TEOLOGIA EM FOCO: OS QUATRO ÚLTIMOS IMPÉRIOS MUNDIAIS DANIEL CAPÍTULO 2

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

OS QUATRO ÚLTIMOS IMPÉRIOS MUNDIAIS DANIEL CAPÍTULO 2

 


Nabucodonosor era um dos grandes conquistadores da história antiga. Numa série de batalhas, ele venceu os assírios, o povo que dominara a Mesopotâmia durante os séculos anteriores. Defendeu-se contra os egípcios e estabeleceu as fronteiras de um império extenso e próspero. Conseguiu dominar a pequena, mas importante terra que conhecemos hoje como a Palestina, uma região por onde passavam as principais rotas comerciais entre a Ásia e a África. Passou por Jerusalém em 605 a.C. e levou os jovens mais inteligentes e nobres para a Babilônia, onde seriam educados na sabedoria babilônica e teriam oportunidades de até participar do governo do império. Daniel foi um desses jovens.

Daniel ainda muito jovem foi levado para Babilônia como cativo. Em terra estranha ele serviu fielmente a Deus. Levou uma vida imaculada em meio ao paganismo, idolatria e ocultismo da corte oriental babilônica. Ele foi levado para Babilônia na primeira leva de exilados de Judá, em 606 a.C., quando tinha 14 a 16 anos de idade. Aí viveu no palácio de Nabucodonosor, como estudante, estadista e profeta de Deus, atravessando o reino de todos os reis babilônicos, exceto o primeiro deles – Nabopolassar, pai de Nabucodonosor, fundador do neo-Império Babilônico. Chegou até o Império Persa sob Ciro em 536 a.C. (Dn 6.28; 10.1). Prestou cerca de setenta e dois anos de abnegados serviços a Deus e ao próximo.

Em duas ocasiões distintas, o Senhor revela ao profeta Daniel, tipo logicamente as figuras dos quatro últimos impérios mundiais; no capítulo 2 e capítulo 7.

Daniel por duas vezes teve visões e revelações proféticas na Babilônia. São estas visões que nos trazem luz aos acontecimentos que dar-se-ão no tempo do fim. Através da interpretação destas visões, nos situamos profeticamente e historicamente, podemos assim sentir o peso da responsabilidade de estarmos preparados para quando o fim chegar.

Nestas visões está predito o futuro do mundo gentílico na era dos “últimos dias” (Dn 2.28). Isto alcança os tempos da vinda de Jesus e o estabelecimento do Milênio. A matéria profética deste assunto é tão importante que vem repetida no capítulo 7. Uma das diferenças é que no capítulo 2, a revelação divina veio por meio de um sonho profético ao rei Nabucodonosor, rei da Babilônia; e no capítulo 7, por meio de uma visão profética concedida a Daniel.

I. O SONHO DO REI NABUCODOSOR - Daniel capítulo 2.

No livro de Daniel, temos uma profecia muito intrigante que fala do futuro dos reinos da terra e ela se mostrou tão correta, que até mesmo os estudiosos mais céticos ficam extasiados com tantos detalhes e acertos que essa profecia demonstra.

Duas visões panorâmicas de Daniel apresentam a soberania de Deus sobre a história. Nabucodonosor teve a primeira (Dn 2.1) e Daniel, a segunda (Dn 7.1-14). Em cada uma delas, quatro reinos do mundo são apresentados.

Ela veio através de um sonho ao rei Nabucodonosor que na época do profeta Daniel, foi o governante do império no Oriente Médio. No sonho o rei via uma grande estátua com certas peculiaridades e neste artigo vamos entender quais os seus significados bem como ter uma ideia do que ela tem a dizer sobre o futuro da humanidade. Caso tenha interesse em saber mais sobre toda a história, leia todo o livro de Daniel.

1. A crise provocada pelo sonho. Certa noite, o rei Nabucodonosor teve um sonho, uma grande revelação. Ao levantar-se pela manhã esqueceu o que havia sonhado, e seu espírito ficou grandemente perturbado. Então o rei mandou chamar os sábios do palácio: os magos, astrólogos, encantadores, e os caldeus, para revelar ao rei qual tinha sido o seu sonho. Mas, nenhum desses adivinhos e místicos puderam revelar (trazer conhecido) ao rei, o que ele havia sonhado. Jamais alguém poderia revelar sem ajuda divina. Nem mesmo o sonhador ou o próprio Lúcifer saberia, pois ele não é onisciente para saber os mistérios de Deus.

Porém, Nabucodonosor vendo que não podiam trazer conhecido o seu sonho, fez um decreto ordenando a morte de todos os magos, sábios e encantadores. O profeta Daniel e seus três amigos, Ananias, Misael e Azarias, sendo jovens e recém-formados, não foram chamados pelo rei juntamente com os outros sábios, mas o decreto da matança também os incluía.


Daniel, avisado sobre o decreto, prudentemente foi pedir ao rei que desse-lhe um tempo para que pudesse dar a interpretação do sonho. E em seguida foi para sua casa e comunicou o fato aos seus três amigos, que juntos em oração pediram misericórdia ao Senhor Deus, a fim de não perecerem com os demais sábios. Sendo Jeová um Deus compassivo e misericordioso para com seus servos, revelou o sonho do rei ao profeta Daniel numa visão de noite. Após o Senhor Deus ter revelado o sonho do rei ao profeta Daniel, ele O louvou grandemente (Dn 2.20-22).

2. Daniel na presença do rei (Dn 2.25-30). Posto na presença do rei, este jovem judeu declarou as visões que o rei havia tido em sua cama, exatamente como elas aconteceram. Esta primeira visão, embora não tenha sido dada primariamente a Daniel, foi interpretada exclusivamente por ele, e estão registrados em seu livro. Isto causou uma grande surpresa no coração do rei, pois era exatamente o que havia sonhado alguns dias anteriores a este encontro.

II. DANIEL REVELOU E INTERPRETOU O SONHO (Dn 2.36-43).

O resumo:

A cabeça da estátua – de ouro – a Babilônia.

O peito e os braços – de prata – Medos-Persas.

O ventre e as coxas – de cobre – a Grécia.

As pernas – de ferro – Roma.

Os pés – em parte de ferro e em parte de barro – um reino mundial dividido: império dividido.

Na enorme estátua do sonho do rei, está predita a história das nações dos “tempos dos gentios”, começando por Nabucodonosor até a vinda de Jesus em glória.

Esta visão revela, em caráter profético, como dar-se-ão os acontecimentos sociais e políticos concernentes aos grandes reinos, impérios e confederações de países no mundo contemporâneo a Daniel, no período posterior aquele e no futuro (nossos dias).

Prosseguindo, vemos Daniel descrevendo o relato da interpretação do tal sonho. E a interpretação, que segundo ele é fiel, pois ela cumpre-se na íntegra na história da humanidade que são os quatro últimos impérios mundiais.

1. Cabeça de ouro, o reino Babilônico (625 a 538 a.C.). “Tu, ó rei, és rei de reis, pois o Deus dos céus te tem dado o reino, e o poder, e a força, e a majestade. E, onde quer que habitem filhos de homens, animais do campo e aves do céu, Ele te entregou na tua mão e fez que dominasses sobre todos eles; tu és a cabeça de ouro” (Dn 2.37-38).

O Império Babilônico representa o começo, o início dos tempos dos gentios. Sobre a expressão “tempos dos gentios” (Lc 21.24).

Babilônia nos dias de Nabucodosor, detinha a hegemonia mundial, após ter derrotado a Assíria, em 612 a.C.

Depois da morte de Nabucodonosor, encontramos entre os seus sucessores o rei Nabonido (556-538 a.C.). Belsazar, seu filho, estava como co-regente na cidade da Babilônia, quando o Império Caldeu ruiu derrotado por Ciro, rei da Pérsia.

A cabeça de ouro é a Babilônia, o reino do conquistador Nabucodonosor (Daniel 2.37-38).

2. O peito e os braços de prata, o reino Medo-Persa. “E depois de ti, se levantará outro reino, inferior ao teu” (2.32-39). Representa a coligação do Império Medo-Persa, o segundo Império mundial.

Para identificar os próximos dois, consideramos uma visão de Daniel no finalzinho do domínio babilônico, relatada no capítulo 8. Nesta visão, Deus mostrou-lhe mais detalhes sobre os próximos dois reinos, e os identificou como a Média-Pérsia (8.20) e a Grécia (8.21). Ligando as duas profecias, percebemos que a parte de prata representa Média-Pérsia, o reino que venceu a Babilônia em 539 a.C.

3. O ventre e as coxas de cobre, o reino Grego. “E um terceiro reino, de metal, o qual terá domínio sobre toda a terra.” (2.32-39).

Aqui Daniel não traz os pormenores deste império. Mas no capítulo 7, sim. Trata-se do terceiro império mundial, a Grécia. O império que conquistou um território enorme no quarto século a.C.

4. As duas pernas de ferro, o reino Romano. “E o quarto reino será forte como ferro; pois, como o ferro esmiúça e quebra tudo, como o ferro quebra todas as coisas, ele esmiuçará e quebrantará” (Dn 2.40).

As pernas são a parte mais longa do corpo, o que indica a extensão do domínio romano. As duas pernas correspondem a divisão do Império Romano em Ocidental e Oriental, ocorrido em 395 d.C.

O reino de ferro teve início cerca de 170 a.C. e dominou o mundo numa amplitude que nenhum império dantes o fizera.

4.1. Os pés, em parte é ferro, em parte de barro. (Dn 2.33, 41-43). Ferro e barro não se misturam. Isto revela que neste tempo do fim não haverá “nações unidas” de fato. A propalada união das nações nestes últimos dias através da ONU é uma proforma; está previsto nesta profecia. O ferro é o governo ditatorial, totalitário que hoje cada vez aumenta em todos os continentes (v. 40). O barro é o governo do povo, democrático, republicano. O barro é formado de partículas soltas, o que indica governo do povo, como apresenta-se o regime democrático. Já o ferro é formado de blocos compactos, indicando poder centralizado. Temos hoje no mundo estas duas formas de governo. Vemos assim pela Palavra de Deus que a última forma de governo na terra será o governo do Anticristo.

4.2. Os dez dedos dos pés na imagem (2.41-42). São dez reinos, como forma de expressão final do Império Romano, que aparecerá no governo do Anticristo e do falso profeta, no fim dos dias.

São dez reinos, como forma ou expressão final do Império Romano, nos últimos dias da presente dispensação, como se vê no versículo 44: “Mas, nos dias destes reis...”

Esses dez reis correspondem aos dez chifres do quarto animal de Daniel 7.24 e aos dez chifres da besta de Apocalipse 13.1 e 17.3.

Trata-se de um poder político que existiu, e que no presente momento não existe, mas que voltará a existir segundo a palavra profética (“era e não é e está para emergir” - Ap 17.8).

4.3. Os pés, em parte de ferro, em parte de barro (2.33,41-43).

Ferro e barro não se misturam! Isto revela que neste tempo do fim não haverá “nações unidas”.

O ferro é o governo ditatorial, totalitário que hoje cada vez mais aumenta em todos os continentes (v. 40).

O barro é o governo do povo, democrático, republicano. O barro é formado de partículas soltas, o que indica governo do povo, como se apresenta o regime democrático.

Já o ferro é formado de blocos compactos, indicando poder centralizado.

Temos hoje no mundo estas duas formas de governo.

Vemos assim pela Palavra de Deus que a última forma de governo na terra não será o comunismo total, como eles apregoam.

4.4. A crescente inferioridade dos metais na estátua profética (2.32,33).

A escala decrescente dos valores dos metais na estátua profética (2.32-33). Ouro, prata, bronze, ferro com barro, mostra a degradação da raça humana, na área moral, social e política, basta vermos as notícias mundiais para comprovarmos a imoralidade, corrupção e injustiças que fazem parte da humanidade sem Deus. É o que nos assegura esta profecia.

Conforme o pensar deste mundo (inclusive a filosofia comunista), a cabeça devia ser de barro e os pés de ouro. Ao contrário, a cabeça é que é de ouro e os pés de barro!

A imagem de Nabucodonosor é uma descrição bíblica da degeneração da raça humana alienada de Deus.

Os dez dedos dos pés são dez reinos que nos últimos dias entregarão o governo mundial ao Anticristo o oitavo reino.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau SC

Nenhum comentário:

Postar um comentário