TEOLOGIA EM FOCO: agosto 2013

sábado, 31 de agosto de 2013

BAIXO ESPIRITISMO


I.     HISTÓRICO

ORIGEM REMOTA - A primeira sessão espírita aconteceu no jardim do Éden, quando o diabo agiu como guia espiritual, a serpente serviu de médium (cavalo) e Eva de assistente. Daquele momento em diante a religião espírita em suas mais diversas formas se proliferou pelo mundo todo. Na Babilônia, Egito, Canaã, China, Tibete, Índia, África em geral e muitas tribos indígenas, o espiritismo chegou a ser a religião oficial da maioria do povo. Mesmo as religiões não declaradamente espíritas tinham um pujante cunho de misticismo fetichista que as ligava diretamente às práticas ocultistas.

1.   Herança africana.
O Baixo Espiritismo, existente no Brasil é de origem africana. “Dois grupos étnicos africanos vieram realmente contribuir para a formação dos assim chamados ‘cultos afro-brasileiros’: os Sudaneses e os Bantos. No Brasil, tornou-se dominante a religião sudanesa, a dos Yoruba” (Baalen).

2.   Sincretismo afro-brasileiro.
Esta forma diabólica de culto foi transportada para o Brasil pelos navios negreiros que traziam escravos “do rio Congo, de Angola e de Moçambique”. Ao chegarem no Brasil, foram oficialmente proibidos pelo catolicismo de praticarem seus cultos. Para escaparem à perseguição que se seguiu, adotaram santos católicos como S.Jorge, S.Antonio e outros. Pela convivência com índios brasileiros, acrescentaram o nome de caboclos e divindades indígenas ao seu panteão e, mais tarde, idéias Kardecistas.

3.   Atualidade.
Tendo o catolicismo romano perdido seu monopólio no campo religioso e o país estando aberto ao pensamento ideológico, a proliferação dos terreiros espíritas é assustadora. Hoje o principal centro de proliferação e prática está no Rio de Janeiro. Em alguns lugares, catolicismo e Baixo Espiritismo já estão andando de mãos dadas. Muitos dos católicos professos crêem ou são adeptos do espiritismo. É muito grande a influência desta religião na cultura brasileira.
Muitas figuras importantes hoje estão ligadas ao Baixo Espiritismo: São políticos, empresários e outros que procuram nesta religião diabólica a solução de seus problemas, mas só encontram maldição e ruína.

II.   ADEPTOS

São comumente divididos em três categorias:

* ATIVOS - São os chefes de terreiros, os cavalos (médiuns), os cambonos (ajudantes diretos dos médiuns) e ogãs (figuras destacadas nos centros).


* PARTICIPANTES - São frequentadores assíduos, mas não compreendem perfeitamente o espiritismo. O procuram porque necessitam de um objeto de fé e porque creem que ali resolverão seus problemas mais imediatos.


* EVENTUAIS - Geralmente são católicos que só procuram os terreiros por interesse pessoal e esporadicamente. Recebem passes, fazem despachos e acreditam nos guias, mas não tem nenhum compromisso sério com a religião. Assim que se sentem satisfeitos, se afastam novamente.

III.  DOGMATISMO GENERALIZADO

Embora não tendo codificação fixa - muitos até zombam dos livros - alguns pontos são comuns a todos.

ENTIDADES ESPIRITUAIS - Todos creem nos espíritos - guias - os invocam com cânticos e danças próprias - geralmente o batuque - os incorporam e servem conforme os ditames de cada . Deus superior da religião sudanesa. Seu nome está esquecido no Brasil.

1. Orixás - São entidades divinas com nomes africanos, mas geralmente identificadas com santos católicos:
a. Oxalá é identificado com Cristo.
b. Xangô é S.João Batista e S. Jerônimo.
c. Yansã é S.Bárbara.Ogum é S. Jorge.
d. Oxossi é S. Sebastião.
e. Exú é o deus brincalhão dos Yoruba. Por sua habilidade em fazer o mal, é identificado com o diabo e é também o mais temido.
Estes e muitos são os chefes de “falanges” - termo tomado por empréstimo do exército grego, no tempo de Alexandre, o Grande. Em cada divisão se concentram miríades de demônios menores que são igualmente adorados.

2. Pretos Velhos - São almas dos antepassados africanos ou de algum adepto que se destacou na seita.

3. Caboclos - Almas de antepassados índios, podem representar uma pessoa ou uma tribo inteira.

IV.  HIERARQUIA PERSONAL

O princípio da autoridade está baseada principalmente no grau de desenvolvimento que o adepto alcançou.

1. Pai ou mãe-de-santo - São aqueles (as) que já alcançaram um grau mais alto de desenvolvimento espiritual, incorporam entidades mais elevadas - orixás - e são os chefes de terreiros. São temidos, adorados e invejados pelos demais adeptos; são chamados de pai (ou mãe) e sua autoridade é incontestável, visto que cada terreiro segue as orientações pessoais do líder.

2.) Filhos de santo ou cavalos - São aqueles que já incorporaram, mas apenas entidades menos elevadas, como pretos velhos e caboclos. Poucos incorporam orixás. São a verdadeira montaria dos demônios.

