TEOLOGIA EM FOCO: A VISÃO DO CARNEIRO E DO BODE - DANIEL CAPÍTULO 8

sábado, 4 de junho de 2022

A VISÃO DO CARNEIRO E DO BODE - DANIEL CAPÍTULO 8

 


Daniel 8.1,3-11 “No ano terceiro do reinado do rei Belsazar, eu, Daniel, tive uma visão depois daquela que eu tivera a princípio. 2- Quando a visão me veio, pareceu-me estar eu na cidadela de Susã, que é província de Elão, e vi que estava junto ao rio Ulai. 3- Então, levantei os olhos e vi, e eis que, diante do rio, estava um carneiro, o qual tinha dois chifres, e os dois chifres eram altos, mas um, mais alto do que o outro; e o mais alto subiu por último. 4- Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente, e para o norte, e para o sul; e nenhum dos animais lhe podia resistir, nem havia quem pudesse livrar-se do seu poder; ele, porém, fazia segundo a sua vontade e, assim, se engrandecia. 5- Estando eu observando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chão; este bode tinha um chifre notável entre os olhos; 6- dirigiu-se ao carneiro que tinha os dois chifres, o qual eu tinha visto diante do rio; e correu contra ele com todo o seu furioso poder. 7- Vi-o chegar perto do carneiro, e, enfurecido contra ele, o feriu e lhe quebrou os dois chifres, pois não havia força no carneiro para lhe resistir; e o bode o lançou por terra e o pisou aos pés, e não houve quem pudesse livrar o carneiro do poder dele. 8- O bode se engrandeceu sobremaneira; e, na sua força, quebrou-se-lhe o grande chifre, e em seu lugar saíram quatro chifres notáveis, para os quatro ventos do céu. 9- De um dos chifres saiu um chifre pequeno e se tornou muito forte para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa. 10- Cresceu até atingir o exército dos céus; a alguns do exército e das estrelas lançou por terra e os pisou. 11- Sim, engrandeceu-se até ao príncipe do exército; dele tirou o sacrifício diário e o lugar do seu santuário foi deitado abaixo.” 

Deus dá a Daniel uma previsão da destruição de outros reinos, que em seus dias eram tão poderosos quanto os da Babilônia.

No capítulo sete, Daniel tem a visão dos quatro animais, representando os quatro últimos impérios mundiais. Desta vez, o profeta vê dois animais diferentes, um carneiro com dois chifres que são os reis da Média e da Pérsia lutando contra um bode peludo que é o rei da Grécia.

Na verdade, este capítulo repete muito da predição do capítulo dois, e especialmente do capítulo sete. Todavia, o capítulo oito acrescenta detalhes importantíssimos quanto aos períodos medo-persa e grego. 

I. CONTEXTO HISTÓRICO 

No capítulo 8, Daniel começa identificando os eventos no tempo, no 3º ano do reinado de Belsazar, segundo ele, depois daquela que lhe apareceu no princípio. Isto é, dois anos após o sonho de Daniel no cap. 7.

Está visão também é ocorrida na Babilônia, mas o profeta identifica dizendo: “quando a visão me veio, pareceu-me estar em Susão”; ou seja, Daniel é transportado em visão para Susã, capital de Elão, mas que tinha sido incorporada no território da Pérsia e era residência de inverno dos reis da Persia, cerca de 360 km a leste da Babilônia. Susã tornou-se a capital diplomática e administrativa do Império Persa (cf. Et 1.2; Ne 1.1).

Podemos dizer que as visões em Daniel 8, 9 e 11 não mostra os impérios todos cumprindo-se na história um após outro; não mostra Babilônia nem Roma. Isso porque Daniel 8 e Daniel 9 são visões paralelas; de forma que Daniel 9 registra os principais eventos que se devam cumprir-se na Cidade Santa, Jerusalém, durante as 70 semanas de anos começando pela ordem da restauração da cidade, em época de Ciro, rei persa no seu 1º ano de reinado – 1º ano do império Medo-Persa. 

II. A VISÃO DO CARNEIRO E DO BODE 

1. A visão do carneiro. “Então, levantei os olhos e vi, e eis que, diante do rio, estava um carneiro, o qual tinha dois chifres, e os dois chifres eram altos, mas um, mais alto do que o outro; e o mais alto subiu por último.” (Dn 8.3). 

