TEOLOGIA EM FOCO: junho 2022

terça-feira, 28 de junho de 2022

O IMPÉRIO DO ANTICRSITO - O ÚLTIMO IMPÉRIO MUNDIAL

  


I. O ÚLTIMO IMPÉRIO MUNDIAL

O renascimento do Império Romano no tempo do fim não é uma hipótese. Se ao término da Segunda Guerra Mundial, parecia ele utopia numa Europa humilhada e destruída, hoje mostra-se mais real do que nunca. Não importa o nome que se lhe dê: União Europeia ou Novo Império Romano. O chifre pequeno do terrível animal, visto por Daniel (7.7), acha-se prestes a pisar e a despedaçar a quantos se lhe opuserem. Esse reino, que não terá paralelo na história dos grandes impérios, devido a sua maldade, dará todo o suporte político, econômico e religioso ao Anticristo, a fim de que este venha a dominar o mundo todo.

As profecias de Daniel, muito nos dizem sobre os impérios mundiais desde a Babilônia até ao último império, neste mundo (mostrada, em sonhos, a Nabucodonosor rei da Babilônia Daniel 2, mas o sétimo império mundial na história, a contar-se primeiramente do Egito (no tempo que Israel era escravo no Egito), e o império Assírio (tempo dos reis em Israel e Judá), os quatro impérios (Babilônia, Medo-Persa, grego e Romano (Dn 2; 7)), e por fim o último a Nova ordem mundial (através do G7, ONO e OTAN) entregando o governo mundial ao Anticristo durante a Grande Tribulação na última semana de Daniel 9.24-27. 

II. A FORMAÇÃO DO IMPÉRIO DO ANTICRISTO

1. O dragão vermelho. Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas.” (Ap 12.3).

Antes de estudarmos o surgimento do último império mundial devemos começar com uma referência a Apocalipse 12.3, onde João viu um dragão vermelho que simboliza Satanás a antiga serpente (Ap 12.9), ameaçar a mulher e seu filho que simbolizam Israel e o Messias. As tentativas de Satanás de destruir os descendentes da mulher. João escreveu sobre a Guerra no Céu e sobre os reinos deste mundo, que lutariam contra os seguidores de Deus. 

2. A diferença entre Satanás e o Anticristo. “Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia.” (Ap 13.1).

Apocalipse 13, é um texto simbólico profético que faz menção às duas bestas: uma besta que sobe do mar que representa o Anticristo (um líder político) e a besta que surge da Terra que representa o falso profeta (um líder religioso). São dois poderes que, aliados ao dragão, irão se unir com o objetivo de dizimar o povo de Deus da Terra. Besta ou animal, em profecia, significa reino ou poder deste mundo (Dn 7.17).

O dragão (Pai), que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas (Ap 12.3), mas no capítulo 13 e verso 1, João vê uma besta (Anticristo) com sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres, dez diademas.

Vamos analisar a diferença entre Satanás (o pai) e o Anticristo (o filho). Note que ambos possuem sete cabeças e dez chifres. A diferença é que o Dragão (Satanás) usa sete diademas sobre a cabeça e a besta (Anticristo) possui dez” diademas sobre os seus chifres. Isso mostra que quem governa é, na verdade, o dragão que deu o seu poder a besta.

As sete cabeça. A besta quer fazer-se parecer com Deus (2ª Ts 2.4). As sete cabeças referem-se a sete reinos ou sete impérios que também simbolizam sete montes (Ap 17.9), porém vou dar ênfase aos sete reinos começando pelo Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia, Grego e Roma que somam seis e já passaram, mas o sétimo está por vir, ou seja, está para surgir no governo da Besta.

Os dez chifres. A besta também tem dez chifres que são dez reis (Ap 17.12) que irão governar com ela. Portanto, os dez chifres representam os reis que no tempo do fim iram governar juntamente com o Anticristo. Satanás irá inspirar os reis deste mundo para que cumpram suas ordens.

As diademas. Já vimos que a única diferença entre eles está na quantidade de diademas. O dragão tem sete e a besta tem dez.

Os diademas indicam que a besta é investida de autoridade pelo dragão (cf. Ap 13.4). O dragão tem sete diademas que é o número simbólico da santidade de e da perfeição de Deus. A besta tem dez diademas, uma para cada chifre, portanto, ele terá autoridade máxima durante seu governo. 

3. Os dez chifres da besta. Vamos analisar de forma distinta os dez chifres da besta, bem como o ambiente em que eles estão inseridos.

“...era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez chifres.” (Daniel 7.7).

Os dez chifres representam os governantes, que recebem inspiração de Satanás e cumprem suas ordens. Em uma aplicação direta ao período do Anticristo, a referência aos dez reis nos mostra como os governos mundiais se unirão para oferecerem suporte, poder e autoridade ao governo da besta.

Os dez chifres correspondem a dez futuros reis, interpretação no verso 24 que diz: “E quanto às pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros e abaterá a três reis”.

Os dez chifres, correspondem aos dez dedos dos pés da estátua do capítulo (2.41-42), e aos dez chifres da besta do Apocalipse 13.1; 17.12, que serão dez reinos ou dez reis que se levantarão no fim para entregar o mundo ao Anticristo. 

3.1. O chifre pequeno. “Estando eu considerando as pontas, eis que entre elas subiu outra ponta pequena, diante da qual três das pontas primeiras foram arrancadas; e eis que nesta ponta havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava grandiosamente” (Dn 7.8).

No capítulo 7 de Daniel, ele apresenta uma sequência de cinco reinos, sendo o último o reino de Cristo. Sendo dividido o capítulo em duas seções, uma é a visão (Dn 7.1-14) e, a outra, sua interpretação (Dn 7.17-27).

Os dez chifres são dez reis (ou reinos) que surgem do quarto reino. O chifre pequeno é um rei (ou reino) que surge dentre os dez e se torna diferente de todos. e devorava tudo que via (Dn 7.8).

O caráter singular da besta que agora aparece; o número dos chifres; o surgimento de um novo chifre (a ponta pequena); o poder e o terror da besta, e a longa duração de seu domínio sobre a terra, atraíram e fixaram a atenção de Daniel, o levaram a uma descrição mais minuciosa da aparência do animal e o induziram particularmente a pedir uma explicação de o anjo do significado desta parte da visão no verso 19:

“Então, tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal...” (Dn 7.19). “e também a respeito dos dez chifres que tinha na cabeça e do outro que subiu, diante do qual caíram três, daquele chifre que tinha olhos e uma boca que falava com insolência e parecia mais robusto do que os seus companheiros. (Dn 7.20).

E o mensageiro lhe respondeu: “Os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele mesmo reino” (Dn 7.24), ou seja, os dez reis ou reinos que se originaram do Império Romano ressurgido (v. 24). 

3.2. Subiu um “pequeno chifre”, o qual arranca três deles. Aqui está uma segunda fase do quarto império, um “império romano revivificado” que aparecerá no senário mundial nos últimos tempos.

Nos últimos dias da história, surgirá o poder chamado de chifre pequeno. Se os dez chifres representam a divisão do Império Romano, o chifre pequeno representa um poder que se levantaria entre esses dez, diante do qual três deles seriam completamente destruídos.

O chifre pequeno que surgiu entre os dez que já existiam, ocasionou a retirada de três chifres (Daniel 7.8), ou seja, esse chifre, arrancou fora três pontas que já havia no terrível animal, representa o futuro império do Anticristo que ao emergir entre os dez reinos, abaterá três reis.

Daniel vê que surgiu entre os chifres que já existiam, outro chifre pequeno e distinto dos dez chifres, e de constituição diferente. O chifre pequeno simboliza o aparecimento do Anticristo (2ª Ts 2.3-4,8). Nesse chifre pequeno havia olhos, como os olhos humanos, indicam a perspicácia, previsão e astúcia desse poder; e a boca que fala coisas grandes ou presunçosas não é diferente do homem do pecado, descrito pelo apóstolo Paulo, “cuja vinda deve ser depois da operação de Satanás com toda a ilusão de injustiça” (2ª Ts 2.9-10; ver também Ap 13.5-6). Também a simbologia usada sugere que esse chifre se refere a um indivíduo e não a um reino.

O cumprimento da profecia sobre o quarto animal para aquela época, pode ter sido cumprida em parte quando surgiu o Império Romano. Mas, sabemos que o capítulo 7 do livro de Daniel está falando também sobre o fim dos tempos. E, como sempre devemos relembrar, as profecias podem ser cumpridas na época em que foram anunciadas e também num futuro distante. 

III. O SURGIMENTO DO IMPÉRIO DO ANTICRISTO 

1. O império romano nos dias de João. “A besta que viste, era e não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição” (Ap 17.8). 

“A besta que era”. Isto tem a ver com os impérios mundiais passado (Dn 7), porém, estava atuado nos dias de João por isso o anjo diz “era”. Este império, digo, o Império Romano que era e durou até ano de 476 d.C.

“e não é”. É o intervalo que vai do fim do Império Romano até o surgimento do Anticristo.

“mas está para emergir do abismo” A besta que era e não é, mas irá ressurgir novamente no governo do Anticristo na Grande Tribulação.