3. Cambonos - São os ajudantes diretos dos médiuns quando estes estão possessos. Transmitem os conselhos dos guias, fazem anotações e outras atividades pertinentes.
4. Ogãns - São “espécies de protetores prestigiosos” (Baalen). Servem também para “puxar o ponto” (dança) na invocação dos espíritos.

V.   SISTEMA DE CULTOS

Centro de Mesa - Na umbanda praticam também um sistema semelhante ao Kardecista: o médium incorporado assenta-se atrás de uma mesa e dá “consultas” aos clientes ou encarna um morto segundo o pedido do consulente. Este sistema é conhecido como linha branca, pois procura fazer somente o bem.

Terreiros - Estes são comuns em todas as divisões. Alguns usam atabaques (tambores) e pontos (danças) na invocação dos guias (espíritos). Outros apenas saúdam os ídolos do congal, o pai ou mãe-de-santo e incorporam em seguida. Dão passes, receitas, conselhos e a costumeira fórmula de proselitismo aos incautos: “você precisa desenvolver”, alguns prometem curas, solução de problemas pessoais, emprego, casamento, negócios, etc.

VI.  CRENÇAS COMUNS

Diretamente ligadas a toda sorte de espiritismo, estão as conhecidas práticas da simpatia, benzedura, uso de amuletos, breves, talismãs, consulta ao horóscopo, cartomantes, búzios, etc.

VII.     ÉTICA

Inexiste um sistema de ética definido. Cada grupo faz seu próprio sistema. Alguns problemas éticos salientes são:

1. Amor - Só é conhecido segundo os padrões egoísticos e sensuais do mundo pagão. O uso da violência é comum.

2. Moralidade - Não há um conceito de pureza moral à semelhança do cristianismo. Sexo ilícito, traição, separação, divórcio, desonestidade e competições são fatos comuns entre os adeptos.

3. Cerimônias - Não há conceito de pureza, cerimonial e nem de conservação da saúde. No Antigo Testamento os sacrifícios sangrentos eram regidos por uma severa lei de preservação ambiental e corporal dos ofertantes. As cerimônias sangrentas no Baixo Espiritismo são condenadas pela medicina e todas as regras de higiene conhecidas.

VIII.   DIVISÕES E DIFERENÇAS

No Brasil existem quatro divisões principais. Cada qual tem suas peculiaridades. Ás vezes se misturam ou então se tornam grandes rivais.

1.   Umbanda.
a)   O vocábulo Umbanda significa “do lado de Deus ou do bem”
b)   “É um misto de espiritismo, Kardecista, catolicismo, budismo e mediunismo” (J. Cabral).
c)   Servem especialmente aos orixás, pretos velhos e caboclos, pela prática do bem e rejeitam aos exús, pois os consideram muito maus.
d)   Suas oferendas são de flores, velas, perfumes e enfeites.
e)   Predominam as roupas de cores brancas e azuis.
f)   Usam os atabaques e pontos na invocação de guias.

2.   Quimbanda.
a) Predomina o uso de cores vermelhas e pretas.
b) Os sacrifícios geralmente são sangrentos e a oferenda de animais é constante.
c) Servem principalmente aos exús. Procuram oferecer um sacrifício maior do que aquele oferecido na Umbanda, para conquistar os exús.
d. Preocupam-se especialmente em fazer o mal, segundo a solicitação dos adeptos ou frequentadores eventuais.
e) Consomem bastante marafa (cachaça) misturada com arruda e outras ervas.

3.   Candomblé.
Religião afro-brasileira que cultua os orixás, deuses das nações africanas de língua ioruba dotados de sentimentos humanos, como ciúme e vaidade. O candomblé chegou ao Brasil, entre os séculos XVI e XIX, com o tráfico de escravos negros da África Ocidental. Sofreu grande repressão dos colonizadores portugueses, que o consideravam feitiçaria. Para sobreviver às perseguições, os adeptos passaram a associar os orixás aos santos católicos, em um processo chamado de sincretismo religioso. Por exemplo, Iemanjá é associada a Nossa Senhora da Conceição; Iansã a Santa Bárbara.

Uma das festas mais conhecidas do candomblé brasileiro é a de Iemanjá, orixá feminino considerado a rainha dos mares e oceanos. A comemoração acontece no dia 2 de fevereiro, na Bahia, e na noite de 31 de dezembro, no Rio de Janeiro. Os devotos levam oferendas ao mar, e, segundo a tradição, Iemanjá surge envolta em espuma para recebê-las.

A Lavagem do Bonfim, em Salvador (BA), é um dos exemplos da fusão religiosa do catolicismo com o candomblé. O Senhor do Bonfim, homenageado no dia 11 de janeiro, é identificado como Oxalá. Os fiéis percorrem, em cortejo, um trajeto que começa no largo da Conceição e termina na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim. No local é realizada a lavagem simbólica das escadarias da igreja, com água perfumada e flores.

