O Senhor, na Sua obra, conta com pessoas que se dediquem dentro daquilo que o Senhor os chamou a fazer (Jo. 15:16; I Pe. 1:12). Todas as coisas para o Senhor devem ser feitas com dedicação, cuidado, respeito, amor (Jr. 48:10), e tudo isso muitas vezes regado com lágrimas e dores como que de parto (At. 20:19; Gl. 4:19).
Paulo sempre falou da necessidade do obreiro ter qualidades, ser preparado, experimentado, esforçado no desempenho do ministério (1ª Tm. 3.1-16; Tt 1.5-16).
Escrevendo a Timóteo ele fala de três coisas que todo o obreiro deve fazer bem, e é sobre isto que estarei escrevendo nas linhas posteriores. Não é minha intenção valorizar uma mais do que a outra; todas são de extrema importância dentro do desempenho ministerial, por isso as escrevo na ordem como estão na bíblia. Para a realização de todas elas há necessidade de estar firmado em toda a Verdade. Devido às nossas faltas podemos até ser mais habilidosos em alguma coisa em relação a outra, mas aí vem a humildade (faço referência a esta virtude no final do tópico sobre governar bem) para reconhecermos e aceitarmos aqueles que o Senhor tem colocado ao nosso lado, e assim ser completo, para o bom desempenho de todo o serviço cristão.
“Os presbíteros que governam bem sejam estimados por digno de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e no ensino” – “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” – “Tu, porém, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre bem o teu ministério” (I Tm. 5:17; II Tm. 2:15; 4:5 – ECA).
GOVERNAR BEM: I Tm. 5:17
Governar (no grego proisthmi) em Timóteo é o mesmo que presidir em Romanos 12:8 1. Tem o sentido de estar à frente (de), liderar, dirigir. Pode se referir também a estar preocupado com, cuidar de, ajudar e ainda ocupar-se com, engajar-se em. Tem referência a liderança no lar (I Tm. 3:4s; 12) ou na igreja (I Ts. 5:12; I Tm. 5:17).
Com relação à obra de Deus, o trabalho do Senhor, o sentido ao mesmo tempo em que é amplo, também impõe responsabilidade sobre o que governa; exigindo capacidade e preparo que vem pela graça aliada ao esforço pessoal diante do Senhor. Veja que Paulo diz “Temos diferentes dons, segundo a graça que nos é dada” (Rm. 12:6). A capacidade de governar, presidir, está entre o que podemos chamar de ‘dons do serviço’, os outros são exortar, repartir, presidir, usar de misericórdia. A graça é ampla: pela graça somos salvos (Rm. 5:15,18; 11:6; Ef. 2:5,8,9; Tt. 2:11) e pela graça servimos (Lc. 2:52; Rm. 1:5; I Co. 15:10; Ef. 4:7; Hb. 12:28).
A responsabilidade de todo o obreiro na seara do Senhor é totalmente com as coisas do Senhor, por ordem do Senhor, para o Senhor. Governar bem tem amplo alcance, envolve administração, cuidado, mordomia cristã, despensa cristã (I Co. 4:1-2; Tt. 1:7; I Pe. 4:10).
Paulo, escrevendo a Timóteo refere-se aos presbíteros, isto é, os anciãos. A palavra presbítero já denota homem maduro, experiente, capaz. Porém Paulo faz menção daqueles que governam e acrescenta ainda com ênfase aos que trabalham na palavra e no ensino. Isto dá a entender que o presbítero – aquele que governa – deve estar intimamente ligado à Palavra e buscar em Deus a aptidão para o ensino, já que para isso deve haver uma dedicação pessoal (Rm. 12:7). É importante notar a importância da Palavra e do ensino no desempenho da liderança; os que assim procederem são merecedores de duplicada honra; só se chega ao objetivo de uma boa liderança eclesiástica se o obreiro estiver de acordo com a Palavra de Deus. Quando se distancia da Palavra corre-se grande perigo (I Sm. 13;13).
CRISTO GOVERNOU BEM
Olhando para os evangelhos e as cartas, temos em Cristo o exemplo perfeito a ser imitado, não há ninguém comparável a Ele. O escritor aos Hebreus diz que “Ele foi fiel ao que o constituiu [...]” (Hb. 3:1-3).
Cristo é o exemplo perfeito para todas as coisas concernentes a obra do Senhor (Jo. 15:5; I Co. 11:1; Ef. 5:1). Cristo teve o cuidado de fazer o que o Pai mandava (Jo. 5:19; 7:16; 8:28,29; 9:4; 14:31); deu importância à Palavra, ao discipulado, ao ensino (Jo. 4:41,42; 5:39; 6:60); tinha compaixão das multidões por causa das doenças físicas e também por causa do desgarro espiritual e procurava alimentá-las tanto espiritualmente quanto fisicamente (Mt. 9:27-29,36; 14:13-21; 15:29-39; Mc. 8:1-13; Jo. 6:1-15); era afetivo (Mt. 8:3; 19:13-15; Lc. 5:13); tinha intimidade com os doze (Mt. 13:10-11; Mc. 4:10-12; Jo. 6:67-68; 15:15); tinha cuidado com as finanças (Mt. 22:15-22).
Através do exposto acima vemos que Cristo governou bem, com sabedoria, com prudência. Ele esteve junto, liderou na direção do Espírito Santo, se preocupou, ajudou, empenhou-se; Ele jamais teve a despensa vazia (Mt. 7:29; 13:52), pois estava em constante comunhão com o Pai. Sem dúvida alguma, Ele é o exemplo perfeito a ser seguido!