Daniel tem uma visão onde um carneiro (v. 3), dá cabeçadas para o ocidente, norte e sul (v. 3). O mensageiro deixou claro que “aquele carneiro que viste são os reis da Média e da Pérsia” (v. 20), que são Ciro, o Persa e Dario, o Medo (v. 20).

O carneiro identificado como o império medo-persa venceu e derrotou o império babilônico quando Belsazar estava no poder. No mesmo dia em que Belsazar zombou de Deus ao utilizar os utensílios sagrados do templo de Jerusalém, ele caiu nas mãos dos medo-persas. Nota-se que há uma repetição do predito na visão do capítulo sete sobre o segundo e o terceiro impérios, porém, Deus de maneira especial mostrou a Daniel o que estaria fazendo no futuro desses impérios e com o próprio povo de Israel. 

2. Os dois chifres do carneiro - Império Medo-Persa. O carneiro tinha dois chifres, mas não eram iguais, um era mais alto que o outro. O maior representa Ciro, o persa e o menor representa Dario, da Média. Os dois países (dois povos): medos e persas, a formarem um único império, apesar de serem dois reis; mas eram unidos.

Esta visão faz um paralelo com o “peito e os braços da estátua” no sonho de Nabucodonosor (Dn 2.32), e o “Urso que levanta uma das patas” em Daniel 7.5 e “o carneiro tinha dois chifres e um era mais alta do que a outra” (Dn 8.3), são representadas pelas duas nações, Medo e Persa (Dn 8.20).

O lado que se levantou do urso e um dos chifres mais alto que sobe por último do carneiro é a Pérsia que passou a ter mais poder sobre a Média. Apesar de ser mais recente a Média tornou-se proeminente. Em 550 a.C. Ciro, o persa, rebelou-se contra os Medos, que até então detinham o poder e tornou-se cabeça dos dois reinos.

De acordo com a história, os medos prevaleceram na guerra com a Babilônia. Dario foi o primeiro governante da união entre a Média e a Pérsia. Porém, logo os persas prevaleceram em força e Ciro tornou-se o rei do império. Eventos importantes aconteceram no período desses dois reis até que o carneiro foi vencido, surgindo na visão de Daniel a figura de um bode que ataca o carneiro e o vence (vs. 5-7). 

3. A visão do bode peludo. “E, estando eu considerando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chão; e aquele bode tinha uma ponta 6- notável entre os olhos. 6- Dirigiu-se ao carneiro que tinha as duas pontas, ao qual eu tinha visto diante do rio; e correu contra ele com todo o ímpeto da sua força. 7- E o vi chegar perto do carneiro, irritar-se contra ele; e feriu o carneiro e lhe quebrou as duas pontas, pois não havia força no carneiro para parar diante dele; e o lançou por terra e o pisou aos pés; não houve quem pudesse livrar o carneiro da sua mão.” (Dn 8.5-7).

Na visão de Daniel ele vê um bode com um chifre entre os olhos, vindo do ocidente sem tocar o chão (v. 5), que vai em direção ao carneiro (v. 6); o bode arremeteu contra o carneiro com muita força, ferindo-o e quebrando os seus dois chifres (v. 7).

O bode é identificado no verso 21 como sendo o rei da Grécia. Com séculos de antecedência, a profecia identifica a Grécia como o império que subjugaria a Medo-Pérsia. O bode andava sem tocar no chão (ou seja, ele voava), demonstrando a rapidez do exército grego. “Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, “o bode representava a Grécia, e seu grande chifre refere-se a Alexandre, o Grande (8.21). O carneiro foi totalmente dominado e humilhado. Seus dois chifres foram quebrados e, após isso, ainda foi pisoteado sem compaixão pelo bode. Foi uma profecia de completa sujeição e derrota do império medo-persa pelos gregos. [Elienai Cabral, Lições Bíblicas CPAD].

Alexandre o Grande, um dos homens mais brilhantes dos tempos antigos: Rei da Macedônia, fundador do helenismo, gênio militar e propagador da cultura grega. Foi ele o grande imperador que realizou grandes conquistas, sendo que em doze anos tinha o mundo aos seus pés. 