Pais e mães-de-santo – Os pais-de-santo (babalorixás) e mães-de-santo (ialorixás) são os chefes do terreiro por indicação direta de um orixá. A escolha geralmente acontece nos cultos e, durante a revelação do santo, o aprendiz é tomado por tremores e sobressaltos. A segunda etapa dura quase um mês: internado no terreiro, o aprendiz tem a cabeça raspada, é banhado com sangue sacrificial de animais e, finalmente, promovido a filho ou filha-de-santo (iaô), sacerdote de um orixá. Concluída essa fase, o filho ou filha-de-santo ainda passa por uma preparação, que demora vários anos, até chegar a pai ou mãe-de-santo. Nos terreiros, além de chefiar os rituais, os babalorixás e as ialorixás recebem os fiéis em sessões individuais para revelar o orixá de cada um, tradicionalmente pelo jogo de búzios. A identificação do orixá, ou santo no sincretismo, ajuda o fiel a entender a própria personalidade. Para o fiel, cultuar o Candomblé significa equilibrar suas energias (axés) com as energias de seu orixá.

Ritos – Cada orixá tem uma rica história de narrativas míticas. Elas definem seu temperamento e seus gostos, suas cores, comidas, suas cantigas, rezas e tabus, ambientes e ligação com a natureza, situações associadas a ele e um grito pessoal, saudação que é usada para invocá-lo.

a)   Usam banhos e oferendas de comidas aos guias.
b)   Fazem diversas misturas de ervas com pó de cemitério, pó de osso e pedras para fechar o corpo, afastar mau olhado, fazer defumação, receberem benefícios, seduzir a pessoa desejada, etc. Tudo isto é comercializado com a finalidade de gerar fundos aos terreiros.
c)   “O sangue do Candomblé é verde” (J. Cabral). Usam sacrifícios sangrentos, mas o sangue é misturado com ervas brasileiras e contrabandeadas da África.
d)   Não invocam pretos velhos ou caboclos, mas sim os exús e adoram abertamente ao diabo. Aplicam-se principalmente à prática do mal.
e)   Usam a prática de “fazer cabeça”, i.é, vendem a alma aos demônios. Por isso a dificuldade que muitos adeptos têm para se converterem, pois temem aos demônios devido aos votos que fizeram.

4.   Macumba.
a)      É a mais profana e liberal das práticas espíritas. Não possui normas e nem se limita a qualquer sistema. Seu sincretismo não tem compromisso sério com nenhuma das outras práticas.
b)      Usam defumação antes de começar as sessões nos terreiros.
c)      Fazem uma prece a oxalá (Jesus) e aos orixás pedindo licença para começar a sessão.
d)     Quando realizam sessões para orixás e exús, geralmente são às sextas-feiras à meia-noite.
e)      Fazem oferendas da farofa, pipoca, cachaça e outras bebidas. Para descargas mais pesadas, usam também a pólvora. Normalmente colocam os despachos nas encruzilhadas, rios, no mar, nas matas ou nos cemitérios. Tudo é feito segundo a exigências do guia.

REFUTAÇÃO BÍBLICA

1.   Não idolatrar.
a)        O ídolo é uma usurpação do lugar e glória que pertence somente ao Senhor e também uma inversão de valores (Êx 20.4,5; Rm 1.23, 25).
b)        Deus condena com veemência a idolatria e os idólatras (Dt 4.23, 24; Ap 21.8).

2.   Não consultar espíritos e nem mortos.
a)        Deus falou através dos anjos (Dn 9.21-22), mas nunca permitiu que fossem invocados ou adorados (Ap 22.8-9).
b)        Os mortos não voltam para entrar em contato com os vivos (Ec 9.5-6; Lc 19.27-31).
c)        Quem consulta espíritos e mortos está servindo aos demônios (Lv 17.7; Lc 4.4,7).

3.   Não praticar feitiçaria.
a)        Deus condenou todas as formas de feitiçaria (Dt 18.10-14; Is 8.19,20), pois é um serviço direto a Satanás.
b)        A vida terrena dos feiticeiros é saturada de sofrimentos, pois não tem as benções de Deus (Is 8.21,22).
c)        No A.T. os feiticeiros eram punidos com a morte (Ex 22.18).
d)       A condenação eterna está reservada aos feiticeiros e àqueles que neles crêem
(Ap 22.15).

4.   Ter ética definida. 
a)        O cristianismo é uma religião de normas definidas. O amor à pureza e a tudo o que é verdadeiro são sua marca indelével (Lc 10.27; Jo 13.34; Rm 12.9-13,14; Ef 4.17; 6.9, etc.).
b)        Os cristãos não são salvos pela prática das boas obras, mas estas são uma consequência natural e obrigatória da salvação recebida (Ef 2.10).

5.   Amar e servir somente a Deus. 
a)        Este foi o propósito da criação. Deus não criou o homem para que andasse perdido e dominado por qualquer sorte de pecado ou crença espúria em qualquer espírito usurpador (Is 43.7).
b)        O homem só é beneficiado quando se dedica exclusivamente ao Senhor (Jo 14.1-3; 1ª Co 15.51-53).
c)        Este foi o exemplo e ordem do Homem Perfeito - Jesus (Mt 4.10). Também foi imitado pelas maiores e melhores personalidades que já viveram neste mundo: Paulo e Pedro (Gl 1.10; At 14.19), Agostinho, Lutero, Calvino, Knox, Moody, Robertson, George Washington, Billy Graham e outros milhões de exemplos.


