TEOLOGIA EM FOCO: AS ORDENANÇAS QUE JESUS DEIXOU PARA SUA IGREJA

domingo, 1 de agosto de 2021

AS ORDENANÇAS QUE JESUS DEIXOU PARA SUA IGREJA

 


“Ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!” (Mt 28.20).

INTRODUÇÃO. Neste estudo, vamos aprender sobre as ordenanças de Jesus para Sua igreja, sobre o batismo e a Ceia do Senhor.

Jesus deixou diversas ordens para os seus discípulos individualmente, como ensinar todas as pessoas, evangelizar, orar, perdoar inimigos e amar a Deus acima de todas as coisas. No que tange à Igreja, como reunião de discípulos, o Mestre deixou duas específicas: a celebração do Batismo e da Santa Ceia. Ambas as cerimônias possuem objetivos específicos, e sobre eles estudaremos nesta lição.

As ordenanças de Cristo à sua Igreja são práticas que devem perdurar até que Ele volte.

As ordenanças de Cristo são os rudimentos da fé cristã a fim de que aprendam corretamente a servir a Deus e cresçam na graça e no conhecimento que há em Cristo Jesus. Desta forma, é importante saber que as ordenanças deixadas por Cristo a Sua igreja não podemos entender de forma legalista os cerimoniais de “Batismo” e a “Ceia do Senhor”. Pelo contrário, tais ordenanças não são para serem vistas como obrigações, e sim como privilégios concedidos àqueles que tomaram a feliz decisão de estarem em comunhão com Deus e tornarem-se participantes do Corpo de Cristo que é a Igreja. Assim, podemos ter a nossa fé edificada e constantemente renovada pela ação do Espírito Santo em nossas vidas.

I. O QUE SÃO ORDENANÇAS?

1. Definindo o termo ordenanças. A expressão ordenanças traz a ideia de um grupo de mandamentos específicos, que devem ser repetidos reiteradas vezes. No caso das ordenanças de Jesus, o Batismo e a Santa Ceia, devem ser repetidos sempre, para que o povo de Deus, a Igreja, se lembrasse não apenas do sacrifício de Cristo, mas igualmente do seu efeito para conosco.

Ordenanças, no caso do batismo e da Santa Ceia, são rituais que exemplificam para a Igreja os últimos momentos de Jesus com seus discípulos e a ressurreição de nosso Senhor.

2. Uma ordem de Jesus Cristo. Jesus deixou claro que seus discípulos deveriam ensinar, batizar e celebrar a Ceia do Senhor: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Em relação à Santa Ceia, “E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide até àquele Dia em que o beba de novo convosco no Reino de meu Pai” (Mt 26.29).

3. O cumprimento das ordenanças confere alguma graça ao crente? A Bíblia afirma que se somos obedientes e que cremos naquilo que Jesus nos disse, somos pessoas agraciadas por Deus tendo em vista nossa fé e obediência. João 15.10-11, 14 “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor. 11- Tenho-vos dito isto, para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja completo. 14- Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. João 14.21 “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.”

O crente salvo obedece as ordenanças de Jesus porque ama o Seu mestre e por Ele é amado.

As Ordenanças servem como um memorial para os crentes de todas as gerações, e por isso, sempre devem ser lembradas e celebradas na comunhão dos santos.

II. O BATISMO

1. O que é o batismo? Batismo significa literalmente imersão. Essa palavra vem do grego [baptozo], traduzida como “mergulhar, banhar, imergir, não aspergir. No Novo Testamento, vemos que João, o batista, batizava pessoas no rio Jordão, e batizou o Senhor Jesus (Mt 3.13-17), que a seguir ordenou que seus discípulos batizassem aqueles que cressem no Evangelho (Mt 28.19). Pedro batizou gentios que ouviram a Palavra na casa de Cornélio (At 10), e Paulo foi batizado, possivelmente por Ananias (At 9). O batismo ordenado por Jesus é por imersão.

2. Jesus foi batizado. Jesus passou pela experiência do batismo. A Bíblia nos fala em Marcos 1.10 sobre o batismo de Jesus: “logo que saiu da água”, uma referência clara de que Jesus foi batizado por imersão. E o batismo de Jesus foi uma forma de Ele se identificar com os pecadores. Ele não precisava ser batizado, mas o foi, para nos mostrar a importância do ato para a vida cristã e para a compreensão adequada do Evangelho. Jesus deu o exemplo para nós como seus discípulos seguirmos os seus passos, por isso o apóstolo Paulo afirma: “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo.” (1ª Co 11.1).

Mas o que é ser imitador? o que é imitar alguém? Essa palavra imitar significa: tomar como modelo, tomar como padrão de conduta, como referência e como exemplo.

3. O batismo infantil. A Bíblia não diz nada sobre o batismo de bebês. Não há nenhum lugar na Bíblia que diz que um bebê foi batizado. As pessoas que foram batizadas na Bíblia sabiam o que estavam fazendo e tomaram essa decisão de forma consciente. Ninguém foi batizado sem seu consentimento. Portanto, não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro. (1ª Co 4.6).

A Bíblia nos diz que Jesus foi circuncidado ao oitavo dia (Lc 2.21), depois foi apresentado no Templo: “E, cumprindo-se os dias da purificação dela, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor. 22- (Segundo o que está escrito na lei do Senhor: Todo o macho primogênito será consagrado ao Senhor). (Lc 2.22,23). Portanto, Jesus não batizado, o que só ocorreu quando Jesus tinha a idade de trinta anos. Outro fator que deve ser levado em conta é que o batismo é apresentado nas Escrituras como um ato daquele que crê na mensagem do Evangelho (At 2.41; 8.12), e isso exige maturidade não apenas para entender a mensagem do Evangelho, mas também para aceitar Jesus e prestar o testemunho público prévio ao batismo. Por esses fatores, não é adequado nem bíblico batizar crianças.

Não somos batizados para ser salvos. Somos batizados porque já fomos salvos por Cristo.

O batismo exige que tenhamos consciência de sua importância, e entendimento para publicamente manifestar nosso testemunho em Cristo Jesus.

4. O significado do batismo nas águas.

4.1. O Batismo é símbolo de morte. Romanos 6.3,4 “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? 4- De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.”

Quando Cristo morreu, nós morremos também (2ª Co 5.14). Quando alguém morre precisa ser sepultado.  O batismo simboliza a morte e ressureição, ou seja, a imersão – submersão, simboliza o sepultamento e morte do velho homem. A emersão simboliza ressureição, a nova vida em Cristo Jesus.

Paulo usa a experiência do batismo, comum a todos os cristãos, como um tipo que deve ser identificado com a experiência que tivemos com Jesus Cristo. Este termo é direcionado aos que, pela fé, participam da morte de Cristo. O batismo era uma forma de declarar o testemunho desta morte e ressurreição de Cristo Jesus, ou seja, é um ato público de fé.

O batismo une o cristão ao próprio Cristo e serve como um ato voluntário que demonstra a vontade pessoal de morrermos para uma vida velha para vivermos uma vida nova, através do “renascimento” das águas, por isso, o batismo de crianças ainda bebês não é aceita pela maioria das igrejas evangélicas, pois entende-se que uma criança não tem poder de decidir por livre vontade se deseja mesmo este renascimento.

Novidade de vida. Se a identificação do cristão com Cristo implica em ele ser identificado com Sua morte, também implica, logicamente, em ele identificar-se com Sua ressurreição. Uma vez tendo morrido e tendo sido ressuscitado com Cristo, o cristão deve viver uma nova vida.

4.2. O Batismo é revestimento de Cristo. Gálatas 3.27 “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo.”

Todos nós, batizados em Jesus, precisamos nos revestir d’Ele! Revestir é tomar Cristo como ‘veste’. A veste dita aqui não é só uma veste exterior, mas, sobretudo, a veste interior que veste nossa alma, nosso coração, nossa mente, nossos pensamentos e sentimentos, nossas intenções e nossa vontade.

Tudo aquilo que somos precisa ser revestido da presença de Cristo!

O fato de que fomos batizados em Cristo e que fomos identificados com Cristo na Sua morte e ainda mais, o fato de que fomos revestidos de Cristo implica que: como Cristo ressuscitou para viver uma nova vida, assim também nós devemos nos considerar mortos para o pecado e vivermos em novidade de vida.

Da mesma maneira que ser filhos de Deus é privilégio estendido a todos os cristãos com ninguém sendo “mais ou menos filho de Deus”, o mesmo é verdadeiro com o fato de termos todos sido batizados em Cristo e de termos, todos, nos revestido de Cristo!

4.3. O Batismo é ressurreição com Cristo. Colossenses 2.12,13 “Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos. 13- E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas.”

Enterrado com Ele, no batismo. O batismo é considerado como o sepultamento da velha vida carnal, à qual o ato de imersão simbolicamente corresponde.

Ele explica ainda mais claramente a maneira da circuncisão espiritual – porque, sendo sepultados com Cristo, somos participantes de sua morte. Ele declara expressamente que obtemos isso por meio do batismo, para que seja mais claramente aparente que não há vantagem da circuncisão sob o reinado de Cristo.

Paulo continuou a descrever as grandes bênçãos encontradas em Cristo, agora focalizando na circuncisão e no batismo.

Como rito introdutório da antiga aliança, a circuncisão significava eliminar o pecado, transformar o coração e incluir a pessoa na família da fé (Dt 10.16; 30.6; Jr 4.4; 9.25-26; Ez 44.7,9).

Par mostrar aos judaizantes, Paulo mostrou que, ao terem sido batizados em Cristo, esses gentios haviam sido circuncidados.

III. A CEIA DO SENHOR


1. A origem da Ceia do Senhor.
A Ceia do Senhor teve sua origem na noite em que Jesus fez sua última refeição com os seus discípulos, antes de ser crucificado. Em um momento de comunhão, o Senhor com eles, lavou-lhes os pés e transmitiu-lhes as recomendações finais. A Ceia foi o último momento de comunhão do Senhor com seus apóstolos até a crucificação (Mt 26.29).

2. Os propósitos da Ceia do Senhor. A celebração da Santa Ceia traz para nós diversos significados. Em primeiro lugar, ela representa a continuidade da nossa comunhão com o Salvador. À última Ceia estavam presentes Jesus e seus discípulos, o grupo mais próximo do Salvador. Em segundo lugar, ela representa a lembrança do sacrifício de Jesus Cristo por nossos pecados. A Ceia instituída pelo Senhor foi celebrada na Páscoa, quando um cordeiro era sacrificado, e Jesus, o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, foi sacrificado por nós.

2.1. É a celebração de uma nova aliança. Comer e beber juntos traz a ideia de uma aliança feita entre duas partes. Essa Ceia é a imagem de uma nova aliança entre Jesus e os seus seguidores.

2.2. É a manifestação da minha fé em Cristo. Quando celebro a Ceia do Senhor demonstro de forma pública a minha fé em Jesus e a comunhão com Ele, aguardando a sua Segunda Vinda.

2.3. É um momento de gratidão. Jesus abençoou o pão e deu graças pelo vinho (Mc 14.22-24). Na Ceia do Senhor, demonstro minha gratidão pelo que Cristo fez, e agradeço por ter sido alcançado por sua graça.

3. Os elementos da Ceia do Senhor. Aqui cabe uma observação. A igreja romana entende que os elementos da ceia, o pão e o vinho, se transformam na carne e no sangue de Jesus. O pão e o vinho não mudam sua forma para se tornarem carne e sangue de verdade, como pensam o romanismo. A Bíblia jamais dá a entender essa ideia e a ciência não a respalda a teoria. Jesus não tinha a intenção de nos fazer crer que, por ocasião da Ceia, o pão se tornaria carne e que o vinho se tornaria em sangue. Ele apenas nos orientou a seguir essa ordenança em memória dEle.

Nesta celebração, Jesus deu à Páscoa um significado novo, transformando-a na Ceia do Senhor. Jesus tomou os elementos da Páscoa, o pão e o cálice, e mudou a ênfase da festa. Em vez de recordar a libertação do Egito, dali em diante o pão e o cálice passaram a representar a redenção do pecado, simbolizando o corpo de Cristo e o seu sangue por muitos, na cruz do Calvário, para remissão dos pecados. O “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29) estava ali para ser morto no dia seguinte.

4. A orientação do apóstolo Paulo a igreja de Coríntios. 1ª Coríntios 11.23-25 “Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; 24- E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. 25- Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.”

4.1. Eu recebi do Senhor... se refere à revelação que Paulo recebeu de Cristo sobre o significado da morte e da ressurreição do Senhor representado pelos elementos da santa ceia; simbolismo que Paulo ensinou aos irmãos, explicando-os novamente.

4.2. Tomai, comei... Isto é o meu corpo. Sem dúvida, uma expressão não literária, mas figurativa. Ele estava ali, no meio dos discípulos, participando com eles do elemento do pão, que significa Sua encarnação. Que é [...] por vós. Isso significa o caráter sacrifical e vicário da morte de Cristo. Ele é relembrado nesta mesa, não como um grande exemplo, ou mestre, ou mesmo profeta, mas como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Contrastando com a reunião muitas vezes impensada e negligente dos cristãos coríntios em sua chamada festa do amor, Jesus pediu aos Seus discípulos: “Lembrai-vos de mim”.

4.3. O propósito. “Fazei isto em memória de mim” (Lucas 22.19). A Ceia do Senhor é nossa oportunidade para lembrar o sacrifício que Jesus fez na cruz, pelo qual Ele nos oferece a esperança da vida eterna: “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha” (1ª Coríntios 11.26). A Ceia do Senhor não pretende ser um memorial do nascimento, da vida ou da ressurreição de Cristo. É um momento especial no qual os cristãos refletem sobre o Salvador sofredor para serem lembrados do alto preço que Ele pagou por nossos pecados. Precisamos manter este tema central do evangelho (1ª Co 2.1-2) em nossas mentes.

4.4. Os símbolos. Jesus usou dois símbolos para representar seu corpo e seu sangue. É claro que ele não ofereceu literalmente seu corpo (que ainda estava inteiro) nem seu sangue (que ainda estava correndo através de suas veias). Ele deu aos discípulos pão sem fermento para representar Seu corpo e o fruto da videira (suco de uva) para representar o sangue que estava para ser derramado na cruz. Ele não deixou dúvida sobre a relação deste sacrifício com nossa salvação: “Porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão dos pecados” (Mt 26.28).

Lucas acrescenta que Ele disse, pouco antes de iniciar a ceia sacramental: “Com desejo, desejei comer esta páscoa com você antes de sofrer”. Esta é uma maneira de expressão hebraica, significando “eu desejei muito”. Ele desejara, sem dúvida:

(1) que ele possa instituir a Ceia do Senhor, para ser um memorial perpétuo dele;

(2) que ele possa fortalecê-los para as provações que se aproximam;

4.5. A ordem. Quando comparamos estes quatro relatos, podemos também ver a ordem na qual a ceia foi observada. Jesus primeiro orou para agradecer a Deus pelo pão e então todos o partilharam. Ele orou de novo para agradecer ao Senhor pelo cálice, e todos beberam dele. Deste modo, ele chamou especial atenção para cada elemento da ceia.

4.6. Como deve ser celebrada a Ceia do Senhor? Mateus 26.26,27 “E, quando comiam, Jesus tomou o pão, e abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. 27- E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos.”

Jesus tomou o e abençoou. E a seguir partiu e deu a Seus discípulos. Em seguida tomou o cálice e deu graças, e mandou que todos bebessem, sem exceção. Ou seja, todo o corpo místico de Cristo deve participar do pão e do vinho.

4.7. Todos o corpo místico de Jesus deve participar. 1ª Coríntios 11.33 “Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer, esperai uns pelos outros.”

“...esperai uns pelos outros.” Todos recebem o pão e o bispo, padre ou pastor ora agradecendo, e após a oração ordena que todos comam juntos e ao mesmo tempo. Da mesma forma todos recebem o cálice e após a oração recebem a ordem para beberem e tomarem juntos.

4.8. O Alerta Solene. 1ª Coríntios 11.27-30 “Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. 28- Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. 29- Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. 30- Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem.”

As mensagens e sermões que antecedem a cerimônia da ceia geralmente contêm alertas quanto ao não cear indignamente. Os pregadores solicitam aos ouvintes que façam um autoexame e apelam para a consciência dos ouvintes: Não participem do cálice e do pão indignamente!

Examinar. O significado desta palavra no grego é δοκιμάζω dokimadzo que significa provar por teste, examinar, ou aprovar depois de um teste pelo discernimento. A palavra grega é derivada do teste dos metais. Um rigoroso autoexame (v. 19; 2ª Co 13.5; Tg 5.16; 1ª Jo 1.6).

Portanto, não significa somente testar, mas também carrega a ideia de aprovar como resultado do teste. Contudo, testar é insuficiente, a menos que o que é aprovado seja abraçado e mantido.

5. A Ceia do Senhor na Igreja Primitiva. O livro de Atos e as cartas escritas às igrejas nos ajudam a aprender um pouco mais sobre a Ceia do Senhor. Os discípulos se reuniam no primeiro dia da semana para participarem da ceia (At 20.7). Esta ceia era entendida como um ato de comunhão com o Senhor (1ª Co 10.14-22). Era tomada quando toda a congregação se reunia, como um ato de fraternidade entre os irmãos (1ª Co 11.17-20). Cada cristão era obrigado a examinar-se para ter certeza de que estava participando da ceia de um modo digno (1ª Co 11.27-29).

6. Observações sobre a Ceia do Senhor. Ainda que o ensinamento da Bíblia sobre a Ceia do Senhor não seja complicado, muitas diferenças de entendimento apareceram depois do tempo do Novo Testamento. O único modo de sabermos que estamos seguindo o Senhor é estudar as instruções e imitar os exemplos que encontramos no Novo Testamento. Nunca estamos livres para ir além do que o Senhor revelou na Bíblia (veja Colossenses 3.17; 1ª Coríntios 4.6 e 2ª João 9).

A Ceia do Senhor é um momento de comunhão importante para os membros do Corpo de Cristo, pois nesse momento, juntos, relembramos o sacrifício de Cristo até que Ele retorne.

A vinda de Cristo para buscar a sua Igreja deve ser um dos nossos motivos de celebrar a Santa Ceia, e também a certeza de que nosso tempo aqui está acabando, pois, a volta do Senhor está próxima.

IV. A CEIA DO SENHOR NA IGREJA PRIMITIVA

 O livro de Atos e as cartas escritas às igrejas nos ajudam a aprender um pouco mais sobre a Ceia do Senhor.

1. No primeiro dia da semana. Os discípulos se reuniam no primeiro dia da semana para participarem da ceia (Atos 20.7).

2. Ato para comunhão. Esta ceia era entendida como um ato de comunhão com o Senhor (1ª Co 10.14-22).

3. Ato de fraternidade. Era tomada quando toda a congregação se reunia, como um ato de fraternidade entre os irmãos (1ª Co 11.17-20).

4. Examinavam-se a si mesmo. Cada cristão era obrigado a examinar-se para ter certeza de que estava participando da ceia de um modo digno (1ª Co 11.27-29).

V. A CEIA DO SENHOR: PASSADO, PRESENTE E FUTURO

Os discípulos de Cristo são privilegiados ao participarem com ele todas as semanas da Ceia do Senhor. Deste modo, ligamos o passado, o presente e o futuro.

1. Passado. Olhamos para trás, para o sacrifício que Jesus fez na cruz. Entendemos isto como sendo o fundamento e o centro de nossa salvação.

2. Presente. Quando meditamos no terrível preço que Jesus pagou para nos redimir de nosso pecado, nossa decisão de resistir à tentação é fortalecida.

3. Futuro. Entendemos que a morte de Jesus é a base de nossa esperança, e assim proclamamos nossa fé nele quando olhamos em frente para a volta do Senhor e para nossa salvação eterna.

Não podemos esquecer nunca o dia negro no Calvário em que Jesus deu sua vida para salvar a nossa.

CONCLUSÃO

As duas ordenanças de Cristo à sua Igreja são válidas e necessárias para os nossos dias, e a Igreja de Cristo tem o dever não apenas de relembrá-las, mas de cumpri-las periodicamente, dando exemplo às gerações que se sucedem.

FONTE DE PESQUISA

1. ANDRADE Claudionor. Dicionário Teológico 8ª Edição. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.

2. BERGSTÉN. E. Teologia sistemática. 4. ed. 2005. CPAD. Rio de Janeiro – RJ.

3. Bíblia Palavra Chave (ARC). CPAD – Rio de Janeiro – RJ.

4. Bíblia shedd. Revista Atualizada, 1ª Edição: 1998, Ed. Vida Nova, São Paulo – SP.

5. Bíblia explica – S.E.Mc Nair – 9ª Edição – CPAD, Rio de Janeiro, RJ.

6. Barclay William, Palavra Chave do Novo Testamento, Ed. Vida Nova.

7. COELHO Alexandre. As ordenanças de Cristo para Igreja. Lições bíblicas 1º Trimestre de 2017 - CPAD. Rio de Janeiro – RJ.

8. Elienai Cabral. Igreja, batismo e sua finalidade integradora. Lições Bíblicas, 1º Trimestre de 2007, CPAD, Rio de Janeiro – RJ.

9. F. Wilbur Gingrich. Léxico do Novo Testamento. Grego/Português. Edições Vida Nova.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

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