LEITURA
BÍBLICA
Daniel
9.1-3
“No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi
constituído rei sobre o reino dos caldeus, 2 - No primeiro ano do seu reinado,
eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, de que falara o SENHOR
ao profeta Jeremias, em que haviam de cumprir-se as desolações de Jerusalém,
era de setenta anos. 3 - E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar
com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza.”
Daniel
6.10
“Daniel, pois, quando soube que o edito estava assinado, entrou em sua casa (ora
havia no seu quarto janelas abertas do lado de Jerusalém), e três vezes no dia
se punha de joelhos, e orava, e dava graças diante do seu Deus, como também
antes costumava fazer.”
Daniel
2.17-19
“Então Daniel foi para a sua casa, e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias,
seus companheiros; 18 - Para que pedissem misericórdia ao Deus do céu, sobre
este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem,
juntamente com o restante dos sábios de Babilônia. 19 - Então foi revelado o
mistério a Daniel numa visão de noite; então Daniel louvou o Deus do céu.”
Neemias
1.1-11
“As palavras de Neemias, filho de Hacalias. E sucedeu no mês de Quislev, no ano
vigésimo, estando eu em Susã, a fortaleza, 2 - Que veio Hanani, um de meus
irmãos, ele e alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que escaparam, e
que restaram do cativeiro, e acerca de Jerusalém. 3 - E disseram-me: Os
restantes, que ficaram do cativeiro, lá na província estão em grande miséria e
desprezo; e o muro de Jerusalém fendido e as suas portas queimadas a fogo. 4 - E
sucedeu que, ouvindo eu estas palavras, assentei-me e chorei, e lamentei por
alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus. 5 - E disse: Ah! Senhor Deus dos céus, Deus grande
e terrível! Que guarda a aliança e a benignidade para com aqueles que o amam e
guardam os seus mandamentos; 6 - Estejam, pois, atentos os teus ouvidos e os
teus olhos abertos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço
perante ti, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão
pelos pecados dos filhos de Israel, que temos cometido contra ti; também eu e a
casa de meu pai temos pecado. 7 - De todo nos corrompemos contra ti, e não
guardamos os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos, que ordenaste a
Moisés, teu servo. 8 - Lembra-te, pois, da palavra que ordenaste a Moisés, teu
servo, dizendo: Vós transgredireis, e eu vos espalharei entre os povos. 9 - E
vós vos convertereis a mim, e guardareis os meus mandamentos, e os cumprireis;
então, ainda que os vossos rejeitados estejam na extremidade do céu, de lá os
ajuntarei e os trarei ao lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu
nome. 10 - Eles são teus servos e o teu povo que resgataste com a tua grande
força e com a tua forte mão. 11 - Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus
ouvidos à oração do teu servo, e à oração dos teus servos que desejam temer o
teu nome; e faze prosperar hoje o teu servo, e dá-lhe graça perante este homem.
Então era eu copeiro do rei.”
Esdras
1.1-5
“NO primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do
SENHOR, pela boca de Jeremias), despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da
Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito,
dizendo: 2 - Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR Deus dos céus me deu todos
os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que
está em Judá. 3 - Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele,
e suba a Jerusalém, que está em Judá, e edifique a casa do SENHOR Deus de
Israel (ele é o Deus) que está em Jerusalém. 4 - E todo aquele que ficar atrás
em algum lugar em que andar peregrinando, os homens do seu lugar o ajudarão com
prata, com ouro, com bens, e com gados, além das dádivas voluntárias para a
casa de Deus, que está em Jerusalém. 5 - Então se levantaram os chefes dos pais
de Judá e Benjamim, e os sacerdotes e os levitas, com todos aqueles cujo
espírito Deus despertou, para subirem a edificar a casa do SENHOR, que está em
Jerusalém.”
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, vamos estudar sobre “Os
Princípios Divinos em Tempos de Crise: A reconstrução de Jerusalém e o
Avivamento Espiritual como Exemplos para os nossos dias, um assunto que não
pode ser negligenciado e muito menos esquecido pela Igreja do Senhor,
principalmente nos dias em que a perseguição sutil vem, deforma crescente,
abatendo sobre nós. Sempre que o povo de Deus passava por momentos difíceis, o
despertamento mostrara-se o melhor caminho para a vitória dos servos de Deus
sobre os seus inimigos.
Os crentes fiéis brilham como a Luz (Mt
5.15) e resplandecem no meio de uma geração corrompida e perversa (Fp 2.15).
Assim era Daniel. Quando no ano 606 a.C. foi levado cativo para a Babilônia (Dn
1.1-4,6), era ainda muito jovem, tinha cerca de 15 anos. Muitos anos depois,
Daniel gozava de elevado conceito no reino da Babilônia.
I. CONTEXTO
HISTÓRICO
O significado
do nome Daniel.
“Deus é meu Juiz”.
Daniel
era judeu, de uma família nobre. Quando os babilônios dominaram a cidade
de Jerusalém em 605 a.C., ele e alguns outros jovens foram levados ao
cativeiro. O rei da Babilônia mandou que os mais capazes dos jovens judeus
fossem preparados para servir no seu palácio. Daniel e três companheiros,
Hananias, Misael e Azarias, foram entre os jovens escolhidos. Daniel foi
profeta que se destacou entre os 3 jovens no cativeiro na Babilônia, onde
ocupou alta posição no governo.
“Daniel foi um jovem hebreu da classe
nobre, levado cativo à Babilônia por Nabucodonosor, rei do império. Acerca de
sua genealogia não sabemos muita coisa, apenas aquilo que é depreendido do
livro que traz seu nome. Não era sacerdote, como Jeremias e Ezequiel, mas era,
como Isaías, da tribo de Judá e provavelmente da Casa Real (cf. 1.3-6), isto é,
da descendência de Davi.
As informações relatadas na Bíblia sugerem
que Daniel teria passado o resto da sua vida naquela mesma região. Ele passou
por várias provações e permaneceu em posições importantes até o fim do império
babilônico, que caiu aos medo-persas em 539 a.C. Daniel, então velho, ainda
serviu por alguns anos no governo do novo império. Foi neste período que ele se
mostrou fiel na sua provação mais conhecida, sobrevivendo uma noite na cova dos
leões.
Devido à sua fidelidade e determinação de
fazer a vontade de Deus, Daniel foi chamado de “homem muito amado” e foi usado
pelo Senhor para revelar aos seus servos algumas das mensagens mais importantes
do Antigo Testamento. Agora, vamos observar a determinação deste servo de Deus.
O livro de Daniel foi escrito em tempos de
perseguição e sofrimento. Por meio de histórias e de visões, o autor procura
explicar aos judeus as razões por que eles estão sendo perseguidos e também os
anima a continuarem fiéis a Deus.
O livro
se divide em duas partes.
A primeira parte vai dos capítulos 1-6
conta histórias a respeito de Daniel e dos seus companheiros.
A segunda parte vai dos capítulos 7-12
relata visões de vários impérios que aparecem e depois desaparecem.
Elas mostram que os perseguidores serão
derrotados e que a vitória final será do povo judeu.
I.
DANIEL FOI DESPERTADO PARA ORAR
1. O
que significa a palavra oração. A
terminologia da oração é rica e variada na Bíblia Sagrada. O termo geral
hebraico é tepilla, de uma forma do
verbo palal; o termo grego é proseuche, onde o passivo médio é proseuchomai. A ideia básica da palavra
hebraica é a intercessão, e da palavra grega é o voto, mas essa etimologia não
é mais o determinante de seu significado. As duas palavras podem ser usadas de
forma abrangente para qualquer tipo de solicitação, intercessão ou ação de
graças.
Oração é um diálogo, é falar com Deus, uma
conversa, um pedido, um agradecimento, ato religioso que visa a ativar uma
ligação com o Pai, uma manifestação de reconhecimento ou, ainda, um ato de
louvor diante de um ser transcendente ou divino. A oração pode ser individual
ou comunitária e ser feita em público ou em particular. A oração é descrita
como o ato de “invocar o nome do Senhor” desde os dias de Sete (Gn 4.26) até a
época em que o ‘Senhor’ se revelou como o Salvador, Jesus Cristo (Jl 2.32, com
Rm 10.9,12,13).
1.1.
Por que devemos orar? Devemos orar porque a oração nos aproxima de Deus, nos
fortalece e nos prepara para enfrentar as dificuldades da vida. A oração é a
arma mais poderosa do crente. Orar é muito importante para a vida espiritual.
1.2.
O que significa orar sem cessar? 1ª Tessalonicenses 5.17 “Orai sem cessar.”
Orar sem cessar significa ter sempre o
coração voltado para Deus e para as coisas de Deus. Orar cria intimidade com
Deus e ajuda em todas as situações da vida. Orar sem cessar é estar sempre
consciente da presença de Deus e convidá-lo a participar de sua vida
1.3.
Os cristãos identificam se com aqueles que invocam seu nome (1ª Co 1.2). Outras expressões
do AT são ‘suplicar’ ou ‘procurar o favor’ de Jeová (pi’el de hala, literalmente ‘tornar-se agradável à sua face’),
‘curvar-se em adoração’ (shaha),
’aproximar-se’ (nagash), ‘ver’ ou ‘encontrar’
para suplicar (paga’), ’implorar’ (zaaq)
para reparar uma falta, ‘pedir’ (shoal),
‘suplicar’ (athar) ou ‘comparecer
perante a face do Senhor’. Além de proseuchomoai,
os autores do NT usam os termos ‘implorar’ (deomai),
’solicitar’ (aiteo) ou simplesmente ‘pedir’ (erotao) quando se referem à
oração. Ao contrário de proseuchomai,
essas palavras não são caracteristicamente ‘religiosas’ e podem denotar pedidos
dirigidos tanto aos homens quanto a Deus. Entre as palavras mais específicas
para oração estão entygkano
(interceder), proskyneo (adorar), e eucharisteo (dar graças)” [Dicionário
Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. p. 1419-20].
2.
Daniel vivia uma vida consagrada a Deus. “No primeiro ano do seu reinado, eu,
Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, de que falara o SENHOR ao
profeta Jeremias, em que haviam de cumprir-se as desolações de Jerusalém, era
de setenta anos. 3 - E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com
oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza.” (Vs. 2-3).
2.1.
Daniel um homem que estudava as Sagradas Escrituras.
Ao
ler o profeta Jeremias (Jr 29.10), ele observou que os 70 anos de cativeiro
na Babilônia estavam para findar. Todavia, ainda não era possível notar
qualquer sinal de que alguma coisa estivesse acontecendo na direção de uma
mudança radical (Dn 9.2).
Assim, Daniel começou a orar com jejum,
cobrindo-se de saco e cinza, em sinal de profunda tristeza (Dn 9.1-3) e orou
com perseverança.
Isto dava-lhe condições de orar.
A Bíblia diz: “A oração dos retos é o seu
contentamento” (Pv 15.8) e Ele escutará a oração dos justos” (Pv 15 29).
Daniel não se misturou com o paganismo, e
vivia conforme sua consciência, no temor do Senhor.
Daniel é considerado como um exemplo e um
modelo para os crentes de todos os tempos (Dn 1.8).
3. A
estatura espiritual de Daniel capacitava-o para enfrentar verdadeiros combates
em oração.
A oração
e a Palavra são nossas armas de combate.
Muitos cientes não conseguem servir de
ajuda decisiva com as suas orações, porque nunca chegaram a experimentar o que
significa combater em oração, o que significa perseverar firmemente em oração
(Rm 12.12; Gl 1.30; Cl 2.1). Somente “visitam”, de vez em quando, culto de
oração. Daniel, porém, tinha por hábito orar três vezes ao dia (Dn 6.10).
Quando sua própria vida, bem como a de seus amigos e a de todos os sábios da
Babilônia, estava em perigo, Daniel alcançou o livramento e a vitória através
da oração (Dn 2.18-20). Daniel era experiente na vida de oração.