O Baixo Espiritismo está entre as religiões mais degradadas que existem. Não apenas são vítimas do poder satânico, como também o invocam voluntariamente. Embora muitos não se importem com a Igreja do Senhor, suas práticas maléficas são uma pedra no sapato dos crentes. Isto porque são um reforço para o reino inimigo, o que resulta em natural antagonismo ao Reino de Deus. Somente pela Prática constante da oração fervorosa e da evangelização incansável é que os cristãos terão vitória sobre estas hostes malignas.

Pr. Elias Ribas

FONTE DE PESQUISA

1.      BÍBLIA EXPLICADA, S.E.McNair, 4ª Edição, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
2.      BÍBLIA PENTECOSTAL, Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida, Edição 1995, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
3.      BÍBLIA SHEDD, Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil – 2ª Edição, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri, SP.
4.      BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida, 1995, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri, SP.
5.      CLAUDIONOR CORRÊA DE ANDRADE, Dicionário Teológico, p. 286, 8ª Edição, Ed. CPAD, Rio de janeiro, RJ.
6.      DELVACYR BASTOS, seitas e heresias, Escola Teológica Filadélfia, Cascavel PR, Email - prdelvacyr@hotmail.com.
7.      ELIENAL CABRAL, lições bíblicas, 1º trimestre 2007, Ed. CPAD, Rio de Janeiro RJ.
9.      ELINALDO RENOVATO DE LIMA, lições bíblicas, 3º trimestre 2004, Ed. CPAD, Rio de Janeiro RJ.
8.  ELINALDO RENOVATO DE LIMA, lições bíblicas, 4º trimestre 1991, Ed. CPAD, Rio de Janeiro RJ.
9.  ELIEZER LIRA, lições bíblicas, 1º trimestre de 2006, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
10.  EZEQUIAS SOARES SILVA, lições bíblicas, 2º trimestre de 1997, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
11.   EZEQUIAS SOARES, lições bíblicas, 2ª trimestre de 2006, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
12.  FRANCISCO DA SILVEIRA BUENO, Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, 11 ª Edição, FAE, Rio de Janeiro RJ.
13.  JOSÉ ELIAS CROCE, Lições bíblicas, 1º trimestre 2000, Ed. Betel.
14.  JOHN LANDERS, Religiões mundiais, Juerp, Rio de Janeiro, 3ª Edição, 1994.
15.  PAULO MIGLIACCI ME, Cientista propõe fim do “culto a Darwin”, Seite -E:\EVOLUÇÃO.mht – acesso dia 22/02/2009.
16.  RAIMUNDO OLIVEIRA, Heresiologia – 2ª Edição – EETAD, São Paulo SP.
17.  RAIMUNDO OLIVEIRA, Lições Bíblicas, 1º Trimestre de 1986, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
18.  RAIMUNDO DE OLIVEIRA. Seitas e Heresias: Um Sinal do Fim dos Tempos. Rio de Janeiro: CPAD, 2002. Disponível: http://desmascarandoseitas.blogspot.com/2008_12_01_archive.html - acesso dia 10/01/2011.
19.  RELIGIÕES MUNDIAIS, Seminário Teológico AMID, Cascavel, PR - e-mail: se.amid@hotmail.com
20.  SEITAS E HERESIAS, Escola de educação teológica Elohim, São Paulo, SP.
21.  SÉRIE APOLOGÉTICA, ICP, Volomes I ao VI, Instituto Cristã de Pesquisa, Site, ww.icp.com.br24.  SEITAS E HERESIAS, SEAMID, Cascavel – PR, se.amid@hotmail.com

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A FÉ PARA SALVAÇÃO



“Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18).

No versículo deste tema, Jesus faz uma referência sobre Sua Igreja, quando diz: “Minha Igreja”. No mundo existem centenas de igrejas, mas, qual é a Igreja verdadeira entre todas que existem no mundo? Existe uma interrogação, mas vamos mostrar através deste estudo à síntese da verdadeira igreja. 

I. É A IGREJA BÍBLICA

1. Edificada pela Palavra de Deus.
2. É fiel e guarda a Palavra do Senhor.
3. É expositora unicamente da mensagem bíblica.

Em Jo 5.39 Jesus diz: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna e são elas mesmas que testificam de mim”.

A igreja verdadeira é aquela que prega seus ensinos e doutrinas dentro da Palavra de Deus e desvio.

II. É A IGREJA COMPRADA COM SANGUE
No evangelho de Mt 26.28 Jesus diz: “Isto é meu sangue, o sangue da nova aliança, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados”. Em 1ª Pe 1.18-19 diz: “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro que foste resgatado da vossa vã maneira de viver, a qual por tradição recebeste dos vossos pais. Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha”. Ap 7.14 “São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro”. Ap 12.11 “Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida”.

A.    O sangue de Jesus foi o mais alto preço pago por alguém.
B.     Ela é santa porque foi purificada com sangue de Cristo. Em 1ª Jo 1.7 diz: “Mas se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado”.
C.     A verdadeira Igreja foi resgatada para ser de Cristo.
III. É A IGREJA QUE LOUVA A CRISTO
Louvor é o mesmo que elogiar; dirigir louvores; gabar; exaltar; enaltecer; bendizer; glorificar.