Era, aparentemente, indica que a besta se manifestou no passado (Dn 7). Não é sugere que ela não estava agindo na época de João. Há de subir [...] à perdição sugere ruína ou punição eterna. Aqueles cujos nomes não estão escritos no Livro da Vida (Ap 13.8; 20.12,15) são enganados pela besta porque não conhecem o seu destino certo e eterno. Tudo o que eles veem é alguém que uma vez existiu e agora faz uma reaparição incrível.

O terrível animal que Daniel viu (Dn 7.7), o anjo o chama de besta (Ap 13); “e há de subir do abismo”. Esta expressão diz com respeito ao Império Romano, que ressurgirá no tempo do fim, comandado pelo Anticristo e o falso profeta, junto com as confederações mundiais (dez reinos). É claro que o Império Romano não será o mesmo, mas será terrível, espantoso e brutal como era. Portanto, os fatos proféticos do v. 8 são ainda futuros. 

2. Na visão de João como será o último império. Ap 17.12 “Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam reino, mas recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora.”

Note que há um paralelismo entre o apóstolo João e o profeta Daniel 7.7,24 Apocalipse 13. Os dez chifres, são os dez reinos que hão de receber autoridade para governar nos últimos dias. Os quais ainda não receberam um reino, isto é, eles não existiam quando João escreveu. Está implícito que, durante o período em análise, eles surgiriam e se conectariam, em um sentido importante com a besta e o falso profeta.

Entendo que esses dez reinos ou dez reis que irão surgir, estarão coligados com a ONU, e darão o início do último império mundial. 

3. O tempo de duração deste reino. “...durante uma hora”. Os dez reis reinarão com a besta por período breve. O sétimo império quando surgir terá o domínio mundial por um pouco de tempo, ou seja, breve e temporário. O reinado de uma hora significa que surgirão de repente e durarão pouco conforme a visão de Daniel 7.25. 

4. Entregarão o seu poder e autoridade à besta. “Porque Deus tem posto em seus corações, que cumpram o seu intento, e tenham uma mesma ideia, e que deem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus.” (Ap 17.17).

“...que deem à besta o seu reino...”. Com o advento da besta como um rei supremo devido ao auto endeusamento (Dn 11.36; Mt 24-15; 2ª Ts 2), Satanás começou uma ordem completamente nova, a qual é tão radicalmente diferente de todos os reinos que já existiram.

Estes futuros reis têm a mesma intenção, entregar o governo mundial ao Anticristo. Eles irão apoiar e obedecer às diretrizes da burocracia centralizada dominada deste governo chamado besta.

Uma parte do plano de Deus para vencer a besta foi o aumento do poder dela. Deus a deixou crescer cada vez mais forte, dominando os reis das nações, enquanto preparava o castigo dela. Nas décadas depois de João escrever o Apocalipse, o poder romano foi aumentando, chegando ao seu auge no final do reinado de Trajano. A partir daquela época, perdeu território e poder aos poucos. 

5. O oitavo reino. “E a besta, que era e não é, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete, e caminha para a destruição.” (Ap 17.11 – ver também os versos 3, 7 e 10).

A besta, o Anticristo, será o último império mundial, é um dos sete, ou seja, sete impérios mundiais passados na história, que são: 1. Egito; 2. Assíria; 3. Babilônia; 4. Medo-Persa; 5. Grécia 6. Império Romano. 7. O sétimo reino está surgindo através da ONU, ou a Nova Ordem Mundial. 8. O oitavo reino será governado pelo Anticristo, significa que a besta pertença ao mesmo sistema mundano, que os sete primeiros impérios pertenceram também.

A besta que era” (no passado), “já não é “(no tempo de João), mas aparecerá, ou seja, será escolhido dentre os reis e receberá autoridade para reinar nos últimos dias da grande tribulação. Literalmente procede dos sete e será o oitavo e último império mundial comandado pela besta. 

São os dez reis que estarão unidos à besta no seu governo. Isto, no entanto, não significa que somente dez países formarão o Novo Império Romano nesta última fase; ele terá proporções mundiais. Significa somente que estes estarão no comando do governo único, tendo, porém, o Anticristo como o cabeça do império.

A profecia fala de tempos futuros, e por isto eles aqui, ainda não tinham recebido o reino. Eles reunirão com o Anticristo por uma hora, e como todos eles são anticristãos, acatarão as instruções de como deverão agir em perseguição aos santos. Os dez formarão um acordo. Esta reunião decisória marcará o ponto de partida da estruturação das ações da besta.

Conforme Apocalipse 13, a besta será o Anticristo o oitavo rei ou reino mundial, que receberá completa autoridade dos sete reis. Este reino emergira do anterior, diz este versículo em outras palavras: “quando assumir o controle dos dez reinos, isto será o oitavo reino”. Revelação idêntica que Deus deu ao profeta Daniel em 7.24 que diz: “Dez reis que se levantarão daquele mesmo reino”. É, pois uma forma daquele antigo Império. É claro que não poderá ser o mesmo, porque aquele era regido por um único soberano, e o futuro será por dez reis. Eles formaram uma confederação de nações durante a grande tribulação. Dizemos confederações porque num pé os dedos são ligados (Dn 2.42-44). Com a formação destes dez Estados estará pronto o palco para formação do reino do anticristo que durará sete anos. 

6. O G7 ou grupo dos sete. Hoje são sete países (G7) entre os mais desenvolvidos industrialmente e economicamente do mundo, composto por: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, embora a União Europeia também esteja representada. O grupo reúne-se periodicamente desde 1975 para discutir questões relacionadas à economia. Embora hoje são sete países e todos oriundos da Europa, amanhã podem ser dez, os quais estes irão eleger um governo único e entregar todo poder a ele. Assim nascerá o novo Império Romano governado pelo Anticristo o homem do pecado. 

O auge de seu império. O Homem do Pecado, no auge de seu poder, dominará tanto a economia quanto a religiosidade humana, agrupando todas as coisas sob o seu comando (Ap 13.7,8,16-18). O seu governo, a princípio, será aceito por todos sem qualquer contestação (Ap 13.4).

Depois que o Anticristo receber o poder do G10 (dez reis), se tornará ditador do mundo inteiro. Mas não conseguirá impedir a queda do sistema mundial babilônico e o total colapso econômico do mundo (Ap 18.1-24). E depois, no fim da Grande Tribulação, comandará exércitos de muitas nações arregimentados por Satanás, em Armagedom (Ap 16.16; 19.19). É então que Jesus o ‘desfará pelo assopro de sua boca e o aniquilará pelo esplendor de sua vinda’ (2ª Ts 2.8). Seu destino final será ‘no ardente lago de fogo e de enxofre’ (Ap 19.20)”.

A Besta que subiu do mar (Ap 13), e será o animal mais terrível e maldoso que já existiu na face da terra, maior que todos os impérios que já existiram, ou seja, a maldade de todos os animais estará incorporada neste império. Jamais o mundo teve alguém como este, subversivo e impostor. A crueldade da besta será tal que nem juntando Nero, Mussolini e Hitler, pode se explicar, tamanha a fúria da besta.

Para com concluir, o antigo império romano (o reino de ferro de Daniel 2.33-35; Daniel 2.40-44; Daniel 7.7, terá dez chifres (ou seja, reis, Apocalipse 17.12) correspondendo aos dez dedos da imagem. Como Daniel considera esta visão dos dez reis, surge entre eles um “chifre pequeno” (rei), que subjuga três dos dez reis tão completamente que a identidade separada de seus reinos é destruída. Restam sete reis dos dez, e o “chifre pequeno”. Ele é o “rei do semblante feroz”, tipificado por aquele outro “rei do semblante feroz”, Antíoco Epifânio, Daniel 8.23-25, o “príncipe que virá” de Daniel 9.26; Daniel 9.27 o “rei” de Daniel 11.36-45 a “abominação” de; Daniel 12.11 e Mateus 24.15 o “homem do pecado” de 2ª Tessalonicenses 2.4-8 e a “besta” de Apocalipse 13.4-10.Pr. Elias Ribas - Professor de Teologia

Assembleia de Deus

Blumenau SC

quarta-feira, 15 de junho de 2022

AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL


Nenhuma passagem do AT revela tanto os mistérios do plano profético de Deus para Israel e as nações quanto o livro de Daniel. Em particular, a profecia das setenta semanas em Daniel 9.24-27 apresenta a chave cronológica indispensável para a profecia bíblica.

A revelação das setenta semanas a Daniel é a chave para a compreensão da doutrina das últimas coisas. Para se fazer um estudo completo do Apocalipse, grande tribulação, ou qualquer outro assunto que fale sobre o tempo do fim (Dn 8.17), é necessário primeiro estudar as setenta semanas de Daniel, pois esta e uma profecia indispensável a Escatologia. 

I. O QUE QUER DIZER AS SETENTA SEMANAS 

“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo...” (Dn 9.24). Esta linguagem usada por Gabriel era bem conhecida por Daniel, que sabia que semana profética não se referia a semana de dias e, sim, de anos, ou seja, uma semana significa, aqui, uma unidade numérica de sete anos: “Também contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos; de maneira que os dias das sete semanas de anos te serão quarenta e nove anos.” (Lv 25.8). Então as setenta semanas, na realidade, são setenta semanas de anos, ou 490 anos: 70 x 7 = 490. 