4. A Divisão do império de Alexandre. “E o bode se engrandeceu em grande maneira; mas, estando na sua maior força, aquela grande ponta foi quebrada; e subiram no seu lugar quatro também notáveis, para os quatro ventos do céu.” (Dn 8.8).

“....estando na sua maior força...”. Alexandre morreu ainda muito jovem, depois de ralizar grandes conquistas. Morreu em 323 a.C., na Babilônia, aos 33 anos de idade.

Cabe observar que alguns teólogos interpretam que o pequeno chifre nasce de entre os quatro chifres do bode, ou seja, seria um poder que se afirma a partir de um dos quatro reinos nos quais o império de Alexandre se divide.

Nos versículos oito e nove, a “ponta notável” se quebra e surge em seu lugar quatro outras chifres do bode (Dn 8.8-9). Esses quatro chifres menores representam os quatro generais que assumiram o império grego depois da morte de Alexandre. As quatro divisões do império grego foram lideradas por: Lisímaco, Cassandro, Ptolomeu e Selêuco. 

II. O CHIFRE PEQUENO 

1. A visão do chifre pequeno. “De um dos chifres saiu um chifre pequeno e se tornou muito forte para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa.” (v. 9). 

Na visão do profeta Daniel, surge de uma das quatro pontas notáveis, “uma ponta mui pequena”, e a ponta grande que tinha entre os olhos é o rei primeiro (Alexandre); levantando-se quatro em lugar dela, significa que quatro reinos se levantarão da mesma nação, mas não com a força dela. Daniel percebeu que esta “ponta pequena” cresceu muito, especialmente direcionada para a “terra formosa”, Jerusalém. Isso significa que de uma das ramificações do Império Grego deveria se levantar uma ponta ou um rei que se voltaria contra a “terra formosa”, Israel. Essa “ponta pequena” refere-se a Antíoco Epifânio o governante do reino selêucida de 175 a 164 a.C., e tornou-se um opressor terrível contra os judeus. 

2. A transgressão de Antíoco Epifânio contra Israel. “E se engrandeceu até ao exército dos céus; e a alguns do exército e das estrelas deitou por terra e os pisou. E se engrandeceu até ao príncipe do exército; e por ele foi tirado o contínuo sacrifício, e o lugar do seu santuário foi lançado por terra.” (Dn 8.10,11). 

E se engrandeceu até ao exército dos céus...”. A perseguição dos servos de Deus é considerado como guerra contra o próprio Deus com consequências eternas. [Russel Shedd].

Antíoco Epifânio perseguiu os judeus de Jerusalém e da Judeia, desrespeitou as leis da Tora profanando o templo de Jerusalém, tirou o culto s Deus e substituiu pelos ritos pagãos. A história confirma também o assassinato do sumo-sacerdote judeu Onias em 170 d.C. Este rei cometeu tantas crueldades contra o povo de Deus, que muitos o veem como um tipo do Anticristo.

Antíoco IV não apenas entrou no Santo dos Santos e saqueou os vasos de ouro e prata, como também erigiu um altar a Zeus sobre o altar do Senhor no átrio do templo e ofereceu porcos sobre ele.

O verso 12 fala que por isso o exército lhe foi entregue, com o sacrifício diário. O povo de Deus foi subjugado pelo chifre que começara pequeno (v. 9), Antíoco IV. Isso causou a interrupção das observâncias regulares no templo.

A Bíblia diz que o espírito do anticristo opera no mundo. De acordo com a crueldade, a ignomínia e a covardia de Antíoco Epifânio muitos estudiosos o relacionam como um tipo do Anticristo de que fala o Novo Testamento.

A Grécia, com todo o seu conhecimento, produz o primeiro Anticristo do Antigo Testamento. Antíoco teve um extraordinário amor pela arte, que se expressou em grandes templos. Ele queria substituir Zeus Olympius por Jeová em Jerusalém. 

3. A purificação do santuário (Dn 8.14). “Depois, ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do contínuo sacrifício e da transgressão assoladora, para que seja entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados? E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado. (Dn 8.13,14).

Segundo a história, a purificação do santuário ocorreu três anos e dois meses depois de o altar do Senhor ter sido removido por Antíoco. Os sacrifícios eram oferecidos duas vezes ao dia, às 9 da manhã e às 3 da tarde era o horário que o povo de Deus da Antiga Aliança se reunião para adorá-lo. 

