TEOLOGIA EM FOCO: O DESPERTAMENTO RENOVA O ALTAR

segunda-feira, 13 de julho de 2020

O DESPERTAMENTO RENOVA O ALTAR



LEITURA BÍBLICA

Ed 3.2-5, 10-13: “E levantou-se Jesua, filho de Jozadaque, e seus irmãos, os sacerdotes, e Zorobabel, filho de Sealtiel, e seus irmãos, e edificaram o altar do Deus de Israel, para oferecerem sobre ele holocaustos, como está escrito na lei de Moisés, o homem de Deus. 3 - E firmaram o altar sobre as suas bases, porque o terror estava sobre eles, por causa dos povos das terras, e ofereceram sobre ele holocaustos ao Senhor, holocaustos de manhã e de tarde. 4 - E celebraram a festa dos tabernáculos como está escrito; ofereceram holocaustos de dia em dia, por ordem, conforme ao rito, cada coisa no seu dia. 5 - E depois disto o holocausto contínuo, e os das luas novas e de todas as solenidades consagradas ao Senhor, como também de qualquer que oferecia oferta voluntária ao Senhor. 10-– Quando, pois, os edificadores lançaram os alicerces do templo do Senhor, então apresentaram-se os sacerdotes, já revestidos e com trombetas, e os levitas, filhos de Asafe, com saltérios, para louvarem ao Senhor, conforme à instituição de Davi, rei de Israel. 11 - E cantavam a revezes, louvando e celebrando ao Senhor: porque é bom; porque a sua benignidade dura para sempre sobre Israel. E todo o povo jubilou com grande júbilo, quando louvaram ao Senhor, pela fundação da casa do Senhor. 12 - Porém muitos dos sacerdotes, e levitas e chefes dos pais, já velhos, que viram a primeira casa, sobre o seu fundamento, vendo perante os seus olhos esta casa, choraram em altas vozes; mas muitos levantaram as vozes com júbilo e com alegria. 13 - De maneira que discernia o povo as vozes de alegria das vozes do choro do povo; porque o povo jubilou com tão grande júbilo que as vozes se ouviam de mui longe.”

INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos uma definição etimológica do termo “altar”; pontuaremos o altar como uma prioridade na vida dos judeus pós-exílio; notaremos quais foram as atitudes condizentes com o despertamento espiritual na vida dos exilados e que também devemos ter como crentes; e, por fim, comentaremos sobre a importância do altar na vida do cristão.

A reconquista da terra de Israel não foi tarefa fácil. Além da incompreensão dos povos vizinhos, os lideres judaicos enfrentaram a descrença do povo. Como agir numa hora tão difícil? Confiando nas providências de Deus, arguem-lhe um altar oferecendo-lhe sacrifícios de acordo com que prescreve a Lei de Moisés. Dessa forma, mostram aos adversários que o Senhor ainda luta pelo seu povo. Por que temer?

Às vezes, encontramo-nos nas mesmas condições. Há dificuldades por todos os lados, avizinham-se tribulações e as angústias estão sempre presentes. No entanto, quando erguemos o nosso altar, o Senhor começa a operarem nosso meio. É hora de levantar o altar!

I. DEFINIÇÃO DO TERMO ALTAR

1. Conceito do termo. A palavra altar vem do hebraico “mizbeah” substantivo masculino que significa: “altar, o lugar de sacrifício”. e do grego ‘thysiasterion’ (de ‘thysia’, sacrificio): e aindo do latim ‘altare, altaria’ (semelhante a ‘adoleo’ queimar).

É uma palavra bastante comum no AT onde ocorre cerca de 396 vezes, a primeira ocorrência se encontra em Gênesis 8.20 “E edificou Noé um altar ao Senhor”. “O altar, de acordo com as Escrituras, era um lugar construído para nele se oferecerem sacrifícios e holocaustos de animais. Era um testemunho perpétuo, um favor; sentia-se nele a manifestação divina, significava a presença de Deus, santificava as ofertas, e era o lugar onde se realizava a comunhão com o Senhor e por tais razões o altar era respeitado” [CONDE, 1983, pp. 45-46].

Quase todas as pessoas dessa geração têm um conceito berrado do verdadeiro altar no sentido genérico e prático que motivou sua existência. Todos julgam, geralmente, que um altar genuíno é a parte de um templo, de uma catedral, de uma mesquita ou de uma sinagoga. Muitos, sem dúvida, vão surpreender-se quando lhe mostrarmos como a Bíblia define o significa do altar verdadeiro e sua função.

O altar, de acordo com as Escrituras, era um lugar construído para nele se oferecerem sacrifícios e holocaustos de animais. Era um testemunho perpétuo, um favor; sentia-se nele a manifestação divina, significava a presença de Deus, santificava as ofertas, e era o lugar onde se realizava a comunhão dos fiéis com o Senhor. Por tais razões o altar era respeitado” (CONDE, Emilio. Tesouro de Conhecimento Bíblicos. 2° ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1983, pp. 45-46).

II. O ALTAR COMO UMA PRIORIDADE PÓS-EXÍLIO

1. A construção do altar (Ed 3.2). Após o despertamento divino e o retorno à terra prometida, o remanescente judaico estava diante de um desafio: a renovação do culto e a reconstrução do Templo em Jerusalém. É importante destacar, que eles não começaram reconstruindo o Templo ou os muros da cidade, mas reedificando o altar: “… e edificaram o altar do Deus de Israel” (Ed 3.2). Mais importante que construir o Templo era restabelecer a verdadeira adoração a Deus e lhes oferecer sacrifícios: “… para sobre ele oferecerem holocaustos” (Ed 3.2). Abraão tinha marcado sua chegada naquela terra exatamente do mesmo modo, estabelecendo seu altar ao Deus que lhe fez promessas (Gn 12.7). Quando há despertamento espiritual na vida de um crente, o seu maior desejo e prioridade será aproximar-se do altar de Deus (Tg 4.8). O crente pode até viver sem o templo; mas nunca sem altar (1º Rs 18.30).

2. Em busca do favor de Deus (Ed 3.3). O altar simbolizava a presença e a proteção de Deus para os judeus. De acordo com Stamps (2012, p. 713) a restauração do altar foi prioridade por duas razões:

2.1. O povo foi motivado, pelo menos em parte, a edificar o altar, por causa do perigo representado pelos ‘povos da terra’ (v. 3). Esses israelitas sabiam que Deus os protegeria do mal, somente à medida que se achegassem a Ele, com fé e obediência (Êx 19.5; 29.43).

2.2. Demonstrava também o propósito primordial deles como reino sacerdotal de oferecer sacrifícios ao Senhor como fora determinado na lei por Moisés (Ed 3.2; Êx 19.6; 27.1; Dt 12.4-7). Sempre que buscamos ao Senhor, alcançamos o seu favor e misericórdia (Hb 4.16).

III. O DESPERTAMENTO CONDUZ O HOMEM AO ALTAR

1. Os judeus sentiam a necessidade do acesso a Deus que o altar lhes proporciona.
O propósito que traziam no coração, ao retornar do cativeiro, precisava ser muito firme, porque estavam rodeados de inimigos cruéis. A Bíblia diz: “O terror estava sobre eles por causa dos povos da terra” (Ed 3.3). Por isso mesmo, o povo sentia que precisava do acesso a Deus, através do altar. “Este será o holocausto contínuo… perante o Senhor, onde vos encontrarei, para falar contigo ali” (Êx 29.43). Estas bênçãos os judeus agora almejam através do altar.

2. Todos os despertamentos genuínos começam com a restauração do altar.
Temos na Bíblia vários exemplos disto.

2.1. No tempo do profeta Elias, nos dias do rei Acabe. Ver o texto em 1ª Rs 18.16-40. No confronto com os profetas de Baal, a primeira coisa que Elias fez foi reparar o altar que estava quebrado. (Rs 18.30). Depois sacrificou sobre ele, e orou a Deus. O fogo desceu e o povo exclamou: “Só o Senhor é Deus, só o Senhor é Deus!” O despertamento decorreu do conserto do altar.

2.2. Quando o piedoso rei Ezequias assumiu o trono de Judá, já no primeiro ano do seu reinado ele abriu as portas da casa do Senhor e as separou (2º Cr 29.3). Mandou purificar o templo, tirar fora toda a imundícia, purificar o altar do holocausto que havia sido substituído no reinado de seu antecessor Acaz, por um altar construído com modelo copiado de Damasco (2º Rs 16.10-12). Quando então os sacerdotes sacrificavam sobre o altar santificado, começou um novo cântico na casa de Deus (2º Cr 29.27-28). O despertamento levou à separação do altar.

2.3. Quando os judeus voltaram do cativeiro, construíram o altar sobre as suas antigas bases, do modo como manda a lei (Ed 3.3) e sacrificaram holocaustos ao Senhor. A alegria foi grande entre os judeus, pois podiam de novo sacrificar a Deus, e celebrar a festa dos tabernáculos. O culto a Deus havia recomeçado (Ed 3.4,5).

IV. ATITUDES CONDIZENTES COM O DESPERTAMENTO ESPIRITUAL

1. A unidade do povo. O texto relata que a comunidade inteira tinha uma só mente, ou seja, havia unanimidade naquele projeto: “o povo se ajuntou como um só homem” (Ed 3.1). Este ajuntamento se deu na praça diante da “Porta das Águas” (Ne 8.1). A unidade do povo foi de fundamental importância para que o altar, o Templo, e a cidade fossem reconstruídos. Este exemplo do passado, nos ensina que a unidade de propósitos torna possível a bênção de Deus e nos capacita a realizar sua obra mesmo em tempos de crises como vivenciado pelos judeus pós-exílio. Quando vivemos em união o óleo e o orvalho, símbolos do Espírito Santo, é derramado sobre nós trazendo bênção e vida: “… porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre” (Sl 133.3).

2. A presença de Deus era prioridade. A decisão de construir primeiro o altar é uma demonstração do quanto estavam preocupados em colocar Deus em primeiro plano (Ed 3.2). Onde se tem altar, tem adoração e a presença de Deus é manifestada. As vezes se faz necessário uma limpeza na nossa vida para que a presença de Deus seja manifesta. Assim foi com Jacó quando Deus o apareceu e lhe disse: “levanta-te, sobe a Betel e habita ali; faze ali um altar ao Deus que te apareceu quando fugiste diante da face de Esaú, teu irmão” (Gn 35.1). Todavia, para Jacó experimentar uma renovação espiritual em sua vida, foi necessário uma mudança radical na sua casa: “tirai os deuses estranhos que há no meio de vós, e purificai-vos, e mudai as vossas vestes” (Gn 35.2). Ao edificar o altar, Jacó chama aquele lugar de El-Betel que significa o “Deus da casa de Deus” (Gn 35.7). Quando Deus é prioridade na vida do crente, não há espaço para deuses estranhos (Jz 6.24-26; 1º Rs 18.21; Mt 6.24).

3. Consagração total. Com o altar edificado, agora se podia oferecer holocaustos ao Senhor: “… e ofereceram sobre ele holocaustos ao Senhor, holocaustos de manhã e de tarde” (Ed 3.3). A palavra hebraica traduzida como holocausto é: “olah”, e significa literalmente: “aquilo que vai para cima”. O dicionário Vine (2002, p. 692), lembra que no grego o termo advém de: “holokautõma” (Mc 12.33; Hb 10.6,8) e que denota: “oferta queimada por inteiro”, formado de “holos”, “inteiro”, e “kautos”, em lugar de “kaustos”, adjetivo verbal de “kaiõ”, que quer dizer: “queimar”. Também chamada de oferta queimada, era inteiramente consumida sobre o altar com exceção da pele e entranhas dos animais (Lv 1.9;1.16; 6.9; 7.8). Era o único sacrifício regularmente estabelecido para o culto no santuário e era oferecido diariamente, de manhã e à tarde por isso era chamado de o sacrifício “tãmíd”, ou seja, perpétuo, contínuo (Ed 2.3-5; Êx 29.38-42). Vejamos duas verdades sobre o holocausto que se aplica a vida cristã:

3.1. Holocausto fala da nossa entrega total a Deus. Na oferta de holocausto o adorador deveria colocar a mão sobre o animal a ser sacrificado (Lv 1.4) gesto que simbolizava duas coisas:

A. A identificação do ofertante com o sacrifício.

B. A transferência de algo para o sacrifício. No caso do holocausto, o ofertante estava dizendo: “Assim como esse animal é entregue inteiramente a Deus no altar, também eu me entrego inteiramente ao Senhor”. Devemos entregar por completo a nossa vida no altar de Deus como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm 12.1).

3.2. Holocausto fala de um ato contínuo. Como já vimos, o holocausto era um sacrifício contínuo (Nm 28.6) e deveria ser apresentado de manhã e à tarde (Ed 3.3; Êx 29.39). Os judeus construíram o altar para ser usado, e assim, o fizeram (Ed 3.3-5). Altar sem sacrifício, não tem valor. O apóstolo Pedro nos exorta a: “oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (1ª Pd 2.5). Diariamente o crente deve se preocupar com a manutenção do seu altar (Lv 6.10-13;), e oferecer seu sacrifício a Deus, somente assim: “O fogo arderá continuadamente sobre o altar, não se apagará” (Lv 6.13).

3.3 Consciência da dependência divina. O momento de renovação que os judeus estavam vivendo incluía o reinício da celebração das antigas festas, que faziam de Israel um povo distinto. E assim aconteceu com a celebração da festa dos tabernáculos (Ed 3.4). Esta festa era um ajuntamento anual quando os judeus habitavam em cabanas (tendas) por sete dias para rememorar sua libertação do Egito, e peregrinação pelo deserto até a terra prometida num tempo em que não tinham habitação permanente (Lv 23.33-44). Assim como a festa dos tabernáculos lembrava os judeus a sua dependência de Deus, devemos reconhecer a nossa dependência constante do Senhor Jesus: “[…] porque sem mim nada podereis fazer” (Jo 15.5).

V. A IMPORTÂNCIA DO ALTAR NA VIDA DO CRENTE

Os judeus quando retornaram do cativeiro babilônico entenderam que sua maior necessidade era restabelecer a sua comunhão com Deus, e para isto, imediatamente reconstruíram o altar colocando-o em suas bases, retomando desta forma as ofertas de holocausto ao Senhor. Esta atitude nos ensina que o altar deve ser uma prioridade em nossas vidas. Observemos algumas verdades sobre o altar na vida do crente:

1. O altar é um lugar de oração. Vários personagens da Bíblia edificaram “altares” ao Senhor com o propósito de invocar o nome do Senhor como por exemplos:
1.1. Abraão (Gn 12.8; 13.4).
1.2. Isaque (Gn 26.25).
1.3. Jacó (Gn 35.1,7).

O altar da oração jamais deve ser negligenciado pelo crente. Quando falta oração, falta também unção, graça, temor de Deus e o crente se torna presa fácil para o diabo (Mt 26.41; Lc 22. 31-38). O sacerdote todos os dias deveria oferecer holocaustos no altar, assim também deve ser a nossa vida de oração (Lc 18.1; Ef 6.18; 1Ts 5.17).

2. O altar é o lugar do encontro com Deus. O altar do holocausto era um lugar de encontro de Deus com o homem: “… onde vos encontrarei para falar contigo ali” (Êx 29.42). Não há privilégio maior para o salvo de que desfrutar da comunhão com Deus, e ouvir sua voz. Se houver em nós disposição para “oferecer sacrifícios espirituais” (1ª Pd 2.5), Deus sempre virá ao nosso encontro. Neste encontro ouvimos a sua voz: “[…] vos encontrarei para falar contigo ali” (Êx 29.42) e recebemos a sua bênção: “… virei a ti e te abençoarei” (Êx 20.24).

3. O altar é um lugar de santidade e devoção a Deus. Deus exigia dos sacerdotes santidade diante do altar (Êx 29.44). Uma das orientações que Moisés recebeu de Deus sobre o altar, era que nele não deveria existir degraus (Êx 20.26). Esta orientação visava proteger os sacerdotes de expor sua nudez aos olhos do povo. O Senhor quando apareceu a Gideão exigiu dele que antes de construir um altar a Deus, deveria primeiro derribar o altar de Baal que pertencia a seu pai (Jz 6.25,26). O altar é um lugar de santidade e devoção ao Senhor (Rm 12.1). Deus nunca receberá o sacrifício de um altar imundo e profano, é necessário separar o precioso do vil (Jr 15.19; Is 1.11-16; Ml 1.6-14; 2ª Co 6.14-18).

VI. CRISTO, O CENTRO DA NOSSA COMUNHÃO COM DEUS

No tempo do Velho Testamento o altar era o ponto central do culto a Deus No tempo do Novo Testamento o sacrifício de Jesus no Gólgota é o grande acontecimento, para o qual o altar apontava profeticamente. Paulo escreveu à igreja em Corinto: “Principalmente vos entreguei o que também recebi, que Cristo morreu pelos nossos pecados” (1ª Co 15.3).

Escreveu ainda: “Nada me propus entre vós, senão Jesus Cristo e esse crucificado” (1ª Co 2.2). “Todas as coisas subsistem por ele” (Cl 1.17). “Para que em tudo (Jesus) tenha a preeminência” (Cl 1.18). “Para vós os do altar que credes, é preciosa a pedra principal da esquina” (1ª Pe 2.7). Tudo isto porque Jesus, pela sua morte expiatória, ganhou a redenção para todo o mundo (Ef 1.7; 2.13-16; Rm 3.23-25; 5.9,10; 1ª Pe 1.18,19).

1. Toda a Trindade atuou ativamente na morte expiatória de Jesus:

1.1. O PAI CELESTIAL. Antes da fundação do mundo o Pai planejou a obra redentora, com o sacrifício de seu Filho (Ef 3.6-9). “Na consumação dos séculos enviou o seu Filho” (Gl 4.4; Jo 3.16). O Pai participou diretamente do drama do Gólgota (2ª Co 5.19).

1.2. CRISTO, O FILHO DE DEUS. Entregou-se a si mesmo em oferta e sacrifício (Ef 5.2; Hb 9.14). Ele levou os nossos pecados sobre o madeiro (1ª Pe 2.24) e padeceu para levar-nos a Deus (1 Pe 3.18).

1.3. O ESPÍRITO SANTO. Ajudou o Filho a vencer todos os obstáculos que altar santificado, se levantaram contra Ele, até chegar à cruz. Foi pelo Espírito Eterno que Jesus se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus (Hb 9.14).

2. O Espírito Santo quer, pelo despertamento, mostrar aos homens a grande vitória de Jesus no Gólgota.
O Espírito Santo quer iluminar o entendimento dos homens para esta grande realidade: “Depois de serdes iluminados suportastes grande combate de aflições” (Hb 10.32).

2.1. O Espírito REVELA. (Ef 1.17), iluminando os olhos do nosso entendimento para que saibamos a grandeza de seu poder sobre nós que manifestou em Cristo ressuscitando-o dos mortos (Ef 1.19,20). O Espírito Santo revelou a Pedro que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16.16,17).

2.2. O Espírito ENSINA as profundidades do vitupério da cruz. Quando Jesus, na estrada de Emaús, explicava aos seus discípulos o que as Escrituras escreveram sobre a sua morte, os corações deles ardiam (Lc 24.32,45).

2.3.  O Espírito EXPLICA o verdadeiro significado da morte de Jesus na cruz, sobre o infinito alcance do brado: “Está consumado!” (Jo 19.30). Deus confirmou esta palavra de seu Filho, fazendo rasgar o véu de alto a baixo (Mt 27.51) mostrando ao Universo que um novo e vivo caminho havia sido consagrado pelo véu, isto é, pela carne de Jesus (Hb 10.19,20). Por meio desta vitória os principados e potestades satânicos foram despojados, e Jesus triunfou deles em si mesmo (CI 2.15). Por isto temos nele a vitória (1ª Co 15.57; 2ª Co 2.14; Rm 8.37). Pela fé em Jesus Cristo, podemos vencer o mundo (1ª Jo 5.4,5).

Por causa do brado “Está consumado”, a justiça de Cristo agora é oferecida gratuitamente àqueles que crerem em Jesus (2ª Co 5.21; Is 53.11; Gl 2.16; At 13.39; Rm 4.22-25).

2.4. O Espírito PENETRA todas as coisas (1ª Co 2.10). A luz da glória de Cristo, revelada na cruz, é uma luz que tudo manifesta (Ef 5.13). Quando esta luz ilumina o painel da nossa consciência, como aconteceu com o profeta Isaías (Is 6.5-7), sentimos o grande peso dos nossos pecados, e, pelo Espírito Santo, somos despertados e levados ao arrependimento.

VII. CUIDADO COM AS IMITAÇÕES

1. Tem aparência de sabedoria. Colossenses 2.18-23: “Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão, 19 - E não ligado à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus. 20 - Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: - 21 Não toques, não proves, não manuseies? 22 - As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; 23 - As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne.”

Alguns dizem que nem todos os despertamentos de hoje têm as características que são mencionadas nesta lição. Concordamos plenamente. Já no tempo dos apóstolos havia “movimentos” que realmente “tinham uma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humilde e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum, senão para a satisfação da carne” (Cl 2.23).

2. São falsos apóstolos. 2ª Coríntios 11:14-15 “E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. 15 - Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras.”

Também em nossos dias aparecem movimentos “que são imitações baratas do verdadeiro despertamento. Muitos destes movimentos empregam técnicas avançadas de dominações psicológicas.

Estes “avivalistas” ou “especialistas” sabem com suas técnicas dominar o auditório, e podem fazer o público rir, chorar, jubilar, pular, bater palmas, etc. Sabem até imitar o batismo como Espírito Santo, “ensinando” o povo a falar em línguas! São, porém, experiências sem nenhum poder e sem a menor reverência.

Uma de nossas igrejas sentiu-se obrigada a orientar os irmãos acerca de o verdadeiro um movimento que faz de suas reuniões “Shows” com apresentações de cantores “evangélicos.” Nesses “Shows” dominam aplausos, vaias, gritos, assobios, bebidas alcoólicas, jovens dançando e se requebrando de modo até mesmo sensual, enquanto os “hinos” estão sendo entoados. Cuidado! Este tipo de imitação pode fazer com que a glória de Deus se afaste.

Todo movimento feito sem que o Espírito Santo esteja na direção, não pode prosperar. E como uma tartaruga deitada de costas; movimenta os pés, mas fica no mesmo lugar. Mantenhamos o Espírito Santo na direção. (SD) Então veremos cumprir se a palavra que diz: “Vão indo de força em força” (Sl 84.7). Glória a Jesus.

CONCLUSÃO
Aprendemos com esta lição que todos os despertamentos genuínos que a Bíblia apresenta começaram com a restauração do altar (1ª Rs 18.16-40; 2ª Cr 29.3,27-28; 2ª Rs 16.10-12). Quando os judeus voltaram do cativeiro, construíram o altar sobre as suas antigas bases, do modo como manda a lei (Ed 3.3) e sacrificaram holocaustos ao Senhor mostrando assim, um verdadeiro despertamento espiritual. A alegria foi grande entre os judeus, pois podiam de novo sacrificar a Deus, e celebrar a festa dos tabernáculos.

FONTE DE PESQUISA

1. ALMEIDA, Trad. João Ferreira. Bíblia Sagrada BÍBLIA SHEDD.
2 BERGSTÉN Eurico. O despertamento renova o altar. Lições Bíblicas do 3° trimestre de 2020 - CPAD.
3. Bíblia Online - ACF - Almeida Corrigida Fiel
4. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: OBJETIVA. 2001.
5. LOPES, Hernandes Dias. Neemias o líder que restaurou uma nação. São Paulo: Hagnos, 2006.
6. RENOVATO, Elinaldo. Neemias integridade e coragem em tempos de crise. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
7. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD. 1997.
8. PACKER, J. I. Neemias paixão pela fidelidade. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
9. VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. Rio de Janeiro: CPAD. 2002.
10. WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo do Antigo Testamento. PDF.

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