Apocalipse 11.1-6 “E foi-me dada uma cana semelhante a uma vara; e chegou o anjo e disse: Levanta-te e mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram. 2- E deixa o átrio que está fora do templo e não o meças; porque foi dado às nações, e pisarão a Cidade Santa por quarenta e dois meses. 3- E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco. 4- Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus da terra. 5- E, se alguém lhes quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca e devorará os seus inimigos; e, se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto. 6- Estas têm poder para fechar o céu, para que não chova nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue e para ferir a terra com toda sorte de pragas, quantas vezes quiserem.”
Depois dos
acontecimentos exibidos pelo toque da 6ª trombeta, antes de se iniciar o toque
da 7ª trombeta, Deus faz uma pausa na história dos acontecimentos para enviar a
Terra às duas testemunhas que irão anunciar o evangelho em Jerusalém.
“Levanta-te e mede
o templo...”.
João recebe a ordem para medir o templo, o altar e local dos adoradores. Mas
que templo? Note que João escreveu o livro de Apocalipse no ano 95 d.C.,
Jerusalém e o templo tinham sido destruídos no ano 70. Portanto, a medição do
templo (v. 1, 2), refere-se à reconstrução do templo de Salomão em Jerusalém durante
Grande Tribulação onde será profanado pelo Anticristo (Mt 24.15; 2ª Ts 2.4).
Quando o texto diz: “deixa o átrio que está fora do templo...”, refere-se do átrio exterior, porque era aberto para os estrangeiros adorarem no templo (Ez 42.14 e 44.19). Jesus disse que Jerusalém seria pisada pelos gentios (Lc 21.24), se referindo ao tempo em que a cidade seria tomada por outros povos por séculos.
1. A mensagem das testemunhas. Quando o Anticristo estiver com as nações mundiais sobre seu domínio e os judeus o adorando-o como seu “messias tão aguardado, então aparecerá em Jerusalém duas grandes testemunhas. Deus enviá-lo-ás para anunciar o evangelho do Reino de Cristo e profetizar a respeito do futuro. Terão grande poder sobrenatural (Ap 11.1-14). Essas testemunhas do Senhor irão pregar num período de 1.260 dias (que são três anos e meio). Vestidos se saco: “Darei às minhas duas testemunhas que profetizem por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco” (Ap 11.3).
O Evangelho do Reino começou a ser pregado por João Batista, que estava preparando o caminho do Senhor Jesus, e ainda será pregado na primeira fase da Grande Tribulação pelas duas testemunhas procurando converter o coração dos pais aos filhos (Ml 4.6). Este evangelho é o mesmo que João Batista pregava na primeira vinda de Cristo, há quase dois mil anos dizendo: “arrependei-vos porque é chegado o reino de Deus” (Mt 3.2), este não é o mesmo evangelho que pregamos nos dias de hoje, existem duas formas de pregar o evangelho:
1. O Evangelho da
graça (Mc 16.15): O Evangelho que é pregado hoje para a salvação.
2. O Evangelho do
Reino (Mt 24.14): As duas testemunhas irão pregar na Grande Tribulação,
anunciando que está próximo o reino de Cristo.
Enquanto o falso profeta estará apresentado Anticristo ao mundo como o verdadeiro messias, as duas testemunhas irão pregar que o reino de Cristo está próximo e Ele virá com poder e grande glória para reinar por mil anos e isto irá acontecer no mundo todo.
2. Quem são as duas testemunhas? A palavra testemunha no original grego é μάρτυς mártir que significa testemunhas.
A Bíblia não diz
quem são as duas testemunhas. Apenas diz o que vão fazer quando forem
reveladas. Provavelmente surgirão no início da Tribulação. Não sabemos quando
isso será. Esse é um mistério que ainda não foi revelado.
Uma das perguntas
polemica do apocalipse é: Quem são as “Duas Testemunhas”. Há neste texto
Bíblico, muitas divergências teológicas, para saber com precisão quem serão as
duas testemunhas.
Alguns pensam em
dois profetas: Elias e Moisés com o poder que exerceram ninguém poderia
tocá-los e porque apareceram na transfiguração com Jesus. Outros acham que
seria Enoque por que foi arrebatado para Deus e precisa voltar para morrer.
Entretanto, não será Moisés, Elias, Enoque ou outro personagem bíblico. Os
sinais realizados pelas “Duas Testemunhas” são semelhantes aos de Moisés e
Elias, mas isso não significa que sejam literalmente estas pessoas.
