

Diz uma antiga lenda chinesa que a deusa lunar Chang’ vive na lua com um coelho branco, o coelho lunar, também conhecido como coelho de jade, o animal frequentemente aparece moendo ervas medicinais com um pilão no Palácio Lunar, para fabricar o elixir da longa vida.

De acordo com a mitologia germânica, o coelho deriva de um festival pagão em honra de Ostara ou Ostara, a deusa da fertilidade cujo símbolo era o animal coelho. Para representar a divindade, as pessoas utilizavam a figura do coelho, que é um animal amplamente associado à fertilidade. Os antigos povos nórdicos comemoravam o festival de Ostare no dia 30 de Março. A partir desta lenda mítica, a figura de Ostara foi incorporada ao folclore da Páscoa. A tradição de decorar ovos é uma referência direta a Ostara, já que os ovos representam a fertilidade e o renascimento. Portanto, o culto a Ostara costumava ser feito durante a primavera, por este motivo a igreja Católica, para evitar as celebrações pagãs, associaram o coelho e a tradição da “coleta dos ovos” à Páscoa Cristã.

O que a deusa Ostara e o coelho têm a ver com a Páscoa. Na verdade, o coelho da Páscoa não tem qualquer relação com o sentido cristão dessa celebração. A a igreja Católica se apropriou de algumas celebrações pagãs para que todas as crenças tivessem alguma ligação com o cristianismo. 

2. Quando foi inserido o coelho da pascoa na igreja. No final do Império Romano, época cujo objetivo era converter os povos germânicos ao catolicismo, a igreja passou a incorporar algumas tradições desses povos, incluindo o culto à deusa da fertilidade Ostara, representada por uma lebre. Após o ano 300, quando Constantino reconhece o cristianismo, os dias de festa a nova igreja cristã foram anexados aos antigos festivais pagãos.

Portanto o festival de Ostara, que ocorria em uma época semelhante à celebração da ressurreição de Cristo, foi mais um alvo desta doutrina. A Igreja incorporou os símbolos do coelho e dos ovos (que também estavam presentes no festival) ao evento cristão como uma forma de reforçar o renascimento que a época demanda. 

3. O que a Bíblia fala sobre o coelho? Na Bíblia Sagrada a palavra coelho na linga hebraica muitas vezes tem sido traduzida como “lebre” e “texugo”.

No antigo Egito, o simpático roedor já era sinônimo de fertilidade. Entretanto, nas Sagrada Escrituras, os animais roedores são considerados impuros. Veja no livro de Deuteronômio 14.7, “Entretanto, há ruminantes ou animais de casco fendido que vocês não poderão comer. O camelo, a lebre e o texugo, que ruminam, mas não têm casco fendido, esses serão impuros para vocês”, diz o versículo.”

Em Levítico, há um versículo sobre o animal. “E o coelho, porque rumina, mas não tem as unhas fendidas; esse vos será imundo; e a lebre, porque rumina, mas não tem as unhas fendidas; essa vos será imunda.” (Lv 11.5-6).

Ao longo da história, a Igreja precisou usar estratégias para reforçar a doutrina e conquistar mais fiéis, incorporando muitas celebrações pagãs, como uma forma de valorizar esses eventos, associando-os à religião que deveria prevalecer sobre as outras.

3. O ovo da páscoa. Na Grécia e na Roma antiga, os ovos pintados eram dados como presentes durante o equinócio da primavera, para desejar prosperidade e fertilidade. Do ponto pagão o ovo é considerado um símbolo de nascimento e vida.

Quando a Páscoa cristã começou a ser celebrada na igreja, o rito pagão de festejar a primavera foi integrado pela igreja Católica à Semana Santa e os cristãos então, passaram a ver no ovo um símbolo da ressurreição de Jesus.

No século XVII, o Papa Paulo V, abençoou o ovo em uma oração, talvez para abandonar a proibição decretada pela Igreja no século IX de consumi-los durante a Quaresma. Assim, o ovo de Páscoa tornou-se uma tradição que mistura a origem pagã da Páscoa com a religião cristã.

Na tradição ortodoxa, os ovos são frequentemente pintados de vermelho para simbolizar o sangue que Jesus derramou na cruz.

A entrega de ovos de chocolate e a alusão aos coelhos na Páscoa não têm nada a ver com a ressurreição de Jesus Cristo — o motivo para a celebração nas religiões cristãs. Na verdade, trata-se de uma tradição com origem pagã, costume que crê em múltiplos deuses. 

VII. JESUS E O COELHO 

João 11.25,26 “Disse lhes Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; 26- e todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá. Crês tu isso?”

“... todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá.” A condição para ter vida é crer. Jesus está afirmando que Ele é a fonte da vida eterna e a garantia de que todos os que creem N’ele terão vida mesmo após a morte. A vida que Jesus oferece não é apenas uma vida depois da morte, mas também uma vida abundante e plena neste mundo (Jo 10.10). Quando alguém crê, Jesus entra dentro de seu coração e lhe dá a vida nova, unida a Deus.

Onde você tem depositado a tua fé? O problema decorrente acerca do coelho da páscoa é, que a pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo, o Cordeiro imaculado que derramou o Seu sangue inocente na cruz do Calvário para nos dar a vida eterna, foi trocado por um coelho considerado animal imundo por Deus na Antiga Aliança. Jesus deve ser o centro de tudo, Ele deve ocupar o primeiro na nossa vida, as coisas terrenas não podem se equiparar a Ele.

Todavia, tem pessoas que vão além do coelho da páscoa, carregam um pé de coelho no bolso como um amuleto, para espantar o mal de suas vidas. Estas pessoas acreditam que o pé do coelho que tem poder para trazer sorte e afastar influências malignas. Quem usa um amuleto põe sua fé no poder do amuleto. Usar amuletos é uma forma de fazer simpatia.

Aqueles que confiam no amuleto em vez de confiar no Senhor Jesus, com certeza estão desligadas do amor de Cristo, porque colocaram as coisas terrenas no centro de suas vidas. Como disse o salmista Davi: “Um abismo chama outro abismo ...” (Sl 42.7). Podemos interpretar dizendo que um erro chama outro erro. Primeiro erro (abismo) foi colocar um coelho no lugar do Cordeiro de Deus. E o segundo erro (abismo), carregar um pé de coelho no bolso, em vez de levar Jesus no coração.

Estas pessoas que confiam no pé do coelho como amuleto, com certeza estão desligadas do amor de Cristo, porque colocaram as coisas terrenas no centro da sua vida. 

CONCLUSÃO

O cristão não está impedido de comemorar a Páscoa, pois a relação cristã com a Páscoa decorre na Ressurreição de Jesus Cristo, que representa a esperança de salvação para toda a humanidade.

Muitas igrejas têm reuniões e atividades especiais nesse dia, que podem ser usadas para evangelização, isto é, anunciar a morte e ressureição de Cristo pelos nossos pecados. Também é um bom dia especial para estar com a família e juntos agradecer pelo sacrifício de Jesus celebrando a Sua vitória sobre a morte. Nada impede de presentear nossos familiares, mas lembrando que toda a honra e glória seja dada ao Senhor Jesus Cristo que morreu e ressuscitou a o terceiro dia para nos salvar.

Pr. Elias Ribas Dr. em Teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

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