TEOLOGIA EM FOCO: O IMPÉRIO DO ANTICRSITO - O ÚLTIMO IMPÉRIO MUNDIAL

terça-feira, 28 de junho de 2022

O IMPÉRIO DO ANTICRSITO - O ÚLTIMO IMPÉRIO MUNDIAL

  


I. O ÚLTIMO IMPÉRIO MUNDIAL

O renascimento do Império Romano no tempo do fim não é uma hipótese. Se ao término da Segunda Guerra Mundial, parecia ele utopia numa Europa humilhada e destruída, hoje mostra-se mais real do que nunca. Não importa o nome que se lhe dê: União Europeia ou Novo Império Romano. O chifre pequeno do terrível animal, visto por Daniel (7.7), acha-se prestes a pisar e a despedaçar a quantos se lhe opuserem. Esse reino, que não terá paralelo na história dos grandes impérios, devido a sua maldade, dará todo o suporte político, econômico e religioso ao Anticristo, a fim de que este venha a dominar o mundo todo.

As profecias de Daniel, muito nos dizem sobre os impérios mundiais desde a Babilônia até ao último império, neste mundo (mostrada, em sonhos, a Nabucodonosor rei da Babilônia Daniel 2, mas o sétimo império mundial na história, a contar-se primeiramente do Egito (no tempo que Israel era escravo no Egito), e o império Assírio (tempo dos reis em Israel e Judá), os quatro impérios (Babilônia, Medo-Persa, grego e Romano (Dn 2; 7)), e por fim o último a Nova ordem mundial (através do G7, ONO e OTAN) entregando o governo mundial ao Anticristo durante a Grande Tribulação na última semana de Daniel 9.24-27. 

II. A FORMAÇÃO DO IMPÉRIO DO ANTICRISTO

1. O dragão vermelho. Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas.” (Ap 12.3).

Antes de estudarmos o surgimento do último império mundial devemos começar com uma referência a Apocalipse 12.3, onde João viu um dragão vermelho que simboliza Satanás a antiga serpente (Ap 12.9), ameaçar a mulher e seu filho que simbolizam Israel e o Messias. As tentativas de Satanás de destruir os descendentes da mulher. João escreveu sobre a Guerra no Céu e sobre os reinos deste mundo, que lutariam contra os seguidores de Deus. 

2. A diferença entre Satanás e o Anticristo. “Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia.” (Ap 13.1).

Apocalipse 13, é um texto simbólico profético que faz menção às duas bestas: uma besta que sobe do mar que representa o Anticristo (um líder político) e a besta que surge da Terra que representa o falso profeta (um líder religioso). São dois poderes que, aliados ao dragão, irão se unir com o objetivo de dizimar o povo de Deus da Terra. Besta ou animal, em profecia, significa reino ou poder deste mundo (Dn 7.17).

O dragão (Pai), que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas (Ap 12.3), mas no capítulo 13 e verso 1, João vê uma besta (Anticristo) com sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres, dez diademas.

Vamos analisar a diferença entre Satanás (o pai) e o Anticristo (o filho). Note que ambos possuem sete cabeças e dez chifres. A diferença é que o Dragão (Satanás) usa sete diademas sobre a cabeça e a besta (Anticristo) possui dez” diademas sobre os seus chifres. Isso mostra que quem governa é, na verdade, o dragão que deu o seu poder a besta.

As sete cabeça. A besta quer fazer-se parecer com Deus (2ª Ts 2.4). As sete cabeças referem-se a sete reinos ou sete impérios que também simbolizam sete montes (Ap 17.9), porém vou dar ênfase aos sete reinos começando pelo Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia, Grego e Roma que somam seis e já passaram, mas o sétimo está por vir, ou seja, está para surgir no governo da Besta.

Os dez chifres. A besta também tem dez chifres que são dez reis (Ap 17.12) que irão governar com ela. Portanto, os dez chifres representam os reis que no tempo do fim iram governar juntamente com o Anticristo. Satanás irá inspirar os reis deste mundo para que cumpram suas ordens.

As diademas. Já vimos que a única diferença entre eles está na quantidade de diademas. O dragão tem sete e a besta tem dez.

Os diademas indicam que a besta é investida de autoridade pelo dragão (cf. Ap 13.4). O dragão tem sete diademas que é o número simbólico da santidade de e da perfeição de Deus. A besta tem dez diademas, uma para cada chifre, portanto, ele terá autoridade máxima durante seu governo. 

