Leitura
Bíblica
Efésios
1.3,4, 9-14
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com
todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo, 4 - Como também
nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e
irrepreensíveis diante dele em amor, 5 - e nos predestinou para filhos de
adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, 6
- para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no
amado. 7 - Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas,
segundo as riquezas da sua garça, 8 - que Ele tornou abundante para conosco em
toda a sabedoria e prudência, 9 - descobrindo-nos o mistério da sua vontade,
segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo, 10 - de tornar a
congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos,
tanto as que estão nos céus como as que estão na terra; 11 - nele, digo, em que
também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito
daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho de sua vontade, 12 - com o
fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em
Cristo; 13 - em quem também vós estais, depois que ouviste a palavra da verdade
o evangelho da vossa salvação; e, tendo também nele crido, foste selados com o
Espírito Santo da promessa; 14 - o qual é o penhor da nossa herança, para
redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória.”
INTRODUÇÃO
Nesta lição temos três pontos à ser
destacado, os quais referem-se à obra magistral e sublime da Trindade divina na
consecução do propósito da salvação da humanidade.
Para compreendemos esse propósito é
fundamental entendermos o texto de Ef 1.3; onde Paulo declara que fomos abençoados
com “todas as bênçãos espirituais”.
São as bênçãos da salvação que Deus
preparou para a humanidade antes de todos os séculos.
I.
OS SALVOS – ELEITOS E PREDESTINADOS PELO PAI
Na
verdade recebemos as bênçãos espirituais segundo o eterno propósito de Deus.
Nos vvs. 4 e 5; temos duas expressões de
grande peso espiritual; “nos elegeu” e “nos predestinou”.
Essas expressões as vezes, mal interpretadas,
são a chave do propósito divino da salvação.
A palavra “elegeu” indica que Deus na Sua
presciência, elegeu ou escolheu um povo especial para pôr em pratica o seu
propósito no mundo.
É interessante notar que a eleição ou a
escolha de um povo que Deus faz para si é no passado, conforme declara nosso
texto, “antes da fundação do mundo” (v. 4).
A Igreja é constituída de eleitos que
foram um povo especial que leve a efeito a causa de Deus neste no mundo, (Rm 8.
29-32).
Israel foi o povo eleito segundo a carne,
a descendência de Abraão, mas Israel rejeitou o evangelho da graça, (Rm 9.
30-33), Deus formou,então, um povo, não segundo a lei, mas segundo a graça (Rm
11.5-7).
1. Uma
eleição segundo a graça divina (Rm 10.10-10-13).
Sua escolha, ou eleição nada tem a ver com
descriminação. Não significa que Deus não queira que todos se salvem. O
propósito da salvação é universal, mas Deus sabia que nem todos se salvariam,
uma vez que o ser humano é dotado de livre escolha, quanto ao seu destino.
2. A
predestinação segundo a presciência divina.
A expressão “nos predestinou, no v. 5;
indica que Deus, ao eleger-nos em Cristo para sermos o seu povo, também, “nos
predestinou” para sermos o que somos em Cristo hoje justificados (Rm 3. 24).
Santos e irrepreensíveis, (Ef 1.4), participantes da herança de filhos, Ef1.
14; e glorificados Rm 8. 30).
O prefixo “pré” significa antes, por isso
o termo predestinação refere a indicação de que no glorioso propósito da
salvação, Deus já avia estabelecido que os eleitos seriam, também, adotados
como filhos de Deus.
A expressão “para filhos de adoção por
Jesus Cristo” é semelhante as palavras do apóstolo João no seu evangelho (Jo
1.12), que diz:
“Mas a todos quantos o receberam deu-lhes
o poder de serem feitos filhos de Deus; ao que creem no seu nome”.
A predestinação não faz seleção entre os
pecadores, porque todos pecaram, ( Rm 3. 9 ).
II. OS
SALVOS - REMIDOS PELO FILHO
1. Os
sentidos das palavras redenção e remissão.
