TEOLOGIA EM FOCO: A QUEDA DO IMPÉRIO BABILÔNICO – DANILE 5

terça-feira, 12 de julho de 2022

A QUEDA DO IMPÉRIO BABILÔNICO – DANILE 5



Daniel 5.1-5, 8, 11, 17, 23-30

1- “O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes e bebeu vinho na presença dos mil. 2- Havendo Belsazar provado o vinho, mandou trazer os utensílios de ouro e de prata que Nabucodonosor, seu pai, tinha tirado do templo que estava em Jerusalém, para que bebessem neles o rei, os seus grandes e as suas mulheres e concubinas. 3- Então, trouxeram os utensílios de ouro, que foram tirados do templo da Casa de Deus, que estava em Jerusalém, e beberam neles o rei, os seus grandes, as suas mulheres e concubinas. 4- Beberam o vinho e deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de cobre, de ferro, de madeira e de pedra. 5- Na mesma hora, apareceram uns dedos de mão de homem e escreviam, defronte do castiçal, na estucada parede do palácio real; e o rei via a parte da mão que estava escrevendo. 8- Então, entraram todos os sábios do rei; mas não puderam ler a escritura, nem fazer saber ao rei a sua interpretação. 11- Há no teu reino um homem que tem o espírito dos deuses santos; e nos dias de teu pai se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria, como a sabedoria dos deuses; e teu pai, o rei Nabucodonosor, sim, teu pai, ó rei, o constituiu chefe dos magos, dos astrólogos, dos caldeus e dos adivinhadores. 17- Então, respondeu Daniel e disse na presença do rei: As tuas dádivas fiquem contigo, e dá os teus presentes a outro; todavia, lerei ao rei a escritura e lhe farei saber a interpretação. 23- E te levantaste contra o Senhor do céu, pois foram trazidos os utensílios da casa dele perante ti, e tu, os teus grandes, as tuas mulheres e as tuas concubinas bebestes vinho neles; além disso, deste louvores aos deuses de prata, de ouro, de cobre, de ferro, de madeira e de pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida e todos os teus caminhos, a ele não glorificaste. 24- Então, dele foi enviada aquela parte da mão, e escreveu-se esta escritura. 25- Esta, pois, é a escritura que se escreveu: Mene, Mene, Tequel e Parsim. 26- Esta é a interpretação daquilo: Mene: Contou Deus o teu reino e o acabou. 27- Tequel: Pesado foste na balança e foste achado em falta. 28- Peres: Dividido foi o teu reino e deu-se aos medos e aos persas. 29- Então, mandou Belsazar que vestissem Daniel de púrpura, e que lhe pusessem uma cadeia de ouro ao pescoço, e proclamassem a respeito dele que havia de ser o terceiro dominador do reino. 30-Naquela mesma noite, foi morto Belsazar, rei dos caldeus. 

Neste capítulo, veremos o cumprimento das palavras que Daniel disse ao rei Nabucodonosor, ao interpretar o sonho do rei: “E, depois de ti, se levantará outro reino, inferior ao teu, e um terceiro reino, de metal, o qual terá domínio sobre toda a terra.” (Dn 2.39). Babilônia a cabeça de ouro, foi decorado pelos medo-persa, assim deu início a um segundo império mundial, comandado pelos imperadores Dário e Dário. 

I. QUEM ERA BELSAZAR 

Neste capítulo aparece o último rei Babilônico: Belsazar era filho de Nabonido, que era genro de Nabucodonosor e que reinou a Babilônia por 17 anos (de 556 a 539 a.C.). Enquanto Nabonido permanecia fora da cidade de Babilônia, Belsazar estava reinando em Babilônia. Nessa narrativa, o rei é condenado pelo insolente menosprezo que demonstrou pela santidade do Deus de Israel e pelo seu templo.

O nome Belsazar significa “Bel, protege o rei”. Não deve ser confundido com Beltessazar, o nome babilônico dado a Daniel (1.7) que significa: “Bel protege a sua vida” ou “Senhora, protege o rei”).

II. BREVE HISTÓRIA DO IMPÉRIO BABILÔNICO 

O império Babilônico teve início no ano 612 a C.539 a.C. A cidade era extravagante; luxuosa e pomposa além do que se possa imaginar; era sem rival na história do mundo. Isaías diz a respeito de Babilônia: “Babilônia, a joia dos reinos, glória e orgulho dos caldeus” (Is 13.19). Jeremias diz que a Babilônia era a “glória de toda terra” (Jr 51.41).

Os antigos historiadores declaram que seu muro alcançava 96 km de extensão (24 km de cada lado da cidade), 90 m de altura e 25 de espessura. O muro tinha ainda 250 torres e 100 portões de cobre. Sob o rio Eufrates, que dividia Babilônia ao meio, passava um túnel. Os diversos muros da cidade e do palácio e fortalezas eram tão espessos e altos, que para qualquer tipo de guerra da Antiguidade, Babilônia era uma cidade simplesmente inconquistável. 

1. O orgulho pessoal e político do rei. “A grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder, e para glória da minha majestade” (Dn 4.30).

O homem mais orgulhoso da época se vã gloria pelos seus feitos; o Senhor Deus diz ao profeta Isaías: “E a minha glória não a darei a outro” (Is 48.11b). Devemos ter o cuidado, pois, com o costume de receber a glória que pertence só a Deus. 

