TEOLOGIA EM FOCO: DOMINGO DIA DO SENHOR

quinta-feira, 13 de junho de 2013

DOMINGO DIA DO SENHOR


Diz a Enciclopédia Encarta: Domingo, no Novo Testamento, é chamado “Dia do Senhor”. Em latim, dominica die, de onde deriva o seu nome nas línguas neolatinas, por exemplo: espanhol, domingo; italiano, domenica; e francês, dimanche; faladas por cerca de 400 milhões de pessoas”. “Dia do Senhor”, é uma expressão traduzida do original grego kuriake emera, de Apocalipse 1.9-10: “Eu João [...] fui arrebatado em espírito no Dia do Senhor [...]”. A palavra hebraica para o domingo é Yom Rishon, que significa “Dia Primeiro”.

A Enciclopédia Histórica Teológica da Igreja Cristã afirma: A frase “o dia do Senhor” (kuriake emera), ocorre uma só vez e isto se dá no último livro (Ap. 1.10) [...] Expressava a convicção de que o domingo era o dia da ressurreição, quando Cristo Jesus conquistou a morte, e se tornou o Senhor de todos (Ef 1.20-22). Não há nenhuma outra ocorrência da expressão de João em toda a Bíblia, nem sequer mesmo na Septuaginta. A expressão “O Dia do Senhor” (yom YHWH) em Joel 2.1, sempre foi vertida para o grego como emera kuriou. Vemos aqui duas razões tremendas: a primeira é a ressurreição de Cristo, que ocorreu, como sabemos, num domingo (Mt 28.1; Mc 16.2; Lc 24.1; Jo 20.1); em segundo lugar vemos distinção do dia senhorial do dia da parousia (arrebatamento – 1ª T. 2.19; 3.13; 4.15; 5.23), que também é chamado Dia do Senhor (At 2.20; 1ª Co 5.5; 2ª Pe 3.10; 1ª Ts 5.2). A palavra kuriakos é uma forma adjetivada da palavra kurios e significa exatamente “que diz respeito ao Senhor”, “pertencente ao Senhor” ou “senhorial”. A tradução mais literal de Apocalipse 1.10 seria: “eu fui arrebato em espírito no dia senhorial”. Como o adjetivo senhorial raramente é usado, partiu-se para o uso do seu sinônimo: dominical. Por quê? A palavra ‘senhor’ em latim é dominus. Daí vem o adjetivo dominical, correspondente ao substantivo “senhor” (por ex. Dom Pedro II = senhor Pedro II). Quando dizemos algo referente ao povo, não dizemos povoal, mas popular, que vem do latim populus. Por isso dominical significa referente ao Senhor. Domingo não é importado do paganismo, como saturdey; nem do judaísmo, como é o sábado. É o nome criado pelo apóstolo João para comemorar o dia da ressurreição de Cristo, consumando a libertação de toda a humanidade.

A palavra domingo é tradução literal da expressão criada por João e vertida para o latim como dominica die, por sua vez corretamente traduzida da Vulgata para as línguas neolatinas como domingo (português e espanhol), domenica (italiano) e dimanche (francês).

Para o cristão, o sábado judaico já não é obrigatório. As exigências cerimoniais foram canceladas na morte de Cristo (Cl 2.14; Rm 14.5-6; Gl 4.9-11). Alem disso, o sábado como dia fixo semanal de descanso foi parte do pacto entre Deus e Israel somente (Êx 31.13-17; Ez 20.12, 20).

Os cristãos observam o domingo como dia de repouso pessoal e adoração ao Senhor. É o dia que Jesus ressurgiu entre os mortos, sendo chamado no N.T. de “o Dia do Senhor”. Uma vez que o cristão não mais obrigado a observar o sábado judaico, ele tem fortes razões bíblicas para dedicar um dia, em sete, para seu repouso e adoração a Deus.

O princípio de um dia sagrado de repouso foi instituído antes da lei judaica:

“E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou” (Gn 2.3).

Isto indica que o propósito divino é que um dia, em sete, fosse uma fonte de benção para toda a humanidade e não apenas para a raça judaica.

[...] Os gloriosos acontecimentos do primeiro dia da semana fizeram com que o dia de descanso tomasse o lugar do sétimo. Enquanto no sábado do Antigo Testamento é comemorada a completa execução da extraordinária obra da criação, infelizmente corrompida pelo pecado, no “sábado cristão”, chamado no Novo Testamento de “Dia do Senhor”, é comemorada a consumação da obra de redenção, ainda maior que a da criação. Na lei o sábado era santo, na graça todos os dias são santos, sendo o primeiro dia separado para o Senhor.

