TEXTO
ÁUREO
“E disse Moisés a Arão: Isto é o que o
SENHOR falou, dizendo: Serei santificado naqueles que se cheguem a mim e serei
glorificado diante de todo o povo. Porém Arão calou-se.” (Lv 10.3).
VERDADE
PRÁTICA
O Deus santo requer de seus obreiros uma
postura igualmente santa, zelosa e de comprovada excelência; menos que isso é
inaceitável.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Levítico 10.1-11: “E os filhos de Arão,
Nadabe e Abiú, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e
puseram incenso sobre ele, e trouxeram fogo estranho perante a face do SENHOR,
o que lhes não ordenara. 2 Então, saiu fogo de diante do SENHOR e os consumiu;
e morreram perante o SENHOR. 3 E disse Moisés a Arão: Isto é o que o SENHOR
falou, dizendo: Serei santificado naqueles que se cheguem a mim e serei
glorificado diante de todo o povo. Porém Arão calou-se. 4 E Moisés chamou a
Misael e a Elzafã, filhos de Uziel, tio de Arão, e disse-lhes: Chegai, tirai
vossos irmãos de diante do santuário, para fora do arraial. 5 Então, chegaram e
levaram-nos nas suas túnicas para fora do arraial, como Moisés tinha dito. 6 E
Moisés disse a Arão e a seus filhos Eleazar e Itamar: Não descobrireis as
vossas cabeças, nem rasgareis vossas vestes, para que não morrais, nem venha
grande indignação sobre toda a congregação; mas vossos irmãos, toda a casa de
Israel, lamentem este incêndio que o SENHOR acendeu. 7 Nem saireis da porta da
tenda da congregação, para que não morrais; porque está sobre vós o azeite da
unção do SENHOR. E fizeram conforme a palavra de Moisés. 8 E falou o SENHOR a
Arão, dizendo: 9 Vinho ou bebida forte tu e teus filhos contigo não bebereis,
quando entrardes na tenda da congregação, para que não morrais; estatuto
perpétuo será isso entre as vossas gerações, 10 para fazer diferença entre o
santo e o profano e entre o imundo e o limpo, 11 e para ensinar aos filhos de
Israel todos os estatutos que o SENHOR lhes tem falado pela mão de Moisés.”
OBJETIVO
GERAL
Mostrar que o Deus santo requer de seus
obreiros uma postura igualmente santa, zelosa e de comprovada excelência.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I.
Discutir os privilégios de Nadabe e Abiú;
II.
Mostrar os perigos de se colocar fogo estranho no altar do Senhor;
III.
Compreender o porquê do luto no santo ministério.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
O livro de Levítico enfatiza a santidade
de Deus. Ele é santo e exige santidade do seu povo e de todos aqueles que são
chamados para o seu serviço. Sem santidade ninguém pode se aproximar dEle, atrair
sua presença ou ver a sua face. Contudo, Nadabe e Abiú não atentaram para isso
e ofertaram a Deus um incenso não puro. Eles também não observaram a
recomendação divina de que o incenso no altar deveria ser oferecido pelo sumo
sacerdote. A resposta do Senhor foi imediata. A recompensa pelo pecado foi a
morte física. A atitude de Nadabe e Abiú demostrava rebelião contra Deus e tal
pecado é comparado ao de feitiçaria. Como sacerdotes, Nadabe e Abiú, tinham a
responsabilidade de ensinar o povo, de conduzi-los na verdade, por isso
receberam tal condenação. Eles deveriam ser exemplo para os israelitas e a
punição que receberam teria de estar à altura.
INTRODUÇÃO
A história de Nadabe e Abiú faz-nos uma
séria advertência: Deus não se deixa escarnecer (Gl 6.7). Nesta lição, veremos
que esses dois obreiros, apesar de todos os privilégios de que desfrutavam
junto à congregação de Israel, não honraram o seu ministério. Antes, ignorando
a recomendação de Moisés, ofereceram fogo estranho ao Senhor. E, no mesmo instante,
foram exterminados pelo Deus que não se deixa zombar por homem algum.
Como temos nos apresentado diante do
Senhor? Enquanto avançamos neste estudo, respondamos a esta pergunta com temor
e tremor, pois Deus não mudou. Ele está a exigir santidade, pureza e reverência
de cada um de seus filhos, principalmente dos que fazem parte do santo
ministério da Palavra.
PONTO
CENTRAL
Deus é santo e requer de seus obreiros
uma postura igualmente santa.
I. OS PRIVILÉGIOS DE NADABE E ABIÚ
Não basta pertencer a uma família
tradicional de obreiros para usufruir da graça divina. É necessário, antes de
tudo, ter uma vida de íntima comunhão com Deus. Vejamos, pois, a ascendência de
Nadabe e Abiú, e o seu conhecimento da glória divina.
1.
Ascendência levítica.
Nadabe e Abiú pertenciam à tribo de
Levi, que fora honrada com o sacerdócio divino (Nm 3.1-12). Os homens dessa
tribo eram contados entre as primícias do Senhor. O próprio Deus havia dito:
“Os levitas serão meus” (Nm 3.12). Por conseguinte, os descendentes de Levi
eram vistos como os nobres entre os nobres de Israel.
2.
Ascendência araônica.
Além de pertencerem à tribo de Levi,
Nadabe e Abiú provinham da família de Arão, escolhida por Deus para exercer o
sumo sacerdócio (Êx 6.23; 28.1). Era o ofício mais honroso de todo o Israel.
Nem os reis podiam exercê-lo (2 Cr 26.18). De acordo com a genealogia de Arão,
Nadabe e Abiú eram os sucessores imediatos do pai nesse glorioso ministério.
3.
Participantes da glória de Deus.
Quando o Senhor outorgou a Lei a Israel,
por intermédio de Moisés, lá estavam Nadabe e Abiú juntamente com os mais
destacados anciãos de Israel (Êx 24.1). E, ali, no monte sagrado, presenciaram
a manifestação da glória divina (Êx 24.9,10). Além disso, foram testemunhas
oculares da aliança que o Senhor firmara com os filhos de Israel (Êx 24.8).
Enfim, Nadabe e Abiú tiveram o privilégio de testemunhar o estabelecimento do
pacto entre Deus e o seu povo.
SÍNTESE
DO TÓPICO I
Como sacerdotes, Nadabe e Abiú tinham
privilégios.
SUBSÍDIO
BÍBLICO-TEOLÓGICO
Nadabe/Abiú
Alguns irmãos, como Caim e Abel ou Jacó
e Esaú, colocaram uns aos outros em apuros. Os irmãos Nadabe e Abiú tiveram
problemas juntos. Embora pouco se saiba sobre seus primeiros anos, a Bíblia nos
dá uma abundância de informações sobre o ambiente em que eles cresceram.
Nascido no Egito, foram testemunhas oculares dos atos poderosos de Deus no
Êxodo. Eles viram seu pai Arão, seu tio Moisés, e sua tia Miriã em ação muitas
vezes. Eles tinham conhecimento em primeira mão sobre a santidade de Deus como
poucos homens já tiveram, e pelo menos por um tempo, seguiram a Deus de todo o
coração (Lv 8.36). Mas em um momento crucial, eles decidiram tratar as claras
instruções de Deus com indiferença. A consequência de seu pecado foi ardente,
imediata e chocante para todos” Bíblia
de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p.
215).
Qualidades
e realizações.
Os primeiros candidatos à sucessão de
seu pai como sumo sacerdote.
Envolvidos na consagração original do
Tabernáculo.
Elogiados por fazer ‘todas as coisas que
o Senhor ordenara’ (Lv 8.36).
Fraquezas e enganos.
Tratar os mandamentos diretos de Deus de
forma leviana.
Lições de sua vida.
O pecado tem consequências mortais.
Estatísticas
vitais.
Local: Península do Sinai.
Ocupação: Sacerdotes em treinamento.
Parentes: Pai: Arão. Tio: Moisés. Tia:
Miriã. Irmãos: Eleazar e Itamar.
Versículo-chave.
“E os filhos de Arão, Nadabe e Abiú,
tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e puseram incenso sobre
ele, e trouxeram fogo estranho perante a face do SENHOR, o que lhes não
ordenara. Então, saiu fogo de diante do SENHOR e os consumiu; e morreram
perante o SENHOR” (Lv 10.1,2).
II.
FOGO ESTRANHO NO ALTAR
O primeiro fogo que acendeu a lenha do
sacrifício depois da consagração formal de Arão como sacerdote, foi ateado por
Deus, 9.24. Esta origem sobrenatural do fogo no altar serve para nos ensinar
que se um sacrifício pode ser feito pelo homem, é só a graça de Deus que a
consome, que o torna aceitável, que faz dele um meio de expiação. Nenhum fogo
feito pelo homem, poderia ser usado no altar do Senhor, e por isso mesmo é que
era tão importante que os sacerdotes conservassem sempre acessa a chama que
veio a existir de maneira tão notável. O pecado de oferecer sacrifícios com
“fogo estranho”, fogo ateado pelos homens e não por Deus, foi justamente o que
provocou a morte de Nadabe e Abiú, (10.1 -2).
Três atitudes marcaram o ato leviano e
inconsequente de Nadabe e Abiú: ignoraram a Deus, impacientaram-se e, sem
qualquer temor, apresentaram fogo estranho no altar sagrado.
1.
Ignoraram a Deus.
Ao adentrarem o lugar santo, Nadabe e
Abiú ignoraram a presença de Deus, pois o Senhor encontrava-se não somente no
Tabernáculo como em todo o arraial de Israel (Êx 25.8; Nm 14.14). O Deus
onipresente não se limita ao Santo dos santos, mas se deleita com a presença de
seus queridos e amados santos.
2.
Impaciência profana.
De acordo com as instruções que o
Senhor, através de Moisés, transmitira aos filhos de Israel, somente o sumo
sacerdote estava autorizado a oferecer o incenso no altar de ouro (Êx 30.7-9).
Todavia, observa-se que ambos, ignorando tal preceito, entraram no lugar
sagrado e trouxeram um fogo que Deus não ordenara. As coisas de Deus não podem
ser tratadas profanamente.
Nadabe e Abiú precipitaram-se e não
souberam esperar a hora de se colocarem no altar.
3.
Apresentaram fogo estranho ao Senhor.
Não bastava ter o incenso prescrito pelo
Senhor; era imperioso ter igualmente a brasa certa, para que Deus fosse
dignamente adorado (Êx 30.9; Lv 16.12). Se o incenso era exclusivo, a brasa
também o era (Êx 30.37). Mas, pelo contexto da narrativa sagrada, Nadabe e Abiú
não estavam preocupados nem com o incenso, nem com o fogo. Por isso, o Senhor
veio a fulminá-los diante do altar.
SÍNTESE
DO TÓPICO II
Nadabe e Abiú ignoraram as recomendações
divinas e ofereceram fogo estranho sobre o altar.
SUBSÍDIO
BÍBLICO-TEOLÓGICO
Fogo
estranho.
1. “Qual foi o ‘fogo estranho’ que
Nadabe e Abiú ofereceram diante do Senhor?
O fogo sobre o altar de holocausto nunca
se extinguia (Lv 6.12,13), o que implica que este altar era santo. É possível
que Nadabe e Abiú tenham levado ao altar brasas de fogo de uma outra fonte,
fazendo com que o sacrifício se tornasse profano. Também tem sido sugerido que
os dois sacerdotes fizeram uma oferta em um momento não prescrito. Seja qual
for a explicação correta, o ponto é que Nadabe e Abiú abusaram da sua posição
como sacerdotes em um ato de flagrante desrespeito a Deus, que tinha acabado de
revisar precisamente com eles como deveriam conduzir a adoração. Como líderes,
eles tinham uma responsabilidade especial de obedecer a Deus. Em sua posição,
eles poderiam facilmente conduzir muitas pessoas ao erro. Se Deus comissionou
você para liderar ou ensinar outras pessoas, nunca considere este papel como
garantido nem abuse dele. Permaneça fiel a Deus e siga as instruções d’Ele”
(Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2015, p. 214).
2.
“O texto não registra a natureza do pecado de Nadabe e Abiú.
Os comentaristas têm algumas sugestões:
o incenso não foi feito de acordo com as instruções de Moisés (Êx 30.34-38); o
fogo não era proveniente do fogo que estava queimando no altar (16.12); a
oferta foi feita no momento errado (Êx 30.7,8); os infratores usaram
incensários inadequados (os deles mesmos); Nadabe e Abiú assumiram uma função
devida exclusivamente ao sumo sacerdote; ou eles estavam sob influência
alcoólica (cf. 8-11). É possível falar com certeza sobre este aspecto. O ponto
essencial é que os dois sacerdotes exerceram funções sacerdotais de maneira
oposta às ordens do Senhor. Moisés deixou claro que o Senhor deve ser
santificado naqueles que se aproximam dele, a fim de que Ele seja glorificado
diante de todo o povo. Esta é uma ilustração de que, no Antigo Testamento, a
obediência era muito mais importante do que o sacrifício (1 Sm 15.22)”
(Comentário Bíblico Beacon. Vol 1. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 277).
III.
LUTO NO SANTO MINISTÉRIO
A morte de Nadabe e Abiú abalou
profundamente a casa de Arão. Apesar de haver perdido, num único dia, dois de
seus filhos, ele foi proibido pelo Senhor de observar qualquer luto pelos
mortos.
1.
A morte de Nadabe e Abiú.
Ao se apresentarem com fogo estranho
diante do Senhor, os filhos de Arão, que também eram ministros do altar, foram
consumidos no lugar santo (Lv 10.2). Pelo que observamos do texto sagrado, Deus
os matou pelo fato de eles não terem levado em conta a santidade divina (Lv
10.3). A obrigação deles era glorificar o nome do Senhor, mas preferiram buscar
a própria glória. Diante do fato, o sumo sacerdote de Israel calou-se. Não
poderia haver momento mais trágico para a sua família.
2.
A remoção dos cadáveres.
Moisés, então, ordena a dois primos de
Arão, Misael e Elzafã, a removerem os cadáveres da Casa de Deus (Lv 10.4). No
episódio de Ananias e Safira, os corpos de ambos foram levados para fora por
alguns jovens da igreja recém-inaugurada pelo Espírito Santo (At 5.1-11).
3.
O luto é proibido.
Apesar da tragédia que se abateu sobre a
sua família, Arão é proibido pelo Senhor de guardar luto ou demonstrar tristeza
(Lv 10.6,7). Ele e seus filhos deveriam suportar, com santa discrição, aquela
hora tão difícil. Afinal, era seu dever zelar pela santidade e glória do nome do
Senhor dos Exércitos.
Certos tipos de “luto” servem apenas
para enfraquecer o povo de Deus e levá-lo à dispersão (2º Sm 19.1-7). Às vezes,
temos de suportar o insuportável, a fim de preservar a Igreja de Cristo. Ela
está acima de nossa dor.
SÍNTESE
DO TÓPICO III
Nadabe e Abiú ignoraram as recomendações
divinas e ofereceram fogo estranho sobre o altar.
SUBSÍDIO
BÍBLICO-TEOLÓGICO
O
luto
1. O povo de Israel teve a permissão de
lamentar esta grande tragédia, mas Arão e seus dois filhos restantes foram
proibidos de mostrar as marcas normais de luto: descobrir a cabeça e soltar os
cabelos ou rasgar as roupas. Não deviam dar a Israel a aparência de
questionamento ou lamentação por causa do julgamento de Deus. Moisés os lembrou
de que o azeite da unção do Senhor estava sobre eles. O serviço de Deus não
pode ser detido por questões pessoais. O incêndio seria ‘o fogo que o Senhor
Deus acendeu.
2. Privação pessoal, negação ou insultos
a si próprio muitas vezes caracterizavam os ritos de luto. Os ornamentos eram
tirados (Êx 33.4-6); os enlutados rasgavam suas vestes como símbolo de pesar
(Gn 37.34). Frequentemente, o rasgar as roupas e vestir-se com sacos
representavam pesar e humildade (1º Rs 21.27; Et 4.1; Jr 4.8). Pó ou cinzas
eram colocados sobre a cabeça. A barba e os cabelos da cabeça eram arrancados
(Ed 9.3) ou cortados (Is 15.2; Jr 7.29). Observava-se o jejum (2º Sm 1.12; Ne
1.4; Zc 7.5). Algumas práticas de luto eram expressamente proibidas a Israel,
provavelmente por serem ritos pagãos. Os israelitas não se cortavam nem podiam
fazer ‘marca alguma’ em suas testas em homenagem aos mortos (Lv 19.28; Dt
14.1). As regras para os sacerdotes eram particularmente mais severas (Lv
21.1-5, 10-12) (Dicionário Bíblico Beacon. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.
277) e (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.
1129).
CONCLUSÃO
Devemos ter cuidado com a forma como nos
apresentamos diante de Deus. O culto ao Senhor deve ser santo, reverente e
verdadeiro. Portanto, chega de liturgias bizarras, cultos mundanos, teologias
permissivas e costumes que ferem a Palavra de Deus. Se não atentarmos à
santidade e à glória divinas, não subsistiremos, pois o nosso Deus, embora seja
conhecido pelo amor e bondade, é também um fogo devorador (Is 30.27). Portanto,
sejamos puros e santos em toda a nossa maneira de ser, pois o Senhor não se
deixa escarnecer.
Lições Bíblicas do 3° trimestre de 2018
- CPAD | Classe: Adultos
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