Muitos usam a
referência de Malaquias 4.5, onde diz que Elias virá antes do grande dia do
Senhor. Jesus disse que a profecia sobre a vinda de Elias (Zc 4.5) se cumpriu
através do ministério de João Batista (Mt 17.11-13), o precursor do Messias.
Ele veio para pregar o evangelho do reino. Existem muitas razões para afirmar
que não serão nenhum destes personagens bíblicos:
Primeiro, não será
Enoque, porque está escrito em Hebreus 11.5: “Pela fé, Enoque foi trasladado
para não ver a morte”. Portanto se Enoque foi translado para não ver a morte
então não será ele.
Segundo, não será
Elias e nem Moisés, porque eles aparecem em um corpo glorifica no monte da
transfiguração junto com Jesus (Mt 17.1-9).
Terceiro, o
apóstolo Paulo afirma “que carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem
a corrupção herda a incorrupção. (1ª Co 15.50). Paulo está falando do corpo que
é corruptível de herdar o céu; “Porque convém que isto que é corruptível se
revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da
imortalidade.” 1ª Co 15.53).
Quarto, Elias e
Enoque foram arrebatados para céu, tipificando a Igreja de Cristo que será
arrebatada. Portanto, eles foram transformados e arrebatados. Elias deixou cair
sua capa (2ª 2.12-14), simbolizando que despiu-se dos seus andrajos humanos. O
que vai acontecer com o arrebatamento ou a transladação da Igreja é a mesma
coisa. Todos os crentes fiéis serão tomados pelo Espírito Santo e elevados aos
céus. No momento de serem tomados (num abrir e fechar de olhos) serão
transformados, isto é, deixaram os seus andrajos e serão capacitados de
entrarem no céu, diante do Trono de Deus, sem mais a necessidade de morrer.
Conforme o ensino paulino a igreja de Tessalônica ele diz: “Os mortos
ressuscitarão primeiro e depois nós, os que estivermos vivos, seremos
transformados num corpo glorificado e levados nas nuvens, junto com eles, para
nos encontrarmos com o Senhor nos ares” (1ª Ts 4.16-17).
“Se admitirmos que Moisés, Elias ou Enoque, volte viver em corpo mortal para ser uma das duas testemunhas, estaremos concordando plenamente com a doutrina espírita da reencarnação, a qual Deus condena ao longo do texto bíblico (Hb 9.27).” [Valdemar Pereira Paixão, livro apocalipse, pg 83].
3. As duas
testemunhas são as duas oliveiras. “São estas as duas Oliveiras
(testemunhas), e os dois candeeiros que se acham em pé diante do Senhor da
terra” (Ap 11.4).
“Junto a este,
duas Oliveiras...”.
Quando estudamos a luz da hermenêutica podemos ter uma ideia de quem serão as
duas testemunhas comparando com o profeta Zacarias.
“E disse-me: Que
vês? E eu disse: Olho, e eis que vejo um castiçal todo de ouro, e um vaso de
azeite no seu topo, com as suas sete lâmpadas; e sete canudos, um para cada uma
das lâmpadas que estão no seu topo. E, por cima dele, duas oliveiras, uma à
direita do vaso de azeite, e outra à sua esquerda. E respondi, dizendo ao anjo
que falava comigo: Senhor meu, que é isto?” (Zc 4.3-4).
Não sabendo
responder o significado da revelação o anjo continua lhe perguntando e lhe
explicando:
“Respondi mais,
dizendo-lhe: Que são as duas oliveiras à direita e à esquerda do castiçal? E,
respondendo-lhe outra vez, disse: Que são aqueles dois ramos de oliveira, que
estão junto aos dois tubos de ouro, e que vertem de si azeite dourado? E ele me
falou, dizendo: Não sabes tu o que é isto? E eu disse: Não, senhor meu. Então
ele disse: Estes são os dois ungidos, que estão diante do Senhor de toda a
terra” (Zc 4.11-14).
“As Duas
Testemunhas são chamadas de duas oliveiras e dois candelabros como um símbolo
de frutos e luz, lembrando da profecia sobre a reconstrução do templo após sua
primeira destruição, quando o sacerdote Josué e o governador Zorobabel foram chamados
de duas oliveiras perto do candelabro (Zc 4.3 e 11-14). A oliveira produz o
azeite para acender o candelabro. O poder das palavras destas duas testemunhas
é representado pelo fogo (Jr 5.14).” [Fonte de pesquisa
https://www.esbocosermao.com/2020/11/apocalipse-11-as-duas-testemunhas.html].
“Os dois ungidos”,
portanto, nesta visão representam Josué e Zorobabel (Zc 3.1; 4.9). Josué era o
sumo sacerdote e Zorobabel o herdeiro do trono Judá (1º Cr 3.17-19). Zorobabel
era no seu tempo representante da monarquia de Davi (Ag 2.20-23), e está na
linhagem direta de Cristo (Mt 1.12). Foi nomeado por Ciro rei da Pérsia para
ser o condutor e governador do povo Judeu no regresso para Judá (Ed 1.8; cap.
11; 5.11-14).
As duas oliveiras nesta revelação dada a Zacarias são Josué e Zorobabel uma autoridade política e outra religiosa nos dias deste profeta. Mas as duas testemunhas de apocalipse 11, tipificam duas autoridades desconhecidas (política e religiosa da nação israelita), ungidos por Deus para profetizar aos Judeus na Grande Tribulação. Portanto, não será nenhum personagem bíblico do V.T., ou seja, nem Josué, Zorobabel ou outro. Eles apenas tipificam as duas testemunhas. Se as testemunhas fossem Moisés e Elias, ou Enoque e Elias, por que a Escritura ficaria em silêncio sobre suas identidades?
4. As duas testemunhas serão chios do Espirito Santo. “Se alguém pretende causar-lhes dano, sai fogo da sua boca e devora os inimigos; sim, se alguém pretender causar-lhes dano, certamente, deve morrer. Elas têm autoridade para fechar o céu, para que não chova durante os dias em que profetizarem. Têm autoridade também sobre as águas, para convertê-las em sangue, bem como para ferir a terra com toda sorte de flagelos, tantas vezes quantas quiserem” (Ap 11.5-6).
Como Moisés no Egito e Elias no monte Carmelo, as duas testemunhas serão revestidas de poder, autoridade e dotados com o dom de maravilha pelo Espírito Santo. Eles têm poder para trazer seca sobre a terra, para transformar as águas em sangue, e para ferir a terra com todas as pragas. E se alguém desejar causar o mal, serão devorados com fogo procedente de sua boca.
5. O que
acontecerá com as duas testemunhas? Ap 11.7-13 “E, quando acabarem o seu
testemunho, a besta que sobe do abismo lhes fará guerra, e as vencerá, e as matará.
8 E jazerá o seu corpo morto na praça da grande cidade que, espiritualmente, se
chama Sodoma e Egito, onde o seu Senhor também foi crucificado. 9 E homens de
vários povos, e tribos, e línguas, e nações verão seu corpo morto por três dias
e meio, e não permitirão que o seu corpo morto seja posto em sepulcros. 10 E os
que habitam na terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão, e mandarão
presentes uns aos outros; porquanto estes dois profetas tinham atormentado os
que habitam sobre a terra. 11 E, depois daqueles três dias e meio, o espírito
de vida, vindo de Deus, entrou neles; e puseram-se sobre os pés, e caiu grande
temor sobre os que os viram.12 E ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia:
Subi cá. E subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram. 13 E
naquela mesma hora houve um grande terremoto, e caiu a décima parte da cidade,
e no terremoto foram mortos sete mil homens; e os demais ficaram muito
atemorizados, e deram glória ao Deus do céu”.
Por três anos e
meio, ou seja, na primeira fase da Grande Tribulação, as testemunhas serão
preservadas do mal. Mas, quando eles terminarem de realizar a obra a que foram
designados por Deus, a besta que sobe do mar (Ap 13), o Anticristo, que unido
com o falso profeta (Ap 13.12), virar-se-á contra as duas testemunhas e os
matará na praça da cidade e depois de três dias e meio o Senhor ressuscitará num
corpo glorificado e subirão ao céu numa nuvem diante dos olhos de todos (Ap
11.6-12) até que os dias da tribulação se completem.
“A grande cidade
que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito” (v. 6). Jerusalém é aqui chamada
de Sodoma por causa de seu orgulho, indulgência, facilidade próspera e
indiferença às necessidades dos outros (veja Ez 16.49). E é chamado Egito por
causa de sua idolatria, perseguição e escravidão ao pecado e injustiça.
Depois do
arrebatamento das duas testemunhas haverá um grande terremoto e a décima parte
da cidade (Jerusalém) será destruída e morrerão sete mil pessoas. Após o
julgamento divino, o remanescente de Israel aceitará a mensagem das duas
testemunhas e dará glória a Deus.
Pr. Elias Ribas Dr. em Teologia
Assembleia de Deus
Blumenau - SC
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