TEOLOGIA EM FOCO: A PEREGRINAÇÃO DE ISRAEL NO DESERTO ATÉ O SINAI

sexta-feira, 18 de junho de 2021

A PEREGRINAÇÃO DE ISRAEL NO DESERTO ATÉ O SINAI

 


Êxodo 19.1-6 “Ao terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no mesmo dia, vieram ao deserto do Sinai. 2- Tendo partido de Refidim, vieram ao deserto do Sinai e acamparam-se no deserto; Israel, pois, ali acampou-se defronte do monte. 3- E subiu Moisés a Deus, e o SENHOR o chamou do monte, dizendo: Assim falarás à casa de Jacó e anunciarás aos filhos de Israel: 4- Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim; 5- agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes o meu concerto, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha. 6- E vós me sereis reino sacerdotal e povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel.

Números 11.1-3 “E aconteceu que, queixando-se o povo, era mal aos ouvidos do SENHOR; porque o SENHOR ouviu-o, e a sua ira se acendeu, e o fogo do SENHOR ardeu entre eles e consumiu os que estavam na última parte do arraial. 2- Então, o povo clamou a Moisés, e Moisés orou ao SENHOR, e o fogo se apagou. 3- Pelo que chamou aquele lugar Taberá, porquanto o fogo do SENHOR se acendera entre eles. 

INTRODUÇÃO. Deus libertou Israel da escravidão. Livre, o povo de Deus iniciou a sua jornada rumo à Terra Prometida. O percurso escolhido pelo Senhor não foi o mais fácil, porém, com certeza foi o melhor para os israelitas naquela ocasião, pois eles não estavam preparados para enfrentar o inimigo. Deus é fiel e sempre cuidou com zelo do seu povo, todavia, os israelitas a cada dificuldade sempre murmuravam contra o Senhor. Nesta lição, veremos a chegada do povo de Deus ao deserto de Sur, sua passagem por Mara e Elim até a chegada ao Sinai. O povo precisava ser lapidado e o deserto foi uma escola para os israelitas. Os hebreus tropeçaram muitas vezes até chegarem a Canaã, contudo Deus nunca os abandonou. O Senhor é fiel!

Há muitos crentes que fazem a seguinte indagação: “Por que estudar as lições do Antigo Testamento, sendo nós cristãos da Nova Aliança?”. A resposta a esta pergunta se encontra na Primeira Epístola aos Coríntios, capítulo 10, versículos 1 a 12. Os fatos do Antigo Testamento são como figuras (1ª Co 10.6,11), nos alertando para que não venhamos a cometer os mesmos erros que o povo de Deus cometeu no passado. Então, estude com afinco cada lição deste trimestre e jamais siga os caminhos da desobediência, rebeldia e idolatria trilhados por Israel no deserto.

I. ISRAEL PEREGRINA PELO DESERTO

1. Israel chega a Mara (Êx 15.23). O povo de Deus estava finalmente livre dos egípcios e começava sua caminhada pelo deserto a caminho de Canaã. Depois da travessia do Mar Vermelho os israelitas foram conduzidos por Moisés até o deserto de Sur. Eles andaram três dias pelo deserto e as águas que encontraram em Mara eram impróprias para beber. Descontente, o povo começou a murmurar contra Moisés. Na verdade, eles não estavam reclamando de Moisés, mas de Deus (Êx 16.7,8). Muitos podem pensar que estão reclamando do seu líder, mas na verdade estão reclamando contra aquEle que delegou autoridade ao líder: Deus. A murmuração é uma característica negativa daqueles que não confiam no Senhor. Moisés confiava na providência do Pai. Então ele orou e Deus lhe mostrou um lenho. Moisés jogou o lenho nas águas e elas se tornaram boas para o consumo. Segundo o Comentário Bíblico Beacon, “assim como Deus curou as águas amargas de Mara, assim Ele curaria Israel satisfazendo-lhes as necessidades físicas e, mais importante que tudo, curando o povo de sua natureza corrompida”.

Israel era uma massa de gente briguenta e sem fé que precisava ser lapidada pelo Senhor para que se transformasse em uma nação santa. A lapidação veio com as provações rumo ao monte Sinai.

2. Rumo ao Sinai (Êx 16.1). Depois de Mara os israelitas foram para Elim e em seguida para o deserto de Sim, que ficava entre Elim e Sinai (Êx 19.1,2). Esse é um lugar inóspito, repleto de areia e pedra, porém um local perfeito para Deus tratar do seu povo. Diante das dificuldades o povo volta a murmurar e quer mais uma vez retornar ao Egito (Êx 16.2,3). Mas Deus é bom e misericordioso. Ele mais uma vez supriu as necessidades do seu povo. Talvez você esteja sendo também provado pelo Senhor. Este é um momento difícil, mas em vez de murmurar adore ao Senhor. Você, assim como Israel, verá o sobrenatural de Deus em sua vida. No deserto de Sim, Deus envia o maná ao seu povo. O maná não foi um fenômeno natural, como alguns cogitam. Foi uma provisão especial de Deus. Esta provisão apontava para Jesus, o Pão Vivo que desceu do céu (Jo 6.31-35).

Deus sustentou seu povo através do deserto não somente com pão, mas também com carne e água. Em Refidim, Deus fez água jorrar da rocha (Êx 17.1-7). Ele é o nosso provedor (Sl 23.1). Tudo que temos vem do Senhor, por isso devemos ser gratos a Ele pela provisão. Depois de partir de Refidim, o povo, sob a orientação de Deus, caminhou até o monte Sinai, onde os israelitas receberam a lei do Senhor.

Os hebreus foram lapidados mediante as provações que tiveram que enfrentar no deserto.

II. ISRAEL NO MONTE SINAI

1. O monte Sinai (Êx 19.2). Este é um lugar especial para todo o povo de Deus. Ali Deus revelou-se de modo especial a Moisés e a Israel e lhe entregou os Dez Mandamentos. Ali os israelitas tiveram a revelação da glória e da santidade do Todo-Poderoso. Tiveram também a revelação da sua natureza, da sua lei, da expiação do pecado, da vontade divina e do seu culto. Todo o livro de Levítico, que trata do ministério e do culto ao Senhor, teve o seu desenrolar no acampamento do Sinai, ao pé do monte.

A distância do Sinai a Canaã é de quase 500 quilômetros, e seria percorrida em um curto prazo pelos israelitas, mas infelizmente levou 38 anos. A demora decorreu como parte do julgamento divino dos pecados de incredulidade, murmuração, rebelião e desvio dos israelitas (Dt 2.14,15).

2. A permanência no Sinai. No Sinai, Israel permaneceu, conforme as determinações do Senhor a Moisés, cerca de onze meses. Durante sua permanência ali, Israel caiu no abominável pecado da idolatria do bezerro de ouro (Êx 32.1-8,25). Com a idolatria veio a obscenidade, a imoralidade e a prostituição. Este horrível pecado de Israel é mencionado várias vezes através da Bíblia, sempre de modo infamante como em 1 Coríntios 10.7: “Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles; conforme está escrito: O povo assentou-se a comer e a beber e levantou-se para folgar”. Apesar de Israel ter falhado, o eterno propósito salvífico de Deus não falhou (Ef 3.11).

O monte Sinai é um lugar especial para todo o povo de Deus. Ali, Deus revelou-se de modo especial a Moisés e a Israel e lhes entregou os Dez Mandamentos.

III. A IDOLATRIA DOS ISRAELITAS

1. O bezerro de ouro (Êx 32.2-6). Moisés e Josué subiram ao monte Sinai para se encontrar com o Senhor e receber dEle as tábuas da Lei. Ali eles ficaram muitos dias, e o povo, com pressa em saber notícias, começou mais uma vez a reclamar e a especular a causa da demora de Moisés e Josué. Não levou muito tempo para que uma grande confusão fosse formada. O povo, liderado por Arão, pecou deliberadamente contra o Senhor construindo um bezerro de ouro para ser adorado. Diversas passagens bíblicas relacionam o ídolo aos demônios, e o culto idólatra ao culto diabólico (Lv 17.7). Os ídolos sempre foram laços para o povo de Israel, a quem Deus elegeu como seu povo peculiar aqui na terra.

2. Cuidado com a idolatria. A Palavra de Deus em 1ª João 5.21 nos adverte: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém!”. O crente deve estar vigilante contra a idolatria. Muitos pensam que idolatria é somente adorar a imagens de escultura. Todavia, um ídolo é tudo aquilo que ocupa o lugar de Deus na vida humana. Alguma coisa tem ocupado o lugar do Senhor em seu coração? Peça a ajuda do Pai e livre-se imediatamente de toda idolatria. O apóstolo Paulo adverte a igreja de Corinto para não se envolver com a idolatria, como o povo de Israel no deserto (1ª Co 10.14,19-21).

3. A idolatria no coração. O profeta Ezequiel adverte-nos sobre isso em 14.2-4,7 do seu livro. O primeiro mandamento do Eterno em Êxodo 20.3, ordena: “Não terás outros deuses diante de mim”. Israel, antes de ser liberto e resgatado da escravidão do Egito, pecou contra o Senhor, adorando a falsos deuses (Is 24.2,15; Gn 35.2,4). Deus conhece o coração do homem e sabe da sua propensão à idolatria. Precisamos vigiar, pois somente Deus deve ser único dominador e rei em nosso coração.

Os israelitas, liderados por Arão, pecaram deliberadamente contra Deus ao fundirem o bezerro de ouro.

CONCLUSÃO.

O Salmo 106 relata os tropeços de Israel a caminho de Canaã, e a sublime história da infinita misericórdia de Deus para com eles. Deus é fiel! Israel pecou e cometeu muitos erros, porém os planos do Senhor em relação a Israel e a toda humanidade não foram frustrados. Como crentes devemos repudiar toda forma de idolatria, entronizando a Deus como único Senhor em nossos corações e mentes.

Antônio Gilberto. A peregrinação de Israel no deserto até o Sinai. Lições Bíblicas 1º Trimestre de 2014. CPAD Rio de Janeiro RJ.

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