TEOLOGIA EM FOCO: 2022

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

AS BODAS DO CORDEIRO - APOCALIPSE 19

 


Depois do Arrebatamento da Igreja será estabelecido o Tribunal de Cristo, onde as obras dos crentes serão provadas pelo fogo (2ª Co 5.10; 1ª Co 3.12-15). Após teremos as Bodas do Cordeiro, já no céu, entre Cristo e Sua Igreja. A Noiva do Cordeiro (a Igreja) é composta dos cristãos verdadeiros e dos crentes de todas as épocas.

As bodas do Cordeiro é um evento mais importante para a Igreja de Cristo, será uma festa que se realizará no céu. É a união do Noivo Jesus com Sua noiva Igreja glorificada. Essa festa só acontecerá no final da Grande Tribulação, antes da vinda de Jesus em glória. 

I.        A IGREJA GLORIFICADA NO CÉU 

1. Como acontece esse casamento. Para entendermos a festa sobre as Bodas do Cordeiro, é necessário conhecer a tradição judaica da época sobre o casamento. No Antigo Testamento o casamento bíblico o era dividido em três partes:

1ª A primeira parte os pais da noiva e os pais do noivo assinavam um contrato e os pais do noivo, dava um dote em dinheiro aos pais da noiva.

2ª A segunda parte do casamento só acontecia depois de completar um ano. O noivo convidava seus amigos e com tochas nas mãos se dirigiam até a casa da noiva. E a noiva sabendo que seu noivo se aproximava, também chamava suas amigas e se dirigiam ao encontro do noivo. Esse costume hebreu é a base da parábola das dez virgens contada por Jesus (Mt 25.1-13).

3ª A terceira parte, era realizado o casamento e a festa era chamada “a festa das bodas” e segundo o costume essa festa podia durar até sete dias, assim como o casamento em Cana (Jo 2.1-2).

A visão que João teve das Bodas do Cordeiro retratava o casamento de Jesus com sua Igreja no céu. Também podemos dividir em três fases.

1ª Parte do casamento da Igreja com Jesus se deu quando confessamos aceitamos a Ele (Jesus) como único e suficiente Salvador da nossa vida e isso acontece com grande alegria. Nesse casamento o Pai do Noivo também pagou o dote oferecendo o Seu Filho para derramar o Seu sangue na Cruz do Calvário em favor da noiva Igreja.

2ª A segunda parte do casamento só acontecerá quando o Noivo vier arrebatar Sua noiva-igreja para levar para a casa do Pai (Jo 7.1-3).

3. A última parte acontecerá no céu é a União do Noivo (Cristo) com Sua noiva (Igreja). Após a festa a Igreja-noiva viverá eternamente com seu Noivo (Jesus). Somente os salvos pela fé em Cristo vão ter a honra e o privilégio de se assentarem à mesa do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.

No Novo Testamento há uma relação simbólica entre a Igreja e Jesus. A Igreja é representada como Noiva e Cristo Jesus como Noivo (Jo 3.29; 2ª Co 11.2; Ef 5.25-33; Ap 21.1). 

2. O louvor no céu. “Depois destas coisas, ouvi no céu uma como grande voz de numerosa multidão, dizendo: Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus” (v. 1). 

Três vezes No livro de Apocalipse encontramos a grande multidão, sempre no céu e sempre adorando ao Senhor (7.9-10; 19.1; 19.6).

Depois destas coisas, ou seja, depois das catástrofes e do julgamento da prostituta, João vê os salvos no céu com voz de grande júbilo, dizendo Aleluia! Se Apocalipse 18 é o capítulo dos “ais”, Apocalipse 19 é o capítulo dos “aleluias”.

A palavra aleluia vem de duas palavras hebraicas: hala, que significa “louvor”, e Yah, é uma abreviação do Tetragrama Sagrado do nome Yavé que é o nome próprio do único Deus verdadeiro, portanto a palavra aleluia significa “louve a Yavé”. Isto mostra que o Deus do Antigo é o mesmo Deus do Novo Testamento: O Deus que foi adorado no passado é o Deus adorado no Novo Testamento. Aqui, os salvos no céu louvam ao Senhor, porque Deus julgou o mundo e vingou aqueles que o mundo fez sofrer, e porque Jesus Cristo está voltando a terra para reinar, por isso a Igreja canta aleluia no céu. 

3. Verdadeiros e justo são os Seus juízos. “Porque verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos.” (V. 2). 

Depois de anunciar a queda da Babilônia política e religiosa nos capítulos 17 e 18, é chegada à hora de exultar, pois a prostituta saiu de sena e deu lugar à virgem noiva do Cordeiro.

Portanto, trata-se da celebração da justiça de Deus. Pois julgou a grande meretriz que corrompia a terra com a sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos:

No julgamento, Deus se mostrou justo e respondeu à petição das almas debaixo do altar, no quinto selo, que esperavam a vingança contra seus perseguidores (6.9-11).

Por ocasião da Segunda Vinda, os verdadeiros e justos juízos de Deus serão vistos claramente por todo o Universo.

O júbilo no céu menciona o completo cumprimento da oração dos mártires. “Pois julgou a grande meretriz…”, e das mãos dela vingou o sangue dos Seus servos”.

4. Os anciãos representam a igreja. “E outra vez disseram: Aleluia! E a fumaça dela sobe para todo o sempre.4- E os vinte e quatro anciãos e os quatro animais prostraram-se e adoraram a Deus, assentado no trono, dizendo: Amém! Aleluia! 5- E saiu uma voz do trono, que dizia: Louvai o nosso Deus, vós, todos os seus servos, e vós que o temeis, tanto pequenos como grandes. 6- E ouvi como que a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões, que dizia: Aleluia! Pois já o Senhor, Deus Todo-Poderoso, reina”. (Vs. 3-6). 

Semelhante a multidão que louva ao Senhor nos capítulos 4 e 5, mas aqui a adoração é semelhante, os 24 anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus, que se acha sentado no trono, dizendo: Amém! Aleluia! Em seguida saiu uma voz do trono, exclamando: Dai louvores ao nosso Deus, todos os seus servos, os que o temeis, os pequenos e os grandes” (v. 4-5). E o louvor começa como voz como de uma grande multidão, como voz de muitas águas e forte como de grandes trovões que dizia: “Aleluia! Porém, lá no céu, a noiva irá pronunciar com júbilo em frente de Seu Noivo. Amem!

A Igreja hoje não estranha está expressão de louvor, pois os seus lábios não se cansam de dizer Aleluias! Porém, lá no céu, a noiva irá pronunciar com júbilo em frente de Seu noivo. Amem!  

II. O MOMENTO MAIS SUBLIME NOS CÉUS 

“Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.” (Vs. 7-8). 

1. O momento de jubilo. O motivo dessa alegria é: “...porque que são chegadas as bodas do Cordeiro...”, a festa de casamento.

A figura do casamento para representar a relação de Deus com o seu povo é usada no Velho Testamento para falar sobre o povo judeu. Deus tomou Israel (ou Judá) como sua esposa, mas ela foi infiel, cometendo adultério espiritual (Ezequiel 16; Oséias 2 e 3). No Novo Testamento, Cristo se entregou por sua noiva, e quer que ela seja “gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Efésios 5:25-27). 

2. A hora do encontro. E após a morte até o corruptível será revestido de incorruptibilidade (1ª Co15.52-54). Os teólogos concordam que a Igreja noiva já arrebatada está no céu num corpo incorruptível, antes da vinda de Cristo em glória (Ap 19.11-21).

Essa festa se dará no céu: “Depois destas coisas, ouvi no céu...”.  A noiva já no céu, está vestida com “a justiça dos santos”, que são seus atos de retidão (v. 8). Para os atos de retidão dos santos estarem completos, eles precisam estar no céu e libertos de toda a impureza.

A Igreja, a Noiva, será apresentada para o seu Noivo: “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (2ª Co 11.2).

Noiva é representada pelos vinte quatro anciãos. A Igreja noiva, são aqueles que aceitaram e creram na Palavra de Deus, e ficaram firme na fé aguardando a volta de Jesus (o Noivo), através disso, como membro individual, ela é acrescentada a Igreja de Jesus, que é a Igreja – Noiva de Jesus (1ª Co 12.13). 