II. DANIEL BUSCA A PRESENÇA DE DEUS 

1. O cenário histórico da profecia.

No primeiro ano de Dario (9.1, 2). O Império Babilônico havia caído e Daniel havia observado o início do cumprimento das revelações que o Senhor lhe havia dado ao longo do seu longo tempo na corte babilônia. Isto é, 539-538 A.C. sessenta e sete anos depois de Daniel ter sido levado para o cativeiro no ano 605 A.C.; cerca de cinquenta e nove anos do começo do cativeiro do Rei Jeoaquim (2º Cr 36.9, 10; Ez 1.1sgs); um pouco menos que cinquenta anos a partir da destruição final de Jerusalém em 586 A.C. Isto explica o interesse de Daniel em Jerusalém (Dn 9.2). Ele imaginou que o tempo já estava sendo contado. Constituído rei sobre o reino dos caldeus. Daniel não o confunde com Ciro. Ele não era constituído rei sobre o império medo-persa, mas apenas sobre a Babilônia. 

2. O número de anos. A referência parece ser a Jr 25.11, 12, que diz “quando se cumprirem os setenta anos, castigarei a iniquidade do rei de Babilônia”. Esse rei já fora punido; por isso Daniel sabia que já era o momento das assolações de Jerusalém terem um fim.

Daniel estava estudando as profecias de Jeremias, quando entendeu que o cativeiro babilônico estava prestes a terminar, então ele começou a orar e buscar uma resposta de Deus (Dn 9.4-19). A resposta que o Senhor lhe deu foi a profecia das 70 semanas. Note nos dois versos seguintes que as 70 semanas terminarão (o fim) o que Deus começou com os 70 anos de cativeiro na Babilônia. Você não pode separar os dois. “No primeiro ano de Dario, o filho de Assuero, da semente dos medos, o qual foi feito rei sobre o reino dos Caldeus; no primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, a respeito dos quais a palavra do SENHOR veio ao profeta Jeremias, era de setenta anos, quando se completariam as desolações de Jerusalém, E coloquei a minha face diante do Senhor Deus, para buscá-lo com oração e súplicas, com jejum, e vestimenta de pano de saco e cinzas” (Dn.9.1-3).

Os Judeus suportaram os 70 anos que Jeremias registrou nas profecias de seu livro e também sofrerá todas as 70 semanas para “acabar” com seus pecados e trazer a justiça duradoura do reino messiânico. 

3. A oração de Daniel e a resposta de Deus. Daniel inicia com uma confissão de pecado, com um reconhecimento da grandeza, soberania e fidelidade divinas. Deus é reconhecido como “grande e tremendo, que guardas o concerto e a misericórdia para com os que Te amam e guardam os Teus mandamentos” (Dn 9.4).

O Anjo Gabriel foi mandado para trazer a resposta da oração a Daniel logo no princípio das súplicas do profeta, porque Daniel era “mui amado”. Que testemunho tinha Daniel no céu! Era “mui amado” por Deus, era alguém de quem o Senhor Se agradava, porque, durante os seus mais de noventa anos de vida, sempre fora fiel ao Senhor, sempre procurara agradar ao Senhor. 

III. QUANDO COMEÇARÁ AS SETENTA SEMANAS? 

No capítulo 9, Daniel diz que o anjo Gabriel lhe apareceu em resposta à sua oração e fez uma proclamação em relação ao calendário de eventos importantes no futuro do Povo de Israel. O livro bíblico de Daniel capítulo 9 diz:

“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos. 25- Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos. 26- Depois das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas. 27- Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele.” (Dn 9.24-27).

Assim, estas “setenta semanas” correspondem a 490 (quatrocentos e noventa) anos, ou seja, setenta vezes sete (70 x 7). Israel somente se converteria ao Senhor, alcançaria a sua redenção depois de 490 (quatrocentos e noventa) anos.

Deus revelou a Daniel que sessenta e duas e mais sete, que seriam sessenta e nove períodos de sete anos, somando, portanto, 483 anos, transcorreu entre a data da ordem para reconstruir Jerusalém e a vinda do Messias, o Ungido. 

As três divisões das setenta semanas. As setentas semanas = 490 anos, divididos em:

07 Semanas.       Daniel 9.25          49 anos - da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém.

62 Semanas.     Daniel 9.25      434 anos

01 Semana        Daniel 9.26      7 anos. 

1. A Primeira Divisão – Sete Semanas. Conforme Daniel 9.25, compreende 7 semanas ou 49 anos (isto é, 7 x 7 = 49): “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos. (Dn 9.25). 

“...sete semanas...”. Aproximadamente 100 anos após Daniel, Neemias era copeiro de Artaxerxes, o imperador persa. Isso significa que ele era um homem com acesso ao mais elevado poder no império persa. Naquele contexto, ele solicita um decreto real para restaurar e reconstruir Jerusalém e é atendido (Ne 2.1-9).

O ponto de partida para a contagem das setenta semanas, é a “saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém (vs. 25). De acordo com a profecia do profeta Daniel, Jerusalém seria edificada e restaurada da destruição que o império Babilônico causou a santa cidade (Dn 1.1; 2ª Rs 24.1). De acordo com a profecia do profeta Daniel, Jerusalém seria edificada e restaurada da destruição que o império Babilônico causou a santa cidade (Dn 1.1; 2ª Rs 24.1). Esta ordem foi dada no vigésimo ano do Rei Ataxerxes (Ne 2.1-9) a Neemias no ano 444 a.C., e nesta mesma data deu o início da contagem da primeira divisão, e terminou aproximadamente no ano 397 a.C., o que é relativo há 49 anos (7 semanas), onde a santa cidade estava totalmente reconstruída em tempos angustiosos sob a liderança de Neemias. Esta palavra cumpriu literalmente no período previsto (Ed 1.1; Ed 4.11-24). Portanto, o ponto de partida inicial dentro de um período completo de 70 semanas (490 anos), começa com o decreto do rei Artaxerxes, onde a cidade de Jerusalém seria construída, o messias chegaria, seria “tirado” e depois viria uma destruição indo até o final dos tempos. 

2. A Segunda Divisão – Sessenta e Duas Semanas. “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos.” 

A primeira unidade de 49 anos (sete “semanas”) cobre o tempo que levou para reconstruir Jerusalém, “praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos” (Dn 9.25). Esta reconstrução é narrada no livro de Neemias.

“até que seja ungido um príncipe, passar-se-ão sete períodos; durante 62 períodos será reconstruída com suas praças e seus fossos.” (9.25, Bíblia Hebraica, português).

Gabriel diz a Daniel que da ordem dada para a reedificação de Jerusalém até a vinda do Messias, o Príncipe, decorreriam sete semanas e sessenta e duas semanas, ou seja, sessenta e nove semanas de anos, o que corresponde a 483 (quatrocentos e oitenta e três anos).

As primeiras sete semanas (49) formaram o tempo “angustiado” de Neemias e Esdras quando os israelitas construíram a cidade com muita oposição. A profecia indica que haveria grande dificuldade para os judeus reedificarem Jerusalém.

Depois da completa reconstrução de Jerusalém, haveria ainda sessenta e duas semanas até ao Messias, o Príncipe, ou seja, mais 434 (quatrocentos e trinta e quatro) anos.

O segundo período de sessenta e duas semanas, tem início aproximadamente no ano 397 inicia-se com a continuidade ao primeiro período, ou seja, após a reconstrução completa de Jerusalém, encerrar-se-ia com a “tirada do Messias, que não seria mais” (v. 26).

Este período, assim, vemos, claramente, que a contagem dessas sessenta e nove semanas não se dá com a chegada do Messias, mas, sim, com a sua “retirada” e logo após Jerusalém seria invadida e destruída pelo Império Romano, neste caso, os 483 anos referentes às sessenta e nove semanas terminaram em 33 d.C.

“O pastor Severino Pedro da Silva mostra-nos como, efetivamente, este período de 483 (quatrocentos e oitenta e três) anos cumpriu-se integralmente, com a entrada de Jesus em Jerusalém, quando, pela única vez em Seu ministério terreno, foi coletivamente aclamado como o Messias, o Filho de Davi, em 10 de Nisã de 33 d.C.: “…A primeira divisão é de 49 anos; a segunda de 434 anos; as duas somam 483 anos. O ponto de contagem dos 483 anos foi marcado no ano 445 a.C.”

Temos, assim, bem demonstrado como o período das sessenta e nove semanas se inicia com a ordem do rei Artaxerxes para a reconstrução de Jerusalém, após o pedido de Neemias, terminando com a entrada de Jesus em Jerusalém, no final de Seu ministério terreno, oportunidade em que, aclamado por Seus discípulos, como o Messias, foi rejeitado pelo povo judeu, conforme podemos observar nos Evangelhos, pois, diante de tal aclamação, houve pedido dos fariseus, escribas e demais judeus para que os discípulos fossem repreendidos (Lc 19.39).

2.1. No final destas semanas duas coisas importantes irão acontecer: “E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações” (Dn 9.26).

Depois das “sete semanas” (v. 25) e mais “sessenta e duas semanas”, duas coisas são preditas:

O Messias seria “tirado” (crucificado) (ref. Is 53.8). Jesus foi rejeitado pelos judeus, condenado e morte na cruz. O povo presente à condenação de Cristo clamou: “O sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos (Mt 27.25).

