TEOLOGIA EM FOCO: AS PRAGAS DIVINAS E AS PROPOSTAS ARDILOSAS DE FARAÓ

sexta-feira, 18 de junho de 2021

AS PRAGAS DIVINAS E AS PROPOSTAS ARDILOSAS DE FARAÓ

 


Êxodo 3.19-20 “Eu sei, porém, que o rei do Egito não vos deixará ir, nem ainda por uma mão forte. 20- Porque eu estenderei a minha mão e ferirei ao Egito com todas as minhas maravilhas que farei no meio dele; depois, vos deixará ir.”

Êxodo 7.4 “Faraó, porém, não vos ouvirá; e eu porei a mão sobre o Egito e tirarei os meus exércitos, o meu povo, os filhos de Israel, da terra do Egito com grandes juízos. 5- Então, os egípcios saberão que eu sou o SENHOR, quando estender a mão sobre o Egito e tirar os filhos de Israel do meio deles.”

Êxodo 8.8 “E Faraó chamou a Moisés e a Arão e disse: Rogai ao SENHOR que tire as rãs de mim e do meu povo; depois, deixarei ir o povo, para que sacrifiquem ao SENHOR. 25- Então, chamou Faraó a Moisés e a Arão e disse: Ide e sacrificai ao vosso Deus nesta terra.”

Êxodo 10.8,11,24 “Então, Moisés e Arão foram levados outra vez a Faraó, e ele disse-lhes: Ide, servi ao SENHOR, vosso Deus. Quais são os que hão de ir? 11- Não será assim; andai agora vós, varões, e servi ao SENHOR; pois isso é o que pedistes. E os lançaram da face de Faraó. 24- Então, Faraó chamou a Moisés e disse: Ide, servi ao SENHOR; somente fiquem vossas ovelhas e vossas vacas; vão também convosco as vossas crianças.”

INTRODUÇÃO.

Deus havia declarado que se Faraó não deixasse o seu povo sair do Egito, Ele feriria os egípcios com várias pragas (Êx 3.19,20). Em Êxodo 7.4,5, Deus reiterou o envio de flagelos terríveis sobre o Egito, os quais tinham como propósitos: julgar tanto o governo quanto o povo por seus atos, e também apressar a saída dos hebreus e mostrar o poder de Deus sobre os deuses egípcios.

Faraó era perverso e não tinha intenção alguma de libertar os hebreus. Diante da recusa dele, Deus enviou várias pragas ao Egito (Êx 3.19,20). Qual era o propósito divino ao enviar as pragas? O objetivo era o julgamento contra o governo de Faraó e seu povo e um juízo contra o generalizado culto idólatra egípcio.

Precisou Deus enviar dez terríveis pragas que arrasaram o Egito. A partir da ocorrência da segunda praga (a das rãs, Êx 8.1-15), Faraó passa a fazer uma série de propostas ardilosas e destruidoras a Moisés e Arão. Precisamos de discernimento a fim de não aceitar as ardilosas propostas de Satanás para nós, igreja do Senhor.

I. AS PRAGAS ENVIADAS E A PRIMEIRA PROPOSTA DE FARAÓ

1. Pragas atingem o Egito (Êx 7.19 - 12.33). Deus ordenou que Moisés e Arão fossem até o palácio de Faraó para pedir-lhe que deixasse o povo hebreu partir. Diante de Faraó Moisés fez alguns milagres, para que este contemplasse uma amostra do poder do Altíssimo e liberasse o povo de Deus. Faraó era considerado um deus, por isso foi necessário que Moisés se apresentasse diante dele com sinais e maravilhas. Porém, Faraó endureceu o seu coração e não deixou o povo partir (Êx 7.13,14,22; 8.15,19,32; 9.7,34,35; 4.21; 7.3; 9.12; 10.1,27; 11.10; 14.4,8,17). Com receio das pragas que já estavam atingindo duramente o Egito, Faraó decide fazer algumas propostas ardilosas para Moisés e Arão.

2. A primeira proposta (Êx 8.25). Esta proposta exigia que Israel cultuasse a Deus no próprio Egito, em meio aos falsos deuses. O ecumenismo também parte deste princípio, porém, a Palavra de Deus nos exorta:

“E ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo, e separei-vos dos povos, para serdes meus” (Lv 20.26).

A proposta de Faraó era para Israel servir a Deus sem qualquer separação do mal. Todavia, “sem santificação ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Um povo separado por Deus e para Deus, e ao mesmo tempo misturado com os ímpios egípcios, como sendo um só povo, seria uma abominação ao Senhor. Deus requer santidade do seu povo. Nestes últimos dias antes da volta de Cristo, o pecado sob todas as formas avoluma-se por toda a parte, como um rolo compressor. Esta é uma das causas de haver tantos crentes frios espiritualmente: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará” (Mt 24.12). Precisamos ser mais santos e consagrados a Deus!

Diante das pragas que atingiram duramente o Egito, Faraó apresentou algumas propostas ardilosas para Moisés e Arão.

II. FARAÓ NÃO DESISTE

1. A segunda proposta de Faraó (Êx 8.28). “Somente que indo, não vades longe”. Isso resultaria em o povo de Deus sair do Egito, mas o Egito não sair deles, como acontece ainda hoje com o crente mundano (Tg 4.4,5; 1ª Jo 2.15). Assim fez a mulher de Ló, que saiu de Sodoma, mas não tirou Sodoma do seu coração e da sua mente, e perdeu-se (Gn 19.17,26; Lc 17.32). O propósito de Faraó ao ordenar “não vades longe” era vigiar e controlar os passos do povo de Israel. “Não vades longe” significa para o crente hoje o rompimento parcial com o pecado e com o mundo. É a vida cristã sem profundidade, sem expressão e por isso sempre vulnerável. “Não vades longe” (Êx 8.28) equivale ao crente viver sem compromisso com Deus, com a doutrina do Senhor, com a igreja, com a santidade. É a vida cristã superficial, sem consagração a Deus e ao seu serviço.

2. A terceira proposta de Faraó (Êx 10.7). Essa proposta atingia os chefes de família e demais adultos. Os demais membros da família ficariam no Egito. O povo de Israel vivia organizado por famílias e casas paternas (Êx 6.14,15,17,19). A família é universalmente a unidade básica da sociedade humana. A saída parcial do povo, como queria Faraó, resultaria no fracionamento e fragilização das famílias, dividindo-as. O propósito de Deus é sempre abençoar toda a família, no sentido de que ela seja salva, unida, coesa, forte, feliz e saudável.

A proposta de Faraó traria resultados nefastos para o povo de Deus. Vejamos:

2.1. Famílias sem o governo dos pais, sem provisão, sem proteção, sem direção.

2.2. Maridos sem as esposas; homens viajando no deserto e as crianças sem os pais. O Diabo quer a ruína do casamento (Êx 1.16). Oremos por um avivamento espiritual sobre os casais que servem ao Senhor.

 2.3. Miscigenação devastadora. Os jovens de Israel sozinhos no deserto a caminho de Canaã se casariam com moças pagãs, idólatras. Por sua vez, as jovens deixadas no Egito se casariam com os incrédulos egípcios. Enfim, haveria perda de identidade dos hebreus como povo do Senhor.

“Não vades longe”, significa para o crente hoje, o rompimento parcial com o pecado e com o mundo.

III. A PROPOSTA FINAL DE FARAÓ

1. A situação caótica do Egito. A praga das trevas acabara de ocorrer, e todo o Egito durante três dias seguidos ficou sem luz. Só havia luz nas casas dos hebreus (10.21-23). Faraó teve muitas oportunidades, mas não deu ouvidos à voz do Senhor e não atendeu aos apelos de Moisés. A cada praga o coração de Faraó se tornava mais endurecido. O rei do Egito escolheu resistir a Deus e teve seu país devastado pelas pragas. Quem pode resistir ao Senhor? Se Deus está falando com você, atenda-o. Não resista! Muitos já viram e experimentaram os milagres do Senhor, porém, seus corações permanecem duros e inflexíveis, como o de Faraó. Lembre-se de que há um preço alto a se pagar por não se dar atenção ao que Deus fala.

2. A quarta e última proposta. A situação era tão caótica no Egito que o próprio Faraó procurou Moisés (Êx 10.24) e fez a sua última proposta: “Ide, servi ao Senhor; somente fiquem as ovelhas e vossas vacas” (v. 24). A ovelha e a vaca eram animais cerimonialmente “limpos” para oferendas de sacrifícios a Deus na época da Lei (cf. 1ª Pe 2.25; Hb 13.15,16). Sem as ovelhas e vacas não haveria sacrifícios. Não haveria entrega ao Senhor. Segundo a Bíblia Explicada, esta proposta também significa “os nossos negócios e interesses materiais, não santificados e não sujeitos à vontade de Deus” (10.24). O crente precisa viver uma vida digna, não só diante de Deus, mas também diante dos homens (2ª Co 8.21). A santidade é um imperativo na vida do cristão até mesmo nos negócios.

A cada praga o coração de Faraó se tornava mais endurecido. Ele escolheu resistir a Deus e teve seu país devastado pelas pragas.

CONCLUSÃO.

A atitude do cristão hoje ante as traiçoeiras propostas do Maligno deve ser a mesma dos representantes de Israel, Moisés e Arão: “Nem uma unha ficará” no Egito (Êx 10.26). Satanás figurado em Faraó não mudou em relação à sua luta contra o povo de Deus. Ele continua a tentar o crente de muitas maneiras para fazê-lo cair, inclusive com más insinuações, sugestões, conclusões etc. “Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo” (1ª Co 15.57).

Antônio Gilberto. As pragas divinas e as propostas ardilosas de Faraó. Lições Bíblicas 1º Trimestre de 2014. CPAD Rio de Janeiro RJ.


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