4. A diferença dos chifres dos animais.

4.1. O chifre pequeno do quaro animal (Dn 7.7-8). Este chifre pequeno representa o Anticristo que irá aparecer do Império Romano ressurgido na Grande Tribulação para governar junto com os dez reis, dos quais três será arrancado e juntamente com o falso profeta (Ap 13; Ap 17.7, 12). 

4.2. O chifre notável do carneiro (Dn 8.3). Nesta visão Daniel vê um carneiro com dois chifres altos, mas um subiu mais que o outro. Conforme já vimos, este chifre que sobe mais que o outro representa a Pérsia que dominou a Média. 

4.3. O chifre notável do bode peludo. O bode tinha uma ponta notável entre os olhos. Este chifre representa Alexandre o Grande do Império Grego. 

4.4. O chifre pequeno que surgiu depois da morte de Alexandre. “De um dos chifres saiu um chifre pequeno e se tornou muito forte para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa.” (Dn 8.9).

O chifre pequeno do bode peludo não pode ser confundido com o pequeno chifre do quarto animal (reino) em Daniel 7.8, o qual se levantaria durante o período romano, e não grego. O chifre pequeno em Daniel 7.8 vem como um décimo primeiro chifre depois de dez chifres precedentes (Ap 17.7, 12).

Daniel vê o chifre grande (Alexandre) se quebrar e em seu lugar saíram quatro chifres, ou seja, o Império Grego foi dividido entre os quatro generais após a morte de Alexandre o grande. Não é um quinto chifre independente, depois dos quatro anteriores, mas surge de um dos quatro chifres existentes, portanto, esse chifre que se destaca dentre os quatro generais, é o Antíoco Epifânio que perseguiu o povo de Deus em Israel. Este chifre é explicado (Daniel 8.23) para ser “um rei de semblante feroz”, etc. Portanto, o Império Grego nada tem a ver com o Império Romano e não se pode dizer de forma alguma que o império Romano saiu do Grego. Quem argumenta isso o faz sem base histórica e, por conseguinte diz uma inverdade.

O chifre pequeno que se tornou muito forte, conforme já estudamos é o Antíoco Epifânio, um tipo de Anticristo. 

III. O TEMPO DO FIM 

Mais pormenores sobre a Grécia prefigura os tempos do fim. Antíoco, prefigura o futuro Anticristo:

Daniel 8.23-25 “Mas, no fim do seu reinado, quando os prevaricadores acabarem, se levantará um rei, feroz de cara, e será entendido em adivinhações. 24- E se fortalecerá a sua força, mas não pelo seu próprio poder; e destruirá maravilhosamente, e prosperará, e fará o que lhe aprouver; e destruirá os fortes e o povo santo. 25- E, pelo seu entendimento, também fará prosperar o engano na sua mão; e, no seu coração, se engrandecerá, e, por causa da tranquilidade, destruirá muitos, e se levantará contra o príncipe dos príncipes, mas, sem mão, será quebrado.” 

1. O significado do termo “tempo do fim” (Dn 8.17). Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, “o fim do tempo”, neste caso é uma alusão a todo o período entre o final do exílio e a segunda vinda de Cristo. Os governantes e impérios vistos por Daniel no capítulo oito já não existem mais. Homens como Alexandre e Epifânio morreram e seus impérios chegaram ao fim, pois os reinos deste mundo são efêmeros. Somente um reino nunca terá fim — o reino do Messias: “O reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão” (Dn 7.27). [Elienai Cabral. Lições Bíblicas CPAD - Lição 9: O prenúncio do Tempo do Fim. 4º Trimestre de 2014]. 

2. O “homem forte de Deus”. Referindo-se ao nome do anjo Gabriel, que estava falando com Daniel dizendo-lhe que aquela visão se referia ao tempo do fim (Dn 8.19). 

3. No fim do reinado deles. Precisamos entender que em parte a profecia se cumpriu, e em partes será para o tempo do fim.

Este trecho é o mais difícil nos profetas, uma dificuldade que é aumentada pelo atual estado do texto. Historicamente foi cumprido em Antíoco Epifanes, mas num sentido mais profundo ele apenas antecipa a terrível blasfêmia do chifre pequeno de Daneil 7.8; 9.25; 12.11. Em Daniel 8.10-14, as ações de ambos os chifres combinam.