Israel era o povo especial de Deus, representante do Senhor no mundo, e fazia parte, como os ramos naturais, da boa Oliveira (Rm 11.24). Porém, os judeus rejeitaram Jesus (Jo 1.11). Por isso, foram quebrados da Oliveira, isto é, foram rejeitados pelo Criador (Jr 11.16; Rm 11.19-20), e no seu lugar, foi enxertado a Igreja (Rm 11.17-19). Iniciou-se então, a dispensação da graça, formada por aqueles que o Todo poderoso purificou para si, a fim de serem Seu povo especial, zeloso de boas obras (Tt 2.14). Nós (Igreja) somos agora: “...raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia” (1ª Pe 2.9-10).

O povo do príncipe, que há de vir, destruiria Jerusalém e o templo. O “povo” refere-se ao exército romano, que destruiu Jerusalém em 70 d.C. O “príncipe” refere-se ao General Tito que comandou a dispersão dos judeus (Dn 9.25-26). 

3. A Terceira Divisão - O período intermediário é o da Era da Graça. Quando Deus rejeitou Israel, por ter desprezado o Messias, parou a contagem do tempo, uma vez que as 70 semanas estavam determinadas para os judeus. Resta, ainda, uma semana, a última. Os judeus necessitam estarem em Jerusalém (cidade Santa), e a Igreja já arrebatada.

A terceira divisão, a última das setenta semanas de Daniel é ainda futura, ainda não se cumpriu, devido ao povo Judeu não estar na cidade santa (Dn 9.24).

Como já foi visto na segunda divisão, o Messias será morto (isso se cumpriu em 3 de abril de 33 d.C.). Jerusalém e o Templo serão destruídos. No ano 70 d.C, os Romanos invadiram Jerusalém e expulsaram os Judeus da cidade e os mesmos foram dispersos para muitas nações (Ez 36.19-20; Lc 21.24) e nesta data a profecia teve de ser interrompida na sua sexagésima nona semana, pois o povo judeu não se encontrava na cidade de Jerusalém, e para que esta profecia se cumpra é necessário que o povo do profeta Daniel esteja em Jerusalém. Mas, no dia 14/05/1948, os Judeus começaram a voltar para a santa cidade, neste mesmo dia cumpriu-se a profecia do profeta Isaias 66.8. Na verdade os Judeus já residem na cidade santa, porém ainda não tem o domínio total de Jerusalém, eles a dividem com os palestinos que querem ter domínio de toda Jerusalém e em troca darão a paz que os Judeus procuram. Todos os dias ouvimos falar de ataques e terrorismo no Oriente Médio, pois Satanás procura impedir que esta profecia se cumpra.

Para ter início a última semana é necessário Israel voltar e ser restabelecida como Nação. E foi nesta pergunta que os apóstolos fizeram a Cristo, “restauraras tu o reino a Israel neste tempo?” (At 1.16). Pois sabiam os apóstolos que logo após Cristo restaurar o reino de Israel o mesmo Cristo iria reinar no trono de Jerusalém e a paz estaria de vez com o povo israelita (Is 66.8-10). Portanto, Deus deu um “pause” no seu cronômetro profético ao final da 69ª semana-ano. Atualmente vivemos nesse período de tempo não definido claramente entre a 69ª e a 70ª semana-ano, na Era da Igreja. Esse período terminará quando Cristo arrebatar Sua Noiva, a Igreja, ao Céu. Como a Igreja não existia durante as primeiras 69 semanas-ano – de 444 a.C. até 33 d.C., faz sentido que ela não esteja presente na Terra durante a última semana-ano. As 70 semanas-ano se referem a Israel e não à Igreja. 

O que falta ainda para cumprir as 70 semanas? “E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador. (Dn 9.27).

Esta última semana não pode ter se cumprido em hipótese alguma, pois nesta última semana (sete anos) os Judeus irão fazer um acordo com o assolador (Anticristo), e este assolador irá ser destruído, porém isto ainda não aconteceu, Israel ainda não fez este acordo com ele (Is 28.15-18), muito menos o Anticristo manifestou-se, sendo assim podemos afirmar que esta última semana de Daniel ainda não cumpriu-se, pois a profecia permanece interrompida.

O assolador de Daniel 9.27 é o Anticristo, que fará um concerto com Israel por sete anos (uma semana), (Jo 5.43 e Is 28.15-18), e na metade da semana (três anos e meio) irá quebrar o concerto com os judeus.

Em resumo, então, podemos ver que a última semana (Tribulação) é para Israel, não para a Igreja. Primeiro, a Tribulação serve para punir e assim reconciliar a Israel com Yahveh. 

IV. PARA QUEM ESTÃO DETERMINADAS AS SETENTA SEMANAS 

Daniel orava por seu povo, os judeus, e por sua santa cidade Jerusalém. E o seu grande desejo, a vinda do Messias. Portanto, o anjo Gabriel é claríssimo ao afirmar que as setenta semanas estavam determinadas ao povo de Daniel e sobre a santa cidade de Daniel (Dn 9.24). Por isso, nada lhe foi revelado a respeito da igreja do Novo Testamento. É um grande equívoco querer inserir nas setenta semanas episódios relativos à história da Igreja, que é um outro povo que nada tem que ver com Israel, um povo que não era povo e que se tornou povo de Deus precisamente em razão da rejeição de Cristo por parte de Israel (Os1.9-11; Jo 1.11,12; 1ª Pe 2.10).

Esta parte das Escrituras Sagradas afirma que este período de tempo irá cumprir-se sobre o povo Judeu (o teu povo) e sobre a cidade de Jerusalém (a tua cidade). Portanto, esta profecia é destinada para Israel, sendo assim, lembramos ao leitor: “Não deve-se confundir Igreja com Israel”. 

V. O QUE ACONTECERÁ QUANDO COMPLETAR AS SETENTA SEMANAS 

“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o santo dos santos” (Dn 9.24).

Neste versículo seis coisas específicas seriam realizadas em favor de Israel durante os 490 anos ou as setenta semanas.

1. A expiação da iniquidade efetuada pela morte de Jesus.

2. O fim dos pecados. Quando Israel voltar para Deus e viver em retidão (Rm 11.26).

3. A extinção da transgressão (quando Jesus vir em glória para reinar) (Ez 37.21-23).

4. Um governo de justiça eterna terá início (milênio – Ap 20.6).

5. As profecias terão seu pleno cumprimento e também seu término.

6. Jesus Cristo ungido Rei.

A última semana de Daniel terá a duração de sete anos, que será dividida em duas partes de três anos e meio (Dn 9.27; Ap 11.1-3; Ap 12.6-14; Ap 13.5).

A primeira metade da semana, cuja duração será de três anos e meio, será ocupada pelo governo do Anticristo. A segunda metade da semana, que terá a mesma duração da primeira, caracterizar-se-á pela Grande Tribulação. Por conseguinte, a Septuagésima Semana de Daniel terá, ao todo, a duração de sete anos (Dn 9.27). Logo: a volta triunfal de Cristo em glória, que fará acompanhar por Sua Igreja, ocorrerá sete anos após o arrebatamento.

Finda-se aqui as setenta semanas de Daniel. Israel reconciliar-se-á com Deus. Ter-se-á cumprido o tempo determinado por Deus, para a execução da transgressão, o fim do pecado, a expiação da iniquidade, para que venha a justiça eterna.

Com o fim das setenta semanas, a visão e a profecia estarão seladas (Dn 9.24). Jesus, então, instalará o Milênio. Israel, agora salvo, estará ao lado de Seu Messias, como a nação líder, tanto política como espiritualmente. 

VI OS PROPÓSITOS DA SEPTUAGÉSIMA SEMANA (Dn 9.27) 

1. Revelar o “homem do pecado”. “Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, 3- o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus. (2ª Ts 2.3,4).

Paulo escreveu a igreja Tessalônica por volta do ano 50, 51 d.C. Não há dúvidas quanto a quem Paulo tem em mente é o homem do pecado ou o filho da perdição (cof. Jo 17.12) e aponta para a natureza e para o destino desse homem. Portanto, de acordo com as profecias, nem Antíoco Epifânio nem o general Tito foram objetos das predições do profeta Daniel. A passagem bíblica começa com o pronome “ele”, também identificado como “o rei de cara feroz”; “o chifre pequeno”; “o animal terrível e espantoso” (Dn 7.8). Assim, vemos que a última semana (sete anos), será marcado com a presença do Anticristo (1ª Jo 2.18; 4.3) e “a besta que saiu do mar” (Ap 13.1). Apesar de apresentada numa linguagem simbólica, a personagem é literal. Trata-se de um líder mundial poderoso que chamará a atenção das nações pela sua diplomacia, astúcia e inteligência política. Primeiro a apostasia será avanço dos poderes do mal contra o povo e os propósitos de Deus. Cristo e Paulo, ambos advertiram contra essa final conspiração do . mal (por exemplo, Mt 24.10; 1ª Tm 41-3; 2ª Tm 3.1-9; 4.3). 

2. A Grande Tribulação (Mt 24.15,21). O Anticristo “fará uma aliança com muitos por uma semana” (Dn 9.27). Note a expressão “com muitos”! Esta quer dizer que o Anticristo fará uma aliança com Israel, mas de início esta aliança não será unânime entre os judeus. Contudo, o Anticristo terá influência suficiente para impor a sua liderança política e, por fim, alcançar o sucesso e sua completa aceitação entre os judeus.

