Êxodo 25.1-9 “ENTÃO falou o
Senhor a Moisés, dizendo: 2- Fala aos filhos de Israel, que me tragam uma
oferta alçada; de todo o homem cujo coração se mover voluntariamente, dele
tomareis a minha oferta alçada. 3- E esta é a oferta alçada que tomareis deles:
ouro, e prata, e cobre, 4- E azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pelos
de cabras, 5- E peles de carneiros tintas de vermelho, e peles de teixugos, e
madeira de cetim, 6- Azeite para a luz, e especiarias para o óleo da unção, e
especiarias para o incenso, 7- Pedras sardônicas, e pedras de engaste para o
éfode e para o peitoral. 8 - E me farão um santuário, e habitarei no meio
deles. 9 - Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e
para modelo de todos os seus vasos, assim mesmo o fareis.”
INTRODUÇÃO.
O povo judeu viveu mais de quatrocentos anos
no Egito. Este reino era fundamentalmente idólatra. Como era de se esperar em
qualquer nação do mundo antigo, o Egito tinha templo, sacerdotes e todo um
sistema religioso que funcionava vigorosamente. Mas a nação de Israel ainda não
possuía uma religião sedimentada. Portanto, a influência egípcia na cultura dos
judeus era inevitável - vede os exemplos dos deuses egípcios como fonte de
apostasia para os judeus (Ez 20.5-9; 23.3,8,19-21,27), o Bezerro de Ouro
construído no Monte Sinai e a posterior adoração do bezerro de Jeroboão I. Por
isso, assim como o fez no Decálogo, Deus revelou diretamente a Moisés um modelo
para a construção do Tabernáculo. Ele deixou claro que a sua habitação devia
ser única, sem a mistura com o paganismo do Egito.
Deus queria habitar no meio de Israel. Por
isso, ordenou a Moisés que, juntamente com o todo o povo, construísse um lugar
separado para adoração. Trata-se do “Tabernáculo do Senhor”, um santuário móvel
que acompanhou os hebreus durante sua longa peregrinação pelo deserto. Na lição
de hoje, estudaremos como ocorreu a construção desse lugar santo de adoração ao
Senhor.
I. AS INSTRUÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO
1. O propósito divino. Depois da entrega da lei, Deus ordenou que o seu povo edificasse um lugar de adoração. O objetivo divino era aumentar e fortalecer os laços de comunhão com o seu povo Israel, que Ele libertara do poder de Faraó no Egito. O Senhor assim age para que o homem o conheça de forma pessoal e íntima (Jo 14.21,23).
2. As ofertas. O Tabernáculo seria construído pelo povo de Deus, com os recursos que receberam pela providência divina ao saírem do Egito (Êx 3.21,22; 12.35,36). Para a construção do Tabernáculo os israelitas ofertaram voluntariamente e com alegria. A Palavra de Deus nos ensina que o fator motivante para a contribuição do crente é a alegria: “porque Deus ama ao que dá com alegria” (2ª Co 9.7). O Senhor não se agrada de quem entrega a sua oferta e dízimo contrariado ou por obrigação (Ml 3.10). De nada adianta contribuir com relutância e amargura.
3. Tudo segundo a ordenança divina (Êx 25.8,9,40). O Tabernáculo não foi uma invenção humana. Podemos ver que a partir de Êxodo 25, o próprio Deus instrui a Moisés quanto à planta e os objetos do templo móvel. Moisés obedeceu a todas as instruções, pois todo o Tabernáculo apontava para o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário. Simbolizava o plano perfeito de Deus para a redenção da humanidade (Hb 9.8-11).
As instruções para a construção do
Tabernáculo foram rigorosamente acatadas por Moisés segundo a ordenança divina.
II. O PÁTIO DO TABERNÁCULO
Tabernáculo: Santuário portátil onde os hebreus guardavam e transportavam a arca da aliança e demais utensílios sagrados.
1. O pátio. “Farás também o pátio do Tabernáculo” (Êx 27.9). Os israelitas precisavam aprender a forma correta de se chegar à presença de Deus e adorá-lo. O pátio tinha o formato retangular, e indicava que, na adoração a Deus, deve haver separação, santidade. Havia uma única porta de entrada, que apontava para um único caminho, uma única direção. Isso prefigura Jesus Cristo, que disse: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á” (Jo 10.9). Jesus é o caminho que nos conduz a Deus (Jo 14.6).
2. O altar dos holocaustos. “Farás também o altar de madeira de cetim” (Êx 27.1). Ao entrar no pátio, o israelita tinha a sua frente o altar do holocausto. Era uma caixa de madeira de cetim coberta de bronze. Junto a esse altar o transgressor da lei encontrava-se com o sacerdote para oferecer sacrifícios a Deus a fim de expiar seus pecados e obter o perdão. O altar dos holocaustos tipificava Cristo, o nosso sacrifício perfeito que morreu em nosso lugar (Ef 5.2; Gl 2.20). Sem um sacrifício expiador do pecado não há perdão de Deus (Lv 6.7; 2Co 5.21). A epístola aos Hebreus nos mostra que o sacrifício salvífico de Cristo foi único, perfeito e completo para a nossa salvação (Hb 7.25; 10.12).
3. A pia de bronze (Êx 30.17-21). Na pia os sacerdotes lavavam suas mãos e pés antes de executarem seus deveres sacerdotais. Mãos limpas: trabalho honesto; pés limpos: um viver e um agir íntegros (Ef 5.26,27; Hb 10.22). Precisamos nos achegar a Deus com um coração puro e limpo. Deus é santo e requer santidade do seu povo. Deus não aprova o viver e o servir do impuro. O servo de Deus deve ser “limpo de mãos e puro de coração” (Sl 24.4). Hoje somos lavados e purificados pelo precioso sangue de Cristo que foi derramado por nós (1ª Jo 1.7).
No pátio do Tabernáculo localizava-se o
altar dos holocaustos e a pia de bronze.
III. O LUGAR DA HABITAÇÃO DE DEUS
1. O castiçal de ouro (Êx 25.31-40). Não havia janelas no Lugar Santo e a iluminação vinha de um castiçal de ouro puro e batido. Esta peça também apontava para Jesus Cristo, luz do mundo, e a quem seguindo, não andaremos em trevas, mas teremos a luz da vida (Jo 8.12). O castiçal, em Apocalipse, simboliza a Igreja (Ap 1.12,13,20). As lâmpadas do castiçal ardiam continuamente e eram abastecidas diariamente de azeite puro de oliveira (Êx 27.20,21) a fim de que iluminassem todo o Lugar Santo. O azeite é um símbolo do Espírito Santo. Se quisermos emanar a luz de Cristo para este mundo que se encontra em trevas, precisamos ser cheios, constantemente, do Espírito Santo de Deus. “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18) é a recomendação bíblica.
2. Os pães da proposição e o altar do incenso (Êx 25.30). Havia uma mesa com doze pães e, todos os sábados, esses eram trocados. Estes pães apontavam para Jesus, o Pão da vida (Jo 6.35). Precisamos nos alimentar diariamente de Cristo, e não apenas no domingo. Tem você se alimentado diariamente na mesa do Senhor Jesus? Além dos pães, próximo ao Santo dos Santos ficava o altar do incenso, um lugar destinado à oração e ao louvor a Deus. Precisamos nos achegar ao Senhor diariamente com a nossa adoração e nossas orações: “Suba a minha oração perante a tua face como incenso, e seja o levantar das minhas mãos como o sacrifício da tarde” (Sl 141.2).
3. O Santo dos Santos e a arca da aliança (Êx 25.10-22). O Santo dos Santos era um local restrito, onde somente o sumo sacerdote poderia entrar uma única vez ao ano. A arca da aliança era a única peça deste compartimento sagrado. Era uma caixa de madeira forrada de ouro. Durante a peregrinação pelo deserto os sacerdotes carregavam-na sobre os ombros. A arca simbolizava a presença de Deus no meio do seu povo. Erroneamente os israelitas a utilizaram como uma espécie de amuleto.
Em Hebreus 10.19,20, vemos a gloriosa
revelação profética entre o Santo dos Santos, o Senhor Jesus e o povo salvo da
atualidade. O termo “santuário”, no versículo 19, é literalmente, no original,
“santo dos santos”.
Antônio Gilberto. Um lugar de adoração a Deus
no deserto. Lições Bíblicas 1º Trimestre de 2014. CPAD Rio de Janeiro RJ.
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