3. Os ornamentos da Noiva. Há um contraste entre a noiva e a meretriz, a falsa noiva, no capítulo 17. Ela estava vestida de linho finíssimo, mas sua posição como rainha durou pouco tempo. A noiva do Cordeiro “Cuja esposa a si mesma já se ataviou...”, isto é, a noiva se preparou, se vestiu para o casamento, como uma noiva se prepara para o Seu Noivo. Não pelas suas justiças, mas pelas justiças de Cristo. Este “se ataviou” é a obra ativa da Igreja em se santificar, em viver a prática das boas que são frutos da verdadeira fé, obras de gratidão e que somente promovem a glória de Deus e bem do próximo. É o que nos ensina o mestre Jesus: “Nisto é glorificado meu Pai: que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.” (Jo 15.8). Quando o crente produz fruto o nome do Pai e do Filho é glorifica no céu e na terra.

Linho fino é a roupa adequada para um servo na presença de um rei (Gn 41.2). Deus vestiu Sua esposa em linho fino (Ez 16.10,13). Em outros trechos do Apocalipse, linho finíssimo mostra a pureza dos servos de Deus. É vestido pelos anjos que saem do santuário com os sete flagelos (15.6; cf. Ez 10.2-7).

A Igreja está bem vestida e gloriosa, não por sua própria justiça, mas porque Deus deu a ela as vestes, os atos de justiça. Se a glória final da Igreja fosse uma parceria entre Deus e o homem, então, João não teria ouvido: “demos-lhe a glória de uma vez por todas. Não é a Igreja que merece ser glorificada, nem Pedro, João ou Maria, eles fazem parte da noiva, mas somente o Deus da Igreja deve ser glorificado na terra e no céu. Porque a Esposa se atavia com vestimentas que foram dadas a ela.

O Senhor Deus nos convida a cear aqui na Terra na expectativa da Ceia do Casamento do Cordeiro que acontecerá no Céu. “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo.” (Ap 3.20).

A Ceia do Senhor (o partir do pão e tomar do cálice, que é uma ordenança do Senhor até que Ele venha (1ª Co 11.23-26)), que hoje participamos neste culto, é o começo da grande ceia da do casamento do Cordeiro.

Um dos atos desta maravilhosa festa é a celebração da ceia do Senhor, dando cumprimento às palavras de Cristo. “E, chegada à hora, pôs-se à mesa, e, com Ele, os doze apóstolos. E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta Páscoa, antes que padeça, porque vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no Reino de Deus. Porque vos digo que já não beberei do fruto da vida, até que venha o Reino de Deus” (Lc 22.14, 15, 16, 18).

II.     OS CONVIDADOS PARA FESTA 

Quem são esses convidados das bodas? “E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus. (V. 9).

O casamento é de Cristo e a Igreja, mas os convidados são muitos. De acordo com Dn 12.1-3 e Is 26.19-21, o Israel salvo da Grande Tribulação são os convidados especiais. Devemos ter cuidado na interpretação desse evento para não confundirmos nem misturarmos os fatos que envolvem as bodas no céu e as bodas na terra. A cena das bodas no céu difere das bodas na Terra. No céu, as bodas são da Igreja e o Cordeiro (Ap 19.7-9). Na Terra, as bodas envolvem Israel e o Cordeiro (Mt 22.1-14; Lc 14.16-24; Mt 25.1-13). A cena das bodas no céu difere das bodas na Terra, Israel estará esperando que o esposo venha convidá-los a conhecer a esposa (a Igreja), que estará reinando com Ele no período milenar. 

No capítulo 22 de Mateus, o Senhor Jesus Cristo comparou o Reino de Deus a uma festa de casamento, onde o Rei enviou seus servos para convidar para a festa das bodas, porém, eles não quiseram vir.

Antes das bodas o Rei veio fazer um convite, mas os judeus o rejeitaram o convite, porém Jesus disse aos seus servos: sai pelas ruas e becos da cidade e convida os pobres, aleijados, cegos.

Esta parábola é uma alegoria da história de Israel. O rei representa Deus; o filho, Jesus; os servos, os discípulos de Jesus; e a bodas simbolizava a grande festa messiânica da qual os judeus aguardavam participar com o Messias no início de Seu reinado.

Os pobres aleijados e cegos representam os gentios qual era seu estado. Aqueles que aceitaram este maravilhoso convide, foram inseridos no corpo de Cristo e fazem parte da Igreja noiva.

Antes das bodas Jesus veio para convidar aqueles que desejam fazer parte desta festa. Depois de Sua morte e ressurreição, o Noivo voltou à casa de Seu Pai para preparar um lugar para Sua noiva (Jo 14.2, 3). Jesus veio para firmar um contrato de casamento com Sua noiva, mas em breve Ele virá para busca-la e aqueles que permaneceram fieis até o fim, subiram em Sua vida. O Cordeiro o Noivo, e a Igreja noiva serão o centro das atenções no céu.

Para realizar um casamento são necessários um noivo, uma noiva e os convidados. Os convidados não devem ser confundidos, portanto com a Igreja arrebatada e que se encontra com linho finíssimo.

Mas quem são os convidados? No meu entender os convidados são os cento e quarenta e quatro mil selados, da nação de Israel que serão tomados da terra, durante a Grande Tribulação. (Ap 14.1-5). Eles não farão parte da Igreja.

“Um grande número dos santos nos céus serão chamados à ceia para testemunhar as bodas do Cordeiro com a Sua Noiva (Ap. 19.6-9). Os que compõem a Noiva de Cristo são os Cristãos que perseveraram durante seu tempo na terra: (Ap 3.4). Essa ceia será no céu logo antes da segunda fase da vinda de Cristo. Portanto, precisam estar lá.

Enquanto o Senhor está na ceia das bodas com sua Igreja (Mt 26.29), em festa de glória e gozo eterno, nestas hora estará Satanás, através do Anticristo, se reunindo no grande vale do Armagedom, para fazerem guerra contra os filhos de Israel.

Quando Cristo vier para estabelecer o milênio na terra, virá com os exércitos no céu que são vestidos de linho fino, branco e puro (Ap. 19.14). Estes virão com Ele por que estão com Ele, e estão com Ele, pois foram arrebatados da terra antes deste tempo”. (T. Ross, pgs. 70-72).

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

sábado, 17 de dezembro de 2022

A QUEDA DA BABILÔNIA - APOCALIPSE 18

 


“E, depois destas coisas, vi descer do céu outro anjo, que tinha grande poder, e a terra foi iluminada com a sua glória. E clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se tornou morada de demônios, e abrigo de todo espírito imundo, e refúgio de toda ave imunda e aborrecível!” (Vs. 1 e 2). 

No capítulo 11, quando o anjo tocou a sétima trombeta ouviu-se no céu um cântico de vitória declarando que: “Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.” (Ap 11.15). Antes da descrição da grande meretriz vem a declaração da queda dela (14.8). No capítulo 17 já vimos que o aspecto religioso do império anticristão, a “mãe das meretrizes”, que será destruída pelos dez reis da terra e pelo Anticristo (Ap 17.16). Aqui no capítulo 18, a grande cidade, Babilônica, ou seja, o império anticristão, em sua grandeza política e econômica, é julgado por Deus pela maldade que causou aos santos e apóstolo do Senhor. “Por isto em um só dia sobrevirão os seus flagelos, morte pranto e fome, e será consumida no fogo, porque poderoso é o Senhor Deus que a julgou” (Ap 18.9). 

1. João vê outro anjo. “E, depois destas coisas, vi descer do céu outro anjo, que tinha grande poder, e a terra foi iluminada com a sua glória.” (V. 1). 

Após João contemplar as características da Babilônia espiritual no capítulo 17, agora ele vê outro anjo, que sai do trono de Deus, enquanto que a besta surge do abismo (v. 8). O anjo desce do céu e tem grande autoridade para confirmar a sentença contra a Babilônia. Quando o anjo desce, João vê que o seu brilho iluminou a terra com a Sua glória: Deus é a verdadeira luz, e a sua glória ilumina (21.23; 1ª Jo 1.5). Pelo evangelho revelado, a glória de Deus traz iluminação (2ª Co 4.4-6; Ef 1.17-18). Aqui, então, aguardamos uma declaração de Deus que trará boas notícias aos servos fiéis. 

2. A queda da Grande cidade. “Então, exclamou com potente voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável” (v. 2). 

O anjo exclama com grande voz a queda da grande Babilônia. O primeiro “caiu” refere-se ao mistério da prostituição do capítulo 17, ao falso culto pagão e o segundo “caiu”, à “grande Babilônia”, onde este sistema é executado na prática.

