TEOLOGIA EM FOCO: O IMPÉRIO DA ASSIRIA - CAPÍTULO II

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

O IMPÉRIO DA ASSIRIA - CAPÍTULO II


I. A OREIM DA ASSIRIA

As origens dos povos assírios estão associadas aos povos semitas que viviam na região do Cáucaso e que migraram para o planalto de Assur, na Alta Mesopotâmia. Os assírios estabeleceram-se nessa região, que hoje compreende o norte do atual Iraque, por volta do ano 2.400 a.C., período em que fundaram a cidade de Assur – em homenagem ao deus de mesmo nome, formando um dos mais importantes impérios da Mesopotâmia.

Entretanto, o império assírio só se ergueu efetivamente por volta de 1.300 a.C. e perdurou até 612 a.C., legando à história das civilizações que se desenvolveram no Oriente Médio várias características, como sua “máquina de guerra”.

A chamada “máquina de guerra” dos assírios compreendia a formação do provável primeiro exército organizado da História, isto é, um exército que devia sua eficiência à sua organização funcional, que se dava entre arqueiros, lanceiros, carros de combate e cavalaria. Foi através de seu exército que os assírios conseguiram submeter várias das civilizações da Mesopotâmia ao seu jugo.

Sua tecnologia militar foi destacada pelo uso do ferro, cobre e estanho para entalhar armas. No auge do poder, controlavam o Chipre, o Egito, a Mesopotâmia e a região hoje ocupada pelo Estado de Israel.

Sua tecnologia militar foi destacada pelo uso do ferro, cobre e estanho para entalhar armas. No auge do poder, controlavam o Chipre, o Egito, a Mesopotâmia e a região hoje ocupada pelo Estado de Israel.

II. OS ASSÍRIOS ATACAM ISRAEL

Foi no reinado de Sargão II, que os assírios conquistaram Israel. Sargão II viveu entre 721 a.C. e 705 a.C. e, entre as marcas de sua conquista esteve a deportação de 27 mil israelitas e a invasão da Síria, em 715 a.C..

O sucessor de Sargão II, Senaquerib (705 a.C. até 681 a.C.) foi o responsável pela transferência da capital para Nínive. Antes disso, a sede em Assur. Senaquerib ainda tentou conquistar Judá. Ele ordenou o cerco à cidade, fracassou e, quando retornou derrotado a Nínive, dois de seus filhos o assassinaram.

Os assírios começaram a expandir seu território e a atacar toda a região em volta de Israel. Os reis de Israel e Judá fizeram várias alianças com os assírios para manter sua independência, pagando-lhes tributos e jurando fidelidade. Mas Oséias, o último rei de Israel, traiu Salmaneser, o rei da Assíria, conspirando com o faraó do Egito (2º Rs 17.3-4).

1. Ezequias e os assírios. “Então saiu o anjo do Senhor, e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil deles; e, quando se levantaram pela manhã cedo, eis que todos estes eram corpos mortos. 37 - Assim Senaqueribe, rei da Assíria, se retirou, e se foi, e voltou, e habitou em Nínive. 38 - E sucedeu que, estando ele prostrado na casa de Nisroque, seu deus, Adrameleque e Sarezer, seus filhos, o feriram à espada; escaparam para a terra de Ararate; e Esar-Hadom, seu filho, reinou em seu lugar.” (Is 37.36-38).

Depois da conquista de Israel, o reino de Judá continuou. Ezequias, rei de Judá, era temente a Deus e foi abençoado. Ele se rebelou contra o rei da Assíria, parando de pagar tributo. Por isso, os assírios atacaram Judá e sitiaram Jerusalém. Senaqueribe, o rei da Assíria, enviou uma mensagem arrogante a Ezequias insultando a Deus e dizendo que ninguém o poderia livrar de suas mãos (2º Rs 18.35).

Essa passagem de Isaías fala de problemas diplomáticos e bélicos entre a Assíria (Senaqueribe), Judá (Ezequias) e o Egito. Senaqueribe, rei da Assíria, conquistou a Babilônia e fez de Nínive a capital do seu império. Suas campanhas de conquista territorial chegaram até a Palestina. Contra essas conquistas se rebelou Ezequias, rei de Judá, apoiado pelo Egito. Senaqueribe penetrou no território da Palestina, saqueou várias cidades e organizou um assédio de Jerusalém.

O povo ficou desmoralizado, mas Ezequias enviou mensageiros ao profeta Isaías para pedir ajuda a Deus. Suas orações foram respondidas e Deus prometeu livrar o reino de Judá das mãos dos assírios, para mostrar Seu poder (2º Rs 19.21-22). Senaqueribe ouviu que o rei do Egito estava vindo para lutar contra ele, então ele se retirou e levantou o cerco.

Mas Senaqueribe não desistiu. Ele voltou a sitiar Jerusalém mais tarde, prometendo acabar com Ezequias. Novamente Isaías profetizou a libertação da cidade e Deus matou 185 mil soldados assírios em uma única noite! Então Senaqueribe se retirou e voltou para Nínive. Lá, ele foi assassinado por dois de seus filhos (2º Rs 19.35-37).

A Bíblia mostra sempre como Deus protege seu povo e o profeta e o instrumento através do qual passa a mensagem divina.

2º Reis 17 conta como a cidade da Samaria caiu diante do Rei da Assíria, depois de tê-lo traído com alianças com o Egito. É o fim do Reino do Norte, que segundo o autor sagrado aconteceu porque “Porquanto não obedeceram à voz do Senhor seu Deus, antes transgrediram a sua aliança; e tudo quanto Moisés, servo do Senhor, tinha ordenado, nem o ouviram nem o fizeram.” (2º Reis 18.12).

Tendo caído Samaria, fica só o Reino de Judá, com a capital Jerusalém. 2º Reis 18 e 19 conta como o Rei da Assíria também afligiu o reino de Judá, tomando todas as suas cidades fortificadas, pois, como dito acima, Ezequias tinha se rebelado contra a Assíria. Ezequias se deu conta do seu erro e enviou uma quantidade de bens à Assíria para obter o perdão. Mas mesmo assim os Assírios marcharam contra Jerusalém. Ezequias então pediu, no Templo, que Deus ajudasse o povo. É aqui que o profeta Isaías entre em ação, dizendo que Senhor viria socorrer Jerusalém (2º Reis 19.20). Naquela noite um anjo do Senhor passou e matou 185 mil soldados assírios. Senaqueribe, então, se retirou para Nínive, onde foi assassinado pelos filhos.

Com a destruição do exército da Assíria pelo anjo do Senhor, o império enfraqueceu fazendo que outros reinos viessem a crescer e a disputar o poder.

Os assírios continuaram como uma ameaça ao reino de Judá até o surgimento do império babilônico. Em 625 a.C., os caldeus tomaram a Babilônia e conquistaram sua independência. Ciaxares, rei da Média, em aliança com o rei dos caldeus, invadiu Assur em 615 a.C. e, em 612 a.C., tomou Nínive, pondo fim ao Estado assírio.

Os babilônios conquistaram o império assírio e puseram fim à sua dominância. Os assírios se tornaram mais um povo conquistado e desapareceram quase completamente.

Deus usou os assírios para castigar Israel, mas também tinha avisado que iria castigar a Assíria por sua crueldade. Os assírios foram usados por Deus, mas não tinham o coração voltado para Ele (Is 10.5-7). Seu objetivo nunca foi glorificar a Deus e eles cometeram pecados terríveis. Por isso, eles foram castigados e destruídos.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

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