TEOLOGIA EM FOCO: AS BÊNÇÃOS DA SALVAÇÃO

terça-feira, 7 de abril de 2020

AS BÊNÇÃOS DA SALVAÇÃO



Leitura Bíblica
Efésios 1.3,4, 9-14 “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo, 4 - Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor, 5 - e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, 6 - para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no amado. 7 - Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua garça, 8 - que Ele tornou abundante para conosco em toda a sabedoria e prudência, 9 - descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo, 10 - de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra; 11 - nele, digo, em que também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho de sua vontade, 12 - com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo; 13 - em quem também vós estais, depois que ouviste a palavra da verdade o evangelho da vossa salvação; e, tendo também nele crido, foste selados com o Espírito Santo da promessa; 14 - o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória.”

INTRODUÇÃO
Nesta lição temos três pontos à ser destacado, os quais referem-se à obra magistral e sublime da Trindade divina na consecução do propósito da salvação da humanidade.

Para compreendemos esse propósito é fundamental entendermos o texto de Ef 1.3; onde Paulo declara que fomos abençoados com “todas as bênçãos espirituais”.

São as bênçãos da salvação que Deus preparou para a humanidade antes de todos os séculos.

I. OS SALVOS – ELEITOS E PREDESTINADOS PELO PAI

Na verdade recebemos as bênçãos espirituais segundo o eterno propósito de Deus.
Nos vvs. 4 e 5; temos duas expressões de grande peso espiritual; “nos elegeu” e “nos predestinou”.
Essas expressões as vezes, mal interpretadas, são a chave do propósito divino da salvação.

A palavra “elegeu” indica que Deus na Sua presciência, elegeu ou escolheu um povo especial para pôr em pratica o seu propósito no mundo.

É interessante notar que a eleição ou a escolha de um povo que Deus faz para si é no passado, conforme declara nosso texto, “antes da fundação do mundo” (v. 4).

A Igreja é constituída de eleitos que foram um povo especial que leve a efeito a causa de Deus neste no mundo, (Rm 8. 29-32).

Israel foi o povo eleito segundo a carne, a descendência de Abraão, mas Israel rejeitou o evangelho da graça, (Rm 9. 30-33), Deus formou,então, um povo, não segundo a lei, mas segundo a graça (Rm 11.5-7).

1. Uma eleição segundo a graça divina (Rm 10.10-10-13).
Sua escolha, ou eleição nada tem a ver com descriminação. Não significa que Deus não queira que todos se salvem. O propósito da salvação é universal, mas Deus sabia que nem todos se salvariam, uma vez que o ser humano é dotado de livre escolha, quanto ao seu destino.

2. A predestinação segundo a presciência divina.
A expressão “nos predestinou, no v. 5; indica que Deus, ao eleger-nos em Cristo para sermos o seu povo, também, “nos predestinou” para sermos o que somos em Cristo hoje justificados (Rm 3. 24). Santos e irrepreensíveis, (Ef 1.4), participantes da herança de filhos, Ef1. 14; e glorificados Rm 8. 30).

O prefixo “pré” significa antes, por isso o termo predestinação refere a indicação de que no glorioso propósito da salvação, Deus já avia estabelecido que os eleitos seriam, também, adotados como filhos de Deus.

A expressão “para filhos de adoção por Jesus Cristo” é semelhante as palavras do apóstolo João no seu evangelho (Jo 1.12), que diz:
“Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; ao que creem no seu nome”.

A predestinação não faz seleção entre os pecadores, porque todos pecaram, ( Rm 3. 9 ).

II. OS SALVOS - REMIDOS PELO FILHO

1. Os sentidos das palavras redenção e remissão.
Essas duas palavras se destacam especialmente no v. 7:
Redenção e remissão são duas gloriosas bênçãos da salvação consumada por Jesus na cruz.

Redenção no eu termo original, relaciona-se ao ser do pecador, ao passo que remissão, no seu termo original, relaciona-se aos pecados do pecador, (At 13.38; 26.18; Cl 1.14; Hb 9.22).

2. A obra redentora de Deus é perfeita.
Ele redime o pecador do poder de Satanás e também anula os seus pecados.

O v. 7, também retrata algo do contexto da época em que um escravo podia ser liberto de sua escravidão mediante o pagamento do resgate, (1ª Co 6. 20; Cl 1.14).

2.1. Sangue, o preço da redenção (v. 7).
O preço da liberdade foi o de sangue, o sangue inocente e imaculado de Cristo.

O sangue requerido nos sacrifícios de animais inocentes, típico da velha aliança, literalmente derramado por Jesus no Calvário.
Ali Ele se tornou o cordeiro de Deus, como sacrifício expiador dos pecados da humanidade.

2.2. O efeito imediato da redenção (vvs. 8 e 9).
O v. 8 indica que Deus tornou ampla a possibilidade de redenção e perdão, ao mesmo tempo em que capacita a todo o salvo em Cristo conhecer as riquezas da sua salvação. Nos VV. 9 e 10. Deus fala do “mistério da sua vontade”, (v. 10).

2.3. O efeito futuro da redenção v. (10).
A expressão, “plenitude dos tempos” significa um tempo futuro em que os propósitos divinos alcançarão o seu fim, em plenitude.

A redenção no futuro chegará ao se auge segundo o glorioso propósito de Deus no estabelecimento do seu reino eterno onde não haverá mais tentações e tribulações, porque os salvos numa só dimensão espiritual.

2.4. A soberania do conselho divino na obra da redenção (v. 11).
A palavra, “predestinados” neste versículo tem sido muitas vezes mal compreendida e assim interpretada no que se refere à soberania de Deus.

Sabemos que Deus é soberano em sua perfeita vontade, mas quanto a salvação, não há qualquer afirmação bíblica de que os predestinados sejam uma elite única e todas as demais pessoas estejam fora da eleição divina.

Deus é justo e imparcial e ele dá a todas as criaturas humanas a mesma oportunidade de salvação.

Os que atendem o seu chamado geral desfrutam do privilégio do seu glorioso propósito de salvação.
A continuação do v. 11; revela “que Deus fez tudo segundo o conselho da sua vontade”.

Esse conselho decisório se constitui especialmente da santíssima Trindade: o Pai, o Filho, e o Espírito Santo.

Esse conselho rege o Universo, inclusive o destino da humanidade.

III. OS SALVOS SELADOS – COM O ESPÍRITO SANTO

O Espírito Santo desempenha importante papel no plano de salvação idealizado por Deus Pai.

1. O Espírito Santo na obra da redenção, (vv. 13 e 14).
Na verdade esses dois versículos apresentam o ministério do Espírito Santo no sentido de promover a fé em Cristo como salvador ( Jo 16. 8 – 10) e, também, a sua presença viva e dinâmica na vida dos Crentes.

O próprio nome dado ao Espírito indica a sua missão que é o de fazer-nos santos para Deus.

2. O Espírito Santo é o selo da redenção (v. 13). Aquele que ouve a Palavra de Deus - o Evangelho da Salvação - e que por meio da fé, se rende a Cristo, recebe o selo do Espírito Santo no momento da conversão (Tt 3.5-7). Nos tempos bíblicos, o selo era usado como sinal de propriedade e posse pessoal. Ao conceder o Espírito Santo ao crente, Deus identifica os que pertencem a Cristo, pois o Espírito testifica daqueles que são filhos de Deus (Rm 8.9,15,16) e o Maligno não lhes toca (1ª Jo 5.18). Assim, a terceira pessoa da Santíssima Trindade tem o papel fundamental de regenerar, purificar e santificar o pecador (1ª Co 6.11). Ele é quem convence o ser humano do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.7,8); e que também produz no crente o verdadeiro relacionamento com Deus por meio do fruto do Espírito (Gl 5.22,23).

“Fostes selados” é a declaração bíblica de que todo salvo em Cristo tem uma marca um sinal que o identifica como propriedade do senhor.

Um selo é uma marca de propriedade, e os crentes em Jesus possuem essa marca indisfarçável que é a presença pode - rosa do Espírito em seu ser.

A comprovação da nossa redenção é o selo do Espírito Santo em nossa vida.
O que distingui um crente de um ímpio é o selo do Senhor que lhe dá autenticidade. Não há nada parecido ou igual.

Ele é singular com o direito de posse do Senhor.

3. O Espírito Santo e sua identificação definida (v. 13).
Nos tempos atuais há muita imitação barata das ações do Espírito Santo, mas A palavra de Deus contém a sua identificação singular como “o Espírito santo da promessa”.

Essa promessa foi a que Deus fez desde os tempos do Antigo Testamento, (Jl 2. 23 – 24, 28 e 29), e a cumpriu no dia de Pentecostes, (At 2. 1 – 13, 38, 39) Ele é o Espírito Santo da promessa que habita em nós, na Igreja de Cristo, confirmando a promessa do Senhor.

Precisamos entender e separar os fatos acerca da promessa do Espírito Santo,  faz parte da promessa o falar noutras línguas pelo espírito mas essa gloriosa experiência não é o selo do espírito aqui referido e em (2ª Co 1.22).

O falar em línguas estranhas espirituais é uma experiência subsequente.

4. O Espírito Santo é o penhor da redenção (v. 14).
O termo grego arrabon pode ser traduzido como “depósito”, “penhor”, “garantia” ou ainda “primeira parcela” (1.14). No tempo de Paulo, a palavra “penhor” era empregada para uso legal e comercial quando alguém comprava alguma coisa e desejava garantir a sua compra.
As pessoas adiantavam uma quantia inicial como Penhor (1ª Co 1.22; 5.5).
A palavra tem origem semítica e era usada nas transações comerciais para assegurar o preço ou garantir o pagamento de algo. Paulo ensina que o Espírito Santo é o depósito que garante a nossa herança em Cristo (2ª Co 1.21,22). Tudo isso significa que aquele que tem o selo do Espírito Santo tem a salvação garantida (1.14). Isso não quer dizer que o crente está salvo para sempre, independente de sua conduta, mas que a redenção está validada aos eleitos em Cristo que permanecem fiéis (Mt 24.13).
O texto declara “o qual é o penhor da nossa herança”.
Jesus nos deu o Espírito Santo como penhor pelo resgate (1ª Pe 2.9).
Na verdade somos do Senhor e o que garante essa possessão é a presença do Espírito Santo em nossa vida.

CONCLUINDO
Nessa porção da Epístola aos Efésios o plano divino revelado resulta na reconciliação do ser humano com Deus por meio de Cristo e na restauração de todas as coisas visíveis e invisíveis. Ambos os propósitos devem redundar em louvor e glória ao Deus Eterno. Na plenitude dos tempos todo o desígnio divino estará plenamente executado.
Toda a obra da redenção da humanidade teve o seu desenrolar progressivo na história, na qual vemos o gracioso empenho da Trindade divina para a salvação da humanidade inteira, e isso até o último ato dessa obra, “para louvor da sua glória’, (v. 14). Paulo teve de Deus a visão da sua magnificência divina na sua obra, quando se consumar plenamente a redenção do seu povo, na ressurreição dos mortos e no arrebatamento da Igreja!

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