A.     Todos devem louvar: Sl 67.3 “Louvem-te ó Deus, os povos; louvem-te os povos todos”.
B.     Com Cânticos: Sl 9.11 “Cantai louvores ao Senhor, que habita em Sião; anunciai entre os povos os seus efeitos”. Sl 147.1 “Louvai ao Senhor, porque é bom cantar louvores ao nosso Deus; isto é agradável; decoroso é o louvor”. Sl 22.25-26 “De Ti vem o tema do meu louvor na grande congregação; pagarei os meus votos perante os que o temem. 26 Os pobres comerão e se fartarão; louvarão ao Senhor os que o buscam. Viva para sempre o vosso coração”.
C.     Com instrumentos musicais: Sl 33.2 “Louvai ao senhor com a harpa; cantai a ele com saltério de dez cordas”. Sl 150.3-6 “Louvai-o com o som de trombeta; louvai-o com saltério e a harpa. 4 Louvai-o com adufes e a flauta, louvai-o com instrumentos de cordas e órgãos 5 Louvai-o com címbalos sonoros altissonantes. 6 Tudo o que tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor”.
D.     Sempre: Hb 13.15 “Portanto, oferecemos sempre por meio dele a Deus sacrifícios de louvor que é o fruto de lábios que confessam o seu nome”. 
E.     Arma poderosa: 2ª Cr 20.22 “Quando começaram a cantar e dar louvores ao Senhor, o Senhor pôs emboscadas contra os homens de Amon, de Moabe, e do monte Seir, que tinham vindo contra Judá, e foram desbaratados”.
F.      O louvor é parte fundamental da Igreja viva.
G.     O louvor expressa gratidão e alegria ao Senhor e criador de tudo e de todos.
H.     Adora só a Deus em Espírito e em verdade.
IV. É A IGREJA CRISTOCÊNTRICA
A.      Cristo é a cabeça e chefe único da igreja: Ef 1.22 Paulo diz: “E sujeitou todas coisas debaixo dos seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da Igreja”.
B.       Cristo é quem faz as obras na Igreja: Mc 16.16 Jesus diz: “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; 17 Pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem às mãos sobre os enfermos, eles ficarão curados”.

No evangelho de Mt 28.19 Jesus diz: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra”. A autoridade está no precioso nome de Jesus. Existem igrejas que a autoridade está no nome de Pedro, de Paulo, de Maria, de João, e outros. Mas a igreja verdadeira é cristocêntrica.

C.       Cristo é seu único caminho: Em Jo 14.6 Jesus diz: “Eu sou o caminho, a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”.
D.      Cristo é a única porta: Em Jo 10:9 Jesus diz: “Eu Sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo”.
E.       Cristo é o único mediador: Na carta a 1ª Tm 2.5 Paulo diz: “Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem”.
F.        Cristo é o único advogado: 1ª Jo 2.1 diz: “Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia alguém pecar, temos advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, justo”.
 V. A VERDADEIRA IGREJA AGUARDA A VOLTA DE JESUS CRISTO
Cristo está edificando a Igreja e voltará para busca-la. Em Jo 14.2-3 Jesus diz: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também”.
1.      A igreja verdadeira espera Cristo evangelizando o mundo.
2.      Espera a Cristo aperfeiçoando os irmãos.
3.      Espera a Cristo sendo o sal e a luz da terra. 
4.      Espera a Cristo convicta que Ele virá.

Conclusão: Não estou falando de uma placa de igreja, estou falando da verdadeira igreja que vai morar no céu com Deus.
Se você amigo leitor quiser fazer parte desta Igreja, eu te convido a receber a Cristo como único meio de salvação e cumprir a Sua Palavra.

CARNE IMUNDA, CARNE LIMPA


 O Adventismo em suas teses MIRABOLANTES, confundem a ORDEM DOS FATOS:

►☼ A - LEVÍTICO 11, onde fala sobre não comer animais chamados de IMUNDOS, foi orientação proibitiva ANTES da travessia do POVO HEBREU, do RIO JORDÃO.


► a.1 - OU SEJA, povo AINDA estava no DESERTO e tiveram essa ORIENTAÇÃO, ao mesmo tempo dietética COMO mostra sobre carnes ADEQUADAS para sacrifícios e das NÃO ADEQUADAS.


► a.2 - ASSIM, o orientação DIETÉTICA ao povo Hebreu, por ESTAREM AINDA NO DESERTO, reforça a ORIENTAÇÃO de Levíticos 11 valeu enquanto o povo ainda estava NO DESERTO.


► a.3 - Em Dt 12, com o POVO já tendo TIDO ATRAVESSADO O JORDÃO, não estavam mais no Deserto, Deus PERMITE e ABENÇOA que o povo COMESSE CARNES IMUNDAS E LIMPÁ.


►☼ B - DEUTERONÔMIO 12 mostra Deus PERMITINDO o povo Hebreu comer, sob Sua Bênção, carnes consideradas imundas e as limpas, isto DEPOIS que o POVO atravessou o RIO JORDÃO.


