TEOLOGIA EM FOCO: DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DE DEUS

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DE DEUS

 


1ª Coríntios 4.1 “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. 2- Além disso requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel.” 

INTRODUÇÃO. O serviço cristão é uma das formas mais eficazes de testemunho da igreja. A atuação dos cristãos da igreja em Jerusalém para o serviço resultou na conversação de muitas pessoas (At 2.47). Neste estudo veremos a respeito da relevância do serviço cristão. No início do estudo definiremos o significado bíblico-teológico de serviço. Em seguida, ressaltaremos o exemplo de Cristo a ser seguido na execução do serviço. Ao final, refletiremos sobre a prática do serviço cristão na igreja primitiva em Jerusalém. 

Três coisas podemos destacar neste versículo;

1. Os homens devem nos considerar como ministros de Cristo;

2. O ministro é um despenseiro de Deus;

3. Os despenseiros devem ser fiéis ao Seu Senhor. 

I. SERVIÇO CRISTÃO, DEFINIÇÕES 

1. O significado da palavra dispenseiro n N.V.

Quando o termo serviço, em hebraico, está relacionado ao contexto religioso, tem o sentido de adoração. O verbo hebraico sarat também denota “ministrar, servir, oficializar”, comumente usados para se referir aos trabalhos realizados no palácio real (2º Sm 13.17; 1º Rs 10.5) ou nos serviços públicos (1º Cr 27.1; 28.1; Et 1.10). 

O significado de servir no dicionário é: ação ou efeito de servir, dar se si algo em forma de trabalho. 

A palavra Sarat aponta para a condição de “ministro” ou “servo”, como Josué que servia a Moisés (Êx 24.13; 33.11; Nm 11.28) e aos anjos que servem a Deus (Sl 104.4) O conceito bíblico de serviço, No Novo Testamento, vem do grego diakonia, do verbo diakoneo, e diz respeito, inicialmente, ao ato de servir às mesas (At 6.1-6), serviço ministrado pelos diáconos (1ª Tm 3.10,13). O ato de Jesus ter entregue a Si mesmo pelos outros é descrito como um ato de serviço (Mt 20.28). Portanto no Antigo Testamento, o termo hebraico para serviço é abad, usando tanto no contexto religioso concernente a trabalho. 

2. O significado da palavra dispenseiro n N.T.

O segundo termo em destaque no versículo acima é “despenseiro”. Conforme VINE, idem, p. 800), traduzido do grego oikonómos, “denotava primariamente o “administrador de uma casa ou propriedade” (formado de oikos “casa”, e nemo, “arranjar, organizar”), “mordomo”, que normalmente era um escravo ou liberto (Lc 12.42; 16.1,3,8; 1ª Co 4.2). 

O verbo douleuo, em grego, também se refere ao serviço do cristão, com uma singularidade, esse termo também é usado para “ser escravo”, ou de “alguém que se conduz em total serviço ao próximo”. Jesus destaca, em Mt. 6.24, que ninguém pode servir a dois senhores. Em Rm 6.6, Tt 3.3 e Gl 4.8,9 Paulo explica que todos aqueles que se encontra fora da esfera da graça são servos do pecado. Mas quando passamos a servir a Cristo, passamos a servir uma ao outro em amor (Gl 5.13). Em sentido amplo, o serviço cristão não está restrito àqueles que exercem o ministério de diáconos, pois desde os primórdios, os crentes serviam uns aos outros, conforme a necessidade de cada um (At 4.32-37; 2ª Co 9.13) para a edificação do Corpo de Cristo (Ef 4.12). 

Os “riperetes”, que significa no original “escravo” que remava na parte de baixo de grandes navios, obedecendo exclusivamente ordens de um superior. É preciso o sentimento de “doulos” para ser um bom despenseiro. 

Esses escravos trabalhavam em conjuntos com outros da sua mesma condição para que a embarcação avançasse. A palavra passou a significar SERVO, alguém que auxilia em um trabalho. 

No v. 1, os ministros não tinham uma posição especial, ao contrário dos despenseiros. O despenseiro era um escravo que administrava todas as questões relacionadas à família de seu senhor, embora ele mesmo não tivesse nada (compare o testemunho da igreja do primeiro século em At 4.32. José ocupava essa posição na casa de Potifar (Gn 39.2-19). Como despenseiros, os cristãos administram a mensagem e o ministério que Deus lhes confiou. 

O ensino Paulino, mostra que todos os obreiros devem trabalhar em harmonia com os demais servos da igreja, para as obras avancem. 