4.
Coincidindo com o período de oração de Daniel, profundas mudanças estavam para
acontecer na Babilônia. O reino da Babilônia estava em guerra com medos e
persas. O rei da Babilônia era na época Nabonido. Seu filho Belsazar estava na
capital, a cidade da Babilônia, cuidando dos assuntos administrativos do
governo. Belsazar organizou uma festa para seus grandes. Estando já embriagado,
mandou trazer os vasos sagrados que o rei Nabucodonosor havia trazido do Templo
de Deus em Jerusalém, e havia colocado no templo pagão da Babilônia. Ele e
todos os seus convidados beberam vinho nestes vasos santos (Dn 5.2-4).
Houve
então uma intervenção divina. O rei viu que dedos de mão de homem
escreviam na parede, defronte do castiçal (Dn 55). Acabou-se a alegria da
festa. Os joelhos do rei tremiam. Sábios e astrólogos não puderam interpretar a
mensagem escrita na parede. Finalmente Daniel foi introduzido na festa (Dn
5.13) e interpretou o texto escrito na parede. Entre outras coisas, estava
escrito: “Dividido foi o teu reino, e deu-se aos medos e aos persas” (Dn 5.28).
“Naquela mesma noite, foi morto Belsazar,
rei dos caldeus” (Dn 5-30).
Daniel foi um profeta de Deus cujos temas
são de alcance muito vasto. Vaticinou acontecimentos que ainda vão surgir na
história do Planeta, os quais estamos estudando à luz do contexto do seu
próprio Livro. Ele, naquela corte, ganhou muita celebridade, O primeiro
acontecimento peto qual obteve influência na corte babilônica foi a
interpretação que deu ao sonho do rei. Ele foi, realmente, um homem escolhido
por Deus para tão grande tarefa espiritual” [SILVA, Severino Pedro. Daniel
Versículo por Versículo: As visões para esses últimos dias. 28ª imp., Rio de
Janeiro: CPAD, 2018, p. 12].
II.
A RESPOSTA ÀS ORAÇÕES DE DANIEL
Daniel havia orado, lembrando-se da
promessa de Deus registrada pelo profeta jeremias: “Vos visitarei e cumprirei
sobre vós a minha boa palavra, tornando-vos a trazer a este lugar” (Jr 29.10).
Com a queda do reino babilônico, e com o
início do governo do rei Ciro, as coisas evoluíram com muita rapidez, deixando
todos surpreendidos e admirados.
1. A
Bíblia relata o que realmente aconteceu. “No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia
(para que se cumprisse a palavra do SENHOR, por boca de Jeremias), despertou o
SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o
seu reino, como também por escrito, dizendo: Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O
SENHOR, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra; e ele me encarregou de
lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá. Quem há entre vós, de todo o
seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém, que é em Judá, e edifique
a Casa do SENHOR, Deus de Israel; ele é o Deus que habita em Jerusalém” (Ed
1.1-3).
2.
Conforme esta declaração de Ciro, estava cumprida a promessa Divina dada através
do profeta Jeremias. Mas
tudo foi como diz a Bíblia: “Tudo muito mais abundantemente além daquilo que
pedimos ou pensamos” (Ef 3.20).
Vejamos,
pois, o que estava para acontecer:
2.1. Todos os Judeus seriam liberados para
voltarem a Judá, caso quisessem (Ed 1.3).
2.2. Receberam permissão para reedificar o
templo.
2.3. Todas as despesas da construção do
Templo poderiam ser tiradas dos tributos de além do rio.
2.4. Os vasos sagrados devem ser entregues
aos cuidados de Zorobabel, nomeado governador dos judeus pelo rei Ciro, para
serem transportados de volta para Jerusalém (Ed 1.7).
III.