Há fatos aqui não aplicáveis a Antíoco, mas podem se referir a uma personagem futura, ou seja, isso não é válido para os tempos de Antíoco, mas para os tempos finais da era cristã. Compare Lucas 18.8 e 2ª Timóteo 3.1-9, quanto à iniquidade do mundo em geral, pouco antes da segunda vinda de Cristo.

Quando a rebelião dos ímpios tiver chegado ao máximo, ou seja, quando o pecado estiver chegado a um patamar terrível, surgirá o Anticristo, talvez disfarçado de um salvador; entendido em adivinhações, encantamentos, ocultismo. Ele se tornará muito forte, mas não pelo seu próprio poder, mas de satanás (Ap 13.2b). 

4. Fará prosperar o engano. Ele enganará a muitos, será arrogante, orgulhoso (Dn 8.25). E, pelo seu entendimento, também fará prosperar o engano na sua mão; e, no seu coração, se engrandecerá. Provocará devastações terríveis (gênio militar) e será́ bem sucedido em tudo o que fizer (Dn 8.24). Destruirá́ os homens poderosos e o povo santo (Israel) (Dn 8.24) e se insurgirá contra o Príncipe dos príncipes.(Cristo) (Dn 8.25). Apesar disso, ele será́ destruído, mas não pelo poder dos homens (pelo poder de Deus no Armagedom) (Dn 8.25).

Ele perde o trono e a glória quando está no maior período de perseguição aos judeus, isso para deixar bem claro que não há outro senhor senão o Deus de Israel.  

5. “ao tempo determinado do fim”. Esta passagem tem um sentido duplo. Em primeiro lugar fala do fim do reinado de Antíoco, um homem extremamente corrupto e desprezível. Não temia a Deus ou a qualquer divindade. Completamente avesso a religião judaica. 

6. “...mas não pelo seu próprio poder” (v. 24). No princípio era “pequeno” (Dn 8.9; 7.8); mas, vencendo os outros através do ofício, o outrora chifre pequeno tornou-se “poderoso” (compare Daniel 8.25; 11.23). Para ser plenamente realizado pelo Anticristo. Ele deve agir pelo poder de Satanás, que será então autorizado a trabalhar através dele em licença irrestrita, tal como ele não tem agora (Ap 13.2); daí os dez reinos darão à besta seu poder (2ª Tessalonicenses 2.9-12; Ap 17.13). 

6. Príncipe dos príncipes (v. 25). É evidente que se refere ao mesmo ser designado como “Príncipe do exército”, no v. 11, ninguém além de Cristo. Esta passagem tem um sentido duplo; assim como Antíoco foi morto sem mão humanas, ou por nenhuma causa visível, da mesma forma o Anticristo e seu exército serão vencidos pelo poder invisível e divino. Uma antevisão da guerra do Armagedom: “levantará contra o príncipe dos príncipes, mas, sem mão, será quebrado.” O texto nos arremete para o Armagedom apocalíptico, quando o poder mundial sob o comando do Anticristo será destruído por pela vinda de Cristo em glória (Ap 19.11-21). 

7. Mas ele será quebrado sem mão. Antíoco Epifânio não foi assassinado nem morreu em batalha. Sua morte aconteceu em 166 a.C. de uma doença física. Segundo o autor do primeiro livro de Macabeus (1º Macabeus 6.8-16 ), ele morreu de tristeza e remorso na Babilônia. Sua morte é vista por muitos como um cumprimento da profecia registrada em Daniel 11.45. Para relatos variados sobre a sua morte, veja nos livros apócrifos de 1º Macabeus 6.1-16; 2º Macabeus 9.1-28.

Sem mãos, será quebrado, isto é, sem a mão do homem, ou por nenhuma causa visível. Ele será vencido pelo poder invisível e divino. Na volta de Cristo em Glória Ele julgará o reino do Anticristo durante a Grande Tribulação totalmente sem ingerência humana. Naquele momento, Ele o aniquilará e exterminará para sempre, preparando o caminho para Seu reino milenar e, finalmente, para Seu reinado eterno nos novos céus e na nova terra.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC



Nenhum comentário:

Postar um comentário