Jesus soube
primeiramente que Lázaro estava enfermo (Jo 11.3), mas passados alguns dias
Jesus revelou aos discípulos que ele havia morrido. “Então, Jesus lhes disse
claramente: Lázaro morreu” (Jo 11.14). Jesus foi o primeiro a saber da morte de
Lázaro, confirmada depois por Marta, Maria, e pelos judeus ali presentes (Jo
11. 21, 32, 37).
Feitas essas
considerações, passemos ao caso de Lázaro. Vejamos o relato bíblico, segundo o
escritor João.
Quando Jesus
chegou, já fazia quatro dias que Lázaro havia sido enterrado:
“Chegando
Jesus, encontrou Lázaro já sepultado, havia quatro dias. Ora, Betânia estava
cerca de quinze estádios perto de Jerusalém. Muitos dentre os judeus tinham
vindo ter com Marta e Maria, para as consolar a respeito de seu irmão. Marta,
quando soube que vinha Jesus, saiu ao seu encontro; Maria, porém, ficou sentada
em casa. Disse ,
pois, Marta a Jesus: Senhor, se estiveras aqui, não teria morrido meu irmão.
Mas também sei que, mesmo agora, tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá.
Declarou-lhe Jesus: Teu irmão há de ressurgir. Eu sei, replicou Marta, que ele
há de ressurgir na ressurreição, no último dia. Disse-lhe Jesus: Eu sou a
ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que
vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto? Sim, Senhor, respondeu
ela, eu tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo.
Tendo dito isto, retirou-se e chamou Maria, sua irmã, e lhe disse em
particular: O Mestre chegou e te chama” (Jo 11.17-28).
Nesta passagem percebemos
que Marta tinha fé de que Jesus era o Filho de Deus o Messias, porém ela não
imaginava que Ele teria poder para ressuscitar seu irmão morto á quatro dias
na sepultura.
Diante do túmulo de
Lazaro, Jesus declarou á Marta irmã de Lázaro dizendo: “Teu irmão há de ressurgir.
Eu sei, replicou Marta, que ele há de ressurgir na ressurreição, no último dia.
Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que
morra, viverá” (Jo 11.23-25).
Dois pontos devem ser
analisados no dialogo de Jesus com Marta: Primeiro, a declaração de Marta de
que o irmão dela haveria de ressuscitar, segundo Marta falou da ressurreição do
último dia e Jesus não rebateu sua afirmação, pois estava de acordo com o Seu
ensino (João 5.28.29).
Allan Kardec
trabalhou em cima de probabilidades ao afirmar que Lázaro fora enterrado vivo.
Aliás, foi inadequado o uso do termo “enterrado”, que significa sob a terra.
Pela descrição bíblica, o corpo foi colocado numa abertura na rocha (Jo 11.38),
a exemplo do sepultamento de Jesus.
Os homens
daquela época até poderiam se enganar, mas Jesus tinha certeza de que Lázaro
estava morto. O relato bíblico contraria as conclusões de Allan Kardec. Vejam:
1. “Então disse Jesus claramente: Lázaro
está morto” (Jo 11.14).
Perdão pela
redundância, mas se Jesus disse que Lázaro estava morto é porque Lázaro estava
de fato morto. Quem além de Jesus poderia dar um diagnóstico preciso? Seria o
caso de quase dois mil anos depois o Espiritismo apresentar versão diferente?
2. Jesus disse a Marta: “Teu irmão há de
ressuscitar” (v.23).
Ressuscitar
significa voltar a viver. Kardec sabia disso ao dizer, como acima, “porém,
houve na realidade cura, e não ressurreição, na acepção da palavra”. Jesus
estava falando exatamente de ressurreição.
Quando Jesus afirma “Teu
irmão há de ressurgir”, só uma pessoa que sabe o que está fazendo usa esse tom
e Jesus ainda se mostra convicto ao afirmar: “Eu sou a ressurreição e a vida.
Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não
morrerá, eternamente. Crês isto? (Jo 11.25-26).
“Nunca morrerá....” Ele
não se refere a morte físcia, e sim a espiritual – a morte espiritual é e a
separação eterna de Deus, após o juízo final (Ap 20.11-14).
Se fosse
apenas uma letargia, por que Jesus enfatizou que a irmã de Lázaro “veria a
glória de Deus”? (v. 40). Para curar um homem de letargia precisaria invocar a
glória de Deus? Essa declaração, todavia, indicava que Marta estava prestes a
presenciar um grande milagre. Além disso, a Bíblia registra que “o defunto
saiu” do sepulcro (v. 44). Segundo o Dicionário Aurélio, defunto quer dizer
“pessoa que morreu; morto”.
Agora ouçam o
seguinte. Para o kardecismo, Jesus foi:
a. Um espírito
muitíssimo evoluído que atingiu o mais elevado grau de perfeição.
b. “Um
iniciador da mais pura, da mais sublime moral evangélico-cristã, que há de
renovar o mundo, aproximar os homens e torná-los irmãos...”.
c. Um homem
que veio ensinar a JUSTIÇA de Deus.
d. Um homem
que veio ensinar TODAS AS VERDADES, porque “no Cristianismo se encontram todas
as verdades”.
e. Jesus foi
“A Segunda Revelação de Deus”; a Primeira, Moisés; a Terceira e última, o
Espiritismo (O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, Introdução e
cap.I).