2. A soberba leva a ruina. Veremos a seguir algumas profecias bíblicas vaticinadas pelos profetas que se cumpriram em Babilônia.

Nunca mais seria habitada. “E Babilônia, o ornamento dos reinos, a glória e a soberba dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou. Nunca mais será habitada nem reedificada de geração em geração: nem o árabe armará ali a sua tenda, nem tampouco os pastores ali farão os seus rebanhos. Mas as feras do deserto repousarão ali, e as suas casas se encherão de horríveis animais” (Is 13.19-21 – outras ref. Jr 50.13, 39; Jr 51.37, 58).

Aos olhos humanos era impossível a Babilônia ser conquistada, mas o que Deus falou por intermédio de Seus profetas cumpriu-se. Diz a história em confirmação com a Bíblia que o rio Eufrates que passava sob a Babilônia secou-se e os Medos e Persas a conquistaram.

“Cairá à seca sobre as suas águas, e secarão” (Jr 50.38). “Quem diz às profundezas: seca-te, e eu secarei os teus rios” (Is 44.27).

Jeremias profetizou 50 anos antes da queda do Império Babilônico e que seria dominado pelo rei da Média. “Alimpai as flechas, preparai perfeitamente os escudos: O Senhor despertou o espírito dos reis da Média: porque o seu intento contra Babilônia é para destruir” (Jr 51.11). Cinquenta anos após Jeremias ter profetizado, o profeta Daniel relata no capítulo 5, a tomada da grande Babilônia. 

III. O JUÍZO DE DEUS SOBRE BABILÔNIA 

1. Uma festa no palácio real. No ano 538 a.C. o rei Belsazar, filho de Nabonido, estava num grande banquete juntamente com mais de mil convidados, onde bebia muito vinho e davam louvores aos seus deuses. A Bíblia diz que bebiam vinho nas taças de ouro trazidas do templo de Jerusalém quando Nabucodonosor trouxe Israel para o cativeiro Babilônico. 

2. O dedo de Deus escreve na parede (Dn 5.5). A resposta divina foi imediata: Deus interferiu naquela festa escrevendo sua sentença na parede do salão, diante dos olhos de Belsazar e de todos os seus convivas.

Na noite da festa, Belsazar teve uma visão, viu uns dedos de mão de homem que escreviam na parede do palácio real, que dizia: Mene, Mene, Tequel, Ufarsim. Estas palavras estão em aramaico, mas compartilham alguns radicais com a língua babilônica. De modo assombroso e assustador estava escrito a sentença contra o rei Belsazar e o seu reino. Era uma mensagem de julgamento para um povo que era ímpio, não tinha moral e tinha um comportamento desprezível. O Reino da Babilônia foi rasgado. Fez-se um silêncio dentro do palácio. 

3. A rainha lembrou-se do profeta Daniel (Dn 5.6-12). A mensagem na parede estava numa linguagem ininteligível (v. 7). No primeiro momento, ninguém compreendia o que estava escrito. Belsazar convocou todos os sábios para decifrar o “enigma”. Entretanto, eles foram incapazes de fazê-lo. É provável que Daniel estivesse com cerca de oitenta anos. Ele era jovem quando fora levado para a Babilônia, sessenta e seis anos atrás, em 605 a.C. (1.1).


Como Daniel já era conhecido pelos seus feitos no palácio, foi comunicado por intermédio da rainha filha de Nabucodonosor, mãe do rei Belsazar, e então trouxeram o profeta Daniel para fazer a leitura da escrita. No mesmo instante que Daniel viu a escrita a interpretou dizendo: Mene: “Contou Deus o teu reino e o acabou”. Tequel: “Pesado foste na balança, e foste achado em falta”. Peres: “Dividido foi o teu reino, e deu aos medos e aos persas” (Dn 5.26-28). E mais uma vez o profeta Daniel, com a sabedoria divina, trouxe conhecida o enigma divino. 

4. Daniel entra na presença de Belsazar (Dn 5.13). Belsazar não via a Daniel como servo do Deus Altíssimo, mas apenas como um dos sábios do palácio. A mãe de Belsazar, contrariamente, o conhecia e tinha certeza que Daniel era uma pessoa diferente e o seu Deus, poderoso. Ela mesma havia testemunhado as proezas do Deus de Israel em outras ocasiões da história daquele reino. 

5. O fim repentino do império babilônico (vs. 30,31). Os Persas formaram uma colisão para derrotar a Babilônia. A Média sob o comando de Dário e a Pérsia sob Ciro. Na mesma noite em que Belsazar teve a visão, os Medos e os Persas invadiram a Babilônia, mataram Belsazar e tomaram o Palácio. Assim terminou o magnífico império babilônico, (a cabeça de ouro da estátua de Dn 2.32, o leão com duas asas de Dn 7.4). Os medos e os persas passariam a reinar no lugar do império da Babilônia, (Dn 2.32b o peito e os seus braços, de prata”; urso Dn 7.5; um carneiro com dois chifres (Dn 8.3).

Nada escapa aos seus olhos. Tão logo foi dada a interpretação da mensagem e as honrarias feitas a Daniel para ser o terceiro homem do império, o rei Belsazar foi morto e o exército de Dario entrou na cidade da Babilônia.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

 

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