INTRODUÇÃO. Em Êxodo 24, após a ministração das leis que deveriam reger Israel, o
Senhor Deus disse a Moisés que chamasse Arão, Nadabe, Abiú e setenta
autoridades de Israel para adorar à distância do monte.
Aqui, o objetivo do Senhor é confirmar a aliança que havia acabado de fazer com o povo e queria ter certeza de que eles haviam entendido e eles responderam: “Faremos tudo o que o Senhor ordenou” (v. 3).
Em seguida,
Moisés ergue um altar com doze colunas, que representam as doze tribos de
Israel e ofereceu sacrifícios.
Por fim, Deus
chama Moisés para subir ao monte mais uma vez. O objetivo é lhe dar instruções
mais precisas sobre Israel.
Ele pede ao povo que o aguarde, deixando Arão e Hur na liderança de tudo. Levando Josué consigo, ele subiu e a glória de Deus cobriu o monte e permaneceu lá por quarenta dias e quarenta noites.”
I. A MISSÃO A SER EXECUTADA
Moisés recebeu do Senhor a ordem para juntar os anciãos de Israel e explicar a eles que o Senhor haveria de tirar os filhos de Israel do Egito para levá-los à Terra Prometida (Êx 3.16,17). Esses anciãos, que eram os líderes das famílias que representavam Israel, haveriam de ouvir Moisés.
Depois eles deveriam se apresentar diante
do rei do Egito e lhe informar que Javé, o Deus dos hebreus, havia lhes
encontrado. Então eles tinham de pedir que Faraó os deixa-se partir para o
deserto durante um período de tempo para que ali eles pudessem cultuar ao
Senhor.
Mas Deus avisou de antemão a Moisés que
Faraó não haveria de liberar os filhos de Israel, por isso Ele os tiraria dali
com “mão forte” (Êx 3.19). Isso significava que Deus haveria de estender sua
poderosa mão para ferir o Egito através de grandes prodígios. Somente depois
disso é que Faraó deixaria o povo de Israel partir (Êx 3.20). Deus ainda
garantiu a Moisés que os filhos de Israel não sairiam do Egito de mãos vazias
depois de tantos anos de servidão (Êx 3.21,22).
II. A AUTO REVELAÇÃO DE DEUS - ÊXODO 3.11-15
A princípio Moisés se sentiu incapaz de participar da tarefa para a qual estava sendo comissionado. Por isso ele disse: “Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel?” (Êx 3.11). Mas tudo isso não era sobre Moisés, mas sobre Deus; a importância não estava sobre a pessoa de Moisés, mas sobre a pessoa d’Aquele que estava chamando Moisés.
Nos versos 12 ao18 formam a introdução
para o momento extraordinário do encontro de Deus com Moisés, quando esse
recebe as tábuas da lei.
III. É DEUS É QUEM CHAMA
Êxodo 24.12-18 “Então disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim ao monte, e fica lá; e dar-te-ei as tábuas de pedra e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para os ensinar. 13- E levantou-se Moisés com Josué seu servidor; e subiu Moisés ao monte de Deus. 14- E disse aos anciãos: Esperai-nos aqui, até que tornemos a vós; e eis que Arão e Hur ficam convosco; quem tiver algum negócio, se chegará a eles. 15- E, subindo Moisés ao monte, a nuvem cobriu o monte. 16- E a glória do Senhor repousou sobre o monte Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias; e ao sétimo dia chamou a Moisés do meio da nuvem. 17- E o parecer da glória do Senhor era como um fogo consumidor no cume do monte, aos olhos dos filhos de Israel. 17- E Moisés entrou no meio da nuvem, depois que subiu ao monte; e Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta noites.”
1. Deus chama Moisés. “Então o Senhor disse a Moisés: Sobe a mim no monte e espera aí” (v. 12a). Conforme declarado acima, Aarão, Nadabe, Abiú e setenta anciãos acompanharam Moisés até este ponto (24.9-11). Agora Yahweh diz a Moisés para continuar escalando sozinho.
“Sobe a mim ao monte...”. O comando sobe a mim demonstra que apenas Moisés pôde
chegar perto de Deus naquela hora. Hoje, todos nós somos chamados a ter uma
viva comunhão com Ele por intermédio de Jesus (Hb 4-14-16).
2. Josué
o servo de Moisés sobe junto. V. 13 “E levantou-se Moisés com Josué seu
servidor; e subiu Moisés ao monte de Deus.” Neste trecho, o vocábulo servidor
(hb. misharet) é geralmente traduzido
como ministro. Josué foi a primeira pessoa mencionada durante a batalha de
Israel com os amalequitas (Êx 17.9-14;32.17;33.11). Ele era o servo de Moisés.
Josué serviu como auxiliar direto de
Moisés quando ele recebeu a Lei no Monte Sinai. Ele também acompanhou Moisés em
todas as vezes que ele foi à tenda onde encontrava e ouvia o Senhor (Êx 24.13;
32.17; 33.11; Nm 21.28).
Certamente esse foi um período de muito
aprendizado para Josué. Ele entendeu como esperar no Senhor e aprendeu a ser um
adorador fiel. Além disso, ele pôde adquirir traços do comportamento de Moisés
e adicionar ao seu próprio valor pessoal, como a paciência, mansidão e
liderança.
3. Ele pede ao povo que o aguarde, deixando Arão e Hur na liderança de tudo. “...e eis que Arão e Hur ficam convosco; quem tiver algum negócio, se chegará a eles.” (v. 14). Levando Josué consigo, ele subiu e a glória de Deus cobriu o monte e permaneceu lá por quarenta dias e quarenta noites.
4. Quietude. Esperai-nos aqui, até que tornemos a vós... (v. 14).
Moisés precisou aguardar a chamada divina,
após seis dias no monte, Moisés foi chamado pelo Todo-poderoso. É possível que
o sétimo dia de espera fosse também o sétimo dia da semana, o sábado (Shabat). Nesta passagem, o emprego da
palavra glória (hb. kabôd) faz
referência à relevância, importância e influência do Altíssimo (Êx
16.7,10;33.18,22;40.34,35).
4.1. A quietude produz encorajamento. 1ª Timóteo 1.18 “Este mandamento te dou, meu filho Timóteo, que, segundo as profecias que houve acerca de ti, milites por elas boa milícia.”
Ao que parece, no início do ministério de
Timóteo, foram feitas profecias sobre seu futuro papel na Igreja. Paulo o
encoraja a que combata o bom combate (2ª Tm 4.7). O ministério cristão é uma
incessante guerra espiritual contra os inimigos de Deus.
1ª Timóteo 4.14,15 “Não desprezes o dom
que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do
presbitério. 15- Medita estas coisas; ocupa-te nelas, para que o teu
aproveitamento seja manifesto a todos.”
4.2. Paulo incentiva Timóteo a ser diligente. O
dom é a dádiva espiritual que Timóteo recebeu de Cristo (Ef 4.7,8) por
profecia. O dom de Timóteo foi dado por meio de uma mensagem profética (1ª Tm
1.18) e com a imposição das mãos, provavelmente em Listra (At 16.1). A
imposição de mãos significava a comissão, com o reconhecimento por parte de
Paulo da obra de Deus na vida de Timóteo (2ª Tm 1.6).
5. A glória de Deus revela-se na nuvem. 24.15,16 “16 “E a glória do Senhor repousou sobre o monte Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias; e ao sétimo dia chamou a Moisés do meio da nuvem. Por fim, Deus chama Moisés para subir ao monte mais uma vez. O objetivo é lhe dar instruções mais precisas sobre Israel. 17- E o parecer da glória do Senhor era como um fogo consumidor no cume do monte, aos olhos dos filhos de Israel. 18- E Moisés entrou no meio da nuvem, depois que subiu ao monte; e Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta noites.”
Essa nuvem é o sinal grandioso da presença
do Todo-Poderoso. O Deus de Israel era o centro do culto e da adoração do seu
povo.
Quando se refere a Deus, a palavra
“glória” designa o esplendor e a majestade do Todo-Poderoso entre o seu povo. A
grande lição a ser apreendia, aqui, é que a aprovação divina quanto ao nosso
ministério é necessária e imprescindível. No estudo da nuvem de glória,
percebemos claramente que Deus deseja operar no meio do seu povo. Ele ainda
confirma e promove a sua Obra!
6. A nuvem e o monte evidenciam a presença de Deus. Moisés testemunhou o aparecimento do Senhor no meio de uma nuvem (Êx 19.9), a qual é intimamente associada à glória de Deus, como em Êxodo 33.9.
A “glória de Deus”, isto é, sua grandeza,
sua excelência, sua majestade, sua imponência, é exclusiva, propriedade apenas
de Deus, embora ela preencha toda a criação (Is 6.3) e esteja presente nas revelações
de Deus.
5. As vestes dos sacerdotes. Títulos não produz identidade. Êxodo 35.19 “As vestes do ministério para ministrar no santuário, as vestes santas de Arão o sacerdote, e as vestes de seus filhos, para administrarem o sacerdócio.”
5.1. A consagração dos sacerdotes. Enquanto Moisés estava no Monte Sinai por 40 dias, o Senhor revelou como Aarão e os sacerdotes deviam ser consagrados, vestidos e ungidos para servir no tabernáculo. O Senhor prometeu que Ele permaneceria com os israelitas se eles cumprissem Suas leis e ordenanças. Também reiterou a importância de santificar o Dia do Senhor e deu a Moisés duas tábuas de pedra contendo a lei.
5.2. As vestimentas sacerdotais foram especificadas. Um éfode (v. 5-14), um peitoral (v. 15- 30), um manto (v. 31-35), uma túnica (v. 39), uma mitra (v. 36-38) e um cinto (v. 39). Outras vestes foram feitas para os filhos de Arão (v. 40-43).
As vestes santas se tornavam santas por
sua consagração no culto a Deus, da mesma forma que acontecia com a mobília e os
utensílios do tabernáculo. É provável que as magníficas vestes dos sacerdotes
representassem o conceito da justiça imputada perante o Senhor (Zc 3.1-5), para
glória e ornamento (Êx 28.2).
5.3. Os sacerdotes deviam se consagrar antes de entrar no tabernáculo. Os sacerdotes deviam se purificar, consagrar e ser designados em uma cerimônia especial antes de começar a servir no tabernáculo. Depois que o cordeiro era sacrificado, a fase seguinte da cerimônia de purificação simbolizava que os sacerdotes poderiam fazer uso ou ter acesso ao poder purificador da Expiação de Jesus Cristo.
Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau - SC