TEOLOGIA EM FOCO: PAULO ENSINA A ORAR

segunda-feira, 13 de abril de 2020

PAULO ENSINA A ORAR


Leitura Bíblica

Efésios 1.15-23 “Pelo que, ouvindo eu também a fé que entre vós há no Senhor Jesus e o vosso amor para com todos os santos, 16 - não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações, 17 - para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação, 18 - tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos 19 - e qual a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, 20 - que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e pondo-o à sua direita nos céus, 21 - acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro. 22 - E sujeitou todas as coisas a seus pés e, sobre todas as coisas, o constituiu como cabeça da igreja, 23 - que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos."

 INTRODUÇÃO

O grande desafio do crente é a manutenção e preservação das bênçãos da salvação em sua vida.

Paulo atento a isso foi impelido a orar pelos efésios.

 Sua oração é, acima de tudo, uma lição de fé; através dela Paulo nos ensina a orar.

 

I. FATORES QUE ESTIMULAM A ORAÇÃO

 Dois fatos especiais levaram Paulo a orar, não apenas como devoção, mas com palavras do seu coração, as quais contêm ensino doutrinário com profundas verdades espirituais.

 1. A fé dos crentes (v. 15).

 Paulo estava radiante ao escrever esta epístola, era-lhe um consolo na prisão em Roma ouvir notícias boas da Igreja em Éfeso, por isso, escreveu: “ouvindo eu também a fé que entre vós há no Senhor Jesus”. O contexto histórico da epístola indica que, a despeito das pressões da vida idólatra daquela cidade, mantinham a sua fidelidade ao evangelho que de Paulo haviam recebido. A fé assim demonstrada tinha o peso da sua convicção na pessoa do Senhor Jesus Cristo.

 2. O amor para com todos os santos (v. 15).

 O v. 15, aqui, trata-se do amor de Deus demonstrado pelos efésios (no original, ágape).

É o termo que aparece através do Novo Testamento referente ao sublime e incomparável amor de Deus é o amor que não mede sacrifícios por aquele a quem amamos. À igreja de Corinto, Paulo desenvolve essa doutrina do amor dinâmico de Deus, aliado a fé e à esperança, e assim manifesto na vida do crente (1ª Co 13.1-13). O exercício da fé em Cristo é demonstrado em amor: praticado, experimentado compartilhado e vivido plenamente. Por isso a fé sem as obras é morta (Tg 2.14-18).

 

II. ELEMENTOS INDISPENSÁVEIS À ORAÇÃO

 1. Constância na oração.

As palavras no v. 16 demonstram que Paulo leva muito a sério a prática da oração. Ele orava com liberdade no Espírito, e sem cessar Rm 12.12; Ef 5. 18; Cl 4. 2; 1ª Ts 5. 17). Devemos orar a tempo e fora de tempo. Oremos sempre porque esse é o canal de comunicação que temos com Deus.

 2. Gratidão com ação de graças (v. 16).

A oração, na sua essência e pratica, requer, antes de tudo, “ação de graça”. A relação entre Deus e o crente através da oração já é razão suficiente para ação de graças, uma vês que essa relação só é possível mediante a reconciliação que Jesus efetua, (Rm 5.10-11; 2ª Co 5. 18). No texto inicial da epístola o apostolo afirma que fomos abençoados com todas as bênçãos espirituais em Cristo (Ef 1.3). Isto deve nos mover-nos sermos gratos a Deus para todo sempre com ações de graças. Porém, as ações de graças de Paulo relacionam-se com a igreja de Éfeso (“por vós”). Devemos ser sempre gratos a Deus, não apenas pelas bênçãos pessoais dEle recebidas, mas também pelo nossos, batalhadores pela fé tanto quanto nós. Essa gratidão deve ser contínua (“Não ceco”).

 3. Intercessão, uma atitude edificante da oração (vvs. 16,17).

Vários homens e mulheres da Bíblia foram intercessores exemplares, mas ninguém foi mais espontâneo e livre nessa forma de oração que Jesus (Lc 19.41; Jo 17.6. 26; Lc 22.32). A intercessão diante do Senhor é uma forma de oração que precisa ser despertada e exercitada em nossos dias de vida cotidiana da Igreja.

 Todos os crentes precisam mutuamente uns dos outros em intercessão, pois ela extingue o egoísmo e o individualismo.

 

III. OBJETIVO DA ORAÇÃO

 Nos vvs.. 17 e 18, Paulo apresenta os objetivos de sua intercessão pelos crentes de Éfeso. Ele começa incisivo isto é; (eficaz e enérgico), e direto a sua intercessão, “ao Deus ao Deus de nosso Senhor Jesus cristo, o Pai da glória” (v. 17).

 1. Ter espírito de sabedoria (v. 17).

 O sentido da palavra espírito, é qualitativo, impessoal. Ela não se refere à pessoa do Espírito Santo ou a qualquer outro espírito, e sim qualidade do que o Espírito é capaz de realizar. Paulo pediu que Deus, pelo seu Espírito ampliasse a capacidade dos efésios de ver e entender as coisas espirituais. Não se tratava de sabedoria meramente intelectual, terrena, mas a sabedoria espiritual que habilitaria o crente a penetrar no conhecimento de Deus. É o conhecimento espiritual que amplia a percepção das coisas que nos rodeiam. Um dos dons do Espírito, é a “palavra de sabedoria” (1ª Co 12.8). O espírito de sabedoria capacita o crente A saber distinguir entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. O objetivo principal de Paulo era que os efésios conhecessem em profundidade, Jesus Cristo, Salvador e Senhor de suas vidas.

 2. Ter o “espírito de revelação” (v. 17).

A palavra revelação tem o sentido de “tirar o véu” que encobre algo. Existem inúmeras coisas no mundo espiritual que não são percebidas pela mente natural (1ª Co 2.14 e 15). A revelação tira o véu, ou seja, vislumbra a realidade. Ter o espírito de revelação não significa extrapolar o que já está revelado nas Escrituras. É ser iluminado pelo Espírito Santo acerca de verdades espirituais que precisam ser conhecidas pelos crentes.

 3. Ter “iluminados os olhos do entendimento” (v. 18).

É ver com o coração, por isso, um cristão espiritual no sentido bíblico (1ª Co 2.10–16) ver coisas com a mente natural não pode. O entendimento espiritual diz respeito ao ser interior de cada criatura, inclusive o intelecto as emoções e a volição do homem. É viver com uma luz que as pessoas comuns não conseguem ter. O mundo é de trevas, e só quem conhece Jesus tem olhos iluminados para ver o que está acontecendo ao seu redor (Ef 5.8; Mt 13.15; Rm 1.21).


 IV. GARANTIAS DA ORAÇÃO

 Depois do triunfo pleno, perfeito e eterno de Cristo ao Calvário, que garantia e certeza temos da resposta de nossas orações?

 O texto dos vvs. 20-23; é objetivo e afirmativo ao relatar a esmagadora vitória sobre todos os poderes, demonstrada na sua ressurreição. É no Cristo ressurreto e vencedor sobre todos os poderes, do mal, que está a nossa certeza e vitória inclusive na oração.

 1. Jesus ressuscitou dos mortos (v. 20).

O mesmo poder divino que tirou Jesus do sepulcro, ressuscitando-o dos mortos, é o mesmo é o mesmo que levanta um pecador da morte espiritual, e o coloca em uma nova posição em relação a Deus. E a grandeza desse glorioso e infinito poder é vista no caminho que Deus abriu no mar vermelho para Israel passar a seco (Êx 14.1-26); é o mesmo poder que fechou a boca dos leões na cova em que Daniel foi jogado, lançaram (Dn 6.16); é o mesmo poder que provisionou Israel no deserto com maná, (Êx 16.35). Nesse poder em Cristo, está a garantia de tudo que Ele tem prometido ao seu povo (Mt 28.18).

 2. Jesus está acima de todos os tipos de poderes (vvs. 20,21).

Esse fato é o cumprimento de uma profecia do Sl 110. 1; “Disse o Senhor ao meu Senhor; assenta-te a minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés”. Jesus Cristo está entronizado acima de todos os poderosos espirituais e físicos. As designações “principado, poder, potestade, domínio” v. 21; falam de ordens angelicais, tanto aquelas que servem a Deus, como aquelas que servem o diabo, as quais nos céus, na terra e debaixo da terra estão sob o poder de Cristo.

 3. Jesus tem um nome acima de todo o nome (v. 21).

No mundo dos homens e dos anjos, seus nomes representam o que eles são, mas Deus concedeu a Jesus, “um nome” que é sobre todo o nome,(Fl 2. 9), sem limite, sem tempo, em toda a eternidade.

 4. Jesus Cristo foi constituído como cabeça da Igreja (v. 22-23).

Sua autoridade é absoluta em relação a Igreja não está separado da cabeça que comanda todo o corpo e Cristo se tornou Senhor desse corpo. Cada crente está ligado a Cristo em termos de vida e atividade. O v. 23; declara que a Igreja é a plenitude do seu corpo, isto é, não pode haver um corpo inteligente sem uma cabeça que o comande. Por isso a Igreja como tal corpo, só tem importância no mundo em que vivemos porque Cristo a compõe e plenifica com o seu poder e a sua glória.

CONCLUSÃO

Procuramos mostrar através desta lição, uma pequena parcela do que a Bíblia ensina sobre a oração na vida de Paulo.

 A oração aqui esboçada serve de modelo para a vida de oração que cada crente precisa cultivar sabendo que o Senhor responde nossas petições e intercessões em favor de nossas necessidades e de todos aqueles para os quais sempre oramos.


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