Essas duas palavras se destacam
especialmente no v. 7:
Redenção e remissão são duas gloriosas
bênçãos da salvação consumada por Jesus na cruz.
Redenção no eu termo original,
relaciona-se ao ser do pecador, ao passo que remissão, no seu termo original,
relaciona-se aos pecados do pecador, (At 13.38; 26.18; Cl 1.14; Hb 9.22).
2. A
obra redentora de Deus é perfeita.
Ele redime o pecador do poder de Satanás e
também anula os seus pecados.
O v. 7, também retrata algo do contexto da
época em que um escravo podia ser liberto de sua escravidão mediante o
pagamento do resgate, (1ª Co 6. 20; Cl 1.14).
2.1.
Sangue, o preço da redenção (v. 7).
O preço da liberdade foi o de sangue, o
sangue inocente e imaculado de Cristo.
O sangue requerido nos sacrifícios de
animais inocentes, típico da velha aliança, literalmente derramado por Jesus no
Calvário.
Ali Ele se tornou o cordeiro de Deus, como
sacrifício expiador dos pecados da humanidade.
2.2.
O efeito imediato da redenção (vvs. 8 e 9).
O v. 8 indica que Deus tornou ampla a
possibilidade de redenção e perdão, ao mesmo tempo em que capacita a todo o
salvo em Cristo conhecer as riquezas da sua salvação. Nos VV. 9 e 10. Deus fala
do “mistério da sua vontade”, (v. 10).
2.3.
O efeito futuro da redenção v. (10).
A expressão, “plenitude dos tempos”
significa um tempo futuro em que os propósitos divinos alcançarão o seu fim, em
plenitude.
A redenção no futuro chegará ao se auge
segundo o glorioso propósito de Deus no estabelecimento do seu reino eterno
onde não haverá mais tentações e tribulações, porque os salvos numa só dimensão
espiritual.
2.4.
A soberania do conselho divino na obra da redenção (v. 11).
A palavra, “predestinados” neste versículo
tem sido muitas vezes mal compreendida e assim interpretada no que se refere à
soberania de Deus.
Sabemos que Deus é soberano em sua
perfeita vontade, mas quanto a salvação, não há qualquer afirmação bíblica de
que os predestinados sejam uma elite única e todas as demais pessoas estejam
fora da eleição divina.
Deus é justo e imparcial e ele dá a todas
as criaturas humanas a mesma oportunidade de salvação.
Os que atendem o seu chamado geral
desfrutam do privilégio do seu glorioso propósito de salvação.
A continuação do v. 11; revela “que Deus
fez tudo segundo o conselho da sua vontade”.
Esse conselho decisório se constitui
especialmente da santíssima Trindade: o Pai, o Filho, e o Espírito Santo.
Esse conselho rege o Universo, inclusive o
destino da humanidade.
III.
OS SALVOS SELADOS – COM O ESPÍRITO SANTO
O Espírito Santo desempenha importante
papel no plano de salvação idealizado por Deus Pai.
1. O
Espírito Santo na obra da redenção, (vv. 13 e 14).
Na verdade esses dois versículos
apresentam o ministério do Espírito Santo no sentido de promover a fé em Cristo
como salvador ( Jo 16. 8 – 10) e, também, a sua presença viva e dinâmica na
vida dos Crentes.
O próprio nome dado ao Espírito indica a
sua missão que é o de fazer-nos santos para Deus.
2. O
Espírito Santo é o selo da redenção (v. 13). Aquele que ouve a Palavra de Deus
- o Evangelho da Salvação - e que por meio da fé, se rende a Cristo, recebe o
selo do Espírito Santo no momento da conversão (Tt 3.5-7). Nos tempos bíblicos,
o selo era usado como sinal de propriedade e posse pessoal. Ao conceder o
Espírito Santo ao crente, Deus identifica os que pertencem a Cristo, pois o
Espírito testifica daqueles que são filhos de Deus (Rm 8.9,15,16) e o Maligno
não lhes toca (1ª Jo 5.18). Assim, a terceira pessoa da Santíssima Trindade tem
o papel fundamental de regenerar, purificar e santificar o pecador (1ª Co
6.11). Ele é quem convence o ser humano do pecado, da justiça e do juízo (Jo
16.7,8); e que também produz no crente o verdadeiro relacionamento com Deus por
meio do fruto do Espírito (Gl 5.22,23).
“Fostes selados” é a declaração bíblica de
que todo salvo em Cristo tem uma marca um sinal que o identifica como
propriedade do senhor.
Um selo é uma marca de propriedade, e os
crentes em Jesus possuem essa marca indisfarçável que é a presença pode - rosa
do Espírito em seu ser.
A comprovação da nossa redenção é o selo
do Espírito Santo em nossa vida.
O que distingui um crente de um ímpio é o
selo do Senhor que lhe dá autenticidade. Não há nada parecido ou igual.
Ele é singular com o direito de posse do
Senhor.
3. O
Espírito Santo e sua identificação definida (v. 13).
Nos tempos atuais há muita imitação barata
das ações do Espírito Santo, mas A palavra de Deus contém a sua identificação
singular como “o Espírito santo da promessa”.
Essa promessa foi a que Deus fez desde os
tempos do Antigo Testamento, (Jl 2. 23 – 24, 28 e 29), e a cumpriu no dia de
Pentecostes, (At 2. 1 – 13, 38, 39) Ele é o Espírito Santo da promessa que
habita em nós, na Igreja de Cristo, confirmando a promessa do Senhor.
Precisamos entender e separar os fatos
acerca da promessa do Espírito Santo,
faz parte da promessa o falar noutras línguas pelo espírito mas essa
gloriosa experiência não é o selo do espírito aqui referido e em (2ª Co 1.22).
O falar em línguas estranhas espirituais é
uma experiência subsequente.
4. O
Espírito Santo é o penhor da redenção (v. 14).
O termo grego arrabon pode ser traduzido como “depósito”, “penhor”, “garantia” ou
ainda “primeira parcela” (1.14). No tempo de Paulo, a palavra “penhor” era
empregada para uso legal e comercial quando alguém comprava alguma coisa e
desejava garantir a sua compra.
As pessoas adiantavam uma quantia inicial
como Penhor (1ª Co 1.22; 5.5).
A palavra tem origem semítica e era usada
nas transações comerciais para assegurar o preço ou garantir o pagamento de
algo. Paulo ensina que o Espírito Santo é o depósito que garante a nossa
herança em Cristo (2ª Co 1.21,22). Tudo isso significa que aquele que tem o
selo do Espírito Santo tem a salvação garantida (1.14). Isso não quer dizer que
o crente está salvo para sempre, independente de sua conduta, mas que a
redenção está validada aos eleitos em Cristo que permanecem fiéis (Mt 24.13).
O texto declara “o qual é o penhor da
nossa herança”.
Jesus nos deu o Espírito Santo como penhor
pelo resgate (1ª Pe 2.9).
Na verdade somos do Senhor e o que garante
essa possessão é a presença do Espírito Santo em nossa vida.
CONCLUINDO
Nessa porção da Epístola aos Efésios o
plano divino revelado resulta na reconciliação do ser humano com Deus por meio
de Cristo e na restauração de todas as coisas visíveis e invisíveis. Ambos os
propósitos devem redundar em louvor e glória ao Deus Eterno. Na plenitude dos
tempos todo o desígnio divino estará plenamente executado.
Toda a obra da redenção da humanidade teve
o seu desenrolar progressivo na história, na qual vemos o gracioso empenho da
Trindade divina para a salvação da humanidade inteira, e isso até o último ato
dessa obra, “para louvor da sua glória’, (v. 14). Paulo teve de Deus a visão da
sua magnificência divina na sua obra, quando se consumar plenamente a redenção
do seu povo, na ressurreição dos mortos e no arrebatamento da Igreja!
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