O RESULTADO DE UM DESPERTAMENTO PROVENIENTE DE DEUS
1.O
rei Ciro foi despertado em seu espírito. “Despertou o Senhor o espírito do rei
Ciro” (Ed 1.1). Talvez por meio de seu contato com Daniel é que Ciro veio a
conhecer a Deus, e talvez até mesmo o adorasse. Ciro teve uma experiência
pessoal com Deus no seu coração, e passou a compreender as realidades de Deus
que ele antes ignorava.
1.1.
Ciro passou a ver a Deus como o SENHOR DOS CÉUS (Ed 1.2).
O grande rei Nabucodonosor demorou a
aprender esta lição (Dn 4.30-37). Cada despertamento verdadeiro faz com que o
homem veja a majestade de Deus, sentindo a sua própria pequenez, o seu pecado e
a sua baixeza. Saulo assolava, perseguia, fazia e desfazia, mas quando se
encontrou Jesus, no caminho de Damasco, caiu por terra e apenas pôde perguntar:
“Quem es Senhor?” (At 9.5). A Bíblia diz que ninguém pode dizer que Jesus é o
Senhor se não for pelo Espírito Santo (1ª Co 12.3).
1.2.
Ciro teve uma experiência com Deus, que é Santo.
Os vasos sagrados haviam sido roubados do
Templo de Jerusalém, por Nabucodonosor, e guardados no templo pagão da
Babilônia (2º Cr 36.18). Ciro era, agora, o responsável por eles, e mesmo sendo
esses vasos muito valiosos, ele queria voluntariamente devolvê-los (Ed 1.7-11)
Assim acontece sempre em cada
despertamento verdadeiro. Quando Zaqueu teve seu encontro com Jesus, quis
devolver o que havia ganho com usura (Lc 19.8).
2. O
rei Ciro recebeu bênçãos espirituais. O profeta Isaías, 200 anos antes,
profetizou acerca de Ciro chamando-o de “ungido do Senhor” (Is 45.1). Isso nos
permite entender que o Espírito Santo deve ter-lhe proporcionado alguma bênção
espiritual. Cada Despertamento traz bênçãos para o coração do crente.
SUBSÍDIO
HISTÓRICO
“[…] Ciro, um general de inteligência
estratégica admirável, passou parte de sua vida desferindo ataques-relâmpago
contra vários adversários, tanto próximos quanto distantes. Com a experiência
de guerra, Ciro cercou Babilônia, tornando-a praticamente sem resistência em
539.
O rei Nabonido tinha o hábito de
ausentar-se da capital, e fazia-o até mesmo ou especialmente) nas comemorações
de Ano Novo, quando como de costume participava dos rituais tradicionais. Suas
ausências eram cada vez mais frequentes e demoradas, de forma que o real
governo da cidade estava na mão de seu filho Belsazar. Foi este desafortunado
vice-rei que presenciou o colapso da nação com a chegada de Gubaru, o
comandante persa e governador de Gutium. Parece que Belsazar morreu durante ou
pouco depois do conflito, enquanto seu pai Nabonido foi capturado e em seguida
solto condicionalmente. Duas semanas depois, Ciro marchou triunfantemente pela
cidade e celebrou com alegria a derrota de seu rival, tornando-se o senhor
absoluto do oriente.
Ciro pôs em prática uma política
beneficente, permitindo a todos os exilados o retorno para suas terras. Os
judeus, é claro, também estavam incluídos, e viram neste decreto a bênção de
Deus, como cumprimento da palavra profética, Para eles, esta libertação não era
menos significativa que aquela do êxodo sob a liderança de Moisés. Na verdade,
a linguagem dos profetas, por exemplo Isaías 40 – 66, está repleta de imagens
do êxodo. É verdade que a maioria dos judeus da dispersão preferiu permanecer
em suas casas, especialmente os que moravam em Babilônia, mas aqueles que
tinham seus olhos voltados para o propósito eterno de Deus viram no cativeiro
um instrumento de correção. E o retorno à pátria era o sinal de que ainda
tinham um papel redentor a desempenhar” [MERRIL, Eugene H. História de Israel
no Antigo Testamento: o reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações.
6ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD 2007, pp. 503,04].