Diante de
tantas qualidades morais e espirituais atribuídas pelo Espiritismo a Jesus, não
há como admitir que Ele tenha proferido alguma palavra mentirosa. Se mentiu em
alguma coisa; se não levou a sério o Seu ensino; se ensinou alguma coisa
errada, então nunca foi um “Bom Espírito”, um Espírito puro. Se não confiarmos
na “Segunda Revelação de Deus”, como confiaríamos na “Terceira Revelação”, o
Espiritismo?
Daí porque o
Espiritismo deveria observar com muito cuidado as palavras de Jesus, tudo o que
Ele disse, todas as verdades contidas no Seu Evangelho. Daí porque devemos
também, nós evangélicos, em nossa conversa com os espíritas, fazê-los lembrar
dessas premissas, do entusiasmo com que Kardec falou de Jesus e da imperiosa
necessidade de levar em consideração tudo o que Ele falou.
Ora, quando o
Espiritismo afirma que Lázaro não morreu, mas que sofrera uma síncope, e, por
ignorância da época, fora enfaixado e colocado vivo no sepulcro, faz uma
afirmação inconsequente.
Vejam mais o
que escreveu o codificador da doutrina espírita sobre o assunto:
“A
reencarnação fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o nome ressurreição...
Criam eles que um homem que vivera podia reviver, sem saberem precisamente de
que maneira o fato poderia dar-se. Designavam pelo termo ressurreição o que o
Espiritismo, mais judiciosamente, chama de reencarnação. Com efeito, a
ressurreição dá ideia de voltar à vida o corpo que já está morto, o que a
Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos
desse corpo já se acham desde muito tempo dispersos e absorvidos. A
reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo
especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo. A palavra
ressurreição podia assim aplicar-se a Lázaro...” (O Evangelho Segundo o
Espiritismo, Allan Kardec, cap IV, item 4).
Concordo com
Allan Kardec quando diz que a ressurreição dá ideia da recomposição
corpo-espírito (“voltar à vida o corpo que está morto”).
A palavra de
Jesus é incontestável. Ele declarou que Lázaro estava morto. Depois, já
cheirando mal o cadáver, Ele o fez reviver. Logo, Lázaro ressuscitou. Jesus, o
Filho de Deus, passou por cima da Ciência. A mesma coisa aconteceu quando
caminhou sobre as águas, transformou água em vinho, multiplicou pães, fez
reviver o filho da viúva de Naim e a filha de Jairo, curou paralíticos, cegos,
leprosos.
O Espiritismo
não pode admitir a ressurreição de Lázaro pelos seguintes motivos:
1. Admiti-la
implicaria em aceitar também a ressurreição corporal de Jesus.
2. Em acatar
as demais ressurreições bíblicas.
3. E em
admitir a possibilidade de uma ressurreição coletiva na Segunda vinda de Jesus (1ª
Ts 4.16-17). As evidências dessas ressurreições e a promessa de uma
ressurreição coletiva na volta de Jesus colocam em xeque-mate a crença
reencarnacionista, coluna vertebral do kardecismo. Na reencarnação o espírito
volta em outros corpos; na ressurreição, o espírito retorna ao corpo original.
A ressurreição
de Lázaro é o que há de mais claro na Bíblia, e tem uma história: Lázaro ficou
enfermo; faleceu; foi colocado no jazigo, onde passou quatro dias; sua irmã
Marta disse que o corpo estava em estado de decomposição, pois “já cheirava
mal”. Além disso, temos o atestado de óbito ditas Jesus, que declarou com todas
as letras: LÁZARO ESTÁ MORTO (Jo 11.14). A Bíblia diz que essa afirmação de
Jesus foi de forma clara.
O
inconsistente argumento segundo o qual Lázaro sofrera de um ataque epilético
não pode prevalecer. Se válido tal raciocínio, deveríamos considerar que os
judeus não faziam a menor diferença entre um corpo vivo e um corpo morto.
Teríamos de negar as seguintes ressurreições e admitir que essas pessoas
estavam vivas, e que, nos casos a seguir, Jesus, Elias, Eliseu, Pedro e Paulo
ressuscitaram quem não havia morrido:
O filho da
viúva de Serepta, ressuscitado pelo profeta Elias (1º Rs 17.19-22); o filho da
sunamita, ressuscitado pelo profeta Eliseu (2º Rs 4.32-35); a filha de Jairo,
por Jesus (Mc 5.21-23, 35-41); o filho da viúva de Naim, por Jesus (Lc
7.11-17); a discípula chamada Tabita, por Pedro (At 9.36-43); uma ressurreição
coletiva logo após a morte de Jesus (Mt 27.52); a ressurreição do jovem Êutico,
pelo apóstolo Paulo (At 20.9).
Pr. Elias Ribas
pr_eliasribas@yahoo.com.br
Deus abençoe por essa revelação do céu qui deus continui ti abençoando me edificou muito esse estudo muito forti essa mensagem deus abençoe
ResponderExcluir