A força política do Anticristo será reconhecida nos três primeiros anos e meio, isto é, na primeira metade da última semana, quando a marca desse tempo será um período de falsa paz e harmonia. Em seguida, surgirá um tempo de sofrimento e tamanha aflição em todo o mundo. Perseguição, humilhação e morte serão a tônica desse tempo, a segunda fase da Grande Tribulação. Entretanto, e antes de tudo isso ocorrer, a Igreja será arrebatada e estará para sempre com Cristo na glória. 

3. Revelar a vitória gloriosa do Messias. Jesus Cristo, o Messias prometido, será revelado quando da sua segunda vinda visível sobre o Monte das Oliveiras (Zc 9.9,10). O Rei aniquilará por completo o poderio do Anticristo, do falso profeta e do próprio Diabo (Ap 19.19-21) e estabelecerá um reino de paz e harmonia no mundo todo. Esta é uma mensagem de esperança para o nosso coração. Não tenhamos medo, creiamos tão somente! Breve Jesus voltará! Alegremo-nos nesta esperança!

Pr. EliasRibas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

sábado, 4 de junho de 2022

A VISÃO DO CARNEIRO E DO BODE - DANIEL CAPÍTULO 8

 


Daniel 8.1,3-11 “No ano terceiro do reinado do rei Belsazar, eu, Daniel, tive uma visão depois daquela que eu tivera a princípio. 2- Quando a visão me veio, pareceu-me estar eu na cidadela de Susã, que é província de Elão, e vi que estava junto ao rio Ulai. 3- Então, levantei os olhos e vi, e eis que, diante do rio, estava um carneiro, o qual tinha dois chifres, e os dois chifres eram altos, mas um, mais alto do que o outro; e o mais alto subiu por último. 4- Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente, e para o norte, e para o sul; e nenhum dos animais lhe podia resistir, nem havia quem pudesse livrar-se do seu poder; ele, porém, fazia segundo a sua vontade e, assim, se engrandecia. 5- Estando eu observando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chão; este bode tinha um chifre notável entre os olhos; 6- dirigiu-se ao carneiro que tinha os dois chifres, o qual eu tinha visto diante do rio; e correu contra ele com todo o seu furioso poder. 7- Vi-o chegar perto do carneiro, e, enfurecido contra ele, o feriu e lhe quebrou os dois chifres, pois não havia força no carneiro para lhe resistir; e o bode o lançou por terra e o pisou aos pés, e não houve quem pudesse livrar o carneiro do poder dele. 8- O bode se engrandeceu sobremaneira; e, na sua força, quebrou-se-lhe o grande chifre, e em seu lugar saíram quatro chifres notáveis, para os quatro ventos do céu. 9- De um dos chifres saiu um chifre pequeno e se tornou muito forte para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa. 10- Cresceu até atingir o exército dos céus; a alguns do exército e das estrelas lançou por terra e os pisou. 11- Sim, engrandeceu-se até ao príncipe do exército; dele tirou o sacrifício diário e o lugar do seu santuário foi deitado abaixo.” 

Deus dá a Daniel uma previsão da destruição de outros reinos, que em seus dias eram tão poderosos quanto os da Babilônia.

No capítulo sete, Daniel tem a visão dos quatro animais, representando os quatro últimos impérios mundiais. Desta vez, o profeta vê dois animais diferentes, um carneiro com dois chifres que são os reis da Média e da Pérsia lutando contra um bode peludo que é o rei da Grécia.

Na verdade, este capítulo repete muito da predição do capítulo dois, e especialmente do capítulo sete. Todavia, o capítulo oito acrescenta detalhes importantíssimos quanto aos períodos medo-persa e grego. 

I. CONTEXTO HISTÓRICO 

No capítulo 8, Daniel começa identificando os eventos no tempo, no 3º ano do reinado de Belsazar, segundo ele, depois daquela que lhe apareceu no princípio. Isto é, dois anos após o sonho de Daniel no cap. 7.

Está visão também é ocorrida na Babilônia, mas o profeta identifica dizendo: “quando a visão me veio, pareceu-me estar em Susão”; ou seja, Daniel é transportado em visão para Susã, capital de Elão, mas que tinha sido incorporada no território da Pérsia e era residência de inverno dos reis da Persia, cerca de 360 km a leste da Babilônia. Susã tornou-se a capital diplomática e administrativa do Império Persa (cf. Et 1.2; Ne 1.1).

Podemos dizer que as visões em Daniel 8, 9 e 11 não mostra os impérios todos cumprindo-se na história um após outro; não mostra Babilônia nem Roma. Isso porque Daniel 8 e Daniel 9 são visões paralelas; de forma que Daniel 9 registra os principais eventos que se devam cumprir-se na Cidade Santa, Jerusalém, durante as 70 semanas de anos começando pela ordem da restauração da cidade, em época de Ciro, rei persa no seu 1º ano de reinado – 1º ano do império Medo-Persa. 

II. A VISÃO DO CARNEIRO E DO BODE 

1. A visão do carneiro. “Então, levantei os olhos e vi, e eis que, diante do rio, estava um carneiro, o qual tinha dois chifres, e os dois chifres eram altos, mas um, mais alto do que o outro; e o mais alto subiu por último.” (Dn 8.3). 

Daniel tem uma visão onde um carneiro (v. 3), dá cabeçadas para o ocidente, norte e sul (v. 3). O mensageiro deixou claro que “aquele carneiro que viste são os reis da Média e da Pérsia” (v. 20), que são Ciro, o Persa e Dario, o Medo (v. 20).

O carneiro identificado como o império medo-persa venceu e derrotou o império babilônico quando Belsazar estava no poder. No mesmo dia em que Belsazar zombou de Deus ao utilizar os utensílios sagrados do templo de Jerusalém, ele caiu nas mãos dos medo-persas. Nota-se que há uma repetição do predito na visão do capítulo sete sobre o segundo e o terceiro impérios, porém, Deus de maneira especial mostrou a Daniel o que estaria fazendo no futuro desses impérios e com o próprio povo de Israel. 

2. Os dois chifres do carneiro - Império Medo-Persa. O carneiro tinha dois chifres, mas não eram iguais, um era mais alto que o outro. O maior representa Ciro, o persa e o menor representa Dario, da Média. Os dois países (dois povos): medos e persas, a formarem um único império, apesar de serem dois reis; mas eram unidos.

Esta visão faz um paralelo com o “peito e os braços da estátua” no sonho de Nabucodonosor (Dn 2.32), e o “Urso que levanta uma das patas” em Daniel 7.5 e “o carneiro tinha dois chifres e um era mais alta do que a outra” (Dn 8.3), são representadas pelas duas nações, Medo e Persa (Dn 8.20).

O lado que se levantou do urso e um dos chifres mais alto que sobe por último do carneiro é a Pérsia que passou a ter mais poder sobre a Média. Apesar de ser mais recente a Média tornou-se proeminente. Em 550 a.C. Ciro, o persa, rebelou-se contra os Medos, que até então detinham o poder e tornou-se cabeça dos dois reinos.

De acordo com a história, os medos prevaleceram na guerra com a Babilônia. Dario foi o primeiro governante da união entre a Média e a Pérsia. Porém, logo os persas prevaleceram em força e Ciro tornou-se o rei do império. Eventos importantes aconteceram no período desses dois reis até que o carneiro foi vencido, surgindo na visão de Daniel a figura de um bode que ataca o carneiro e o vence (vs. 5-7). 

3. A visão do bode peludo. “E, estando eu considerando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chão; e aquele bode tinha uma ponta 6- notável entre os olhos. 6- Dirigiu-se ao carneiro que tinha as duas pontas, ao qual eu tinha visto diante do rio; e correu contra ele com todo o ímpeto da sua força. 7- E o vi chegar perto do carneiro, irritar-se contra ele; e feriu o carneiro e lhe quebrou as duas pontas, pois não havia força no carneiro para parar diante dele; e o lançou por terra e o pisou aos pés; não houve quem pudesse livrar o carneiro da sua mão.” (Dn 8.5-7).

Na visão de Daniel ele vê um bode com um chifre entre os olhos, vindo do ocidente sem tocar o chão (v. 5), que vai em direção ao carneiro (v. 6); o bode arremeteu contra o carneiro com muita força, ferindo-o e quebrando os seus dois chifres (v. 7).

O bode é identificado no verso 21 como sendo o rei da Grécia. Com séculos de antecedência, a profecia identifica a Grécia como o império que subjugaria a Medo-Pérsia. O bode andava sem tocar no chão (ou seja, ele voava), demonstrando a rapidez do exército grego. “Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, “o bode representava a Grécia, e seu grande chifre refere-se a Alexandre, o Grande (8.21). O carneiro foi totalmente dominado e humilhado. Seus dois chifres foram quebrados e, após isso, ainda foi pisoteado sem compaixão pelo bode. Foi uma profecia de completa sujeição e derrota do império medo-persa pelos gregos. [Elienai Cabral, Lições Bíblicas CPAD].

Alexandre o Grande, um dos homens mais brilhantes dos tempos antigos: Rei da Macedônia, fundador do helenismo, gênio militar e propagador da cultura grega. Foi ele o grande imperador que realizou grandes conquistas, sendo que em doze anos tinha o mundo aos seus pés. 

4. A Divisão do império de Alexandre. “E o bode se engrandeceu em grande maneira; mas, estando na sua maior força, aquela grande ponta foi quebrada; e subiram no seu lugar quatro também notáveis, para os quatro ventos do céu.” (Dn 8.8).