Assim, como Paulo, todos que lideram (pastores), são percebidos como servos colocados por Deus nas igrejas para administrar os “mistérios de Deus” a todos os crentes, tem a grande responsabilidade de servirem uns aos outros, assim todos um dia prestaram contas cada de um de suas obras ao Senhor da Igreja – JESUS. 

Ninguém pense que a chamada dos ministros atuais são pura ilusão ou imaginação deles para a peculiar obra de ensino e direção da igreja. 

II. CONCEITOS DE MORDOMIA 

1. Mordomo. A palavra vem do latim, major domu, e significa “o criado maior da casa”, “administrador dos bens de uma casa”, “ecônomo” (Dicionário Aurélio). 

Na Bíblia, a função aparece diversas vezes como “encarregado administrativo dos bens de um grande proprietário de terras”. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento essa função corresponde à de um administrador. Portanto, nós somos mordomos de Deus e, à luz do Novo Testamento, os líderes espirituais têm maior responsabilidade perante o Senhor da Igreja (Lc 12.48). 

2. Mordomia. A palavra significa “cargo ou ofício do mordomo; mordomado”. Sua origem está no termo grego oikonomia e, por isso, a encontramos em alguns textos do Novo Testamento, como na “Parábola do mordomo infiel” (Lc 16.2-4). Na Bíblia, mordomia diz respeito a todo serviço que o crente realiza para Deus e o seu comportamento diante do Pai e dos homens. É a administração dos bens espirituais e materiais, tanto no aspecto individual quanto no coletivo do ser humano. Assim, nossas faculdades espirituais, emocionais e físicas são o objeto da Mordomia Cristã. Por isso, esta mordomia está ligada ao ensino da Palavra de Deus. [LIMA Elinaldo Renovato de. O que é a Mordomia Cristã. [Lições bíblicas, 3º Trimestre de 2019. CPAD Rio de Janeiro – RJ]. 

3. Despenseiros como mordomos do Senhor.

Um dispenseiro é alguém que toma conta da propriedade de alguém, Ele não só nos chama de guardadores dos mistérios de Deus, mas sim de despenseiros; os responsáveis pela despensa, ou seja, aqueles que são os administradores do celeiro, mas principalmente, os distribuidores de algo que está sob a sua guarda! 

Ser despenseiro significa que esta pessoa tem uma função de mordomo, em que está autorizado para mexer na dispensa (lugar onde se guarda os alimentos) para suprir as necessidades de seus residentes e visitantes de uma casa. Sendo assim o administrador ou governante da casa. 

O ministro como despenseiro de Deus, é responsável por administrar a obra de Deus, dando alimentos espirituais e servindo a igreja (salvos em Cristo) com autoridade e unção de Deus. O despenseiro não é dotado de sua sabedoria ou capacidade humana simplesmente, mas ele também é dotado de sabedoria e capacidade que vem de cima, ou seja, ela vem unicamente e exclusiva de Deus. 

Ser ministro significa que esta pessoa deve ser subordinada ao seu senhor, e não devem se ocupar em buscar o reconhecimento alheio, mas deve ser a todo momento fiel ao seu senhor. De igual modo o ministro de Deus, deve permanecer fiel a Deus, e ser subordinado a sua palavra (Bíblia). 

III. BONS DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DIVINOS 

1. Com sobriedade e vigilância. O despenseiro deve administrar a igreja local, retirando da “despensa divina” o melhor alimento para o rebanho. Paulo destaca a sobriedade e a vigilância do candidato ao episcopado como habilidades indispensáveis ao exercício do ministério (1ª Tm 3.2). Por isso, o apóstolo recomenda ao obreiro não ser dado ao vinho, pois a bebida traz confusão, contenda e dissolução (lª Tm 3.2 cf. Ef 5.18). O fiel despenseiro é o oposto disso. Nunca perde a sobriedade e a vigilância em relação ao exercício do ministério dado por Deus. 

2. Amor e hospitalidade. Os despenseiros de Cristo têm um “ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobrirá a multidão de pecados” (1ª Pe 4.8). Mediante a graça de Deus, o obreiro pode demonstrar sabedoria e amor no trato com as pessoas. Amar sem esperar receber coisa alguma é parte do chamado de Deus para os relacionamentos (1ª Jo 3.16). Esta atitude é a verdadeira identidade daqueles que se denominam discípulos do Senhor Jesus (Jo 13.34,35). Aqui, também entra o caráter hospitaleiro do obreiro, recomendado pelo apóstolo Pedro (1ª Pe 4.9). Isso se torna possível para quem ama incondicionalmente, pois a hospitalidade é acolhimento, bom trato com todas as pessoas — crentes ou não, pobres ou ricas, cultas ou não etc. Este é o apelo que o escritor aos Hebreus faz a todos os crentes (Hb 13.2,3). 