3. Os dez chifres da besta. Vamos analisar de forma distinta os dez chifres da besta, bem como o ambiente em que eles estão inseridos.

“...era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez chifres.” (Daniel 7.7).

Os dez chifres representam os governantes, que recebem inspiração de Satanás e cumprem suas ordens. Em uma aplicação direta ao período do Anticristo, a referência aos dez reis nos mostra como os governos mundiais se unirão para oferecerem suporte, poder e autoridade ao governo da besta.

Os dez chifres correspondem a dez futuros reis, interpretação no verso 24 que diz: “E quanto às pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros e abaterá a três reis”.

Os dez chifres, correspondem aos dez dedos dos pés da estátua do capítulo (2.41-42), e aos dez chifres da besta do Apocalipse 13.1; 17.12, que serão dez reinos ou dez reis que se levantarão no fim para entregar o mundo ao Anticristo. 

3.1. O chifre pequeno. “Estando eu considerando as pontas, eis que entre elas subiu outra ponta pequena, diante da qual três das pontas primeiras foram arrancadas; e eis que nesta ponta havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava grandiosamente” (Dn 7.8).

No capítulo 7 de Daniel, ele apresenta uma sequência de cinco reinos, sendo o último o reino de Cristo. Sendo dividido o capítulo em duas seções, uma é a visão (Dn 7.1-14) e, a outra, sua interpretação (Dn 7.17-27).

Os dez chifres são dez reis (ou reinos) que surgem do quarto reino. O chifre pequeno é um rei (ou reino) que surge dentre os dez e se torna diferente de todos. e devorava tudo que via (Dn 7.8).

O caráter singular da besta que agora aparece; o número dos chifres; o surgimento de um novo chifre (a ponta pequena); o poder e o terror da besta, e a longa duração de seu domínio sobre a terra, atraíram e fixaram a atenção de Daniel, o levaram a uma descrição mais minuciosa da aparência do animal e o induziram particularmente a pedir uma explicação de o anjo do significado desta parte da visão no verso 19:

“Então, tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal...” (Dn 7.19). “e também a respeito dos dez chifres que tinha na cabeça e do outro que subiu, diante do qual caíram três, daquele chifre que tinha olhos e uma boca que falava com insolência e parecia mais robusto do que os seus companheiros. (Dn 7.20).

E o mensageiro lhe respondeu: “Os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele mesmo reino” (Dn 7.24), ou seja, os dez reis ou reinos que se originaram do Império Romano ressurgido (v. 24). 

3.2. Subiu um “pequeno chifre”, o qual arranca três deles. Aqui está uma segunda fase do quarto império, um “império romano revivificado” que aparecerá no senário mundial nos últimos tempos.

Nos últimos dias da história, surgirá o poder chamado de chifre pequeno. Se os dez chifres representam a divisão do Império Romano, o chifre pequeno representa um poder que se levantaria entre esses dez, diante do qual três deles seriam completamente destruídos.

O chifre pequeno que surgiu entre os dez que já existiam, ocasionou a retirada de três chifres (Daniel 7.8), ou seja, esse chifre, arrancou fora três pontas que já havia no terrível animal, representa o futuro império do Anticristo que ao emergir entre os dez reinos, abaterá três reis.

Daniel vê que surgiu entre os chifres que já existiam, outro chifre pequeno e distinto dos dez chifres, e de constituição diferente. O chifre pequeno simboliza o aparecimento do Anticristo (2ª Ts 2.3-4,8). Nesse chifre pequeno havia olhos, como os olhos humanos, indicam a perspicácia, previsão e astúcia desse poder; e a boca que fala coisas grandes ou presunçosas não é diferente do homem do pecado, descrito pelo apóstolo Paulo, “cuja vinda deve ser depois da operação de Satanás com toda a ilusão de injustiça” (2ª Ts 2.9-10; ver também Ap 13.5-6). Também a simbologia usada sugere que esse chifre se refere a um indivíduo e não a um reino.

O cumprimento da profecia sobre o quarto animal para aquela época, pode ter sido cumprida em parte quando surgiu o Império Romano. Mas, sabemos que o capítulo 7 do livro de Daniel está falando também sobre o fim dos tempos. E, como sempre devemos relembrar, as profecias podem ser cumpridas na época em que foram anunciadas e também num futuro distante. 

