TEOLOGIA EM FOCO: AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL

quarta-feira, 15 de junho de 2022

AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL


Nenhuma passagem do AT revela tanto os mistérios do plano profético de Deus para Israel e as nações quanto o livro de Daniel. Em particular, a profecia das setenta semanas em Daniel 9.24-27 apresenta a chave cronológica indispensável para a profecia bíblica.

A revelação das setenta semanas a Daniel é a chave para a compreensão da doutrina das últimas coisas. Para se fazer um estudo completo do Apocalipse, grande tribulação, ou qualquer outro assunto que fale sobre o tempo do fim (Dn 8.17), é necessário primeiro estudar as setenta semanas de Daniel, pois esta e uma profecia indispensável a Escatologia. 

I. O QUE QUER DIZER AS SETENTA SEMANAS 

“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo...” (Dn 9.24). Esta linguagem usada por Gabriel era bem conhecida por Daniel, que sabia que semana profética não se referia a semana de dias e, sim, de anos, ou seja, uma semana significa, aqui, uma unidade numérica de sete anos: “Também contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos; de maneira que os dias das sete semanas de anos te serão quarenta e nove anos.” (Lv 25.8). Então as setenta semanas, na realidade, são setenta semanas de anos, ou 490 anos: 70 x 7 = 490. 

II. DANIEL BUSCA A PRESENÇA DE DEUS 

1. O cenário histórico da profecia.

No primeiro ano de Dario (9.1, 2). O Império Babilônico havia caído e Daniel havia observado o início do cumprimento das revelações que o Senhor lhe havia dado ao longo do seu longo tempo na corte babilônia. Isto é, 539-538 A.C. sessenta e sete anos depois de Daniel ter sido levado para o cativeiro no ano 605 A.C.; cerca de cinquenta e nove anos do começo do cativeiro do Rei Jeoaquim (2º Cr 36.9, 10; Ez 1.1sgs); um pouco menos que cinquenta anos a partir da destruição final de Jerusalém em 586 A.C. Isto explica o interesse de Daniel em Jerusalém (Dn 9.2). Ele imaginou que o tempo já estava sendo contado. Constituído rei sobre o reino dos caldeus. Daniel não o confunde com Ciro. Ele não era constituído rei sobre o império medo-persa, mas apenas sobre a Babilônia. 

2. O número de anos. A referência parece ser a Jr 25.11, 12, que diz “quando se cumprirem os setenta anos, castigarei a iniquidade do rei de Babilônia”. Esse rei já fora punido; por isso Daniel sabia que já era o momento das assolações de Jerusalém terem um fim.

Daniel estava estudando as profecias de Jeremias, quando entendeu que o cativeiro babilônico estava prestes a terminar, então ele começou a orar e buscar uma resposta de Deus (Dn 9.4-19). A resposta que o Senhor lhe deu foi a profecia das 70 semanas. Note nos dois versos seguintes que as 70 semanas terminarão (o fim) o que Deus começou com os 70 anos de cativeiro na Babilônia. Você não pode separar os dois. “No primeiro ano de Dario, o filho de Assuero, da semente dos medos, o qual foi feito rei sobre o reino dos Caldeus; no primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, a respeito dos quais a palavra do SENHOR veio ao profeta Jeremias, era de setenta anos, quando se completariam as desolações de Jerusalém, E coloquei a minha face diante do Senhor Deus, para buscá-lo com oração e súplicas, com jejum, e vestimenta de pano de saco e cinzas” (Dn.9.1-3).

Os Judeus suportaram os 70 anos que Jeremias registrou nas profecias de seu livro e também sofrerá todas as 70 semanas para “acabar” com seus pecados e trazer a justiça duradoura do reino messiânico. 

3. A oração de Daniel e a resposta de Deus. Daniel inicia com uma confissão de pecado, com um reconhecimento da grandeza, soberania e fidelidade divinas. Deus é reconhecido como “grande e tremendo, que guardas o concerto e a misericórdia para com os que Te amam e guardam os Teus mandamentos” (Dn 9.4).

O Anjo Gabriel foi mandado para trazer a resposta da oração a Daniel logo no princípio das súplicas do profeta, porque Daniel era “mui amado”. Que testemunho tinha Daniel no céu! Era “mui amado” por Deus, era alguém de quem o Senhor Se agradava, porque, durante os seus mais de noventa anos de vida, sempre fora fiel ao Senhor, sempre procurara agradar ao Senhor. 