► Assim a Carne, inclusive as catalogadas como IMUNDA, mostra o Povo Hebreu COMENDO, com a bênção de Deus já DO OUTRO LADO DO JORDÃO.


► Agora observem, em Deuteronômio, Deus abençoando os judeus para os mesmos poderem comer TANTO carne com simbolismo de IMUNDA e carne com SIMBOLISMO de LIMPA.


► Dt 12.7 - E ali comereis PERANTE o Senhor vosso Deus, e vos alegrareis em tudo em que puserdes a vossa mão, vós e as vossas casas, no que ABENÇOAR o Senhor vosso Deus.


► Dt 12.10 - Mas PASSAREIS O RIO JORDÃO, e habitareis na terra que vos fará herdar o Senhor vosso Deus; e vos dará repouso de todos os vossos inimigos em redor, e morareis seguros.


► Dt 12.15 - Porém, conforme a todo o desejo da tua alma, matarás e COMERÁS CARNE, dentro das tuas portas, segundo a bênção do Senhor teu Deus, que te dá em todas as tuas portas; o IMUNDO e o LIMPO dela comerá, como do corço e do veado.


► Ou seja, tanto o Judeu (limpo), como o estrangeiro (imundo) que estavam com o povo.
AOS EQUIVOCADOS QUANTO A LV 11 E DT 12.


► Dt 12.16 - Tão-somente o sangue NÃO comereis; sobre a terra o derramareis como água
► Dt 12.22 - Porém, como se come o corço e o veado, assim comerás; o IMUNDO e o LIMPO também comerão deles.


► Dt 12.23 - Somente esforça-te para que não comas o sangue; pois o sangue é vida; pelo que não comerás a vida com a carne.


► Dt 15.22 - Nas tuas portas o COMERÁS, O IMUNDO E O LIMPO o comerão também, como da corça ou do veado.


Essa simbologia tem amplitude de significados, como podemos dissertar a seguir, e de forma sucinta:

Quando Deus chamou Abraão, quem nem hebreu era, pois não existia ainda a nação judaica.

Mostrou nessa chamada a promessa de que Deus faria de Abraão uma Grande Nação, Nação essa que foi levantada para REALIZAR o PLANO DA REDENÇÃO de Deus, que chegou ao seu cumprimento no Ministério de Jesus Cristo.

Pois bem, o povo limpo, representado pela carne limpa, eram os judeus, que através desse povo, Deus estabeleceu sacrifícios de animais, com a recomendação de animais limpos para sacrifícios, pois os imundos não serviam.

Tanto o povo judeu (representado pelo animal limpo), tanto o animal em si, MESMO LIMPO, tinha que ser sem mancha para servir para sacrifícios.

Agora, quanto aos animais imundos, a representatividade simbólica, se referia aos gentios, povo que Deus NÃO USOU para realizar nenhum sacrifício do Plano da Redenção.

Assim sendo o povo judeu, era como ANIMAL LIMPO e o povo gentio, como ANIMAL IMUNDO.

Esse sentido de representatividade, tanto de povo, quanto de animais, não mais existe PÓS realização e CONCLUSÃO DA OBRA DA EXPIAÇÃO do PLANO DA REDENÇÃO, em Jesus Cristo.

O sentido real da carne IMUNDA nos dias de hoje, como Deus sempre fez entender, mesmo na VELHA ALIANÇA, que foi ENTRE DEUS E O POVO DE ISRAEL, se refere à questão de impiedade, abominação, hipocrisia, idolatria, soberba e semelhante nas pessoas, quer sejam de adjetivo gentílico judeu ou não.

Hoje, se o judeu não aceitar Jesus como Salvador e Senhor, diante de Deus são IMUNDOS, assim valendo também essa observação para todos os gentios que rejeitarem a mensagem de Jesus Cristo na sua essência.

Todos os judeus e gentios nos dias de hoje, que Deus em Jesus colocou TODOS como UM SÓ POVO, dentre esses, os que aceitarem a Cristo como Senhor e Salvador, são LIMPOS, porque, Jesus mesmo falou aos que o Aceitassem como Senhor e Salvador:  "Vós estais limpos pelas PALAVRAS que vos tenho dito” (Jo 15.3).

▬► Citar Isaías 16, não sabendo discernir o que lê, é um absurdo dogmático, pois as pessoas perdem a capacidade de pensar de forma coerente, a ponto de não entenderem que essa carne se torna abominável, pelo fato de ter sido sacrificada a deuses, conforme versículo Isaias 66.17.

▬► Na verdade, ou as pessoas escolheram apenas uma religião para se encostar, não tendo intimidade nenhuma com Deus, ou, se sinceras, estão fanatizadas, a ponto de não usarem o próprio tirocínio, embora, dentre essas pessoas até tenha profissionais liberais de curso superior em PHD.

