TEOLOGIA EM FOCO: A ORIGEM DO PECADO

terça-feira, 12 de maio de 2020

A ORIGEM DO PECADO



INTRODUÇÃO

A doutrina do pecado é conhecida nos tratados de teologia como Hamartiologia, da palavra grega hamartia. O estudo se reveste de suma importância porque se trata do problema básico de todos os seres humanos. Todos os conflitos no mundo e as confusões existentes na humanidade são manifestações do pecado. Ninguém pode se livrar dele, mas o Senhor Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores da condenação eterna. O enfoque da presente lição é definir e explicar o pecado, bem como apresentar o meio divino para a solução humana.
Deus não criou o pecado. A Bíblia diz que “tudo o que Deus criou era bom” (Gn 1.31) Então Deus não é o Autor do pecado. Os seres morais não tinham pecado ao serem criados. Satanás foi criado de modo perfeito e sem pecado (E 28.15); “Deus fez ao homem reto” (Ec 7.29).

I. DEFININDO OS TERMOS

pecado no heb: hhatá; no gr. Hamartáno; e no latim, o termo é vertido por peccátu que significam “errar”, no sentido de errar ou não atingir um alvo, ideal ou padrão.
O seu equivalente grego na Septuaginta e no Novo Testamento é hamartia. Essa palavra na Septuaginta traduz 24 termos hebraicos no Antigo Testamento referentes ao pecado.
Há uma lista extensa de palavras na Bíblia para designar o pecado: erro, iniquidade, transgressão, maldade, impiedade, engano, sedução, rebelião, violência, perversão, orgulho, malícia, concupiscência, prostituição, injustiça etc., além dos verbos e adjetivos cognatos. Muitos desses termos, e outros similares, estão na sombria lista apresentada pelo apóstolo Paulo (Rm 1.29-32; Gl 5.19-21). Mas há um termo genérico para designar o pecado com todos os seus detalhes, chattath, e seu equivalente verbal chattá (pronuncia-se hatá, com “h” aspirado), que literalmente significa “errar o alvo” (Jz 20.16).
O substantivo derivado desse termo aparece pela primeira vez no relato do assassinato de Abel por seu irmão Caim: “E, senão fizeres bem, o pecado jaz à porta” (Gn 4.7).
Em sentido etimológico — a palavra ‘pecado’ conforme se encontra em nossas versões, vem da palavra hebraica ‘hatta’th’, do qual origina-se a raiz hebraica ‘hata’ traduzido na Septuaginta da palavra ‘hamartia’. Existem algumas palavras que relatam significados semelhantes à palavra hebraica hatta’th’, como também a palavra grega ‘hamartia’. Estes termos são aplicados no tempo e no espaço para descrever e dar sentido a tudo aquilo que o pecado é e suas formas de expressão. Os eruditos teológicos usam várias palavras deste gênero para descrever a natureza sombria do pecado, mostrando seus aspectos e suas disposições torcidas, maléficas em sua natureza daninha e perniciosa” (PEDRO, Severino. A Doutrina do Pecado. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012, pp.13,14).
O pecado é um mal moral; é violência, corrupção. Errar ou desviar-se do caminho de retidão e honra, fazer ou andar no erro. Pecado significa “errar o alvo”, como um arqueiro que atira, mas erra, do mesmo modo, o pecador erra o alvo final da vida. É também “errar o caminho” como um viajante que sai do caminho certo. Pecado é uma falta de integridade e retidão, uma saída da vereda designada. É uma revolta ou uma recusa de sujeição à autoridade legítima, uma transgressão da lei divina. O pecado é uma fuga ímpia e culposa da lei de Deus; é também culpa, infidelidade, falsidade, engano, dívida, desordem, iniquidade, queda, obstinação, desobediência, falta, derrota, impiedade, erro, morte; pecado, uma ofensa, uma violação da lei divina em pensamento ou em ação etc.

II. A ORIGEM DO PECADO

1. Deus criou a terra - Gn 1.1 “No princípio criou Deus os céus e a terra”.
Deus é o criador de todas as coisas, visível e invisível, Ele criou os anjos arcanjos, querubins e serafim. Tudo é obra de Suas mãos.

2. Deus não fez a terra vazia, mas criou para ser habitada - Is 45.18 “Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, Ele é Deus; foi Ele que formou a terra, e a fez, Ele a estabeleceu; Ele não a criou para ser vazia, mas a formou para que fosse habitada. Diz Ele! Eu sou o Senhor e não há outro”.
A maioria dos teólogos concorda que Lúcifer (anjo de luz), habitava na terra antes da criação do homem. A terra era diferente da qual vivemos hoje. Após o pecado de Lúcifer, Deus transformou esta terra e ela ficou sem forma e vazia uma terra caótica.

3. O pecado originou-se no mundo angélico. Para se conhecer a origem do pecado, devemos retomar à queda do homem descrita em Gn 3; e olhar atentamente algo que aconteceu no mundo dos anjos. O Senhor Deus criou um número enorme de anjos e todos estes eram bons (Gn 1.31). Porém, Lúcifer e legiões deles rebelaram contra Deus, pelo que caíram em condenação. A época exata dessa queda não é indicada na Bíblia, mas em Jo 8.44. O Senhor Jesus fala do diabo como assassino desde o princípio. O apóstolo João, na sua primeira epístola, capítulo 3 e versículo 8, diz que “o diabo peca desde o princípio”. Muito pouco se diz sobre o pecado que ocasionou a queda dos anjos. Mas, quando da exortação de Paulo a Timóteo, a que nenhum neófito fosse designado bispo, “para que não se ensoberbeça e caia na condenação do diabo” (1ª Tm 3.6- AEC). Podemos concluir com toda convicção, que foi o pecado do orgulho (soberba), de desejar ser como Deus em poder e autoridade (Is 14.12-15).

III. A origem dE SATANÁS

Vamos conhecer agora o terceiro inimigo do homem, que se chama Satanás. Existem pessoas que tem em si, uma pergunta, e buscam a resposta. Essa pergunta é: Como surgiu Satanás e os demônios? Neste tópico veremos como surgiu Satanás, que faz, quem é, o que pode, e os nomes e títulos de Satanás, como satanás atua, sete armas contra satanás e as sete debilidades de satanás.
A Bíblia ensina que Deus é o criador de todas as coisas (Jo 1.3), nos céus e na terra, tanto visíveis, quanto invisíveis (Cl 1.16), mas também ensina que tudo o que Deus criou foi bom (Gn 1.31). Por essa razão, algo certamente aconteceu para que este ser criado por Deus se tornasse o diabo, se tornasse o acusador e inimigo de Deus.
Para entender o que aconteceu, podemos tomar Isaías 14 (Is 14.11-15) e Ezequiel 28 (Ez 28.11-19) como base. Apesar de serem profecias inicialmente dirigidas aos reis da Babilônia e de Tiro, tais passagens tomam proporções que vão muito além do que poderia ser declarado a respeito de qualquer ser humano. Tanto o texto em si, quanto o contexto bíblico (1ª Tm 3.6, Lc 10.18), mostram claramente que se trata de uma referência à origem de Satanás, ou seja, são alusões que o Eterno usou para referir a determinada pessoa.
Ezequiel fala de um anjo criado de forma especial (Ez 28.13), em Isaías ele é chamado de “estrela da manhã” (Is 14.12), na tradução para o latim, Lúcifer.

III. quem era satanÁs

Deus não criou Satanás, mas criou um ser especial, perfeito, ungido e cheio de sabedoria, porém a soberba levou a sua queda e tornou-se:
Diabo. Nome que se dá ao chefe dos demônios. Em grego diabolos quer dizer “caluniador” (Mt 4.1).
Satanás. Em hebreu é Satã, que quer dizer “adversário” (Jó 1.6 a 9).

1. Satanás era um querubim ungido - Ez 28.14 “Tu eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci”.
Querubim quer dizer protetor. Lúcifer era o protetor da terra. Habitava nela antes da criação do homem.

2. Era perfeito e cheio de sabedoria - Ez 28.12 b-15 “Tu és o selo da perfeição, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. 15 Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia que foste criado”.
Ele é descrito como modelo de perfeição, cheio de sabedoria e perfeita beleza (Ez 28.12). Criado por Deus como um querubim (Ez 28.14), um anjo de alta hierarquia que, provavelmente, era o responsável por comandar a exaltação e a glorificação de Deus (Jó 38.4-7). A Bíblia diz que, desde o dia em que foi criado, ele permaneceu inculpável em seus caminhos, até que algo aconteceu (Ez 28.15).

3. Estava no Éden e era coberto de pedras preciosas - Ez 28.13, 16: “Estavas no Éden, jardim de Deus, e usava pedras preciosas de todo o tipo: o sardônio, o topázio, o berilo, o diamante, a turquesa, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo, a esmeralda. Você tinha joias de ouro que foram feitas para você no dia em que foste criado”. 16b “... ó querubim da guarda, em meio ao brilho das pedras”.
Estava no Éden aqui se refere ao paraíso. A terra onde Lúcifer habitava era adornada de pedras preciosas e ouro. A Bíblia mostra a glória que o querubim Lúcifer possuía, antes de sua queda; guardava a presença de Deus, vivendo no brilho das pedras, ou seja, no meio do fulgor de relâmpagos que para Deus serve como pavimento.

4. Orgulhou-se por causa da sua formosura - Ez 28.2 b. No orgulho do teu coração, tu dizes: Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me assento”. Ez 28.17 diz: “Elevou-se o teu coração por causa da tua beleza.
Por causa da sua grandeza orgulhou seu coração e quis ser igual a Deus. O poder, a riqueza e a sabedoria perdem seu valor quando se misturam com a soberba; é como tomada elétrica desligada da força. Até mesmo um arcanjo que se desliga do contado amoroso de Deus nada mais faz com seus poderes sobrenaturais senão arruinar os homens e decretar sua própria e eterna destruição.

5. Sua cobiça - Is 14.13-14: “Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; e no monte da congregação me assentarei. Subirei acima das mais altas nuvens; serei semelhante ao Altíssimo”.
O orgulho e a cobiça entraram no coração de Lúcifer, a ponto de igualar a um deus. Qualquer criatura quer seja visível ou invisível que se coloca no lugar de Deus, perde a comunhão com Ele e por fim recebe a condenação eterna.

6. Sua queda - Is 14.12, 15 “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Mas você será jogado no mundo dos mortos, ao mais profundo abismo.”
A soberba de Lúcifer fez com que Deus expulsasse do Jardim do Éden. Lúcifer querendo elevar-se acima do seu nível, foi precipitado à destruição.
Não se deixará de perceber aqui uma aplicação a Satanás que, ao se exaltar contra Deus, foi rebaixado até o inferno. Estrela da manhã, no heb. hêlel, “glorioso”, “luzente”, que alguns interpretam como nome próprio. “Lúcifer”, o assim considerado nome original do diabo.
Não só Lúcifer, mas muitos homens têm caído pelo orgulho e a cobiça. Deus abomina o pretensioso, mas exalta o humilde.

7. Na sua queda levou junto a terça parte dos anjos - Ap 12.4, 7-9: “Com a cauda ele arrastou do céu a terça parte das estrelas e a jogou sobre a terra. 7 E houve guerra no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão e os seus anjos. 8 - Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar achou nos céus. 9 - E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e satanás, que engana a todo mundo. Ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele”.

8. Deus transformou a Terra em caos, para que satanás não mais habitasse nela - Gn 1.2: “E a terra que era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo”.
Não temos palavra para explicar a beleza que era a primeira terra. Mas após o pecado de Lúcifer Deus transformou esta terra em um caos, ou seja, sem forma e vazia. Tudo que havia de vida animal morreu e a terra ficou coberta de água, até a criação do homem.
Hoje quando o homem encontra fossas de animais pré-histórico, os cientistas dizem: Este animal tem cinquenta milhões de anos; e muitos têm me perguntado como pode. Sim estes animais habitavam aqui quando Lúcifer habitava na terra perfeita. A terra que Lúcifer habitava era diferente da qual nos habitamos hoje. Para o ser humano Deus o recriou.

9. Lúcifer (Satanás) ficou sem moradia e passou a viver no ar - Ef 2.2: “Nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência”.

Príncipe das potestades do ar. Principados e potestades são termos utilizados na Bíblia para se referir tanto a reis e governantes que estão em posição de autoridade como a anjos e demônios, isto dependendo do contexto de cada passagem.
No entanto, o apóstolo Paulo utilizou a expressão “principados e potestades” para se referir aos demônios neste texto (ver Ef 6.12; Cl 2.15).

10. Hierarquia demoníaca - Ef 6.12: “Porque não temos que lutar contra a carne e sangue, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”.
Assim como existe uma hierarquia entre os anjos bons (Efésios 1.21), assim também existe uma hierarquia entre os anjos maus. Efésios 6.12 faz referência a essa hierarquia do mal.

1. “Principados” são as ordens angelicais malignas superiores. 2. “Potestades” são os governantes angelicais malignos subordinados. 3.“Dominadores deste mundo tenebroso” são os anjos a serviço do diabo. 4. O “mundo tenebroso”, que também se lê em Efésios 5.8, é este mundo com o seu pecado, os seus pecadores e as esferas da existência onde o mal domina, enfim, o reino das trevas. 5. As “forças espirituais do mal” são mais uma referência aos anjos que estão a serviço do diabo, que é maligno. O lugar onde ficam “as regiões celestes” não é definido pela Bíblia. São reinos ocupados por seres malignos.

11. O inferno não foi feito para os seres humanos. O inferno foi preparado para o diabo e suas hostes: Mt 25.41: “Então, dirá também aos que estiverem a sua esquerda; apartai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”. “Porque, se Deus não perdoou os anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o Juízo” (2ª Pe 2.4). Porém, quem rejeita ao Senhor Jesus, irá também para lá: “Os ímpios serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus” (Sl 9.17). O Senhor Jesus separará os justos dos injustos: “E irão estes para o tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna” (Mt 25.46). “Como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder” (2ª Ts 1.8,9). “Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos e reservar os injustos para o Dia de Juízo, para serem castigados” (2ª Pe 2.9). As almas dos que estiverem no inferno serão julgadas e condenadas: “E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras” (Ap 20.13). Reflita, como você vive!

12. Satanás já está julgado - Jo 16.11: “... porque o príncipe deste mundo já está julgado”.
O justo juiz já que venceu todas as coisas já tem julgado o inimigo do homem e de Deus. Não há nenhuma oportunidade de salvação para o diabo, pois ele pecou sem ser tentado, mas o homem pecou porque foi tentado e por isso Deus tem dado oportunidade de salvação, mas o diabo não tem este privilegio é por isso que ele engana a humanidade com sua astúcia e luta contra todos.

A CRIAÇÃO DO HOMEM

Em Gênesis, no capítulo 1 e 2, temos a descrição da criação, que também incluí a criação do homem e da mulher, e uma breve descrição da vida deles sem o pecado no jardim do Éden. A Bíblia não nos diz quanto tempo Adão e Eva viveram sem saber o que era pecar. O fato é que, num determinado momento de suas vidas, pela desobediência a Deus, o pecado entrou na vida de Adão e Eva.

I. Satanás viu Deus criar o homem

Gn 2.7: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou lhe nas narinas o fôlego da vida, e o homem tornou-se alma vivente”.
A partir do verso dois de Gêneses, Deus recria a Terra para habitação do homem. Note que Deus criou todas as coisas, mas os metais Deus não criou! Por quê? Porque metais não se deteriora debaixo da água. Após ter criado os animais pelo poder de Sua Palavra, Ele cria o homem do pó da terra, com sua imagem e semelhança, fazendo um boneco de barro e soprando em suas narinas o fôlego de vida.

II. Satanás viu Deus criar o jardim para o homem

Gn 2.8: “E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, da banda do oriente, e pôs ali o homem que tinha formado”.
Satanás não se conformou em ficar sem a sua antiga moradia, procurou tirar de lá os seus moradores (o homem), através da astúcia.

III. A ORIGEM DO PECADO NA RAÇA HUMANA

O pecado originou na raça humana, devido à transgressão voluntária de Adão no paraíso. O tentador veio com a sugestão de que o homem, colocando-se em oposição a Deus, tornar-se-ia igual a Ele. Adão se rendeu à tentação e cometeu o primeiro pecado, desobedecendo às ordens de Deus. Com o primeiro pecado, Adão passou a ser escravo do pecado (Jo 8.34). Esse pecado trouxe consigo corrupção permanente, não somente sobre Adão, mas também sobre todos os seus descendentes. A tentação de Satanás pode ser resumida como tendo apelado ao homem desta maneira: ele fez o homem desejar TER o que Deus havia proibido; SABER o que Deus não havia revelado; e SER o que Deus não tivera a intenção que fosse.
Gênesis 3.1-6, 13 e 14: “Ora, a serpente era o mais astuto de todo os animais do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? 2 - Respondeu a mulher à serpente: do fruto da árvore do jardim podemos comer 3 - Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. 4 - Então a serpente disse à mulher: certamente não morrereis. 5 - Porque Deus sabe que no dia em que comerdes deste fruto, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal. 6 - Vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, que estava com ela, ele comeu. 13 - E disse o senhor Deus à mulher: porque fizeste isso? E disse a mulher: a serpente me enganou, e eu comi. 14 - Disse, pois, o Senhor Deus a serpente: Porque fizeste isto, maldita és entre todos os animais domésticos, e entre todos os animais do campo; sobre teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida”.
A essência do pecado de nossos primeiros pais é algo como o que segue:
A) Eva não confiou na bondade de Deus.
B) Ela acreditou na mentira de Satanás.
C) A mulher cedeu ao seu apetite físico.
D) Se submeteu a um desejo excessivo pelo belo.
E) Cobiçou uma sabedoria que não era da intenção de Deus que tivesse, Desejar o que Deus proibiu é preferir a si mesmo no lugar de Deus, isto é pecar, O primeiro pecado foi o desejo do coração, a escolha de interesses próprios ao contrário dos interesses de Deus. Adão pecou como pai da raça humana e também como chefe representante de todos os seus descendentes e, portanto, a culpa do pecado é imputada a todos os homens, pelo que todos são merecedores de punição e morte. É nesse sentido que o pecado de Adão é o pecado de todos.
Rm 5.12: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens porque todos pecaram”.
Deus imputa a todos os homens a condição de pecadores culpados em Adão, exatamente como atribui a todos os crentes a condição de justos em Jesus Cristo.
Rm 5.18-19: “Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio à graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida, porque, como pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também por meio da obediência de um só muitos se tornarão justos”.
Satanás induziu o homem a desobedecer a Deus, e tornou-se inimigo de Deus, e também do homem, e não quer que ninguém seja feliz.
Deus criou o homem para viver eternamente, mas por causa do pecado da desobediência ele perdeu esse direito, e passou a ser um mortal. Mesmo assim Deus enviou o Seu Filho Unigênito para resgatar o homem e dar a vida eterna.
A glória que Lúcifer possuía e o paraíso que habitava, Deus têm preparado para o homem que for fiel a Sua Palavra. É por isso que Satanás tem lutado dia e noite para que eu e você não venhamos receber essa glória e a vida eterna com Jesus Cristo nosso salvador.
Sabemos que ele já está julgado e em breve levado ao inferno, não há salvação para ele, pois ele pecou sem ser tentado, mas o homem pecou porque foi tentado, por isso existe perdão para os que se arrependem. Para habitarmos no paraíso com Deus devemos ser fiéis até o fim.

IV AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO

1. Os sofrimentos da vida. É sempre bom lembrar o que Jesus disse aos judeus que falavam de uma calamidade que aconteceu acertos galileus, e insinuaram que aqueles galileus deviam ter sido grandes pecadores:
Lc 13.2-5: “Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem padecido estas coisas? Não eram, eu vô-lo afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis. Ou cuidais que aqueles dezoito, sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou, eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis”.

2. A morte espiritual. A morte espiritual é a separação entre a alma e Deus. O pecado separa o homem de Deus; como consequência do pecado, o homem morreu espiritualmente (Ef 2.1-5). A morte espiritual significa culpa e também corrupção. O castigo anunciado no Éden, que recaiu sobre a raça, é primariamente esta morte espiritual (Gn 2.17; Rrn 5.21). Por ela, o homem perdeu a presença, a comunhão intima e o desejo por Deus. Por estar morto espiritualmente falando, o homem precisa ser revivido dos mortos (Lc 15.32; 105.24; 8.51).

3. A morte física. A morte física é a separação entre a alma e o corpo. Devido ao pecado, veio a morte física. As Sagradas Escrituras nos mostram a morte física como parte do castigo do pecado. “O salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).
Para o cristão, entretanto, a morte física não é mais um castigo, pois, Cristo sofreu a morte como castigo do pecado. Para o crente, ela se torna como um sono para o corpo, e como um portal para a alma, através do qual ele entra em plena comunhão com seu Senhor (2ª Co 5.8; Fp 1.21-23; 1ª Ts 4.13-14).

4. A morte eterna. A morte eterna é simplesmente o auge, o cume e a consumação da morte espiritual. É a separação eterna entre a alma e Deus, juntamente com o remorso, isto é, a inquietação da consciência por culpa ou crime que se cometeu e castigo eterno (Mt 10.28; 25.41; 2ª Ts 1.9; Ap 14.10-11).

Pr. Elias Ribas

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