TEOLOGIA EM FOCO: setembro 2017

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

NEEMIAS OBTÉM VITÓRIA TOTAL


Neemias 6.15-16:Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco do mês de elul, em cinquenta e dois dias. Quando todos os nosso inimigos souberam disso, todos os povos que havia em redor de nós temeram, e abateram-se muito em seu próprio conceito; pois perceberam que fizemos esta obra com o auxílio do nosso Deus”.


Neemias 7.1-2: “Ora, depois que o muro foi edificado, tendo eu assentado as portas, e havendo sido designados os porteiros, os cantores e os levitas, pus Hanâni, meu irmão, e Hananias, governador do castelo, sobre Jerusalém; pois ele era homem fiel e temente a Deus, mais do que muitos”.

INTRODUÇÃO. Não foram poucas as lutas que Neemias enfrentou, mas a vitória veio. Tudo aconteceu por sua persistência em fazer a vontade de Deus e empenhar-se na Sua obra. Toda vitória exige luta. Para o crente significa envolvimento no reino de Deus, o qual é conquistado com garra. Neemias, mais uma vez mostra-nos que a fé aliada a perseverança, nos dará sempre um resultado glorioso: a vitória.

I. O POVO DE DEUS É SEMPRE VITORIOSO


1. Desde os dias dos patriarcas, o povo de Deus tem sido mais que vencedor.

Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; porque tens lutado com Deus e com os homens e tens prevalecido” (Gn 32.28).

1.1. A vitória sempre fez parte da história deste povo. “Assim Josué prostrou a Amaleque e a seu povo, ao fio da espada” (Êx 17.13).

1.2. Em nome do Senhor dos Exércitos. “E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; a terra toda está cheia da sua glória” (Is 6.3).

1.3. Eles venceram fortalezas. “Gritou, pois, o povo, e os sacerdotes tocaram as trombetas; ouvindo o povo o sonido da trombeta, deu um grande brado, e o muro caiu rente com o chão, e o povo subiu à cidade, cada qual para o lugar que lhe ficava defronte, e tomaram a cidade” (Js 6.20).

1.4. Gigantes. “E Davi, metendo a mão no alforje, tirou dali uma pedra e com a funda lha atirou, ferindo o filisteu na testa; a pedra se lhe cravou na testa, e ele caiu com o rosto em terra. Assim Davi prevaleceu contra o filisteu com uma funda e com uma pedra; feriu-o e o matou; e não havia espada na mão de Davi” (1ª Sm 17-49-50).

1.5. Em Jesus somos mais que vencedores. “Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou” (Rm 8.37).

2. A vitória fortalece o crente.

2.1. Uma das grandes declarações de vitória na vida espiritual está registrada na primeira epístola de João. “Eu vos escrevi, meninos, porque conheceis o Pai. Eu vos escrevi, pais, porque conheceis aquele que é desde o princípio. Eu escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e já vencestes o Maligno” (1ª Jo 2.14).

2.2. Isso só acontece quando, vitoriosamente, vivemos uma vida de fé. “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1ª Jo 5.4).

2.3. A vitória fortalece o crente que, a cada dia, confiar no Senhor. Ora, houve uma longa guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi; porém Davi se fortalecia cada vez mais, enquanto a casa de Saul cada vez mais se enfraquecia” (2º Sm 3.1).

3. A vitória aumenta nossa fé.

3.1. Cada vitória alcançada aumenta nossa fé. “Porque, partindo de vós fez-se ouvir a palavra do Senhor, não somente na Macedônia e na Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se divulgou, de tal maneira que não temos necessidade de falar coisa alguma” (1ª Ts 1.8).

3.2. É glorioso saber que, através da fé, alcançamos grandes e preciosas vitórias em Deus. “Os quais por meio da fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam a boca dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram forças, tornaram-se poderosos na guerra, puseram em fuga exércitos estrangeiros” (Hb 11.33-34).

3.3. A fé dos irmãos que oravam por Pedro. “Pedro, pois, estava guardado na prisão; mas a igreja orava com insistência a Deus por ele” (At 12.5).

3.4. Quando ele saiu da prisão. “Mas Pedro continuava a bater, e, quando abriram, viram-no e pasmaram. Mas ele, acenando-lhes com a mão para que se calassem, contou-lhes como o Senhor o tirara da prisão, e disse: Anunciai isto a Tiago e aos irmãos. E, saindo, partiu para outro lugar” (At 12. 16-17).

