TEOLOGIA EM FOCO: A QUEDA DO IMPÉRIO DO ANTICRISTO NO FIM DOS TEMPOS – CAPÍTULO IX

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

A QUEDA DO IMPÉRIO DO ANTICRISTO NO FIM DOS TEMPOS – CAPÍTULO IX

 


Daniel 2.44-45 “Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre. Da maneira que viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro; o grande Deus fez saber ao rei o que há de ser depois disto. Certo é o sonho, e fiel a sua interpretação.”

1. O sonho de Nabucodonosor (Dn 2). O segundo capítulo do livro de Daniel revela o plano divino para o povo judeu e o gentílico. Deus revelou o seu projeto soberano para os governos mundiais e mais uma vez confirmou o reino messiânico. Ao estudarmos este capítulo, veremos o reino da Babilônia atuando como o “dono do mundo” e Nabucodonosor, como o seu executor. Porém, por volta de 604 a.C., no período do apogeu da Babilônia, o rei teve um sonho perturbador que o deixou insone. Por providência divina, Nabucodonosor esqueceu o sonho e, através do Espírito Santo, Daniel o desvendou.

A grande estátua do sonho do rei foi composta de quatro partes principais. Daniel as identifica como quatro reinos, começando com a própria Babilônia (a cabeça de ouro). Depois da Babilônia, teria uma sucessão de mais três reinos humanos. O próximo reino seria inferior à Babilônia, e foi representado pelo peito e os braços de prata. O terceiro seria maior, exercendo domínio “sobre toda a terra”. O mais forte dos quatro reinos seria o quatro, feito de ferro. Mas a mistura de barro mostra um reino dividido, com um lado frágil. Este reino seria esmiuçado pela grande pedra.

Ao dirigir-se ao rei Nabucodonosor, Daniel declarou que o Deus que está nos céus é o único que sabe; é o único que tem as respostas e o significado dos sonhos e das visões relacionados aos acontecimentos previstos para ocorrer no fim dos dias (Dn 2.28).

Este mesmo princípio aplica-se, literalmente - em sua maioria, às visões e revelações dadas a Daniel: muitas de suas profecias fazem referência a doutrina das últim

2. “A pedra cortada, sem ajuda de mãos” (2.45). Nabucodonosor viu, em seu sonho, uma Pedra vindo do céu e atingindo a estátua nos pés. Mas o que ela representa? O Reino de Deus, através de Jesus Cristo, que será implantado em breve, cuja capital será Jerusalém. Em várias partes da Bíblia Jesus é comparado a uma Rocha, uma Pedra para edificação e proteção do seu povo, mas também para destruição dos seus inimigos.

Esta “Pedra” representa o reino de Cristo intervindo nos reinos do mundo. Cristo é a Pedra cortada que desfará o poder mundial do Anticristo (Dn 2.45; Sl 118.22; Zc 12.3). A Pedra cortada vinda do monte significa, figuradamente, a vinda do Rei esmiuçando o domínio imperial e pagão deste século (Dn 2.44,45). Cristo é quem regerá as nações para sempre!

3. Este reino é proveniente do céu. O versículo 34 diz: “Uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos”. No evangelho segundo Mateus 21.42-44, temos a explanação da profecia da Pedra, dada por Jesus, que é a própria Pedra. A Pedra rejeitada por Israel At 4.11: “Este Jesus é a pedra rejeitada por vós”. Pedro referindo-se aos judeus que crucificaram Jesus, pois os judeus não queriam que Jesus reinasse sobre eles; “Não queremos que este reine sobre nós” (Lc 19.14). Paulo em 1ª Co 10.4 também fala sobre Jesus com pedra dizendo: “E beberam todos duma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo” (rf. 1ª Pe 2.4). A Pedra angular da igreja, a pedra de esquina (Ef 2.20).

A Pedra cortada sem mãos representava o reino de Jesus Cristo, que será estabelecido no mundo na no fim da Grande Tribulação, e sobre as ruínas do império de Satanás nos reinos do mundo. Esta é a Pedra cortada do monte sem mãos, pois Ele não seria levantado nem apoiado pelo poder humano nem pela política humana. Nenhuma mão visível deveria agir no seu estabelecimento, mas isto deveria ser feito invisivelmente pelo Espírito do Senhor dos Exércitos. Essa foi a Pedra que os edificadores rejeitaram, porque não foi cortada pelas mãos deles, mas agora se tornou a Pedra fundamental, a Pedra de esquina.