III. O SURGIMENTO DO IMPÉRIO DO ANTICRISTO 

1. O império romano nos dias de João. “A besta que viste, era e não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição” (Ap 17.8). 

“A besta que era”. Isto tem a ver com os impérios mundiais passado (Dn 7), porém, estava atuado nos dias de João por isso o anjo diz “era”. Este império, digo, o Império Romano que era e durou até ano de 476 d.C.

“e não é”. É o intervalo que vai do fim do Império Romano até o surgimento do Anticristo.

“mas está para emergir do abismo” A besta que era e não é, mas irá ressurgir novamente no governo do Anticristo na Grande Tribulação.

Era, aparentemente, indica que a besta se manifestou no passado (Dn 7). Não é sugere que ela não estava agindo na época de João. Há de subir [...] à perdição sugere ruína ou punição eterna. Aqueles cujos nomes não estão escritos no Livro da Vida (Ap 13.8; 20.12,15) são enganados pela besta porque não conhecem o seu destino certo e eterno. Tudo o que eles veem é alguém que uma vez existiu e agora faz uma reaparição incrível.

O terrível animal que Daniel viu (Dn 7.7), o anjo o chama de besta (Ap 13); “e há de subir do abismo”. Esta expressão diz com respeito ao Império Romano, que ressurgirá no tempo do fim, comandado pelo Anticristo e o falso profeta, junto com as confederações mundiais (dez reinos). É claro que o Império Romano não será o mesmo, mas será terrível, espantoso e brutal como era. Portanto, os fatos proféticos do v. 8 são ainda futuros. 

2. Na visão de João como será o último império. Ap 17.12 “Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam reino, mas recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora.”

Note que há um paralelismo entre o apóstolo João e o profeta Daniel 7.7,24 Apocalipse 13. Os dez chifres, são os dez reinos que hão de receber autoridade para governar nos últimos dias. Os quais ainda não receberam um reino, isto é, eles não existiam quando João escreveu. Está implícito que, durante o período em análise, eles surgiriam e se conectariam, em um sentido importante com a besta e o falso profeta.

Entendo que esses dez reinos ou dez reis que irão surgir, estarão coligados com a ONU, e darão o início do último império mundial. 

3. O tempo de duração deste reino. “...durante uma hora”. Os dez reis reinarão com a besta por período breve. O sétimo império quando surgir terá o domínio mundial por um pouco de tempo, ou seja, breve e temporário. O reinado de uma hora significa que surgirão de repente e durarão pouco conforme a visão de Daniel 7.25. 

4. Entregarão o seu poder e autoridade à besta. “Porque Deus tem posto em seus corações, que cumpram o seu intento, e tenham uma mesma ideia, e que deem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus.” (Ap 17.17).

“...que deem à besta o seu reino...”. Com o advento da besta como um rei supremo devido ao auto endeusamento (Dn 11.36; Mt 24-15; 2ª Ts 2), Satanás começou uma ordem completamente nova, a qual é tão radicalmente diferente de todos os reinos que já existiram.

Estes futuros reis têm a mesma intenção, entregar o governo mundial ao Anticristo. Eles irão apoiar e obedecer às diretrizes da burocracia centralizada dominada deste governo chamado besta.

Uma parte do plano de Deus para vencer a besta foi o aumento do poder dela. Deus a deixou crescer cada vez mais forte, dominando os reis das nações, enquanto preparava o castigo dela. Nas décadas depois de João escrever o Apocalipse, o poder romano foi aumentando, chegando ao seu auge no final do reinado de Trajano. A partir daquela época, perdeu território e poder aos poucos. 

5. O oitavo reino. “E a besta, que era e não é, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete, e caminha para a destruição.” (Ap 17.11 – ver também os versos 3, 7 e 10).

A besta, o Anticristo, será o último império mundial, é um dos sete, ou seja, sete impérios mundiais passados na história, que são: 1. Egito; 2. Assíria; 3. Babilônia; 4. Medo-Persa; 5. Grécia 6. Império Romano. 7. O sétimo reino está surgindo através da ONU, ou a Nova Ordem Mundial. 8. O oitavo reino será governado pelo Anticristo, significa que a besta pertença ao mesmo sistema mundano, que os sete primeiros impérios pertenceram também.

A besta que era” (no passado), “já não é “(no tempo de João), mas aparecerá, ou seja, será escolhido dentre os reis e receberá autoridade para reinar nos últimos dias da grande tribulação. Literalmente procede dos sete e será o oitavo e último império mundial comandado pela besta. 