OS APÓSTOLOS GOVERNARAM BEM
Os Apóstolos procuraram governar segundo o que tinham aprendido com o Mestre. Foram eles discipulados por Cristo, e desejaram seguir o exemplo de Cristo deixado em todas as circunstâncias (Jo. 13:15).
Eles tiveram o cuidado de conduzir a igreja dentro do verdadeiro ensino da Palavra, e quando surgiu problemas com relação às questões sociais tomaram uma atitude na direção do Espírito Santo, e dessa forma não deixaram perecer nem uma nem outra coisa (At. 6:1-7).
Paulo teve o cuidado de levar bem-estar para as igrejas. Era um homem preocupado com o bom andamento da obra de Deus em todos os sentidos. Procurou ele não somente dar instruções como também praticar o que ensinava. Defendia o apostolado em sentido amplo, isto é, não somente o dele, mas dos demais Apóstolos (verdadeiros) (I Co. 9:3-14); procurou se portar com as igrejas pobres de forma a não ser pesado a elas (At. 18:1-3; II Co. 11:8-9; 12:16-17; I Ts. 2:6,9) – nesse tempo em que as ambições materiais andam no coração de muitos ‘obreiros’, seria muito bom que esses ‘obreiros’ olhassem com acuricidade (cuidado) e temor para tais registros. Paulo teve muito cuidado com relação às finanças; quando recolhia ofertas, procurou não se envolver com dinheiro (I Co. 16:1-4), conquanto pedisse ajuda aos mais abastados para socorro dos mais pobres (II Co. 8:1 – 9:1-15). Paulo deu o exemplo também com relação ao ensino, a doutrina bíblica, ao ministério da Palavra (At. 20:18-21, 24-27; Rm. 1:8-12; Gl. 1:12; 5:16; Ef. 3:4; 14-21; I Tm. 3:2; II Tm. 4:1-2), na verdade, todas as suas cartas são cartas doutrinárias, umas endereçadas às igrejas, outras a obreiros, porém todas contendo instruções de fundamento doutrinário para edificação das igrejas e para aperfeiçoamento dos obreiros. Paulo tinha o cuidado de não ir além do que está escrito (I Co. 4:6); sabia colocar as experiências no devido lugar, jamais diminuindo a Palavra por causa de experiências (Gl. 1:8). Por isso a recomendação paulina de que “[...] sejam por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e no ensino” (I Tm. 5:17).
Tiago, em sua epístola, traz conselhos práticos e repreensões fortes com relação à vida cristã. Sendo o Evangelho um modo de vida (Gl. 5:25), mostra-nos que abraçando-o pela fé deve se ter a disposição de vivê-lo intensamente sob a graça divina (Cl. 3:1-2). O ato de governar muitas vezes é colocado em prova diante do modo prático de se viver o evangelho. É assim que Tiago procura trazer aos cristãos as devidas responsabilidades espirituais, levando-os, ainda que num estilo forte, a refletir sobre as várias facetas do viver prático em Cristo. O assunto que estou debatendo é o governar bem, e para se chegar a tal objetivo dentro do plano divino é necessário se tomar posições mais firmes dentro de várias necessidades enfrentadas. Não podemos esquecer que o objetivo de Cristo é conduzir-nos a estatura de varão perfeito (Ef. 4:13; Cl. 1:28), e isto muitas vezes nos leva contrastar a teoria cristã com a prática, eis porque Tiago faz alusão contrastando a humildade com a fragilidade das riquezas (Tg. 1:9,10); exorta com relação ao ser tentado e como o caminho do pecado é sutil e mortal, mas que tudo o que é prefeito vem do Pai das luzes (Tg. 1:13-18). Em Tiago temos o conselho perfeito e a exposição prática de que governar bem, em muitas vezes exige posição firme, porém centrada no objetivo bíblico do crescimento espiritual (Tg. 1:2-4), com uma preocupação sadia por parte de quem governa, para levar o rebanho a viver plenamente o evangelho de Cristo em santificação. O objetivo aqui não é uma análise do livro de Tiago, por isso o conselho de que se leia com atenção e oração para entender sob a ótica do Espírito Santo a profundidade teológica deste livro. Isto acrescentará e muito para todo aquele que deseja governar bem.
As epístolas de Pedro também trazem profundidade bíblica para o bom desempenho do trabalho do presbítero – é importante notar que Pedro se intitula como servo e Apóstolo (II Pe. 1:1) – veja bem: primeiro servo, depois Apóstolo – e realmente era. Pedro mostra como deve ser o bom procedimento cristão, faz forte referência sobre a vida familiar, não deixando de trazer o ensino teológico sobre a Pessoa de Jesus e o apascentamento do rebanho de Deus. A segunda carta ocupa-se inteiramente com o ensino teológico e teocêntrico com relação à vida cristã, aos falsos mestres e o Dia do Senhor. Aquele que governa bem tem a responsabilidade de despertar pensamentos puros na mente da igreja (II Pe. 3:1; cf. Fp. 4:8).