III. QUANDO COMEÇARÁ AS SETENTA SEMANAS? 

No capítulo 9, Daniel diz que o anjo Gabriel lhe apareceu em resposta à sua oração e fez uma proclamação em relação ao calendário de eventos importantes no futuro do Povo de Israel. O livro bíblico de Daniel capítulo 9 diz:

“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos. 25- Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos. 26- Depois das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas. 27- Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele.” (Dn 9.24-27).

Assim, estas “setenta semanas” correspondem a 490 (quatrocentos e noventa) anos, ou seja, setenta vezes sete (70 x 7). Israel somente se converteria ao Senhor, alcançaria a sua redenção depois de 490 (quatrocentos e noventa) anos.

Deus revelou a Daniel que sessenta e duas e mais sete, que seriam sessenta e nove períodos de sete anos, somando, portanto, 483 anos, transcorreu entre a data da ordem para reconstruir Jerusalém e a vinda do Messias, o Ungido. 

As três divisões das setenta semanas. As setentas semanas = 490 anos, divididos em:

07 Semanas.       Daniel 9.25          49 anos - da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém.

62 Semanas.     Daniel 9.25      434 anos

01 Semana        Daniel 9.26      7 anos. 

1. A Primeira Divisão – Sete Semanas. Conforme Daniel 9.25, compreende 7 semanas ou 49 anos (isto é, 7 x 7 = 49): “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos. (Dn 9.25). 

“...sete semanas...”. Aproximadamente 100 anos após Daniel, Neemias era copeiro de Artaxerxes, o imperador persa. Isso significa que ele era um homem com acesso ao mais elevado poder no império persa. Naquele contexto, ele solicita um decreto real para restaurar e reconstruir Jerusalém e é atendido (Ne 2.1-9).

O ponto de partida para a contagem das setenta semanas, é a “saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém (vs. 25). De acordo com a profecia do profeta Daniel, Jerusalém seria edificada e restaurada da destruição que o império Babilônico causou a santa cidade (Dn 1.1; 2ª Rs 24.1). De acordo com a profecia do profeta Daniel, Jerusalém seria edificada e restaurada da destruição que o império Babilônico causou a santa cidade (Dn 1.1; 2ª Rs 24.1). Esta ordem foi dada no vigésimo ano do Rei Ataxerxes (Ne 2.1-9) a Neemias no ano 444 a.C., e nesta mesma data deu o início da contagem da primeira divisão, e terminou aproximadamente no ano 397 a.C., o que é relativo há 49 anos (7 semanas), onde a santa cidade estava totalmente reconstruída em tempos angustiosos sob a liderança de Neemias. Esta palavra cumpriu literalmente no período previsto (Ed 1.1; Ed 4.11-24). Portanto, o ponto de partida inicial dentro de um período completo de 70 semanas (490 anos), começa com o decreto do rei Artaxerxes, onde a cidade de Jerusalém seria construída, o messias chegaria, seria “tirado” e depois viria uma destruição indo até o final dos tempos. 

2. A Segunda Divisão – Sessenta e Duas Semanas. “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos.” 

A primeira unidade de 49 anos (sete “semanas”) cobre o tempo que levou para reconstruir Jerusalém, “praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos” (Dn 9.25). Esta reconstrução é narrada no livro de Neemias.

“até que seja ungido um príncipe, passar-se-ão sete períodos; durante 62 períodos será reconstruída com suas praças e seus fossos.” (9.25, Bíblia Hebraica, português).

Gabriel diz a Daniel que da ordem dada para a reedificação de Jerusalém até a vinda do Messias, o Príncipe, decorreriam sete semanas e sessenta e duas semanas, ou seja, sessenta e nove semanas de anos, o que corresponde a 483 (quatrocentos e oitenta e três anos).

As primeiras sete semanas (49) formaram o tempo “angustiado” de Neemias e Esdras quando os israelitas construíram a cidade com muita oposição. A profecia indica que haveria grande dificuldade para os judeus reedificarem Jerusalém.

Depois da completa reconstrução de Jerusalém, haveria ainda sessenta e duas semanas até ao Messias, o Príncipe, ou seja, mais 434 (quatrocentos e trinta e quatro) anos.

O segundo período de sessenta e duas semanas, tem início aproximadamente no ano 397 inicia-se com a continuidade ao primeiro período, ou seja, após a reconstrução completa de Jerusalém, encerrar-se-ia com a “tirada do Messias, que não seria mais” (v. 26).

Este período, assim, vemos, claramente, que a contagem dessas sessenta e nove semanas não se dá com a chegada do Messias, mas, sim, com a sua “retirada” e logo após Jerusalém seria invadida e destruída pelo Império Romano, neste caso, os 483 anos referentes às sessenta e nove semanas terminaram em 33 d.C.

“O pastor Severino Pedro da Silva mostra-nos como, efetivamente, este período de 483 (quatrocentos e oitenta e três) anos cumpriu-se integralmente, com a entrada de Jesus em Jerusalém, quando, pela única vez em Seu ministério terreno, foi coletivamente aclamado como o Messias, o Filho de Davi, em 10 de Nisã de 33 d.C.: “…A primeira divisão é de 49 anos; a segunda de 434 anos; as duas somam 483 anos. O ponto de contagem dos 483 anos foi marcado no ano 445 a.C.”

Temos, assim, bem demonstrado como o período das sessenta e nove semanas se inicia com a ordem do rei Artaxerxes para a reconstrução de Jerusalém, após o pedido de Neemias, terminando com a entrada de Jesus em Jerusalém, no final de Seu ministério terreno, oportunidade em que, aclamado por Seus discípulos, como o Messias, foi rejeitado pelo povo judeu, conforme podemos observar nos Evangelhos, pois, diante de tal aclamação, houve pedido dos fariseus, escribas e demais judeus para que os discípulos fossem repreendidos (Lc 19.39).

2.1. No final destas semanas duas coisas importantes irão acontecer: “E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações” (Dn 9.26).

Depois das “sete semanas” (v. 25) e mais “sessenta e duas semanas”, duas coisas são preditas:

O Messias seria “tirado” (crucificado) (ref. Is 53.8). Jesus foi rejeitado pelos judeus, condenado e morte na cruz. O povo presente à condenação de Cristo clamou: “O sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos (Mt 27.25).

Israel era o povo especial de Deus, representante do Senhor no mundo, e fazia parte, como os ramos naturais, da boa Oliveira (Rm 11.24). Porém, os judeus rejeitaram Jesus (Jo 1.11). Por isso, foram quebrados da Oliveira, isto é, foram rejeitados pelo Criador (Jr 11.16; Rm 11.19-20), e no seu lugar, foi enxertado a Igreja (Rm 11.17-19). Iniciou-se então, a dispensação da graça, formada por aqueles que o Todo poderoso purificou para si, a fim de serem Seu povo especial, zeloso de boas obras (Tt 2.14). Nós (Igreja) somos agora: “...raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia” (1ª Pe 2.9-10).

O povo do príncipe, que há de vir, destruiria Jerusalém e o templo. O “povo” refere-se ao exército romano, que destruiu Jerusalém em 70 d.C. O “príncipe” refere-se ao General Tito que comandou a dispersão dos judeus (Dn 9.25-26). 

3. A Terceira Divisão - O período intermediário é o da Era da Graça. Quando Deus rejeitou Israel, por ter desprezado o Messias, parou a contagem do tempo, uma vez que as 70 semanas estavam determinadas para os judeus. Resta, ainda, uma semana, a última. Os judeus necessitam estarem em Jerusalém (cidade Santa), e a Igreja já arrebatada.

A terceira divisão, a última das setenta semanas de Daniel é ainda futura, ainda não se cumpriu, devido ao povo Judeu não estar na cidade santa (Dn 9.24).

Como já foi visto na segunda divisão, o Messias será morto (isso se cumpriu em 3 de abril de 33 d.C.). Jerusalém e o Templo serão destruídos. No ano 70 d.C, os Romanos invadiram Jerusalém e expulsaram os Judeus da cidade e os mesmos foram dispersos para muitas nações (Ez 36.19-20; Lc 21.24) e nesta data a profecia teve de ser interrompida na sua sexagésima nona semana, pois o povo judeu não se encontrava na cidade de Jerusalém, e para que esta profecia se cumpra é necessário que o povo do profeta Daniel esteja em Jerusalém. Mas, no dia 14/05/1948, os Judeus começaram a voltar para a santa cidade, neste mesmo dia cumpriu-se a profecia do profeta Isaias 66.8. Na verdade os Judeus já residem na cidade santa, porém ainda não tem o domínio total de Jerusalém, eles a dividem com os palestinos que querem ter domínio de toda Jerusalém e em troca darão a paz que os Judeus procuram. Todos os dias ouvimos falar de ataques e terrorismo no Oriente Médio, pois Satanás procura impedir que esta profecia se cumpra.

Para ter início a última semana é necessário Israel voltar e ser restabelecida como Nação. E foi nesta pergunta que os apóstolos fizeram a Cristo, “restauraras tu o reino a Israel neste tempo?” (At 1.16). Pois sabiam os apóstolos que logo após Cristo restaurar o reino de Israel o mesmo Cristo iria reinar no trono de Jerusalém e a paz estaria de vez com o povo israelita (Is 66.8-10). Portanto, Deus deu um “pause” no seu cronômetro profético ao final da 69ª semana-ano. Atualmente vivemos nesse período de tempo não definido claramente entre a 69ª e a 70ª semana-ano, na Era da Igreja. Esse período terminará quando Cristo arrebatar Sua Noiva, a Igreja, ao Céu. Como a Igreja não existia durante as primeiras 69 semanas-ano – de 444 a.C. até 33 d.C., faz sentido que ela não esteja presente na Terra durante a última semana-ano. As 70 semanas-ano se referem a Israel e não à Igreja. 

O que falta ainda para cumprir as 70 semanas? “E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador. (Dn 9.27).

Esta última semana não pode ter se cumprido em hipótese alguma, pois nesta última semana (sete anos) os Judeus irão fazer um acordo com o assolador (Anticristo), e este assolador irá ser destruído, porém isto ainda não aconteceu, Israel ainda não fez este acordo com ele (Is 28.15-18), muito menos o Anticristo manifestou-se, sendo assim podemos afirmar que esta última semana de Daniel ainda não cumpriu-se, pois a profecia permanece interrompida.

O assolador de Daniel 9.27 é o Anticristo, que fará um concerto com Israel por sete anos (uma semana), (Jo 5.43 e Is 28.15-18), e na metade da semana (três anos e meio) irá quebrar o concerto com os judeus.

Em resumo, então, podemos ver que a última semana (Tribulação) é para Israel, não para a Igreja. Primeiro, a Tribulação serve para punir e assim reconciliar a Israel com Yahveh. 

IV. PARA QUEM ESTÃO DETERMINADAS AS SETENTA SEMANAS 

Daniel orava por seu povo, os judeus, e por sua santa cidade Jerusalém. E o seu grande desejo, a vinda do Messias. Portanto, o anjo Gabriel é claríssimo ao afirmar que as setenta semanas estavam determinadas ao povo de Daniel e sobre a santa cidade de Daniel (Dn 9.24). Por isso, nada lhe foi revelado a respeito da igreja do Novo Testamento. É um grande equívoco querer inserir nas setenta semanas episódios relativos à história da Igreja, que é um outro povo que nada tem que ver com Israel, um povo que não era povo e que se tornou povo de Deus precisamente em razão da rejeição de Cristo por parte de Israel (Os1.9-11; Jo 1.11,12; 1ª Pe 2.10).

Esta parte das Escrituras Sagradas afirma que este período de tempo irá cumprir-se sobre o povo Judeu (o teu povo) e sobre a cidade de Jerusalém (a tua cidade). Portanto, esta profecia é destinada para Israel, sendo assim, lembramos ao leitor: “Não deve-se confundir Igreja com Israel”. 

V. O QUE ACONTECERÁ QUANDO COMPLETAR AS SETENTA SEMANAS 

“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o santo dos santos” (Dn 9.24).

Neste versículo seis coisas específicas seriam realizadas em favor de Israel durante os 490 anos ou as setenta semanas.

1. A expiação da iniquidade efetuada pela morte de Jesus.

2. O fim dos pecados. Quando Israel voltar para Deus e viver em retidão (Rm 11.26).

3. A extinção da transgressão (quando Jesus vir em glória para reinar) (Ez 37.21-23).

4. Um governo de justiça eterna terá início (milênio – Ap 20.6).

5. As profecias terão seu pleno cumprimento e também seu término.

6. Jesus Cristo ungido Rei.

A última semana de Daniel terá a duração de sete anos, que será dividida em duas partes de três anos e meio (Dn 9.27; Ap 11.1-3; Ap 12.6-14; Ap 13.5).

A primeira metade da semana, cuja duração será de três anos e meio, será ocupada pelo governo do Anticristo. A segunda metade da semana, que terá a mesma duração da primeira, caracterizar-se-á pela Grande Tribulação. Por conseguinte, a Septuagésima Semana de Daniel terá, ao todo, a duração de sete anos (Dn 9.27). Logo: a volta triunfal de Cristo em glória, que fará acompanhar por Sua Igreja, ocorrerá sete anos após o arrebatamento.

Finda-se aqui as setenta semanas de Daniel. Israel reconciliar-se-á com Deus. Ter-se-á cumprido o tempo determinado por Deus, para a execução da transgressão, o fim do pecado, a expiação da iniquidade, para que venha a justiça eterna.

Com o fim das setenta semanas, a visão e a profecia estarão seladas (Dn 9.24). Jesus, então, instalará o Milênio. Israel, agora salvo, estará ao lado de Seu Messias, como a nação líder, tanto política como espiritualmente. 

VI OS PROPÓSITOS DA SEPTUAGÉSIMA SEMANA (Dn 9.27) 

1. Revelar o “homem do pecado”. “Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, 3- o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus. (2ª Ts 2.3,4).

Paulo escreveu a igreja Tessalônica por volta do ano 50, 51 d.C. Não há dúvidas quanto a quem Paulo tem em mente é o homem do pecado ou o filho da perdição (cof. Jo 17.12) e aponta para a natureza e para o destino desse homem. Portanto, de acordo com as profecias, nem Antíoco Epifânio nem o general Tito foram objetos das predições do profeta Daniel. A passagem bíblica começa com o pronome “ele”, também identificado como “o rei de cara feroz”; “o chifre pequeno”; “o animal terrível e espantoso” (Dn 7.8). Assim, vemos que a última semana (sete anos), será marcado com a presença do Anticristo (1ª Jo 2.18; 4.3) e “a besta que saiu do mar” (Ap 13.1). Apesar de apresentada numa linguagem simbólica, a personagem é literal. Trata-se de um líder mundial poderoso que chamará a atenção das nações pela sua diplomacia, astúcia e inteligência política. Primeiro a apostasia será avanço dos poderes do mal contra o povo e os propósitos de Deus. Cristo e Paulo, ambos advertiram contra essa final conspiração do . mal (por exemplo, Mt 24.10; 1ª Tm 41-3; 2ª Tm 3.1-9; 4.3). 

2. A Grande Tribulação (Mt 24.15,21). O Anticristo “fará uma aliança com muitos por uma semana” (Dn 9.27). Note a expressão “com muitos”! Esta quer dizer que o Anticristo fará uma aliança com Israel, mas de início esta aliança não será unânime entre os judeus. Contudo, o Anticristo terá influência suficiente para impor a sua liderança política e, por fim, alcançar o sucesso e sua completa aceitação entre os judeus.

A força política do Anticristo será reconhecida nos três primeiros anos e meio, isto é, na primeira metade da última semana, quando a marca desse tempo será um período de falsa paz e harmonia. Em seguida, surgirá um tempo de sofrimento e tamanha aflição em todo o mundo. Perseguição, humilhação e morte serão a tônica desse tempo, a segunda fase da Grande Tribulação. Entretanto, e antes de tudo isso ocorrer, a Igreja será arrebatada e estará para sempre com Cristo na glória. 

3. Revelar a vitória gloriosa do Messias. Jesus Cristo, o Messias prometido, será revelado quando da sua segunda vinda visível sobre o Monte das Oliveiras (Zc 9.9,10). O Rei aniquilará por completo o poderio do Anticristo, do falso profeta e do próprio Diabo (Ap 19.19-21) e estabelecerá um reino de paz e harmonia no mundo todo. Esta é uma mensagem de esperança para o nosso coração. Não tenhamos medo, creiamos tão somente! Breve Jesus voltará! Alegremo-nos nesta esperança!

Pr. EliasRibas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

Um comentário:

  1. Muito bom pastor, na realidade ótimo.
    Deus te abençoe sempre.

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