TEOLOGIA EM FOCO: A CELEBRAÇÃO DA FESTA DOS TABERNÁCULOS

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

A CELEBRAÇÃO DA FESTA DOS TABERNÁCULOS


Neemias 8.13-16:Ora, no dia seguinte ajuntaram-se os cabeças das casas paternas de todo o povo, os sacerdotes e os levitas, na presença de Esdras, o escriba, para examinarem as palavras da lei; 14 e acharam escrito na lei que o Senhor, por intermédio de Moisés, ordenara que os filhos de Israel habitassem em cabanas durante a festa do sétimo mês; 15 e que publicassem e fizessem passar pregão por todas as suas cidades, e em ramos de oliveiras, de zambujeiros e de murtas, folhas de palmeiras, e ramos de outras árvores frondosas, para fazerdes cabanas, como está escrito. 16 Saiu, pois, o povo e trouxe os ramos; e todos fizeram para si cabanas, cada um no eirado da sua casa, nos seus pátios, nos átrios da casa de Deus, na praça da porta das águas, e na praça da porta de Efraim”.

INTRODUÇÃO. As festas estabelecidas por Deus tinham por finalidade levar o Seu povo a se aproximar do Senhor e a maioria confraternização espiritual. Dentre todas, a festa dos tabernáculos revelava a misericórdia divina, enquanto Israel caminhava no deserto e mostrava Seu cuidado em preservar um povo, que havia sido eleito em Abraão. Para autenticar o propósito divino das festas, Jesus se fez presente em todas elas durante o tempo que esteve na terra.

I. DEUS INSTITUIU FESTAS PARA O SEU POVO

1. Deus estabeleceu festas para celebração.Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: As festas fixas do Senhor, que proclamareis como santas convocações” (Lv 23.2).

1.1. As festas são exclusiva ao Senhor. “São estas as festas fixas do Senhor, santas convocações, que proclamareis no seu tempo determinado” (Lv 23.4).

2. Uma oportunidade para alegrar-se em Deus.

2.1. O mandamento sobre a festa dos tabernáculos. “Nela não comerás pão levedado; por sete dias comerás pães ázimos, pão de aflição (porquanto apressadamente saíste da terra do Egito), para que te lembres do dia da tua saída da terra do Egito, todos os dias da tua vida” (Dt 16.3).

2.2. As festas judaicas ofereciam aos homens, reunirem com suas famílias. “De ano em ano este homem subia da sua cidade para adorar e sacrificar ao Senhor dos exércitos em Siló. Assistiam ali os sacerdotes do Senhor, Hofni e Finéias, os dois filhos de Eli. No dia em que Elcana sacrificava, costumava dar quinhões a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos e filhas” (1º Sm 1.3-4).

2.3. As famílias se reuniam juntas. “E na tua festa te regozijarás, tu, teu filho e tua filha, teu servo e tua serva, e o levita, o peregrino, o órfão e a viúva que estão dentro das tuas portas” (Dt 16.14).

2.4. O povo de Deus é sempre alegre. “Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai- vos” (Fl 4.4).

2.5. Uma festa de gratidão pelos benefício recebido do Senhor. “E te alegrarás por todo o bem que o Senhor teu Deus te tem dado a ti e à tua casa, tu e o levita, e o estrangeiro que está no meio de ti” (Dt 26.11).

3. Uma oportunidade para estar diante do Senhor.

3.1. As festas judaicas oferecia aos homens, certamente com suas famílias. “De ano em ano este homem subia da sua cidade para adorar e sacrificar ao Senhor dos exércitos em Siló. Assistiam ali os sacerdotes do Senhor, Hofni e Finéias, os dois filhos de Eli. No dia em que Elcana sacrificava, costumava dar quinhões a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos e filhas” (1º Sm 1.3-4).

3.2. Uma oportunidade para estarem diante do Senhor. “Três vezes no ano todos os teus homens aparecerão perante o Senhor teu Deus, no lugar que ele escolher: na festa dos pães ázimos, na festa das semanas, e na festa dos tabernáculos. Não aparecerão vazios perante o Senhor” (Dt 16.16).

3.3. A Igreja primitiva diariamente estavam no templo.
“E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração” (At 2.46).

4. Uma oportunidade para ofertar.

4.1. A ordenança divina era para que ninguém aparece vazio diante do Senhor. “...na festa dos pães ázimos, na festa das semanas, e na festa dos tabernáculos. Não aparecerão vazios perante o Senhor” (Dt 16.16b).

4.2. Conforme suas posses. “Cada qual oferecerá conforme puder, conforme a bênção que o Senhor teu Deus lhe houver dado” (Dt 16.17).

4.3. O ato de ofertar é mandamento divino. “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda boa obra” (2ª Co 9.7-8).

II. A FESTA DOS TABERNÁCULOS É UM MEMORIAL

Dentre as três grandes festas comandadas por Deus, a Festa dos Tabernáculos é a de maior significado profético para nós cristãos. É comemorado no décimo-quinto dia do mês de Tishri, duas semanas após Rosh Hashanah e, usualmente, cai final de Setembro ou princípio de Outubro.

1. Uma festa ordenada por Deus.
“Disse mais o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Desde o dia quinze desse sétimo mês haverá a festa dos tabernáculos ao Senhor por sete dias” (Lv 23.33-34).

1.1. A Festa dos Tabernáculos tinha como objetivo fazer o povo se lembrar do tempo em que morou em tendas, durante a peregrinação pelo deserto, e que Deus o sustentou ali, após havê-lo tirado da escravidão no Egito. “Para que as vossas gerações saibam que eu fiz habitar em tendas de ramos os filhos de Israel, quando os tirei da terra do Egito. Eu sou o Senhor vosso Deus” (Lv 23.43.

2. O Senhor instituiu não só a festa mas também a data.

2.1. O que significa pentecoste. O termo “Pentecostes” se originou a partir do grego pentēkostḗ, que significa “quinquagésimo”, em referência aos 50 dias que se sucedem depois da Páscoa.

2.2. No primeiro pentecostes, depois da morte de Jesus, cinquenta dias depois da páscoa, o Espírito Santo desceu sobre a comunidade cristã de Jerusalém na forma de línguas de fogo; todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas.
“Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente veio do céu um ruído, como que de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. E lhes apareceram umas línguas como que de fogo, que se distribuíam, e sobre cada um deles pousou uma. E todos ficaram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem” (At 2,1-4).

3. Uma oportunidade para sacrificar ao Senhor.

3.1. Nas festas instituídas por Deus, o povo tinha oportunidade para sacrificar ao Senhor “Estas são as festas fixas do Senhor, que proclamareis como santas convocações, para oferecer-se ao Senhor oferta queimada, holocausto e oferta de cereais, sacrifícios e ofertas de libação, cada qual em seu dia próprio” (Lv 23.37).

3.2. O crente no tempo da graça também sua oportunidade de sacrificar ao Senhor. “Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.1-2).

4. Uma festa que Jesus participou.

4.1. Jesus participou das festas judaicas. “Depois disso havia uma festa dos judeus; e Jesus subiu a Jerusalém” (Jo 5.1).

4.2. Na festa dos Tabernáculos. “Depois disto andava Jesus pela Galileia; pois não queria andar pela Judeia, porque os judeus procuravam matá-lo. Ora, estava próxima a festa dos judeus, a dos tabernáculos. 11 Ora, os judeus o procuravam na festa, e perguntavam: Onde está ele”? (Jo 7.1-2, 11).

4.3. Na festa dos Tabernáculos Jesus se manifesta a multidão. “Diziam então alguns dos de Jerusalém: Não é este o que procuram matar? E eis que ele está falando abertamente, e nada lhe dizem. Será que as autoridades realmente o reconhecem como o Cristo? Entretanto sabemos donde este é; mas, quando vier o Cristo, ninguém saberá donde ele é. Jesus, pois, levantou a voz no templo e ensinava, dizendo: Sim, vós me conheceis, e sabeis donde sou; contudo eu não vim de mim mesmo, mas aquele que me enviou é verdadeiro, o qual vós não conheceis” (Jo 7.25-28).

4.4. Nesta festa Jesus faz um dos grandes convites a multidão. “Ora, no seu último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva” (Jo 7.37-38).

4.5. O cristão também deve aproveitar as oportunidades para pregar o evangelho. “Pois, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, porque me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho”! (1ª Co 9.16).

III. A FESTA DOS TABERNÁCULOS NOS DIAS DE NEEMIAS

1. O povo que estava voltando do cativeiro babilônico, pouco a pouco estavam retornando para as ordenanças divinas concernente as festas em Israel. “E os que vieram do cativeiro celebraram a páscoa no dia catorze do primeiro mês” (Ed 6.19).

1.1. Esdras ao ler menciona o mês da comemoração da festa ordenada por pelo Senhor a Moisés. “E acharam escrito na lei que o Senhor, por intermédio de Moisés, ordenara que os filhos de Israel habitassem em cabanas durante a festa do sétimo mês” (Ne 8.14).

1.2. Trouxe alegria entre o povo. “E toda a comunidade dos que tinham voltado do cativeiro fez cabanas, e habitaram nelas; pois não tinham feito assim os filhos de Israel desde os dias de Josué, filho de Num, até aquele dia. E houve mui grande regozijo” (Ne 8.17).

2. O desejo em obedecer à Lei.

2.1. Ouviram a Lei. “E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de mulheres, e de todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do sétimo mês” (Ne 8.2).

2.2. Os sacerdotes se reuniram para examinar a Lei do Senhor. “Ora, no dia seguinte ajuntaram-se os cabeças das casas paternas de todo o povo, os sacerdotes e os levitas, na presença de Esdras, o escriba, para examinarem as palavras da lei” (Ne 8.13).

2.3. O crente deve examinar a Escrituras para entender a vontade do Senhor. “Por isso, não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor” (Ef 5.17).

3. A Lei revela a ordenança divina.

3.1. Após examinarem as escrituras acharam o propósito divino para o povo de Deus. “E acharam escrito na lei que o Senhor, por intermédio de Moisés, ordenara que os filhos de Israel habitassem em cabanas durante a festa do sétimo mês” (Ne 8.14).

3.2. Jamais podemos desprezar as Escrituras. “Porquanto, tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que, pela constância e pela consolação provenientes das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15.4).

4. Os líderes convocaram o povo para cumprir a Lei.

4.1. Diante da descoberta da lei, estando no sétimo mês (Ne 8.1a), os líderes de Judá conclamaram o povo, dizendo: “E que publicassem e fizessem passar pregão por todas as suas cidades, e em ramos de oliveiras, de zambujeiros e de murtas, folhas de palmeiras, e ramos de outras árvores frondosas, para fazerdes cabanas, como está escrito” (Ne 8.15).

4.2. Nos dias atuais, para cumprir com os objetivos divinos é necessário trabalhar. “Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e, chegando- se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na vinha. Ele respondeu: Sim, senhor; mas não foi. Chegando-se, então, ao segundo, falou-lhe de igual modo; respondeu-lhe este: Não quero; mas depois, arrependendo-se, foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram eles: O segundo. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus” (Mt 21.28-31).

IV. O POVO DE DEUS FESTEJA A LIBERDADE

1. Após 70 anos distante de Jerusalém, era o momento festivo para comemorar a liberdade. “E toda a comunidade dos que tinham voltado do cativeiro fez cabanas, e habitaram nelas; pois não tinham feito assim os filhos de Israel desde os dias de Josué, filho de Num, até aquele dia. E houve mui grande regozijo” (Ne 8.17).

1.1. Assim como eles vivemos em intensa festividade, pois também fomos libertos do cativeiro de Satanás. “E que nos tirou do poder das trevas, e nos transportou para o reino do seu Filho amado” (Cl 1.13).

2. Cada um teve a oportunidade de festejar.

2.1. Com o material nas mãos, os judeus puderam festejar, cada um no seu lugar, cumprindo assim o mandamento do Senhor. “Saiu, pois, o povo e trouxe os ramos; e todos fizeram para si cabanas, cada um no eirado da sua casa, nos seus pátios, nos átrios da casa de Deus, na praça da porta das águas, e na praça da porta de Efraim” (Ne 8.16).

2.2. O cristão deve festejar sua vitória para que jamais esqueça das misericórdias do Senhor. “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios” (Sl 103.1-2).

3. A festa trouxe renovação ao povo.

3.1. As festas do Senhor haviam sido esquecida desde os dias de Josué. “E toda a comunidade dos que tinham voltado do cativeiro fez cabanas, e habitaram nelas; pois não tinham feito assim os filhos de Israel desde os dias de Josué, filho de Num, até aquele dia. E houve mui grande regozijo” (Ne 8.17).

3.2. O Senhor Jesus nos deixou uma grande festa. “E, havendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é por vós; fazei isto em memória de mim” (1ª Co11.24).
O propósito: “Fazei isto em memória de mim” (Lucas 22.19). A Ceia do Senhor é nossa oportunidade para lembrar o sacrifício que Jesus fez na cruz, pelo qual ele nos oferece a esperança da vida eterna. A Ceia do Senhor não pretende ser um memorial do nascimento, da vida ou da ressurreição de Cristo. É um momento especial no qual os cristãos refletem sobre o Salvador sofredor para serem lembrados do alto preço que ele pagou por nossos pecados. Precisamos manter este tema central do evangelho (1ª Co 2.1-2) em nossas mentes.

3.3. Através dele podemos renovar nossa aliança com Ele. “Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que ele venha” (1ª Co 11.26).

4. A lei foi lida durante a festa.

4.1. Durantes os sete dias de festa a Palavra de Deus era lida todos os dias. “E Esdras leu no livro da lei de Deus todos os dias, desde o primeiro até o último; e celebraram a festa por sete dias, e no oitavo dia houve uma assembleia solene, segundo a ordenança” (Ne 8.18).

4.2. O crente também deve festar lendo a Palavra de Deus. “Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo; para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pela fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à maquinação do erro; antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Ef 4.13-15).

CONCLUSÃO. As festas, que sempre tiveram um importante significado na vida de Israel, foram desprezadas pelo povo de Deus. Foi preciso um “cativeiro” para fazê-los voltar ao primeiro amor e encontrar um novo significado espiritual para os mandamentos de Deus. Do mesmo modo, a Igreja não pode desprezar os mandamentos do Senhor Jesus, pois eles trazem alegria e renovação espiritual para todos nós.

Pr. Elias Ribas
Igreja Ev. Assembléia de Deus
Blumenau - SC.

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