Mas em se tratando do aspecto espiritual/religioso, são presas do engano, tendo a mente prezas nos grilhões da sutileza de satanás.


domingo, 25 de agosto de 2013

OS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA E A DOUTRINA DA TRINDADE

O que criam na verdade os pioneiros do adventismo e porque mudaram
Quem conhece hoje os Adventistas do Sétimo Dia(doravante ASD), e tem contato com a literatura atual deles, jamais imagina que em algum momento da história deles como organização religiosa, eles não tenham abraçado da forma atual a doutrina da Santíssima Trindade.
Se você conversar hoje com pastores ASD, verá que eles serão enfáticos em dizer a você que creem na Trindade e irão logo mostrar a literatura atual da IASD. Será que essa é a verdade sobre a doutrina deles? Será que eles sempre creram na Trindade, ou foi uma mudança para serem melhor vistos e menos rejeitados? Eles dirão que não, que Ellen G. White cria na Trindade. E tentarão fazer com que você acredite que sempre creram assim.
Essa, porém, não é a verdade. Eles mudaram radicalmente. Eles não criam desde o início assim como veremos, com provas. A doutrina da Trindade veio a ser oficialmente aceita e confessada nos círculos adventistas somente em 1980! E pesem na balança o fato de que tudo começou em 1844. Em 1863 eles se organizaram oficialmente. E porque só em 1980 a Trindade foi aceita? Não é algo estranho?
Isso se torna mais estranho ainda, quando Ellen G. White(doravante EGW) deixou o seguinte escrito como admoestação aos crentes ASD:
“Quando o homem vier para mudar um alfinete do fundamento que Deus estabeleceu por seu Espírito Santo, permita que os homens de idade que foram os pioneiros no nosso trabalho falem claramente, e permitam aqueles que estão mortos também falem, re-imprimindo os seus artigos em nossas revistas. Focalize os raios da divina luz que Deus tem dado, como Ele tem guiado seu povo passo a passo no caminho da verdade. Essa verdade prevalecerá no teste do tempo e da experiência” MS 62, 1905
Onde encontraremos segurança senão nas verdades que o Senhor nos deu nos últimos cinqüenta anos? Counsels to Writers and Editors, pág. 53.(escrito em 1903)
Percebem? Não devia ser mudado nada do que eles receberam por fundamento. EGW escreveu isso já bem idosa(ela morreu em 1915). Ou seja, não devia haver mudança no que foi ensinado.
Como ocorreu essa mudança então? Você deve estar perguntando como isso foi feito sem a anuência dela. Ocorre que havia um grupo que estava querendo mexer em algumas coisas. Mas eles, conhecendo sua profetisa, e também a posição dos pioneiros, não se atreveram a fazer algo, sem que eles já não constituíssem mais problemas, ou seja, tivessem morrido.
Alguém pode objetar: “Ora, mas será que eles(os pioneiros) eram tão radicais assim quanto à Trindade, a ponto dessas pessoas esperarem eles falecerem para propor mudanças?” Sim eram. Vamos dar uma olhada no que os pioneiros do movimento escreveram.
James White(ou Tiago White), marido de EGW, e três vezes presidente da Conferência Geral, órgão máximo na IASD se expressou nos seguintes termos:
“Eles tornarão seus ouvidos para longe da verdade e se voltarão para fábulas… aqui temos que mencionar a trindade, que contraria a personalidade de Deus e seu filho Jesus Cristo.” (artigo publicado em 1855 na Review and Herald, sob título “Preach the Word”)
J. N. Loughborough
Em resposta à pergunta: Qual objeção séria tem aí à doutrina da Trindade? Loughborough escreveu: “Existem muitas objeções que devemos enfatizar, mas devido ao nosso pequeno espaço devemos reduzir às 3 seguintes:
1. É contrária ao senso comum. (a trindade)
2. É contrária às Escrituras.
3. A sua origem é pagã e fantástica.”
R. F. Cottrell
Em um artigo sobre a Trindade, Cottrell escreve: “Para acreditar na doutrina da trindade não é mais que uma evidência do mal como a intoxicação do vinho com que as nações se embebedaram. O fato é que essa foi uma das principais doutrinas, senão a mais importante com que o bispo de Roma foi exaltado ao papado, o que não diz muito a seu favor”.
Bem, daí podemos tirar uma certeza: a Trindade não era uma das “verdades” que haviam sido dadas nos dias de EGW e dos pioneiros. Percebe-se portanto, que os pioneiros do adventismo eram semi-arianos.
Uma observação interessante, é que de 1889 até 1914, pode-se vasculhar todos os “Year Book” desse período que se verá claramente que não há qualquer menção da doutrina da Trindade.
A essa altura o leitor pode estar se perguntando como aconteceu mudança tão radical. Vamos a George R. Night, Professor de História da Igreja Adventista na Andrews University. Ele é autor do livro “Search for Identity”. Vejamos o que ele revela.
“Esta década(n.a.:1940) por exemplo, testemunhamos o esforço por parte de alguns em “limpar” e concertar a literatura e as publicações Adventistas. Três áreas ilustram essa tendência. A primeira preocupação era a Trindade. Como mostramos nos prévios capítulos, os Pioneiros Adventistas eram em grande parte anti-Trinitarianos e semi-arianos.” (pág. 152)