3.5. Aumentou encorajando-os a continuar a obra de Deus. “E a palavra de Deus crescia e se multiplicava” (At 12.24).

4. A vitória glorifica o nome do Senhor.

4.1. Toda vitória deve glorificar o nome do Senhor. “E invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás (Sl 50.15).

4.2. A vitória sobre Faraó trouxe alegria ao povo e glória para o nome de Jeová. “Então cantaram Moisés e os filhos de Israel este cântico ao Senhor, dizendo: Cantarei ao Senhor, porque gloriosamente triunfou; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro. O Senhor é a minha força, e o meu cântico; ele se tem tornado a minha salvação; é ele o meu Deus, portanto o louvarei; é o Deus de meu pai, por isso o exaltarei” (Êx 15.1-2).

4.3. A vitória concedida aos apóstolos. “Deitaram mão nos apóstolos, e os puseram na prisão pública. Mas de noite um anjo do Senhor abriu as portas do cárcere e, tirando-os para fora, disse: Ide, apresentai-vos no templo, e falai ao povo todas as palavras desta vida” (At 5.18-20).

4.4. O nome do Senhor foi glorificado. “Retiraram-se pois da presença do sinédrio, regozijando-se de terem sido julgados dignos de sofrer afronta pelo nome de Jesus. E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus, o Cristo” (At 5.41-42).

4.5. O propósito de Deus em cada vitória é que Seu nome seja glorificado. “Se alguém fala, fale como entregando oráculos de Deus; se alguém ministra, ministre segundo a força que Deus concede; para que em tudo Deus seja glorificado por meio de Jesus Cristo, a quem pertencem a glória e o domínio para todo o sempre. Amém” (1ª Pe 4.11).

II. EM JERUSALÉM DEUS DÁ VITÓRIA A NEEMIAS

1. A Bíblia afirma que o choro pode durar um tempo.Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite; pela manhã, porém, vem o cântico de júbilo” (Sl 30.5).

1.1. Neemias, teve um tempo de luta. “O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, e Gesem, o arábio, zombaram de nós, desprezaram-nos e disseram: O que é isso que fazeis? Quereis rebelar-vos contra o rei”? (Ne 2.19)

1.2. Mas a alegria veio quando os muros foram acabados. “Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco do mês de elul, em cinquenta e dois dias” (Ne 6.15).

1.3. Diante de toda a tribulação o Senhor nos dá o escape da vitória para que possamos triunfar. “Não vos sobreveio nenhuma tentação, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída, para que a possais suportar” (1ª Co 10.13).

2. Os muros foram acabados.

2.1. Neemias terminou a obra diante dos ataques do inimigo. “E coligaram-se todos, para virem guerrear contra Jerusalém e fazer confusão” (Ne 4.8).

2.2. Para Neemias foi uma grande vitória acabar os muros. “Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco do mês de elul, em cinquenta e dois dias” (Ne 6.15).

A conclusão da obra se deu em 25 de elul, após 52 dias de grande trabalho e concentração, aproximadamente em agosto-setembro de 445 a.C.

2.3. O fim de uma obra nos dá sabor de vitória. “Porque Deus não nos deu o espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação. Portanto não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes participa comigo dos sofrimentos do evangelho segundo o poder de Deus” (2ª Tm 4.7-8).

2.4. Jesus também terminou a obra do Pai. “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, como o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste” (Jo 17.3).

2.5. Mesmo diante de tantas adversidades. “Então os principais sacerdotes e os fariseus reuniram o sinédrio e diziam: Que faremos? Porquanto este homem vem operando muitos sinais. Se o deixarmos assim, todos crerão nele, e virão os romanos, e nos tirarão tanto o nosso lugar como a nossa nação” (Jo 11.47-48).

3. A vitória trouxe temor aos inimigos.

3.1. A notícia do término da obra trouxe temor aos adversários de Neemias. “Quando todos os nosso inimigos souberam disso, todos os povos que havia em redor de nós temeram, e abateram-se muito em seu próprio conceito; pois perceberam que fizemos esta obra com o auxílio do nosso Deus” (6.16).

3.2. Deus prepara uma mesa de vitória para o crente. “Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges com óleo a minha cabeça, o meu cálice transborda” (Sl 23.5).

3.3. Deus é glorificado. “Bendito seja o Senhor, que não nos entregou, como presa, aos dentes deles. 7 Escapamos, como um pássaro, do laço dos passarinheiros; o laço quebrou-se, e nós escapamos” (Sl 124.6-7).

3.4. Exalta O poder do Seu nome. “Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus; seja a tua glória sobre toda a terra” (Sl 57.5).

III.A VITÓRIA TROXE ORDEM EM JERUSALÉM

1. A última das seis tentativas de parar a obra tinha falhado.

1.1. O término da obra causou um certo alvoroço entre os inimigos do povo de Deus, que mandaram cartas uns aos outros, ainda na tentativa de atemorizar o servo de Deus.

Além disso, naqueles dias o nobres de Judá enviaram muitas cartas a Tobias, e as cartas de Tobias vinham para eles” (Ne 6.17).

1.2. Durante a construção do muro, várias cartas pessoais tinham sido trocadas entre alguns nobres de Judá e Tobias. Este e seu filho Joanã tinham casado com mulheres judias. Alguns dos nobres contavam as bondades de Tobias a Neemias e, então, relatavam a Tobias tudo o que ficavam sabendo do governador. Com essas cartas, eles esperavam apanhar Neemias em uma armadilha com suas próprias palavras ou intimidá-lo.

Também as boas ações dele contavam perante mim, e as minhas palavras transmitiam a ele. Tobias, pois, escrevia cartas para me atemorizar” (Ne 6.19).

2. Neemias estabeleceu a ordem em Jerusalém.

“Ora, depois que o muro foi edificado, tendo eu assentado as portas, e havendo sido designados os porteiros, os cantores e os levitas” (Ne 7.1).

2.1. A obra de Deus é feita de ordem e decência. “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem o que ainda não o está, e que em cada cidade estabelecesses anciãos, como já te mandei” (Tt 1.5). “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (1ª Co 14.40).

3. Neemias levanta as portas.

3.1. Sabemos que é o Senhor é quem guarda a cidade. “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” (Sl 127.1).

3.2. Uma cidade sem portas é uma cidade sem segurança. “Ora, depois que o muro foi edificado, tendo eu assentado as portas...” (Ne 7.1.a).

3.3. As portas das cidades eram lugar de importância naqueles dias. “À tarde chegaram os dois anjos a Sodoma. Ló estava sentado à porta de Sodoma e, vendo-os, levantou-se para os receber; prostrou-se com o rosto em terra” (Gn 19.1).

“Ora, o rei de Israel e Jeosafá, rei de Judá, vestidos de seus trajes reais, estavam assentados cada um no seu trono, na praça à entrada da porta de Samaria; e todos os profetas profetizavam diante deles (1ª Rs 22.10).

Assim me disse o Senhor: Vai, e põe-te na porta de Benjamim, pela qual entram os reis de Judá, e pela qual saem, como também em todas as portas de Jerusalém. E dize-lhes: Ouvi a palavra do Senhor, vós, reis de Judá e todo o Judá, e todos os moradores de Jerusalém, que entrais por estas portas” (Jr 17.19-20).

3.4. Assim como a porta de nosso coração. “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” (Ap 3.20).

4. Neemias estabelece os cantores.

4.1. Os cantores sempre tomaram parte nas batalhas do Senhor. Tendo ele tomado conselho com o povo, designou os que haviam de cantar ao Senhor e louvá-lo vestidos de trajes santos, ao saírem diante do exército, e dizer: Dai graças ao Senhor, porque a sua benignidade dura para sempre. Ora, quando começaram a cantar e a dar louvores, o Senhor pôs emboscadas contra os homens de Amom, de Moabe e do monte Seir, que tinham vindo contra Judá; e foram desbaratados” (2ª Cr 20.21-22).

“...os cantores e os levitas” (Ne 7.1c).

4.2. O cântico faz parte da vida daqueles que foram libertos pelo Senhor. “Também me tirou duma cova de destruição, dum charco de lodo; pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos. Pôs na minha boca um cântico novo, um hino ao nosso Deus; muitos verão isso e temerão, e confiarão no Senhor” (Sl 40.2-3).

4.3. Na carta de Paulo aos colossos a igreja é convidada a cantar. “A palavra de Cristo habite em vós ricamente, em toda a sabedoria; ensinai-vos e admoestai-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus com gratidão em vossos corações” (Cl 3.16).

IV. NEEMIAS TRABALHOU COM OBREIROS FIÉIS

1. Deus sempre escolhe os fiéis para Sua obra.Os meus olhos estão sobre os fiéis da terra, para que habitem comigo; o que anda no caminho perfeito, esse me servirá” (Sl 101.6).

1.1. Ele testemunho de Moisés, fiel em toda sua casa. “Mas não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa” (Nm 12.7).

1.2. Através de Paulo aprendemos que os despenseiros devem ser fiéis. “Ora, além disso, o que se requer nos despenseiros é que cada um seja encontrado fiel” (1ª Co 4.2).

1.3. O ministro deve ser fiel a seu ministério. “Dou graças àquele que me fortaleceu, a Cristo Jesus nosso Senhor, porque me julgou fiel, pondo-me no seu ministério” (1ª Tm 1.12).

1.4. Neemias era feliz porque podia contar com homens e mulheres féis. “E por tesoureiros pus sobre os celeiros Selemias, o sacerdote, e Zadoque, o escrivão, e Pedaías, dentre os levitas, e como ajudante deles Hanã, filho de Zacur, filho de Matanias, porque foram achados fiéis; e se lhes encarregou de fazerem a distribuição entre seus irmãos” (Ne 13.13).

2. A fidelidade dos cooperadores.

2.1. A fidelidade deve ser a principal marca do homem de Deus. “Amado, procedes fielmente em tudo o que fazes para com os irmãos, especialmente para com os estranhos” (3ª Jo 5).

2.2. Neemias escolheu seus irmãos a cooperador porque eram fiéis. “Ao seu lado Uziel, filho de Haraías, um dos ourives; ao lado dele Hananias, um dos perfumistas; e fortificaram Jerusalém até o muro largo” (Ne 3.8).

Pus Hanâni, meu irmão, e Hananias, governador do castelo, sobre Jerusalém; pois ele era homem fiel e temente a Deus, mais do que muitos” (Ne 7.2).

2.3. Somente homens fiéis poderão fazer parte da obra de Deus. “E o que de mim ouviste de muitas testemunhas, transmite-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (2ª Tm 2.2).

As expressões “fiel e temente a Deus” revelam a integridade espiritual desses homens.

3. A fidelidade em acatar ordens.

3.1. Os nomeados por Neemias receberam ordens expressas sobre a guarda da cidade. “E eu lhes disse: Não se abram as portas de Jerusalém até que o sol aqueça; e enquanto os guardas estiverem nos postos se fechem e se tranquem as portas; e designei dentre os moradores de Jerusalém guardas, cada um por seu turno, e cada um diante da sua casa” (Ne 7.3.).

3.2. Para que tudo fosse cumprido era necessário obediência. “É pois para isso também que escrevi, para, por esta prova, saber se sois obedientes em tudo” (2ª Co 2.9).

3.3. É mandamento bíblico submissão ao superiores. “Exorta os servos a que sejam submissos a seus senhores em tudo, sendo-lhes agradáveis, não os contradizendo” (Tt 2.9-10).

4. A fidelidade na vigilância.

4.1. A razão das ordens de Neemias era sua preocupação com vigilância da cidade. “Ora, a cidade era larga e grande, mas o povo dentro dela era pouco, e ainda as casa não estavam edificadas” (Ne 7.4).

4.2. Nestas circunstância, Jerusalém seria presa fácil dos inimigos. “Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens; e veio contra ela um grande rei, e a cercou e levantou contra ela grandes tranqueiras” (Ec 9.14).

4.3. O Senhor nos chamou para vigiarmos sua obra, portanto não podemos relaxar. “Voltando, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Simão, dormes? Não pudeste vigiar uma hora”? (Mc 14.37).


CONCLUSÃO. Concluir uma obra é sinal de vitória. Quando chegamos ao fim do projeto, ficamos satisfeito e nos sentimos vencedores. Assim sucedeu a Neemias quando viu o término da obra de restauração dos muros de Jerusalém. Vitorioso, ele estabelece ordens para guardar e proteger o patrimônio do povo de Deus, nos dando, assim, grandes lições administrativas e espirituais.

Pr. Elias Ribas
Assembléia de Deus
Blumenau - SC

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

O POVO OUVE A PALAVRA DE DEUS


Neemias 8.3-5: “E leu nela diante da praça que está fronteira à porta das águas, desde a alva até o meio-dia, na presença dos homens e das mulheres, e dos que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei. 4 Esdras, o escriba, ficava em pé sobre um estrado de madeira, que fizeram para esse fim e estavam em pé junto a ele, à sua direita, Matitias, Sema, Ananías, Urias, Hilquias e Maaséias; e à sua esquerda, Pedaías, Misael, Malquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mesulão. 5 E Esdras abriu o livro à vista de todo o povo (pois estava acima de todo o povo); e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé”.

INTRODUÇÃO. Desde os dias de Moisés, o Senhor deu a Lei ao Seu povo. Ela é um código de regras espirituais que traz, acima de tudo, ensino sobre o relacionamento com Deus e com o nosso semelhante. Nos dias de Neemias, a Lei trouxe renovação espiritual ao povo de Deus. Esdras, o escriba, leu, ensinou e interpretou a Lei divina ao povo, e isto, trouxe grande alegria e entendimento. Ainda, hoje, através da Sagradas Escrituras o crente se renova com a Palavra de Deus.

I. O ANSEIO DO POVO PELA PALAVRA DE DEUS

1. Desde o Sinai, Israel passou a dar importância à Lei do Senhor.E te será por sinal sobre tua mão e por memorial entre teus olhos, para que a lei do Senhor esteja em tua boca; porquanto com mão forte o Senhor te tirou do Egito. Portanto guardarás este estatuto a seu tempo, de ano em ano” (Êx 13.9-10).

1. 1. A meditação diária na Lei de Deus é o segredo da vitória. “Não se aparte da tua boca o livro desta lei, antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido” (Js 1.8).

1.2. Houve uma época que o livro fora perdido, mas ao ser encontrado e lido, trouxe mudanças espirituais. “Disse Hilquias a Safã, o escrivão: Achei o livro da lei na casa do Senhor. E entregou o livro a Safã” (2ª Cr 34.15).

1.3. A Palavra de Deus deve estar, sempre, perto de nós. “Oh! quanto amo a tua lei! ela é a minha meditação o dia todo” (Sl 119.97).

2. O desejo pela Palavra.

2.1. Após o Senhor dar descanso ao povo, houve um grande ajuntamento na praça para receberem o livro da Lei. “Então todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça diante da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o Senhor tinha ordenado a Israel” (Ne 8.1).

2.2. Após 70 anos no cativeiro, o povo demonstrou desejo pela Palavra de Deus. (Sl 119.17-40).

3. A Lei é trazida ao povo.
3.1. Esdras foi o portador da Lei perante todos em Jerusalém. “E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de mulheres, e de todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do sétimo mês” (Ne 8.2).

3.2. Foi o momento esperado por todos após 70 anos longe de sua pátria e sem ouvir a vós de Deus. “Junto aos rios de Babilônia, ali nos assentamos e nos pusemos a chorar, recordando-nos de Sião. Nos salgueiros que há no meio dela penduramos as nossas harpas, pois ali aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções; e os que nos atormentavam, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos um dos cânticos de Sião. Mas como entoaremos o cântico do Senhor em terra estrangeira”? (Sl 137.1-4).

3.3. O prazer do crente deve estar na Lei do Senhor. “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores; antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e noite” (Sl 1.1-2).

4. O povo estava atento a Lei.

4.1. Neemias relata o desejo do povo pela Palavra. “E leu nela diante da praça que está fronteira à porta das águas, desde a alva até o meio-dia, na presença dos homens e das mulheres, e dos que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei” (Ne 8.3).

4.2. A Palavra de Deus operou gloriosamente no coração do povo. “Acharam-se as tuas palavras, e eu as comi; e as tuas palavras eram para mim o gozo e alegria do meu coração; pois levo o teu nome, ó Senhor Deus dos exércitos” (Jr 15.16).

4.3. A Palavra de Deus é um alimento para nossas almas.
“Depois me disse: Filho do homem, come o que achares; come este rolo, e vai, fala à casa de Israel. Então abri a minha boca, e ele me deu a comer o rolo. E disse-me: Filho do homem, dá de comer ao teu ventre, e enche as tuas entranhas deste rolo que eu te dou. Então o comi, e era na minha boca doce como o mel” (Ez 3.1-3).

II. ESDRAS TRAS A LEI PERANTE O POVO

1. Moisés escreveu a Lei do Senhor. “Moisés escreveu esta lei, e a entregou aos sacerdotes, filhos de Levi, que levavam a arca do pacto do Senhor, e a todos os anciãos de Israel” (Dt 31.9).

1.1. O sacerdote (escriba) era o responsável pela transcrição da Lei. “Será também que, quando se assentar sobre o trono do seu reino, escreverá para si, num livro, uma cópia desta lei, do exemplar que está diante dos levitas sacerdotes. E o terá consigo, e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer ao Senhor seu Deus, e a guardar todas as palavras desta lei, e estes estatutos, a fim de os cumprir” (Dt 17.18-19).

1.2. Os levitas eram homens separados para o ministério do ensino.
“Mas também para ensinar aos filhos de Israel todos os estatutos que o Senhor lhes tem dado por intermédio de Moisés” (Lv 10.11). “Ensinarão os teus preceitos a Jacó, e a tua lei a Israel; chegarão incenso ao seu nariz, e porão holocausto sobre o teu altar” (Dt 33.10).

1.3. Neste ministério, eles percorriam as cidades ensinando ao povo.
E com eles os levitas Semaías, Netanias, Zebadias, Asael, Semiramote, Jônatas, Adonias, Tobias e Tobadonias e, com estes levitas, os sacerdotes Elisama e Jeorão. E ensinaram em Judá, levando consigo o livro da lei do Senhor; foram por todas as cidades de Judá, ensinando entre o povo” (2º Cr 17.8-9).

1.4. Ordenou que fosse lida no tempo e no local pelo Senhor. “Quando todo o Israel vier a comparecer perante ao Senhor teu Deus, no lugar que ele escolher, lereis esta lei diante de todo o Israel, para todos ouvirem. Congregai o povo, homens, mulheres e pequeninos, e os estrangeiros que estão dentro das vossas portas, para que ouçam e aprendam, e temam ao Senhor vosso Deus, e tenham cuidado de cumprir todas as palavras desta lei; e que seus filhos que não a souberem ouçam, e aprendam a temer ao Senhor vosso Deus, todos os dias que viverdes sobre a terra a qual estais passando o Jordão para possuir” (Dt 31.11-13).

2. A lei devia ser ensinada e obedecida. “Guardarás, pois, os mandamentos, os estatutos e os preceitos que eu hoje te ordeno, para os cumprires. Sucederá, pois, que, por ouvirdes estes preceitos, e os guardardes e cumprirdes, o Senhor teu Deus te guardará o pacto e a misericórdia que com juramento prometeu a teus pais; ele te amará, te abençoará e te fará multiplicar; abençoará o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, o teu grão, o teu mosto e o teu azeite, a criação das tuas vacas, e as crias dos teus rebanhos, na terra que com juramento prometeu a teus pais te daria” (Dt 7.11-13).

2.1. O ensino é uma ordenança divina. Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma; atá-las-eis por sinal na vossa mão, e elas vos serão por frontais entre os vossos olhos; e ensiná-las-eis a vossos filhos, falando delas sentados em vossas casas e andando pelo caminho, ao deitar-vos e ao levantar-vos” (Dt 11.18-19).

2.2. Esdras leu e ensinou a Lei, quando ajuntou o povo na praça em Jerusalém. “E leu nela diante da praça que está fronteira à porta das águas, desde a alva até o meio-dia, na presença dos homens e das mulheres, e dos que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei” (Ne 8.3).

2.3. O ensino é uma ordenança de Jesus. “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.19-20).

2.4. A igreja deve perseverar no ensino da Palavra. “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” (At 2.42).

2.5. A falta do ensino leva o crente ao erro. “Jesus, porém, lhes respondeu: Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mt 22.29). O ensino da Palavra de Deus, faz conhecer sua posição espiritual.

2.6. A Palavra traz alegria e comunhão entre o povo. “Então todo o povo se foi para comer e beber, e para enviar porções, e para fazer grande regozijo, porque tinha entendido as palavras que lhe foram referidas” (Ne 8.12).

2.7. O ensino tem por finalidade nos ajudar a compreender as Escrituras. “Ele respondeu: Pois como poderei entender, se alguém não me ensinar? e rogou a Filipe que subisse e com ele se sentasse” (At 8.31).

2.8. Os levitas foram convocados por Deus para o ensino. “Assim leram no livro, na lei de Deus, distintamente; e deram o sentido, de modo que se entendesse a leitura” (Ne 8.8).

2.9. O ensino deve ser uma das qualidades do líder.
“É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, temperante, sóbrio, ordeiro, hospitaleiro, apto para ensinar” (1ª Tm 3.2).

III. O ENSINO PRODUZ MUDANÇA NO OUVINTE

1. O ensino produz quebrantamento. “E Neemias, que era o governador, e Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que ensinavam o povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus; não pranteeis nem choreis. Pois todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei” (Ne 8.9).

1.1. O Senhor sempre estará junto de um crente quebrantado. “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito” (Sl 34.18).

2. O ensino nos torna benignos.

2.1. A benignidade é a disposição para a prática do bem. “Antes sede bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4.32).
“Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor. Portanto não vos entristeçais, pois a alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.10).

2.2. O mandamento bíblico é que devemos socorrer os necessitados. “Em tudo vos dei o exemplo de que assim trabalhando, é necessário socorrer os enfermos, recordando as palavras do Senhor Jesus, porquanto ele mesmo disse: Coisa mais bem-aventurada é dar do que receber” (At 20.35).
“Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano. E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso”? Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma” (Tg 2.15-17).
“Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitando, lhe fechar o seu coração, como permanece nele o amor de Deus? (1ª Jo 3.17).

2.3. É a verdadeira religião. “A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo” (Tg 1.17).

IV. A LEI DO SENHOR PRODUZ BENÇÃOS ESPIRITUAIS

1. O homem espiritual tem prazer na lei do Senhor. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus” (Rm 7,22).

1.1. A obediência traz bênçãos. “Se ouvires atentamente a voz do Senhor teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o Senhor teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra; e todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, se ouvires a voz do Senhor teu Deus” (Dt 28.1-2).

1.2. A Lei quando foi lida pelos levitas trouxe grandes bênçãos ao povo. “Então todo o povo se foi para comer e beber, e para enviar porções, e para fazer grande regozijo, porque tinha entendido as palavras que lhe foram referidas” (Ne 8.12).

2. O Senhor fortalece Seus povo.

2.1. Quando a quebrantamento, choro, arrependimento e confissão, o Senhor renova Seu povo. “Portanto não vos entristeçais, pois a alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.10b).

2.2. Após o ensino, o povo se consagra ao Senhor Deus. “E Neemias, que era o governador, e Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que ensinavam o povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus; não pranteeis nem choreis. Pois todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei” (Ne 8.9b.).

2.3. O povo estava livre como um pássaro. “Escapamos, como um pássaro, do laço dos passarinheiros; o laço quebrou-se, e nós escapamos. O nosso socorro está no nome do Senhor, que fez os céus e a terra” (Sl 124.7-8).

3. Aquele dia foi santificado ao Senhor.

3.1. O verdadeiro dia santo é aquele que passamos na presença do Senhor. “Os levitas, pois, fizeram calar todo o povo, dizendo: Calai-vos, porque este dia é santo; por isso não vos entristeçais” (Ne 8.11).

3.2. A Palavra produz a verdadeira santidade em nossa vida. “Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17).

3.3. Por isso devemos meditar sempre. “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores; antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e noite. Pois será como a árvore plantada junto às correntes de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cuja folha não cai; e tudo quanto fizer prosperará” (Sl 1.1-3).

4. O povo entendeu a Lei.

4.1. O Senhor Jesus deixou os dons ministeriais para o crescimento da Igreja. “E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” (Ef 
4.11-12).

4.2. Esdras tinha habilidade para ensinar. “Então todo o povo se foi para comer e beber, e para enviar porções, e para fazer grande regozijo, porque tinha entendido as palavras que lhe foram referidas” (Ne 8.12).

4.3. Para compreendermos a Palavra hoje, contamos com a presença do Espírito Santo. “Mas o Ajudador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito” (Jo 14.26).

“Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras” (Jo 16.13).


CONCLUSÃO. Em todo o tempo a Lei do Senhor é perfeita e refrigera a alam. Através dela podemos compreender a bondade e a misericórdia do Senhor. A Lei do Antigo Testamento nos conduziu a Cristo, que nos trouxe a lei do amor. Mas, para que possamos entender este grande amor, precisamos estudar a Palavra. Ela nos guiara em toda verdade para que: “até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo (Ef 4.13).

Pr. Elias Ribas
Dr. em Teologia
Igreja Assembléia de Deus
Blumenau - SC