A igreja, a Noiva do Cordeiro (Ap 19.6,7), imaculada (2ª Co 11.2), igreja de Cristo (Ef 5.32), é a habitação de Deus (Ap 21.3), enquanto a Babilônia, a grande Meretriz torna-se habitação de demônios e aves imundas, símbolo dos demônios (Mt 13:31-32).

Nos capítulos 17 e 18 do Apocalipse, Babilônia aparece em duplo sentido em cada secção: a primeira é vista do sentido político e religioso; enquanto que a segunda é contemplada do ponto de vista literal e comercial. No capítulo 17, Babilônia era a grande meretriz, a religião apóstata. Agora, no capítulo 18 é descrito a queda da Babilônia, a cidade da luxúria, a morada dos demônios.

Do modo como foi destruída a Antiga Babilônia (a cabeça de ouro da estátua (Dn 2)), por causa das suas abominações, assim também é anunciada a queda da Babilônia mística, o grande poder político mundial anticristão ligado à religião mundial unificada, a falsa igreja, liderado pela primeira besta. (Ap 13.11.10).

A Babilônia é o sistema do mundo que se opõe contra Deus em todas as épocas. É um símbolo da rebelião humana contra Deus. 

3. O vinho da ira. “Pois todas as nações têm bebido do vinho do furor da sua prostituição. Com ela se prostituíram os reis da terra. Também os mercadores da terra se enriqueceram à custa da sua luxúria” (v. 3). 

O profeta Daniel nos informa que na noite da invasão Medo-Persa sobre a cidade de Babilônia, “o rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes e bebeu vinho na presença dos mil.” (Dn 5.1). Na babilônia comercial e política, descrita neste capítulo, as mesmas coisas do passado serão praticadas, no que diz respeito a vida dissoluta: prostituição, comércio desonesto feitiçaria e idolatria.

A Grande Babilônia que significa grande confusão ou pandemônio, é uma figura de iniquidade religiosa, ou seja, uma comunhão de credos, doutrina de homens, filosofias, dentro da própria cristandade, liderada, ecumenicamente pelo falso profeta (Ap 17.9 comp. 1ª Pe 5.13).

Todo os teólogos concordam que está cidade é Roma. Suas falsas doutrinas constituem o vinho da sua prostituição com o qual embriaga as nações da terra. As falsas doutrinas são comparadas ao vinho porque entorpecem a mente e, assim, afetam a capacidade de discernir e de raciocinar de uma pessoa. Tal como o vinho, as falsas doutrinas retiram da pessoa sua capacidade de discernir o erro. Mas o vinho da Babilônia é chamado de “vinho da ira”. O vocábulo grego “thumos” significa ira, ódio, raiva. É uma raiva criada pelas falsas doutrinas. Assim, quando os reis da terra bebem deste vinho, são instigados pela cólera a irem contra os que não concordam com as heresias. Por isso a Babilônia é vista como uma mulher que deu de beber e embriagou a todas as nações com o vinho de sua fornicação, o equivale dizer: arrastou á idolatria (Jr 51.7).

Este sistema religioso e econômico da Babilônia contaminou toda a terra. Esta meretriz embriagou as nações, levando as pessoas a adorarem o dinheiro e se prostrarem diante de outros deuses. Os homens tornaram-se mais amantes dos prazeres do que de Deus (2ª Tm 3.4). Exemplo: o amor ao dinheiro é o maior senhor de escravos do mundo, isto é, ao deus mamom, que é uma “idolatria que mata” (Sl 115.4-8). O pecado da idolatria está associada a curvar-se diante de imagens, assim como amar o dinheiro (1ª Tm 6.10). 

4. Retirai-vos dela. “Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos” (v. 4). 

Antes que as poderosas palavras de juízo se cumpram sobre esta Babilônia, outra voz brada do céu – a voz de Deus: “Retirai-vos dela, povo meu...”. Assim como Ló foi chamado para fora de Sodoma, antes que ela fosse destruída por fogo e enxofre (Gn 19.14-29), da mesma forma o povo de Deus que está em Babilônia é dirigido por uma voz que vem do Céu dizendo-lhe para sair dela, antes que ela caia.

O profeta Isaías 52.11, quando descreve sobre o fim do cativeiro dos judeus, onde Deus promete trazer o Seu povo remido de volta para Sião, mas exige que venha sem a impureza e a idolatria praticada por seus opressores.

Paulo emprega a mesma linguagem em um apelo à santidade (2ª Coríntios 6.14 - 7:1). Para ser o povo de Deus e manter e gozar a comunhão com o Senhor, é necessário ser santificado. Esta santidade é oposta à imundícia e à luxuria da meretriz.

Quando a velha Babilônia do rio Eufrates estava perto de ser destruída pelos juízos de Deus, o Senhor enviou a Seu povo (Israel), que nela ainda estava, um solene aviso através do profeta Jeremias dizendo: “Fugi do meio da Babilônia...” (Jr 51.6).

O Senhor Deus dá uma oportunidade para aquelas pessoas bem-intencionadas e demonstram sua sinceridade obedecendo à ordem de Deus de sair de Babilônia (a falsa igreja) antes de sua destruição, pois aqueles que se recusarem a separar-se de Babilônia e de seus pecados serão destruídos com ela.

Sair da Babilônia significa abandonar suas práticas pecaminosas, não ser enganado por suas tentações e seduções para que não se torne cumplice de seus pecados.

Deus tem, e sempre teve, um povo em Babilônia. Quantas criaturas sinceras e boas, cujos sentimentos estão voltados para Deus, estão aprisionadas pelas amaras das tradições e enganos que lhes oferece a “Babilônia” dos nossos dias? Portanto, cabe a nós hoje, trazer um conselho de advertência para aqueles crentes sinceros que estão em babilônia: “Fugi do meio da Babilônia”. 

5. O castigo que a Babilônia receberá. “Dai-lhe em retribuição como ela retribuiu, pagai-lhe em dobro segundo suas obras, e no cálice em que ela misturou bebida, misturai dobrado para ela” (v. 6).

A cidade usada para corromper as nações e levar ao mundo todo o tipo de falsa religiosidade receberá o castigo de Deus.

Esses reis são os políticos que se comprometeram com as obras do maligno, a idolatria pagã, o materialismo, a luxuria, receberão um castigo dobrado com ela.

Terrível é o dano produzido pela falsa igreja simbolizado por Babilônia ou Roma. Incalculável, mais terrível, ainda, é o castigo eterno, com tormento e pranto, reservados para os que servem este sistema religioso. 

6. Assentada como rainha. “Quanto a si mesma se glorificou e viveu em luxúria, dai-lhe em igual medida tormento, pranto, por diz consigo mesma: Estou sentada como rainha. Viúva não sou. Pranto, nunca hei de ver! Por isso, em só dia, sobrevirão os seus flagelos: morte, pranto e fome; e será consumida no fogo, porque poderoso é o Senhor Deus, que a julgou” (Ap 18.6-8). 

No capítulo 17.3, ela está assentada sobre a besta, enquanto que aqui ela está sentada como rainha. Agora ela está sendo julgada pela sentença divina: “pagai-lhe em dobro”.

Ela se orgulha de não ser viúva e jamais será abandonada, mas de ser rainha soberana por estar exercendo domínio sobre sete montes (Ap 18.7), no entanto, o domínio da grande cidade foi proporcionado pelo dragão que deu o seu poder à besta (Ap 13.4). Seu desejo sempre foi reinar sobre todos povos. Orgulhosa, ela pensa que está assentada não somente em um lugar elevado, mas também seguro. Tem grande capacidade de comando sobre muita gente.

Essa rainha sempre ostentou sua riqueza, seus banquetes, suas festas, seu orgulho, seu culto de si mesmo que é abominável para Deus, não deu a glória devida ao Criador, agora está sendo destruída.

O Senhor não podia ignorar a maldade de Roma. Ela se exaltou em rebeldia contra Deus e contra a sua vontade. O castigo se tornou inevitável. Arrogância da Babilônia a deixa totalmente despreparada e vulnerável quando vem o juízo de Deus. 

“Por isso, em só dia, sobrevirão os seus flagelos...”. A palavra traduzida “flagelos” é a mesma que descreve, em outros livros do Novo Testamento, os açoites de castigo (At 16.23,33; 2ª Co 6.5; 11.23). Aqui e outras vezes no Apocalipse, identifica os “açoites” de castigo que vêm de Deus.