Com a ressurreição de Jesus, proclamou-se a vitória dos filhos do primeiro Adão. Contudo, os evangélicos não estão obrigados a guardar o domingo da mesma maneira como os judeus guardavam o sábado, pois nenhuma recomendação nesse sentido existe no Novo Testamento.

Mas observância daquilo que já foi consumado por Cristo no Calvário é uma ofensa à graça divina. É contestar a gloriosa obra de redenção, concluída por Jesus, considerando ineficaz o sacrifício supremo do Filho de Deus [Abraão de Almeida. Revista Obreiro P. 30].

O propósito espiritual de um dia de descanso em sete é benéfico ao cristão. No A.T. esse dia era visto como uma cessação do labor e ao mesmo tempo um dia dedicado a Deus; um período para se conhecer melhor a Deus e adorá-lo; uma oportunidade para dedicar-se em casa e em público às coisas de Deus (Nm 28.9; Lv 24.8).

Assim como o sábado era sinal do conserto de Israel como povo de Deus (Êx 31.16-17), o dia de adoração do cristão (o domingo) é sinal de que este pertence a Cristo.

Jesus nunca ab-rogou o princípio de um dia de descanso para o homem. O que Ele reprovou foi o abuso dos líderes judaicos quanto à guarda do sábado (Mt 12.1-8; Lc 13.10-17; 14.1-6).

Nove dos dez mandamentos constam no Novo Testamento, exceto o sábado.

1. “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3).
1. “…. vos convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles” (At 14.15).
2. “Não farás para ti imagem de escultura…” (Êx 20.4).
2. “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1ª Jô 5.21).
3. “Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão…” (Êx 20.7).
3. “…não jureis nem pelo céu, nem pela terra…” (Tg 5.12).
4. “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar” (Êx 20.8).
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5. “Honra teu pai e tua mãe….” (Êx 20.12).
5. “Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo” (Ef 6.1).
6. “Não matarás” (Êx 20.13).
6. “Não adulterarás…” (Rm 13.9).
7. “Não adulterarás” (Êx 20.14).
7. “…não matarás…” (Rm 13.9).
8. “Não furtarás” (Êx 20.15).
8. “…não furtarás…” (Rm 13.9).
9. “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Êx 20.16).
9. “Não mintais uns aos outros…” (Cl 3.9).
10. “Não cobiçarás a casa do teu próximo” (Êx 20.17).
10. “…não cobiçarás…” (Rm 13.9).

 CONSTANTINO E O DOMINGO

Dizem os sabatistas, que o imperador romano, Constantino, trocou o sábado pelo domingo. Isso não é verdade. A palavra domingo, como já vimos caracteriza o “Dia do Senhor”.
Dentre as razões da substituição do sábado pelo domingo como dia semanal de repouso para a Igreja, destaca-se a seguinte:

1        Cristo ressuscitou no primeiro dia da semana (Mc 16.9).
2        O primeiro dia da semana foi o dia especial das manifestações de Cristo ressuscitado. Manifestou-se cinco vezes no primeiro domingo e outra vez no domingo seguinte (Lc 24.13, 33, 36; Jo 20.1; Jo 20.13, 19, 26).
3        O Espírito Santo foi derramado no dia de Pentecostes, um dia de domingo
(Lc 23.15, 16, 21; At 2.1-4).
4        Nos tempos do N.T., os cristãos dedicavam um dia especial, o primeiro dia da semana, para adorar a Deus e comemorar a ressurreição de Cristo (At 20.7; 1ª Co 16.2; Ap 1.10).
5        Os cristãos dos tempos apostólicos costumavam se reunir aos domingos para celebrar a Santa Ceia do Senhor, pregar, e separar suas ofertas para o Senhor.

Os cristãos da Igreja Primitiva decidiram naturalmente dedicar o domingo para adorar ao Senhor Jeová, por ter sido o dia da ressurreição de Jesus, fato sem a qual a nossa fé seria vã: (1ª Co 15.14).

“Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for” (1º Co 16.1-2).

O primeiro dia da semana foi o dia adotado pelos apóstolos como o “dia do Senhor”, que era o domingo.

No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo, que devia seguir viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso até à meia-noite” (At 20.7).

O domingo veio substituir o sábado como dia de culto em celebração da ressurreição.

Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta” (Ap 1.10). Na época de ser escrito este Livro (95 d.C.), o domingo já tinha sido consagrado pela a igreja como dia especial de cultuar o Senhor Jesus Cristo.

“Tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos” (Cl 2.12).

O batismo simboliza a morte do velho homem (2ª Co 5.17; Gl 6.15), ou seja, quando fomos batizados, fomos também sepultados com Cristo, e no batismo também fomos ressuscitados com Ele por meio da fé. Se Jesus ressuscitou no primeiro dia da semana e este dia foi considerado como o “Dia do Senhor” pela igreja primitiva, e, também nós cristãos que recebemos este batismo, fomos ressuscitados com Ele na Sua morte. Então consideramos também este dia como o “Dia do Senhor”.

Assim esta prática foi tornada comum, sem decreto humano e sem imposição. Foi algo espontâneo. Constantino apenas confirmou uma prática antiga dos cristãos.

Nesse período da graça, não precisamos guardar o sábado de descanso, como os israelitas. A Igreja não está debaixo da lei mosaica (Rm 6.14; Lc 16.16; Gl 4.1ss). A Palavra de Deus afirma: “ninguém vos julgue [...] por causa dos [...] sábados, que são sombras das coisas futuras” (Cl 2.16,17). Isso não significa, evidentemente, que devemos desobedecer aos outros mandamentos.

Para os israelitas, não guardar o sábado significava quebrar a aliança mosaica (Is 56.4-6; Êx 31.15). Para nós, não cultuar a Deus no domingo — considerado “o Dia do Senhor” — ou em outro dia aprazível não denota quebra de pacto com o Senhor. No máximo, revela negligência, no caso do crente que deixa de ir ao culto por qualquer motivo (Ef 5.14-16).

Concluímos, então que, se o cristão quiser um dia entrar no eterno descanso com Deus, deve ser um cumpridor das doutrinas fundamentais da Palavra de Deus e não de uma lei cerimonial abolida por Cristo que não nos dá o direito de sermos salvos, mas somos salvos pela fé em Cristo Jesus. Amém!

Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus

6 comentários:

  1. Sabado foi abencoado e santificado... Criacao do mundo.Genesis 2 v 1 a 3...Paulo continou guardando sabado Atos 16 v 13 e Atos 17 v 2 inclusive fora de Israel...Apocalipse 1 v 10 e paralelo com Marcos 2 v 27 e 28 e Mateus 12 v 8 fala q Jesus e o Senhor do sabado...e tbm os 10 Mandamentos estao dentro da arca do concerto Apocalipse 11 v 19 e exodo cap 34 v 28 e foram escrita p Deus Exodo cap 31 v 18 ...sabados abolidos foram de Levitico cap 25...pq estes estao lado da arca e escrito num livro e p Moises.Deuterinomio cap 31 v 24 a 26...Salmos 111 v 7 e 8 fala q Mandamentos e p sempre..Deus nao muda Hebreus 13 v 8 e Malaquias 3 v 6...Apocalipse 12 v 17 e Apocalipse 14 v 12 Fala os q guarda Mandamentos de Deus e a Fe em Jesus...paulo tbm falou q Mandamento e justo ..santo e bom Romanos 7 v 12..e q nao anularia a lei pela fe..Romanos 3 v 31..dia do Senhor sem duvidas e o Sabado..se cumprindo Daniel 7 v 25 q mudariam as leis e o tempos...ocorrendo c imp constantino no anp 321 dc trocando o Sabado p domimgo q na biblia e chamado de primeiro dia da semana..exe Joao 20 v 1...Deus abencoe Fica paz..vc e sua familia

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    1. O profeta Oséias, prediz a abolição de todas as solenidades, incluindo o sábado do Senhor Lv.23.3, por ser também cerimonial como as demais festas:
      “E farei cessar todo o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas, e os seus sábados, e todas as suas solenidades” (Os 2.11).
      O Profeta agora desce aos pormenores; e, em primeiro lugar, ele diz que o povo ficaria destituído de seus sacrifícios e dias de festas, e de toda aquela pompa exterior, os quais estiveram com eles à guisa de religião.
      O Senhor Deus está falando ao profeta Oséias da interrupção do Sábado, da lua nova e do culto externo. O povo de Israel, seria destituído desses excelentes dons com os quais havia sido distinguido. O Profeta diz, em primeiro lugar: Eu farei cessar o sábado e os dias de festa. Eles realmente se julgavam abençoados quando celebravam os dias festivos, quando ofereciam sacrifícios e, magnificavam o Senhor, todavia, sabemos que não o adoravam num lugar lícito nem da maneira reta, como ele ordenara na lei; pois mesclavam muitas superstições; mais que isso, a religião, como um todo, estava impura; e, contudo, julgavam que o culto deles agradava a Deus.
      O anúncio profético de Oséias se cumpriu em Jesus Cristo e, por isso, no Novo Testamento se encontra um texto afim, isto é, sobre o mesmo assunto, do texto do profeta.

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  2. Paulo pregava no Sábado porque a sinagoga judaica só abria no sábado.
    Por isso o apóstolo Paulo recomenda aos crentes de Colossos cuidado para que não se tornem presas dos pregadores de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo:
    “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festas, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo” (cl 2.16-17).

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  3. Estas Escrituras, a de Oséias e a de Paulo, a primeira anunciando a futura abolição do sábado e a segundo o fato consumado da extinção dele, merecem, por serem de suma importância, exame detido e pormenorizado.
    Nossa pesquisa, destituída de qualquer juízo temerário e preconcebido, e com propósito de submissão incondicional à Vontade Soberana de nosso Deus.
    Parte integrante do regime de sombras e das figuras do Velho Testamento, o sábado estava fadado a ser abolido com o aparecimento da realidade em Jesus Cristo, porquanto a Nova Aliança em Jesus Cristo ultrapassa a Antiga Lei.
    No contexto da vigência da Lei os judeus viviam debaixo da sombra dos bens futuros (cf. Hb 10.1). Ao consumar no calvário a obra objetiva da Redenção, Jesus Cristo, Luz do mundo, extinguiu todas as sombras e n’Ele se consumaram todas as figuras.
    Extintas as sombras e consumadas as figuras, o sábado também caducou porquê das sombras e das figuras faziam parte.

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  4. Na Escritura de Oséias leio “SEUS SÁBADOS”.
    Em outras passagens encontro o Senhor aludindo a esse dia da semana com o pronome possessivo na primeira pessoa: “MEUS sábados” (cf. Êx 31.13; Ez 20.12, 13, 16, 20, 21; 22.8, 26. 23.28). “MEUS sábados”, disse Deus, por serem eles “DO SENHOR” (cf. Lv 23.3; Dt 5.14).
    O profeta Oséias, contudo, diz: “SEUS sábados”. O pronome possessivo, embora em ambos os casos esteja no plural, encontra-se em diferentes pessoas. Por quê?
    Será que ao dizer “MEUS sábados” Deus aludia ao sábado semanal e ao dizer Oséias 2.11 “SEUS sábados” se referia às festas anuais?
    Estudando o hebraico o pronome MEUS e SEUS naquelas locuções não invalida a profecia de Oséias 2.11 quanto à abolição do sábado semanal.
    Se o sábado é o SINAL de uma aliança, ou pacto entre Deus e o povo israelita atribuísse-lhe, logicamente, o aspecto de bilateralidade. Concerto ou aliança é um contrato. E todo o contrato é bilateral, isto é, exige o cumprimento de condições para ambas as partes concertantes ou contratantes e concede regalias a ambas também. Então a Aliança ou Concerto pertence a Deus e a Israel. É de Deus e do povo.
    Em Levítico 23, encontro o sábado semanal incluído entre as solenidades do Senhor: “estas são as MINHAS solenidades” (v. 2):
    “Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: As solenidades do SENHOR, que convocareis, serão santas convocações; estas são as minhas solenidades:” (v. 2).
    O Sábado (v. 3); a páscoa (vv. 4-8); as primícias (vv. 9-22); a dos tabernáculos (vv. 24, 34-36, 39-43); o dia da expiação (vv. 27-32); e as festas anuais (vs. 4 ss).
    Estas solenidades todas, inclusive o sábado semanal, nos vv. 4 e 37 são chamadas de “solenidades do Senhor”.
    No v. 2 Deus designa todas as solenidades: o sábado semanal e as festas anuais com o pronome possessivo na primeira pessoa “MINHAS solenidades”.
    Os sábados pré-figurativos (as festas anuais) foram também cognominadas por Deus de propriedade d’Ele, valendo-se da primeira pessoa no possessivo.
    Se as festas anuais são pré-figurativas e, portanto, cerimoniais, o sábado semanal também o é. Por conseguinte também ele é cerimonial e sujeito à caducidade, à abolição como sombra dentre as outras sombras ritualísticas judaicas.
    Se o sábado semanal é uma prescrição moral da Lei e, por isso, não pode ser extinto, por ser em vários lugares das Escrituras chamado por Deus de “MEUS sábados”, teremos que admitir situação semelhante para os sábados SOLENES, o ano sabático e o ano jubileu.
    Naquele tempo havia o sábado septenário e o sábado jubileu. Depois de seis anos consecutivos de trabalho o sétimo era de repouso total. E também depois de 49 anos de trabalho o quinquagésimo era de descanso completo.
    Deveriam ser estes dois sábados (o septenário e o do jubileu) também prescrição moral porque também eram do Senhor, O sábado septenário era “um sábado do Senhor” (Lv. 25.2 e 4). O sábado cinquentenário também era do Senhor porque a Ele santificado (cf. Lv. 25: 10 e 12).
    Nesse caso, deveríamos guardar para sermos coerente o sábado septenário e o sábado cinquentenário. Se o sábado hebdomadário [derivado do grego hebdómada = semana], por haver sido chamado por Deus de “MEUS sábados” é uma disposição moral da Lei eterna, o septenário e o cinquentenário de semelhante maneira o são.
    Ora, os próprios respeitadores do sábado semanal admitem que o septenário e o cinquentenário foram abolidos. Portanto, a coerência nos leva a aceitar a extinção também do sábado hebdomadário.

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  5. No capítulo 26 de Levítico deparo as expressões alusivas ao sábado em três pessoas diferentes: primeira do singular, terceira e primeira do plural: “MEUS sábados” (v. 2); “SEUS sábados” (vv. 34 e 43) e “VOSSOS sábados” (v. 35).
    Lendo os Evangelhos encontro Jesus a usar esta expressão: “MEU Pai e VOSSO Pai; MEU Deus e VOSSO Deus” (Jo 20.17).
    Se os sábados chamados por Deus de “MEUS sábados” e os chamados por Oséias 2.11 e Levítico 26.34, 43 de “SEUS sábados” e “VOSSOS sábados” de Levítico 26.35 são diferentes, isto é, essas locuções não designam o mesmo sábado semanal, aquele PAI mencionado por Jesus como “MEU Pai” é diferente do PAI também mencionado por Jesus com a locução de: “VOSSO Pai”.
    Só porque mudou a pessoa do pronome possessivo, também mudou o PAI? Claro que não!
    Quanto ao Templo encontro da mesma forma o emprego do pronome possessivo em diferentes pessoas. Em Isaías 56.7 Deus chama de “MINHA casa” e Jesus de: “VOSSA casa” (Mt 23.38). São, porventura, templos diferentes? Um de Deus e o outro dos judeus?
    Igual circunstância ocorre com os sacrifícios. Em Números 28.3, 6 encontro a menção de sacrifícios ofertas ao Senhor. Em Levítico 10.13 encontro: “ofertas queimadas do Senhor”. Esses sacrifícios, essas ofertas, esses holocaustos, do Senhor, em Deuteronômio 12.6 são chamados de: “VOSSOS sacrifícios”. Em Isaías 42.23-24 são designados por “TEUS sacrifícios”.
    O holocausto é do sábado E esse sábado do qual Deus associa ao holocausto é o sábado do decálogo o shabat. Os sabatistas dizem que não é. No entanto o que tem que prevalecer é o que diz a Palavra de Deus com a sua verdade inconfundível. E nunca a palavra do homem. Ou seja, a palavra dos sabadistas. De fato, para todos esses atos cerimoniais ficarem concretizados, no culto contínuo perante o Senhor, tinha que ser oferecidos em cada sábado ou em todos os sábados conforme diz o texto.
    Deixam de ser os mesmos sacrifícios, as mesmas ofertas, os mesmos holocaustos?
    Em Levítico 23.2 eu me deparo com a referência: “as MINHAS solenidades” e em Isaías 1.14: “as VOSSAS solenidades”. Por acaso não são idênticas às solenidades?
    A mudança de pessoa no pronome em todos esses exemplos não alterou em nada a unicidade do objeto. O Pai, o Templo, os sacrifícios e as solenidades são sempre os mesmos. Haveria de ocorrer mudança só no sábado?
    Portanto, é evidente serem os mesmos os sábados mencionados por Oséias 2.11 com a locução “SEUS sábados” e por Ezequiel 20.12,13 com “MEUS sábados”. Neste caso, como nos outros aludidos, a alteração das pessoas do pronome possessivo não muda o objeto do assunto.

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