Interessante… Ele revela que por volta de 1940, ou seja após EGW, ter morrido, e também os principais pioneiros. Lembrem de que ela foi das últimas a morrer, sendo que tinha 17 anos em 1844. Os demais não eram tão moços. Uriah Smith mesmo morreu em 1903. Foi também em 1940, porque o filho de EGW havia morrido em 1937, e eles também temiam o testemunho dele, pois ele sabia do que a mãe cria e ensinava, e certamente não permitiria alterações nos livros dela a esse respeito.
Ele também revela no livro, que as obras de Uriah Smith foram tiradas de circulação do meio adventista(somente os adventistas do movimento de reforma ainda publicam algumas coisas dele) porque ele escreveu coisas assim: “Deus unicamente é sem um começo. Na mais remota época como um começo poderia ser, – um período tão remoto que para as mentes infinitas é essencialmente a eternidade, – surgiu a PALAVRA.” ( Parafraseando Jesus em João 1:1)
Mas ainda que alguns livros dele continuassem a circular, sabe-se que declarações desse teor foram censuradas.
Mais uma coisa interessante para fundamentar isso é o testemunho do marido de EGW na Review and Herald de 7 de Fevereiro de 1856, que por sinal era a maior(e porque não, única) revista adventista da época:
“A grande falta da Reforma foi que os reformadores pararam de reformar. Se tivessem levado avante, não teriam deixado nenhum vestígio do papado atrás, tal como a natural imortalidade, batismo por aspersão, a trindade, a guarda do domingo, e a igreja agora estaria livre de erros escriturísticos.”
O redator dessa revista era Urias Smith e os editores correspondentes: J.N.Andrews, James White, J.H.Waggoner, R.F.Cottrell e Stephen Pierce. A publicadora deles era em Battle Creek, Michigam. Percebam portanto que se tratava não somente da voz e opinião de Tiago White, mas de todos os pioneiros como vimos. Como estávamos vendo essa mudança começou somente após as pessoas que pudessem contestá-la morrerem.
Porque essa mudança aconteceu? Se EGW escreveu que nem um alfinete deveria ser mudado? O motivo era simples. Queriam parar de serem vistos como uma seita herética, à semelhança dos Testemunhas de Jeová. Com o detalhe de que os TJ´s saíram do adventismo. Portanto, a posição de Russel quanto a Trindade era normal no seio ASD. Mas a liderança posterior do movimento não estava mais disposta a ser malvista pelo mundo cristão. Precisavam fazer uma média, uma concessão para que as pessoas tivessem menos aversão a seus ensinos.
Mas ainda faltava um posicionamento oficial. E isso eles fizeram em 1980. Pois isso só pode ser feito numa reunião de Conferência Geral(órgão máximo da IASD). Em 1980 na assembleia da Conferência Geral de Dallas no Texas, apresentaram o livro das 27 doutrinas ASD(Nisto Cremos, Casa Publicadora Brasileira) já com a Trindade incluída como se tivesse sido sempre assim que eles creram.
Isso é uma falsidade! Somente pelo fato de quererem parecer mais “inofensivos” à comunidade evangélica, mudam grosseiramente a doutrina e querem que nós creiamos que sempre foi assim. E isso não é verdade! Querem que creiamos nisso, para que o adventismo seja menos repulsivo ao povo evangélico de forma geral. Para que eles tenham maior circulação em nosso meio. Não permitamos tal coisa! Se confrontados com essa verdade, eles virão a você dizendo que a luz e a revelação de Deus vêm de forma gradual!
Você deve estar se perguntando como algo dessa proporção passou em branco para a comunidade ASD no mundo. Realmente é digno de nota. Muitos ASD têm se levantado contra isso. E isso tem dado uma discussão e tanto… E tem se dado um embate absurdo entre adventistas que querem manter o que os pioneiros do adventismo criam e a liderança da IASD. A consequência, é que está havendo um racha no meio adventista por causa disso. Até mesmo existe um site na internet feito por dissidentes que tem por único objetivo provar que a doutrina da Trindade não fazia parte das doutrinas dos pioneiros. Lembrem-se que as seitas não admitem ser questionadas por nada, quanto mais por mudanças em suas crenças. E isso tem acontecido no seio da IASD.
Uma perguntinha: como a Igreja Adventista pode proclamar que é a igreja remanescente, se por mais de 80 anos, o movimento não acreditava oficialmente na doutrina da Trindade? Se a igreja IASD era realmente a igreja remanescente, porque demorou tanto para oficialmente fazer da Trindade uma Crença Fundamental, embora declarem que Ellen White sempre acreditou na Trindade? É algo para se pensar…
E como Deus pode ter sido a fonte das revelações e sonhos da Sra. White, sendo que eles negavam frontalmente a doutrina da Trindade?? Foi Deus mesmo que a inspirou?? Deus contraria sua Palavra? Fica aí uma questão em aberto. Se EGW negava, como vimos, a Trindade, como pode ter sido Deus quem a inspirou nos seus sonhos e revelações? Se é por demais contraditório o fato de Deus inspirar uma profetisa e um movimento que o nega em sua essência, então quem inspirou-os?? Que o leitor faça o devido julgamento

*Juliana Fragetti Ribeiro Lima é ex-Adventista. Convertida ao evangelho há 5 anos, é ceramista e dedica-se à Teologia e em especial à apologética, com o objetivo de trazer a público a verdade sobre o adventismo.