O Apóstolo João, presbítero (II Jo. 1; III Jo. 1), também fala sobre a amplitude do evangelho de Cristo. Ocupa-se ele a trazer para a igreja, a senhora eleita, ensinos práticos, e também profundamente teológico e teocêntrico para edificação espiritual. Fala de verdades profundas sobre o amor, o viver na luz, as questões doutrinárias (destes últimos dias) contrárias à bíblia – os anticristos e os falsos espíritos –, e por fim da necessidade e da alegria que produz o andar na Verdade, para quem faz como para quem ensina.
Por fim Judas traz em sua breve epístola, a necessidade, para aquele que governa, de que deve estar intimamente ligado com toda a Verdade doutrinária bíblica. Assim conduzirá a igreja pelo caminho da Verdade, livrando-a de cair nas garras dos falsos mestres e, através do ensino edificá-la sobre a santíssima fé em oração (v. 20).
Esse breve relato tem por objetivo vermos a importância que tem o preparo para o presbítero – o obreiro. Pois não temos somente seus escritos, mas também o exemplo de que governaram bem sobre o rebanho do Senhor. Só governa bem aquele que estiver alicerçado em toda a Verdade. O Senhor é poderoso para suprir as necessidades de cada um, pois cada pessoa tem suas individualidades, suas competências, dificuldades, virtudes e capacidades; o Senhor sabendo disso, dispõe a cada um a virtude chamada humildade para ver e ocupar aqueles que o Senhor colocou ao seu lado com diferentes dons (Rm. 12:6a) a fim de auxiliar lhe, pois governar bem não significa governar sozinho (Ex. 18:1-27; Js. 2:1; Jz. 4:4,6,18-24; 6:11; 7:4-6; II Rs. 22:8-11; Ed. 7:25; At. 14:21-23; I Co. 4:17; 16:10; 12:27-29; Ef. 4:11; Cl. 4:7-9; I Tm. 1:3-4; II Tm. 2:2; Tt. 1:5). Podemos ver assim que governar bem glorifica o nome Deus e edifica a igreja; enquanto que governar sozinho denota domínio (controle completo, assenhorear-se, ser senhor), o que não cabe ao servo do Senhor, e não edifica o Corpo de Cristo (II Co. 1:24; I Pe. 5:2-3).
O servo do Senhor para governar bem deve buscar no Senhor visão ampla (I Rs. 3:9), conhecer-se a si mesmo (I Rs. 3:7) e, em Cristo, buscar as habilidades necessárias para governar bem, segundo o que o Senhor quer (Rm. 12:3,6a; I Co. 1:1:6-11; 4:1-2; II Co. 11:6; I Tm. 4:15; II Tm. 1:6-7; 2:1-7; Tt. 1:5; 2:1; 3:8; Tg. 1:5-6).
MANEJA BEM A PALAVRA DA VERDADE – II Tm. 2:15
A Palavra de Deus é a Verdade Suprema. É por ela que conhecemos como o mundo foi formado; sabemos a origem de todas as coisas criadas por Deus; a Palavra é um dos meios da revelação de Deus aos homens. A importância e o objetivo da Palavra são proferidos pelo próprio Deus aos instruir Moisés: “Disse mais o Senhor a Moisés: escreve estas palavras, pois conforme o teor destas palavras fiz aliança contigo e com Israel” (Ex. 34:27).
É pela Palavra que conhecemos a respeito da nossa queda e também do meio de redenção em Cristo; por ela somos instruídos no conhecimento de Jesus Cristo; e ouvindo-a somos despertados na fé para a salvação (Rm. 10:17). A Palavra de Deus é de profundeza imensurável (Rm. 11:33), revelada pelo Espírito Santo (I Co. 2:10).
Deus é sábio. Ele sempre escolheu homens para propagarem a Sua verdade ao mundo. Ele poderia ter escolhido os anjos, pois para isso atentavam (I Pe. 1:12), mas ele preferiu homens, a Sua escolha é soberana. Por mais que sejamos falhos, tenhamos pecado, somos profundamente limitados; para Ele isso não importa, ele nos escolheu, nos chamou para salvação e para o serviço, nomeando-nos para frutificarmos a favor do Seu reino.
ATENÇÃO! TOMEMOS CUIDADO
Neste tópico estarei falando sobre manejar bem a Palavra da verdade. Essa recomendação exortativa é aplicada diretamente a todo aquele que deseja ou está inserido como ministro do Evangelho (I Tm. 3:1-2).
Para exercermos qualquer profissão precisamos de empenho, dedicação, qualificação, interesse, crescimento, atualização; quanto mais para lidar com as coisas eternas! A exigência é muito maior – não importa se ignoramos isso – a verdade é que Deus quer que todo obreiro maneje bem o importantíssimo instrumento deixado, para dele fazer uso em todas as circunstâncias da batalha – a Palavra da Verdade.
Estamos vivendo uma época muito difícil no meio religioso mundial. A Palavra de Deus tem sido usada com tanta irresponsabilidade que por vezes ficamos estupefatos diante de tantas aberrações e inovações que estão forçosamente sendo justificadas como doutrina bíblica.
Hoje se toma em mãos a Palavra de Deus para escrever livros sobre as mais diversas áreas do conhecimento: é sobre liderança empresarial, psicologia, modelos de empreendimentos, como aumentar a receita capital de empresas, como determinar-se para se dar bem na vida, e por ai vai. São usos totalmente alheios e de nenhum compromisso com a Palavra da Verdade.
Pior do que isso, são as aberrações surgidas dentro do meio evangélico, temos visto doutrinas levantadas por ‘líderes espirituais’ e por ‘igrejas’ com base em experiências – “Devemos dar destaque primeiramente ao conteúdo, depois ao conteúdo e novamente ao conteúdo. Esse conteúdo precisa ter como base a revelação proposicional feita nas Escrituras, e toda a nossa liberdade sob a liderança do Espírito Santo deve estar enquadrada nos padrões delineados pela Bíblia. Precisamos ressaltar que a base de nossa fé não é nem a experiência nem os sentimentos, mas a verdade concedida por Deus, verbalizada, proposicional nas Escrituras, a qual acima de tudo, aprendemos com nossa mente, embora, é claro, o homem como um todo deva tê-la como fundamento”. (Schaeffer apud Deivinson Gomes Bignon – livro Voltando para a bíblia – 2002. Versão on-line), e estas sendo encaixadas a qualquer modo e de qualquer jeito dentro do contexto bíblico. Não se tem respeito a exegese e a hermenêutica bíblica, quanto mais a Verdade esposada nas Escrituras. Pois quem ignora essas duas ferramentas para a interpretação da bíblia, está deliberadamente aceitando todas as inovações e/ou inverdades que tem se fundamentado na Palavra de Deus, e ainda as propagando para o rebanho.
1. Com ‘base bíblica’ muitos estão invertendo os papéis, colocando Deus na obrigação de me dar tal ou tal coisa, me responder em até tantos dias (ou horas), para isso tem tomado mão do determinar – eu determino e Deus tem que fazer. A base para tal aberração é o uso errado do termo grego aiteõ, que dizem significar “exigir” ou “determinar”, mas na verdade significa atitude suplicante diante de Deus. O cristão deve ter diante de Deus uma atitude de humildade e dependência (Mt. 7:7,8; Jo. 14:13; 15:16; Dt. 10:12; Mq. 6:8). Em Filipenses 4:6 Paulo faz referência à súplica para levarmos diante de Deus nossas necessidades. Ele não escreveu para determinarmos alguma coisa com relação às ansiedades da vida. Davi e Pedro concordam com relação ao descansar no Senhor (Sl. 55:22; I Pe. 5:7), lançar sobre o Senhor as nossas ansiedades denota confiança, enquanto que determinar denota autoridade, porém o cristão não tem autoridade sobre Deus.
2. Veja o que disse o ‘pregador astro’ Benny Hinn: “Nunca, jamais, em tempo algum, vá ao Senhor e diga: ‘se for da tua vontade ...’ Não permita que essas palavras destruidoras da fé saiam de sua boca”. Pergunto: estaria Jesus errado? (Mt. 6:10; Lc. 22:42; Jo. 5:30; 6:38; Hb. 10:7), e os Apóstolos também? (At. 21:14; Rm. 12:2; II Co. 12:7-10; Ef. 5:17; 6:6; I Ts. 4:3; 5:18; Hb. 10:36; 13:21; Tg. 4:15; I Jo. 2:17).
3. Ainda com ‘base bíblica’ tem se cultuado a anjos. É anjo pra todo lado, é anjo forte e até tem surgido a troca de anjo, pois agora acharam o anjo fraco que deve ser trocado (barganhosamente) por um anjo mais forte. Tomamos cuidado! Os gnósticos adoravam aos anjos (Cl. 2:18); e há anjos caídos que se transformam em anjos de luz para enganar (II Co. 11:13,14). Muitas vezes sutilmente tem se dado mais ouvido às palavras de anjos do que à Palavra da Verdade (Jo. 12:28-30; Gl. 1:8; I Rs. 13:18).
4. A obra da cruz tem sido anulada. Não foi Cristo que venceu na cruz como diz a bíblia. Outro ‘astro dos púlpitos evangélicos’, Kenneth Copeland, declarou: “Satanás venceu Jesus na Cruz”. Mas o que dizer da Palavra da Verdade? (I Co. 1:18; Cl. 2:15; Hb. 2:14,15; Fp. 3:18).
5. A estratégia satânica, “sereis como Deus”, continua em alta – usando como base textos isolados (Sl. 82:6; II Pe. 2:4) tem se afirmado que o homem é um pequeno deus, veja o que disse outro ‘grande pregador’: “você não está olhando para Morris Cerullo – você está olhando para Deus, está olhando para Jesus”. Coincidência? (leia: Mt. 24:4-5; cf. Mt. 7:21-23).
Podemos perguntar: não são todos ‘grandes’ teólogos? Sim. Porém tenhamos cuidado com o evangelho em que a teologia é o centro, pois para o verdadeiro cristão o que vale é o evangelho cristocêntrico, isto é, Cristo como centro e não a teologia como centro, pois se a teologia não estiver de acordo com a Verdade, não é verdade (II Pe. 1:20-21). Exemplo? Teologia romanista; teologia adventista; teologia da torre de vigia (Testemunhas de Jeová); teologia da prosperidade; teologia espírita; etc.
O obreiro deve ter muito cuidado com isso: “Meus irmãos, não sejais muitos de vós mestres, sabendo que receberemos um juízo mais severo” (Tg. 3:1) – pense bem antes de se lançar afoitamente para manejar a Palavra perante a Igreja, a Noiva amada. O senhor tem muito zelo por Sua Noiva (Ef. 5:25-27).