Roma sempre se achou poderosa, mas se enganou. Agora ela recebe o castigo que lhe é devida. Em só dia será consumida no fogo, porque poderoso é o Senhor Deus, que a julgou”. 

7. O lamento dos poderosos. “Ora, chorarão e se lamentarão sobre ela os reis da terra, que com ela se prostituíram e viveram em luxúria, quando virem a fumaceira do seu incêndio, e, conservando-se de longe, pelo medo do seu tormento, dizem: Ai! Ai! Tu, grande cidade, Babilônia, tu, poderosa cidade! Pois, em uma só hora, chegou o teu juízo. E, sobre ela, choram e pranteiam os mercadores da terra, porque já ninguém compra a sua mercadoria, mercadoria de ouro, de prata, de pedras preciosas, de pérolas, de linho finíssimo, de púrpura, de seda, de escarlata; e toda espécie de madeira odorífera, todo gênero de objeto de marfim, toda qualidade de móvel de madeira preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore. e cinamomo, e cardamomo, e perfume, e mirra, e incenso, e vinho, e azeite, e flor de farinha, e trigo, e cavalgaduras, e ovelhas; e mercadorias de cavalos, e de carros, e de corpos e de almas de homens. E o fruto do desejo da tua alma foi-se de ti, e todas as coisas gostosas e excelentes se foram de ti, e não mais as acharás. Os mercadores destas coisas, que com elas se enriqueceram, estarão de longe, pelo temor do seu tormento, chorando, e lamentando, e dizendo: Ai! Ai daquela grande cidade, que estava vestida de linho fino, de púrpura, de escarlata, adornada com ouro e pedras preciosas e pérolas! Porque numa hora foram assoladas tantas riquezas. E todo piloto, e todo o que navega em naus, e todo marinheiro, e todos os que negociam no mar se puseram de longe.” (vs. 9-18).

A queda da meretriz causou duas reações. lamentação e exultação. Encontramos três grupos que lamentam por Roma. Os reis, os mercadores e os pilotos. Todos se expressam com a frase: “Ai! Ai da grande cidade” (10,16,19).

Os mesmos reis que viviam do comercio gerado pela luxúria da meretriz, agora lamentam a queda da Babilônia. A destruição da meretriz teria um impacto econômico muito negativo para os países comerciantes.

O lamento mostra a aliança corrupta de forças políticas e econômicas com a religião do falso profeta. Os poderosos que se comprometem com a obra do maligno (a idolatria, o materialismo, a luxuria) serão arruinados juntamente com Babilônia. Lamentam por contemplar suas enormes perdas. Os reis da terra governados pela luxúria, ganância e soberba vão ficar amedrontados com esse sistema entrar em colapso e vão chorar e lamentar em alta voz.

Aqueles que seguem o caminho da prostitua, ou seja, na ostentação e nos prazeres dela, serão abatidos pela ira de Deus. Por isto, ela receberá um juízo, como nunca antes existiu nesta extensão. Duas afirmações mostram a rapidez deste juízo: “... em um só dia” (v. 8) e “... em uma só hora ficou devastada tamanha riqueza” (17). Sua tranquilidade hoje, será transformada em pânico naquele dia por isto eles dizem ai! Ai!

Do mesmo domo como eram realizados grandes negócios e com excelentes lucros com as mercadorias na Babilônia dos caldeus, assim também são realizadas grandes fortunas com as mercadorias da Babilônia mística. Essa meretriz enriqueceu extremamente com seus produtos pagãos. Consumia todo tipo de mercadoria de luxo, até escravos. A opulência de Roma levou a cidade ao exagero de um consumismo desenfreado, e as nações exportadoras lucraram com isto. O profeta Ezequiel faz uma lista semelhante, quando Tiro era o imperador da grande cidade e enriquecia-se com o materialismo (Ez 26, 27 e 28). Estes versículos reforçam a interpretação da meretriz como símbolo de Roma e sua vida comercial e materialista. O material nobre são transformados em imagens de escultura, cordões, rosário, medalhões, e relíquias para o comercio da meretriz.

Entre as coisas que deixam de negociar encontram-se “até almas de homens”. Isto lembra o seu comércio com os cadáveres dos mortos nas chamadas “encomendas dos corpos”, missas de sétimo dia e indulgências para enriquecer a muitos e cadeira no céu. O que dizer do purgatório inventado para enriquecer este negócio profano e que permite a troca das almas por dinheiro de onde enche os celeiros da meretriz.

No reinado do Anticristo, a grande cidade, simbolicamente chamada Babilônia, também será o centro comercial e econômico do mundo. Porém, quando a besta tiver o total apoio dos reis da terra, romperá com a Babilônia religiosa, e irá destruir a sede desse sistema religioso mundial. (Vs. 17,19). 

8. Haverá grande alegria no céu quando Deus julgar a Babilônia. “Exultai sobre ela, ó céus, e vós, santos, apóstolos e profetas, porque Deus contra ela julgou a vossa causa” (v. 20). 

Enquanto que na terra haverá lamentação, choro e pranto pela destruição da prostituta, os moradores do céu, e em especial os apóstolos e profetas, agora tem todos os motivos para grande júbilo, pois o grande opressor da igreja e o corruptor do mundo agora estava destruído. A injustiça do mundo anticristão, que por muito tempo ficou sem castigo, foi agora levado a clara luz de Deus e revelado diante de todo mundo. Por isto o céu magnifica e tributa louvores ao Criador. 

10. Babilônia (Roma) será exterminada. “Então, um anjo forte levantou uma pedra como grande pedra de moinho e arrojou-a para dentro do mar, dizendo: Assim, com ímpeto, será arrojada Babilônia, a grande cidade, e nunca jamais será achada” (v. 21).

O anjo forte aparece três vezes no livro Apocalipse. 1. Quando o anjo forte procurou alguém para abrir o livro selado (5.2). Foi um anjo forte que desceu do céu e jurou que o mistério de Deus seria cumprido (10.1-7). Agora, um anjo forte joga a grande pedra no mar, declarando a finalidade do castigo previsto.

A Palavra pedra de moinho no grego [λίθος μυλικός], feito de pedra de moinho. Jesus usou a figura de lançar alguém no mar com uma grande pedra de moinho pendurada no pescoço para descrever a morte (Mt 18.6; Mc 9.42). Afundar uma enorme pedra no mar, no Velho Testamento, era símbolo de eterna destruição. Este é o cumprimento daquilo que o profeta Jeremias escreveu (Jr 51.60-64). Este ato simbólico do anjo declara a morte, a derrota total, da meretriz.

O anjo forte, lançou com violência a grande pedra no fundo mar, para mostrar que Babilônia (Roma), haverá de cair violentamente, em súbita destruição. 

9. O silêncio da morte toma conta da cidade. “E voz de harpistas, de músicos, de tocadores de flautas e de clarins jamais em ti se ouvirá, nem artífice algum de qualquer arte jamais em ti se achará, e nunca jamais em ti se ouvirá o ruído de pedra de moinho. Também jamais em ti brilhará luz de candeia; nem voz de noivo ou de noiva jamais em ti se ouvirá, pois os teus mercadores foram os grandes da terra, porque todas as nações foram seduzidas pela tua feitiçaria” (v. 22- 23). 

O silêncio declara que o império das bestas e de seu deus (dragão), foram destruídos. Embora Satanás, no final do milênio será solto de sua prisão por um pouco de tempo, para provar a humanidade. Sobre este assunto trataremos quando abordar sobre o milênio.

Da mesma maneira que entendemos as profecias sobre a Babilônia histórica, aceitamos estas profecias sobre a destruição da Babilônia simbólica. O ponto não é a forma do castigo, mas sua certeza. Ela afirmou, na sua arrogância, que nunca veria pranto (18.7). Deus declara que ela nunca será vista, e nunca verá a vida! A Babilônia foi jogada no mar e se afundou. Jamais levantará a sua mão contra os servos do Senhor. Compare a profecia sobre a Babilônia antiga em Jeremias 51.63-64.

A babilônia simbólica será devastada tornar-se-á uma cidade morta. Nenhum som se ouvirá mais, e nenhuma luz, e nem voz de noivo ou de noiva jamais em ti se ouvirá: O casamento sempre é um sinal de esperança, de planos para o futuro (Mt 24.38). Mas a Babilônia não tem futuro; não terá nela as vozes de noivos. A Babilônia religiosa a mãe das prostitutas ficará completamente deserta.