São os dez reis que estarão unidos à besta no seu governo. Isto, no entanto, não significa que somente dez países formarão o Novo Império Romano nesta última fase; ele terá proporções mundiais. Significa somente que estes estarão no comando do governo único, tendo, porém, o Anticristo como o cabeça do império.

A profecia fala de tempos futuros, e por isto eles aqui, ainda não tinham recebido o reino. Eles reunirão com o Anticristo por uma hora, e como todos eles são anticristãos, acatarão as instruções de como deverão agir em perseguição aos santos. Os dez formarão um acordo. Esta reunião decisória marcará o ponto de partida da estruturação das ações da besta.

Conforme Apocalipse 13, a besta será o Anticristo o oitavo rei ou reino mundial, que receberá completa autoridade dos sete reis. Este reino emergira do anterior, diz este versículo em outras palavras: “quando assumir o controle dos dez reinos, isto será o oitavo reino”. Revelação idêntica que Deus deu ao profeta Daniel em 7.24 que diz: “Dez reis que se levantarão daquele mesmo reino”. É, pois uma forma daquele antigo Império. É claro que não poderá ser o mesmo, porque aquele era regido por um único soberano, e o futuro será por dez reis. Eles formaram uma confederação de nações durante a grande tribulação. Dizemos confederações porque num pé os dedos são ligados (Dn 2.42-44). Com a formação destes dez Estados estará pronto o palco para formação do reino do anticristo que durará sete anos. 

6. O G7 ou grupo dos sete. Hoje são sete países (G7) entre os mais desenvolvidos industrialmente e economicamente do mundo, composto por: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, embora a União Europeia também esteja representada. O grupo reúne-se periodicamente desde 1975 para discutir questões relacionadas à economia. Embora hoje são sete países e todos oriundos da Europa, amanhã podem ser dez, os quais estes irão eleger um governo único e entregar todo poder a ele. Assim nascerá o novo Império Romano governado pelo Anticristo o homem do pecado. 

O auge de seu império. O Homem do Pecado, no auge de seu poder, dominará tanto a economia quanto a religiosidade humana, agrupando todas as coisas sob o seu comando (Ap 13.7,8,16-18). O seu governo, a princípio, será aceito por todos sem qualquer contestação (Ap 13.4).

Depois que o Anticristo receber o poder do G10 (dez reis), se tornará ditador do mundo inteiro. Mas não conseguirá impedir a queda do sistema mundial babilônico e o total colapso econômico do mundo (Ap 18.1-24). E depois, no fim da Grande Tribulação, comandará exércitos de muitas nações arregimentados por Satanás, em Armagedom (Ap 16.16; 19.19). É então que Jesus o ‘desfará pelo assopro de sua boca e o aniquilará pelo esplendor de sua vinda’ (2ª Ts 2.8). Seu destino final será ‘no ardente lago de fogo e de enxofre’ (Ap 19.20)”.

A Besta que subiu do mar (Ap 13), e será o animal mais terrível e maldoso que já existiu na face da terra, maior que todos os impérios que já existiram, ou seja, a maldade de todos os animais estará incorporada neste império. Jamais o mundo teve alguém como este, subversivo e impostor. A crueldade da besta será tal que nem juntando Nero, Mussolini e Hitler, pode se explicar, tamanha a fúria da besta.

Para com concluir, o antigo império romano (o reino de ferro de Daniel 2.33-35; Daniel 2.40-44; Daniel 7.7, terá dez chifres (ou seja, reis, Apocalipse 17.12) correspondendo aos dez dedos da imagem. Como Daniel considera esta visão dos dez reis, surge entre eles um “chifre pequeno” (rei), que subjuga três dos dez reis tão completamente que a identidade separada de seus reinos é destruída. Restam sete reis dos dez, e o “chifre pequeno”. Ele é o “rei do semblante feroz”, tipificado por aquele outro “rei do semblante feroz”, Antíoco Epifânio, Daniel 8.23-25, o “príncipe que virá” de Daniel 9.26; Daniel 9.27 o “rei” de Daniel 11.36-45 a “abominação” de; Daniel 12.11 e Mateus 24.15 o “homem do pecado” de 2ª Tessalonicenses 2.4-8 e a “besta” de Apocalipse 13.4-10.

Pr. Elias Ribas - Professor de Teologia

Assembleia de Deus

Blumenau SC

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