“....estando na sua maior força...”. Alexandre morreu ainda muito jovem, depois de ralizar grandes conquistas. Morreu em 323 a.C., na Babilônia, aos 33 anos de idade.

Cabe observar que alguns teólogos interpretam que o pequeno chifre nasce de entre os quatro chifres do bode, ou seja, seria um poder que se afirma a partir de um dos quatro reinos nos quais o império de Alexandre se divide.

Nos versículos oito e nove, a “ponta notável” se quebra e surge em seu lugar quatro outras chifres do bode (Dn 8.8-9). Esses quatro chifres menores representam os quatro generais que assumiram o império grego depois da morte de Alexandre. As quatro divisões do império grego foram lideradas por: Lisímaco, Cassandro, Ptolomeu e Selêuco. 

II. O CHIFRE PEQUENO 

1. A visão do chifre pequeno. “De um dos chifres saiu um chifre pequeno e se tornou muito forte para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa.” (v. 9). 

Na visão do profeta Daniel, surge de uma das quatro pontas notáveis, “uma ponta mui pequena”, e a ponta grande que tinha entre os olhos é o rei primeiro (Alexandre); levantando-se quatro em lugar dela, significa que quatro reinos se levantarão da mesma nação, mas não com a força dela. Daniel percebeu que esta “ponta pequena” cresceu muito, especialmente direcionada para a “terra formosa”, Jerusalém. Isso significa que de uma das ramificações do Império Grego deveria se levantar uma ponta ou um rei que se voltaria contra a “terra formosa”, Israel. Essa “ponta pequena” refere-se a Antíoco Epifânio o governante do reino selêucida de 175 a 164 a.C., e tornou-se um opressor terrível contra os judeus. 

2. A transgressão de Antíoco Epifânio contra Israel. “E se engrandeceu até ao exército dos céus; e a alguns do exército e das estrelas deitou por terra e os pisou. E se engrandeceu até ao príncipe do exército; e por ele foi tirado o contínuo sacrifício, e o lugar do seu santuário foi lançado por terra.” (Dn 8.10,11). 

E se engrandeceu até ao exército dos céus...”. A perseguição dos servos de Deus é considerado como guerra contra o próprio Deus com consequências eternas. [Russel Shedd].

Antíoco Epifânio perseguiu os judeus de Jerusalém e da Judeia, desrespeitou as leis da Tora profanando o templo de Jerusalém, tirou o culto s Deus e substituiu pelos ritos pagãos. A história confirma também o assassinato do sumo-sacerdote judeu Onias em 170 d.C. Este rei cometeu tantas crueldades contra o povo de Deus, que muitos o veem como um tipo do Anticristo.

Antíoco IV não apenas entrou no Santo dos Santos e saqueou os vasos de ouro e prata, como também erigiu um altar a Zeus sobre o altar do Senhor no átrio do templo e ofereceu porcos sobre ele.

O verso 12 fala que por isso o exército lhe foi entregue, com o sacrifício diário. O povo de Deus foi subjugado pelo chifre que começara pequeno (v. 9), Antíoco IV. Isso causou a interrupção das observâncias regulares no templo.

A Bíblia diz que o espírito do anticristo opera no mundo. De acordo com a crueldade, a ignomínia e a covardia de Antíoco Epifânio muitos estudiosos o relacionam como um tipo do Anticristo de que fala o Novo Testamento.

A Grécia, com todo o seu conhecimento, produz o primeiro Anticristo do Antigo Testamento. Antíoco teve um extraordinário amor pela arte, que se expressou em grandes templos. Ele queria substituir Zeus Olympius por Jeová em Jerusalém. 

3. A purificação do santuário (Dn 8.14). “Depois, ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do contínuo sacrifício e da transgressão assoladora, para que seja entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados? E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado. (Dn 8.13,14).

Segundo a história, a purificação do santuário ocorreu três anos e dois meses depois de o altar do Senhor ter sido removido por Antíoco. Os sacrifícios eram oferecidos duas vezes ao dia, às 9 da manhã e às 3 da tarde era o horário que o povo de Deus da Antiga Aliança se reunião para adorá-lo. 

4. A diferença dos chifres dos animais.

4.1. O chifre pequeno do quaro animal (Dn 7.7-8). Este chifre pequeno representa o Anticristo que irá aparecer do Império Romano ressurgido na Grande Tribulação para governar junto com os dez reis, dos quais três será arrancado e juntamente com o falso profeta (Ap 13; Ap 17.7, 12). 

4.2. O chifre notável do carneiro (Dn 8.3). Nesta visão Daniel vê um carneiro com dois chifres altos, mas um subiu mais que o outro. Conforme já vimos, este chifre que sobe mais que o outro representa a Pérsia que dominou a Média. 

4.3. O chifre notável do bode peludo. O bode tinha uma ponta notável entre os olhos. Este chifre representa Alexandre o Grande do Império Grego. 

4.4. O chifre pequeno que surgiu depois da morte de Alexandre. “De um dos chifres saiu um chifre pequeno e se tornou muito forte para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa.” (Dn 8.9).

O chifre pequeno do bode peludo não pode ser confundido com o pequeno chifre do quarto animal (reino) em Daniel 7.8, o qual se levantaria durante o período romano, e não grego. O chifre pequeno em Daniel 7.8 vem como um décimo primeiro chifre depois de dez chifres precedentes (Ap 17.7, 12).

Daniel vê o chifre grande (Alexandre) se quebrar e em seu lugar saíram quatro chifres, ou seja, o Império Grego foi dividido entre os quatro generais após a morte de Alexandre o grande. Não é um quinto chifre independente, depois dos quatro anteriores, mas surge de um dos quatro chifres existentes, portanto, esse chifre que se destaca dentre os quatro generais, é o Antíoco Epifânio que perseguiu o povo de Deus em Israel. Este chifre é explicado (Daniel 8.23) para ser “um rei de semblante feroz”, etc. Portanto, o Império Grego nada tem a ver com o Império Romano e não se pode dizer de forma alguma que o império Romano saiu do Grego. Quem argumenta isso o faz sem base histórica e, por conseguinte diz uma inverdade.

O chifre pequeno que se tornou muito forte, conforme já estudamos é o Antíoco Epifânio, um tipo de Anticristo. 

III. O TEMPO DO FIM 

Mais pormenores sobre a Grécia prefigura os tempos do fim. Antíoco, prefigura o futuro Anticristo:

Daniel 8.23-25 “Mas, no fim do seu reinado, quando os prevaricadores acabarem, se levantará um rei, feroz de cara, e será entendido em adivinhações. 24- E se fortalecerá a sua força, mas não pelo seu próprio poder; e destruirá maravilhosamente, e prosperará, e fará o que lhe aprouver; e destruirá os fortes e o povo santo. 25- E, pelo seu entendimento, também fará prosperar o engano na sua mão; e, no seu coração, se engrandecerá, e, por causa da tranquilidade, destruirá muitos, e se levantará contra o príncipe dos príncipes, mas, sem mão, será quebrado.” 

1. O significado do termo “tempo do fim” (Dn 8.17). Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, “o fim do tempo”, neste caso é uma alusão a todo o período entre o final do exílio e a segunda vinda de Cristo. Os governantes e impérios vistos por Daniel no capítulo oito já não existem mais. Homens como Alexandre e Epifânio morreram e seus impérios chegaram ao fim, pois os reinos deste mundo são efêmeros. Somente um reino nunca terá fim — o reino do Messias: “O reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão” (Dn 7.27). [Elienai Cabral. Lições Bíblicas CPAD - Lição 9: O prenúncio do Tempo do Fim. 4º Trimestre de 2014]. 

2. O “homem forte de Deus”. Referindo-se ao nome do anjo Gabriel, que estava falando com Daniel dizendo-lhe que aquela visão se referia ao tempo do fim (Dn 8.19). 

3. No fim do reinado deles. Precisamos entender que em parte a profecia se cumpriu, e em partes será para o tempo do fim.

Este trecho é o mais difícil nos profetas, uma dificuldade que é aumentada pelo atual estado do texto. Historicamente foi cumprido em Antíoco Epifanes, mas num sentido mais profundo ele apenas antecipa a terrível blasfêmia do chifre pequeno de Daneil 7.8; 9.25; 12.11. Em Daniel 8.10-14, as ações de ambos os chifres combinam.

Há fatos aqui não aplicáveis a Antíoco, mas podem se referir a uma personagem futura, ou seja, isso não é válido para os tempos de Antíoco, mas para os tempos finais da era cristã. Compare Lucas 18.8 e 2ª Timóteo 3.1-9, quanto à iniquidade do mundo em geral, pouco antes da segunda vinda de Cristo.

Quando a rebelião dos ímpios tiver chegado ao máximo, ou seja, quando o pecado estiver chegado a um patamar terrível, surgirá o Anticristo, talvez disfarçado de um salvador; entendido em adivinhações, encantamentos, ocultismo. Ele se tornará muito forte, mas não pelo seu próprio poder, mas de satanás (Ap 13.2b). 

4. Fará prosperar o engano. Ele enganará a muitos, será arrogante, orgulhoso (Dn 8.25). E, pelo seu entendimento, também fará prosperar o engano na sua mão; e, no seu coração, se engrandecerá. Provocará devastações terríveis (gênio militar) e será́ bem sucedido em tudo o que fizer (Dn 8.24). Destruirá́ os homens poderosos e o povo santo (Israel) (Dn 8.24) e se insurgirá contra o Príncipe dos príncipes.(Cristo) (Dn 8.25). Apesar disso, ele será́ destruído, mas não pelo poder dos homens (pelo poder de Deus no Armagedom) (Dn 8.25).

Ele perde o trono e a glória quando está no maior período de perseguição aos judeus, isso para deixar bem claro que não há outro senhor senão o Deus de Israel.  

5. “ao tempo determinado do fim”. Esta passagem tem um sentido duplo. Em primeiro lugar fala do fim do reinado de Antíoco, um homem extremamente corrupto e desprezível. Não temia a Deus ou a qualquer divindade. Completamente avesso a religião judaica. 

6. “...mas não pelo seu próprio poder” (v. 24). No princípio era “pequeno” (Dn 8.9; 7.8); mas, vencendo os outros através do ofício, o outrora chifre pequeno tornou-se “poderoso” (compare Daniel 8.25; 11.23). Para ser plenamente realizado pelo Anticristo. Ele deve agir pelo poder de Satanás, que será então autorizado a trabalhar através dele em licença irrestrita, tal como ele não tem agora (Ap 13.2); daí os dez reinos darão à besta seu poder (2ª Tessalonicenses 2.9-12; Ap 17.13). 

6. Príncipe dos príncipes (v. 25). É evidente que se refere ao mesmo ser designado como “Príncipe do exército”, no v. 11, ninguém além de Cristo. Esta passagem tem um sentido duplo; assim como Antíoco foi morto sem mão humanas, ou por nenhuma causa visível, da mesma forma o Anticristo e seu exército serão vencidos pelo poder invisível e divino. Uma antevisão da guerra do Armagedom: “levantará contra o príncipe dos príncipes, mas, sem mão, será quebrado.” O texto nos arremete para o Armagedom apocalíptico, quando o poder mundial sob o comando do Anticristo será destruído por pela vinda de Cristo em glória (Ap 19.11-21). 

7. Mas ele será quebrado sem mão. Antíoco Epifânio não foi assassinado nem morreu em batalha. Sua morte aconteceu em 166 a.C. de uma doença física. Segundo o autor do primeiro livro de Macabeus (1º Macabeus 6.8-16 ), ele morreu de tristeza e remorso na Babilônia. Sua morte é vista por muitos como um cumprimento da profecia registrada em Daniel 11.45. Para relatos variados sobre a sua morte, veja nos livros apócrifos de 1º Macabeus 6.1-16; 2º Macabeus 9.1-28.

Sem mãos, será quebrado, isto é, sem a mão do homem, ou por nenhuma causa visível. Ele será vencido pelo poder invisível e divino. Na volta de Cristo em Glória Ele julgará o reino do Anticristo durante a Grande Tribulação totalmente sem ingerência humana. Naquele momento, Ele o aniquilará e exterminará para sempre, preparando o caminho para Seu reino milenar e, finalmente, para Seu reinado eterno nos novos céus e na nova terra.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC



quinta-feira, 2 de junho de 2022

OS QUATRO ÚLTIMOS IMPÉRIOS MUNDIAIS - DANIEL CAPÍTULO 7

 


O sonho do profeta Daniel no capitulo sete, é a mesma profecia do capitulo dois que interpretou ao rei Nabucodonosor; esta se deu 40 anos depois, já no reinado de Belsazar filho de Nabonido (Dn 7.1). No capítulo dois, ele descreve aparência exterior deste império; ao passo que, no capitulo sete, revela sua índole e caráter.

No capítulo 2 os impérios são representados por uma imagem de metais em quatro partes, no presente capítulo, estes mesmos impérios são representados por quatro animais.

A imagem de metais é descendente, começando com metal mais valioso (ouro) para o mais forte (ferro). De forma similar, a hierarquia dos animais move-se do mais honroso (leão, rei dos animais) ao poder mais esmagador (animal indescritível, mais feroz que qualquer um conhecido na natureza).

I.        O CURSO DOS TEMPOS DOS GENTIOS 

1. O paralelo entre os capítulos 2 e 7 de Daniel. Duas revelações paralelas no livro de Daniel nos dão a descrição completa deste período. No capítulo 2, por meio de Nabucodonosor, Deus revelou o lado político destes últimos impérios mundiais. No capítulo 7, por meio do profeta Daniel, Deus revelou o lado moral e espiritual através de quatro animais. A história política havia sido mostrada a Nabucodonosor, mas a história espiritual foi mostrada a Daniel. Notemos ainda o seguinte: No capitulo 2, as figuras representadas são tomadas da esfera inanimada, materiais como ouro, prata, bronze, ferro e barro. No capítulo 7, as figuras são representadas por seres animados, aqueles animais estranhos. Nos dois, aparecem quatro elementos, que obviamente seguem um ao outro cronologicamente, alcançando o clímax escatológico – o estabelecimento final do reino de Deus sobre a terra. 

2. O Mar agitado. Dn 7.2-3 “Falou Daniel, e disse: Eu estava olhando na minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o mar grande. “E quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar”. 

A palavra “mar” na linguagem escatológica sempre representa as nações gentílicas (Is 17.12,13). O mar agitado representa as nações inquietas (ref. Ap 17.15). A inquietação e perplexidade das nações é uma característica do fim dos tempos, isto pelas crises mundiais cada vez maiores. “Os ventos” podem ser os poderes do mal que incitam e afligem as nações. São poderes usados por Deus para agitar a humanidade e são específicos. Obedecem e cumprem fielmente sua missão, agitando geologicamente mares, rios e a terra com seus vulcões. Açoitam a terra varrendo os continentes, e também sopram brandamente sobre a terra, avisando-a de possíveis catástrofes.

Em seguida é revelado a Daniel quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar (Dn 7.3), isto é, saem do meio dos povos. 

II.     O PODER DOS GENTIOS 

As nações usam imagens de animais como seus representantes, comunicando uma mensagem sobre como eles vêm a si mesmas. Algumas escolheram uma águia, outras um leão e ainda outras um urso ou um antílope.

Em Daniel 7 também encontramos vários animais. Entretanto, estes animais são indefiníveis ou misturas estranhas de bestas e todos eles são ferozes. Este capítulo nos leva para a parte escatológica do livro. 

1. O Leão com asas de águia. “O primeiro era como leão, e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e foi levantado da terra, e posto em pé como um homem, e foi-lhe dado um coração de homem” (Dn 7.4). 

Era como o leão e tinha asas de águia (Império Babilônico). O leão corresponde a cabeça de ouro da estátua do capítulo 2 (2.32, 37, 38), a Nabucodonosor, rei do Império Babilônico.

O leão é a cabeça de ouro, refere-se ao orgulho, a vaidade e a fineza da Babilônia; leão com duas asas como de águia, nos diz a respeito da força e rapidez nas suas conquistas, como revela a história do nosso mundo. 

1.1. Breve história do Império Babilônico. O império Babilônico teve início no ano 612 a C.539 a.C.

A cidade era extravagante; luxuosa e pomposa além do que se possa imaginar; era sem rival na história do mundo. Isaías diz a respeito de Babilônia: “Babilônia, a joia dos reinos, glória e orgulho dos caldeus” (Is 13.19). Jeremias diz que a Babilônia era a “glória de toda terra” (Jr 51.41).

Os antigos historiadores declaram que seu muro alcançava 96 km de extensão (24 km de cada lado da cidade), 90 m de altura e 25 de espessura. O muro tinha ainda 250 torres e 100 portões de cobre. Sob o rio Eufrates, que dividia Babilônia ao meio, passava um túnel. Os diversos muros da cidade e do palácio e fortalezas eram tão espessos e altos, que para qualquer tipo de guerra da Antiguidade, Babilônia era uma cidade simplesmente inconquistável. 

1.2. O orgulho pessoal e político do rei. “A grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder, e para glória da minha majestade” (Dn 4.30).

O homem mais orgulhoso da época se vã gloria pelos seus feitos; o Senhor Deus diz ao profeta Isaías: “E a minha glória não a darei a outro” (Is 48.11b). Devemos ter o cuidado, pois, com o costume de receber a glória que pertence só a Deus. 

1.3. As profecias referentes à Babilônia. Veremos a seguir algumas profecias bíblicas vaticinadas pelos profetas que se cumpriram em Babilônia.

Nunca mais seria habitada. “E Babilônia, o ornamento dos reinos, a glória e a soberba dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou. Nunca mais será habitada nem reedificada de geração em geração: nem o árabe armará ali a sua tenda, nem tampouco os pastores ali farão os seus rebanhos. Mas as feras do deserto repousarão ali, e as suas casas se encherão de horríveis animais” (Is 13.19-21 – outras ref. Jr 50.13, 39; Jr 51.37, 58).

Aos olhos humanos era impossível a Babilônia ser conquistada, mas o que Deus falou por intermédio de Seus profetas cumpriu-se. Diz a história em confirmação com a Bíblia que o rio Eufrates que passava sob a Babilônia secou-se e os Medos e Persas a conquistaram.

“Cairá à seca sobre as suas águas, e secarão” (Jr 50.38). “Quem diz às profundezas: seca-te, e eu secarei os teus rios” (Is 44.27).