Conforme exposto acima concluímos que quão grande é o desafio para manejar bem a Palavra da Verdade nos dias de hoje. As igrejas estão cheias de inovações e modismos, e são poucos (pouquíssimos) os pastores que tem se posicionado de forma bíblica contra estas coisas – é preferível deixar a coisa correr em nome das experiências. O povo quer, fazer o quê? Devido a isso elas vão entrando, tomando lugares privilegiados nos cultos e, pior ainda, no coração dos crentes. Insisto de que a responsabilidade é dos que estão à frente das igrejas, os que estão liderando, colocados por Deus (nem sempre) para cuidar do rebanho (At. 20:20,21,26,27; I Co. 2:6-8; II Co. 11:6; Gl. 1:10,11; Ef. 4:17-16; I Tm. 4:16; II Tm. 4:1-5). Se estes falham pouca esperança resta (II Cr. 15:3; Is. 28:7; Ez. 44:10-14; Mq. 3:11; Ml. 2:7-9; Mt. 13:52; Lc. 10:31). Contudo não podemos ignorar a solitária voz que clama no deserto (Ez. 44:15-16; Lc. 3:1-9) – a minha firmeza é que a Igreja pertence ao Senhor e Ele amorosamente cuida dela.
Infelizmente essas coisas têm distanciado os crentes da Bíblia. De uma forma sutil está acontecendo o que declaradamente a Igreja Católica Romana fez em tempos passados: proibir o povo de ler a bíblia. Exagerei? Veja bem: é conferido na Bíblia tudo o que é ouvido nos púlpitos? Quem questiona os ‘grandes homens’ de Deus, suas ‘revelações’ e inovações? Quem confronta com a Bíblia as pregações e acontecimentos de um culto? Deus deu à Igreja meios eficazes para julgar e discernir todas as coisas, o pastor Ciro aponta alguns 3: julgamento segundo a reta justiça; (Jo. 7:24); teste pela Palavra de Deus (At. 17:11; Hb. 5:12-14); sintonia do corpo com a Cabeça (Ef. 4:14,15; I Co. 2:16; I Jo. 2:20,27; Nm. 9:15-22); Dom de discernir os espíritos (I Co. 12:10,11; At. 13:6-11; 16:1-18); bom senso (I Co. 14:33; At. 9:10,11); nos caso de profecia, cumprimento da predição (Ez. 33:33; Dt. 18:21,22; Jr. 28:9), se bem que só o cumprimento não é suficiente para autenticá-la (Dt. 13:1,2; Jo. 14:23a); vida do pregador, profeta ou milagreiro (II Tm. 2:20,21; Gl. 5:22).
Aquele que maneja bem a Palavra da Verdade deve pensar seriamente, debruçado na Palavra, sobre estas coisas.
“PROCURA APRESENTAR-TE A DEUS APROVADO...”
Procura fala de diligência ministerial, zelo persistente. Deus nos escolhe de forma geral para frutificarmos (Jo. 15:16) e de forma específica para o desempenho ministerial (I Co. 12:4-7; Ef. 4:11; II Tm. 1:6), segundo a graça (Rm. 12:6a; I Co. 15:10). A diligência do obreiro com relação às coisas de Deus faz parte do preparo necessário para o desempenho ministerial.
Jesus sendo Deus-homem teve o cuidado de crescer na graça e no conhecimento (Lc. 2:52); Jesus venceu as sutis investidas do inimigo por que conhecia a Verdade (Mt. 4:1-11), debatia com os religiosos da época por que tinha conhecimento de toda a Verdade. Paulo também é exemplo (Gl. 1:11,12,18), o versículo 18 diz que Paulo subiu a Jerusalém para ver a Pedro. A estada de Paulo com Cefas foi um aprendizado sobre a nova fé. A palavra manthano significa aprender sobre; visitar para conhecer melhor, “visitar lugares ou pessoas” 4. Podemos ver nestes textos que Paulo teve e revelação do Evangelho, mas também procurou ter conhecimento sobre as coisas relacionadas às igrejas e a propagação do Evangelho.
Para Timóteo Paulo escreve: “persiste em Ler” (I Tm. 4:13). A palavra persiste, no original, está no tempo presente e aponta para uma ação contínua, implicando também “preparação particular previa” 5. Ler é uma atitude de diligência pessoal para apresentar-se diante de Deus aprovado e também aponta para o poder de expor corretamente. Muitos hoje têm baseado seu preparo em DVD’s de ‘grandes pregadores’ e dessa forma ensaiam pregações em frente das telas e na igreja aplicam seus ‘conhecimentos e habilidades’ em movimentos pentecostais, ou melhor, modismos ‘pentecostais’; estudos e esboços preparados por outros, etc. Não é essa diligência que Deus quer (Tt. 1:5,9; Tg. 1:5,6; II Pe. 1:3-9; I Jo. 1:1-4), mesmo que isto não é diligência, mas sim preguiça, o que denota relaxamento em fazer a obra. Não sou contra o uso de recursos que estão a nossa disposição, mas negligenciar a Palavra da Verdade é erro grave. O ministro deve ser amante em primeiro lugar da Palavra, tem o direito em valer-se de vários recursos existentes, porém analisando se todas as coisas estão conformes à luz da Palavra da Verdade. Paulo era amante dos livros, mas não negligenciou em momento algum os pergaminhos, provavelmente, neste caso, as Escrituras do Velho Testamento (II Tm. 4:13).
Moisés teve grande diligência em fazer as coisas referentes ao Tabernáculo conforme o modelo do Senhor (Ex. 25:9; 26:30; 31:11b). Para Josué o principal conselho era a diligência com a lei (Js. 1:7-8). Josias teve grande diligência com o livro de lei (II Re. 22:1-20 – 23:1-30). Artaxerxes reconhecia Esdras como “escriba da lei do Deus dos céus” e homem com sabedoria de Deus (Ed. 7:21,25; cf. Ne. 8-9).
O obreiro precisa ter diligência e zelo com relação à Palavra da Verdade, pois o Senhor é poderoso para dar entendimento, e sabedoria, e poder no Espírito para a propagação de toda a Verdade segundo toda a Verdade (I Co. 2:1-5; cf. Ex. 31:1-11).
“MANEJA BEM A PALAVRA DA VERDADE”
A procura diligente em apresentar-se aprovado levará, sem dúvida alguma, o obreiro a manejar bem a Palavra da Verdade. Para manejar bem é necessário muito estudo aliado a oração.
O ato de manejar está intimamente ligado ao uso correto da hermenêutica e exegese bíblica. A palavra “Manejar bem” no grego tem a ideia de “cortar uma linha reta, cortar uma estrada reta. A metáfora pode ter as seguintes realidades como base, fazer uma linha reta com o arado; construir uma estrada em linha reta, ou um pedreiro cortando uma pedra para colocá-la em seu lugar próprio, ou, ainda, o corte de um sacrifício ou alimento para uso da casa” 6.
É importante termos em mente (e no coração) que a Palavra de Deus não é um livro para ser usado ao bel prazer do obreiro, isto é, como ele quer. Não é um quebra cabeça de se ajuntar peças daqui ou dali para ver a figura que vai dar. A Palavra tem uma linha a ser seguida.
É necessária a busca, por parte do obreiro, pelo conhecimento de toda a Verdade. Graças a Deus, temos hoje, de fácil alcance, à disposição, vários recursos que no passado eram tão difíceis. Hoje não é difícil fazer um curso teológico, não é difícil estudar sobre as línguas originais e se não puder ter conhecimento profundo das mesmas, pelo menos se ter uma boa base para fazer uso quando as circunstâncias exigirem. Não é difícil estudar hermenêutica, ferramenta por demais importante para qualquer estudante da bíblia. São bastante amplas as facilidades hoje existentes para o estudo (contudo devemos ter o cuidado com quem estamos aprendendo e a origem de tal e tal escola e/ou ensino).
Estamos vivendo hoje o tempo das coisas rápidas, tudo é rápido hoje. Porém para o conhecimento, principalmente da Palavra, com o objetivo de manejar bem, não é tão rápido assim. Exige estudo, dedicação, comparação, pesquisa, humilhação, dependência, etc. No sentido mais profundo da palavra fazer, não é possível se fazer um obreiro da noite para o dia (I Tm. 3:6), mas infelizmente isto está acontecendo em grande demanda no meio evangélico. Só um exemplo: basta ir alguém pregar no exterior, que na volta, ele já se intitula como conferencista internacional; daí diz que saiu da roça, onde ninguém o conhecia, era o menor e Deus o colocou em tal posição – Quanta invencionice! Quanta bobagem! – É uma falsa humildade em nome de outros interesses. Amós saiu detrás dos bois, mas nunca deixou de falar toda a Verdade (Am. 7:10-17), e jamais arrogou para si direito algum sobre qualquer título de importância humana; pagou o preço por ser Profeta do Senhor.
1. Para manejar bem é preciso seguir a Cristo (Mt. 4:19): temos que ter o cuidado de estar aos pés de Cristo, isto é, ser humilde diante do Senhor, pois é Ele que exalta (Tg. 4:10; I Pe. 5:6). Os discípulos aprenderam ouvir ao Senhor, ver Seu exemplo, andar em seus passos, caminhar conforme Ele caminhava. Como poderemos fazer isso hoje? Examinado a Palavra (Jo. 8:39). É a Palavra que testifica de Cristo, é nela que encontramos todas as coisas a respeito dEle, examinando a Palavra estaremos seguindo a Cristo. Se a mensagem do obreiro não tiver Cristo como centro, é porque ele não está seguindo a Cristo. Fala sobre a Palavra de Cristo, mas não vive na prática o seguir a Cristo. A primeira pregação pentecostal teve a Palavra como centro, exaltou a Cristo (At. 2:14-36); a pregação de Estevam apontava para Cristo e a obra do Espírito Santo em Israel (At. 7:1-60); a mensagem de Paulo e dos demais Apóstolos era centrada na obra da cruz (I Co. 1:18; Gl. 1:3-5; 5:1; Ef. 1:3-10; Tm. 2:1, 8-13; Hb. 1:1-4; I Pe. 1:13; I Jo. 1:1-4).
2. Para manejar bem é preciso depender do Espírito Santo (Jo. 14:26; 16:13): hoje há muita coisa acontecendo e sendo atribuída como obra do Espírito Santo, no entanto não é. O Espírito Santo jamais a de ir contra a Palavra, contra as Escrituras. Jesus disse que “Ele não falará de si mesmo”, o Espírito Santo está em sintonia com a Trindade, pois Ele é a terceira Pessoa da Trindade. Pode ter certeza, Ele não faz coisas confusas, Ele não inventa, Ele não cria modismos – o Espírito Santo não faz ninguém rugir como leão, latir como cachorro, uivar como lobo, serpentear pelo chão, cair no ‘espírito’ (digo cair e não prostrar-se diante da glória do Senhor, em humilhação e adoração II Cr. 5:13-14; Ez. 1:28; Ap. 1:17); o Espírito Santo não traz nova unção, nova revelação, unção do leão, unção fresca. Se todas estas coisas podem ser atribuídas ao Espírito Santo, não poderemos negar (mesmo que com base na Palavra) que o movimento carismático no meio do catolicismo romano seja do Espírito Santo também, mesmo que estejam abraçados a idolatria. Pois falam em línguas estranhas, curam, profetizam; vi um dia num programa na televisão um padre profetizando cura para um caso específico que disse ter-lhe sido revelado naquele momento. Tomemos cuidado! (Mt. 7:21-23). Paulo falou aos coríntios lhes chamando de carnais, conquanto jactavam-se estar cheios do Espírito (I Co. 3:1).
Depender do Espírito Santo é fundamental para manejar bem. O obreiro que depende do Espírito Santo não fala de si mesmo, mas fala segundo a Verdade; não traz outro evangelho em nome de experiências próprias (Gl. 1:8), mas fala segundo o que está nas Escrituras. João refutando os ensinos heréticos de seu tempo, e extensivo a nós, disse que o Espírito ensina, Ele é a unção que está sobre todo o crente (I Jo. 2:20,27). Somente o Espírito Santo é capaz de penetrar as profundezas de Deus (I Co. 2:10); veja que Paulo teve revelação pelo Espírito Santo, porém nunca trouxe modismos e confusões. O obreiro que está em sintonia com o Espírito Santo faz as coisas conforme Ele quer, maneja bem a Palavra da Verdade porque está cheio do entendimento e sabedoria do Espírito Santo; Paulo jamais oraria para igreja ter o que ele mesmo ainda não tinha (Ef. 1:15-17; Cl. 1:9-14), por estas passagens vemos que Paulo era um homem cheio de entendimento, sabedoria e tinha a revelação dada pelo Espírito Santo.
3. Para manejar bem é preciso ter coragem (II Tm. 4:1-5): não é necessário falar muito sobre este item. Diante do que vimos acima acredito que quem segue a Cristo e depende do Espírito Santo certamente terá a coragem necessária para a propagação de toda a Verdade.
Estamos vivendo o tempo descrito como tempo em que não suportarão a sã doutrina, mas não importa, a exortação dada pelo Espírito Santo é “prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda a longanimidade e ensino”. Não estou falando de uma coragem bruta, mas sim, no poder e autoridade do Espírito Santo. Paulo diz que por mais que seja um tempo assim, é necessário ser longânimo, sóbrio, sofredor. O obreiro sempre tem um preço a pagar, e parece que à medida que chega o fim dos tempos mais perto do fim mesmo, o preço aumenta.
Pregar a são doutrina nos tempos hodiernos parece ser coisa de outro mundo, pois estamos no tempo de ‘novas revelações ou divinas revelações’, que contrariam a Palavra da Verdade. Mas é o que deve ser pregado a tempo e fora de tempo, não importa se o obreiro seja tachado como fora de época ou esteja indo na contramão de ‘grandes homens de Deus’ (II Co. 11:5,13), o importante é estar dentro do plano de Deus e fazendo o que lhe agrada (Lc. 12:43; At. 20:24).
CUMPRE BEM O TEU MINISTÉRIO – II Tm. 4:5
Ministério aqui se refere obra a ser feita dentro do chamado do Senhor. Tudo o que escrevemos até aqui denotam a responsabilidade com relação ao ministério. Creio que se obreiro estiver em sintonia com a sã doutrina, empenhado em anunciar toda a Verdade já estará em caminho de cumprir bem o seu ministério. Ninguém conseguirá cumprir bem se começar a negligenciar nas coisas básicas da fé cristã, e para isso, precisamos atentar com acuricidade para toda a Palavra da Verdade.
Dando uma olhadinha no Velho Testamento temos a descrição de homens que cumpriram bem com suas responsabilidades diante de Deus. A Palavra de Deus diz que Moisés foi fiel em toda a sua casa (Hb. 3:2), isto é, Moisés teve o cuidado de conduzir o povo de Deus em toda a lei, pois foi por meio dela que Deus fez aliança (Ex. 34:27). Detendo-se um pouco no Pentateuco chegaremos a profundos conhecimentos e exemplos para o bom desempenho ministerial. Temos ali o início do sacerdócio; a profecia; a verdadeira instrução com relação a todas as coisas de Deus concernentes a Israel para aquele tempo, com relação ao serviço a Deus. Enfim, a riqueza é muito grande.
Josué foi também uma grande líder em Israel. Procurou ele servir a Deus com fidelidade e diligência, reconhecendo que Deus havia feito todas as coisas, sendo ele apenas servo no cumprimento do propósito divino (Js. 23:1-3).
Samuel foi um sacerdote de ilibada conduta, conduziu o povo com sabedoria e dentro do plano divino; procurou levar o povo a ter maturidade com relação às coisas espirituais (I Sm. 7:1-6), e no final de seu ministério teve o testemunho da própria nação “[...] em nada nos fraudaste, nos oprimiste, nem tomaste coisa alguma da mão de ninguém” (I Sm. 12:4). Foi um homem de profundeza de caráter e acima de tudo temia ao Senhor sobremaneira.
Poderíamos citar muitos outros do Velho Testamento, mas cabe também uma pesquisa pessoal a quem deseja conhecer a vida dos reis, profetas e sacerdotes. Como eles agiram, o que fizeram, como se apegaram ou rejeitaram ao Senhor – é algo valioso para estudo, empenhe-se e Deus te abençoará.
Todo obreiro tem um ministério a cumprir. Cabe a cada um descobrir diante do Senhor o que Ele quer que faça. Paulo disse que importava cumprir com alegria a carreira e o ministério recebido do Senhor (At. 20:24). Paulo foi o homem que levou mais longe o Evangelho, era o ministério dele. Envolvia viagens missionárias, abertura de igrejas, colocação de obreiros, no seu dizer, eleição de anciãos (At. 14:21-23). Assim chegou ele ao final e pôde dizer “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (II Tm. 4:7).
O cumprimento do ministério de Timóteo se deu em meio a fortes combates, e isto contra ‘mestres’ do conhecimento (II Tm. 4:3), mas não deveria ele recuar, pois tinha visto em seu pai (I Tm. 1:2; II Tm. 1:2) combate semelhante (Fp. 1:30; II Tm. 2:3), o que deveria servir-lhe de exemplo para cumprir bem seu ministério.
Para cumprir bem o ministério é necessário estar fortificado no Senhor; sofrer as aflições como bom soldado; não se embaraçar com coisas fora do ministério ou que venha denegrir o caráter ministerial; lutar com legitimidade (II Tm. 2:1-13); pregar a Palavra; admoestar; repreender; exortar; ter sobriedade (II Tm. 4:1-5); entre outras coisas esposadas nas Epístolas.
Pedro também procurou cumprir bem seu ministério, tendo integridade ministerial e deixando exemplo para ser lembrado e praticado após a sua partida (II Pe. 1:15); João igualmente tinha cuidado no cumprimento ministerial sempre apontando para Cristo (I Jo. 5:13). Além da história bíblica temos o testemunho da história o cristianismo sobre os Apóstolos, e por aí também vemos como eles se empenharam na diligência para cumprir bem o ministério.
Não se faz necessário escrever mais. Apenas finalizo dizendo que é impossível cumprir bem o ministério se o obreiro não der a devida atenção e proeminência à Palavra da Verdade na sua vida particular e no seu ministério diante da igreja.
Para finalizar vejamos o que Paulo disse a Timóteo: “Considera o que digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo” (II Tm. 2:7). Considerar, νόει no grego, tem como significado desenvolvermos em nós o ensino exposto na Palavra de Deus.
[1]. Não é o mesmo governar de I Co. 12:28, aqui é um dom sobrenatural. A palavra usada no grego é κυβερνήσεις (encontrada somente neste texto no NT) e tem o significado de administração, isto é, exige “provas de habilidade para manter uma posição de liderança na igreja” (RIENECKER e ROGERS, 1997. p. 318). Através deste dom o obreiro é capacitado a administrar com eficiência incomum as coisas de Deus. Segundo o Pr. Claudionor C. de Andrade, José do Egito possuía esse dom.
2. “Devemos dar destaque primeiramente ao conteúdo, depois ao conteúdo e novamente ao conteúdo. Esse conteúdo precisa ter como base a revelação proposicional feita nas Escrituras, e toda a nossa liberdade sob a liderança do Espírito Santo deve estar enquadrada nos padrões delineados pela Bíblia. Precisamos ressaltar que a base de nossa fé não é nem a experiência nem os sentimentos, mas a verdade concedida por Deus, verbalizada, proposicional nas Escrituras, a qual acima de tudo, aprendemos com nossa mente, embora, é claro, o homem como um todo deva tê-la como fundamento”. (Schaeffer apud Deivinson Gomes Bignon – livro Voltando para a bíblia – 2002. Versão on-line).
3. ZIBORDI, Ciro Sanches. Apostila para escolas bíblicas, seminários e palestras.
4. RIENECKER, Fritz; ROGERS, Cleon. Chave Linguística do Novo Testamento Grego. 1997. Reimpressão. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova. São Paulo – SP.
5. .6. Idem
Blumenau, julho de 2008.
Em Cristo, o maior - Adriano Wink Fernandes
As inovações ferem o âmago da palavra divina do Senhor "Ser sempre o mesmo" (Isaias 43). As coisas antigas de velhas já caducaram, dando lugar para as ideologias humanistas do positivismo. Inverteram-se os papéis:"A criatura notifica o Criador; quantifica e determina quando e como". O temor ao Senhor que era inicio e fim da sabedoria, agora jaz no caminho do meio.
ResponderExcluirO pior de tudo querido pastor: Que são muito poucas as vozes a ecoar a alto e bom som de que o "Senhor é amor, mas também é justiça" e que também para o erro existe um tempo determinado por Deus; de que Ele não mudou e não mudará.
Já estamos nos acomodando com o incomodo; já estamos no sentido figurado de sermos o povo de Deus como um todo, vendo o mundo adentrar a igreja pacificamente, entendendo que temos que ter a a paz com todos, mas negando de dizer que a luz não tem comunhão com as trevas.
Estamos vendo a glória do Senhor subir ás asas de um Querubim e deixar o templo nostalgicamente.
Enfim; a saudade dos tempos de outrora, são apaenas marcos deixados no caminhos por aqueles que ombrearam o evangelho do Senhor Jesus Cristo,com o custo de suas próprias vidas.
Que Deus o abençoe pelo excelente artigo postado.