4. A Pedra esmiuçará as nações (2.44). “.... aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó”. Isto é futuro, e refere-se ao Senhor Jesus na Sua vinda em glória, com os santos e os anjos para esmiuçar (quebrar) as nações e estabelecer o Seu reino de paz.

O salmista já fazia suas predições dizendo: “Tu os esmigalharás com vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro. Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra servi ao Senhor com temor, e alegrai-vos com tremor” (Sl 2.9-11).

Uma montanha nada mais é do que barro e pedra sob diferentes formas. Isto fala de Jesus que nasceria como homem aqui na terra (Is 53.3), sem intervenção humana, isto é, sendo gerado pelo Espírito Santo (Lc 1.35), e não pelo homem. Algo idêntico ocorrerá quando o Reino de Deus for estabelecido aqui brevemente, ou seja, sem auxílio humano. Sua conquista não será efetuada por armas carnais:

“E então será revelado o iníquo (Anticristo), a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor de sua vinda” (2ª Ts 2.8).

Quanto à expressão “sem o auxílio de mãos” quer dizer, sem o auxílio de mãos humanas (cf. Dn 8.25). A pedra bateu violentamente nos pés da estátua e esmiuçou-a. Quatro vezes está dito que a pedra esmiuçou a imagem (Dn 2.34, 40, 44, 45). Portanto, o mundo não findará convertido pela pregação do Evangelho, e sim destruído com violência sobrenatural na vinda de Jesus. Isto ocorrerá em Armagedom, no tempo do domínio mundial das nações confederadas sob o governo do Anticristo (Ap 17.11-13; 19.11-21).

A Pedra que é Jesus feriu a estátua nos pés, e em seguida destruiu a cabeça, o peito, o ventre e as pernas (2.34). Isto indica que todas as formas de governo representadas por estas partes da estátua, existirão sob a Besta, no futuro que será destruída por Cristo onde será implantado Seu governo por mil anos. Ainda que o Império Romano se reerga, Cristo o destruirá. Nosso Senhor é Aquela Pedra que, sem esforço humano, abateu-se sobre a estátua vista por Nabucodonosor.

A estátua começou como uma obra grandiosa e fina, e terminou em pó (2.35). A pedra começou com uma pedra diminuta, mas depois encheu o mundo inteiro: “encheu toda a terra”. Isto mostra a magnitude e poder de Cristo.

A profecia de Daniel afirma: “Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais fizeram-se como a pragana das eiras no estio, e o vento os levou, e não se podia achar nenhum vestígio deles; a pedra, porém, que feriu a estátua tornou-se uma grande montanha, e encheu toda a terra” (Dn 2.35).

Os reinos do mundo (e todos os seus súditos) serão destruídos e soprados para muito longe, porém o reino da Pedra (e seus súditos) encherão a terra e reinarão para sempre.

O rei Nabucodonosor viu esta Pedra em seu sonho. A Pedra caiu do céu, atingia a grande estátua nos pés e transformava tudo em pó. Isto representa a Segunda Vinda de Cristo para estabelecer o Seu Reino na terra, após julgar e destruir seus inimigos.

O rei Nabucodonosor ficou estarrecido ao ouvir do profeta Daniel as revelações contidas em seu sonho. Tudo se cumpriu exatamente como Deus planejou. Cabe a cada pessoa receber a mensagem do Reino e permitir que ele se estabeleça em sua vida.

5. “Nos dias desses reis...”. Isto é, na época da unificação deste reino dividido, no tempo de formação deste último império, em outras palavras: em nossa própria época. O nosso tempo é a formação do reino dos dedos da estátua Dn 2). Isto já está acontecendo. Agora só falta a pedra.

No capítulo dois de Daniel, a pedra bateu violentamente nos pés da estátua e esmiuçou-a. Isto ocorrerá em Armagedom, no tempo do domínio mundial das nações confederadas sob o governo do Anticristo (Ap 17.11-13; 19.11-21), quando o império do Anticristo será destruído na vinda de Jesus em glória.

Daniel continua a descrever a ruína do Novo Império Romano, agora mostrado como aquele animal terrível: “Estive olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo, desfeito e entregue para ser queimado pelo fogo” (Dn 7.11). Por quem o animal foi morto? Pelo Filho de Deus. E, assim, recebe o Senhor Jesus o poder, a glória e a majestade.

Quando esses reis estiverem competindo uns com os outros, e em todas as lutas em que cada uma das partes em conflito quiser encontrar a sua própria razão, Deus fará a Sua própria obra e cumprirá os Seus próprios conselhos. Todos esses reis são inimigos do reino de Cristo. No entanto, Ele será estabelecido, o que constitui um desafio a todos eles. Esse é um reino que não conhece declínio, não corre o risco de ser destruído, e não admitirá qualquer sucessão ou revolução. Ele nunca será destruído por alguma força estrangeira invasora, como ocorre com muitos outros reinos. O fogo e a espada não podem consumi-lo. Os poderes conjuntos da terra e do inferno não podem privar os súditos do seu Príncipe ou o Príncipe dos seus súditos. Esse reino não será deixado para outros povos, como acontece com os reinos desta terra. Assim como Cristo é um monarca que não tem sucessor (porque Ele mesmo reinará para sempre), o Seu reino também é uma monarquia que não está sujeita a nenhuma revolução. O reino de Deus foi certamente tirado dos judeus e entregue aos gentios (Mt 21.43), mas ainda assim foi o cristianismo que governou, sim, o reino do Messias. A Igreja cristã ainda é a mesma. Ela está edificada sobre a rocha, enfrentando muita oposição. Mas as portas do inferno jamais prevalecerão contra ela. É um reino que será vitorioso sobre toda a oposição. Ele despedaçará e consumirá todos esses reinos, assim como a pedra cortada do monte sem mãos esmiuçará a imagem (Dn 2.44,45). O reino de Cristo assolará todos os outros reinos, sobreviverá a eles, e florescerá quando eles afundarem com o seu próprio peso. Eles ficarão tão destruídos, que não se conhecerá mais o seu lugar. Todos os reinos que aparecerem contra o reino de Cristo serão quebrados com uma vara de ferro, como um vaso de oleiro (Sl 2.9). E nos reinos que se sujeitarem ao reino de Cristo, a tirania, a idolatria, e tudo o que for reprovado neles, até onde o Evangelho de Cristo se estender, serão quebrados. Está chegando o dia em que Jesus Cristo abaterá todo governo, principado, e potestade, e colocará todos os seus inimigos debaixo dos seus pés. E então essa profecia terá o seu pleno cumprimento no momento preparado pelo Senhor Deus, e não antes (1ª Co 15.24,25). O nosso Salvador parece se referir a isso (Mt 21.44), quando, falando de si mesmo como a pedra rejeitada pelos edificadores judeus, Ele diz que aquele sobre quem esta pedra cair ficará reduzido a pó.

Por mais poderosos que se mostrem os reinos deste mundo, não subsistirão ante a soberania Divina. Roma dominou nações e reinos; pisou os mais aguerridos povos e humilhou os mais altivos soberanos. Mas nada poderá fazer contra o Senhor Jesus. Ele é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores. Nada tarda o dia em que o Império Romano, base do governo do Anticristo, haverá de prestar contas a Deus por todos os seus pecados e iniquidades. Ainda que renascidos não subsistirá.

Senhor Jesus, quem poderá subsistir ante teu poder? Que a honra, a força e a glória sejam-te tributadas para todo o sempre.

Portanto, desde Babilônia, está sendo cumprido hoje e será justamente neste período que se levantará o Anticristo (6 é o número do homem rebelde). O 8.º período (O verdadeiro reino de Jesus Cristo) está aproximando-se velozmente. A Profecia é perfeita e a Matemática de Deus também.

6. Ele será um reino eterno. Aqueles reinos da terra que haviam despedaçado todos ao seu redor vieram, em sua vez, a ser despedaçados da mesma maneira. Mas o reino de Cristo despedaçará outros reinos e permanecerá para sempre. O Seu trono será como os dias do céu. A Sua semente e os Seus súditos serão como as estrelas do céu, não só inumeráveis, mas imutáveis. Do aumento do governo de Cristo, e da paz de Cristo, não haverá fim. O Senhor reinará para sempre, não só até o fim dos tempos, mas quando o tempo e os dias não mais existirem. E Deus será tudo em todos por toda a eternidade.

As profecias de Daniel acerca do reino ocorreram em um tempo crítico da história da antiga Israel. Os israelitas tinham perdido a sua soberania por causa do cativeiro. Contudo, em meio da sua calamidade e ruína, Deus lhes revelou, através de Seus profetas, que uma restauração do povo e da nação de Israel iria ocorrer sob o governo do Messias (Jr 23.5-8).

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau SC

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