LEITURA BÍBLICA
Lucas 24.49, 52 “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. 52- E, adorando-o eles, tornaram com grande júbilo para Jerusalém.”
Atos 2.1-4 “Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; 2- e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. 3- E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. 4- E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.”
INTRODUÇÃO.
O batismo com o Espírito Santo é um
revestimento de poder, com a evidência física inicial das línguas estranhas
para o ingresso do crente numa vida de profunda adoração e eficiente serviço a
Deus (Lc 24.49; At 1.8; 10.46; 1ª Co 14.15,26).
No entanto, o batismo do Espírito, como
vemos em 1ª Co 12.13; Gl 3.27; Ef 4.5, trata-se de um batismo figurado, apesar
de real. Todos aqueles que experimentaram o novo nascimento (Jo 3.5) são
imersos no corpo místico de Cristo (Hb 12.23; 1ª Co 12.12ss). Nesse sentido,
todos os salvos são batizados pelo Espírito Santo, mas nem todos são batizados
com o Espírito Santo.
O batismo no Espírito Santo é a experiência subsequente a salvação que capacita o crente:
1. Ao ministério
evangelístico (At 1.8; 8.1-40);
2. A falar em outras línguas (At 2.4;
10.45,46);
3. A testemunhar com poder e ousadia (At
4.7-22,31);
4. Agir sobrenaturalmente (At 5.1-11;
13.8-12; 6.8; 16.16-20);
5. A servir a igreja em suas necessidades
sociais (At 6.1-7);
6. Atender a chamada ministerial
específica (At 13.1-4; 26.29; 10.1-48; At 20.24);
7. A contribuir com o avanço do Reino de
Deus (5.14-16,42; 6.7; 8.25; 9.31; 19.20; 28.31);
8. A glorificar e orar a Deus
poderosamente (At 10.45,46; 16.15; 4.31; Ef 5.18-20; Cl 3.16; Rm 8.26; Jd
v. 20).
Por essas e outras inumeráveis razões o crente deve orar e glorificar intensamente a Deus a fim de que receba a magnífica promessa do batismo no Espírito Santo.
I. A PROMESSA DO BATISMO E O SEU CUMPRIMENTO
Dos cerca de 500 irmãos que viram Jesus ressurreto e ouviram o seu chamado para o cenáculo em Jerusalém (Lc 24.49), apenas 120 deles atenderam (1ª Co 15.6). Que acontecera aos demais que lá foram? Nem todos buscam com sede e perseverança o batismo com o Espírito Santo.
1. Analogia do batismo. Tanto Jesus quanto João Batista empregaram o termo “batismo” para descrever o revestimento de poder do Espírito Santo sobre o crente (At 1.5; 11.16; Mt 3.11; Mc 1.8). Ora, em todo batismo têm de haver três condições para que esse ato se realize: um candidato a ser batizado; um batizador; e um elemento ou meio em que o candidato será imerso. No batismo com o Espírito Santo, o candidato é o crente; o batizador é o Senhor Jesus; e o elemento ou meio em que o filho de Deus é imerso é o Espírito Santo.
2. A promessa do batismo pentecostal. Há várias promessas de Deus no Antigo Testamento a respeito do derramamento do Espírito sobre o povo, mas a principal é a que foi proferida pelo profeta Joel, uns 800 anos antes do advento de Cristo (Jl 2.28-32).
3. Predita por João Batista. João foi o arauto de Jesus; foi homem cheio do Espírito Santo. Em todos os quatro Evangelhos ele confirma a promessa do batismo (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.32,33; At 11.16).
4. Confirmada por Jesus. Em diversas ocasiões Jesus confirmou a promessa do batismo com o Espírito Santo.
4.1. Jesus declarou: “falarão novas línguas”. Marcos 16.17 “E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas.”
4.2. Jesus denominou a promessa
como a “promessa de meu Pai”. Lucas 24.49 “E eis que sobre vós envio a
promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto
sejais revestidos de poder.”
O batismo com o Espírito Santo foi o último assunto de Jesus aos seus, antes da sua ascensão (vv.50,51).
4.3. No dia do pentecoste. At 2.1-4 “E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar. 2- E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. 3- E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. 4- E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” Pedro, após ser batizado com o Espírito Santo e pregar no Dia de Pentecostes, encerrou o seu sermão citando a promessa do batismo, agora cumprida em Jerusalém.
Mas isso é o que foi dito, ou seja, isso é
o cumprimento daquilo, ou isso foi previsto. Esta foi a segunda parte do
argumento de Pedro, para mostrar que isso estava de acordo com as predições em
suas próprias Escrituras.
O sermão de Pedro começa com uma explicação dos fenômenos testemunhados pelos que estavam ali presentes. Depois, Pedro faz um relato do evangelho e de sua mensagem.
Ao ver que as pessoas falavam várias línguas, alguns que estavam por ali acreditavam que estavam bêbados e não falavam coisa com coisa, mas como era muito cedo, por volta das 9h, Pedro teve que ‘dar uma bronca’ nos que pensavam assim. Ainda hoje é comum pessoas não convertidas zombarem ou duvidarem do acontece com os cristãos. Acham que as revelações, curas e outros sinais são causados por ignorância, coincidência ou outros motivos naturais. Naquela época era comum os judeus que participavam das atividades nas sinagogas ficarem sem comer ou beber até às 10h, alguns só comiam ou bebiam após meio-dia.
3. Atualidade das manifestações
espirituais.
O falar em línguas é importante para a Igreja hoje? O batismo com o Espírito
Santo só é válido com a evidência do falar em línguas? Afirmar que as
manifestações espirituais foram exclusiva e necessária, tão somente para
fortalecer a Igreja emergente, significa confinar o fato à história e
desconhecer as dimensões da promessa apresentada por Pedro no seu discurso no
dia de pentecostes. Citando Joel 2.23, 28, 29, Atos 2.16-18 “Mas isto é o que
foi dito pelo profeta Joel: 17- E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, Que do
meu Espírito derramarei sobre toda a carne; E os vossos filhos e as vossas
filhas profetizarão, Os vossos jovens terão visões, E os vossos velhos sonharão
sonhos; 18- E também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as
minhas servas naqueles dias, e profetizarão. 38- E disse-lhes Pedro:
Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para
perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; 39- Porque a promessa
vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos
quantos Deus nosso Senhor chamar.”
O apóstolo Pedro declarou que seu o
derramamento do Espírito Santo dava-se naquele momento. A promessa do batismo
no Espírito Santo não foi apenas para aqueles presentes no dia de Pentecoste,
mas também para todos os que cressem em Cristo durante toda esta era:
1. “Porque a promessa vos diz respeito a
vós...” - os ouvintes de Pedro;
2. “a vossos filhos...” - à geração
seguinte;
3. “...e a todos os que estão longe – a
todas as cidades e nações daquela época;
4. “...a tantos quantos Deus nosso Senhor
chamar.” - as gerações futuras.
O batismo no Espírito Santo com o poder que o acompanha, não foi uma ocorrência isolada, sem repetição, na história da igreja. Não cessou com o Pentecoste (At 8.15; 9.17; 10.44-46; 19.6), nem com o fim da era apostólica. É o direito mediante o novo nascimento de todo cristão buscar, esperar e experimentar o mesmo batismo no Espírito que foi prometido e concedido aos cristãos do NT (At 1.4,8; Jl 2.28; Mt 3.11; Lc 24.49). Por isso não podemos limitar, nem reter a ação do Espírito Santo na história. Ele foi enviado para acompanhar a Igreja até a volta de Jesus.
A passagem de João 7.38,39, deve
ser estudada juntamente com Atos 2.32,33.
“Quem crê em mim, como diz a Escritura,
rios de água viva correrão do seu ventre. 39- E isto disse ele do Espírito que
haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora
dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.” (Jo 7.38,39).
“Deus ressuscitou a este Jesus, do que
todos nós somos testemunhas. De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e
tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora
vedes e ouvis.” (At 2.32,33).
Os apóstolos, e outros, que tinham acreditado em Cristo, e tinham recebido o Espírito, como um Espírito de regeneração e santificação; como um Espírito de iluminação e conversão; como um espírito de fé e adoção; mas no dia de Pentecostes eles iriam receber uma medida extraordinariamente maior das dádivas e graça dele, para os qualificar para a maior obra e serviço:
“Pois o Espírito Santo ainda não foi dado…”. A versão Árabe verte, “porque o Espírito Santo ainda não tinha vindo”; sendo ele uma pessoa divina, igual ao Pai e Filho, assim Ele é de eternidade; e Ele tinha sido dado em Sua graça nos santos do Antigo Testamento, e estava em suas dádivas sobre os profetas daquela dispensação.
“Por que Jesus ainda não havia sido glorificado…”. Ele ainda não tinha passado pelo Seu estado de humilhação; Ele ainda não tinha sofrido e morrido, e se levantado, e ascendido, e se sentado a direita da mão de Deus; pois o Espírito Santo viria na Sua partida, e em consequência de Seus sofrimentos e morte, e sendo feito carne, e uma cura para Seu povo; e através de Sua mediação e intercessão, e sobre Sua exaltação à mão direita do Pai; quando sendo feito e declarado Senhor e Cristo, isso deveria ser notificado pela efusão do seu Espírito, conforme diz Pedro aos Judeus presente: “De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis.” (Atos 2.33).
5. A promessa divina cumprida. No Antigo
Testamento, o privilégio especial do povo de Deus foi receber, preservar e
comunicar a revelação divina - as Santas Escrituras (Rm 3.1,2; 9.4; 2ª Co 3.7).
O privilégio especial do povo de Deus em o Novo Testamento, entretanto, é
receber o Espírito Santo:
5.1. Na conversão (Jo 3.5; 14.16,17;
16.17; 2ª Co 3.8,9; Rm 8.9);
5.2. No batismo com o Espírito Santo (At
2.1-4; At 8.15; 9.17; 10.44-46; 11.16; 19.6);
5.3. Subsequentemente, por meio da vida cristã (At 4.8,31; 9.17; 13.9,52; Ef 5.18).
II. OS CONCEITOS DO BATISMO COM O
ESPÍRITO SANTO
Da parte de Deus, o batismo com o Espírito Santo é, a um só tempo:
1. Uma ditosa promessa - “a promessa do Pai” (At 1.4). O batismo com o Espírito Santo procede da vontade, amor e promessa de Deus para os seus filhos.
2. Uma dádiva celestial inestimável - “o dom do Espírito Santo” (At 2.38). O batismo é uma dádiva de Deus aos crentes.
3. Uma imersão do crente no sobrenatural de Deus - “sereis batizados com o Espírito Santo” (At 1.5). A partícula original desta última referência também permite a tradução “batizados no Espírito Santo”.
4. Um revestimento de poder do alto - “até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49). É como alguém estando vestido espiritualmente, ser revestido de poder do céu.
III. COMO RECEBER O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
1. Sendo a pessoa já salva. O batismo com o
Espírito Santo é para quem já é salvo. Os discípulos ao serem batizados no Dia
de Pentecostes:
1.1. Tinham seus nomes escritos no céu (Lc
10.20);
1.2. Eram limpos diante de Deus (Jo 15.3);
1.3. Possuíam em si a vida espiritual (Jo
15.4,5,16);
1.4. Haviam sido enviados para o seu trabalho, dotados de poder divino (Mt 10.1; Lc 9.1,2; 10.19).
2. Crendo na promessa divina do batismo. O batismo é chamado “a promessa do Pai” (Lc 24.49; At 1.4; 2.16,32,33).
3. Buscando com sede, em oração (At 1.4,14; Jo 7.37-39; Lc 11.13). A oração é um elemento necessário e indispensável para o crente obter o batismo com o Espírito Santo.
4. Adorando a Deus com perseverança. Louvando sempre a Deus. Assim fizeram os candidatos antes do primeiro Pentecostes (Lc 24.51,52).
5. Perseverando em unidade
fraternal.
Isso também eles fizeram antes do primeiro Pentecostes (At 1.14).
6. Vivendo em obediência à vontade do Senhor (At 5.32). Para você que busca o batismo, há alguma área da sua vida não submissa totalmente a Cristo?
IV. OS RESULTADOS DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
1. Edificação espiritual individual. Mediante o cultivo das línguas recebidas com o batismo, o crente é edificado pessoalmente (1ª Co 14.4,15).
2. Maior dinamismo espiritual. Isto é, mais disposição e maior coragem na vida cristã para testemunhar de Cristo (Mc 14.66-72; At 4.6-20).
3. Maior desejo e resolução para orar e interceder (At 3.1; 4.24-31; 6.4; 10.9; Rm 8.26). O crente cheio do Espírito ora e intercede constantemente a favor dos filhos de Deus.
4. Maior glorificação do nome do Senhor. Isto “em espírito e em verdade”, nos atos e na vida do crente (Jo 16.13,14).
CONCLUSÃO. De acordo com Atos
2.17, o batismo com o Espírito Santo é para qualquer nação: “Toda carne”. Não
há qualquer distinção de sexo para receber o batismo, pois está escrito que é
para “filhos e filhas” (At 2.17). Também não importa a idade do candidato
(“mancebos e velhos”) ou a camada social do indivíduo (“servos e servas”).
Portanto, todos podem e devem buscar essa dádiva celeste.
Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau - SC
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