TEOLOGIA EM FOCO: PASTOREANDO O REBANHO DE DEUS

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

PASTOREANDO O REBANHO DE DEUS

 


1ª Pedro 5.2-4Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda coparticipante da glória que há de ser revelada: 2- pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; 3- nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. 4- Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória”. 

INTRODUÇÃO. Pedro adverte os presbíteros da igreja que estivessem conscientes e cumprissem suas responsabilidades diante da igreja. O próprio Pedro era um presbítero. 

I. APASCENTAI O REBANHO DE DEUS 

Os pastores e dirigentes de igrejas têm a responsabilidade de cuidar dos crentes, de fazê-los discípulos, de alimentá-los com a Palavra e de protegê-los.

Ele encarregou os presbíteros de pastorear “o rebanho de Deus que há entre vós,” usando a figura do pastor para descrever o trabalho de um presbítero do mesmo modo que Paulo fez quando falava com os presbíteros efésios (Atos 20.28). Os pastores precisam alimentar com a Palavra de Deus, guiar e proteger o rebanho (veja Salmo 23). Em termos espirituais, eles têm que ensinar os membros da congregação que supervisionam. Os pastores precisam guardar o rebanho contra os falsos mestres, que são frequentemente comparados com lobos que entrarão no rebanho, não poupando as ovelhas (veja também Mt 7.15; At 20.29; Tt 1.5-11). 

II. NEM POR TORPE GANÂNCIA 

1. Pastores e dirigentes da igreja devem acautelar-se de dois pecados perigosos. 

1.1. A ambição por dinheiro (ver 1ª Tm 3.3,8; Tt 1.7). O ensino do NT para quem administra a obra de Deus é que recebam sustento adequado da igreja (Lc 10.7; 1ª Co 9.14; 1ª Tm 5.17) e que se contentem com o que têm para si mesmos e para suas famílias. Nenhum pastor deve enriquecer-se em detrimento da obra de Deus. Aqueles que se deixam dominar por este desejo, ficam à mercê dos pecados da cobiça, da prevaricação e do furto. Por amor ao dinheiro, comprometem a Palavra de Deus, os padrões da retidão e os princípios do reino de Deus. 

1.2. A sede de poder. Aqueles que cobiçam o poder, dominarão aqueles a quem deveriam servir, pelo abuso excessivo da sua autoridade. Antes, o pastor deve conduzir a igreja, servindo de exemplo ao rebanho na sua devoção a Cristo, no serviço humilde, na perseverança, na retidão, na constância na oração e no amor à Palavra. 

III. UMA MENSAGEM CONSTRANGEDORA 

1. Não por constrangimento, mas por vontade própria. Muitas coisas podem ser constrangedoras. O significado desta palavra pode ter muitos sentidos. Atualmente, quando ouvimos a palavra “constrangimento”, logo vem à nossa mente a ideia de embaraço, vergonha. 

1.1. O significado do termo. Um significado que podemos encontrar em um estudo etimológico dela. O dicionário Antônio Houiss, aponta que, originalmente, esta palavra deriva-se do latim “constrígo“, que, mais tarde, recebeu o sufixo “ingere“, formando assim a palavra “constringir”, que significa “fazer pressão”, “comprimir”, esta, mais tarde, formou uma palavra de significação divergente, “constranger”, que quer dizer: “forçar”, “obrigar”, “impelir”. 

Não como se você sentisse que um jugo pesado lhe foi imposto, ou um fardo do qual você teria prazer em receber alta. Vá com alegria ao seu dever como uma obra que você ama e aja como um homem livre, e não como um escravo. Por mais árduo que seja o trabalho do ministério, ainda não há trabalho na Terra em que um homem possa e deva trabalhar com mais alegria. 

2. O Amor de Cristo é constrangedor. 2ª Co 5.14 “Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram.”

Para combater os falsos mestres Paulo se opõe aos intrusos e lembra os membros da igreja de Coríntio de sua fidelidade para com eles como um ministro deste evangelho. Plenamente ciente da discórdia que os intrusos causam, ele busca remover o conflito ao lembrar aos seus leitores o evangelho de Cristo. A conexão entre o verso anterior e esse verso é claro. Paulo tem sã consciência ao pregar o evangelho da salvação. Este evangelho demonstra o amor indescritível de Cristo por seu povo. O Novo Testamento emprega a expressão o amor de Cristo somente três vezes: Paulo faz a pergunta retórica, “Quem nos separará do amor de Cristo?” (Rm 8.35); ele refere-se às dimensões do amor de Cristo e afirma que excede o conhecimento humano (Ef 3.18-19); e ele observa que o amor de Cristo nos constrange (v. 14). Deus origina este amor, pois ele enviou o seu Filho unigênito para redimir pecadores (Jo 3.16; Rm 5.8). Ele elege o seu povo em amor e os faz mais do que vencedores por Cristo Jesus (Rm 1.7; 8:37), o bom pastor (Jo 10.14).

O apóstolo sentia-se constrangido por esse amor, que conforme ele mesmo coloca em Efésios 2.4,5 “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida, juntamente com Cristo, – pela graça sois salvos”. 

III. REVESTI-VOS DE HUMILDADE 

A humildade deve ser o sinal distintivo de todo o povo de Deus. É a ausência de orgulho de si mesmo; a consciência das nossas fraquezas e a disposição de atribuir a Deus e aos outros o crédito por aquilo que estamos realizando ou que já alcançamos (cf. Mt 11.29; Fp 2.3,4; Cl 3.12). A palavra “cingir” no grego egkomboomai que significa atar em si mesmo um pedaço de pano. Nos tempos do NT, os escravos atavam um pano branco ou avental às suas roupas, a fim de que os outros soubessem que eram escravos. A exortação de Pedro é que atemos em nós mesmos o “pano” da humildade, a fim de: sermos identificados como crentes em Cristo, ao agirmos com humildade para com o próximo. 

Pedro observa a razão, o motivo e o modo do serviço deles como pastores numa série de três contrastes. Estes homens têm que desejar o trabalho de um pastor, e não se sentirem constrangidos a fazê-lo. Os presbíteros deveriam cumprir seus deveres pelo bem que podem fazer e não pelo propósito de lucro financeiro pessoal. Além disso, pastores têm que ser bons exemplos e assim conduzirem o rebanho, não sendo “dominadores” sobre ele (5.2-3). Os presbíteros precisam não esquecer que são pastores sob o Pastor Supremo; o rebanho que estão pastoreando não é deles próprios (5.4). 

Alimente o rebanho de Deus – cumpra os deveres de um pastor em relação ao rebanho. Na palavra “feed”, veja as notas em João 21:15 . É uma palavra que Pedro provavelmente se lembraria, da maneira solene em que a injunção para cumprir o dever lhe foi imposta pelo Salvador. A direção significa tomar uma supervisão da igreja como um pastor está acostumado a tomar do seu rebanho. Veja as notas em 1 Pedro 5,1, chamadas presbíteros ou presbíteros; e esta é uma das numerosas passagens do Novo Testamento que provam que tudo o que está devidamente implícito no desempenho das funções episcopais pertence àqueles que foram chamados presbíteros ou anciãos. Nesse caso, não havia um grau mais alto de ministros aos quais fossem confiados os deveres especiais do episcopado; isto é, não havia uma classe de oficiais correspondente àqueles que agora são chamados de “bispos”. Compare as notas em Atos 20.28. 

Não é para lucro sujo, ganho vergonhoso ou desonroso. Veja as notas em 1ª Timóteo 3.3. 

Mas com a mente pronta – alegre, prontamente. Devemos trabalhar neste trabalho, não sob a influência do desejo de obter lucro, mas a partir dos estímulos do amor. Existe toda a diferença concebível entre quem faz uma coisa porque é pago por ela e quem faz isso por amor – entre, por exemplo, a maneira pela qual alguém nos atende quando estamos doentes e nos ama. quem é apenas contratado para fazê-lo. Essa diferença existe no espírito com o qual alguém que é motivado por motivos mercenários e alguém cujo coração está no trabalho, se envolverá no ministério.

CONCLUSÃO. Os principais fundamentos do contentamento do crente são: A provisão divina, a ausência de cobiça e a disposição de suportar a privação.

A ambição é vencida pelo crente quando a sede de poder, a cobiça pelo dinheiro e os desejos carnais são dominados através da santificação, oração e meditação nas Escrituras.

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