Os motivos do castigo dela são resumidos em dois pontos:

1. Pois os teus mercadores foram os grandes da terra: A Babilônia foi exaltada e exercia poder e influência sobre os outros.

2. Porque todas as nações foram seduzidas pela tua feitiçaria: A meretriz seduziu as nações, que participaram com ela na sua prostituição. Babilônia atraiu, enganou e embriagou as multidões com sua feitiçaria e sua prostituição. Aqui ela terá o seu fim.

Com todos os acontecimentos mundiais evidenciados e revelados na Palavra de Deus, os homens não aceitam a verdade como verdadeira. A humanidade ímpia prefere seguir e aceitar os enganos da meretriz do crer nas verdades das Escrituras Sagradas. Embora Deus já tenha revelado as doutrinas das últimas coisas na Sua Palavra, o homem continua ignorante. Por quê? Porque é uma escolha do homem de crer no engano no óbvio do que crer na verdade. 

10. A justiça de Deus não falha. “E nela se achou sangue de profetas, de santos e de todos os que foram mortos sobre a terra” (v. 24).

Desde o início do cristianismo a perseguição tem acompanhado a história da igreja. Roma sempre foi o palco da morte de milhares cristãos.

Pela lei do Império Romano, o cristianismo foi posto como fora da legalidade, perseguida e considerada como o mais perigoso inimigo do poder de Roma.

A intolerância religiosa por parte dos Imperadores Romanos, era simplesmente por recusarem o culto ao Imperador e a adoração às divindades pagãs de Roma. Os apóstolos foram acusados de praticar deslealdade, perseguidos e mortos. Nos primeiros séculos era comum martirizar e muitas vezes lançarem nas arenas para serem devorados por feras, à vista de todos.

Após a igreja ser reconhecida como religião, a política entrou na igreja e ela se tornou dominadora dos povos. Nos séculos XII ao XVIII foi criado pelos papas da igreja romana a Inquisição, um movimento político-religioso. A Inquisição possui suas origens no Direito Romano no qual a Igreja utilizou para compor o Tribunal do Santo Ofício.

Grandes homens de Deus deram suas vidas para defender o evangelho. O livro de John Foxe “Mártires do século XVI”, ele relata a morte do reformador João Huss condenado por heresia em 1415 pelo Concílio de Constança; de acordo com a história, pouco antes da sentença ser realizada ele voltou-se para seus executores e afirmou: “Hoje vocês queimam um ganso, mas daqui a cem anos um cisne surgirá que vocês serão incapazes de cozer ou assar”.

Por que Huss se identificou como “um ganso”? E por que os comentaristas posteriores nada menos que o próprio Lutero, acreditavam que a lendária profecia de Huss se referia ao monge alemão cujo protesto contra as indulgências iniciou a Reforma um século depois.

Voltamos para o tema, e, quando o grande anjo diz: E nela se acho o sangue dos profetas, e de todos os santos que foram mortos sobre a terra”, ele se refere a Roma política bem como a Roma religiosa. Notamos o grande motivo do castigo de Roma? Perseguia os santos e se embriagava com o sangue deles (17.6).

A Babilônia espiritual e política sempre perseguiu os seguidores Cristo levando milhares de servos de Deus a morte cruel. Por essa razão Deus castiga a Babilônia como ato de justiça, trazendo a merecida vingança pela perseguição do povo do Senhor. A súplica do quinto selo está sendo respondida!

O Senhor Jesus destruirá este sistema e estabelecerá o seu reino segundo os valores divinos e a Grande Babilônia nunca mais se levantará.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

A GRANDE MERETRIZ - APOCALIPSE 17

 


Nos capítulos 14.8 e 16.19, João descreve a predição da queda da Babilônia por um anjo do Senhor. Aqui no capítulo 17, ele vê um dos anjos que têm as sete taças da ira de Deus, chama o profeta e lhe explica em detalhes o julgamento da meretriz que se acha assentada sobre muitas águas.

O apóstolo expõe-nos as artimanhas de Satanás e descreve a meretriz como um movimento religioso mundial que haverá nos últimos dias. Será uma falsa igreja mundial apoiado pela primeira Besta (Ap 13.1-10). Uma das revelações que Deus nos faz neste capítulo é a respeito do que Ele chama “o mistério de Babilônia, a grande meretriz”, e de como o conteúdo desta mensagem pode afetar nossa salvação.

João é chamado para ver a queda da falsa igreja, enquanto a Noiva de Cristo está nas bodas do Cordeiro no céu (Ap 19.7-9). 

1. A significado do termo meretriz. “Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas” (v. 1). 

O nome “meretriz” vem do vocábulo grego “porne” “mulher que vende seu corpo para uso sexuais”, “prostituta”.

No Antigo Testamento, Deus sempre equiparou a o adultério e a prostituição, com a perversão e o desvio religioso. A busca aos ídolos, prática comum naquele tempo no meio do povo de Israel, era considerada por Deus com uma prevaricação, uma traição à aliança que Ele tinha com seu povo (Jr 3.7-8). Sabemos que na Bíblia a prostituição e a avareza estão ligadas ao pecado de idolatria. Mas, neste capítulo o apóstolo vai tratar da prostituição da meretriz babilônica e com as falsas doutrinas.

Através de Jeremias, Deus culpa tanto o Reino do Norte (Israel), como também o Reino do Sul (Judá), de haverem prevaricado, cometido adultério espiritual. A razão desta culpa foi o fato deles, entre outros pecados e desvios, haverem abandonado ao Senhor em busca dos deuses cananeus.

Deixando um pouco os reinos de Israel e Judá, e pensando no antigo Reino Babilônico, podemos ver que, em virtude da multiplicidade de seus ídolos e de suas práticas idólatras, acabou sendo na Palavra de Deus, um símbolo religioso de prostituição e adultério. É por esta razão que o sistema religioso corrompido dos últimos tempos também chamar-se-á “Grande Babilônia”, “Grande Meretriz”. A palavra “Babilônia” vem do termo hebraico - Babel, que significa “confusão”, “mistura”.

“Segundo o pastor Antônio Gilberto, a Babilônia (v. 5) simboliza a totalidade do sistema mundial dominado por Satanás, que promove a iniquidade na política, na religião e no comércio.

A Babilônia religiosa (meretriz) será destruída pelo Anticristo (vs. 16-17), ao passo que a Babilônia política será destruída por Cristo na Sua vinda em Glória (Ap 19.11-21)’. [Comentário da bíblia pentecostal pg. 2003]. 

2. Quem é a grande meretriz. A resposta para esta pergunta está no versículo 18, onde nos é dito que a mulher “é a grande cidade que reina sobre os reis da terra”, ou seja, a Babilônia.

Enquanto que Apocalipse 13, nos descreve o Império Romano restaurado, encabeçado pela primeira besta (Anticristo), no capítulo 17, mostra-nos algo novo, a meretriz a falsa igreja que terá no comando o falso profeta (Ap 13.11).

No capítulo 12 de Apocalipse, Israel é representada por uma mulher, também a Igreja de Jesus é representada como uma mulher, como noiva do Cordeiro (Ap 21.9), enquanto a igreja mundial sem Cristo é apresentada como mulher (meretriz) da besta.

A meretriz é uma instituição que abrange povos, nações e línguas diferentes, dominando grandes multidões. A meretriz representa a igreja decaída, contaminada com o pecado e com o paganismo babilônico. Quando se estuda a história eclesiástica, vimos que quando a igreja quis valer-se do estado para legislar em assuntos religiosos, o resultado foi a incorporação de falsas doutrinas no seio da cristandade. 

3. As características da meretriz.

3.1. Se acha sentada sobre muitas águas”.
O verso 15, o anjo explica tudo que ele vê: E disse-me: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e línguas” (v. 15), sobre as quais ela tem poder e influência. Sua condição de grande dominadora dos povos é uma das características que interessa o Anticristo.

A besta, o poder do governo romano, surgiu do mar (13.1). A grande meretriz a cidade e seu poder econômico, se acha sentada sobre as nações. A grandeza dela dependia dos povos dominados pelo Império Romano. Assim, a posição estratégica que será dada à igreja prostituída no esquema do Anticristo, é o ministério religioso. Não nos restam dúvidas sobre o fato de que o povo estará apoiando este sistema religioso corrupto, devasso. 

3.2. Uma prostituta. “Com quem se prostituíram os reis da terra; e, com o vinho de sua devassidão, foi que se embebedaram os que habitam na terra” (v. 2).

Na Bíblia, religiões falsas são chamadas de prostituições, porque é forma de infidelidade a Deus (Is 23.17; Nm 3.4). A meretriz babilônica é oposto absoluto da noiva do Cordeiro então arrebatada, a Igreja de Jesus. Sendo a mulher, na visão uma meretriz, isto indica um falso sistema religioso.

Este texto deixa claro que o vinho, o qual surgiu como consequência da união ilícita da igreja com os reis da terra, ou seja, ela perdeu seus objetivos e acabou se unindo ao Estado e embriagou ao mundo inteiro. Enquanto que Jesus diz: “O meu Reino não é deste mundo” (Jo 18.36), está falsa igreja busca os reinos deste mundo. Isto indica que este falso movimento religioso estender-se-á por todo o mundo. “Os que habitam na terra”. Não apenas os reis, os grandes, mas os demais habitantes da terra.

Não obstante, devemos ter em conta que esta mulher não aparece unida a Cristo senão aos “reis da terra”. Babilônia representa à igreja cristã que, com o fim de receber legados e honras do Império Romano, apostatou da verdade.

A Bíblia de Jerusalém (tradução católica com imprimatur), comentando Apocalipse 17.5 diz que “Babilônia é o nome simbólico de Roma”. O comentário da Bíblia de Jerusalém diz que Roma arrastou todas as nações à idolatria. A igreja católica romana serve às nações o vinho do cálice de suas doutrinas adúlteras. Com ela tem embriagado os crentes, os quais não percebem os erros mencionados.

A Bíblia repetidas vezes compara ao povo de Deus que abandonou a verdade e ido em após de outras crenças, com uma mulher infiel ou prostituta. As seguintes afirmações, feitas por Deus mesmo, são exemplo disso:

“Não te alegres, Israel, não saltes de gozo como outros povos, pois fornicaste ao apartar-te de teu Deus. Amaste o salário de prostitutas em todas as eras de trigo” (Os 9.1). “Mas como a esposa infiel abandona a seu esposo, assim vos levantastes contra mim, casa de Israel, diz Jeová” (Jr 3.20).

O falso sistema religioso permite que seus seguidores professem que são de Deus enquanto, na realidade, adora e serve a outros deuses. Os hipócritas e os falsos profetas obtêm sucesso como resultado da sua doutrina, porque ela induz a sociedade mundana a unir-se a ela. 

3.3. A mulher está sentada numa besta. “E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor escarlate, que estava cheia de nomes de blasfêmia e tinha sete cabeças e dez chifres.” (V. 3).

João revela que a falsa igreja estará montada numa Besta. Na grande Tribulação a meretriz estará ligada a primeira Besta, (o poder político governado pelo Anticristo) e a meretriz (poder religioso governado pelo falso profeta) (Ap 13). Isto prova que fim dos tempos ela estará novamente unida a um sistema político. Trata da confederação de nações sob o governo do Anticristo. Neste tempo a besta e a meretriz, andam juntos, mas depois, a besta se levantará contra ela e a destruirá.

“Besta repleta de nomes de blasfêmia”. Na besta que ela monta estão escritos nomes de blasfêmia. A proclamação de infalibilidade do papado é o grande cumprimento desta palavra, que ultrapassa todos os outros cumprimentos. 

3.4. Sete cabeças da Besta. Apocalipse 13, a besta é descrita com sete cabeças e dez chifres, assim como a identificação da meretriz é representada no capítulo 17. Portanto, a besta em questão aponta para a mesma entidade representada pelo dragão de Apocalipse 12 e a besta de Apocalipse 13, que seria o novo Império Romano e no capítulo 17 a grande meretriz, cuja capital foi considerada a “cidade das sete colinas”, como sugere o verso 9. 

3.5. Achava-se a mulher vestida de púrpura. “E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, adornada com ouro, e pedras preciosas, e pérolas....” (V. 4a). 

Agora João descreve sobre a luxuria da meretriz. Ela se veste como se fosse uma mulher rica. A Púrpura e escarlata são tecidos coloridos e os mais luxuosos da época. Representam pompa, realeza e luxo e orgulho. Mesmo ela sendo bem-vestida e atraente às nações, Deus viu o seu cálice cheio de abominações e imundícias, coisas repugnantes ao Santo Senhor.

Em princípio não podemos ver nesta mulher desviada nada além da igreja romana, pois nenhuma religião no mundo corresponde a este descrito em Apocalipse 17. Onde existe uma igreja vestida de tanta escarlata como ela?

A mulher estava esplendidamente adornada com ouro e joias, numa descrição do esplendor e grandiosidade da igreja de Roma, com suas vestes e ornamentos de toda espécie. A igreja tem se vangloriado na sua superioridade e magnificência, superando ate mesmo a antiga Roma no ápice da sua prosperidade. 

3.6. Com o vinho de sua devassidão. “...e tinha na mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição.” (V. 4b).

Todos os teólogos concordam que Roma corrompeu outras nações, envolvendo-as na sua libertinagem. Os excessos de Roma, e especialmente de alguns dos imperadores, são bem documentados na história do período. Países que estabeleceram relações favoráveis ao comércio com Roma lucraram como fornecedores de bens consumidos neste contexto materialista. A mesma descrição pode incluir outros aspectos da corrupção romana – ganância, idolatria, imoralidade, etc.

Dois grandes males são aqui denunciados: abominação e imundícias. A palavra abominação do grego bdelugma que significa uma coisa suja, horrível, detestável. No Antigo Testamento, os ídolos eram visto como abominação, pois os seus adoradores emprestavam-lhe uma glória que só a Deus pode ser tributada (Dt 7.4-5; 25.26; 1º Sm 15.23; 2º Rs 25.13; Is 44.19; Ez 16.30). A igreja romana conduz abertamente os seus adeptos ao pecado da idolatria. Imundícia do original grego akathartes relativo a impureza (Ef 5.3-5; Cl 3.5-6; Gl 5.19-21). A Roma papal faz grandes ofertas de indulgencias e absolvições, e desta maneira atrai os homens ao pecado.

“O prostituir-se” representa a ligação da mulher com a besta, ou seja, com os reis da terra. A igreja romana sempre teve e envolvido com o sistema político mundial. Onde existe uma igreja vestida de tanta escarlata, ouro e pedras preciosas? (Basílica de São Pedro). 

3.7. A mãe das prostitutas. “E, na sua testa, estava escrito o nome: Mistério, a Grande Babilônia, a Mãe das Prostituições e Abominações da Terra.” (V. 5). 

A Babilônia tem sido a mãe dos falsos sistemas religiosos. A história nos conta que as religiões falsas (que sempre incluem a idolatria) tiveram sua origem com Ninrode e sua mulher Semíramis, no primitivo reino de Babel (de onde vem Babilônia (Gn 10.8-10). Ele foi o primeiro imperialista da história (Gn 10.10-11). Ele também liderou o povo no primeiro ato religioso (falso), que foi a construção da torre de Babel, cujo único objetivo (como os demais semelhantes) era o culto idolatra. Hoje o sincretismo desta falsa religião está no seu auge, a caminho do reinado do Anticristo, ocupando-se de práticas de paganismo oriundos da antiga Babilônia. Por isto Deus chama seu povo a fugir de Babilônia, antes da sua destruição final.

Mistério da Grande Babilônia. Não se trata da Babilônia literal, mas um lugar com mistério em seu nome, algo que lembra a velha Babilônia, isto é, a Babilônia espiritual, que através do paganismo adentrou na igreja cristã após Constantino reconhecer o cristianismo como religião no III século. Ela também é chamada de grande meretriz nos capítulos 17 e 18. Um dos textos mais importantes para entender o significado desta figura se encontra no livro do profeta Jeremias: “A Babilônia era copo de ouro na mão do Senhor, o qual embriagava a toda terra; do seu vinho beberam as nações; por isso enlouqueceram (Jr 51.7).

O nome Babilônia associando à mulher indica a falsa igreja que dominará a terra com todo o tipo de engano, que hoje já se vê indícios disto por toda parte: “Babilônia era um copo de ouro na mão do Senhor, o qual embriagava a toda a terra; do seu vinho beberam as nações, por isto enlouqueceram” (Jr 51.7).

A Babilônia espiritual contem no seu interior o culto do mundo ímpio. Em contraste com a noiva (a igreja) que representa os adoradores do verdadeiro Deus.

A visão do Apocalipse revela que a igreja de Roma é a igreja-mãe, pois possui filhas e estas filhas no verso 1, João descreve como grande meretriz, porém, agora, ele chama “a mãe das prostituições, o que indica que ela não está só e que tem filhas que seguem seus mesmos passos. Saíram da casa da mãe, (igreja de Roma), mas continuam embriagados com seu vinho. Essas filhas são simbolizadas como as igrejas que se apegam as doutrinas e tradições que não têm nenhum apoio na Palavra de Deus. Muitas destas filhas saíram dela, mas apesar de havê-la abandonado conservam muitos de suas heresias e de sua conduta religiosa equivocada.

Vemos hoje o ecumenismo tão defendido e desejado por aqueles que gostam do caminho largo, porque permite tudo, é um certeiro sinal da futura religião da Besta. 

Na sua fronte achava-se um nome, mistério.
A palavra mistério associada à mulher, identifica-a com ritos religiosos, mistério das falsas religiões, como magia, ocultismo, idolatria etc. Aqui também se trata de algo místico, não literal, equivalente a sinal.

Porque Babilônia? Porque Babilônia foi o berço da religião falsa. Ela foi a capital pagã de onde surgiram todas as formas de maldades idolatra e místicas. Cristo usa esta palavra para falar da profanação efetuada pelo Anticristo no tempo do fim (Mt 24.15).

Este nome escrito na testa da prostituta indica um sistema religioso apóstata, e isto podemos ver dentro do romanismo. Cada coisa na liturgia desta grande organização é envolvida em mistério, com o propósito de impressionar os homens com seus segredos e sua secreta autoridade sobrenatural. Sua pretensão de encaminhar o destino eterno de seus seguidores, seus ritos e cerimônias místicas, seus vestuários sacerdotais, seus movimentos, atitudes e artifícios, tudo envolve em mistérios. Todos estes rituais místicos são oriundos do antigo ritualismo pagão de origem babilônica.

Esta igreja de que estamos tratando será chefiada pelo Falso Profeta, um super líder religioso aliado do Anticristo conforme o que se vê no capítulo 13 verso 11 de Apocalipse. 

3.8. Embriagada com o sangue dos santos. “E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração.” (V. 6).

João ficou espantado com essa visão. Ele não consegue compreender o que viu. Ela estava embriagada com o sangue dos santos. A “bebida” da meretriz é o sangue dos servos do Senhor.

Porque João ficou tão admirado? Porque ele o discípulo de Jesus, vê a mulher que era uma vez noiva. Originalmente esta mulher foi uma vez noiva, submissa ao Senhor Jesus, mas ela transformou-se em prostituta. A primeira igreja, a igreja primitiva, era uma igreja cheia do Espírito Santo e de Seus dons, porém, quando Constantino a reconheceu como igreja oficial do império, ela transformou-se na meretriz que João vê. Ela tem enganado e contaminado milhares de pessoas com seus dogmas e tradições entregando ao espírito anticristão. Portanto, podemos identificar mais uma vez uma referência direta a cidade de Roma daqueles dias, onde os cristãos eram perseguidos e cruelmente mortos, servindo até como diversão para os poderosos do império.

Quem conhece a história, sabe que a igreja de Roma tem um passado gravado na história mundial com letras de sangue. Pensamos nos rios de sangue, que clamam ao céu. Esta mulher derramou o sangue dos discípulos de Jesus com tamanha crueldade satânica através de Nero; a chamada “Santa Inquisição” foi mais um ato de crueldade da meretriz. Por isto dizemos que a igreja de Roma é a herdeira da grande Babilônica, tanto com respeito aos mistérios pagãos da Babilônia, que foram transformados em ritos cristãos, como também com respeito à perseguição do povo de Deus. Se você reconhece que pertence a este sistema que praticas prostituição espiritual, então sai do meio dela e entrega a tua vida a Jesus Cristo.

Naqueles dias, a religião falsa (no comando do falso profeta), aliada ao sistema político mundial, também perseguira até a morte a todos os que verdadeiramente adoram a Deus em verdade e espírito.

Então a besta será dirigida por um chefe que vai fazer com os cristãos, tudo aquilo que o império romano já fez no passado. No tempo atual ele está no abismo, e de lá ressurgirá para ajudar Satanás, seu chefe, a administrar a besta.

É esta manifestação demoníaca que ocasionará a cura milagrosa no chefe da besta (Ap 13.3), e que deixará os incrédulos e os crentes mal alicerçados maravilhados com o seu “poder”. 

4. O anjo revela o mistério da mulher. “E o anjo me disse: Por que te admiras? Eu te direi o mistério da mulher e da besta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez chifres. 8- A besta que viste foi e já não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição. E os que habitam na terra (cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo) se admirarão vendo a besta que era e já não é, mas que virá. 9- Aqui há sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada. 10- E são também sete reis: cinco já caíram, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo.” (Vs. 7-10).

Do verso 1 ao 6, o apóstolo descreve as características da meretriz. Então ele ficou grandemente admirado vendo a mulher com todos aqueles adornos, então o anjo revela todo o mistério, tanto da “mulher” como da “Besta”. Na explicação do anjo, ao tratar com a identidade da besta, ele usa verbos nos três tempos fundamentais:

“Cinco caíram...” Desses sete reinos, cinco são hoje passados: Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Persa e Grécia.

“Um ainda existe”. O profeta viveu no tempo do sexto rei (Roma imperial), portanto era o Império Romano que dominava o mundo, mas iria desaparecer por um tempo.

O sétimo é ainda futuro. O sétimo e o oitavo Império se encontravam ainda no futuro, a partir de sua perspectiva histórica. Esse Império “está para emergir do abismo.... se refere-se ao dragão que Ele irá ressurgir novamente no governo do Anticristo e governará o mundo junto com o falso profeta a meretriz, por pouco tempo (Ap 12.12; 17.12).

Os cinco primeiros impérios já caíram. Agora João vê o Império Romano. Mas o reino do anticristo escatológico ainda não chegou e quando chegar vai durar pouco. 

“Aqui há sentido, que tem sabedoria.” Em outras palavras, a interpretação dos símbolos requer mente sabia com discernimento.

“O mistério da mulher e da e da besta”. É evidente de que o anjo está falando de duas bestas, uma carregando a outra: a primeira, a que subirá do abismo (Ap 12), é o dragão que usará o Anticristo para subjugar a humanidade.

A mulher que cavalga sobre a besta com sete cabeças e dez chifres. Sendo essas “sete cabeças” também “sete “montes” e “sete reis” (v. 9). Os setes montes, onde a mulher está assentada, não podem ser vistos como as sete colinas de Roma, pois a palavra grega para “monte” é óros que significa “monte ou montanha”, e não colina.

O profeta Isaías usa a palavra “monte”, para se referir a povo ou nação (Is 37.32; Sl 48.2; Jr 51.25, Dn 2.34-35; Zc 4.7). O mesmo ocorre com o termo “rei”, que os profetas usavam para aludir a reino. Assim, a palavra “montes” e “reis” devem apontar para reinos ou impérios representados nas cabeças da besta. Todavia, “sete cabeças”, “sete montes” e “sete reis” são termos paralelos que simbolizam as mesmas entidades, isto é, impérios e reinos. Assim, A palavra “monte” nunca é usada para simbolizar um monarca ou governante individual. Em vez disso, a encontramos sendo usada como símbolo para uma nação ou império.”

Os sete montes, representam sete Império e os 10 chifres representam poderes políticos durante o tempo da sétima cabeça, que apoiarão a besta (17.13) no tempo do fim. Estas nações têm o propósito de se unir com a besta para forçar os habitantes da terra a “beber” o vinho de Babilônia, isto é, unir o mundo sob seu controle e eliminar todos os que se recusam a cooperar. Por fim, os reis da terra se unem à besta e à meretriz para guerrear contra o Cordeiro, mas Ele os vence, porque é verdadeiramente “o Senhor dos senhores e Rei dos reis.” (V. 14).

Entendemos que os cinco reinos que existiram antes dos dias do apóstolo João, falam dos sucessivos impérios mundiais que abrigaram, apoiaram e praticaram as falsas religiões organizadas em oposição aberta a Deus, começando por Ninrode, na primeira Babilônia.

O sétimo Império irá surgir quando as nações mundiais escolherem um governo único e lhe entregar toda autoridade para governar. Será uma forma antiga do Império Romano, constituído de dez reinos confederados, equivalentes aos dez dedos da estátua de Nabucodonosor (Dn 2). Revelação idêntica que Deus deu ao profeta Daniel em 7.24 que diz: “Dez reis que se levantarão daquele mesmo reino”. Eles formaram uma confederação de nações durante a Grande Tribulação. Dizemos confederações porque num pé os dedos são ligados (Dn 2.42-44). Com a formação destes dez Estados estará pronto o palco para formação do reino do Anticristo que durará sete anos.