3. O despenseiro deve administrar com fidelidade. A graça derramada sobre os despenseiros de Cristo tem de ser administrada por eles com zelo e fidelidade. A Palavra de Deus nos adverte: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1ª Pe 4.10). Pregando, ensinando ou administrando o corpo de Cristo, tudo deve ser feito para a glória do Senhor, a quem realmente pertence a majestade e o poder (1ª Pe 4.11). Paulo ensina-nos ainda que devemos ser vistos pelos homens como “ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus” (1ª Co 4.1; Cl 1.26,27). Por isso, os despenseiros de Deus devem ser fiéis em tudo; “para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3.10). 

IV. UMA IGREJA QUE SERVE 

Jesus pagou o preço por nossos pecados por causa de Sua obediência ao Pai e por Seu incrível amor por nós.

Mateus 20.28 “Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.” 

Será que nós como filhos de Deus estamos fazendo o mesmo que Jesus fez? Sim muitos falam em ser “parecidos” com Cristo e isto inclui também servir a alguém. Em nossas funções dentro da Igreja, estamos servindo ou estamos á procura de cargos, de estar em evidência para os homens? Quantos realmente estão em posição de servir? A palavra diz no versículo anterior a este que: “e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo”, já pensou se todos pensassem desta maneira? Jesus veio para servir a muitos, porém muitos não entendiam, muitos não quiseram servi-lo e hoje não é diferente, muitos ainda não entendem e não querem ser servos de Deus, mas chegará o dia em que o Senhor virá para julgar as intenções de nossos corações: “Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça.” (Ap 19.11). 

A Igreja primitiva de Jerusalém aprendeu a lição do Mestre Jesus. Aquela não era uma Igreja perfeita, compreendemos que na medida em que essa começou a crescer, os problemas também apareceram (At 6.1). O exemplo daqueles cristãos é digno de imitação, pois esses “perseveravam na doutrina dos apóstolos”, isto é, tinham disposição para o aprendizado, viviam “na comunhão”, no “partir do pão” e nas “orações” (At 2.42). Os primeiros crentes temiam ao Senhor e “os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum”. Essa atitude não se tratava de um comunismo moderno, mas de uma disposição voluntária para servir ao próximo, pois “vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade” (At 2.44). Não que essa fosse uma realidade em todas as igrejas do primeiro século. Alguns estudiosos admitem que a pobreza dos irmãos de Jerusalém tenha resultado dessa generosidade “precipitada”. Mas essa não é uma interpretação apropriada do texto, pois Lucas, o escritor de Atos, aborda positivamente tal conduta. Evidentemente não podemos estipular essa entrega total dos bens como doutrina, já que não encontramos respaldo no contexto geral da Escritura, nem mesmo no próprio livro de Atos (At 5.3). Contudo, o princípio de partilhar com os necessitados não pode ser descartado, pois o encontramos em várias passagens da Bíblia, que nos orientam a esse respeito: (cf. 2ª Co 8.9-15; 9.6-15; 1ª Jo 3.16-18). A Igreja que é cristã se preocupa com os necessitados, não fecha os olhos aqueles que padecem privações. A pregação do evangelho sempre tem prioridade, mas o ser humano precisa ser percebido em sua integralidade, isto é, espírito, alma e corpo (1ª Ts 5.23). 

V. PROPÓSITOS DO MINISTÉRIO 

1. O centro do nosso serviço é Cristo. Devemos fazer três perguntas básicas para nós mesmos: “Quem sou eu?” Qual é o meu dom ou minhas habilidades?”; “Como vou usar essas habilidades para servir o outro dentro daquilo que eu sou?” 

2. Os propósitos do ministério são:

2.1. Servir a Deus. Cumprir em submissão a vontade de Deus. Jo 4.34 “Jesus disse-lhes: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra.” 

2.2. Servir a família. Cumprir o seu papel à luz da palavra de Deus em amor. Ef 1.4 “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor.” 

2.3. Adorar a Deus. O Senhor Jesus disse: “a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. 22- Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. 23- Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. 24- Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (Jo 4.21-24).

O Senhor exige que adoremos a Deus em espírito e em verdade, pois somente assim poderemos conquistar Sua aprovação. Mas o que implica exatamente adorar a Deus em espírito e em verdade?

Cristo é a fé que se manifestou aos homens, por meio do qual o justo viverá (Gl 3.23). Cristo é o firme fundamento pelo qual os homens alcançam as firmes beneficências prometidas a Davi (Is 53.3). Cristo é o elemento essencial à adoração, pois todas as promessas de Deus têm n’Ele o sim, e por Ele o amém! (2ª Co 1.20).

O elemento essencial a adoração é Cristo, pois sem Cristo é impossível agradar a Deus! A crença do homem só é aceita por Deus quando depositada em Cristo, constituindo assim adoração.  Reconhecer que o homem de Nazaré é capaz de realizar o que é impossível aos homens é uma forma de reconhecer que Cristo é o Filho Unigênito de Deus “Ó mulher, grande é a tua fé! Seja feito para contigo como tu desejas” (Mt 15.28).

Somente aqueles que são nascidos do Espírito, ou seja, que nasceram de novo são espirituais e adoram a Deus verdadeiramente (Jo 3.6), o que só é possível através da crença em Cristo (Jo 1.12 -13; Ef 4.24; Rm 1.16).

Todos os descendentes de Adão são carnais e precisam nascer de novo da palavra de Deus para serem contados como filhos de Deus. Somente através da obediência a palavra do evangelho, a semente incorruptível, ou seja, o poder de Deus, que o homem é de novo gerado, e passa a adorar a Deus em espírito e em verdade. João 3.6 “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.”

Não se esqueça que o salmo 51 também é adoração, pois se constitui em oração a Deus, onde temos o salmista esperando em Deus que venha conceder um novo coração e um novo espírito (novo nascimento).

Os salmos 103 e 104 são exemplos típicos de adoração a Deus, pois o salmista Davi era um verdadeiro adorador: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. (Sl 51.10). Visto que recebeu um novo coração e um novo espírito Davi bendiz ao Senhor por tudo que Ele faz pelos homens que N’Ele esperam: “Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome.” (Sl 103.1), e em seguida bendiz a Deus pela sua magnificência: “Bendize, ó minha alma, ao SENHOR! SENHOR Deus meu, tu és magnificentíssimo; estás vestido de glória e de majestade.” (Sl 104.1).

Quando a adoração de certos seguimentos evangélico/protestante foca-se na ritualística, na forma, na legalidade, na moral, em costumes, na tradição, e outros quesitos, simplesmente seguem o curso natural de outros seguimentos religiosos pagãos. Todas as religiões baseiam-se em conceitos, cerimônias, liturgia, rito padronizado, organização, liderança e experiência emocional ou mística.

O evangelho de Cristo não segue padrões humanos, visto que é pela fé e por fé somente. A fé (evangelho) que uma vez foi dada aos santos é a ancora da alma, segura e firme, que penetra além do véu, onde os que creem se refugiam e descansam (fé) na esperança proposta (Hb 6.13 -20; Jd 1.3; Fl 1.27).

Para muitos a adoração vincula-se aos templos, sacrifícios, campanhas, peregrinações e cânticos e por um determinado espaço de tempo. Este modelo de culto segue a concepção carnal dos cultos das religiões em geral, visto que acabou por fomentar a ideia de que a adoração depende do comprometimento do homem com a instituição que frequenta, com a contribuição, com sacrifícios, meditação, êxtase, transe, orações repetitivas, etc. 

A. Mas, o que Jesus anunciou acerca da verdadeira adoração? Que ela não está atrelada a templos (igrejas, mesquitas ou sinagogas), lugares (Jerusalém, Samaria, Gilgal), tempo (dias de festas e sábados), nação (judeus ou gentios), antes se vincula a nova natureza concedida na regeneração (novo nascimento). 

B. O que o Pai procura nos verdadeiros adoradores? A conversa de Jesus com a mulher samaritana traz um escopo geral do que é essencial à adoração. 

C. Qual o lugar de adoração dos verdadeiros adoradores? Ora, sabemos que Deus é Espírito, e que os seus adoradores o adoram em espírito e em verdade. Onde o espírito de Deus está aí há liberdade, ou seja, não importa o lugar, ou antes, em todos os lugares há liberdade para o homem estar na presença de Deus. 

4. Servir a Igreja. Aperfeiçoamento dos santos e edificação do corpo de Cristo. Efésios 4.11-12 “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, 12- Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo”. 

5. Servir no mundo como testemunhas do Senhor. Atos 1.8 “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.”

Fazer diferença no mundo. Cuidar dos famintos, doentes, perdidos e das viúvas.

VI. O SERVIÇO TEM QUE TER MOTIVAÇÃO CORRETA 

1. Você faz para o homem ou faz para Deus? Culto não é um ritual meticuloso, mas um serviço de gratidão a Deus. Servir a Deus é servir ao próximo. Deus tem tudo, Ele é o dono da prata e do ouro, então o que Ele quer de nós? Que servimos o nosso próximo através do exemplo de Cristo (Jo 13.14-15).

Se o seu superior, que era Senhor e Mestre (professor), estava pronto a realizar esta tarefa para eles, é claro que deviam fazê-lo uns pelos outros. Humildade não é abnegação essencialmente, mas desinteresse próprio em serviço dos outros.

“Porque eu vos dei o exemplo...” (v. 15). Isto exclui qualquer pensamento de que o lava-pés seja uma ordenança. As Escrituras silenciam sobre a prática, salvo na qualidade de um serviço ministrado por causa do amor na questão da hospitalidade (1ª Tm 5.10).

2. Ao despenseiro não cabe fazer justiça. Não é da sua economia dar aquilo que cada um merece, ao contrário, o despenseiro deve compartilhar tudo na mesma medida, até a parte que lhe cabe. A fidelidade do despenseiro tem que ser exclusiva ao seu Senhor. Ele não tem que se preocupar se está agradando ao fulano ou ao beltrano, ele tem que ter certeza de que está agradando ao seu Senhor. 

VII. A RECOMPENSA DOS DISPENSEIROS 

1. O desprezo pelos ministros. “Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros...” (v. 1a).

A primeira epístola aos Coríntios 4.1-5 afirma que os chamados ministros de Cristo também são considerados despenseiros ou administradores a quem foi confiada uma responsabilidade. Portanto, não nos devemos comparar com outros ministros. Nossa responsabilidade é com Cristo.

Há muitos que desprezam o valor de um ministro, para o desenvolvimento de uma igreja, porém o ministro de Deus, precisa estar preparado para enfrentar, desprezo, humilhação e, contudo, ainda se manter fiel ao seu chamado ministerial. 

2. O despenseiro deve ser fiel. O que se exige dos despenseiros é que sejam dignos da função que exerce, ou seja, ele tem que ser honesto, responsável, íntegro e também fiel. Embora, tais virtudes deveriam acompanhar todo ser humano sem distinção alguma, quando elas se aplicam aos despenseiros de Deus, elas serão exigidas com maior rigor. 

3. Cada um receberá de Deus o louvor. 1ª Coríntios 4.5 “Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o louvor.”

O despenseiro não deveria preocupar-se com a avaliação daqueles à sua volta nem mesmo em avaliar a si mesmo; ele precisava somente agradar ao seu senhor. De igual modo, embora os cristãos possam beneficiar-se de avaliações construtivas de seus irmãos cristãos, seu supremo Juiz é o próprio Senhor. Uma vez que Deus é o Juiz, devemos ter cuidado para não fazermos uma avaliação dos outros antes do tempo. 

4. Manifestará os desígnios dos corações. Você é canal, precisa passar pela motivação e pela mente, coração e entendimento para chegar a alguém.

O ambiente, ou comunidade ou quem não está completo como dar de si, só está interessado em teus atos para um plano e não para o serviço do reino.

Tudo parte primeiro do coração, por isso deve estar conectado ao teu serviço. Teu serviço pode estar enriquecendo muita gente, mas não vier do coração Deus não recebe.

Não basta fazer confissão (Rm 10.9), se não for de coração. Por exemplo: após um evangelismo serve para plantar uma semente, mas a pessoa só se entregou para Cristo se ela primeiro se arrependeu e creu. 

CONCLUSÃO. O chamado do cristão se assemelha ao de Cristo, portanto, dever buscar servir, não sermos servidos. Esse é um desafio para o individualismo moderno, poucos são os que estão dispostos a abrirem mão da zona de conforto. Há até os que não querem qualquer envolvimento com as pessoas, principalmente os que sofrem, para que não sejam “contaminados” com o sofrimento dos outros. Paradoxalmente, o apóstolo Paulo orienta os crentes a “chorarem com os que choram” (Rm 12.15). Somos cristãos não para “parar de sofrer”, como propagam alguns, mas para sofrer com os que sofrem, somente assim viveremos o amor de Cristo, isso porque não existe amor sem sacrifício. Deus deu o exemplo maior de amor e sacrifício (Jo 3.16; Rm 5.8), assim devem agir todos aqueles que são servos genuínos (Jo 12.26).

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau n- SC

Um comentário:

  1. Muito interessante o estudo apresentado.
    Corroborando ao termo hebraivo para serviço ou ministrar é SHARAT שׁרת

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