Gênesis 3.12-13
Desculpar-se ou escusar-se pode ser tanto uma forma de provar a inocência, ou um meio de fugir da responsabilidade. Muitas vezes, quando erramos diante de Deus, mesmo que nossa consciência nos mostre claramente que temos culpa, queremos um alguém ou alguma coisa para dividir essa culpa, principalmente quando está em jogo nossa imagem perante a opinião pública.
Esquecemos que tudo está visível diante de Deus, cujos olhos são como chamas de fogo. Sabemos que essa mania é antiga. Aliás, ela veio desde a criação de todas as coisas criadas por Deus, e é uma das conseqüências do pecado do homem. Quando o casal transgrediu a ordem de Deus, Ele os visitou na viração do dia, como fazia com freqüência. É evidente que Deus já sabia o que havia acontecido neste dia.
A visita de Deus ao casal envergonhado e escondido era a forma de oferecer misericórdia e amor. Quando Deus perguntou a Adão: Onde estás? Deus queria levá-lo ao arrependimento, mediante a confissão e o reconhecimento de seus erros. No entanto, diante da segunda pergunta de Deus a Adão: Comeste tu da árvore que te ordenei que não comesses? A resposta de Adão deu origem a primeira desculpa esfarrapada que temos conhecimento: A mulher que me deste por companheira. Ela me deu da árvore e eu comi. Simplesmente ele tentou convencer Deus que não tinha culpa de nada. Deus, então se dirige a mulher: Porque fizeste isso? Tentado provar que também não tinha culpa de nada, Eva responde: A serpente me enganou, e eu comi.
Na atitude de Adão e Eva, desculpar-se diante de Deus, não vemos nenhum sinal de arrependimento ou responsabilidade por seus erros. Adão culpou sua mulher, que por sua vez culpou a serpente. Adão não quis assumir a culpa pelo erro cometido nem mesmo sua mulher. Um foi culpando o outro. No entanto, o pecado já estava feito e suas conseqüências afetavam e marcavam toda a raça humana.
A misericórdia e o amor de Deus nos são favoráveis quando nós assumimos nossos erros, confessando-os diante de Deus de forma arrependida. E não temos outra escolha a não ser nos humilhar diante Daquele que conhece nossa vida por inteiro. Deus pode perdoar todas as nossas fraquezas que confessamos diante Dele, nos dando graça para vencer. Há uma questão impressionante nas Escrituras: Porque Davi era um homem segundo o coração de Deus, se fez tantos pecados terríveis, traiu seu soldado, numerou o povo e fez sangrentas guerras. Em contraste com seu antecessor, Saul não fez tantos pecados assim. É que Davi sempre confessou, reconheceu seus erros e assumiu o seu pecado, reconhecendo a necessidade de perdão e graça de Deus. O Salmo 51.1-14 é uma prova fiel disso. Já Saul seguiu o caminho da desculpa (1º Sm 13.8-14), da justificação (1º Sm 15.18-24), sempre responsabilizando alguém por seus erros. Como conseqüência de suas desculpas Saul foi rejeitado como Rei, desviou-se de Deus e envolveu-se com feiticeiros, até chegar ao suicídio. Triste fim. Irmão, o caminho mais certo até as bênçãos de Deus passa pela confissão e o arrependimento, enquanto que o caminho mais curto para o sofrimento passa pelas desculpas e escusas.
São muitos os Saul que andam pecando e sempre desculpando dos seus erros. Deus compadece dos que se humilham, confessam e deixam seus pecados. A Bíblia diz no Salmo 32: “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto”.
Pr. Elias Ribas
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