A meretriz está sentada sobre sete montes (vs. 9 e 18). Ela estará ligada aos reinos deste mundo. Todos os estudiosos bíblicos concordam que se refere a cidade de Roma, que originalmente foi edificada em grande parte o culto idólatra babilônico, que ainda hoje é visto disfarçadamente na liturgia da igreja romana.

A Besta irá implantar uma nova religião, uma nova ordem mundial para sua própria adoração. O falso profeta cuidará disto tornando obrigatório este culto. 

5. As nações entregarão o poder (comando), ao Anticristo. “E a besta, que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição. 12- E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão o poder como reis por uma hora, juntamente com a besta. 13- Estes têm um mesmo intento e entregarão o seu poder e autoridade à besta.” (17.11-13). 

O anjo agora, começa a falar da besta que subiu do mar em Apocalipse 13.1. Essa, será o derradeiro império mundial unificado. De acordo com a explicação do anjo, esse reino emergira do anterior, ela procede de um dos sete, mas também será o oitavo Império. Isto que pertence ao mesmo sistema mundano ímpio, ao qual pode significar pertenciam os sete primeiros, mas que não faz parte daquele grupo, mas procede dos sete.

Os dez reis que estarão unidos à besta no seu governo. Isto, no entanto, não significa que somente dez países formarão o novo Império Romano nesta última fase; ele terá proporções mundiais. Significa somente que estes estarão no comando do governo, tendo, porém o Anticristo como o cabeça do império.

Este texto das Escrituras é um versículo-chave das profecias para os fins dos tempos. A diferença entre o sétimo e oitavo reino seja a seguinte: o sétimo é constituído de países independentes (confederações ou blocos). E o oitavo é composto dos mesmos países, porém sob o governo do Anticristo.

As palavras um só pensamento referem-se à síntese da unidade mundial, ou seja, os “dez reis” não são forçados a entregar o poder ao Anticristo, mas que eles “oferecerão à besta o poder e a autoridade que possuem”.

A profecia fala de tempos futuros, e por isto eles aqui, ainda não tinham recebido o reino. Eles reunirão com o Anticristo por um tempo, e como todos eles são anticristãos, seguirão as instruções de como deverão agir em perseguição aos santos. Os dez formarão uma aliança, que marcará o ponto de partida da estruturação das ações da besta.

6. “A mulher que viste” (v. 18). “E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra.” (V. 18).

Agora o anjo volta a explicar para João, o mistério da mulher. Há duas coisas implícitas no símbolo da mulher na explicação do anjo: 1. Um sistema religioso (17.1-6). 2. Uma cidade onde o falso sistema religioso terá sua sede.

Todos os interpretadores e teólogos concordam que a meretriz não se trata de algo alegórico, mas são unânimes em dizer nas suas confissões: a mulher Babilônia é uma figura da cidade de Roma, a mãe das prostitutas que estará ligada ao Império Romano restaurado.

A grande cidade que impera sobre os reis da Terra é Roma. Essa cidade deu nome à organização representada pela mulher; a Igreja de Roma. A profecia se propõe explicar “o mistério da mulher e da besta que a traz” (Apoc. 17.7). Quando? No tempo do fim!

Onde existe uma igreja que leva o nome da cidade que ao mesmo tempo lhe serve de trono? Isto é Roma de onde está assentada a prostitua. Porém, hoje não somente a igreja romana, mas a união de igrejas protestantes que estão aderindo o movimento romano. Na Europa já existe o Conselho Mundial das Igrejas, o qual tem a função de unificar as igrejas e ter um líder religioso mundial. O que dizemos de Roma vale, portanto, para o sistema, para a doutrina, mas não para as ovelhas dentro dessa igreja, que procuram a Jesus e querem segui-lo. A estas dizemos “fugi de Babilônia para não morrerdes em suas maldades”.

Em Roma, podemos ver “opulência” do Papa sentado em um trono de ouro, enquanto a miséria de uma criança passando fome na África.

Os Católicos entendem ser a antiga Roma pagã, mas não pode ser, pois a profecia do Apocalipse não foi cumprida nela. A Roma que mais tarde tornou-se cristão, desde o seu desvio do evangelho e das doutrinas, tem todas as características que o Apocalipse atribui a Babilônia e seu paganismo.

Ao longo dos anos a igreja Romana tirou o cálice de agradecimento e ao invés disto deu-lhes o cálice das abominações; ela substituiu o sacrifício de Jesus no Gólgota pelo sacrifício da santa hóstia na missa. Por isto a chamamos de meretriz, falsa enganadora.

Fica confirmado, pois, que o vinho que a mulher leva em sua mão é uma representação das falsas doutrinas com as que têm enganados à grande maioria dos habitantes da terra.

Esta falsa igreja ensina a seus seguidores que ela é a verdadeira igreja, a igreja mãe, mestra e regente de toda a igreja cristã. Roma exige obediência completa não somente em assuntos espirituais, mas também em assuntos políticos. Roma nunca desistiu deste objetivo. De acordo com a palavra profética do Apocalipse ela ainda terá seu apogeu na história mundial através da unificação política e militar da Europa, com a restauração do Império Romano na pessoa do Anticristo. 

7. A queda da grande meretriz. “E os dez chifres que viste na besta são os que aborrecerão a prostituta, e a porão desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo. Porque Deus tem posto em seu coração que cumpram o seu intento, e tenham uma mesma ideia, e que deem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus. E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra.” (Ap 17.16-18). 

Este capítulo o anjo termina mostrando a João como a besta e seus governantes destruirão a falsa igreja. Eles converterão seu apoio a meretriz em ódio. Eles destruirão a cidade (irão despir, comer sua carne e destruir o seu trono), despojando seus valores para si. Aqui vemos que os inimigos de Cristo e da Igreja destroem uns aos outros para cumprir os propósitos soberanos de Deus.

Portanto, agora, a meretriz, a falsa pagã, atraente e sincretista, que guiara o Anticristo ao poder sobre os dez países, nos primeiros três anos e meio, destruirão a a prostituta para que o culto a besta seja formado.

Logo após o Anticristo romperá sua aliança com os judeus, em seguida com falsa igreja, da qual ele recebeu apoio enquanto necessitou da sua influência para galgar o poder, a destruirá totalmente. Algo terrível irá acontecer com milhões de pessoas que seguiam as falsas doutrinas da meretriz, portanto, agora serão perseguidos e mortos (Ap 20.4). O Anticristo levantar-se-á contra tudo que se chama Deus e blasfemará de Deus. será tarde demais, o juízo de Deus chegou até eles. Terão que enfrentar a morte ou negar a Cristo Jesus.

“Guerrearão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores, e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com ele, chamados eleitos e fiéis.” (V. 14).

Com a guerra que incitam contra o Cordeiro e Sua igreja, serão derrotados na vinda de Cristo em glória. O Senhor Jesus destruirá o Anticristo e a seus aliados na batalha final de Armagedon com o sopro de Sua boca.

A vitória é tão certa que mesmo antes da luta já há festa no céu (19,1s). Os salvos na glória louvam ao Cordeiro dizendo: “porque verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos.” (Ap 19.2).

Estamos nos últimos dias do “tempo do fim”, o “tempo dos gentios”. O fim do último império humano na terra. Então Cristo vem para implantar o Seu reino visível na terra. Um Reino que subsistirá para sempre e que não passará a outro povo.

FONTE DE PESQUISA

1.        BÍBLIA PENTECOSTAL. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida - Edição 1995, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
2.      BÍBLIA SHEDD. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil – 2ª Edição, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri - SP.
3.      CLAUDIONOR CORRÊA ANDRADE. Dicionário Teológico 8ª Edição. Editora CPAD Rio de Janeiro RJ.
4.      CLAUDIONOR CORRÊA DE ANDRADE. Dicionário de Escatologia Bíblica. Editora CPAD Rio de Janeiro RJ.
5.      SEVERINO PEDRO DA SILVA. Apocalipse versículo por versículo. CPAD. Rio de Janeiro RJ.
6.      WIM MALGO – Apocalipse de Jesus Cristo. Volume III. Editora Grosse. Freude. Obra missionária da Meia Noite.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC