TEOLOGIA EM FOCO: agosto 2021

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

O SONHO DE JACÓ EM BETEL

 


Gênesis 28.10-22 “Jacó partiu de Berseba e foi para Harã. 11- Chegando a determinado lugar, parou para pernoitar, porque o sol já se havia posto. Tomando uma das pedras dali, usou-a como travesseiro e deitou-se. 12- E teve um sonho no qual viu uma escada apoiada na terra; o seu topo alcançava os céus, e os anjos de Deus subiam e desciam por ela. 13- Ao lado dele estava o Senhor, que lhe disse: “Eu sou o Senhor, o Deus de seu pai Abraão e o Deus de Isaque. Darei a você e a seus descendentes a terra na qual você está deitado. 14- Seus descendentes serão como o pó da terra, e se espalharão para o Oeste e para o Leste, para o Norte e para o Sul. Todos os povos da terra serão abençoados por meio de você e da sua descendência. 15- Estou com você e cuidarei de você, aonde quer que vá; e eu o trarei de volta a esta terra. Não o deixarei enquanto não fizer o que lhe prometi. 16- Quando Jacó acordou do sono, disse: Sem dúvida o Senhor está neste lugar, mas eu não sabia! 17- Teve medo e disse: “Temível é este lugar! Não é outro, senão a casa de Deus; esta é a porta dos céus. 18- Na manhã seguinte, Jacó pegou a pedra que tinha usado como travesseiro, colocou-a de pé como coluna e derramou óleo sobre o seu topo. 19- E deu o nome de Betel àquele lugar, embora a cidade anteriormente se chamasse Luz. 20- Então Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus estiver comigo, cuidar de mim nesta viagem que estou fazendo, prover-me de comida e roupa, 21- e levar-me de volta em segurança à casa de meu pai, então o Senhor será o meu Deus. 22- E esta pedra que hoje coloquei como coluna servirá de santuário de Deus; e de tudo o que me deres certamente te darei o dízimo.”

INTRODUÇÃO. Durante a viagem, numa noite, Deus se revela a Jacó em sonho (Gn 28.12-16). A promessa feita a Abraão e Isaque agora é proferida por Deus a Jacó. Da mesma forma que agiu com seus antepassados, isto é, estabelecendo uma aliança, Deus assim procedeu com Jacó (Gn 28.13-15). Mesmo na Mesopotâmia Deus estará com ele, pois é por meio de Jacó que Deus vai cumprir as Suas promessas.

O significado dessa visão tinha aplicações práticas para Jacó, pois confirmava a presença protetora e abençoadora de Deus em sua vida. Mas a visão da escada de Jacó também possui um significado mais profundo que aponta para Cristo.

I. QUANDO OCORREU A VISÃO DA ESCADA DE JACÓ?

A Escada de Jacob (em hebraico: Sulam Yaakov סולם יעקב) refere-se à escada mencionada no texto em estudo. Jacó teve a visão da escada durante uma noite enquanto seguia para Padã-Harã (Gênesis 28). Isso aconteceu logo depois do episódio em que ele enganou seu pai, Isaque, e recebeu a bênção patriarcal em lugar de seu irmão Esaú. Esaú ficou enfurecido pelo que Jacó havia feito, e se comprometeu a matá-lo assim que seu pai morresse. Nesse contexto Jacó foi enviado à casa de seu tio Labão em Padã-Harã até que o ódio de seu irmão passasse (Gn 27).

Enquanto seguia pelo caminho de Berseba para Harã, ele parou num determinado lugar para passar a noite. Então viu em sonhos uma escada, cujos pés repousavam sobre a terra, e cujo topo chegava aos céus; e os anjos de Deus subindo e descendo por esta escada. Viu também o Senhor firmado no cimo da escada e chamou este lugar de Betel que significa “Casa de El”.

Deus está neste lugar. Quando Jacob acordou, ele estava cheio de gratidão, e consagrou o local como a casa de Deus. Ali ele pegou uma das pedras do local e a pôs por sua cabeceira. Essa era uma prática comum naquela época. Inclusive, é provável que a pedra tenha servido mais como proteção para sua cabeça do que como travesseiro. Foi enquanto dormia que Jacó teve a visão da escada.

O impacto da presença de Deus foi tão grande na vida de Jacó que ele ergueu uma coluna e fez um voto. Ainda hoje, Deus quer se relacionar com o ser humano. Devemos desejar ardentemente que Ele seja o nosso alicerce durante a jornada da vida. Não há como prosseguir se o Senhor não for o nosso Deus “Gn 28.21). Mesmo que os dias sejam escuros, Ele é a nossa luz (Sl 119.105).

II. O CONTEÚDO DO SONHO DE JACÓ

As palavras do Senhor para Jacó foram realmente significativas. Ele disse: “Eu sou o SENHOR, Deus de Abraão, teu pai, e Deus de Isaque. A terra em que agora estás deitado, eu a darei a ti e à tua descendência. A tua descendência será como o pó da terra; estender-te-ás para o Ocidente e para o Oriente, e para o Norte e para o Sul. Em ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra. Eis que eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei voltar a esta terra, porque te não desampararei, até que eu cumpra aquilo que tenho lhe falado” (Gn 28.13-15).

Então na sua fuga, originada pela sua fraqueza e seus erros, ou seja, na confissão da incapacidade de Jacó, Deus renova a sua aliança que havia feito com Abraão e Isaque.

Quando acordou do sono ainda de madrugada, Jacó reconheceu que havia recebido a visita do próprio Deus. Isso explica sua declaração: “Na verdade, o Senhor está neste lugar, e eu não sabia. E, temendo, disse: Quão temível é este lugar! É a Casa de Deus, a porta dos céus” (Gn 28.16,17).

Logo em seguida, Jacó pegou a pedra que tinha apoiado sua cabeça durante a noite e a colocou como uma coluna e a consagrou. Nesse ponto o texto bíblico esclarece a localização em que Jacó estava.

Jacó fez uma oferta ao Senhor, quando derramou azeite sobre a pedra e também fez um voto a Ele, veja: “Então Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus estiver comigo, cuidar de mim nesta viagem que estou fazendo, prover-me de comida e roupa, e levar-me de volta em segurança à casa de meu pai, então o Senhor será o meu Deus. E esta pedra que hoje coloquei como coluna servirá de santuário de Deus; e de tudo o que me deres certamente te darei o dízimo.” (Gn 28.20-22). Pronto, estava pactuada a aliança entre Deus e Jacó.

III. O SIGNIFICADO DA ESCADA DE JACÓ

1. Em Jacó Deus começa a revelar seus planos de graça e misericórdia. Assim tendo Jacó andado cerca de 100 km, na altura de Betel, a caminho da casa de seu tio Labão, irmão de sua mãe, dorme sobre uma pedra.

E ele tem um sonho da visão de uma escada, onde os anjos desciam e subiam, do céu a terra.

2. Esta visão é futurística e profética. A escada de Jacó, que fazia a ligação entre a terra e o céu era um símbolo de Jesus Cristo:

“E disse-lhe: Na verdade, na verdade vos digo que daqui em diante vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem”. (Jo 1.51).

3. Jesus é a escada que faz a ligação entre o céu e a terra. A escada de Jacó representava uma ponte que liga a terra ao céu.

3.1. Jesus é o único Caminho. Respondeu Jesus: João 14.6 “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.”

3.2. Jesus é o único intermediador entre Deus e os homens. 1ª Tm 2.25 O apóstolo Paulo diz: “Porque há um só Deus, e um só mediador, entre Deus e os homens.”

3.3. Jesus é a porta. João 10.7, 9 “Então Jesus afirmou de novo: Digo-lhes a verdade: Eu sou a porta das ovelhas. 9- Eu sou a porta; quem entra por mim será salvo. Entrará e sairá, e encontrará pastagem.”

Ao afirmar ser a porta, Jesus estava querendo dizer que é a via de acesso e a Deus Pai e oportunidade de salvação. Repare que, nesse sentido, ele não diz ser uma porta, ou uma das portas. Sua afirmação é exclusivista: “Eu sou a porta; Eu sou o único acesso a Deus”.

3.4. Jesus é a Pedra. A pedra que Jacó usou tipifica Jesus.

A. Jesus é o fundamento da Igreja. Ef 2.20 “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Ele mesmo, Cristo Jesus, a Pedra Angular”.

B. Jesus é a pedra vaticinada pelo profeta Isaias. Is 28.16 “Portanto assim diz o Senhor Deus: Vede, assentai em Sião uma pedra, uma já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que crer não será confundido.”

C. Pedra que os construtores rejeitaram. Lucas 20.17 “Mas ele, olhando para eles, disse: Que é isto, pois, que está escrito? A pedra, que os edificadores reprovaram, essa foi feita cabeça da esquina.”

D. Jesus é pedra angular. Lucas, o médico amado, registrou um discurso do apóstolo Pedro em que é demonstrado que Jesus é a pedra angular:

“Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina. E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (At 4.11 -12).

E. Jesus Cristo é a nossa Rocha. Romanos 9.33 “Como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma ROCHA de escândalo.”

4. Os anjos subiam e desciam. Hebreus 1.14 “Os anjos não são, todos eles, espíritos ministradores enviados para servir aqueles que hão de herdar a salvação?”

Seres angélicos apareceram na escada no sonho de Jacó, subindo e descendo entre o céu e a terra. Criaturas divinas criadas por Deus, anjos servem como mensageiros e agentes da vontade de Deus. Sua atividade simbolizava receber ordens de Deus no céu, ir à terra para realizá-las e depois retornar ao céu para relatar e receber novas ordens. Eles não agem por conta própria.

Por toda a Bíblia, os anjos transmitem instruções aos humanos e os ajudam a cumprir suas missões. Salmos 34.7 “O anjo do Senhor é sentinela ao redor daqueles que o temem, e os livra.”

Até mesmo Jesus foi ministrado por anjos, seguindo Sua tentação no deserto e sua agonia no Getsêmani. O sonho de Jacó era um raro vislumbre nos bastidores do mundo invisível e uma promessa do apoio de Deus.

Podemos orar aos anjos? A Bíblia bem clara que não deve orar aos anjos, pois são criaturas e não divindades. A oração é um ato de adoração. E, assim como os anjos rejeitam a nossa adoração (Ap 22.8-9), eles também rejeitariam as nossas orações. Oferecer o nosso culto ou oração para outra pessoa além de Deus é idolatria.

Existem também várias razões práticas e teológicas pelas quais orar aos anjos é errado. O próprio Cristo nunca orou a mais ninguém senão ao Pai. Quando questionado por Seus discípulos para lhes ensinar a orar, Ele os instruiu: “Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás nos céus...” (Mt 6.9; Lc 11.2).

Portanto a oração deve ser ao Pai e em nome de Jesus. Nos evangelhos o mestre Jesus nos ensina dizendo: “Estes sinais acompanharão os que crerem: em meu nome... (Mc 16.17,18). Em outra ocasião em João 14.13, quando o próprio Cristo diz aos crentes que tudo o que pedirmos em Seu nome será realizado porque Ele pede diretamente ao Pai. E em João 16.23 o mestre Jesus continua dizendo: “Eu lhes asseguro que meu Pai lhes dará tudo o que pedirem em meu nome.

Jesus entendeu que a adoração pertence exclusivamente a Deus. Quando tentado pelo diabo, Jesus recusou a ceder, dizendo: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto” (Mt 4.10).

Oferecer uma oração aos anjos é antibíblica, pois nenhum um anjo ou qualquer outro ser criado é jamais retratado como um intercessor junto ao Pai. Somente o Filho e o Espírito Santo (Rm 8.26), podem interceder diante do trono do Pai.

IV. GRANDE DIFERENÇA ENTRE A ESCADA DA VISÃO DE JACÓ E A TORRE DE BABEL

A visão da escada de Jacó nos ensina que a menos que Deus queira, o homem não pode ter acesso ao céu. Por contraste, aquela visão nos lembra outra história bíblica. Depois do dilúvio, os homens começaram a construir uma torre cujo objetivo era tocar o céu (Gn 11.1-9).

Mas há uma grande diferença entre a torre de Babel e a escada da visão de Jacó. A torre partia da terra para o céu, mas a escada que Jacó viu partia do céu para a terra. A expressão hebraica nesse texto significa literalmente que a escada estava “direcionada para a terra”. Seu alicerce era celestial, não terreno.

Nenhum empreendimento humano pode ligar a terra ao céu. A comunhão entre o céu e a terra é estabelecida somente por uma iniciativa divina. Curiosamente a palavra Babel vem de uma raiz que significa: “confusão de vozes ou de línguas”, “desordem”, “tumulto”, “algazarra”; Mas o contato divino que seus rebeldes construtores buscaram, acabou dando lugar ao juízo de Deus sobre eles. Muitos anos depois, por iniciativa de Deus, Jacó pôde contemplar a “porta dos céus”. Somente pela graça de Deus é que pode haver contato entre o céu e a terra.

CONCLUSÃO.

Os sonhos eram uma maneira pela qual Deus se comunicava com os personagens da Bíblia para revelar informações e dar orientação. Hoje Deus fala principalmente através de Sua Palavra escrita, a Bíblia.

Em vez de tentar interpretar as circunstâncias, podemos agir de acordo com os princípios claros das Escrituras para nos ajudar a tomar decisões. Obediência a Deus deve ser nossa prioridade.

A visão da escada em Gênesis é uma profecia a respeito do Senhor JESUS Cristo. Jacó viu no sonho Jesus que é a porta da salvação (Jo 10.9). Jesus é Deus Conosco, por isso, Paulo afirma em 2ª Co 5.19 “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo”. Quem vê Jesus, vê o Pai, porque o Criador veio a este mundo em carne.

A “escada” perfeita é Jesus Cristo, que foi Deus vindo à terra para salvar a humanidade. Jesus se refere a si mesmo como esta escada.

Nenhuma “religião” nos conduz ao Pai. O apóstolo Paulo deixa claro que somos feitos justos através da morte e ressurreição de Cristo e não através de nossos próprios esforços. Você está tentando subir ao céu em uma “escada” de suas próprias boas obras, tradições, dogmas e comportamento, ou está tomando a “escada” do plano de salvação de Deus, através de Seu Filho Jesus Cristo?

A escada que é Jesus Cristo, ainda está posto sobre a terra para levar-nos ao Pai. Outro caminho é atalho, somente “Jesus é o caminho a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.” (Jo 14.6).

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau -SC

sábado, 28 de agosto de 2021

A HISTÓRIA DE LIA NA BÍBLIA

 


Gênesis 29.21-30 “Então disse Jacó a Labão: Entregue-me a minha mulher. Cumpri o prazo previsto e quero deitar-me com ela. 22- Então Labão reuniu todo o povo daquele lugar e deu uma festa. 23- Mas quando a noite chegou, deu sua filha Lia a Jacó, e Jacó deitou-se com ela. 24- Labão também entregou sua serva Zilpa à sua filha, para que ficasse a serviço dela. 25- Quando chegou a manhã, lá estava Lia. Então Jacó disse a Labão: Que foi que você me fez? Eu não trabalhei por Raquel? Por que você me enganou? 26- Labão respondeu: Aqui não é costume entregar em casamento a filha mais nova antes da mais velha. 27- Deixe passar esta semana de núpcias e lhe daremos também a mais nova, em troca de mais sete anos de trabalho. 28- Jacó concordou. Passou aquela semana de núpcias com Lia, e Labão lhe deu sua filha Raquel por mulher. 29- Labão deu a Raquel sua serva Bila, para que ficasse a serviço dela. 30- Jacó deitou-se também com Raquel, que era a sua preferida. E trabalhou para Labão outros sete anos.”

I. LIA A FILHA MAIS VELHA DE LABÃO

1. Quem era Lia. Lia era a mais velha, e Raquel a mais nova. Lia ou Lea (em hebraico: לֵאָה), é uma matriarca bíblica, filha mais velha de Labão, sobrinha de Rebeca e irmã de Raquel. É também prima e a primeira esposa de Jacó, conforme descrito no livro bíblico de Génesis.

Sobre Lia, o texto de Gênesis 29 apenas diz que ela tinha olhos tenros ou fracos.

Raquel, (em hebraico: Rachael; רחל; Rahel ou Racael, irmã mais nova de Lea, e esposa favorita de Jacó O seu nome tem origem hebraica cujo significado é “ovelha”, é descrita como sendo formosa de porte e de semblante (17). Jacó amava profundamente Raquel, e acordou com Labão que trabalharia sete anos pelo direito de casar-se com ela (18).

2. Lia é descrita como tendo um “olhar terno”. Lea ou Léia. Seu nome vem do hebraico לאה leah, que provavelmente significa “vaca selvagem”.

No entanto, Lia, ou lea, a mesma personagem pode também ser traduzida por “cansada”. Nesse pensamento, temos que olhar então para la’ah לאה, raiz primitiva de onde deriva seu nome e que pode significar: “estar cansado, estar impaciente, estar triste, estar ofendido”.

Mas a Bíblia diz que a irmã de Raquel, Lia, cujo nome significa, era delgada e “tinha olhos meigos” (ou sem brilho). Há uma versão que diz: “Lia tinha olhos meigos, mas Raquel é descrita como tendo um belo semblante, era bonita e atraente, uma mulher formosa à vista (Gn 29.17).

O fato é que, embora as pessoas possam julgá-lo por sua aparência, Deus nunca age desta forma. Ele sabia que o tesouro Raquel estava no exterior, enquanto o de Lia no seu interior.

3. Lia foi a primeira esposa de Jacó. Ela era filha de Labão e irmã mais velha de Raquel, a segunda esposa de Jacó. Dependendo da tradução bíblica, Lia também é chamada de

3.1. Lia foi vítima de um golpe que seu pai deu em Jacó, obrigando-o trabalhar por sete anos em troca de sua irmã Raquel. Passados os sete anos, Jacó pediu a Labão que lhe desse Raquel em casamento. Então Labão deu um grande banquete e à noite entregou sua filha a Jacó. O problema foi que Labão não entregou a Jacó Raquel em casamento, mas Lia (v. 23). Isso quer dizer que o homem que tinha enganado o pai, agora havia sido enganado pelo sogro.

“...quando a noite chegou...” “...Jacó deitou-se com ela”. A escuridão ou talvez um véu pode ter ocultado a identidade de Lia.

3.2. Jacó foi tirar satisfação com seu tio e sogro. Gn 29.25,26 “E aconteceu que pela manhã, viu que era Lia; pelo que disse a Labão: Por que me fizeste isso? Não te tenho servido por Raquel? Por que então me enganaste? 26- E disse Labão: Não se faz assim no nosso lugar, que a menor se dê antes da primogênita.”

“...me enganou.” Chegara a vez de Jacó, o enganador, como denunciavam seu nome: Jaco significa ele agarra o calcanhar ou ele age traiçoeiramente; e seu comportamento. Agora Jacó também foi enganado. Aquele que empregara todos os meios para granjear os benefícios do primogênito teve de receber, a contragosto, a primogênita (vs. 16, 26). [Bíblia de Estudo NVI Vida].

Pelo fato de ser noite, de a noiva estar coberta – segundo o costume da época, e de tudo ter ocorrido após um grande banquete, Jacó não percebeu que tinha desposado a mulher errada. Somente no outro dia pela manhã que ele percebeu que tinha dormido com Lia, e não com Raquel (v. 25).

Ao reclamar com Labão, ele disse a Jacó, que a primogênita deveria se casar primeiro em nome da tradição local. Ou seja, segundo a cultura da mesopotâmia a filha mais nova jamais deveria se casar antes da filha mais velha.

4. Jacó faz um novo acordo com Labão. Gn 29.27 “Cumpre a semana desta; então te daremos também a outra, pelo serviço que ainda outros sete anos comigo servires.”

Os dois entraram em um acordo, Jacó continua com Lia e se casa com Raquel em troca de mais sete anos de trabalho nas terras de Labão. Então assim que se passou a semana das bodas de Lia, Jacó recebeu Raquel como esposa. Mas a atitude astuta e egoísta de Labão resultou em uma permanente fonte de discórdia na família de Jacó. O patriarca hebreu amava mais a Raquel do que a Lia, e isso motivou uma grande rivalidade entre as irmãs (vs. 28-30).

5. A esterilidade de Raquel. Gn 29.30-35 “E possuiu também a Raquel, e amou também a Raquel mais do que a Lia e serviu com ele ainda outros sete anos. Vendo, pois, o Senhor que Lia era desprezada, abriu a sua madre; porém Raquel era estéril.

Jacó amava mais Raquel do que Lia, e ficou bastante angustiado quando descobriu que Raquel era estéril (vs. 30,31). Lia, por outro lado, deu filhos a Jacó, o que causou ciúmes em Raquel.

Naquela região havia um costume de que se uma mulher de classe social elevada fosse estéril, ela poderia ter uma serva (escrava) que daria à luz filhos que seriam legalmente seus. Raquel se aproveitou de tal costume e obrigou Jacó a ter filhos de sua serva Bila (Gn 30.3).

5.1. Esposa não amada foi abençoada. Gn 29.32-5 “E concebeu Lia, e deu à luz um filho, e chamou-o Rúben; pois disse: Porque o Senhor atendeu à minha aflição, por isso agora me amará o meu marido. 33- E concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Porquanto o Senhor ouviu que eu era desprezada, e deu-me também este. E chamou-o Simeão. 34- Concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Agora esta vez se unirá meu marido a mim, porque três filhos lhe tenho dado. Por isso chamou-o Levi. 35- E concebeu outra vez e deu à luz um filho, dizendo: Esta vez louvarei ao Senhor. Por isso chamou-o Judá; e cessou de dar à luz.”

Jacó amava mais Raquel do que Lia, e ficou bastante angustiado quando descobriu que Raquel era estéril (vs. 30,31). Lia, por outro lado, deu filhos a Jacó, o que causou ciúmes em Raquel.

Por meio de Lia, Deus rapidamente deu a Jacó quatro filhos, um após o outro: “Quando o Senhor viu que Lia era desprezada, concedeu-lhe filhos; Raquel, porém, era estéril” (Gn 29.31).

Após alguns anos, Raquel estava frustrada e confrontou Jacó: “Dê-me filhos ou morrerei!” (Gn 30.1). A resposta de Jacó foi dura, mas expressou uma importante verdade teológica: “Por acaso estou no lugar de Deus, que a impediu de ter filhos?” (Gn 30.2). Deus é soberano e filhos são um presente vindo dEle. Quão irônico é que cada irmã possuía o que a outra queria. Lia tinha filhos, mas não tinha o amor de seu marido. Raquel tinha o amor de seu marido, mas não tinha filhos. Por meio disso tudo, Deus estava buscando a atenção de ambas as mulheres para atraí-las a si mesmo.

II. LIA UMA MULHER DESPREZADA PELOS HOMENS, MAS HONRADA POR DEUS

Gn 29.30,31 “E possuiu também a Raquel, e amou também a Raquel mais do que a Lia e serviu com ele ainda outros sete anos. 31- Vendo, pois, o Senhor que Lia era desprezada, abriu a sua madre; porém Raquel era estéril.”

A Bíblia não diz absolutamente nada sobre a mãe de Lia ou qualquer outra informação anterior a chegada de Jacó em Harã. Lia apenas é descrita na Bíblia como uma mulher de olhos tenros. Já sua irmã, Raquel, é descrita como tendo um belo semblante, uma mulher formosa à vista (Gn 29.17).

Podemos ver que: 1. Raquel era amada. 2. Lia era desprezada.

1. Lia uma mulher ferida. Lia é uma personagem bíblica que sintetiza muito bem a ideia de uma pessoa ferida pelas:

Circunstâncias da vida;

Insegura;

Rejeitada pelos outros;

Infeliz no seu casamento;

Sem poder de fala;

Usada como objeto para satisfazer as vaidades dos outros;

Uma pessoa mal sucedida aos olhos dos homens.

Lia se sentiu usada por seu pai, que a vendeu;

Lia se sentia feia;

Lia se casou com um homem que não a amava.

2. Lia era desprovida de beleza. Gênesis 29.16-19 “E Labão tinha duas filhas; o nome da mais velha era Lia, e o nome da menor Raquel. 17- Lia tinha olhos tenros, mas Raquel era de formoso semblante e formosa à vista. 18- E Jacó amava a Raquel, e disse: Sete anos te servirei por Raquel, tua filha menor.19- Então disse Labão: Melhor é que eu a dê a ti, do que eu a dê a outro homem; fica comigo.”

Lia era Filha mais velha de Labão, foi a primeira esposa de Jacó, que foi obrigado a se casar com ela para conseguir a irmã de Lia, Raquel.

Lia era uma mulher linda de coração, mas não tinha nenhuma beleza exterior. A palavra hebraica traduzida por “meigos” significa “fracos” e é de difícil interpretação. Algo sobre os olhos de Lia soava negativamente.

3. Indesejada. Gn 29.23-26 “Mas quando a noite chegou, deu sua filha Lia a Jacó, e Jacó deitou-se com ela. 24- Labão também entregou sua serva Zilpa à sua filha, para que ficasse a serviço dela. 25- Quando chegou a manhã, lá estava Lia. Então Jacó disse a Labão: “Que foi que você me fez? Eu não trabalhei por Raquel? Por que você me enganou?” 26- Labão respondeu: “Aqui não é costume entregar em casamento a filha mais nova antes da mais velha.”

Uma mulher que sentiu o desprezo do pai ao ser usada em benefício dele. E esse foi só o início do seu sofrimento.

Labão não foi sábio em guiar suas filhas e em evitar a comparação entre elas. Na verdade, seu comportamento ao arranjar o casamento delas foi de um pai que achava que a única maneira de arrumar um casamento para Lia seria enganando alguém e fazendo esse alguém se casar com ela.

4. Lia foi desprezada, rejeitada por Jacó. Gênesis 29.30-31 “Jacó deitou-se também com Raquel, que era a sua preferida. E trabalhou para Labão outros sete anos. 31- Vendo, pois, o Senhor que Lia era desprezada, abriu a sua madre; porém Raquel era estéril.”

A história dela é marcada pela falta de consideração, de amor, de apreço. Seu pai a usou para ter mais dinheiro. Ao se casar, tinha um marido que não a amava. Depois, sua irmã casou-se com seu esposo e o amor dele era maior por ela (v. 30).

Apesar de gentil e meiga Jacó ainda assim desprezava Lia (v. 31). Deus se compadeceu da condição de desprezo que Lia sofria e a abençoou dando a luz a sete filhos, seis deles os fundadores das Doze Tribos de Israel.

Essa é a prova de que Deus sabia do sofrimento de Lia e a colocou em posição de vantagem em relação a Raquel. O Senhor se mostrou no controle de todas as coisas ao conceder filhos a Lia, e deixou claro que, mesmo que Jacó não a amasse, Ele a amava, cuidava e ajudava a passar pelos sofrimentos.

5. Ferida pela vida. Gn 30.14,15 “E foi Rúben nos dias da ceifa do trigo, e achou mandrágoras no campo. E trouxe-as a Lia sua mãe. Então disse Raquel a Lia: Ora dá-me das mandrágoras de teu filho. 15- E ela lhe disse: É já pouco que hajas tomado o meu marido, tomarás também as mandrágoras do meu filho? Então disse Raquel: Por isso ele se deitará contigo esta noite pelas mandrágoras de teu filho.”

Quando Léia obteve algumas mandrágoras (com essas plantas costumavam fazer um remédio que as pessoas acreditavam que ajudavam as mulheres a engravidar), Raquel as comprou com o preço de lhe dar uma noite com Jacó. A amargura de Raquel aumentou quando ela descobriu que as mandrágoras não a ajudavam. Na noite em que Lia passou com Jacó por causa do acordo com Raquel pelas mandrágoras, ela acabou concebendo seu quinto filho com Jacó, a quem chamou de Issacar (Gn 30.18). Depois, Lia concebeu outra vez e deu à luz a Zebulom. Na sequência ela ainda concebeu e deu à luz a uma filha, a quem chamou Diná (Gn 30.17).

6. Os comentários de Lia quando deu o nome a seus três primeiros filhos mostraram uma mulher faminta pelo amor de seu marido.

6.1. O nome de seu primeiro. Ela deu o nome de Rúben (que significa “ver”) ao seu primogênito, dizendo: “O Senhor viu a minha infelicidade. Agora, certamente o meu marido me amará” (Gn 29.32).

6.2. O nome de seu segundo filho foi Simeão (de “ouvir”). Lia lamentou: “Porque o Senhor ouviu que sou desprezada, deu-me também este. Pelo que o chamou Simeão” (Gn 29.33).

6.3. Ao terceiro filho ela chamou Levi (de “apegar”). Como dói o coração ler sobre o lamento de Lia: “Agora, finalmente, meu marido se apegará a mim, porque já lhe dei três filhos” (Gn 29.34).

6.4. O nome de quarto filho ela chamou de Judá (louvor). Alguma coisa mudou com a chegada do quarto filho. Deus fez um grande trabalho no coração de Lia: “Engravidou ainda outra vez e, quando deu à luz mais outro filho, disse: Desta vez louvarei ao Senhor. Assim deu-lhe o nome de Judá (de “louvor”). (Gn 29.35).

Foi como se Lia tivesse decidido: “Não deixarei que os homens, ou minhas difíceis circunstâncias, me impeçam de louvar a Deus e de desfrutar de Suas bênçãos!” Lia aprendeu aquilo que Deus está tentando ensinar a nós todos: a verdadeira alegria da vida é encontrada no Senhor somente. O casamento pode ser bom e os filhos podem ser bênçãos, mas eles não são nossa fonte extrema de realização e significado. Deus é!

Deus realizou algo grandioso em Lia, mas também fez algo grandioso através dela. Quando tudo havia sido dito e feito, Ele fez dela a mãe de seis dos filhos de Jacó, de quem vieram as doze tribos de Israel. Ela se tornou conhecida por gerações como uma das duas mulheres que, “juntas formaram as tribos de Israel” (Rt 4.11).

7. Deus também fez de Lia uma dentre os ancestrais do Messias. Os leitores de Gênesis que conhecem todo o relato bíblico se alegram por ver o papel de Judá (“louvor”), filho de Lia, como o cabeça da tribo do rei (Gn 49.10), por meio de quem veio o rei Davi e, finalmente, o “Filho de Davi”, Jesus, o Messias. Deus tem prazer em usar “as coisas loucas do mundo (...) as coisas fracas do mundo (...) insignificantes do mundo, as desprezadas e as que nada são” para realizar Suas grandes obras, “para que ninguém se vanglorie diante dele” (1ª Co 1.27-29, NVI).

O próprio Messias “não tinha qualquer beleza ou majestade que nos atraísse, nada havia em sua aparência para que o desejássemos” (Is 53.2, NVI). Deus tomou uma mulher que não era amada, como Lia e, em Seu amor, fez dela a mãe da linhagem messiânica. Como Lia, você pode ter satisfeitos, em Deus, seus verdadeiros desejos, pois Ele é o Deus que ama você e que lhe deu Jesus, para ir à cruz e, assim, levar você ao Seu Pai. Entregue seus desejos a Deus e veja o que Ele fará em você e através de você.

8. A Inveja de Raquel. Sua irmã, Raquel, mesmo sendo amada e favorita, não se porta da mesma forma. Lia buscou respostas em Deus, o Supremo. Raquel buscou-as em Jacó e se frustrou. Então, ela cede ao antigo estratagema (que já dera problemas com Abraão e Sara!) e arranja uma concubina. O texto não fala sequer uma vez que Raquel orou a Deus por seu propósito. Mas reforça que ela queria os filhos para competir com a irmã (Gn 30.8), enquanto a intenção de Lia era alcançar um lugar no coração do marido (Gn 29.34). Por conta da inveja de Raquel por não poder gerar, a mesma entregou a Jacó sua serva Bila que lhe concedeu filhos e em seguida Lia também tomou sua serva Zilpa e deu por mulher a Jacó e esta também gerou. Diante desses nascimentos Lia declarou quando Zilpa gerou Gade: “Bem aventurada eu sou” (Gn 30.11) e quando Zilpa gerou Aser: “Eis que estou realizada, porquanto todas as mulheres dirão que sou muito feliz” (Gn 30.13). Assim, enquanto essa busca prosseguia, a casa se encheu de crianças. Mas esse trecho nos fala dos perigos da motivação inadequada. Por conta disso, Raquel veio a falecer de uma gravidez de alto risco, algo muito comum naquele tempo. Ponha diante de Deus suas intenções e peça ao Senhor sabedoria. Às vezes, queremos mais do que temos e nosso pecado da ganância pode colocar nossa vida e até nossa alma em risco, nossos valores, a totalidade do nosso ser. Foi o que aconteceu com Raquel.

9. Um lugar de honra Deus abençoou Lia de tal maneira que seus filhos foram fundadores de seis tribos das 12 de Israel! Nada mal para uma “perdedora”.

Diz a Palavra de Deus que se nossos olhos forem bons, todo o nosso corpo será luminoso (Mt 6.22). Esta é uma verdade na história de Lia. Seu olhar de doçura frente à dureza da vida lhe deu espaço privilegiado. Ela se tornou mãe de uma grande nação. Foi da tribo de Judá, um de seus filhos, que veio Jesus Cristo, o salvador do mundo.

10. A morte de Lia. Raquel morreu antes de Lia, a qual foi sepultada no caminho de Belém.

A Lia faleceu antes de Jacó e foi enterrada numa gruta que estava no campo de Efrom, o hitita, na caverna do campo de Macpela, perto de Manre, em Canaã, campo que Abraão comprou de Efrom, o hitita, como propriedade para sepultura familiar.

Mas quando Jacó morre, ele pede para ser enterrado na sepultura de seus pais, onde estavam Abraão, Sara, Isaque, Rebeca e Lia (Gn 49.29-31). Esse cuidado de Jacó em contar isso revela que Lia, finalmente, encontrara seu lugar no seio daquela família. De fato, talvez Jacó amasse mais a Raquel do que a Lia, mas ele também amava a Lia. Era apenas o que ela queria e sua postura de justiça, doçura e firmeza lhe garantiu.

O fato é que, embora as pessoas possam julgá-lo por sua aparência, Deus nunca age desta forma. Ele sabia que o tesouro Raquel estava no exterior, enquanto o de Lia no seu interior.

CONCLUSÃO

Deus honrou Lia. Aprenda isto: antes do início do mundo, Deus o escolheu para um determinado propósito. Embora seu marido Jacó não a notasse, Lia já tinha um grande papel no plano de Deus. A Bíblia diz, “Vendo o Senhor que Lia era desprezada, fê-la fecunda; ao passo que Raquel era estéril” (Gn 29.31 ARA).

Mesmo diminuída pelo marido, ela era engrandecida por Deus dentro da sua casa a cada vez que tinha um filho: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Isaacar, Zebulom e Diná.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

sábado, 21 de agosto de 2021

OS FILHOS DE JACÓ E AS TRIBOS DE ISRAEL

 


I. OS FILHOS DE JACÓ E AS TRIBOS DE ISRAEL

Os nomes dos filhos de Jacó foram baseados primariamente nos sons das palavras ou frases e não no significado literal direto.

1. Os filhos de Jacó nasceram de quatro mulheres diferentes. Duas delas eram esposas oficiais do patriarca: Lia e Raquel. As outras duas eram servas de suas duas esposas. Conforme um costume que havia naquele tempo na Mesopotâmia, uma esposa podia oferecer a seu marido sua serva pessoal com o objetivo de gerar um filho que legalmente seria considerado seu.

Embora Lia fosse a esposa desprezada, foi ela quem deu a Jacó a maior parte de seus filhos. Os filhos de Jacó com Lia foram: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom e Diná, a única filha de Jacó (Gn 29.31-35; 30.17-20; 34.1).

2. Os filhos de Bila. Raquel era estéril, e durante muito tempo sofreu o drama de não poder ser mãe. Na ansiedade de poder dar filhos a seu marido, Raquel pediu que Jacó se deitasse com Bila, sua serva pessoal. Dessa forma, os filhos de Jacó nascidos através de Bila seriam considerados seus filhos legais. Foi assim que nasceram Dã e Neftali (Gn 30.1-8).

3. Os filhos de Zilpa. Nesse tempo Lia já tinha parado de gerar filhos de Jacó. Então vendo o que Raquel havia feito, ela também ofereceu a Jacó sua serva pessoa, Zilpa. Então os filhos de Jacó nascidos através de Zilpa foram Gade e Aser (Gn 30.9-13). Mas depois disso Lia novamente voltou a engravidar, e assim nasceram Issacar, Zebulom e Diná (Gn 30.17-21).

4. Os filhos de Raquel. Finalmente Raquel conseguiu engravidar. A Bíblia diz que Deus se lembrou de Raquel, ouviu sua oração e abriu sua madre. Então Raquel deu à luz a José, o mesmo que mais tarde se tornou governador do Egito (Gn 30.22-25).

Todos esses filhos de Jacó nasceram enquanto Jacó ainda estava morando em Padã-Harã, nas terras de Labão. Mas Jacó resolveu voltar à terra de seus pais em Canaã. Nesse tempo Raquel engravidou mais uma vez. Ela teve um parto difícil e acabou não sobrevivendo ao dar à luz a Benjamim (Gn 35.16-21).

Queremos lembrar os nomes dos 12 filhos de Jacó, porque deles descendeu toda a nação de Israel. De fato, as 12 tribos de Israel levam os nomes de 10 filhos de Jacó e de dois filhos de José. Isaque viveu ainda muito depois do nascimento desses meninos, e deve ter ficado feliz com tantos netos. Mas vejamos o que aconteceu com sua neta Diná.

Sobre as outras filhas de Jacó, nada sabemos; nem mesmo seus nomes (cf. Gn 37.35; 46.7). Isso é natural, pois a narrativa bíblica prioriza o registro daquelas pessoas que tiveram alguma relevância para a história que estava sendo contada.

II. OS NOMES DOS FILHOS DE JACÓ E O SIGNIFICADO DOS NOMES

A rivalidade das esposas de Jacó fica evidente na ocasião do nascimento de cada um dos filhos do patriarca. O nome que cada um deles recebeu teve a ver com o drama e a disputa entre as duas mulheres. Vejamos:

1. Rúben, filho de Lia. “O Senhor atendeu à minha aflição. Por isso, agora me amará meu marido” (Gn 29.32). O verbo olhar é creditado para o testemunho de Léia. A esperança de seu marido ter o verdadeiro amor por ela não foi concretizada.

2. Simeão, filho de Lia. “Soube o Senhor que era preterida e me deu mais este” (Gn 29.33).

3. Levi filho, de Lia. “Agora, desta vez, se unirá mais a mim meu marido, porque lhe dei à luz três filhos” (Gn 29.34).

4. Judá, filho de Lia. “Esta vez louvarei o Senhor” (Gn 29.35).

4.5. Dã, filho de Bila, serva de Raquel. “Deus me julgou, e também me ouviu a voz, e me deu um filho” (Gn 30.6).

5. Naftali, filho e Bila, serva de Raquel. “Com grandes lutas tenho competido com minha irmã e logrei prevalecer” (Gn 30.8).

6. Gade, filho de Zilpa, serva de Lia. “Afortunada!” (Gn 30.11).

7. Aser, filho de Zilpa, serva de Lia. “É a minha felicidade! Porque as filhas me terão por venturosa” (Gn 30.13).

8. Issacar, filho de Lia. “Deus me recompensou, porque dei a minha serva a meu marido” (Gn 30.18).

9. Zebulom, filho de Lia. “Deus me concedeu excelente dote; desta vez permanecerá comigo meu marido, porque lhe dei seis filhos” (Gn 30.20).

10. José, filho de Raquel. “Deus me tirou o meu vexame… Dê-me o Senhor ainda outro filho” (Gn 30.23,24).

11. Benjamim. O nome Benjamim deriva do hebraico Benyamin, junção das palavras ben que significa “filho”, e yamin, que significa “filho da felicidade”, “filho da mão direita”, “o bem-amado”.

III. OS FILHOS DE JACÓ E AS TRIBOS DE ISRAEL

É muito importante saber sobre os filhos de Jacó para uma melhor compreensão da história bíblica. Os filhos de Jacó deram origem às tribos que formaram a nação de Israel. Dez, dos doze filhos de Jacó, deram nomes a tribos: Rúben, Simeão, Judá, Dã, Neftali, Gade, Aser, Issacar, Zebulom e Benjamim.

Levi e José tiveram um tratamento diferente. A tribo de Levi não participou da divisão territorial da Terra Prometida; mas foi separada para o serviço do Senhor. Por isso que todos os sacerdotes e levitas pertenciam a essa tribo que não foi contada entre as doze.

O capítulo 30 do livro de Gênesis descreve José foi o décimo primeiro filho de Jacó, e o primeiro com sua esposa que mais amava, Raquel.

O nome “José” vem do hebraico Yosep e significa “que Ele (Deus) acrescente (filhos)”, ou “possa Ele acrescentar”. Tal significado fica esclarecido em Gênesis 30.24. Popularmente, José, filho de Jacó, ficou conhecido como “José do Egito”. É claro que essa designação se dá por conta do modo com que Deus o exaltou entre os egípcios.

Quanto a José, ele acabou recebendo uma porção dobrada da bênção patriarcal e seus dois filhos tornaram-se líderes tribais. Assim, Manassés e Efraim, filhos de José e netos de Jacó, completaram as doze tribos de Israel.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC


JACÓ NA CASA DE LABÃO

 


Gn 29.16-35 “E Labão tinha duas filhas; o nome da mais velha era Lia, e o nome da menor Raquel. 17- Lia tinha olhos tenros, mas Raquel era de formoso semblante e formosa à vista. 18- E Jacó amava a Raquel, e disse: Sete anos te servirei por Raquel, tua filha menor. 19- Então disse Labão: Melhor é que eu a dê a ti, do que eu a dê a outro homem; fica comigo. 20- Assim serviu Jacó sete anos por Raquel; e estes lhe pareceram como poucos dias, pelo muito que a amava. 21- E disse Jacó a Labão: Dá-me minha mulher, porque meus dias são cumpridos, para que eu me case com ela. 22- Então reuniu Labão a todos os homens daquele lugar, e fez um banquete. 23- E aconteceu, à tarde, que tomou Lia, sua filha, e trouxe-a a Jacó que a possuiu. 24- E Labão deu sua serva Zilpa a Lia, sua filha, por serva. 25- E aconteceu que pela manhã, viu que era Lia; pelo que disse a Labão: Por que me fizeste isso? Não te tenho servido por Raquel? Por que então me enganaste? 26- E disse Labão: Não se faz assim no nosso lugar, que a menor se dê antes da primogênita. 27- Cumpre a semana desta; então te daremos também a outra, pelo serviço que ainda outros sete anos comigo servires.28- E Jacó fez assim, e cumpriu a semana de Lia; então lhe deu por mulher Raquel sua filha. 29- E Labão deu sua serva Bila por serva a Raquel, sua filha. 30- E possuiu também a Raquel, e amou também a Raquel mais do que a Lia e serviu com ele ainda outros sete anos. 31- Vendo, pois, o Senhor que Lia era desprezada, abriu a sua madre; porém Raquel era estéril. 32- E concebeu Lia, e deu à luz um filho, e chamou-o Rúben; pois disse: Porque o Senhor atendeu à minha aflição, por isso agora me amará o meu marido. 33- E concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Porquanto o Senhor ouviu que eu era desprezada, e deu-me também este. E chamou-o Simeão.34- E concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Agora esta vez se unirá meu marido a mim, porque três filhos lhe tenho dado. Por isso chamou-o Levi. 35- E concebeu outra vez e deu à luz um filho, dizendo: Esta vez louvarei ao Senhor. Por isso chamou-o Judá; e cessou de dar à luz.”

INTRODUÇÃO. Deus fez uma promessa ao patriarca Abraão dizendo que ele seria pai de uma grande nação. Esta promessa é transferida para Isaque seu filho, e as promessas de Isaque são passada par Jacó.

Gênesis 29 inicia mostrando a chegada de Jacó à região de Harã. Ele havia fugido de sua casa por causa da ira de seu irmão, Esaú; e também estava indo à casa de seu tio Labão para arrumar uma esposa dentre a parentela de sua mãe (Gênesis 27).

Esta história acontece aproximadamente 4.000 a.C.

I. A FUGA DE JACÓ

1. O caminho de Jacó. Quando Jacó enganou seu irmã Esaú e ele ficou furioso a ponto de querer matar seu irmão, então Jacó, fugiu para casa de seu tio Labão irmão de Rebeca sua mãe que morava em Harã.

V. 1. “Então Jacó seguiu o seu caminho, e chegou na terra do povo do oriente.”

Então Jacó seguiu o seu caminho. No original hebraico, Jacó levantou os pés. Ele retomou seu caminho na manhã seguinte com um coração leve e passos rápidos após a visão da escada; pois os sinais do favor divino tendem a acelerar o cumprimento do dever.

2. A chegada de Jacó a Harã. A Bíblia diz que quando ele chega em Harã encontrou um poço com uma grande pedra em cima.

V. 2-5. “E, olhando, viu um poço no campo e três rebanhos de ovelhas deitadas próximas a ele, porque daquele poço davam de beber aos rebanhos; e havia uma grande pedra que tapava a boca do poço. 3- E ajuntavam ali todos os rebanhos, e removiam a pedra de sobre a boca do poço, e davam de beber às ovelhas; e tornavam a pôr a pedra sobre a boca do poço, no seu lugar. 4- E disse-lhes Jacó: Meus irmãos, donde sois? E disseram: Somos de Harã. 5- E ele lhes disse: Conheceis a Labão, filho de Naor? E disseram: Conhecemos.”

Já perto de Harã, Jacó encontrou três rebanhos de ovelhas reunidos perto de um poço no campo, provavelmente uma cisterna, mas ninguém lhes dava água.

Nos lugares áridos do Oriente os poços de água eram cobertos (e ainda são) para não fossem cheios da areia que é carregada pelo vento. Assim, para que o poço não ficasse aberto por muito tempo esperava-se para tirar a água quando todos os rebanhos estivessem reunidos; e quando se terminasse, o poço era imediatamente fechado novamente.

Então Jacó cumprimentou gentilmente aqueles homens e lhes perguntou de onde eles eram. Quando os homens disseram que eram de Harã, Jacó lhes perguntou se eles conheciam Labão. Os homens lhe responderam que sim, e que, por sinal, sua filha Raquel estava se aproximando dali trazendo as ovelhas de seu pai (Gênesis 29.4-6).

Filho de Naor, ou seja, descendente de Naor. Labão era cronologicamente filho de Betuel e neto de Naor.”

Os pastores estavam esperando a filha de Labão chegar com seu rebanho, para que todos ajudassem na remoção da pedra e depois tapassem o poço novamente. Como na história do capítulo 24, esta narrativa assinala a segurança pessoal das mulheres na sociedade de Harã, mesmo em campo aberto.

3. Os pastores esperavam um pelos outros. V. 6-7. Disse-lhes mais: Está ele bem? E disseram: Está bem, e eis aqui Raquel sua filha, que vem com as ovelhas. 7- E ele disse: Eis que ainda é pleno dia, não é tempo de ajuntar o gado; dai de beber às ovelhas, e ide apascentá-las.”

Eles esperavam um pelos outros para que a pedra fosse removida e todos ajudavam a tirar a pedra e colocavam juntos. Mas Jacó disse: “Deem de beber às ovelhas, e as levem de volta para o pasto.”

4. Até que se juntem todos os rebanhos. V. 8. “E disseram: Não podemos, até que todos os rebanhos se ajuntem, e removam a pedra de sobre a boca do poço, para que demos de beber às ovelhas.”

Visto que três pastores com seus rebanhos já estavam reunidos ali, a indicação é de que eram necessários mais homens do que apenas aqueles para remover a enorme pedra. Esses pastores serviram para realçar a ambição, a energia e a força de Jacó.

II. O ENCONTRO DE JACÓ COM RAQUEL

Gn 29. 9-12 “Estando ele ainda falando com eles, veio Raquel com as ovelhas de seu pai; porque ela era pastora. 10- E aconteceu que, vendo Jacó a Raquel, filha de Labão, irmão de sua mãe, e as ovelhas de Labão, irmão de sua mãe, chegou Jacó, e revolveu a pedra de sobre a boca do poço e deu de beber às ovelhas de Labão, irmão de sua mãe. 11- E Jacó beijou a Raquel, e levantou a sua voz e chorou.

1. Raquel chegou com o rebanho de seu pai. Rapidamente Raquel chegou ao poço. Após fazer isso, Jacó beijou Raquel e chorou. O beijo naquele contexto era um gesto de cumprimento comum entre parentes. Em seguida Jacó contou a Raquel que eles eram parentes e rapidamente ela foi contar a Labão (v. 12).

2. A visão da prima Raquel (v. 10) mudou Jacó em um modelo de força. Ao vê-la, imediatamente Jacó removeu a pedra do poço e deu água às ovelhas de Labão. Provavelmente a pedra que cobria o poço era pesada, foi prontamente retirada pelos arrancos vigorosos do estranho de Canaã e a atitude de Jacó certamente deu uma boa impressão de sua utilidade para o trabalho. Cântaro após cântaro de água foi tirado do poço para as ovelhas da moça.

3. Beijou a moça e chorou e em alta voz (v. 11). Raquel deve ter ficado agradavelmente surpresa quando foi beijada pelo emocionado Jacó, o qual se identificou como seu primo. O termo irmão (v. 12) tem aqui o sentido de parente; na verdade, Jacó era sobrinho de Labão.

4 Identificou quem ele era. V. 12. “E Jacó anunciou a Raquel que era irmão de seu pai, e que era filho de Rebeca; então ela correu, e o anunciou a seu pai.”

Parente de seu pai. No original hebraico, irmão de seu pai. O termo “irmão” no Oriente é usado para diversos tipos de relacionamento, como tio, primo ou sobrinho.

Sem dúvida esse encontro de Jacó e Raquel junto ao poço na região de Harã revela a providência divina cuidando de cada detalhe da história da redenção.

III. O ENCONTRO DE JACÓ NA CASA DE LABÃO

Vs. 13-15 “E aconteceu que, ouvindo Labão as novas de Jacó, filho de sua irmã, correu-lhe ao encontro, e abraçou-o, e beijou-o, e levou-o à sua casa; e ele contou a Labão todas estas coisas. 14- Então Labão disse-lhe: Verdadeiramente és tu o meu osso e a minha carne. E ficou com ele um mês inteiro. 15- Depois disse Labão a Jacó: Porque tu és meu irmão, hás de servir-me de graça? Declara-me qual será o teu salário.”

1. A reação da casa foi imediata e hospitaleira. Labão, à maneira autenticamente oriental, abraçou e beijou o parente. Na hora da refeição com a família, Jacó contou a Labão tudo o que havia acontecido em sua viagem e ficou hospedado em sua casa. Durante um mês, não houve indicação de que Labão não tivesse pensamentos de puro afeto por Jacó. Depois de um mês que Jacó estava ali, Labão achou justo que Jacó estabelecesse um salário para servir em sua casa. Foi nesse momento que Jacó propôs servir Labão por sete anos em troca de poder casar-se com Raquel.

2. Labão tinha duas filhas. Vs. 16-20 “E Labão tinha duas filhas; o nome da mais velha era Lia, e o nome da menor Raquel. 17- Lia tinha olhos tenros, mas Raquel era de formoso semblante e formosa à vista. 18- E Jacó amava a Raquel, e disse: Sete anos te servirei por Raquel, tua filha menor. 19- Então disse Labão: Melhor é que eu a dê a ti, do que eu a dê a outro homem; fica comigo. 20- Assim serviu Jacó sete anos por Raquel; e estes lhe pareceram como poucos dias, pelo muito que a amava.”

3. Lia era a mais velha, e Raquel a mais nova. Lia ou Lea (em hebraico: לֵאָה), é uma matriarca bíblica, filha mais velha de Labão, sobrinha de Rebeca e irmã de Raquel. É também prima e a primeira esposa de Jacó, conforme descrito no livro bíblico de Génesis

Sobre Lia, o texto de Gênesis 29 apenas diz que ela tinha olhos tenros ou fracos.

Raquel, (em hebraico: Rachael; רחל; Rahel ou Racael, é uma das personagens da Bíblia; filha de Labão, sobrinha de Rebeca, irmã mais nova de Lea, prima e esposa favorita de Jacó e mãe de José e Benjamim. O seu nome tem origem hebraica cujo significado é “ovelha”, é descrita como sendo formosa de porte e de semblante (17). Jacó amava profundamente Raquel, e acordou com Labão que trabalharia sete anos pelo direito de casar-se com ela (18).

4. Jacó é enganado por Labão. Gênesis 29.21-30 “E disse Jacó a Labão: Dá-me minha mulher, porque meus dias são cumpridos, para que eu me case com ela. 22- Então reuniu Labão a todos os homens daquele lugar, e fez um banquete. 23- E aconteceu, à tarde, que tomou Lia, sua filha, e trouxe-a a Jacó que a possuiu. 24- E Labão deu sua serva Zilpa a Lia, sua filha, por serva. 25- E aconteceu que pela manhã, viu que era Lia; pelo que disse a Labão: Por que me fizeste isso? Não te tenho servido por Raquel? Por que então me enganaste? 26- E disse Labão: Não se faz assim no nosso lugar, que a menor se dê antes da primogênita. 27- Cumpre a semana desta; então te daremos também a outra, pelo serviço que ainda outros sete anos comigo servires. 28- E Jacó fez assim, e cumpriu a semana de Lia; então lhe deu por mulher Raquel sua filha. 29- E Labão deu sua serva Bila por serva a Raquel, sua filha. 30- E possuiu também a Raquel, e amou também a Raquel mais do que a Lia e serviu com ele ainda outros sete anos.”

4.1. Lia foi vítima de um golpe que seu pai deu em Jacó, obrigando-o trabalhar por sete anos em troca de sua irmã Raquel. Passados os sete anos, Jacó pediu a Labão que lhe desse Raquel em casamento. Então Labão deu um grande banquete e à noite entregou sua filha a Jacó. O problema foi que Labão não entregou a Jacó Raquel em casamento, mas Lia (v. 23). Isso quer dizer que o homem que tinha enganado o pai, agora havia sido enganado pelo sogro.

“...quando a noite chegou...” “...Jacó deitou-se com ela”. A escuridão ou talvez um véu (v. 24.25) pode ter ocultado a identidade de Lia.

4.2. Jacó foi tirar satisfação com seu tio e sogro. Gn 29.25,26 “E aconteceu que pela manhã, viu que era Lia; pelo que disse a Labão: Por que me fizeste isso? Não te tenho servido por Raquel? Por que então me enganaste? 26- E disse Labão: Não se faz assim no nosso lugar, que a menor se dê antes da primogênita.”

“...me enganou.” Chegara a vez de Jacó, o enganador, como denunciavam seu nome: Jaco significa ele agarra o calcanhar ou ele age traiçoeiramente; e seu comportamento. Agora Jacó também foi enganado. Aquele que empregara todos os meios para granjear os benefícios do primogênito teve de receber, a contragosto, a primogênita (vs. 16, 26). [Bíblia de Estudo NVI Vida].

Ao reclamar com Labão ouviu dele que a primogênita deveria se casar antes em nome da tradição local.

Pelo fato de ser noite, de a noiva estar coberta – segundo o costume da época, e de tudo ter ocorrido após um grande banquete, Jacó não percebeu que tinha desposado a mulher errada. Somente no outro dia pela manhã que ele percebeu que tinha dormido com Lia, e não com Raquel (v. 25).

Então, Jacó escutou de Labão que naquelas terras a filha mais nova jamais deveria se casar antes da filha mais velha, ou seja, era cultura daquela época se casar primeiro a mais velha.

4.3. Jacó faz um novo acordo com Labão. Gn 29.27 “Cumpre a semana desta; então te daremos também a outra, pelo serviço que ainda outros sete anos comigo servires.”

Os dois entraram em um acordo, Jacó continua com Lia e se casa com Raquel em troca de mais sete anos de trabalho nas terras de Labão. Então assim que se passou a semana das bodas de Lia, Jacó recebeu Raquel como esposa. Mas a atitude astuta e egoísta de Labão resultou em uma permanente fonte de discórdia na família de Jacó. O patriarca hebreu amava mais a Raquel do que a Lia, e isso motivou uma grande rivalidade entre as irmãs (vs. 28-30).

4.4. Jacó concordou com a proposta de Labão porque amava Raquel. Então assim que se passou a semana das bodas de Lia, Jacó recebeu Raquel como esposa. Mas a atitude astuta e egoísta de Labão resultou em uma permanente fonte de discórdia na família de Jacó. O patriarca hebreu amava mais a Raquel do que a Lia, e isso motivou uma grande rivalidade entre as irmãs (28-30).

5. A esterilidade de Raquel. Gn 29.30-35 “E possuiu também a Raquel, e amou também a Raquel mais do que a Lia e serviu com ele ainda outros sete anos. Vendo, pois, o Senhor que Lia era desprezada, abriu a sua madre; porém Raquel era estéril.

Jacó amava mais Raquel do que Lia, e ficou bastante angustiado quando descobriu que Raquel era estéril (vs. 30,31). Lia, por outro lado, deu filhos a Jacó, o que causou ciúmes em Raquel.

Naquela região havia um costume de que se uma mulher de classe social elevada fosse estéril, ela poderia ter uma serva (escrava) que daria à luz filhos que seriam legalmente seus. Raquel se aproveitou de tal costume e obrigou Jacó a ter filhos de sua serva Bila (Gn 30.3).

5.1. Esposa não amada foi abençoada. Gn 29.32-5 “E concebeu Lia, e deu à luz um filho, e chamou-o Rúben; pois disse: Porque o Senhor atendeu à minha aflição, por isso agora me amará o meu marido. 33- E concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Porquanto o Senhor ouviu que eu era desprezada, e deu-me também este. E chamou-o Simeão. 34- Concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Agora esta vez se unirá meu marido a mim, porque três filhos lhe tenho dado. Por isso chamou-o Levi. 35- E concebeu outra vez e deu à luz um filho, dizendo: Esta vez louvarei ao Senhor. Por isso chamou-o Judá; e cessou de dar à luz.”

Jacó amava mais Raquel do que Lia, e ficou bastante angustiado quando descobriu que Raquel era estéril (vs. 30,31). Lia, por outro lado, deu filhos a Jacó, o que causou ciúmes em Raquel.

Por meio de Lia, Deus rapidamente deu a Jacó quatro filhos, um após o outro: “Quando o Senhor viu que Lia era desprezada, concedeu-lhe filhos; Raquel, porém, era estéril” (Gn 29.31). Após alguns anos, Raquel estava frustrada e confrontou Jacó: “Dê-me filhos ou morrerei!” (Gn 30.1). A resposta de Jacó foi dura, mas expressou uma importante verdade teológica: “Por acaso estou no lugar de Deus, que a impediu de ter filhos?” (Gn 30.2). Deus é soberano e filhos são um presente vindo dEle. Quão irônico é que cada irmã possuía o que a outra queria. Lia tinha filhos, mas não tinha o amor de seu marido. Raquel tinha o amor de seu marido, mas não tinha filhos. Por meio disso tudo, Deus estava buscando a atenção de ambas as mulheres para atraí-las a si mesmo.

5.2. Deus ouviu Raquel. Gn 30.22-24 “Então Deus lembrou-se de Raquel. Deus ouviu o seu clamor e a tornou fértil. 23- Ela engravidou, e deu à luz um filho e disse: Deus tirou de mim a minha humilhação. 24- Deu-lhe o nome de José e disse: Que o Senhor me acrescente ainda outro filho.”

Apesar de seu plano ter funcionado, Raquel ainda buscava desesperadamente a possibilidade de ter um filho biológico. A Bíblia diz que suas orações foram ouvidas e ela concebeu José.

IV. JACÓ É ABUNDANTEMENTE ABENÇOADO POR DEUS ANTES DE SUA VOLTA À TERRA DE CANAÃ

Até este ponto, Deus havia dado a Jacó uma família, onze filhos e uma filha. Mas ele era pobre, pois todo o seu trabalho havia sido feito exclusivamente para ganhar suas duas esposas: não havia recebido recompensa material em forma de salário ou bens. Mesmo tendo sido logrado por Labão, ele honestamente cumpriu com sua parte do acordo.

1. O Acordo feito entre Jacó e Labão (Cap. 30.27-36). Jacó pediu para si o gado anormal (ovelhas negras e cabras malhadas) pois a cor normal das ovelhas era branca e a das cabras, preta (Cantares 4.2; 6.6; 4.1). Labão acreditou estar fazendo um bom negócio e agiu com astúcia e prontidão mandando para longe os animais que proporcionariam a Jacó um aumento de salário.

2. Deus abençoa grandemente a Jacó. (Cap. 30.37 -43. Cap. 31.7-12) Nos anos seguintes mudou repetidamente a forma de pagamento (31.7), mas com a ajuda do Senhor Jacó ia sendo abençoado e enriquecendo. Vemos de forma maravilhosa o Senhor operando um grande milagre para frustrar a esperteza de Labão e abençoar a Jacó.

V. JACÓ E AS VARAS RISCADAS

Gênesis 30.27-43 “Então lhe disse Labão: Se agora tenho achado graça em teus olhos, fica comigo. Tenho experimentado que o Senhor me abençoou por amor de ti. 28- E disse mais: Determina-me o teu salário, que to darei. 29- Então lhe disse: Tu sabes como te tenho servido, e como passou o teu gado comigo. 30- Porque o pouco que tinhas antes de mim tem aumentado em grande número; e o SENHOR te tem abençoado por meu trabalho. Agora, pois, quando hei de trabalhar também por minha casa? 31- E disse ele: Que te darei? Então disse Jacó: Nada me darás. Se me fizeres isto, tornarei a apascentar e a guardar o teu rebanho. 32- Passarei hoje por todo o teu rebanho, separando dele todos os salpicados e malhados, e todos os morenos entre os cordeiros, e os malhados e salpicados entre as cabras; e isto será o meu salário. 33- Assim testificará por mim a minha justiça no dia de amanhã, quando vieres e o meu salário estiver diante de tua face; tudo o que não for salpicado e malhado entre as cabras e moreno entre os cordeiros, ser-me-á por furto. 34- Então disse Labão: Quem dera seja conforme a tua palavra. 35- E separou naquele mesmo dia os bodes listrados e malhados e todas as cabras salpicadas e malhadas, todos em que havia brancura, e todos os morenos entre os cordeiros; e deu-os nas mãos dos seus filhos. 36- E pôs três dias de caminho entre si e Jacó; e Jacó apascentava o restante dos rebanhos de Labão.37- Então tomou Jacó varas verdes de álamo e de aveleira e de castanheiro, e descascou nelas riscas brancas, descobrindo a brancura que nas varas havia. 38- E pôs estas varas, que tinha descascado, em frente aos rebanhos, nos canos e nos bebedouros de água, aonde os rebanhos vinham beber, para que concebessem quando vinham beber. 39- E concebiam os rebanhos diante das varas, e as ovelhas davam crias listradas, salpicadas e malhadas.40- Então separou Jacó os cordeiros, e pôs as faces do rebanho para os listrados, e todo o moreno entre o rebanho de Labão; e pôs o seu rebanho à parte, e não o pôs com o rebanho de Labão. 41- E sucedia que cada vez que concebiam as ovelhas fortes, punha Jacó as varas nos canos, diante dos olhos do rebanho, para que concebessem diante das varas. 42- Mas, quando era fraco o rebanho, não as punha. Assim as fracas eram de Labão, e as fortes de Jacó. 43- E cresceu o homem em grande maneira, e teve muitos rebanhos, e servas, e servos, e camelos e jumentos.”

1. Por que varas riscadas. Jacó era o portador da benção de Deus, ele era alvo de uma poderosa promessa que Deus fizera a seu pai Isaque e seu avô Abraão. Outro motivo especial para Jacó ter colocado as três varas é o fato de que Jacó teve uma revelação de Deus, acerca de como Deus o abençoaria neste negócio.

2. O sonho de Jacó com as ovelhas salpicadas. Jacó teve um sonho que na verdade foi uma revelação e ele viu nesse sonho como seria o seu grande rebanho!

Enquanto alguns vêm Jacó como um sonhador quando separa as varas, eu o vejo acreditando no que lhe foi revelado e expressando isso com atitude, creio que ele fez aquilo não para as ovelhas, mas para si mesmo, ele fala em seu coração: “É desta forma que Deus me revelou, e será desta forma que acontecerá”.

A estratégia poderia ser usada por Labão ou por qualquer outra pessoa, mas não daria certo. Todas as coisas só concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito (Rm 8.28). Por isso vamos aprender com a estratégia que Deus deu a Yaacov.

3. As três varas que Jacó providenciou. Vejamos as três espécies de varas as quais Jacó colocou diante do rebanho de Labão, e o porquê dessa estratégia, que eu chamo de ato profético realizado por um homem que tem visões. Agora que você já sabe que tudo isso não foi invenção da cabeça de Jacó, vamos entender os segredos da Bíblia.

3.1. O álamo. Ao escolher uma vara de Álamo, Jacó estava profetizando que seu rebanho seria um rebanho de grande porte assim como a árvore de álamo, e seria também um rebanho belo e vistoso, tantos machos como fêmeas, um rebanho que cresceria como o vento, a lã seria como um algodão, macias e brancas. Seu rebanho teria um crescimento rápido e seria conhecido por todos. As raízes de seu rebanho seriam robusta e fortes. Ainda estava profetizando que seu rebanho resistiria a períodos de estiagem, suportando geadas e frio intenso. Pois se você não sabe nos desertos de Israel a temperatura durante o dia pode chegar a mais de 40° graus e durante a noite a temperatura cai a até 3° graus, já imaginou.

3.2. A aveleira. Ao escolher uma vara de aveleira Jacó dá prosseguimento ao ato profético que lhe fora revelado por Deus, pois veja bem. A aveleira é uma pequena árvore, porém aparece de forma espontânea, isso me mostra que Jacó estava profetizando que suas fêmeas gerariam espontaneamente, e a carne de seu rebanho seria como o fruto da avelã totalmente saboroso rico em proteínas. Sabemos que tudo na ovelha é aproveitado, sua lã, sua carne, seu couro, seus chifres, seu leite, por isso Jacó sem dúvida era um grande profeta que ao receber de Deus uma revelação sou muito bem realiza-la.

3.3. A castanheira. Para finalizar ao escolher uma vara de castanheira o sábio Jacó estava profetizando que seu rebanho seria alto e forte, seus reprodutores seriam os melhores da região como o tronco da castanheira, pois outros criadores pagariam muito para que suas fêmeas fossem cobertas pelos machos do rebanho de Jacó, pois como a castanheira outras plantas vivem em função dela. As crias de seu rebanho seriam fortes como a casca do fruto da castanheira, e estes gerariam outras tantas crias. Os rebanhos de Jacó viveriam muitos e muitos anos.

Jacó aparentemente não protestou, mas dedicou-se ao seu trabalho, e usou dos recursos que conhecia para fazer com que os cordeiros e cabritos que nascessem fossem pretos, malhados ou salpicados. Teve grande sucesso, e usou de uma técnica de seleção a fim de aprimorar seu próprio rebanho. Durante seis anos seu rebanho se multiplicou, e devido à sua técnica, as ovelhas de Labão eram fracas e as dele, fortes. Ele enriqueceu, adquirindo muitos rebanhos, escravos, camelos e jumentos, o que ele atribuiu a Deus.

VI. A PROSPERIDADE DE JACÓ INCOMODA LABÃO

Gênesis 31.1-7 “Então ouvia as palavras dos filhos de Labão, que diziam: Jacó tem tomado tudo o que era de nosso pai, e do que era de nosso pai fez ele toda esta glória. 2- Viu também Jacó o rosto de Labão, e eis que não era para com ele como anteriormente. 3- E disse o Senhor a Jacó: Torna-te à terra dos teus pais, e à tua parentela, e eu serei contigo. 4- Então mandou Jacó chamar a Raquel e a Lia ao campo, para junto do seu rebanho. 5- E disse-lhes: Vejo que o rosto de vosso pai não é para comigo como anteriormente; porém o Deus de meu pai tem estado comigo. 6- E vós mesmas sabeis que com todo o meu esforço tenho servido a vosso pai. 7- Mas vosso pai me enganou e mudou o salário dez vezes; porém Deus não lhe permitiu que me fizesse mal.”

1. A inveja de Labão. Mas ao fim deste tempo, seu sucesso já estava causando inveja aos filhos de Labão, e mesmo Labão já não mais o via com bons olhos como antes. O SENHOR mandou Jacó voltar a Canaã, prometendo protegê-lo. Jacó então chamou Raquel e Lia ao campo, para uma conferência secreta.

2. Jacó reúne suas esposas. Jacó Ele relatou às suas esposas como Labão estava se virando contra ele, apesar de toda a sua dedicação. Frequentemente Labão havia procurado reduzir o ordenado de Jacó, limitando seus ganhos ora aos animais malhados, ou aos listados, mas Deus havia dirigido as coisas de forma que Jacó não sofrera dano. Finalmente Deus o mandara voltar para sua terra.

3. Suas esposas sentiam-se igualmente defraudadas por Labão. De acordo com os costumes da época, elas deveriam ter recebido os benefícios do dote pago por Jacó com seus quatorze anos de trabalho pesado. Como Labão não havia lhes dado nada, elas perceberam que nada iriam herdar dele. Elas, portanto, concordaram imediatamente com o plano de Jacó, de reunir tudo o que possuíam e partir dali para a terra dele.

4. O Senhor Deus ordena Jacó voltar para sua terra. Jacó então reuniu sua família, montando todos em camelos. Era um dia em que Labão havia saído para tosquiar suas ovelhas (guardadas por seus filhos a três dias de viagem dali), e Raquel aproveitou para roubar dele seus ídolos do lar: estes eram pequenos ídolos, ou imagens, feitos de madeira ou metal, também chamados terafim que os povos daquele tempo (e ainda hoje!) guardavam em suas casas julgando que lhes davam proteção e orientação em tempos de necessidade. A maior porção da herança de uma família passava à pessoa a quem fossem legados.

É provável que Raquel furtou as imagens do seu pai a fim de que, segundo ela pensava, elas não revelassem para onde eles estariam fugindo ou, quem sabe, ela pretendia mais tarde reivindicar para si a herança da família com elas; outra teoria, ainda, é que ela, conhecendo o Deus verdadeiro através de seu marido, tirou os ídolos do seu pai a fim de que ele percebesse que eles não tinham poder algum para impedir que eles se fossem.

VII. JACÓ FOGE DE LABÃO

Gênesis 31.24-29 “Veio, porém, Deus a Labão, o arameu, em sonhos, de noite, e disse-lhe: Guarda-te, que não fales com Jacó nem bem nem mal. 25-Alcançou, pois, Labão a Jacó, e armara Jacó a sua tenda naquela montanha; armou também Labão com os seus irmãos a sua, na montanha de Gileade. 26- Então disse Labão a Jacó: Que fizeste, que me lograste e levaste as minhas filhas como cativas pela espada? 27 Por que fugiste ocultamente, e lograste-me, e não me fizeste saber, para que eu te enviasse com alegria, e com cânticos, e com tamboril e com harpa? 28- Também não me permitiste beijar os meus filhos e as minhas filhas. Loucamente agiste, agora, fazendo assim. 29- Poder havia em minha mão para vos fazer mal, mas o Deus de vosso pai me falou ontem à noite, dizendo: Guarda-te, que não fales com Jacó nem bem nem mal.”

O relacionamento entre Jacó e Labão começou a ficar muito difícil, e Jacó resolveu fugir com sua família. Jacó havia prosperado muito enquanto trabalhava para Labão. Quando fugiu, Jacó levou consigo, além de sua família, os seus rebanhos.

Labão, quando ficou sabendo que Jacó havia fugido, saiu atrás dele e o alcançou na montanha de Gileade. Mas Deus advertiu Labão em sonho:

– Não fale nem bem nem mal a Jacó.

Quando Labão encontrou a Jacó ele disse:

Que fizeste, que me lograste e levaste as minhas filhas como cativas pela espada? Por que fugiste ocultamente, e lograste-me, e não me fizeste saber, para que eu te enviasse com alegria, e com cânticos, e com tamboril e com harpa? Poder havia em minha mão para vos fazer mal, mas o Deus de vosso pai me falou ontem à noite, dizendo: Guarda-te, que não fales com Jacó nem bem nem mal. E agora se querias ir embora, porquanto tinhas saudades de voltar à casa de teu pai, por que furtaste os meus deuses?

Jacó respondeu:

– Tive medo que você não deixasse que suas filhas viessem comigo. Quanto aos seus deuses, aquele que for achado com eles deve ser morto (Jacó não sabia que Raquel havia roubado).

Labão e seus servos procuraram, mas não acharam os ídolos. Raquel havia escondido muito bem. Então Jacó ficou furioso e desabafou:

Tenho estado agora vinte anos na tua casa; catorze anos te servi por tuas duas filhas, e seis anos por teu rebanho; mas o meu salário tens mudado dez vezes. Estava eu assim: De dia me consumia o calor, e de noite a geada; e o meu sono fugiu dos meus olhos. Deus atendeu à minha aflição, e ao trabalho das minhas mãos, e repreendeu-te ontem à noite.” (Gn 31.42).

Labão propôs que os dois fizessem uma aliança de respeito mútuo. E assim foi feito. Jacó ofereceu sacrifício e ergueu um monte de pedras, eles comeram o pão juntos e pela manhã Labão se despediu de suas filhas e partiu.

VIII. A MORTE DE LIA E RAQUEL

1. Morte de Raquel parto de Benjamim.

Depois de alguns anos, quando Jacó já tinha saído das terras de Labão, Raquel mais uma vez engravidou. A Bíblia não fornece qualquer detalhe sobre o período de gravidez de Raquel, mas informa que o seu parto ocorreu perto de Efrata — um nome alternativo na Bíblia para Belém.

Então foi no momento do parto que Raquel teve complicações. Nos tempos antigos os partos sempre representavam um risco grande para as mulheres, devido à falta de recursos daquela época. Uma complicação qualquer podia implicar em algo extremamente grave que muitas vezes levava a mulher à morte.

Aparentemente Raquel conseguiu sobreviver, ou pelo menos se manter lúcida, tempo suficiente para chamar o menino pelo nome Benoni. O nome Benoni expressava toda a aflição de Raquel naquele momento, e seu significado possui o sentido de “filho do meu sofrimento” (Gn 35.18). Entretanto, o texto bíblico diz que Jacó mudou o nome do menino para Benjamim, cujo significado é “filho da mão direita”. Benjamim foi o filho caçula de Jacó.

Após a morte de Raquel, a Bíblia diz que o seu corpo foi sepultado por Jacó no caminho de Efrata. Jacó também ergueu um tipo de memorial sobre a sepultura de Raquel que permaneceu edificado por muito tempo. Nos dias em que Moisés escreveu o livro de Gênesis, o memorial feito por Jacó ainda existia (Gn 35.20).

Na época do profeta Samuel a localização da sepultura de Raquel ainda era conhecida (1º Sm 10.2). Mas com o tempo, sua localização foi perdida, apesar de existir uma tradição que afirma que a sepultura ficava num lugar distante uns dois quilômetros ao norte de Belém.

2. A morte de Lia.

A Lia faleceu antes de Jacó e foi enterrada numa gruta que estava no campo de Efrom, o hitita, na caverna do campo de Macpela, perto de Manre, em Canaã, campo que Abraão comprou de Efrom, o hitita, como propriedade para sepultura familiar.

Nesse local foram enterrados, além de Jacó, Abraão e sua esposa Sara, Isaque e sua esposa Rebeca (Gn 49.29-31).

IX. A MORTE DE JACÓ

1. O período final da vida de Jacó.

Gênesis 49.27-33 “Os israelitas se estabeleceram no Egito, na região de Gósen. Lá adquiriram propriedades, foram prolíferos e multiplicaram-se muito. 28- Jacó viveu dezessete anos no Egito, e os anos da sua vida chegaram a cento e quarenta e sete. 29- A seguir, Jacó deu-lhes estas instruções: Estou para ser reunido aos meus antepassados. Sepultem-me junto aos meus pais na caverna do campo de Efrom, o hitita, 30- na caverna do campo de Macpela, perto de Manre, em Canaã, campo que Abraão comprou de Efrom, o hitita, como propriedade para sepultura. 31- Ali foram sepultados Abraão e Sara, sua mulher, e Isaque e Rebeca, sua mulher; ali também sepultei Lia. 32- Tanto o campo como a caverna que nele está foram comprados dos hititas. 33- Ao acabar de dar essas instruções a seus filhos, Jacó deitou-se, expirou e foi reunido aos seus antepassados.”

Gênesis 47.27,28 “Os israelitas se estabeleceram no Egito, na região de Gósen. Lá adquiriram propriedades, foram prolíferos e multiplicaram-se muito. 28- Jacó viveu dezessete anos no Egito, e os anos da sua vida chegaram a cento e quarenta e sete.”

Gênesis 47 termina informando que Jacó viveu mais dezessete anos no Egito, totalizando cento e quarenta e sete anos. Ali sua família prosperou e se multiplicou (Gn 47.27,28).

Quando o tempo de sua morte já estava se aproximando, Jacó chamou a José e o fez jurar que não deixaria que seu corpo fosse enterrado no Egito, mas que cuidaria de sepultá-lo em Canaã junto de seus pais (Gn 47.29-30). José confirmou solenemente a Jacó que seu pedido seria atendido (Gn 47.31).

Jacó, quando em idade avançada, escolheu ser enterrado na sepultura da família, perto de Lia (Gn 49.31), em vez de escolher ser sepultado perto de Belém, onde Raquel estava enterrada. Talvez, ele finalmente tenha vindo a apreciar Lia.

CONCLUSÃO. Jacó retorna à Terra de seus pais com 60 anos (40 anos na ida mais 20 em Padã-Arã) e ainda vê seu pai durante mais 60 anos, que morre com 180 anos de idade, 10 anos antes de Jacó ir para o Egito encontrar seu filho José (Gn 35.28). Jacó viveu 17 anos no Egito (Gn 47.28) e morreu aos 147 anos.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC