Êxodo 20.1-5,7-10,12-17 “Então, falou
Deus todas estas palavras, dizendo: 2- Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei
da terra do Egito, da casa da servidão. 3- Não terás outros deuses diante de
mim. 4- Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há
em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. 5- Não
te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR, teu Deus, sou Deus
zeloso. 7- Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão; porque o SENHOR não
terá por inocente o que tomar o seu nome em vão. 8- Lembra-te do dia do sábado,
para o santificar. 9- Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra, 10- mas o
sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem
o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu
animal, nem o teu estrangeiro que está dentro das tuas portas. 12- Honra a teu
pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu
Deus, te dá. 13- Não matarás. 14- Não adulterarás. 15- Não furtarás. 16 - Não
dirás falso testemunho contra o teu próximo. 1 - Não cobiçarás a casa do teu
próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua
serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.”
RESUMO DO DECÁLOGO
1º Mandamento — Não terás outros deuses diante de mim.
2º Mandamento — Não farás imagens de
escultura.
3º Mandamento — Não tomarás o nome de Deus
em vão.
4º Mandamento — Lembra-te do sábado, para
o santificar.
5º Mandamento — Honra o teu pai e a tua
mãe.
6º Mandamento — Não matarás.
7º Mandamento — Não adulterarás.
8º Mandamento — Não furtarás.
9º Mandamento — Não dirás falso
testemunho.
10º Mandamento — Não cobiçarás.
INTRODUÇÃO.
Hoje estudaremos o capítulo 20 do livro de
Êxodo. É uma síntese concernente aos Dez Mandamentos que foram entregues por
Deus a Moisés. Muitos pensam que os preceitos morais da Lei foram somente para
o Antigo Pacto. Todavia, Jesus ressaltou, no Sermão do Monte, que os preceitos
morais da Lei são eternos e imutáveis, por isso precisamos conhecê-los.
O Decálogo expressa o propósito de Deus
para o povo de Israel: uma nação que andasse em justiça, odiasse o pecado e
amasse a santidade. Caso seguissem esse estilo de vida, os judeus
resplandeceriam como luz às nações vizinhas. Mas Israel falhou nesta missão e
voltou-se contra Deus. Entretanto, a queda do povo judeu trouxe salvação aos
gentios. Todavia, isso não deve orgulhar ou ensoberbecer a Igreja do Senhor,
representante do Reino de Deus no mundo; pelo contrário, a comunidade dos
santos deve temer a Deus e ouvir o conselho do apóstolo Paulo: “Porque, se Deus
não poupou os ramos naturais [Israel], teme que te não poupe a ti também
[Igreja]” (Rm 11.21).
I. OS PROPÓSITOS DA LEI
Mandamento: Disposição escrita em que se determina
a realização de um ato, de uma diligência; mandato.
1. O
Decálogo (Êx 20.3-17). O termo Decálogo literalmente significa “dez
enunciados” ou “declarações” (Êx 34.28; Dt 4.13). Ele foi proferido por Deus no
Sinai (Êx 20.1), mas também escrito por Ele em duas tábuas de pedra (Êx 31.18).
O Decálogo exprime a vontade de Deus em relação ao ser humano. É, na verdade,
um resumo da lei moral de Deus.
2. Objetivos do Concerto Divino. A lei foi dada por Deus a Israel com os seguintes objetivos:
2.1. Prover um padrão de justiça. A lei entregue pelo Senhor a Moisés é um padrão de moralidade para o caráter e a conduta do homem, seja ele judeu, seja ele gentio (Dt 4.8; Rm 7.12).
2.2. Identificar e expor a malignidade do pecado. “Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse”; isto é, fosse devidamente conhecida (Rm 5.20). “Pela lei vem o conhecimento do pecado”, ou seja, o conhecimento pleno da transgressão (Rm 3.20; 7.7). A lei não faz do ser humano um pecador, mas faz com que ele se reconheça como um transgressor. Ela expõe a malignidade do pecado, mas ao mesmo tempo aponta o caminho da sua expiação pela fé em Deus através dos sacrifícios que eram oferecidos no Tabernáculo (Lv 4-7).
2.3. Revelar a santidade de Deus. O Senhor revela a sua santidade por intermédio da lei mosaica (Êx 24.15-17; Lv 19.1,2), de igual forma, em o Novo Pacto, Ele revela a todo o mundo o seu seu amor através do seu Filho Jesus (Jo 3.16; Rm 5.8). A lei foi dada por Deus para conduzir a humanidade a Cristo (Rm 10.4).
A Lei de Deus, entregue a Moisés tinha os
seguintes propósitos para Israel: prover um padrão de justiça; identificar e
expor a malignidade do pecado; revelar a santidade de Deus.
II. OS DEZ MANDAMENTOS (ÊX 20.1-17)
1. O primeiro mandamento. “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). Neste primeiro mandamento, Deus se revela como o único e verdadeiro Deus (Dt 6.4). Naquela época havia entre as nações falsos deuses. Um exemplo disso é o Egito, onde o povo de Israel estivera por 430 anos. Nossa adoração e culto devem ser dirigidos somente ao único e verdadeiro Deus. Não devemos cultuar nem os anjos (Ap 19.10), nem os homens (At 10.25,26) ou quaisquer símbolos. O primeiro mandamento da lei, reafirmado em o Novo Testamento, foi a respeito da adoração somente a Deus (1ª Co 8.4-6; 1ª Tm 1.17; Ef 4.5,6; Mt 4.10).
2. O segundo mandamento. “Não farás para ti imagem de escultura” (Êx 20.4-6). Aqui Deus proíbe terminantemente o uso de imagens idolátricas. “Deus é Espírito”, disse Jesus (Jo 4.24). Então, não há como adorá-lo por meio de imagens. Querer adorar a Deus por meio de imagens visíveis é falta de fé, pois Cristo é a imagem de Deus (Cl 1.13-23). É abominação ao Senhor a idolatria, ou seja, ter ídolos e ser idólatra (Dt 7.25). Na vida do crente, um ídolo é tudo o que ocupa o primeiro lugar em sua vida, em seu coração, em seu tempo e em sua vontade. Esse “ídolo” pode ser acúmulo de riqueza, a busca pela grandeza, pelo sucesso e pela fama. Pode ser também a busca pela popularidade, pelo prazer desenfreado. Há muita gente na igreja se arruinando espiritualmente por causa dos “ídolos do coração”.
3. O
terceiro mandamento.
“Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão” (Êx 20.7). O nome de Deus
representa Ele mesmo; sua divina natureza; seu infinito poder e seu santo
caráter. Este mandamento, portanto, diz respeito à santidade do Senhor. Tomar o
nome do Todo-Poderoso em vão é mencioná-lo de modo banal, profano, secular e
irreverente.
4. O quarto mandamento. “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar” (Êx 20.8-11). O sábado era um dia de descanso e de adoração a Deus. O termo sábado vem do hebraico shabbath (cessar; interromper). Em Gênesis 2.3 está escrito que: Deus “descansou” (literalmente “cessou”, no sentido de alguém interromper o que estava fazendo).
Embora seja verdade que o sábado se
originou no final dos seis dias da criação (Gn 2.1-3), ele foi o descanso de
Deus (cessou o trabalho da criação), não do homem. Não há registro em Gênesis
de que Deus deu o sábado ao homem. Os santos em Gênesis construíram altares,
oravam, ofereciam sacrifícios, e dizimavam, mas a Escritura mantém-se
silenciosa em relação à guarda do sábado.
Neemias 9.13-14 diz claramente que o
sábado foi dado pela primeira vez a Israel no deserto: “E sobre o monte Sinai
desceste, e dos céus falaste com eles, e deste-lhe juízos retos e leis
verdadeiras, estatutos e mandamentos bons. E o teu sábado lhes fizeste
conhecer; e preceitos, estatutos e lei lhes mandaste pelo ministério de Moises,
teu servo” (ACF).
Se Abraão, Isaque e Jacó guardavam o
sábado, seus filhos estariam familiarizados com a prática, mas Neemias nos diz
que este não foi o caso.
Antes do
concerto do Sinai o Criador não instituiu o sábado como dia do Senhor. A única
lei dada pelo Criador ao homem a princípio foi a que está inserida em Gênesis
2.16-17: “E ordenou
o Criador ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas
da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em
que dela comeres, certamente morrerás”.
Quando o
Criador chamou Abraão e lhe anunciou o Evangelho da salvação, o qual viria a
ser revelado de maneira mais ampla e clara com a vinda de Jesus, nada lhe
comunicou quanto à necessidade de guardar o sábado, ou a “Lei de Moisés”, como
algo necessário para obter a salvação, conforme Paulo escreveu aos Gálatas:
“Ora,
tendo a Escritura previsto que o Criador havia de justificar pela fé os
gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão
benditas em ti” (Gl 3.8).
É importante ressaltar que em o Novo
Testamento não há um só versículo que ordene a guarda do sábado como dia fixo
santificado para descanso e adoração ao Senhor. O sábado foi dado como um
“sinal” do pacto do Sinai entre Deus e Israel. Assim, o sábado assinala Israel
como povo especial de Deus (Êx 31.12,13,17; Ez 20.10-12). A respeito dos demais
mandamentos não está dito que eles são “sinais”. Para nós, o princípio que
permanece é um dia de descanso na semana, para nosso benefício físico e
espiritual (cf. Mc 2.27,28). Nós, cristãos, observamos o domingo como dia de
culto, pois Cristo ressuscitou no primeiro dia da semana (Lc 24.1-3).
Do primeiro ao quarto mandamento, o
Decálogo apresenta leis para situar a relação do homem com Deus.
III. A CONTINUAÇÃO DOS MANDAMENTOS DIVINOS
1. O quinto mandamento. “Honra a teu pai e a tua mãe” (Êx 20.12). Honrar é respeitar e obedecer, por amor, à autoridade dos pais, e com eles cooperar em tudo. É o primeiro mandamento contendo uma promessa de Deus: “Para que se prolonguem os teus dias”.
2. O
sexto mandamento.
“Não matarás” (Êx 20.13). No original, o termo rasah equivale a matar o ser humano de modo doloso, premeditado,
planejado. Este mandamento ressalta a sacralidade da vida humana como dádiva de
Deus (At 17.25-28). Há também aqueles que matam o próximo no sentido moral,
social e espiritual, mediante a mentira, a falsidade, a difamação, a calúnia, a
maledicência e o falso testemunho (1Jo 3.15). Atualmente há muitos que foram
atingidos mortalmente em sua honra e praticamente “morreram”.
3. O sétimo mandamento. “Não adulterarás” (Êx 20.14). Este mandamento do Senhor está vinculado à sacralidade, pureza e respeito absoluto ao sexo, ao matrimônio e à família. O adultério é um ato sexual ilícito e pecaminoso, de um cônjuge com outra pessoa estranha ao casamento. Enquanto a lei condenava a prática do ato, o Novo Testamento vai além — condena os motivos ocultos no coração que levam ao adultério (Mt 5.27,28). Portanto, mais que condenar o ato praticado, Deus espera que em todo o tempo dominemos nossos desejos e nos submetamos ao domínio do Espírito Santo.
4. O oitavo mandamento. “Não furtarás” (Êx 20.15). Furtar é apoderar-se oculta ou disfarçadamente daquilo que pertence a outrem. Isso abrange toda forma de desonestidade, de mentira, de ocultação, por palavra e por atos. É preciso respeitar os bens dos outros. Ter honestidade e pureza nos atos; no viver, no agir, no proceder.
5. O nono mandamento. “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Êx 20.16). Este mandamento do Senhor trata da nossa honestidade e sinceridade no uso da palavra em relação aos outros. Falso testemunho é falar mal dos outros; acusar e culpar injustamente; difamar; caluniar; mentir (Tg 4.11).
6. O décimo mandamento. “Não cobiçarás” (Êx 20.17). Este mandamento é o respeito ético a tudo o que pertence aos outros. Isto abrange o controle e o domínio dos apetites da alma, dos impulsos, desejos e vontade do crente. Cobiçar é querer o que pertence a alguém. Querer as coisas dos outros é um desejo insano que precisa ser debelado.
Do quinto ao décimo mandamento, o Decálogo
apresenta leis que tratam da relação do homem com o próximo.
CONCLUSÃO.
A Lei expõe e condena os nossos pecados,
porém, o Senhor Jesus Cristo, pelo seu sangue expiador, nos perdoa e nos
justifica mediante a fé.
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