Jeremias profetizou 50 anos antes da queda do Império Babilônico e que seria dominado pelo rei da Média. “Alimpai as flechas, preparai perfeitamente os escudos: O Senhor despertou o espírito dos reis da Média: porque o seu intento contra Babilônia é para destruir” (Jr 51.11). Cinquenta anos após Jeremias ter profetizado, o profeta Daniel relata no capítulo 5, a tomada da grande Babilônia.

No ano 538 a.C. o rei Belsazar, filho de Nabonido e neto de Nabucodonosor, rei da Babilônia, estava num grande banquete juntamente com mil convidados, onde bebia muito vinho e davam louvores aos seus deuses. A Bíblia diz que bebiam vinho nas taças de ouro trazidas do templo de Jerusalém quando Nabucodonosor trouxe Israel para o cativeiro Babilônico. Na noite da festa, Belsazar teve uma visão, viu uns dedos de mão de homem que escreviam na parede do palácio real, que dizia: Mene, Mene, Tequel, Ufarsim. Como Daniel já era conhecido pelos seus feitos no palácio, foi comunicado por intermédio da rainha, e então trouxeram o profeta Daniel para fazer a leitura da escrita. No mesmo instante que Daniel viu a escrita a interpretou dizendo: Mene: “Contou Deus o teu reino e o acabou”. Tequel: “Pesado foste na balança, e foste achado em falta”. Peres: “Dividido foi o teu reino, e deu aos medos e aos persas” (Dn 5.26-28). E mais uma vez o profeta Daniel, com a sabedoria divina, trouxe conhecida o enigma divino.

Os Persas formaram uma colisão para derrotar a Babilônia. A Média sob o comando de Dário e a Pérsia sob Ciro. Na mesma noite em que Belsazar teve a visão, os Medos e os Persas invadiram a Babilônia, mataram Belsazar e tomaram o Palácio. Assim terminou o magnífico império babilônico, (a cabeça de ouro da estátua de Dn 2.32, o leão com duas asas de Dn 7.4)

2. O Urso destruidor. “Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual levantou-se de um lado, tendo na boca três costelas entre seus dentes; e foi-lhe dito: levanta e come muita carne.” (Dn 7.5). 

Depois do império babilônico viria um império que seria um pouco inferior, representado pela prata (Daniel 2.39).

O urso representa o segundo império mundial dos gentios, Medo-Persa. E corresponde ao peito e os braços da estátua (Dn 2.32-39). Este império teve início no ano de 539 a.C. 331 a.C.

As três costelas na boca do urso aludem à conquista da Babilônia, Lídia e Egito pelo império. 

3. O Leopardo altivo. “Depois disto, eu continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de ave nas suas costas: tinha também este animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio.” (Dn 7.6). 

O leopardo representa o terceiro império mundial o império Grego, que surgiu no período de 331a168 a.C., tendo como Governante Alexandre o Grande e os quatro generais; Este animal leopardo tinha asas em suas costas, que significa que era rápido como foi Alexandre em suas conquistas.

O leopardo corresponde ao ventre e as duas pernas de bronze da estátua do capítulo 2. 

O leopardo tinha “quatro asas e quatro cabeças”. As quatro asas do leopardo, indicam mais rapidez nas conquistas do que Babilônia, pois era um exército relâmpago em suas conquistas na guerra. As quatro cabeças falam da divisão do Império Grego em 4 partes (quatro reinos). Após a morte de Alexandre, o império Grego foi dividido entre os quatro generais: Cassandro (Macedônia), Lisímaco (Trácia), Ptolomeu(Egito) e Seleuco(Síria) isto representa a divisão do império em quatro reis. 

4. O animal terrível e espantoso. “Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível, espantoso e sobremodo forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez chifres. Estando eu a observar os chifres, eis que entre eles subiu outro pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava com insolência.” (Dn 7.7-8). 

O quarto animal seria um rei ou um reino, como os demais animais. Ele representa o quarto império mundial o império romano. Esta besta causou espanto em Daniel, por isso o chamou: espantoso, terrível e muito violento. Este animal tinha dentes de ferro, assim como as pernas de ferro e os pés, correspondem à visão de Nabucodonosor de que o quarto reino é forte como ferro, quebrando em pedaços e esmagando todos os outros (Dn 2.40,41), portanto o ferro representa dureza e maldade deste reino. Este reino seria forte, ou seja, um reino da força, da ferocidade, do esmagamento, como foi o império romano, diferente de todos os reinos.

O reino de ferro dominou o mundo numa amplitude que nenhum império dantes o fizera. Com seus dentes de ferro despedaçava e devorava suas vítimas. 

4.1. Os dez chifres da besta. Este animal possui dez chifres (Dn 7.7, 20) e a estátua possui os dez dedos dos pés da estátua (Dn 2.33, 41) que representam as dez nações na grande do Império Romano que irá ressurgir no governo do Anticristo na tribulação (Ap 17.12). 

4.2. Ele abaterá três reis. “E, quanto às dez pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros e abaterá a três reis.” (Dn 7.24). 

A identificação do império pretendido por esta besta tem sido o ponto crucial dos intérpretes.

Os dez chifres são dez reis ou reinos anteriores ao “pequeno chifre” (v. 8), o qual arranca três deles. Aqui está uma nova fase do quarto império. O o pequeno chifre simboliza o aparecimento do anticristo (2ª Ts 2.3-4,8). Também a simbologia usada sugere que esse chifre se refere a um indivíduo e não a um reino. Nesse chifre havia olhos como os de homem e uma boca que proferia palavras insolentes. 

4.3. Pequeno chifre. Desejo ser sucinto neste quesito, pois no estudo do último Império mundial, desejo elucidar com mais clareza.

Segundo a visão de Daniel a ponta pequeno se eleva após sua ascensão, a princípio “pequeno” (Dn 7.8); mas depois de destruir três dos dez, ele se torna maior que todos (Dn 7.20; Dn 7.21). Para entendermos este mistério precisamos nos reportar para o livro apocalíptico onde o anjo explica para o apóstolo João dizendo: “o mistério da mulher e da besta e tem sete cabeças e dez chifres.” (Ap 17.7); “E a besta, que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição. (Ap 17.11).

Esta visão nos traz ao fim dos tempos dos gentios. Quando a quarta besta com dez chifres e o chifre pequeno, a última coisa falada sobre este império mundial, está em pleno andamento, então chega o fim.

Os três desaparecidos, ele é o oitavo (cf. Ap 17.11); uma cabeça distinta, e ainda “dos sete”. Como os reinos mundiais anteriores tinham suas cabeças representativas, vejamos:

1º O primeiro império mundial na história, conforme a Bíblia foi o Egito, na época de José no Egito, e da fome generalizada sobre a terra; quando também os israelitas permaneceriam escravos no Egito por aproximados 400 anos. (Livro de Êxodos – Bíblia). E o Egito, nessa época chegava a ter sob seu comando mais de um milhão de escravos hebreus a servir-lhe.

2º Segundo império mundial na história conforme a história é a Assíria. No tempo dos reis de Israel e Judá. São exatamente os reis da Assíria que deportam os judeus (do norte em Israel) transportando-os a outras nações, destruindo Israel (reino do norte) em cumprimento ao castigo da lei de Moisés; e, ao mesmo tempo, os reis da Assíria levariam povos estrangeiros p/ habitarem Israel, em lugar dos hebreus (por toda a Galileia e Samaria). (Isaías e 2º Reis e 2º Crônicas).

3º Terceiro império mundial na história – Babilônia – Daniel 1 e 2.

4º Quarto império mundial – Medos e Persas – Daniel 6 – Esdras e Neemias.

5º Quinto império mundial – Grécia –  Daniel 2.32c – Daniel 7.6 – Daniel 11  – Livro de Macabeus.

6º Sexto império mundial na história – Roma – Daniel 2.33a – Daniel 7.7 – os Evangelhos.

7º E o Sétimo e último império mundial. O sétimo reino (ONU), surgira com dez reis e entregarão o poder ao Anticristo no final dos tempos.

8º O oitavo império mundial. O governo único através do Anticristo.

Desde Antíoco Epífanes, o anticristo do terceiro reino em Daniel 8.1 e Daniel 8.27 era o inimigo pessoal de Deus; assim será o anticristo final do quarto reino, seu antítipo.

“O anticristo que já se manifestou na pessoa de Atíoco Epifânio (Dn 8.9,22), reaparecerá em forma ainda mais forte e global”. [Comentário Russel Shedd].

A Igreja sempre sofreu perseguições por vários anticristos no decorrer da história, porém, após seu arrebatamento da terra, levantar-se-á um que receberá poder de satanás no final dos tempos (Ap 13.2); será diferente dos outros reis (Dn 7.24); falará coisas espantosas (Dn 7.7); vai blasfemar contra Deus, caluniar Seu nome, (Dn 7.25; 11.36; Ap 13.5); irá perseguir o povo de Deus (Israel – Ap 12.3), fará guerra contra os santos (Dn 7.21,25; Ap 13.6-7), irá oprimir os santos e será́ bem sucedido por 3 anos e meio (Dn 7.25; Ap 13.7). Ele Mudará os tempos e as leis. Ele vai tentar mudar o calendário, talvez para definir uma “nova era” Nova ordem mundial, relacionada a si mesmo (Dn 7.25).

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC